quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pertinente pergunta de Nuno Rogeiro na SÁBADO





"Iconoclastas
à la carte


Se saem os crucifixos das escolas, porque não as imagens do Presidente da República das repartições públicas, e a bandeira nacional da generalidade de sítios comuns?
Se saem as cruzes do estabelecimentos de ensino público, o que faz a imagem do primeiro-ministro em certos departamentos?
E, já agora, o que fazer com as estátuas, e outros monumentos, que exibem, à frente de todos, as tradições monárquicas e republicanas, cristãs e seculares, francófonas e anglófonas, pacifistas e bélicas, do velho Portugal de oito séculos?
E os nomes das ruas? Haverá sempre quem não goste de Norton de Matos, ou do Marquês de Pombal, ou do Afonso Costa, ou do Salvador Allende.
E os sinais rotários e maçónicos? E os presépios? E o hino?
O que fazer para não agredir os monárquicos, os anarquistas, os objectores de consciência, os federalistas europeus, etc..
E quem decide? O povo local ou o Terreiro do Paço?
Ou o Grande Irmão?"

Nuno Rogeiro,

In SÁBADO de hoje

Uma boa ideia para as gentes de Ílhavo


A Junta de Freguesia de S. Salvador, Ílhavo, tem inscrições abertas para cursos de marinharia e arte de navegar. É, de facto, uma boa ideia, embora haja na área concelhia clubes que não descuram esse ensino. Numa região que tende a perder a sua identidade essencialmente ligada ao mar e à ria, é muito oportuna esta iniciativa da Junta. Estou em crer que não vão faltar jovens (de todas as idades) com vontade de aprender as artes de navegar, para então poderem usufruir do prazer de andar sobre as águas salgadas.

D. José Policarpo: A «felicidade não se pode confundir com facilidade»

A apologia da inquietude




1. A inquietude não se dá bem com a passividade e a indiferença. Das frases gravadas de Fernando Nobre (médico fundador e presidente da AMI) é aquela que nos diz que no mundo de hoje os dois males principais são a indiferença e a intolerância. Conclui deste modo quem percorre o mundo, seja fisicamente seja mentalmente. Não é preciso andar quilómetros para a intuição daqueles valores fundamentais a que como humanidade somos chamados. Cada vez que na rua observamos os mais novos dependentes de todas as tecnologias em que o olhar já não tem largueza para a relação pessoal, ou que dos poderes da comunicação ou do marketing a mensagem se revela num aliciante interesseiro sem grandes causas generosas…estas realidades, entre tantas outras, obrigam-nos a repensar hoje o lugar das inquietudes e do futuro.

2. Quando se ouve a (des)consideração que existe pela autoridade saudável, nas escolas, no trabalho ou até pelo bloqueio que se sente no diálogo de gerações dentro da mesma casa; ou quando se sente que o «não pensar» é a mais cómoda das opções gerando a apatia do «tanto faz»… faz-nos sentir o quanto urgente se torna o despertar dos sentidos humanos para sabedorias humanísticas que dêem razões e fundamentos para viver e existir de forma reflectida. O tempo actual, num adormecimento sedutor por mil e umas formas de diversão e entretenimento, precisa de resgatar a INQUIETUDE como atitude existencial e comunitária. A consciência de que o amanhã pode ser sempre melhor que o hoje e o ontem é uma aprendizagem de sabedoria intransferível, que ninguém pode viver pelo outro.

3. Dizia há alguns anos D. José Policarpo que a «felicidade não se pode confundir com facilidade». O mundo das facilidades publicitadas também tem gerado aquela ilusão que afinal não existe mas gera fragilidades de pensamentos e acções. Floresça uma apologia da inquietude, na lembrança continuamente despertadora do compromisso em cada amanhecer!

Alexandre Cruz

Efeméride Aveirense: reabertura do Teatro Aveirense há 60 anos


Teatro Aveirense

Um espaço que muito honra
a cidade e as suas gentes

Há espaços emblemáticos na cidade de Aveiro. O Teatro Aveirense é um deles. Enche a memória dos aveirenses e de quantos por ali passaram ao longo da vida e continuam a passar.
No dia de hoje, em 1949, há precisamente 60 anos, foi reaberto, após dois anos de profundas obras de modernização, conforme lembra o Calendário Histórico de Aveiro. Nesse dia, foi apresentada a revista “Esquimó Fresquinho” pela Companhia de Revistas do Teatro Maria Vitória.
Entrar no Teatro Aveirense, só por si, é revisitar a sua história e lembrar momentos agradáveis que se não perdem com o tempo. É evocar cultura, arte, artistas, cerimónias cívicas, pessoas ilustres, enfim, tudo o que nos faz recordar um passado que precisa de ter continuidade, agora com novas formas. O Teatro Aveirense aí está, presentemente, como espaço que muito honra a cidade e as suas gentes.

FM

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Beira-Mar vai mesmo arrumar as botas e enterrar a sua história? Não creio...



Acabei de ler, no PÚBLICO online, que "O plantel e equipa técnica de futebol do Beira-Mar anunciaram hoje que vão avançar com a “pré-rescisão” colectiva dos contratos, caso  os dois meses de salários em atraso não sejam pagos até ao dia 30 de Novembro.
A decisão foi comunicado em conferência de imprensa pelo capitão de equipa Hugo, que leu uma nota elaborada pelo plantel: “Vamos continuar com o mesmo nível de rigor e profissionalismo, não recorrendo à greve e às faltas de comparência”.

Embora não seja sócio, tenho pena que o Beira-Mar esteja a passar por uma situação tão difícil como esta. O orgulho dos sócios e adeptos do mais representativo clube de futebol da região aveirense, tratado, carinhosamente, por  Beiramarzinho, está a ser ferido, mas tenho a certeza que não será de morte. Tenho a certeza, repito,  de que não hão-de faltar gentes de Aveiro capazes de pegar no clube, para o colocar, com honra, no lugar a que ele tem direito, pelo seu rico historial desportivo. E quando isso acontecer, seria bom que os habituais maldizentes e críticos felinos se transformassem em apoiantes generosos, mostrando que, apesar de tudo, ainda são capazes de amar o Beira-Mar.

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O FIO DO TEMPO: O direito à alimentação é um direito básico




Por trás da fome de pão

1. Todos concordam que o direito à alimentação e, por consequência, à sobrevivência, é um direito básico que nem precisa de ser recordado e afirmado em declarações. Mas as declarações também o escrevem e a própria Declaração do Milénio num dos seus objectivos consagra valor urgentíssimo o terminar com a fome no mundo. Foi criada a FAO (16-10-1945), instância das Nações Unidas para as preocupações da agricultura e alimentação do mundo. Mas os cenários da fome e a (in)sobrevivência nesta matéria afirmam-se com preocupação crescente. De modo transversal, aumenta o conhecimento, tanto em termos de produção alimentar mas também dos riscos da manipulação genética dos alimentos; a própria canalização de cereais para fins de biocombustíveis cresce e tudo diante da galopante classe médica asiática que vai alterar o paradigma tido até ao início deste milénio.

2. Decorreu nestes dias em Roma a Cimeira da FAO, mas sem todos os G8 (os países mais ricos do mundo). O secretário-geral da ONU foi forte ao recordar que a cada seis segundos morre uma criança de fome… Os dados, no seu realismo, são chocantes. Sendo certo que nada se pode fazer sem planificação e concertação, esta é uma área de actuação diplomática onde a natureza jurídica dos papéis se mostra insignificante diante da crueldade da multidão faminta em contraste com a fartura de alguns. Como em tantas outras questões, o primeiro passo será a alteração de comportamentos no não estragar comida, numa visão dignificante da alimentação e no gerar a corrente positiva/solidária. Por trás da fome de pão impera a fome de justiça, valores e verdade? Como mudar?

3. (Nota – correcção de gralha: os dez minutos de pausa diária na escrita d’O FIO DO TEMPO fizeram com que no texto de ontem A FACE CULTA constasse uma gralha. O texto certo é: «À situação actual de Portugal estes cenários “face oculta” era tudo o que menos se esperava, esta observada crise de instituições na área da justiça que aliada à desconfiança e suspeita de redes de corrupções, trazem para o cimo da mesa do pior que se pode esperar…»)

Rodrigo Ramos, 23 anos, foi baptizado no sábado




“Um dos dias mais felizes da minha vida”


Rodrigo Alexandre Ramos, solteiro, 23 anos, brasileiro, radicado na Gafanha da Nazaré há sete anos, recebeu os sacramentos da iniciação cristã. Filho de pai adventista e de mãe católica, ficou à espera da idade que o levasse a optar por uma religião ou por nenhuma.
Jovem que se considera um pouco tímido, não deixou de arranjar amigos nesta terra que o acolheu e onde criou a sua própria empresa de venda e montagem de pneus, que o torna independente, sob o ponto de vista económico.
Nunca foi influenciado pelos pais, certamente por algum compromisso estabelecido entre eles. Mas um dia, uns amigos do grupo de jovens “Sementes de Esperança”, com quem convivia regularmente, convidaram-no para os acompanhar Aceitou ir com uma condição: “ficar calado, apenas a ouvir.”
O tempo foi passando e há cinco anos, livre e com toda a naturalidade, sem qualquer pressão do grupo, informou que não era baptizado, mas que gostava de receber o baptismo. Essa ideia talvez tenha nascido do modo como sempre foi acolhido no grupo.
Começou a participar nas actividades paroquiais, arciprestais e diocesanas e até ficou responsável pela animação. E à medida que o tempo passava e as acções de formação do grupo decorriam, foi-se acentuando o desejo de ser baptizado. Também fazia parte do grupo coral que animava a eucaristia, mas reconhecia que lhe “faltava qualquer coisa”.
Luís Miguel, João Paulo e Andreia Silva aceitam o seu desejo e garantem-lhe a ajuda indispensável. Fala com o Prior Francisco Melo que o aconselhou a encetar uma caminhada, com vista a descobrir as razões da sua fé. Participa numa acção de formação sobre S. Paulo, no seminário.
Outros encontros, conversas, orações,  leituras, estudos e reflexões se seguiram. E o dia chegou. No sábado, 14 de Novembro. Um dia de festa. “Foi uma felicidade muito grande, pela maneira como fui acolhido: foi um dos dias mais felizes da minha vida”, sublinhou, com alguma emoção.
Sentiu nessa altura que, enfim, era “membro da Igreja e filho de Deus”; sentiu que passava a ser, de pleno direito, “testemunha de Jesus Cristo e da sua mensagem”.
Seu pai não pôde participar na cerimónia, por se ter ausentado para o estrangeiro, em serviço, mas a mãe, “toda feliz” não deixou de marcar presença.

Fernando Martins



O mais lúcido diagnóstico das desgraças por si não as soluciona nem as cura



O pé no chão e o coração na vida


“O mundo moderno é o nosso mundo. Porque é nosso e porque tem muito de bom e o queremos ainda melhor, devemos amá-lo, olhá-lo com simpatia, alegrar-nos com os seus bens e valores, purificá-lo dos seus erros e males. Não basta um conhecimento superficial. É preciso estudá-lo por dentro, aprofundar os seus problemas, descobrir pistas de solução, ganhar forças para as percorrer”.

Estas palavras dos bispos portugueses, foram proferidas em 1991, por ocasião do Ano da Doutrina Social da Igreja, numa mensagem ao Povo de Deus. Recordo-as agora ao terem-se celebrado, há poucos dias, os 75 anos da Acção Católica, e por estarmos em vésperas da VI Semana Social nacional, a realizar em Aveiro, sobre a “Construção do Bem Comum”, uma responsabilidade que diz respeito a todos nós.

Um e outro acontecimento lembram o dever diário de olhar o mundo com olhos de amor e de redenção, esse mundo em que muitos milhares de leigos cristãos investiram e continuam a investir o seu tempo e energias, traduzindo, desse modo, o seu compromisso de fé, a sua solidariedade fraterna e o seu dever social.

É preocupante o facto de se ver muita gente ficar em pânico ao olhar os males que existem e se alastram, deixando de prestar atenção e manifestar gratidão por tantas coisas boas e pelo empenhamento de quantos assumem, de modo consciente, a sua vocação de dupla cidadania, na Igreja e no mundo. Um cristão nunca pode ser um pessimista, um vencido, tal como o não pode ser qualquer cidadão consciente.

É verdade que a sociedade está minada pela mentira, a corrupção, as riquezas dúbias, as infidelidades de toda a ordem, o menosprezo lamentável por valores fundamentais, como a vida e a família. É verdade que, na grande política, o bem comum foi abafado pelos interesses individuais e de grupos. É verdade que existe uma crise de modelos e de referências morais e muita gente parece ter perdido o norte e o sentido da vida. É verdade que valores sociais, assim ditos, se traduzem, hoje, por coisas que nada valem ou são veneno corrosivo. É verdade que não faltam meios públicos para suportar campanhas destrutivas e suspeitas, mas são cada vez mais escassos os meios necessários para investir em favor dos que mais precisam e apoiar causas que promovem o bem e a verdade.

Porém, que olhar apenas as desgraças que aí abundam, ficará, inevitavelmente, acorrentado ao medo que deprime e ao pessimismo de que nada vale a pena, porque já tudo está perdido. Assim, se fica tolhido para enfrentar, com lucidez, os problemas graves que afectam o país e incapaz de neles poder intervir validamente. O mais lúcido diagnóstico das desgraças, por si não as soluciona nem as cura.

A história mostra que existem, na sociedade, energias pessoais e naturais, mais numerosas e vivas do que se pode imaginar. É preciso descobri-las, reconhecê-las, potenciá-las, uni-las, integrá-las e organizá-las. Ora esta não é obra de pessoas azedas, medrosas e, antecipadamente, vencidas.

Há muita gente séria e honesta neste país que não se pode isolar, nem acomodar. A urgência de uma mobilização, pacífica e operante, impõe-se cada vez mais. O povo sensato e trabalhador tem sido anestesiado e baralhado pelo malabarismo de alguns políticos pouco sérios. Haja quem o acorde, o faça pensar, o confronte com a realidade, a mentira e as promessas vãs, o convoque e lhe dê consciência dos seus direitos, deveres e capacidades. Graves omissões comete quem o pode fazer e não o faz.

Amar o mundo concreto das pessoas para poder reconhecer e pôr em relevo os seus valores e o purificar dos seus erros e males, é uma atitude pessoal e uma operação alargada, que não se podem descurar. Assim, se terá o pé no chão e o coração na vida.

António Marcelino

E já agora um poema



Deus é a nossa mulher-a-dias


Deus é a nossa
mulher-a-dias
que nos dá prendas
que deitamos fora
como a vida
porque achamos
que não presta

Deus é a nossa
mulher-a-dias
que nos dá prendas
que deitamos fora
como a fé
porque achamos
que é pirosa

Adília Lopes
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Para começar o dia, uma sugestão de leitura





«Em Obsessão do Fogo, somos levados a percorrer mais de dois mil anos de histórias sobre livros, seguindo uma discussão erudita e divertida, culta e pessoal, filosófica e anedótica, curiosa e apetecível, plena de ironia, astúcia e referências culturais. Atravessamos tempos e lugares diversos; encontramos personalidades reais e personagens fictícias; deparamo-nos com o elogia à idiotia, bem como com a paixão pelo coleccionismo; e compreendemos a razão pela qual cada época gera as suas obras-primas. Para além disso, ficamos ainda a saber por que motivo “as galinhas levaram mais de um século para aprender a não atravessar a estrada” e porque “o nosso conhecimento do passado deve-se a cretinos, imbecis ou contraditores”»

Na contracapa de  A Obsessão do Fogo, um livro que nos oferece um encontro em Paris entre Umberto Eco, um dos mais respeitados pensadores e romancistas da actualidade, e o cineasta Jean-Claude Carrière, conduzido por Jean-Philippe de Tonnac.

Nota: Será preciso dizer mais alguma coisa? FM

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Semana Social - 20 a 22 de Novembro - Aveiro




A  próxima  Semana Social decorrerá em Aveiro, de 20 a 22 de Novembro, no Centro Cultural e de Congressos.
O tema será A construção do bem comum: responsabilidade da Pessoa, da Igreja e do Estado.  Trata-se de uma organização da Comissão Episcopal da Pastoral Social e está aberta mediante inscrição prévia.
A Semana Social 2009 conta com o apoio de um Secretariado sedeado na Cáritas Diocesana de Aveiro, que assegurará, entre outras funções, o esclarecimento de dúvidas e a recepção de inscrições.
A Ficha de Inscrição, acompanhada do respectivo pagamento (comprovativo de transferência bancária, cheque ou vale postal emitido à Cáritas Diocesana de Aveiro), deve ser enviada para: Secretariado da Semana Social 2009, Cáritas Diocesana de Aveiro, Rua do Carmo, 42, 3800-127 Aveiro.

Para saber mais clique aqui

O Fio do Tempo: "São as acções que fazem o ser"


Padre António Vieira
A face culta

1. Podem-se citar muitos autores que claramente mostram a desvantagem da corrupção. Entre eles poderá estar António Vieira (1608-1697), na portugalidade, ou Tomás Moro (1478-1535) na época da renascença. Pode-se dizer efectivamente que a ignorância é mãe de muitas guerras; do mesmo modo se poderá tirar a ilação de que a ilusão do poder ou do ter, a par da incultura, podem ser alimento de desvio, corrupção, conluio. À situação actual de Portugal estes cenários «face oculta» era tudo o que menos se esperava, esta observada crise de instituições na área da justiça que aliada à desconfiança e suspeita de redes de corrupções, trazem para o cimo da mesa do pior que se pode esperar… Sem dramatizar mas sem ocultar, a verdade é que o nível de insegurança ética rasteja por marés nunca dantes navegadas.

2. O que vem à luz do dia é o que existe de facto. Se durante dias ou anos se pode ocultar, como o azeite a verdade acabará por mostrar a sua face. Por trás de qualquer face existem ideias, planos, projectos, valores, princípios pelos quais o caminho é percorrido. Quanto menos por trás da face – no plano da existência e dos grande valores solidários – se construir o projecto de vida, tanto mais os critérios que presidem às acções poderão ser falaciosos. Como dizia o padre António Vieira, «são as acções que fazem o ser». Neste sentido, poderemos dizer, o ser deverá ser bem construído no plano da ética para que as acções sejam conforme o melhor para o bem pessoal e social…para o não embarcar na ilusão inculta do ter desmedido.

3. Talvez o verniz que continua a estalar em tantos planos, nacionais e internacionais, continue a demonstrar que, embora cada vez mais especialistas em tecnologias, a verdade é que no plano da ética universal o desfasamento continua a crescente e avassalador. Claro que tudo depende do olhar: para faces habituadas a paisagens cheias de nuvens de relativismos, poderá ser só mais um caso que passa…Para quem procura a integridade e observa o panorama das mensagens sociais que se passam, é no mínimo alarmante.

Centro Cultural de Ílhavo apresenta “Fundos”


Centro Cultural de Ílhavo

Desenho & Pintura de Joaquim Filipe

A Câmara Municipal de Ílhavo, na sua aposta de valorização e promoção dos valores e dos agentes de cultura locais, apresenta a exposição de desenho e pintura “Fundos”, de Joaquim Filipe. A inauguração será no sábado, 21 de Novembro, pelas 18 horas, ficando patente ao público até 31 de Dezembro.
O autor nasceu em Ílhavo em 1958. É licenciado pela Escola Superior de Design, de Lisboa. A sua actividade tem passado pelo design, pela pintura e pelo ensino, que actualmente exerce na Escola Secundária José Estêvão, em Aveiro A sua Pintura pode ser vista em vários espaços públicos no Porto, Arouca e Ílhavo. Participou em várias exposições colectivas e individuais desde 1980.

No i de hoje: A história, os símbolos e as proibições



"Numa Europa multiétnica e multirreligiosa continuam a ser importantíssimas as velhas nações e as formações que têm por base valores, normas e símbolos tradicionais. Proibi-los por irritarem, perturbarem e incomodarem alguém significa impedir que comunidades inteiras continuem a ser elas mesmas; é negar o pluralismo."

Francesco Alberoni

Por favor, leiam aqui

Fundamentalismos não ficam bem em campo nenhum



Dia Mundial do não Fumador

Encontrar um lugar para tomar uma refeição frugal, num grande centro comercial, à hora do almoço, é como encontrar agulha em palheiro.  Era isso que procurava, ali, em vão, já que uma multidão de famintos ocupava todos os lugares disponíveis. Foi então que veio à mente a hipótese de se sentarem numa mesa, com dois lugares já ocupados, mas com dois ainda livres. A intimidade seria quebrada, e a hora da refeição não seria aquele momento mágico de privacidade que tanto se deseja, no quotidiano agitado dum cidadão. Mesmo assim arriscou a pedir, delicadamente, permissão de se sentar, ao lado daquelas duas senhoras, que simpática e prontamente anuíram
Dado que já estavam num ponto mais adiantado da refeição, enquanto nós havíamos começado há pouco, uma das comensais puxa por um cigarro e começa a fumar.
Ainda não se tinha demarcado, nos restaurantes, a zona de fumadores da zona dos não fumadores pelo que continuavam a coexistir as duas espécies de utentes. A pessoa que me acompanhava, sem dizer uma palavra, num silêncio condenatório, pegou no prato e mudou-se para outra mesa. Eu permaneci até ao fim, ao lado das senhoras que generosamente nos haviam facultado a partilha da mesa, apesar de sermos ilustres desconhecidos. Não vou aqui alongar-me em considerações sobre os malefícios do tabaco, sobre o respeito que devemos ter uns pelos outros, pois é do conhecimento comum e o assunto deve ser tratado por especialistas na matéria.
O que se me apraz comentar é que em tudo deve prevalecer o bom senso e que fundamentalismos em qualquer campo são de rejeitar.
Tenho bons amigos fumadores e apesar de ser não fumadora, não faço cavalo de batalha disso, pois todos nós temos falhas. Imperfeições e os nossos pequenos vícios. Felizmente que a legislação portuguesa tomou o assunto em suas mãos e defende os direitos de cada um. Pessoalmente, acho que os fumadores não têm qualquer peçonha e não é por isso que vou deixar de conviver com eles. Haverá alguns que são pessoas muito válidas e que têm muito mais riqueza do que eu que sou uma não fumadores, não militante. Fundamentalismos não ficam bem em campo nenhum e... tolerarmo-nos uns aos outros só atestará a nosso favor. E.. não há tanta gente a viver à custa do tabaco comprado e consumido pelos fumadores?

M.ª Donzília Almeida

16.11.09

Poesia para começar o dia

Se preciso for

Voltarei:
A desbravar novos caminhos,
A desvendar falsos mistérios,
A esconjurar velhos medos.
Percorrendo prados
atapetados de cheiros
onde pássaros de fogo,
através de madrugadas de luz
transportam em suas asas
retalhos de vidas já vividas
atravessarei os tempos
varridos de ventos de escuridão.
Quiçá
Recordando os dias mornos
daquele verão de amores macios
escutarei de novo
entre rosas orvalhadas
e estrelas perdidas
as palavras gastas
dos versos de Abril.
Juramentos feitos
em doces poentes
em tardes ferventes
noites luarentas
ou manhãs de anil.


Aida Viegas

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CORREIO DO VOUGA faz anos



16 de Novembro

Neste dia, em 1930, nasceu o semanário Correio do Vouga, tendo como director o Dr. António de Almeida Silva e Cristo, como editor o Padre Alírio Gomes de Melo e como administrador o Padre António Fernandes Duarte e Silva.
Ignorar esta efeméride seria pecado que os meus amigos me não perdoariam. É que eu não posso esquecer os anos em que fui responsável pela sua publicação semanal, a tempo e horas e com a actualidade possível.
Foram tempos de entrega total, procurando integrar na redacção as novas tecnologias, que vieram, sem dúvida, revolucionar a comunicação.
Passei pela fase de preparar as edições deste jornal, que não tinha máquina de escrever (a que havia era utilizada pela funcionária administrativa), nem máquina fotográfica. A revisão das provas tinha de ser feita em Oliveira de Azeméis, na gráfica, sem ajuda seja de quem for.
Depois as condições foram melhorando, mantendo-se hoje o Correio do Vouga, sob a direcção do Padre Querubim Silva e subdirecção de Jorge Pires Ferreira, com uma qualidade muito digna do projecto que o enforma.
Daqui felicito quantos o fazem semana a semana, procurando, permanentemente, torná-lo mais lido e mais apetecível, numa perspectiva de chegar a todos os diocesanos, e não só, que desejam estar bem informados e procuram uma formação compatível com as exigências dos novos tempos.

Fernando Martins

O Fio do Tempo: Dos muros construir pontes com a colaboração de todos



Pensar e actuar no bem comum

1. As Semanas Sociais organizadas pela CEP são uma das realizações de referência no panorama nacional no que à questão social do país diz respeito. Reflectir qualificadamente para melhor envolver no agir é sempre a finalidade desses dias de reflexão que este ano ocorrerão em Aveiro. Com o lema «A construção do Bem Comum – responsabilidade da Pessoa, da Igreja e do Estado», procura-se nesta Semana Social 2009 gerar equilíbrios e sentidos de unidade naquilo que se procura realizar na promoção de uma sociedade melhor. Um conjunto reconhecido de intervenientes da sociedade portuguesa dão o seu contributo nessa jornada de três dias (20 a 22 de Novembro) a decorrer no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro.

2. A noção de bem comum, por felicíssima que se apresenta na sua elaboração de matriz originária eclesial e social, resulta da conjugação de factores absoluta a transversalmente inclusivos: privilegia a Pessoa mas evita o individualismo; tem presente a função social do Estado mas não avança por uma noção estatizante que poderia asfixiar a vitalidade da sociedade civil; procura situar o particular e o universal no seu plano próprio e insubstituível; aposta na subsidariedade que promove as pessoas e fortalece as comunidades; valoriza aquilo que pode gerar complementaridade diluindo, também desse modo, aquilo que pode ser a combatividade das contraposições. No fundo o «bem comum» é o caminho certo na procura do bem pessoal e social numa aproximação à verdade do Bem e Belo que o ser humano procura atingir.

3. Numa sociedade chamada a atingir a maturidade cívica, todos os actores que procurem a promoção do «bem» que seja reflectido encontram-se no mesmo caminho do melhor para a viagem da humanidade. Dos muros construir pontes com a colaboração de todos, eis o palco onde todos os cidadãos humanos são convidados a serem actores. Demos força e espaço cultural e social aberto ao que (e a quem) pode (re)unir!

Alexandre Cruz

Dia Mundial do Mar: Recordar a aventura dos bacalhaus

Foto de Carlos Duarte
Foi hoje celebrado, na Universidade Sénior (US) da Fundação Prior Sardo, na Gafanha da Nazaré, o Dia Mundial do Mar. Nesta terra de marinheiros e de sabor a mar, comemorar esta data é recordar os feitos de quantos, ao longo dos tempos, assumiram a conquista do Atlântico Norte, para oferecer prosperidade ao país e às famílias que nasceram e se criaram à sombra das ondas marinhas.
O Capitão Manuel Correia, que carrega no sangue e na alma agruras, trabalhos e alegrias vividas no mar, ofereceu aos alunos da US uma resenha histórica da pesca do bacalhau, desde o século XV, evocando alguns portugueses que deram corpo à epopeia que tanto nos distinguiu, nomeadamente João Vaz Corte-Real e seus filhos (Gaspar Corte-Real, Miguel Corte-Real e Vasco Anes Corte-Real), João Álvares Fagundes e João Fernandes Lavrador, os quais, entre outros, assinalaram a presença dos portugueses nos mares da Terra Nova e da Costa do Lavrador.
Um filme feito pelo Capitão Correia – Mar e Pesca – foi momento de oportuna recordação de bravos oficiais e pescadores que enfrentaram, com tenacidade, a pesca do fiel amigo, quer nos dóris, quer nos arrastões. Homens que trabalhavam no espírito de entreajuda, com escaladores a competirem com sofisticadas máquinas de escalar, no número de peixes por minuto.
Esses tempos que já lá vão mostram à saciedade a coragem indesmentível dos marítimos da nossa região. Nem sempre, porém, nos lembramos deles, o que é uma grande injustiça.
Pretendeu-se, com esta iniciativa, evocar a epopeia que permanece viva na memória colectiva do povo do concelho de Ílhavo, partilhando histórias e factos, num ambiente de convívio, entre alunos, professores, dirigentes e funcionários da Fundação Prior Sardo. 
Paralelamente, uma exposição de fotografias, de Carlos Duarte, "Mar e Ria", ficará patente ao público, na sede da Fundação, até 30 de Novembro, de 2.ª a 6.ª feira, das 10 às 12 horas e das 14 às 17.30 horas.

F. M. 

Dia Internacional da Tolerância:16.11.09



A tolerância vem sempre ligada
a uma inteligência superior


Circulava, ao fim da tarde, de regresso a casa, numa rotunda movimentada, da Cidade Invicta, quando por obra do demo, deu um “beijinho”, num carro que lhe passava ao lado.
Às sete em ponto, é hora de ponta numa grande cidade e os automóveis são como formigas laboriosas a acarretar o grão para o formigueiro. Quantas vezes se fazem tangentes tão precisas e calculadas, pondo à prova a perícia do condutor, que e a rapidez e acrobacia de movimentos mais se assemelham a uma exibição de malabarismos de circo.
Neste particular, assistiu-se a uma secante, tendo-se excedido em mícrons do milímetro, os cálculos matemáticos.
A condutora teve ali, de imediato, a reacção cáustica e bem eloquente ao seu gesto inadvertido. O receptor do “ósculo”fez ali, publicamente e no meio do tráfego que transbordava das artérias, os “agradecimentos” efusivos de quem se sente afectado na sua privacidade de condutor independente. Os impropérios desferidos fustigaram mais que as bátegas da chuva numa noite de invernia. Não vou relatar o vocabulário usado, nem relembrar as emoções que ali vieram à flor da pele, pois ......é dever nosso poupar a língua de Camões a estes exercícios verbais.
Foi, verdadeiramente, um exemplo de pura intolerância e incompreensão, perante aquele toque suave, do roçar de um veículo noutro. Apenas refiro, a título de curiosidade que nem sequer ficaram gravadas na “pele” do parceiro, as marcas do “baton”!
Não quis inteirar-se das causas nem das motivações daquele desnorte, da condutora, que incautamente desferiu aquele “beijinho”. As preocupações, as amarguras de uma mãe, por breves instantes toldaram a vista, a atenção da condutora que deixou o carro perder-se no emaranhado dum trânsito caótico, à hora de ponta.
Vivemos num torvelinho de emoções, numa correria desenfreada para alcançar o quê? Corremos atrás do tempo, na ânsia desesperada de o agarrarmos....mas, esquecemos os outros, a sua realidade, a sua circunstância. Atropelamos os outros, a cada passo, a cada movimento, sem nos determos por segundos que seja, para tentarmos compreender a razão das coisas.
Desse desajuste, desse alheamento resulta uma grande erosão nas Relações Humanas, que se vão desvanecendo entre as pessoas. Os afectos são delapidados em nome dum individualismo estéril e cresce por aí, uma multidão de pessoas cheias de razão, mas solitárias e infelizes.
Preconiza-se uma maior interferência no mundo do outro, nas razões do outro, nas motivações que levam a determinados comportamentos e a determinadas atitudes.
A tolerância vem sempre ligada a uma inteligência superior, pois a vida demonstra como num exercício matemático, que só o ignorante é intolerante!

M.ª Donzília Almeida

13.11.09


domingo, 15 de novembro de 2009

Crucifixos e laicidade

1.Segundo os meios de comunicação, perante a queixa de uma mãe, Soile Lautsi, que, em 2002, exigiu a retirada dos crucifixos na escola pública de Vittorino da Feltre (Pádua), onde os seus filhos estudavam, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo, acaba de lhe dar razão - a escola pública não tem religião nem pode usar símbolos religiosos - e condena o Estado italiano a pagar-lhe uma multa de cinco mil euros por danos morais.
Esta decisão é considerada, por uns, como lamentável, por outros, como uma decisão histórica na afirmação da laicidade do ensino público e na defesa da liberdade individual em matéria religiosa na Europa. Na Itália, a sua rejeição parece bastante generalizada, o Governo italiano vai recorrer da decisão e o Vaticano está de acordo.
Em Portugal, em 2005, este tema prometia um balão de polémicas. Pela voz de D. Carlos Azevedo, então porta-voz da CEP, foi esvaziado com declarações muito descontraídas, cheias de bom senso, que não davam para alimentar a ira dos laicistas. Da parte do Governo também não houve nenhuma vontade de precipitação e, em várias instâncias, foi-se abrindo caminho para soluções que respeitem a laicidade, a liberdade de crer e não crer e a presença das religiões na escola pública, para aqueles que não as consideram fonte de alucinação.

2.Continuaremos, no entanto, confrontados com vários aspectos das problemáticas em torno desta questão, pois, nem o mundo nem a Europa esgotaram as suas surpresas nos séculos XIX e XX. Felizmente, dispomos, entre nós, de algumas referências que podem ajudar a não ser simplistas com soluções abstractas que não tenham em conta a complexidade do devir histórico das sociedades e mentalidades. Destaco uma obra incontornável, de perspectiva histórica, de Fernando Catroga, com prefácio de Anselmo Borges (1), e um texto indispensável de Eduardo Lourenço, elaborado nas fronteiras da história cultural, da filosofia e da teologia, lembrando que a laicidade não é inocente se não comporta distância em relação à tentação de se fechar sobre si como "discurso de verdade" (2).
A laicidade pode ser vista, antes de mais, como um processo histórico desencadeado como efeito da secularização, isto é, da perda de influência social da religião e da sua capacidade configuradora da história, manifestada na autonomia da ciência, da política, da filosofia, da economia e da própria moral. A partir do Vaticano lI, redescobriu-se oficialmente que a própria autocompreensão do cristianismo exige a autonomia das realidades temporais. Por outro lado, a essência da laicidade não está na separação entre o Estado e a Igreja ou a religião e a política e nem se limita, sequer, à questão religiosa. Como observa o historiador Émile Poulat, o que está em jogo na laicidade é, antes de mais, uma concepção do ser humano e o papel da consciência individual. O facto da separação da esfera civil e política da esfera religiosa e eclesiástica só atinge o seu verdadeiro sentido quando essa separação é posta ao serviço da primazia da consciência e da defesa da liberdade humana.

3.Não basta, por isso, considerar a laicidade como um valor e um património histórico, cultural e político comum à Europa e à cultura ocidental, ignorando a sua raiz e origem profundamente religiosas e, concretamente, cristãs. Foi nesse contexto que nasceu e se desenvolveu. É difícil compreender a sua génesis e sentido fora da matriz que o cristianismo lhe proporcionou.
É certo que os processos de laicidade e sua implantação se desenvolveram em confrontações abertas com a religião e com a Igreja, rompendo com a sua abusiva tutela. Apesar dessa beligerância, não se pode esquecer que as noções de pessoa e humanismo, de autonomia e liberdade e direitos humanos ou da própria noção de separação do poder político e religioso só se tornam compreensíveis a partir da tradição cristã e judaico-cristã. Para Marcel Gauchet, como para vários outros analistas, a concepção laica da realidade do mundo, da natureza e do vínculo social constituiu-se, essencialmente, no interior do campo religioso, alimentou-se da sua substância e encontrou, aí, o meio para desabrochar como expressão das suas virtualidades fundamentais.
O quadro dualista, em que se tem movido a confrontação entre Igreja e Estado, religião e política, tornou-se insuficiente para entender as novas formas de expressão religiosa, a visibilidade pública da fé e as manifestações públicas do religioso no mundo actual. Como nota o já citado Émile Poulat, "a Igreja e a religião perderam o estatuto público de que gozavam no espaço público e, com ele, deixaram de ser um poder, mas encontraram um lugar legítimo na sociedade civil - essa grande família de corpos intermédios entre o Estado e os cidadãos - a partir do qual podem continuar a ser uma autoridade. Serão referências, tanto mais autorizadas e desejadas, quanto mais afastarem qualquer tentação de dominação política, social, cultural, económica ou religiosa".
O seu reino não é o das querelas de imagens, mas o seguimento do Crucificado no serviço dos excluídos.

Frei Bento Domingues

(1) Entre Deuses e Césares, Coimbra, Almedina, 2006.
(2) Religião - Religiões - Laicidade, in Europa e Cultura, Gulbenkian, 1998, pp. 71-78.


Tribunal Europeu dos Direitos Humanos: Sempre há cada decisão mais ridícula e fundamentalista...




A CRUZ
um símbolo de abertura e de fraternidade


O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos alega que a presença de crucifixos pode perturbar crianças de outras confissões, argumento que o Padre Querubim Silva diz ser falacioso por entender que o crucifixo é, acima de tudo, um símbolo de abertura e de fraternidade.
Em entrevista à Renascença, o Padre Querubim Silva faz duras criticas aos responsáveis por esta decisão e desafia mesmo os católicos a saírem à rua para afirmarem as suas convicções.
“Não é uma questão de brincar com o direito à indignação é uma questão de afirmar o direito à diversidade e à identidade própria. Trata-se simplesmente do respeito pela pluralidade (…). Os cristãos saíram à rua já algumas vezes e saíram com razão, e isso deu resultado”, afirma o representante da CEP no Conselho Nacional de Educação.
O apelo do Padre Querubim Silva é subscrito por Carlos Aguiar, presidente da Associação Famílias, que considera “idiotas e falaciosos” os argumentos do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
"Se as crianças ficam traumatizadas pela presença do crucifixo, então os pais têm de tapar os olhos às crianças para que elas nas ruas não vejam os inúmeros símbolos que falam de Cristianismo, em todas as pequenas e grandes cidades e nas aldeias desta «velha» Europa”, sustenta Carlos Aguiar.
O presidente da Associação Famílias desafia os cristãos a trazerem a cruz consigo de forma visível: “nós não temos de ter medo, nós temos a razão do nosso lado, temos a nossa Fé, Cristo para os não crentes foi um homem que só fez bem, que pregou o amor, não temos que ter vergonha de aceitar a cruz como o sinal máximo da nossa Fé”.

Nota à margem da notícia da RR: Nas próximas semanas vamos mostrar, com o sinal da cruz ao peito, quer como jóia, quer com a maior simplicidade, a nossa convicção e a nossa fé, sem provocações e sem excessos mas sem medos.

NOTA pessoal: Recebi esta nota, com a qual concordo plenamente. FM

Crónica de um Professor: Os alunos tinham a correr-lhes nas veias a força do mar





Acerca da diabetes

"Menos sal, menos açúcar, mais saúde!" 
 lia-se em grandes caracteres,  naquele poster afixado na parede

Foi no seu périplo pelo país, no exercício da sua profissão docente, que fez uma paragem por terras de José Régio. À memória acorrem, imediatamente, os versos que na sua colectânea de textos de “Língua e História Pátria”, desde menina, a haviam cativado. Pelo ritmo, pela musicalidade. Recitava-os mentalmente, sempre que o nome dessa localidade vinha à baila, ou quando, naquele ano, passava junto à antiga moradia do poeta.

“Vila do Conde espraiada, entre pinhais, rio e mar Lembras-me Vila do Conde, Já me ponho a suspirar!”

Foi numa zona piscatória, as Caxinas, com um contexto social muito semelhante à nossa Costa Nova, que passou um biénio da sua longa peregrinação
Os alunos eram vivos, muito participativos e tinham a correr-lhes nas veias, a força do mar. Mas, tal como o mar, tinham o encanto e a beleza das grandes forças da natureza. Exigiam muito do professor, mas quando este chegava até eles, tinha-os completamente nas mãos. Eram vivaços e aventureiros e já tinham a sabedoria que as asperezas da vida conferem. Um dia, até surpreenderam a teacher, ao oferecerem-lhe ali, de mão beijada, um punhado de “beijinhos”!
Foi na escola destes Caxineiros, que a observação daquele slogan haveria de marcar a professora para o resto da vida. De forma incisiva e fácil de memorizar, se fazia a apologia de uma vida saudável, sem soar a proibição! Teve muito mais impacto a conjugação daquelas palavrinhas simples, numa espécie de raciocínio matemático, - por – dá +!
A sua relação com a Matemática, com os números, nunca foi muito chegada, o que já aqui ficou patente, nunca lhe descobriu o verdadeiro encanto, mas alguma coisa sempre ficou desse raciocínio de álgebra. Para fazer-se entender, a sua antiga professora, desta disciplina, usava uma linguagem acessível e fácil de assimilar por todos: fome de fome dá fartura.......ou seja – por – dá +!
E...  levando para a vida prática este ensinamento, ali propagado no slogan, a teacher tão bem o aplicou, que nunca sofreu de obesidade, nem de hipertensão e... taquicardia.... só em momentos muito pontuais... quando tem encontros imediatos de 2.º grau (!?) Mas estes... só começaram a ocorrer neste século XXI, que ainda está na  1.ª década da sua vida!

M.ª Donzília Almeida

Recordando Piódão


Piódão

Fui, há bastante tempo, a Piódão. Era um Verão quente e seco, de céu claro e convidativo à contemplação da paisagem desabitada. Uma ou outra casita e uma ou outra aldeia semeadas nos horizontes possíveis deslumbram sempre os da beira-mar. Foi o caso. Uma semana depois, mais dia menos dia, um fogo terrível matou securas e verduras daquela natureza virgem,  deixando tudo mais pobre,  onde a reflexão nos alimenta a alma, fixando-se no nosso ADN.
Uma leitora ocasional do meu blogue topou este meu espaço e procura informações. Tanto bastou para que neste domingo triste, com frio de Inverno a alertar-nos para o que aí vem, eu pudesse reviver esse passeio. Por isso este texto e esta fotografia que na altura registei para mais tarde, como hoje, recordar.

FM

D. António Francisco ministrou o sacramento do Crisma na Gafanha da Nazaré


Matriz da Gafanha da Nazaré

A sociedade actual precisa
cada vez mais do contributo da Igreja






Participei ontem. sábado, 14, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, na eucaristia das 19 horas, enriquecida pela presença do nosso Bispo, D. António Francisco, que ministrou o sacramento do Crisma a 54 jovens, um dos quais, o Rodrigo, foi baptizado. No início, D. António dirigiu-se à entrada do templo, para convidar o Rodrigo a entrar na igreja, iniciando assim a sua integração na comunidade católica, de forma oficial.
Foi uma cerimónia bonita, graças à participação de todos, os quais  mostraram a alegria do ser cristão, de pleno direito, assumindo a tarefa diária de testemunhar Jesus Cristo.
D. António Francisco convidou os crismandos a celebrarem a vida e a esperança, empenhados na aceitação e promoção da verdade e da fé. E depois de lembrar a preparação que receberam ao longo de 12 anos, o nosso Bispo manifestou a certeza de que, com os dons do Espírito Santo, hão-de afirmar a sua “disponibilidade consciente para a missão”.
Reconhecendo que muitos crismandos presentes já se sentem “empenhados na Igreja”, estando “despertos para este tempo novo de renovação, que nos diz que todos somos necessários”, o Bispo de Aveiro frisou que a Igreja está a desenvolver os seus projectos “num quadro cultural diferente”, enquanto procura “ler, atentamente e com esperança os sinais dos novos tempos”.
Sublinhou, a dado passo da sua homilia, que “é e será sempre ao ritmo da missão que se intui e descobre este novo rosto da Igreja, fiel ao ensinamento de Jesus transmitido aos Apóstolos, atenta à escuta da Palavra de Deus e assídua à celebração da fé e dos sacramentos”.
“Celebrar o sacramento do Crisma significa retornar ao dia de Pentecostes e daí partir para que o Senhor Ressuscitado nos comunica pelo Espírito”, disse D. António.
Entretanto, afirmou que estamos numa paróquia onde se vive o imprescindível espírito comunitário, numa demonstração de que essa experiência de comunhão “abre uma dimensão feliz à pessoa que em nós habita, educa as famílias para o dom e para a gratuidade", gerando o dinamismo do apostolado.
Afirmou que, “enquanto não desvendarmos que por aqui passa necessariamente a maturidade da fé, dificilmente seremos sal da terra e luz de um mundo novo”. A sociedade actual precisa cada vez mais do “contributo da Igreja a iniciar na família cristã, a percorrer o tempo da catequese e da escola, a entusiasmar o tempo e o agir dos jovens e a permanecer e consolidar ao longo de toda a nossa vida”, referiu.
Ainda salientou o facto de se estar a viver o Ano Sacerdotal, convidando os presentes a aceitarem o “compromisso da oração, afecto e generosidade, e uma abertura imensa de todos a uma nova cultura da vocação e a um novo sentido do ministério em que as famílias se abram ao chamamento de Deus para o ministério presbiteral e para a vida consagrada e missionária”.

Fernando Martins

Uma boa notícia para este domingo chuvoso



Ateus e religiosos unidos em torno da Compaixão

Uma cerimónia, reunindo ateus, agnósticos e representantes das várias religiões e credos marcou, este domingo, o ponto alto das celebrações, em Portugal, da “Semana da Compaixão”.
A ideia foi lançada, em Fevereiro do ano passado, por Karen Armstrong, uma ex-freira católica que se tem dedicado ao estudo das religiões monoteístas.
Armstrong centra-se nos aspectos comuns das três religiões abraâmicas -- cristianismo, judaísmo e islamismo --, tendo concluído que, no âmago delas, está a compaixão, o que a tem levado a tentar fazer com que os crentes redescubram este valor fundamental.

Fonte: RR

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 157

BACALHAU EM DATAS - 47




ACTIVIDADE PLENA NOS ESTALEIROS

Caríssimo/a:

1946 - «Em 1946, estava reunida a maior frota portuguesa para a pesca do bacalhau. Era composta por 55 navios, incluindo seis arrastões, onde a maior parte estava equipada com TSF, motor e frigorífico. As carreiras da CUF, Mondego e Gafanha da Nazaré “encontravam-se em actividade plena”.» [Oc45, 113/114]

«Adquirida a especialidade de trabalhos com navios-motor, em 1946-1947, os Estaleiros Navais do Mondego, L.da fizeram trabalhos no casco do lugre-motor LUSITÂNIA, adaptando-o a navio-motor através da aplicação de castelos e superestruturas de ferro.» [Oc45, 116]

«Entre 1946 e 1948, os Estaleiros Navais do Mondego modernizam-se e ampliam as suas instalações, possuindo três carreiras com capacidade de construir barcos até 3000 t e 500 operários em laboração.» [Oc45, 116]

1948 - «Neste ano iniciou-se a construção, nos Estaleiros Navais do Mondego, em ferro, do novo COMANDANTE TENREIRO, para a “Lusitânia Companhia de Pesca”, em substituição do navio-motor do mesmo nome, que havia naufragado na sequência de uma colisão com um iceberg, investimento que rondou os 17.000.000$00. Os primeiros rebites desta nova unidade foram cravados em cerimónia festiva pelos Ministros da Marinha e da Economia, pelo patrono da nova unidade, Comandante Henrique Tenreiro e pelo Prof. Doutor Bissaya Barreto, em representação do Conselho de Administração dos estaleiros...» [Oc45, 116]

«...[T]erminava assim a construção de navios em madeira para a pesca do bacalhau na Murraceira. Agora as construções eram em aço Siemens Martin, como o COMANDANTE TENREIRO, com 71 m de comprimento, 2.200 t de deslocação e capacidade para 1.080 t de bacalhau. Era um navio moderno, equipado com radar, radiotelegrafia, telegrafia, sondas ultra-sonoras, guinchos americanos, aquecimento, frigoríficos e um motor B&W de 1.200 CV. Este arrastão foi a primeira grande construção em ferro dos Estaleiros Navais do Mondego e ao mesmo tempo a “última palavra” em termos de progresso nas construções navais do género. O bota-abaixo deste navio foi a 12 de Maio de 1949.» [Oc45,. 117]

São da Figueira 9 dos 54 navios da frota bacalhoeira.

Manuel

As árvores acompanham o ritmo do tempo...



A FIGUEIRA DOS REBENTOS NOVOS



As árvores acompanham o ritmo do tempo e dão sinais que manifestam o presente e anunciam o futuro. Constituem observatórios do que está a ocorrer ou se avizinha. Conservam as marcas do passado como registo de uma história que se faz vida, ora hibernada, ora pujante de energia. São portadoras de uma seiva que desvenda horizontes profundos e amplos, evocadores de forças que ultrapassam o ser humano e o lançam na busca do Infinito.

Assim acontece com a figueira dos rebentos novos. É uma árvore muito apreciada pelos judeus, juntamente com a oliveira e a videira. Jesus recorre a ela para dar alguns elementos sobre a mudança de estação, o final dos tempos, o fim da história, o futuro definitivo de tudo quanto existe, especialmente da humanidade.

“Aprendei a parábola da figueira” – diz aos discípulos amedrontados com o que estavam a ouvir em linguagem alternativa própria de iniciados. E continua: “Quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo”.

Estes sinais são acessíveis a qualquer observador experiente. O futuro está contido germinalmente no presente, sendo necessário descobrir e potenciar a sua energia. De contrário, as linguagens da natureza, onde se espelha as de Deus, passam despercebidas ou são desvirtuadas. E a mensagem portadora de boas notícias para cada geração surge incompreensível e desumana. Provoca medo, rejeição e indiferença.

A parábola mostra a figueira a querer deixar o Inverno da letargia, do adormecimento das energias, das rotinas de manutenção, do conservadorismo estéril, da imagem despida e sem atracção, da aparente morte portadora de vida. Constitui um reflexo significativo de tantas situações da sociedade: no tempo de Jesus e no nosso, também.

O Inverno, como fonte de riqueza e estação de serviço à vida, está encoberto por densas nuvens de desatenção e banalidade. E a sua função de laboratório de energias germinais passa despercebida e sem qualquer utilidade.

A exortação-convite de Jesus aponta noutra direcção: a da primavera da vida. Olhai os sinais novos, vede os rebentos a surgir, observais as folhas a despontar, a seiva pujante a “chorar”. Dai conta que um mundo novo está em gestação, que tantas sementes de vida estão a germinar. Cultivai uma visão positiva e optimista da realidade que vos envolve. Apreciai os valores emergentes e dai as mãos aos que, sem descanso, lutam por uma sociedade justa, solidária e equitativa.

O “choro” da figueira é sinal do contraste que em si está a ser operado: a vida nova precisa de espaço para brotar e se expandir, mas depara-se com limitações impostas pela situação do tronco e dos ramos. As medidas “cirúrgicas”, como podas e arranque dos “ladrões”, surgem como garantias de vitalidade fecunda e da nova estação que se avizinha. Este “choro” é mais de ganhos que de perdas, de transformação que de destruição, de vida que de morte. Será um eco prolongado do “choro” das mamãs na hora do parto. A alegria do bebé nascido e a esperança de uma vida feliz compensam abundantemente o sofrimento daquela fase de transição.

Georgino Rocha

sábado, 14 de novembro de 2009

Festas de Natal




Jantar de convívio
do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré


No dia 12 de Dezembro, pelas 20 horas, num restaurante da nossa cidade, vai realizar-se o tradicional jantar-convívio de Natal do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Aos membros do grupo, dirigentes, cantadores, músicos, dançadores, e demais colaboradores, costumam associar-se os nossos autarcas, numa significativa manifestação do apoio, que nunca regatearam a esta instituição.


Clube Stella Maris organiza Almoço Solidário

A obra do Apostolado do Mar, através do Clube Stella Maris, com sede na Gafanha da Nazaré, está a organizar um Almoço Solidário, destinado a algumas pessoas carenciadas, apoiadas por instituições. Também participam  pessoas que vivem o drama da solidão e da pobreza envergonhada. O almoço vai ter lugar no dia 19 de Dezembro, pelas 13 horas, na sede do Clube Stella Maris, esperando-se a presença de 100 participantes.

Mãe de todas as ciências, a filosofia não é uma ciência no sentido estrito...


O Dia da Filosofia

No próximo dia 19, celebra-se o Dia Internacional da Filosofia. Para chamar a atenção para a sua importância fundamental.

Mas, afinal, o que é e para que serve a filosofia? D. Huisman e A. Vergez, numa bela introdução à sua temática, escrevem, não sem razão, que há duas palavras que fazem do Hamlet "a peça filosófica por excelência". Primeiro, há o famoso solilóquio: "To be or not to be: that is the question" - ser ou não ser: eis a questão -, e, depois, quando Polónio pergunta a Hamlet o que lê, este responde: "Words... words... words" - palavras... palavras... palavras... Alguns pensarão que a filosofia não passa de um jogo de palavras. O que é facto é que a filosofia tem como questão essencial o ser: "Porque há algo e não nada?"
Mãe de todas as ciências, a filosofia não é uma ciência no sentido estrito, como hoje a entendemos. Daí que nenhum dos sistemas filosóficos obtenha consenso universal. Assim, quem não toma atenção, ao olhar para a história da filosofia, pode ter a sensação de um montão de ruínas. Mas o filósofo é isso mesmo: filósofo. Não é sábio, mas amante da sabedoria. K. Jaspers acentuou: a filosofia "trai- -se a si mesma quando degenera em dogmatismo, num saber fixado numa fórmula, definitivo, completo. Fazer filosofia é estar a caminho; as perguntas em filosofia são mais essenciais do que as respostas e cada resposta converte-se numa nova pergunta".

Anselmo Borges

Ler todo o texto aqui


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Passo ecuménico muito importante

Reconhecimento mútuo do Baptismo

O Presidente da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé e Ecumenismo apresentou uma proposta de reconhecimento mútuo do Baptismo pela Igreja Católica e por outras comunidades cristãs não católicas, com as quais tem mantido diálogo habitual. A Assembleia da CEP manifestou-se a favor de que este reconhecimento mútuo seja extensivo também aos cristãos ortodoxos. Anunciou que, como habitualmente, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, realizar-se-á de 18 a 25 de Janeiro próximo, com o tema “Sereis testemunhas destas coisas (Lc 24, 48)”.


Efeméride: Paulo VI oferece uma tiara aos pobres




13 de Novembro de 1964

Nesta data, o Papa Paulo VI ofereceu, numa cerimónia solene na Basílica de S. Pedro, a sua tiara aos pobres. Gesto inesperado, mas dum simbolismo extraordinário. Porquê? Porque a Igreja de Cristo, que é Mestra e Mãe, não pode nem deve ostentar riquezas, tanto na forma de estar e de ser, como na maneira de se apresentar. A humildade que tantos pregam e a opção preferencial pelas pobres que se aconselha não casam bem com luxos exagerados. O exemplo de Paulo VI precisa de ser repensado.

Missão Sorriso 2009: a solidariedade em marcha




Como sabem a Missão Sorriso todos os anos costuma oferecer equipamento a Hospitais da sua área que tenham Serviço de Pediatria.

Este ano o procedimento foi diferente. Cada hospital interessado teve de se candidatar com um projecto, sendo que só os projectos vencedores é que beneficiam desta iniciativa da Missão Sorriso.
Este ano, apenas cinco unidades serão seleccionadas.
A edição MISSÃO SORRISO 2009 integra uma votação on-line. Os projectos/hospitais mais votados passarão à fase seguinte.  Basta clicar aqui e votar.
Puxando a brasa à minha sardinha (uma vez que o hospital de Ponda Delgada não foi um dos seleccionados) podem sempre votar no hospital de Aveiro que é o Infante D. Pedro

Alda Casqueira

Nota: A Alda, dona do Miminhos e Carinhos, teve a gentileza de me enviar este alerta-desafio, a todos os títulos louvável. E já agora, minha cara Alda, convence a tua filhota a gostar desta nossa terra, como todos os gafanhões gostam.

FM

Poesia para começar o dia

Devaneio

Como um ser alado
Voo no tempo.
Abrevio distâncias
Sonho quimeras.
Deponho um ósculo
Na tua face
Sulcada de amargura!
Actualizo
Os silêncios forçados
Repassados de ternura!

M.ª Donzília Almeida

O Fio do Tempo: Há que derrubar os muros da desesperança



As côdeas de broa

1. O ambiente emocional anda muito por baixo. Quem ouve de carro na estrada os fóruns da participação pública nas rádios mais conceituadas do país fica alarmado com o panorama da (des)motivação. Parece nem tanto perturbar o fenómeno da pobreza ou da crise, mas afirma-se bem mais preocupante o cenário relativo aos baixos índices da desconfiança confirmada por cada caso de corrupção que vem à ribalta. Junta-se a esta feira a indecisão das hierarquias dos poderes na área da justiça e os sucessivos relatórios que colocam Portugal em condições muito difíceis… É verdade que em nada se pode avançar sem os devidos diagnósticos, mas o contínuo mergulho no pessimismo persistente também pode afogar as centelhas de esperança vitais para a sobrevivência. É mesmo preciso dar o «salto» (trans)formador.

2. A certa altura na rádio alguém falava da nova classe política (é sempre mais fácil descarregar para cima dos outros…?!) como apresentava referências pouco elogiosas às novas gerações… que não comeram «côdeas de broa» e que não passaram as «passas do Algarve»! Retirando os excessos verbais provindos da força da emoção, valerá a pena pensar em como vamos conseguindo (ou não) passar os grandes valores, como vai caminhando (ou não) o diálogo de gerações, como conseguimos (ou não) aliar a inovação sedutora à tradição da alma das gentes. Sem transições saudáveis podem-se gerar grandes ilusões e mesmo impulsos que representem o queimar de etapas rumo ao vazio... Talvez do pão de broa o salto tenha sido dado mais para o «hambúrguer» que para o pão de trigo.

3. Diante dos cenários de desigualdade, de desemprego, de crise… o tempo perdido na contemplação do pessimismo e da derrota é factor que não traz nada de novo porquanto desmotiva e impede o futuro de ser diferente. Há que derrubar os muros da desesperança, despertar energias motivadoras, criar o imperativo ético límpido finalizador das corrupções. Que cidadania somos?



quinta-feira, 12 de novembro de 2009

António Guterres na lista dos mais poderosos do mundo

"António Guterres é o único português que consta na lista das pessoas mais poderosas do mundo da revista Forbes, e surge mesmo à frente de Hugo Chavez. Barack Obama, como seria de esperar é o mais poderoso de todos.
A lista da Forbes, das pessoas mais poderosas do mundo, conta com 67 personalidades, desde responsáveis governamentais a empresários. António Guterres, ex-primeiro-ministro português e actual Alto Comissário para os Refugiados das Nações Unidas, surge em 64ª posição, à frente de Hugo Chavez, presidente da Venezuela e que ocupa o último lugar.
A liderar a lista está, como seria de esperar o presidente dos EUA, Barack Obama, seguido pelo presidente da China, Hu Jintao, e pelo primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin.
Na lista ainda nomes como o Papa Benedicto XVI, os presidentes das autoridade monetárias norte-americana e da Zona Euro, Ben Bernanke e Jean-Claude Trichet e Osama bin Laden, entre outros."