quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A Beleza para a Igreja não é um ornamento


A Igreja precisa
de um virar de página

Por José Tolentino Mendonça


Na linha dos seus predecessores, o Papa Bento XVI tem declarado que a Igreja precisa de celebrar um novo pacto criativo com o mundo das Artes. São palavras para tomar a sério e traduzir em cada realidade nacional. Não há razões para a Igreja realizar a sua missão (que tão intimamente se liga não só à Verdade e ao Bem, mas também à Beleza) de costas voltadas para os grandes criadores do seu tempo. Um catolicismo que descure a expressão da Beleza é seguramente um catolicismo diminuído.
A Beleza para a Igreja não é um ornamento. Se o Mistério de Deus se soletra pela tríade Verdade, Bem e Beleza, quer dizer que esta última integra o património íntimo que dá substância à própria Fé. Sem a Beleza a experiência cristã permanece incompleta, por que Deus é Beleza, esplendor, glória. Nós sabemos bem os riscos de um cristianismo puramente histórico, articulado simplesmente entre convicções e práticas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ÍLHAVO: "Coastwatch Europe 2010"

Ninguém pode proteger aquilo que desconhece

A Câmara Municipal de Ílhavo parte hoje, dia 8 de Fevereiro, para o oitavo ano consecutivo de dinamização do projecto europeu “Coastwatch”, assumindo novamente o papel de Coordenador Regional da iniciativa, que conta com a importante colaboração de dez Estabelecimentos de Ensino do Município.
Assim, e durante os próximos meses, centenas de voluntários das Escolas de 1.º Ciclo do Ensino Básico N.º 1 de Ílhavo, da Barra, do Corgo Comum, de Vale de Ílhavo, da Marinha Velha, da Cambeia, da Senhora dos Campos e da Chousa Velha e, também, da EB 2,3 da Gafanha da Encarnação e da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré vão andar “de olho no litoral”, promovendo a caracterização ambiental de toda a faixa costeira do nosso Município, num total de 50 quilómetros de costa (que acompanham toda a frente-ria e frente-mar), através do preenchimento de inquéritos de observação por cada bloco do 5 quilómetros.

Prof. Manuel Assunção toma posse como Reitor da Universidade de Aveiro


22 de Fevereiro às 11 horas

A tomada de posse do Prof. Manuel Assunção como Reitor da Universidade de Aveiro está agendada para segunda-feira, 22 de Fevereiro, às 11h00, no auditório da Reitoria. À noite, pelas 21h30, também no auditório da Reitoria e integrada na cerimónia de tomada de posse, realiza-se um concerto pela Orquestra Filarmonia das Beiras. Dirigida pelo maestro António Vassalo Lourenço, esta orquestra apresenta-se em palco acompanhada pela soprano Carolina Raposo, tenor João Cipriano Martins, barítono Tiago Matos, e apresentador Jorge Castro Ribeiro.

Jornal i de hoje: Receita contra a recessão: sair do marasmo mental



Estudemos, abramo-nos mais, criemos algo de novo, porque é com uma boa atitude mental que as crises se vencem. Temos à nossa disposição o melhor da cultura mundial, aproveitemo-la.

Texto de Francesco Alberoni

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O desespero da insegurança



A corrente do sistema
Por Alexandre Cruz

1. Há dias uma imagem da televisão, vinda da China, impressionou quem se deixa impressionar. Era um pai que, tendo-lhe sido roubada a filha mais velha, pegou no filho mais novo, de seus três anos, e amarrou-o com uma corrente a qualquer coisa fixa, não lhe fosse acontecer o mesmo destino trágico. O pai partilhava o desespero da insegurança, mas com a naturalidade de quem já está habituado à desumanidade. Tudo acontece na China, sistema que se vai afirmando com importâncias na cena internacional, mas no retrato nacional sofre os abalos de tamanhas condições de indignidade. Dizem os números, que não se podem calar, que são na ordem das cem mil crianças ano raptadas para os vários tráficos (de órgãos, de crianças, de prostituição) que persistem na era da globalização.

Um dos livros mais preciosos do mundo está em Portugal


O 22.º dos 99 exemplares do livro mais caro do mundo, "Michelangelo - La Dotta Mano" ("Miguel Ângelo - A Mão Sábia", em tradução literal), pode ser apreciado na Biblioteca Nacional, em Lisboa.
A capa reproduz em mármore e em tamanho natural (56,7 X 40,1 cm) o baixo-relevo «Madonna della Scala», de Miguel ângelo.
A obra, que pesa 24 quilos, foi originalmente avaliada em 100 mil euros.
O livro, editado pelo grupo italiano Marilena Ferrari, reúne 45 desenhos e documentos do artista italiano, além de 83 fotografias originais das suas esculturas.

Apreciem, por favor, o que mostra aqui

Um pedido especial: Quem estiver em Lisboa e puder apreciar o livro, conte-me, por favor, o que viu. Eu não posso deslocar-me a Lisboa, onde tanta coisa importante acontece, fundamentalmente para os privilegiados lisboetas.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Universidade Italiana reconhece a Confraria Gastronómica do Bacalhau




A Universidade de Ciências Gastronómica de Pollenzo – Itália, entregou recentemente à Confraria Gastronómica do Bacalhau um diploma como reconhecimento pelo empenho desta instituição portuguesa no apoio aos jovens finalistas daquela Universidade que desde há cinco anos vistam Ílhavo, inseridos no projecto Viagem Didáctica.
Desde 2004 que os alunos finalistas da Universidade Italiana se deslocam a Portugal a fim de conhecerem a gastronomia nacional, sendo Ílhavo um destino onde os estudantes têm sido recebidos pela Confraria Gastronómica do Bacalhau, visitando o Museu Marítimo, o navio Santo André e empresas transformadoras de bacalhau, além de provarem as diversas ementas feitas com derivados de bacalhau e o bacalhau à posta.

Efeméride: Para lembrar Sebastião da Gama, no dia da sua morte



Poesia depois da chuva

Depois da chuva o Sol - a raça.
Oh! a terra molhada iluminada!
E os regos de água atravessando a praça
- luz a fluir, num fluir imperceptível quase.

Canta, contente, um pássaro qualquer.
Logo a seguir, nos ramos nus, esvoaça.
O fundo é branco - cai fresquinha no casario da praça.
Guizos, rodas rodando, vozes claras no ar.

Tão alegre este Sol! Há Deus. (Tivera-O eu negado
antes do Sol, não duvidava agora.)
Ó Tarde virgem, Senhora Aparecida! Ó Tarde igual
às manhãs do princípio!

E tu passaste, flor dos olhos pretos que eu admiro.
Grácil, tão grácil!... Pura imagem da tarde...
Flor levada nas águas, mansamente...

(Fluida a luz, num fluir imperceptível quase...)

Sebastião da Gama

Gafanha da Nazaré: Tomada de posse de dirigentes da comunidade

Em tempo de dificuldades
é preciso dar primazia ao que é positivo


Padre Francisco Melo

Os membros do CEP (Conselho Económico e Pastoral) e os corpos gerentes da Fundação Prior Sardo e do Centro Social e Paroquial da Gafanha da Nazaré tomaram posse hoje, domingo, na missa das 11.15 horas, presidida pelo Prior, Padre Francisco Melo. Associaram-se os presidentes da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, e da Junta de Freguesia, Manuel Serra. Depois da celebração, todos participaram num almoço, no Centro Comunitário, preparado por um grupo de voluntários.

É preciso testemunhar uma Igreja
organizada, aberta e inclusiva

Nas palavras que dirigiu aos empossados, o Prior Francisco Melo lembrou a necessidade de todos testemunharem na vida “uma Igreja organizada, aberta e inclusiva, comprometida na missão de Cristo e consciente de que os bens que possuímos se destinam a fazer cristãos e a partilhar”. Referiu a urgência de experimentarmos no dia-a-dia “a Igreja da caridade”, capaz de levar à prática a disponibilidade, o que permitirá tornar efectiva “a solidariedade e a fraternidade”.
“O mundo que nos é dado viver parece cheio de incertezas económicas, sociais, religiosas e culturais”, frisou o Padre Francisco. E acrescentou: “O homem pós-moderno e superdesenvolvido e a nossa sociedade em concreto parecem trilhar caminhos em que não conseguimos vislumbrar em que portos iremos atracar: se o da vida ou da destruição.”



Hugo Coelho
Universidade Sénior
para os que gostam de aprender

Hugo Coelho, presidente da Fundação Prior Sardo, afirmou que a instituição que dirige “é de todos nós” e que nasceu para ajudar os mais necessitados, apostando, por isso, em projectos cujos horizontes indicam “perspectivas de futuro”. Salientou a acção das equipas e técnicos para o projecto da prevenção  da toxicodependência, tido como  o melhor a nível distrital, e considerou uma mais-valia a recente criação da Universidade Sénior, “para os que gostam de aprender”, envolvendo 90 pessoas. Adiantou que a Fundação não existe só para apoios sociais, pois se empenha na defesa dos valores, enquanto dá muita importância às parcerias. “Qualquer instituição, para crescer, tem de estar acompanhada”, disse.

Bento Domingues no PÚBLICO de hoje: Uma inesgotável escola de espiritualidade


(Clicar na imagem para ampliar)

Os meus livros antigos: Cartas Familiares e Bilhetes de Paris, de Eça de Queiroz


Este livro, editado pela Livraria Chardron de Lélo & Irmão, do Porto, em 1922, faz parte da colecção Obras de Eça de Queiroz. Esta é a quarta edição. É curioso verificar como ao reler este livro sentimos como o grande escritor continua tão próximo do nosso tempo, pela acutilância e oportunidade dos temas abordados.

Ânimo revigorado e obediência pronta e generosa.


EXCELENTE TRABALHO

Por Georgino Rocha


Paulo classifica como excelente o seu trabalho. Pelo modo como o realiza, mas sobretudo pela graça de Deus que, por meio dele, vai agindo. Primeiro, transforma-o radicalmente. De perseguidor fanático, fá-lo apóstolo inexcedível de criatividade missionária. Depois, de observante fiel, converte-o em testemunha qualificada da ressurreição de Jesus Cristo. A ele que se considera como “o abortivo”, um ser humano incompleto e desfigurado.
A esta acção de Deus, corresponde Paulo com uma disponibilidade total, uma atenção absoluta, uma obediência pronta e fiel.
Outras pessoas seguem o mesmo exemplo e podem dar testemunho semelhante. É o caso – evocado hoje pelas leituras da celebração - de Isaías, de Jesus e de Pedro.
Trabalho excelente o de Isaías que se reconhece um pecador, a quem o enviado de Deus liberta da culpa e prepara para ser profeta em favor de todo o povo. E que grande missão desempenha este homem que vive no século VIII, antes de Cristo!

Poesia de Eugénio Beirão para este domingo



Vou partir

Vou partir,
montanha além.
Levo nos olhos
o fulgor do mar
e, no corpo cansado,
o sabor agridoce
da chuva
inesperada:
memória
adormecida,
sem palavras,
sem nada.

Eugénio Beirão
In Os Dias Férteis

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 170

PELO QUINTAL ALÉM – 7



A FIGUEIRA DA ÍNDIA
A
meu Pai

Caríssima/o:


a. Discreta presença, arrumada num canto muito sombrio, debaixo de ramada de videira americana, a nossa figueira-da-índia não tem ido muito longe; figos nem vê-los... Se ainda está viva e a ocupar espaço deve-o à grata memória que uma sua antepassada me deixou e à esperança de poder reproduzi-la em lugar mais solarengo ...

e. Nos longínquos idos de quarenta do século passado, tosse convulsa arreliadora se apoderou do meu dorido peito. Médicos? Medicamentos da farmácia? Privilégio de poucos...

Não sei onde meu Pai bebeu a informação mas, chegado a casa, foi-se à figueira da índia, cortou-lhe uma palma. Na cozinha, para uma bacia, cortou-a às rodelas que foi sobrepondo alternadamente com camadas de açúcar amarelo. No dia seguinte de manhã:
- Anda, filho, toma para te arrancar essa tosse de cão...
Desconfiado, abri a boca e sorvi o xarope que me fez esquecer o rufar do peito!...
A tosseira foi diminuindo... e ficou a vontade de renovar a colherada do tal xarope que entretanto se extinguiu...

Não sei que aconteceu a esta benfazeja piteira; certamente a sua sorte não foi diferente de umas tantas que que por aí vegetavam e nos ofereciam os figos em troca de umas valentes picadelas!... Teimávamos arrancá-los com os dedos desprotegidos...

i. A Figueira-da-Índia é um cacto lenhoso vivaz, originário da América Central. Em Portugal é subespontânea e é cultivado em jardins e para a formação de sebes artificiais no Alto Douro, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.

O fruto é comestível, mas deve ser consumido com moderação, para evitar a diarreia.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um sínodo para repensar a Igreja?

Carta demolidora ao Papa
Por Anselmo Borges

O autor da carta, Henri Boulad, 78 anos, é um jesuíta egípcio de rito melquita. Não é um jesuíta qualquer: há treze anos que é reitor do colégio dos jesuítas no Cairo, depois de ter sido superior dos jesuítas em Alexandria, superior regional, professor de Teologia no Cairo. Conhece bem a hierarquia católica do Egipto e da Europa. Visitou quarenta países nos vários continentes, dando conferências, e publicou trinta livros em quinze línguas. A sua carta, inspirada na "liberdade dos filhos de Deus" e a partir de "um coração que sangra ao ver o abismo no qual a nossa Igreja está a precipitar-se", funda-se, pois, num "conhecimento real da Igreja universal e da sua situação actual".
A carta tem três partes: a presente situação, a reacção da Igreja, propostas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Deixem-me respirar, ser livre, ser pessoa, ser padre


Estamos em pleno
Ano Sacerdotal

Por Francisco Melo*


Desde o início temi por esta proposta do Papa e agora confirmo algumas das minhas suspeitas… Pelo que tenho visto e ouvido, suspeito que os resultados deste Ano Sacerdotal não passem de boas intenções, discursos inflamados, preceitos, orientações e propostas subjectivas, sem sujeitos que metam as mãos na massa.
Sem ter pedido, sem contar e sem sentir necessidade parece que me querem impor um “capacete”. Sinto-me simplesmente um objecto, uma espécie de animal em vias de extinção, a quem se responsabiliza por isto e por aquilo que de mal vai acontecendo nas várias comunidades. O padre tem de… o padre deve… o padre precisa de… Toda a gente agora fala do ser padre, do novo rosto do ser padre, da sua formação, da missão do padre, dos padres para este tempo…
Não, obrigado. Agradeço a preocupação, mas NÃO QUERO. Este é o grito que sinto inundar o meu ser no meio de tantas tarefas, amarras, preceitos, formas de estar e projectos a realizar que me querem impor.
Fui padre livremente, sou padre livremente, com um único e simples objectivo: SERVIR. Assumo para isso um caminho: existir como Jesus Cristo.

Um livro de Dinis Alves: "A informação ao serviço da estação"


No próximo dia 24 de Fevereiro, quarta-feira, pelas 18 horas, na Casa da Cultura, à Rua Pedro Monteiro, em Coimbra, vai ser lançado um livro de Dinis Alves, "A informação ao serviço da estação". Na contracapa vem um esclarecimento que aqui transcrevo, porque convencido estou de que se trata de um alerta para que os agentes da comunicação social, neste mundo e neste tempo, possam debruçar-se sobre a questão da honestidade profissional, de um serviço que deve apostar sempre numa sociedade melhor, onde não  caibam compadrios e interesses ocultos, em desfavor da verdade. Este é o primeiro dos quatro livros da tese de doutoramento de Dinis Alves.
Sendo o autor, que bem conheço, um homem da comunicação e profundamente metido no meio, o seu trabalho, que ainda não li, revelará, à partida, uma coragem  desusada. Precisamos, de facto, de livros e de gente como Dinis Alves.
FM


“Como eles nos enganam"

«Nas televisões portuguesas pratica-se um jornalismo de guerra sem que seja preciso arriscar repórteres no campo de batalha. A guerra é suja e trava-se entre as estações de televisão.
Promovem-se os produtos da casa, com os telejornais servindo de outdoors para alavancar audiências e desmoralizar o inimigo da frequência ao lado. É publicidade travestida de notícia, com a vantagem de não contar para as quotas.
O cidadão-telespectador perde, mas perde muito mais com outras práticas, muito mais condenáveis também. Há silêncios comprometedores, verdadeiros apagões noticiosos, e há desvirtuações graves merecendo lugar de destaque no pelourinho das falhas deontológicas.
Dinis Manuel Alves passou à lupa centenas de telejornais das TV’s portuguesas, dando conta, neste livro, de autênticas campanhas de manipulação informativa. “A informação ao serviço da estação” talvez se devesse chamar “Como eles nos enganam”.»

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Grandes reformas e irrazoáveis salários “pagos” pelos cintos apertados


O verniz e o cinto…
Por alexandre Cruz


1. Chegámos a um momento muito difícil. Sente-se o verniz a estalar e continua certa a garantia do apertar do cinto. Quem viveu períodos como este (e mesmo quem não viveu) sente que o futuro tem um reforço de incertezas como já não se sentia há muito tempo… O caso da lei das finanças regionais e todo o xadrez de pressões, intenções primeiras, segundas e terceiras; a crise social instalada, o aumento transversal da precariedade, as pessoas do desemprego histórico, a criminalidade e insegurança que se confirma cada vez mais diária; a nossa comparação com a Grécia e a galopante não credibilidade externa; a escassez de horizontes políticos que enfermam um diálogo que todos reclamam mas que “todos” falham; a sensação de que a liberdade de opinião se sente ameaçada com sucessivos casos de “alegadas” pressões e de “problemas” a serem resolvidos…

Dia Mundial contra a Doença


Portugal continua a dar novos mundos ao mundo

Por Maria Donzília Almeida



Numa altura em que os humores andam um pouco enegrecidos por este Inverno pardacento, surge como algo pertinente, reflectir um pouco acerca da doença. Já que nos interessa mais o seu contrário, a saúde, vou socorrer-me da definição desta, pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Para este organismo, saúde não é apenas a ausência de doença, mas sim um estado de bem-estar físico, mental e social, uma espécie de harmonia entre todas as componentes do ser humano.
Sem pretender meter a foice em seara alheia, recordo os tempos de adolescência em que li Júlio Dinis, médico/escritor, que afirmava no seu livro “As Pupilas do Sr. Reitor”, que não havia doenças! A assunção protagonizada pela sua personagem Daniel, um recém-formado médico, sucessor de João Semana, foi, na altura uma tirada bombástica que caiu em terreno explosivo. A afirmação convicta do médico estagiário, na botica do João da Esquina, já na altura era muito vanguardista. Havia, na verdade, doentes que tinham características particulares, ao serem contagiados por qualquer doença. Não há dois doentes iguais, ainda que com sintomas da mesma doença.

Jornalista Carlos Naia na Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo


Carlos Naia


Classe de Jornalismo

A convite do orientador da disciplina Fotografia/Comunicação, Carlos Duarte, da Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo, esteve o jornalista Aveirense, Carlos Naia, durante uma hora, para evocar passagens da sua vida jornalística.
Com a Carteira Profissional n.º 180, Carlos Naia é uma referência do jornalismo aveirense, onde esteve cerca de 40 anos no Jornal de Notícias,  donde se aposentou. Hoje mantêm colaboração em alguns jornais regionais e em rádios, no acompanhamento do Beira Mar, já que, segundo o orador, nunca se deixa de ser jornalista.
Carlos Naia começou por historiar a sua vivência no JN com episódios curiosos para os dias de hoje, como as entregas de reportagens ao maquinista do Foguete para entregar no Porto, ou percorrer a região numa “acelera”, até às noitadas na entrada da Barra, na ânsia de ver os destroços dum avião ou do naufrágio dum barco. O “exame prévio” (censura) também não foi esquecido assim como as perseguições nos Congressos Republicanos em Aveiro. O PREC foi outro momento da vida nacional que foi descrito pelo antigo jornalista como uma época de intenso combate por um jornalismo livre e sem influência partidária ou religiosa, valores que eram “sagrados” no Jornal de Notícias.