terça-feira, 23 de maio de 2017

Diáconos Permanentes de Aveiro celebram aniversário de ordenação

Luís Pelicano, Fernando Martins, Augusto Semedo, D. António Moiteiro, Fernando Reis, Joaquim Simões e Afonso Henrique 

Os primeiros diáconos permanentes (DP) da Diocese de Aveiro celebraram ontem, 22 de maio, o 29.º aniversário da ordenação, num encontro-convívio, depois da Eucaristia presidida pelo nosso Bispo, D. António Moiteiro, na igreja matriz de Travassô. Marcaram presença os DP Augusto Semedo, Afonso Henrique, Fernando Reis, Luís Pelicano, Joaquim Simões e Fernando Martins. As esposas dos DP também participaram, exceto a de Fernando Martins, por razões de tratamentos e consulta médica. Associaram-se ainda o pároco de Travassô, Padre Júlio Grangeia, e o Padre Hélder Ruivo, pároco de Requeixo. 

A igreja, quando chegámos, estava asseada. Organista com grupo coral pronto para animar a Eucaristia e membros da comunidade local na assembleia. O sinal evidente do cuidado posto na receção estava dado. O Padre Júlio, um pioneiro a nível eclesial da utilização das novas tecnologias de informação e comunicação, não brinca em serviço. E a missa deste dia, como as demais da sua comunidade, pôde ser seguida em todos os quadrantes da terra. Sinais dos tempos que muitos teimam em postergar teimosamente. E para melhor se enquadrar no corpo diaconal, que lhe tem «passado ao lado», o pároco de Travassô referiu que até fez pesquisas que, de alguma forma, o elucidaram. 
Gostámos de sentir esta espontaneidade e franqueza do Padre Júlio. Obrigado pelo acolhimento, simpatia e visão de futuro, capaz de projetar o sentir da Igreja no mundo dos homens e mulheres dos nossos dias e para os dias dos nossos vindouros. E apreciámos a sua franqueza quando nos disse, no final do almoço, que este nosso encontro foi para si uma lição, que o vai levar a estar mais atento à realidade que é o corpo diaconal da nossa diocese. «Apreciei a vossa fraternidade, a vossa espontaneidade e amizade, uma realidade que me tem escapado», disse. 

Ponto alto do encontro-convívio foi, indubitavelmente, a Eucaristia, centro indelével do nosso viver cristão e ponto de partida para a ação consequente. O nosso Bispo apresentou os DP do primeiro grupo da Diocese de Aveiro, um a um, dando nota do que fazem no seu dia a dia. Uns mais ativos e outros no silêncio e na oração, como tem sido a vida do nosso bom amigo Augusto Semedo, em fase de recuperação de um AVC que sofreu. Perfeitamente lúcido, apenas limitado, em alguns aspetos, na locomoção. Esteve presente, acompanhado da esposa e filha, mas também, garantidamente, nas preces de todos os colegas e amigos.

D. António evocou os DP que já faleceram, o Carlos Merendeiro, o Daniel Rodrigues e o João do Casal, presentes nas nossas memórias por tantas vivências partilhadas connosco, mas ainda, de forma especial, nesta celebração eucarística. Um filho do Carlos, o Jorge, fez questão de se associar a nós em representação de seu pai, gesto que apreciámos. 
D. António Moiteiro, à homilia, ofereceu-nos uma reflexão em torno do encontro de Paulo com Lídia, registado nos Atos dos Apóstolos, a tal negociante de púrpura da cidade de Tiatira [cidade da atual Turquia] que aceitou Jesus Cristo. Foi batizada juntamente com a família e convidou o Apóstolo para ficar em sua casa. E D. António partiu desse sentido de proximidade de Paulo, que procurou estar com as pessoas concretas no local em que se encontravam, para concluir que «a Igreja tem de aprender» e aplicar este método, levando à prática os conselhos do Papa Francisco que nos alertam para a urgência de sermos «uma Igreja em saída». Importa — afirmou o nosso bispo — mostrar que «Jesus é o rosto visível de Deus» para nós e para os nossos irmãos, acrescentando que, «quanto mais nós formos de Deus, mais verdadeiramente seremos o rosto de Deus para os nossos irmãos, os homens e mulheres do nosso tempo, e sinal para a humanidade». 

Fernando Martins



domingo, 21 de maio de 2017

Precisamos de um outro planeta para viver


«O físico britânico Stephen Hawking defende que temos apenas um século à nossa frente para encontrar um novo planeta onde possamos viver, se quisermos que a espécie humana sobreviva, explicou o cientista no programa da BBC "O mundo de Amanhã", citado pela revista Wired. São vários os factores que nos obrigarão a essa busca se quisermos sobreviver: alterações climáticas, a possibilidade de queda de um asteróide no planeta, epidemias e crescimento da população.»

Li aqui 

Nota: E andamos nós todos atarefados e ocupados com banalidades, quantas vezes, quando devíamos começar a pensar no futuro da humanidade. Eu sei que durante 100 anos nasce e morre muita gente, tal como acontece com as mais extraordinárias e impensáveis tecnologias e ciências, mas mais vale prevenir que remediar. Pelo sim pelo não vamos indo e vendo. 

F.M. 

Abertura a Deus




«A abertura a Deus dá credibilidade amor. Acolher, escutar, compreender, perdoar, eleger e viver inspirado no Evangelho. Não colocar limites à Misericórdia. Haverá sempre momentos difíceis, necessitamos sempre de purificação. No fundo, prestar ainda mais atenção ao ser Pessoa entre tempos e espaços divididos. Solidão e comunhão em todas as relações.»

Pedro José 

Li aqui 

Fátima, que futuro? (2)

Crónica de Frei  Bento Domingues no PÚBLICO


«Só vale a pena falar no futuro de Fátima se aquele santuário contribuir para criar muitas e variadas iniciativas espirituais e culturais, que convençam os peregrinos a dizer: qual é a minha periferia?»

1. É cedo para fazer um balanço da última peregrinação à Cova da Iria. As televisões têm o país colonizado pela cultura omnipresente e omnipotente do futebol. Durante dois dias, sem a esquecer, voltaram-se todas para o Papa, para os Pastorinhos, para Fátima e parecia que nunca mais se calavam, mas ainda tiveram tempo para celebrar o triunfo de Salvador Sobral no Festival da Eurovisão. Graças sejam dadas a todas e todos que elevaram o ego nacional.
Nesta crónica, interessa-me reflectir sobre o futuro de Fátima. Dizem que já dispomos de bases seguras para fazer a história dos acontecimentos de 1917 e o seu desenvolvimento até aos nossos dias. Seja. É indispensável perguntar: em que ponto está a crítica teológica das representações religiosas dessa época, na sua continuidade e nas suas alterações? É verdade que a menoridade da reflexão teológica, no Portugal do séc. XX, não permitia altos voos. O bispo Manuel Almeida Trindade já sublinhou a sua triste ausência no Vaticano II: ausência na preparação, na participação e na aplicação.
Em Fátima, embora à margem do santuário e não só, já existiu um centro importante de Filosofia e Teologia (Studium Sedes Sapientiae), cursos de Verão de Teologia (ISTA) e uma importante livraria, Verdade e Vida, a maior referência a nível do país, para se entrar no espírito e na letra do Vaticano II. No quadro da reforma litúrgica, nasceram aí audaciosas inovações pela iniciativa de frei José Augusto Mourão, O.P.
Todo esse ambiente, com um professorado internacional, permitiu, além do mais, o acolhimento e o diálogo com personalidades da cultura. Jean Guitton, Gabriel Marcel, Stravinsky, Vitorino Nemésio, Miller Guerra, etc., são apenas algumas lembranças do meu tempo de estudante.

2. Como já lembrei nas últimas crónicas, o papa Francisco, antes de vir a Fátima, tinha publicado uma carta apostólica, em forma de motu proprio, pela qual inscreveu os santuários no Pontifício Conselho para a Nova Evangelização. Insisto neste facto para que a sua importância, os seus objectivos e exigências, que lhe são apontados, comecem a ser vividos e praticados em Fátima. É de notar que a perspectiva do Papa é uma aplicação concreta do Evangelho da Alegria, o programa do seu pontificado.
Nos dias 12 e 13, J. Bergoglio deu o exemplo do que pode e deve ser a realização do programa que apontou para a evangelização dos santuários. Com uma arte genial enxertou, em narrativas gastas, a novidade do Evangelho. Como tinha passado um ano inteiro a falar da misericórdia de Deus, não tinha espaço mental e afectivo para continuar a repetir as ameaças da Cova da Iria. Escreveu e disse outra coisa. Na crónica do domingo passado, respiguei o que me pareceu mais acutilante e novo em todas as suas intervenções.
É, sem dúvida, importante escutar e debater esses textos na íntegra, mas não basta! Há uma expressão conhecida: um dedo que aponta o céu e as pessoas olham para o dedo. O que importa é a pergunta: quais foram as representações teológicas, melhor dito, as inovações metafóricas da sua linguagem cristã e as direcções de acção evangelizadora na sua vertente de anúncio do Evangelho e de transformação da sociedade? Igreja de saída para onde? Só para os cristãos ou para “todos os [seus] irmãos no baptismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e os desempregados, os pobres e os desempregados”?
Dir-se-á que Fátima está feita e que não há mais nada a fazer. Sob certo ponto de vista, seria um desastre que os clérigos e os clericalizados, ignorantes por profissão, tentassem impor os seus conceitos moralistas e canónicos a uma população que vai a Fátima porque sabe onde lhe dói e onde procura esperança. Seria pior a emenda do que o soneto. Deixem Fátima ser um lugar de liberdade pessoal.
Dito isto, nada está feito. Como desenvolver as perspectivas apontadas pelo Papa acerca de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, da Igreja e de Maria? Não digo que seja necessário fundar uma nova faculdade de teologia em Fátima, mas é indispensável que o santuário promova seminários, colóquios, debates, publicações que desenvolvam uma nova teologia em plena liberdade. 
A preparação de peregrinações precisa de uma teologia narrativa dos mistérios do Rosário que não seja apenas a repetição de Pai-Nossos e Ave-Marias, introduções ao sono, quando deviam ser aberturas aos sonhos e aos trabalhos de um mundo novo.
A mariologia não pode continuar como catálogo dos privilégios de uma Senhora, ainda que seja mais brilhante do que o Sol. Alguns passos, sobretudo do ponto de vista bíblico, já foram dados. Fr. Edward Schillebeeckx, O.P., poucos anos antes de morrer, traçou as linhas de evolução da mariologia desde 1954 e as perspectivas que ele tentou abrir para o futuro. É necessário rever toda a tradição dos títulos que foram atribuídos a Maria, Mãe de Deus. O Espírito Santo não pode ser posto de lado.

3. Fátima, no seu conjunto, não é a realização de uma grande ideia de beleza. Alguns remendos, por mais interessantes que sejam, não conseguem superar deficiências de raiz. 
Como diz o documento sobre os santuários, importa a sua valorização cultural e artística, segundo a via pulcritudinis, como modalidade peculiar da evangelização da Igreja. Para limpar o comércio da fealdade religiosa, não seria possível criar uma escola de artes plásticas, de música, de teatro para encontrar novas linguagens da beleza da fé?
Desde o princípio se diz que Fátima está confrontada com os problemas da guerra e da paz. É indispensável rezar para erradicar as raízes, as causas e as consequências dos conflitos. Dado o alcance mundial da mensagem de Fátima, não seria urgente criar, nos seus espaços, uma “Universidade da Paz”, não só ecuménica e inter-religiosa, mas aberta a todos os humanos de boa vontade?
Dir-se-á que estou a pedir demasiado a um lugar que é de acolhimento para rezar, cumprir uma promessa, acender uma vela e cantar um adeus nostálgico a Fátima. O Papa pediu muito mais. Exigiu uma mobilização geral contra a indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar.
Só vale a pena falar no futuro de Fátima se aquele santuário contribuir para criar muitas e variadas iniciativas espirituais e culturais, que convençam os peregrinos a dizer: qual é a minha periferia?

sábado, 20 de maio de 2017

PAPA FRANCISCO — A Revolução Imparável

Um livro oportuno de António Marujo e Joaquim Franco 
Apresentação de D. António Francisco e Mónica Baldaque
Moderação de Jorge Gabriel 


HUGO COELHO — um gafanhão na liderança do Beira-Mar


Hugo Coelho, meu vizinho e amigo, que conheço desde menino, vai ser o novo presidente do velhinho Beira-Mar. Tudo indica que sim, já que há uma lista única candidata aos órgãos sociais.
Não ando muito por dentro do mundo do futebol, mas sei que o Beira-Mar foi, em tempos que já lá vão, um clube que tinha nas Gafanhas muitos sócios e simpatizantes, pelo seu historial desportivo, com várias modalidades. Os tempos são realmente outros e de repente, por artes nem sei de quê, o velhinho Beira-Mar caiu em desgraça. Vai agora, ao que julgo, renascer para gáudio dos seus simpatizantes e torcedores, sob a liderança de um gafanhão, cujos méritos de trabalho e gestão bem conheço.
Tenho cá um palpite que o Hugo vai ter algumas dores de cabeça, sobretudo quando o Beira-Mar tiver de enfrentar o Grupo Desportivo da Gafanha, que antigamente foi e ainda é, sem dúvida, um viveiro de jogadores de futebol e de outras modalidades.
Desejo ao Hugo Coelho as maiores venturas em mais uma tarefa, desta feita em luta pela dignificação de um clube que todos sabemos e queremos continuar a aplaudir.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Os Sintomas do Nosso Mal-Estar Espiritual



Os sintomas do nosso mal-estar espiritual são demasiados familiares. Incluem: a dimensão da corrupção, tanto no setor público como no setor privado, onde cargos e posições de responsabilidade são tratados como oportunidades de enriquecimento pessoal; a corrupção que ocorre no seio do nosso sistema de justiça; a violência nas relações interpessoais e nas famílias, em particular, o vergonhoso recorde de abuso de mulheres e crianças; e a dimensão da evasão fiscal e a recusa em pagar pelos serviços utilizados. 

Nelson Mandela, 
in 'Walk to Freedom'

Li no Citador 

O que eu penso sobre Fátima (4)

Crónica de Anselmo Borges no Diário de Notícias


«Concordo com Henrique Monteiro, no último Expresso: "negar que Fátima tem um apelo especial, é negar a evidência, o que só se consegue com teorias estapafúrdias", como as do negócio e vigarice. Mas digo também: uma vez que há experiências religiosas melhores e outras menos boas, é tarefa da Igreja evangelizar Fátima, purificá-la, também com a transparência nas contas.»

1 Para quem acredita verdadeiramente no Deus dos cristãos, Fátima é uma questão ao mesmo tempo simples e tremendamente exigente.
Quem acredita em Deus sabe que Ele é infinitamente transcendente ao mundo; Ele está, é, para lá do espaço e do tempo, sempre para lá do que se possa tentar pensar ou dizer. "Nunca ninguém viu Deus", diz o Novo Testamento. Por outro lado, se Ele é o Criador, melhor, porque Ele é o Criador, é infinitamente presente ao mundo e a todas as criaturas. Ele criou e cria a partir do nada e por amor tudo quanto é; de tal modo é Força infinita de criar que, se Ele se retirasse do mundo, tudo voltaria ao donde veio: o nada. E o que é que Ele quer senão manifestar-se às criaturas, que Ele ama, com amor infinito? O interesse de Deus não é a sua maior honra e glória, mas a plena realização das criaturas. É, pois, infinitamente transcendente e infinitamente presente, Presença infinitamente transcendente e imanente.
Se é Presença infinita ao mundo e às criaturas e se o que Ele quer é manifestar-se, revelar-se, o problema está tão-só do lado das criaturas. Então, há quem se dá conta dessa Sua manifestação, e quem nem sequer está interessado, de tal modo anda distraído. Uns dão-se conta e outros não se apercebem de nada.
Também é claro que cada um se dá conta sempre segundo os seus esquemas de entendimento, no seu horizonte de compreensão, num determinado contexto histórico, cultural, religioso, no quadro da sua história familiar, pessoal, atendendo ao seu carácter, modo de ser e estar no mundo, às suas expectativas...
E as crianças também se podem aperceber dessa Presença? A resposta é: Porque não? Mas, mais uma vez, como crianças, e dentro dos seus pressupostos histórico--existenciais...
É como no amor. Para dar um exemplo simples: vejo os estudantes que chegam no início do ano à faculdade, e todos se vêem, pois aparecem uns aos outros; depois, com o tempo, constato que um estudante anda de mão dada com uma estudante, os dois têm manifestações especiais de afecto e, se a relação se aprofundar e tornar intensa, pode acontecer que se casem e tenham uma vida e filhos em comum... O que é que ele "viu" nela de especial?, o que é que ela "viu" nele de especial? Tudo começa por uma experiência. Na relação com Deus, sem essa experiência interior, que tem que ver com - é talvez a palavra melhor - dar-se conta da sua Presença infinita, transcendente-imanente, experiência sempre pessoal e única, até pode alguém viver da religião, andar em procissões e outras exterioridades religiosas, e ser ateu.
Não custa admitir que as três crianças em Fátima fizeram uma verdadeira experiência religiosa interior. Evidentemente, como crianças e no contexto das suas vivências, incluindo as vivências religiosas da época; enquanto crianças, é natural que essa experiência tenha assumido uma esquematização feminina com a figura materna de Nossa Senhora e, dentro do contexto histórico, com dimensões de exaltação (luz "mais brilhante do que o Sol") e também de pavor ("o fogo do inferno"). Depois, a partir de um núcleo originário, houve arranjos e rearranjos, segundo a história e novos desenvolvimentos e reinterpretações. Neste sentido, pode-se perguntar porque é que o comunismo aparece condenado, não sucedendo o mesmo com o nazismo. De qualquer modo, Fátima tornou-se um acontecimento de influência mundial.

2 A experiência de Fátima tem elementos de valor permanente: a oração, a conversão, a mudança de vida, na luta pela justiça, pela paz, pela dignidade de todos. Os próprios pastorinhos assumiram-na nas suas consequências, e rezavam e testemunhavam e a sua generosidade chegou ao ponto de dar a pouca comida às ovelhas pela conversão dos pecadores. Não acredito que Deus quisesse isso, mas não se pode deixar de admirar esta generosidade.
O Papa veio e procedeu à sua canonização. No meu último livro, Francisco. Desafios à Igreja e ao Mundo, chamo a atenção para as canonizações e os seus perigos, concretamente para a questão da necessidade de milagres como comprovativo de santidade. Para mim, os únicos milagres são os milagres do amor. Pensar que Deus intervém para interromper ou suspender as leis da natureza supõe que Ele está fora do mundo e que, de vez em quando, vem cá dentro e, arbitrariamente, pois vem para uns e não vem para outros. Como já sublinhei, Deus não está fora mas dentro, infinitamente presente como fundamento do milagre da existência de tudo.
Precisamente porque tudo é milagre - o milagre de existir, do ser e de se ser -, não há "milagres", que implicariam ateísmo.
Todas as crianças são santas, porque são puras e inocentes. Assim, apesar das reservas que coloco, só posso esperar que esta canonização sirva para a tomada de consciência de que todas as crianças são mesmo santas, com dignidade divina, tirando-se daí todas as consequências: acabar com toda a violência física e psicológica sobre elas, pôr termo a todas as situações de abuso: tráfico para a exploração sexual e de órgãos, trabalho infantil, soldados para as guerras, e que se ponha fim a essa tragédia que é mais de 10 000 crianças morrerem todos os dias de fome no mundo... Se esta salvaguarda das crianças se concretizasse, esse é que seria um verdadeiro milagre de Fátima.

3 Concordo com Henrique Monteiro, no último Expresso: "negar que Fátima tem um apelo especial, é negar a evidência, o que só se consegue com teorias estapafúrdias", como as do negócio e vigarice. Mas digo também: uma vez que há experiências religiosas melhores e outras menos boas, é tarefa da Igreja evangelizar Fátima, purificá-la, também com a transparência nas contas.

Garantia de Jesus: Vou enviar-vos o Advogado defensor

Reflexão Georgino Rocha


Disse em Fátima o Papa Francisco: "Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor”

Jesus está a fazer a sua despedida dos discípulos. Abre-lhes o coração e comunica os sentimentos mais profundos. Conhece bem a situação em que se encontram: tristeza e perturbação, desamparo e orfandade, inquietação e perplexidade. E consigna no seu testamento final: “Não vos deixarei órfãos. Rogarei ao Pai que vos enviará outro Paráclito para estar sempre convosco”. Promessa realizada com a vinda do Espírito Santo. Promessa que toma rosto humano em quem cultiva o amor de liberdade e observa os mandamentos com obediência filial. Promessa que encontra no acontecimento do Pentecostes a sua celebração sacramental e percorre os caminhos da história em tantas outras manifestações.

O discurso de despedida, hoje proclamado na liturgia, condensa o núcleo fundamental dõ mistério cristão: “Eu estou no Pai e vós estais em Mim e Eu em vós”. A comunhão nasce e manifesta-se na relação. A certeza do envio do Advogado consolador, o Espírito Santo, enraiza-se neste amor fontal. A confiança dos discípulos alicerça-se na Verdade que não pode mentir. O olhar de fé faz ver outras dimensões da realidade e brota da razão humana iluminada por Quem a habita, o Espírito Divino. O amor à vida sonha novas ousadias porque garante Jesus: “Eu vivo e vós vivereis”.

Que beleza de mensagem. Que densidade da realidade. Que maravilha de horizontes. Tudo a envolver-nos para saborearmos e agradecermos, celebrarmos e vivermos, irradiarmos e comunicarmos. Em cumplicidade responsável que nos faz viver uma alegria irradiante. Santa Teresa de Calcutá dizia às suas Irmãs da Caridade: “A alegria é para nós uma necessidade e uma força, até fisicamente. Aquelas irmãs que cultivam o espírito de alegria não sentem tanto o cansaço e estão sempre prontas a fazer o bem. Plena de alegria, uma irmã prega sem pregar. Uma irmã alegre é como um raio de sol do amor de Deus, a esperança de uma alegria eterna, a chama de um amor que queima”.

A promessa de Jesus alarga-se à missão dos discípulos. Ide e anunciai. Ide e curai. Ide e sede testemunhas da minha ressurreição. E, obedientes por amor, partem pelos caminhos do mundo. De temerosos, fazem-se audazes; de agarrados ao passado, abrem-se decididamente ao futuro; de sonhadores de poderes mundanos, tornam-se realistas empenhados no serviço humilde, de cuidadores de interesses pessoais, passam a generosos construtores de uma sociedade de todos, lançando as sementes de um mundo novo a surgir.

Não estão sós nesta aventura missionária. Têm consigo o Advogado defensor, o Espírito Santo, enviado por Jesus. Necessitam da sua luz para amar sempre a verdade e não se deixarem corromper; da sua consolação para aguentar os revezes da vida; da sua companhia para vencerem a solidão que esgota e esteriliza; da sua força, suave e firme, para enfrentar todos os poderes instalados e provocar fendas de novidade e de esperança para os esquecidos e marginalizados; da sua sabedoria, para valorizar tudo o que condiz com a dignidade humana e rejeitar toda a espécie de discriminação e de silenciamento imposto. Outrora como agora. Os cristãos, seguidores fiéis de Jesus ressuscitado, sentem a alegria do Evangelho a irradiar e a causar problemas na (des)ordem estabelecida e na Igreja “entrincheirada” nos seus redutos tradicionais que se vão esboroando progressivamente. Os cristãos, como os discípulos na manhã de Pentecostes, querem vibrar com a audácia do Espírito Santo que os impele para a praça pública a proclamar o amor que Deus nos tem e faz germinar a revolução da ternura em toda a humanidade.

Maria, a Mãe de Jesus e nossa Mãe é o exemplo perfeito de quem se deixa modelar por este Espírito, o escuta e acolhe, e se disponibiliza para servir com amor. O Papa Francisco na sua peregrinação a Fátima exortou-nos a que: “Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor”.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Santa Joana, padroeira da cidade e diocese de Aveiro


Nunca é demais tentar esclarecer o que diz respeito a Santa Joana, padroeira da cidade e diocese de Aveiro, até porque tenho verificado que há muita confusão nas redes sociais. Santa Joana foi beatificada, mas ainda não foi canonizada. Depois da beatificação, foi declarada padroeira dos aveirenses. E a canonização, tão desejada pelos seus devotos, ficou a aguardar. 
Entretanto, o atual Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, entendeu, e muito bem, que seria altura de retomar o processo da canonização, estando garantido que os responsáveis pela recolha, seleção e registo de tudo o que possa contribuir para a declaração da Beata Joana como Santa, com culto universal, pela Santa Sé, tomariam posse no dia 25 de junho, Dia da Igreja Diocesana, em Schoenstatt. 
Para um conhecimento mais completo das vida da princesa Joana entre nós e do processo canónico da sua beatificação, nada melhor do que ler o que Mons. João Gonçalves Gaspar escreveu sobre a nossa padroeira em livro e em variadíssimos textos.Sugiro, para começar, o que está publicado na site da Diocese de Aveiro. 




Varrer o passado para debaixo do tapete

Opinião de André Carneiro no PÚBLICO

Parque verde de Alcobaça

«Portugal é definitivamente um país estranho. Vivemos num território que alberga uma milenar herança de várias épocas, povos e civilizações. Estas condições poderiam fazer de nós um caso de referência internacional, mas continuamos a ser incapazes de estudar, valorizar, mostrar e orgulharmo-nos do nosso património herdado e de transmiti-lo às gerações futuras. Um país que agora é visitado por milhares de turistas, mas que continua a ter as suas memórias fechadas, abandonadas, arruinadas ou (como recentemente sucedeu com um elemento pertencente a um conjunto classificado como Património da Humanidade) vandalizadas de forma sorrateira e ignóbil.»

Por sugestão de M. Ferreira Rodrigues no Google +

Nota: Para que não aconteça entre nós... Para que saibamos valorizar o nosso património... Para acreditarmos na importância do nosso passado. 

A bondade do papa Francisco, por Clara Ferreira Alves


«Jorge Bergoglio vivia entre os pobres e os criminosos, e deste período de frugalidade e meditação, de perseguição e dor, retirou os ensinamentos de Cristo sobre a resistência ao sofrimento e ao medo». «A sua bondade, creio, vem daqui. Vem de dentro, do centro, dessa qualidade intemporal que não se confunde com o humanismo porque o transcende, incorporando tudo, todo o mundo conhecido e desconhecido, todos os seres vivos e mortos, toda a matéria e antimatéria, numa compaixão universal e transcendental.»

Nota: Texto editado pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
a partir de uma crónica publicada no EXPRESSO. 

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terça-feira, 16 de maio de 2017

Com os nossos cães...

Lita, Tóti e Tita num relvado da Gafanha da Nazaré

Permitam-me que partilhe hoje a foto da Lita, em passeio com os nossos cães, o Tóti e a Tita, com mais de 14 anos de vida connosco. O Tóti e a Tita são realmente dois animais adoráveis e inseparáveis. A doença de um é doença do outro. E quando um se ausenta, para ir, por exemplo, ao veterinário, é certo e sabido que ficam mesmo inquietos. Depois, quando se juntam, saltam de contentes. 
Partilho esta reflexão para fugir ao marasmo de histerias coletivas que enchem alguns noticiários televisivos com horários e programas repletos de nada, uns, e de coisa nenhuma, outros,  quando uma síntese bem feito e bem ilustrada seria o suficiente. para nos esclarecer. Das rádios, porém, não me queixo.
Voltando aos nossos cães, ensinados a respeitar e a seguir direitos e obrigações, apetece-me dizer que são mais fiéis que muitos humanos. Não é por acaso que o velho ditado — "Quanto mais conheço os homens mais gosto dos cães" —, criado nem sei há quantos anos, continua atual.

Passagem fugaz pela Figueira da Foz

Na rotunda do pescador
Ao longe, um bar à espera da época de veraneio 

Ontem passei pela Figueira da Foz. Passagem fugaz, é certo, mas não deu para ver o mar. Uma neblina estanque cortava-me a visão das ondas ou do mar-chão. Bem tentei e esperei, mas nada. E regressei com vontade de ficar. Qualquer dia hei de voltar. Mas ainda deu para ver que a praia, a extensa praia da Figueira da Foz, de areal e mar desafiantes, está em maré de requalificação. No verão, seguramente, tudo estará afinado.

Fátima e Papa na imprensa internacional


«A profunda devoção mariana do papa Francisco encontra no contexto de Fátima um lugar «ideal» para manifestar-se com todo o seu vigor. Na cidade portuguesa, com efeito, onde o culto à Virgem é particularmente sentido, o amor por Maria, traço característico dos fiéis da América Latina, é o sinal forte de uma peregrinação que pretende lançar uma mensagem de paz num mundo atravessado por conflitos e tensões.
Do "Times" ao "New York Times", do "Guardian" ao "Los Angeles Times" emerge com evidência o significado de uma viagem que, recordando a dimensão mariana, reitera a urgência de abater os muros e superar as divisões.»

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segunda-feira, 15 de maio de 2017

No Dia Internacional da Família com o Dinis

Avó e Dinis

Houve esclarecimentos a prestar

Avó agradece o Diploma. O avô agradeceu depois
Casa S. Pedro
Dinis assina o diploma


Dinis com a avó Lita

Diploma devidamente preenchido e assinado

Hoje, eu e a Lita, participámos num encontro-convívio, na qualidade de avós, na escolinha que o meu neto mais novo, o Dinis, frequenta. Este encontro, promovido pela escolinha, Casa S. Pedro, em Buarcos, Figueira da Foz, integrou as celebrações do Dia Internacional da Família, 15 de maio. E foi muito agradável voltar ao ambiente que ao longo da vida tantas alegrias me deu.
O Dinis, pelas reações que percebemos, estava feliz. Os avós, ali com ele, souberam e puderam enquadrar-se nos jogos programados e preparados para que tudo corresse bem. Pelo que soube, o Dinis esclareceu, antes da nossa chegada, que éramos reformados e que ambos andávamos com bengalas. Disse ainda que o avô não ouvia muito bem. Tudo certo, mas nós quisemos fazer-lhe uma surpresa, não fossem os seus amigos pensar que éramos velhinhos. E fomos sem bengalas, que ficaram no carro.
Durante os jogos, não demos parte de fracos, fazendo das tripas corações. E alinhámos em tudo: umas corridinhas para desentorpecer os membros, uma caminhada com os atacadores dos sapatos amarrados, no meu caso, ou com as pernas com um cordel a limitar os movimentos; depois, o jogo de passar uns aos outros (avós e netos) um balão pequeno cheio de água; ganharia quem aguentasse mais tempo o balão sem rebentar… Mas o Dinis ficou triste porque o nosso balão caiu e rebentou. Paciência. Para a próxima vez, garanto que o nosso balão há de chegar ao fim cheio de água.
No final, já cansados, que a idade realmente não perdoa, tivemos a dita (como os outros avós) de receber um diploma pela nossa participação, com os nomes bem escritos pelo Dinis, que assinou a distinção. Eu e a Lita ficámos muito felizes, mas o Dinis também ficou. E no fim, quando nos despedimos, ele só disse: Obrigado…. Obrigado…. Obrigado…

Lita e Fernando

NOTAS:

1. A escolinha tem por padroeiro S. Pedro;
2. As atividades contaram com a indispensável orientação das educadoras e demais funcionárias, que nos receberam com muita simpatia;
3. O Dia Internacional da Família (DIF) foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas;
4. Este dia foi celebrado pela primeira vez em 1994; 
5. Escusado será dizer que reconhecemos a importância da presença dos avós na vida e educação dos netos, sem, contudo, colidirem com as responsabilidades dos pais;
6. O DIF visa destacar a importância da família a diversos níveis, nomeadamente na educação, no amor, no bom relacionamento entre as pessoas do núcleo familiar e entre as demais famílias, na perspetiva de uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais solidária, sem omissões nas áreas dos direitos e deveres. 

Exposição no Museu de Ílhavo de Artur Pastor


domingo, 14 de maio de 2017

“O meu Bacalhau é melhor que o teu”


Estando garantido que o Festival do Bacalhau se vai realizar entre 9 e 13 de agosto, no Jardim Oudinot, no Forte da Barra, Gafanha da Nazaré, onde se tornou, realmente, mais badalado, a Câmara Municipal de Ílhavo aprovou as normas de participação no Concurso Gastronómico “O meu Bacalhau é melhor que o teu”. Trata-se de um concurso que estimula a criatividade a nível da culinária, sendo certo também que enriquece, ano a ano, a qualidade gastronómica. É que, no âmbito dos comes e bebes, com qualidade e novos sabores, os pratos repetitivos podem tornar-se cansativos, por ser sempre o mesmo. Pessoalmente, gosto de variar, dando prazeres diferentes ao palato, sem esquecer a apresentação, já que o homem é o único animal, porque  racional, naturalmente, que come com olhos.
A autarquia esclarece que o concurso é realizado «em parceria com EFTA – Escola de Formação Profissional em Turismo de Aveiro», destinando-se «a público não profissional». Há que ter em conta que a proteína do prato principal deve ter por base o «Bacalhau de Cura Tradicional Portuguesa e/ou um ou mais dos seus derivados». 
As candidaturas têm de ser presentes até 30 de junho, sendo este o período em que «os candidatos deverão submeter as suas receitas através do envio do formulário de inscrição, acompanhado de um vídeo de mostra da elaboração da receita».
Boa sorte a todos os participantes para que os consumidores continuem a apreciar devidamente o bacalhau, para nós ou para muitos o rei dos peixes.

Nota: Foto e demais informações da CMI

Ver normas do concurso aqui

Fátima: que futuro?

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO


O futuro de Fátima depende do seu empenhamento em desencadear uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar.

1. Nestas crónicas, recusei-me sempre a responder à pergunta: que vem o Papa fazer a Fátima? Que vinha canonizar os “beatos” Jacinta e Francisco estava assente. Para isso não precisava desta custosa deslocação. A declaração de reconhecimento da santidade destes pastorinhos podia ser feita em Roma. Por isso, julguei que era melhor esperar para ver. O Papa veio mas, antes, tinha realizado outra peregrinação bem mais arriscada e de alcance imediato: o encontro com cristãos e muçulmanos no Egipto.
Mário Bergoglio, antes de vir a Fátima, tinha publicado uma carta apostólica que transfere as competências sobre os Santuários para o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. Vislumbrava nesse documento, inspirador e normativo, que viria realizar o que mais tem faltado em Fátima: tornar-se um centro propulsor de saída para o mundo e não apenas de um altar de incenso.
Como já referi, irritavam-me, entretanto, as notícias colhidas ou veiculadas pelo Santuário sobre os cuidados com a figura do Papa, a sua indumentária para celebrar, o cálice de ouro, a pala para o resguardar do sol e outras futilidades do género. Pareciam manifestar o propósito de neutralizar, na Cova da Iria, o que Bergoglio trouxe de novo à orientação da Igreja católica: uma Igreja de saída para todas as periferias, com gosto da alegria do Evangelho, de uma evangelização nova, libertadora, descrucificante.
Um grande desejo pode tornar-se numa grande decepção: ver o Papa chegar a Fátima e nem ele cumprir o que propôs para os santuários, seria o enterro da sua própria Carta Pastoral.
Entretanto, foi divulgada a oração que iria fazer no dia 12 de Maio, na Capelinha das Aparições. É uma celebração transfiguradora da Salve Rainha tão antiga e que, de repente, ficou uma nova respiração do céu e da terra. As invocações gastas encontraram a linguagem poética da fé incarnada na alegria do Evangelho. Atrevo-me a destacar: Ó doce virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima! Faz-nos seguir o exemplo dos Bem-aventurados Francisco e Jacinta e de todos os que se entregam à mensagem do Evangelho. Percorreremos, assim, todas as rotas, seremos peregrinos de todos os caminhos, derrubaremos todos os muros e venceremos todas as fronteiras, saindo em direcção a todas as periferias, revelando, aí, a justiça e a paz de Deus. Seremos, na alegria do Evangelho, a Igreja vestida de branco, da alvura branqueada no sangue do Cordeiro derramado ainda em todas as guerras que destroem o mundo em que vivemos. E assim seremos, como Tu, imagem da coluna luminosa que alumia os caminhos do mundo, a todos mostrando que Deus existe, que Deus está, que Deus habita no meio do seu povo, ontem, hoje e por toda a eternidade.
O horizonte do primeiro documento, verdadeiramente programático do Papa Francisco, (A Alegria do Evangelho), passou para a sua Salve Rainha, a oração feita missão para todas as periferias. Tinha de dizer: esta peregrinação é essencial. Como poderia Bergoglio esquecer o seu passado de transformação da religiosidade popular – puramente regional – perante um santuário que reúne multidões de muitos países?

2. O Papa veio, rezou na capela de Nossa Senhora do Ar. Repetirá, durante a sua peregrinação, que se reza em Fátima como em qualquer lugar. Seguiu para a Cova da Iria. A quem desejasse acompanhar a deslocação e a sua chegada ao santuário, os quatro canais de televisão exibiam uma verborreia contínua e irritante que não deixava espaço mental para mais nada. Não se prepararam para saber dosear o tempo da informação e do comentário com o silêncio indispensável. O silêncio imposto para a oração do Papa, na capelinha, mostrou que tudo podia ser diferente.
Um momento chave de todas as peregrinações de Fátima é o mar de luz expresso na procissão das velas. Desta vez, havia uma mensagem especial. O Papa enfrentou a sua tarefa de transformar as atitudes dos peregrinos: Peregrinos com Maria… Qual Maria? Uma «Mestra de vida espiritual», a primeira que seguiu Cristo pelo caminho «estreito» da cruz dando-nos o exemplo, ou então uma Senhora «inatingível» e, consequentemente, inimitável? A «Bendita por ter acreditado (b)» sempre e em todas as circunstâncias nas palavras divinas, ou então uma «Santinha» a quem se recorre para obter favores a baixo preço? A Virgem Maria do Evangelho venerada pela Igreja orante, ou uma esboçada por sensibilidades subjectivas que A vêem segurando o braço justiceiro de Deus pronto a castigar: uma Maria melhor do que Cristo, visto como Juiz impiedoso; mais misericordiosa que o Cordeiro imolado por nós?
Grande injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma em primeiro lugar que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor – como mostra o Evangelho – que são perdoados pela sua misericórdia! (…) «Sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do carinho. Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se sentirem importantes (…). Esta dinâmica de justiça e de ternura, de contemplação e de caminho ao encontro dos outros é aquilo que faz d’Ela um modelo eclesial para a evangelização» (b). Possamos, com Maria, ser sinal e sacramento da misericórdia de Deus que perdoa sempre, perdoa tudo.

3. Deus criou-nos como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável segundo o estado de vida de cada um, disse o Papa na homilia de Sábado.
Temos Mãe na Mãe de Jesus. Não veio aqui, para que A víssemos. Para isso teremos a eternidade inteira. Dos seus braços virá a esperança e a paz que necessitamos e as suplico para todos os meus irmãos no Baptismo e em humanidade, de modo especial, para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados.
O futuro de Fátima depende do seu empenhamento em desencadear uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida. Sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.
Bem-haja, Papa Francisco!

(a) cf. Lc 1, 42.45
(b) Exort. ap. Evangelii gaudium, 288

Nota: Este texto é quase todo composto com extractos das intervenções do Papa. A selecção e organização são minhas.

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Nota: Foto do Sapo 

sábado, 13 de maio de 2017

O fim de linha

Crónica de Maria Donzília Almeida



É uma verdade tacitamente aceite que a vida é uma viagem. Tem o seu início após o nascimento, isto é, a entrada neste planeta azul em que vivemos e vai-se desenrolando em sucessivas estações e apeadeiros, onde deixamos um pouco de nós, como trazemos um pouco dos locais e das pessoas com quem privámos.
Não há duas viagens iguais, apesar de haver muito de comum entre as pessoas, os lugares e as circunstâncias. Cada pessoa tem o seu próprio percurso de vida.
Quando se é criança, jovem ou até adulto, vislumbra-se um longo caminho à frente, em que o tempo parece dilatar-se até ao infinito. Ilusão da juventude, dizem os mais velhos.
Quando se atinge a idade da reforma, impõe-se uma paragem mais prolongada, para uma reflexão profunda. Começa a ter-se a perceção de que o percurso já vai adiantado e provavelmente, mais de 2/3 já percorridos. Sente-se a vida estremecida! Se durante o período de atividade, o tempo era escasso para a multiplicidade de tarefas que preenchiam o nosso dia-a-dia, eis chegada a oportunidade para a pausa que se impõe.
As pessoas aposentadas, ainda com energia para saborearem a vida e rentabilizá-la, procuram preencher o seu tempo, da forma que mais lhes agradar e que lhes traga um sentimento de gratificação. Das múltiplas ofertas disponíveis, há uma que parte de cada um de nós e que traduz um sentimento de partilha e pertença à sociedade em que vivemos – o voluntariado.
Pode revestir-se de variadas formas, desde lecionar, transmitir saberes numa Universidade Sénior, até à mais frequente, como visitar doentes nos hospitais ou utentes em lares de idosos.
Já que tenho um tempo alargado e o posso gerir como me aprouver, optei pela última modalidade. Uma vez por semana tenho encontro marcado numa casa de acolhimento de idosos, de ambiente familiar, onde cada um é tratado mediante as suas especificidades. Ali, não há a massificação que é a característica das instituições.
Aproveito para fazer uma caminhada, respirando o ar puro que ainda existe na nossa vila e deliciando o ouvido com a sinfonia dos grilinhos, numa orquestra sempre bem afinada.
O ambiente acolhedor e amistoso desta “Casa de Hóspedes” cria uma atmosfera de bem-estar que a todos contagia. A dona faz disso questão, pretendendo recriar ali, o ambiente familiar que ficou para trás
Sou sempre recebida, com certo alvoroço e ouço, essencialmente, o que os idosos têm para contar. Encontrando-se numa fase descendente da vida, vivem agora do passado, já que não se podem projetar no futuro. Vivem de memórias, sobretudo de boas memórias, da sua luta pela vida, que se vai aproximando do fim. Contam repetidamente as mesmas histórias, os episódios de vida em que foram protagonistas; as alegrias e tristezas, as vitórias e as derrotas, enfim o tecido das suas vidas.
Passando ali o dia inteiro um a seguir ao outro, apreciam a lufada de ar fresco de quem os visita. Ser bom ouvinte é qualidade de quem ouve com o coração e não só com os ouvidos. Ouvir e escutar são coisas diferentes. Eu escuto pacientemente, tudo o que têm para me contar, ainda que pela enésima vez.
“O que está a fazer é apostolado” disse já uma senhora, em tom de reconhecimento. Sem pretender ser “o bom samaritano”… reservo uma fatia do meu tempo para dar aos outros. “Volte sempre que puder” é a frase que ouço à despedida.

13.05.2017

Papa Francisco: Não queiramos ser esperança abortada



Não é muito frequente estar com os olhos e o coração fixos no ecrã da televisão tanto tempo. Desta vez, pus de lado tudo para saborear a presença entre nós do Papa Francisco, que veio do outro lado do mundo para ser Bispo de Roma e, portanto, pastor universal dos católicos. 
Vi-o vestido de branco, sem adereços dourados, sorriso franco, postura afável, sensível a gestos de aproximação à sua passagem, beijando crianças e doentes, carinhoso nas atitudes, falando e ouvindo com naturalidade. Silencioso no momento próprio junto da imagem de Nossa Senhora… de pé, com centenas de milhares de peregrinos em silêncio absoluto também. Gesto raro em multidões ansiosas. Velas ao alto iluminam sentimentos porventura de vida nova para muitos. Há papas inspiradores como Francisco; há símbolos que estimulam corações adormecidos. E o Papa Francisco, 80 anos de vida cheia, retira-se para descanso. 
Disse o Papa Francisco em Fátima: «A Virgem Mãe não veio aqui, para que a víssemos; para isso, teremos a eternidade inteira, naturalmente, se formos para o Céu. Mas Ela, antevendo e advertindo-nos para o risco do Inferno onde leva a vida sem Deus e profanando Deus nas suas criaturas, veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre.» E noutra passagem da sua homilia da Eucaristia da canonização dos dois pastorinhos, Francisco e Jacinta, que sempre disseram terem visto e ouvido a Mãe de Deus, lembrou que «a vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida». «Não queiramos — adiantou o Papa — ser uma esperança abortada».
Citando João Paulo II, salientou: «Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.» 
Assisti, via televisão, quase a tudo. Em Fátima seria garantidamente diferente. 

Fernando Martins

Nota: Foto da Ecclesia

sexta-feira, 12 de maio de 2017

QUERO QUE ESTEJAIS ONDE EU ESTOU

Reflexão de Georgino Rocha
Busca o caminho

Jesus vive horas decisivas da sua missão. Acaba de fazer a ceia de despedida dos seus amigos e está prestes a entrar no processo da paixão. As circunstâncias são especiais e os momentos geradores de expectativas. Os discípulos sentem-se incomodados e perplexos. Não se imaginam sozinhos. Estão confusos. Não “engolem” o falhanço da aposta de terem deixado tudo e, agora, verem ruir os projectos tão intensamente alimentados. Acham estranho que Jesus lhes acene com novos horizontes. O realismo começa a pesar e o sonho a desfazer-se. A perturbação instala-se e o coração “chora”. E as perguntas surgem pela boca de Tomé e de Filipe, porta-vozes do grupo apostólico.
“Senhor, como podemos saber o caminho, se não sabemos para onde vais”?, adianta Tomé como reacção às declarações de Jesus. Pergunta coerente pois o “vaivém” de Jesus, o seu “até breve”, o vou partir, mas voltarei “para vos levar comigo”, na casa de meu Pai há muitas moradas, quero preparar-vos um lugar, “soariam” a estranhas e provocantes. E a afirmação conclusiva, ainda mais: “Vós conheceis o caminho para onde Eu vou”.
Este breve diálogo evidencia modos diferentes de compreender a novidade do projecto de Jesus. Tomé deixa perceber o seu lado humano, vitorioso face aos adversários, triunfante nos últimos confrontos. Finalmente, todos como no Jardim das Oliveiras cairão por terra. E será Jesus a dar-lhes ordem de se erguerem. Outra é a realidade: a denúncia de Judas, a prisão de Jesus e todo o processo da paixão que culmina na ressurreição, depois da morte. Tudo por amor de salvação. Tudo por decisão de consumar o caminho iniciado na Galileia. Tudo com determinação livre, firme e corajosa, expressa progressivamente nos passos dados rumo a Jerusalém.  
E nós, por que caminho avançamos na vida? “Quero que estejais onde eu estou”, continua a dizer-nos como outrora aos discípulos. O Papa Francisco, alerta-nos para as tentações de andarmos por atalhos individualistas, sem apreço pela comunidade nem pelo compromisso, para experiências subjetivas sem rosto, para o refúgio em zonas de bem-estar pessoal, indiferente e insensível a tudo o que acontece à sua volta. (Alegria do Evangelho, 90).
O caminho de Jesus é claro. Nele se encontra a verdade. Por ele se alcança a vida. Com ele se vai ao Pai. Há outros que brilham em tantas luzes de sedução; mas esgotam-se depressa e, quase sempre, deixam o coração vazio e insatisfeito. Ganham em intensidade o que perdem em fugacidade. De sede em sede, aspiram sempre mais, desejam a fonte que jorra água viva, sacia agora e tem em reserva um manancial para muitas outras ocasiões. É o próprio Jesus.
Santo Agostinho diz-nos num dos seus sermões: “Seguindo o caminho da sua humanidade, chegarás à Divindade. Ele te conduz a Ele mesmo. Não procures por onde ir fora Dele. Se Ele não tivesse querido ser caminho, sempre andaríamos extraviados. Ele se fez, pois, caminho, por onde ir. Portanto não te direi: Busca o caminho. O caminho mesmo é quem vem a ti. Levanta-te e anda! Anda com a conduta, não com os pés. Muitos andam bem com os pés e mal com a conduta. E inclusive os que andam bem, mas fora do caminho. Correm, mas não pelo caminho, e quanto mais andam, mais se extraviam, pois se afastam mais do caminho… Sem dúvida, é preferível ir pelo caminho, embora mancando, do que ir fora do caminho” (Sobre o evangelho de São João, XIII). Sim, Cristo é caminho estreito em comparação com os caminhos espaçosos do mundo. Porém estes últimos são atalhos sem saída. Pelo mesmo caminho veio e voltou, para nos mostrar-nos a direção da verdadeira rota.
“Quero que estejais onde eu estou”. É desejo apelo a que sigamos Jesus na sua doação ao Pai, no amor à Igreja e à comunidade a que pertencemos, no desempenho das funções e serviços que são indispensáveis à realização da missão, na promoção do bem comum das pessoas e da sociedade, na atenção aos sem voz nem vez. Ouvir e seguir Jesus, como os pastorinhos de Fátima, hoje santos da Igreja universal, que à pergunta da Senhora de branco: Quereis oferecer-vos a Deus? Respondem: sim, quero.
E o Papa Francisco deixa-nos este pedido familiar: “É nas vestes de Pastor universal que me apresento diante Dela, oferecendo-lhe um bouquet das mais lindas flores que Jesus confiou aos meus cuidados. Ou seja, os irmãos e irmãs do mundo inteiro, resgatados pelo seu sangue, sem excluir ninguém. Vedes? Preciso de vos ter comigo. Preciso da vossa união — física ou espiritual, importante é que seja do coração , para o meu bouquet de flores, a minha rosa de ouro, formando um só coração e uma só alma. Entregar-vos-ei todos a Nossa Senhora, pedindo-lhe para segredar a cada um: O meu imaculado coração será o teu refúgio, o caminho que te conduzirá até Deus”.

É preciso manter desperta a busca da verdade

Bento XVI, Tolentino Mendonça e Manoel Oliveira


Efeméride: Há sete anos, tive o privilégio de participar num encontro com o Papa Bento XVI no auditório principal do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. E neste dia, em que temos também a felicidade de ver e ouvir o Papa Francisco, ocorreu-me evocar esta efeméride da minha vida. Foi um momento inesquecível. Hoje, se Deus quiser, teremos outro momento que ficará, creio eu, num cantinho especial das nossas memórias.

Foi com grande emoção, contida com esforço, que ouvi hoje [12 de maio de 2010], ao vivo, o Santo Padre Bento XVI, no principal auditório do Centro Cultural de Belém (CCB).
Um silêncio profundo encheu a sala antes da entrada do Papa, e quando «o homem vestido de branco» assomou ao pano de fundo do palco, os aplausos explodiram de alegria.
Não era o filósofo apresentado nos mais recentes debates e escritos nem o teólogo proclamado ainda antes de se sentar na cadeira de Pedro. Não era o alemão frio e tímido que toca piano e se debruça sobre os clássicos. Não era o Papa fechado sobre si mesmo e que come à mesa sozinho. Não era o homem carismático continuamente comparado com o seu predecessor João Paulo II. Quem chegou afinal?
Chegou ao CCB o sucessor de Pedro, o que traiu o Mestre, mas a quem Jesus recomendou que nos confirmasse na fé; chegou o continuador da cadeia apostólica, que carrega aos ombros as certezas e dúvidas das comunidades católicas em caminhada de busca e de aprendizagem da vivência da compaixão e do perdão; chegou o pastor universal com a missão de guiar todos os homens e mulheres de boa vontade rumo a uma sociedade mais fraterna.

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O que eu penso sobre Fátima (3)

Crónica de Anselmo Borges no DN 



1 O sofrimento das pessoas tem de ser compreendido e respeitado. Perante o sofrimento, os calvários todos do mundo, eu inclino-me, porque me comovo profundamente.
Mas, depois, porque os crentes muitas vezes não foram informados sobre o verdadeiro Evangelho, notícia boa e felicitante da parte de Deus, concebem Deus à maneira de um tirano ou de um déspota, que precisa de sangue e submissão, fazem promessas e, concretamente em Fátima, vão pagá-las, de joelhos ou arrastando-se, sempre com aquela ideia de que talvez Deus se comova. Aqui, há uma pergunta simples: que pai ou mãe sadios, para darem pão e saúde aos filhos, precisam que eles se ajoelhem e se arrastem?
Fátima precisa, pois, de ser evangelizada. E a primeira evangelização é a evangelização de Deus, da imagem que fizemos dele. Jesus veio "evangelizar" Deus. Afinal, Deus é mesmo Pai e Mãe, e o seu único interesse consiste na alegria e na realização verdadeira e plena dos seus filhos. O único sacrifício que Deus quer é o que é exigido para lutar pela dignidade de todas as pessoas e pelos seus direitos.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Afinal, o Creoula vai continuar entre nós…



Depois da estadia do Creoula no Porto de Aveiro, à conta das festas da capital do distrito, entre 12 e 14 de maio, chega-nos agora a notícia de que, afinal, aquele navio vai continuar entre nós, concretamente, até 20 do mesmo mês, no cais bacalhoeiro, Gafanha da Nazaré, no âmbito das Comemorações do Dia da Marinha. Esta presença tem em conta, conforme comunicado da autarquia ilhavense, «a sua "tradição marinheira", associada desde o século XVI à pesca do bacalhau por muitos Capitães e pescadores nos mares frios da Gronelândia, bem como às excelentes relações que remontam às Comemorações do Dia da Marinha, em 2003, e à Regata dos Grandes Veleiros, em 2008», entre outros eventos. Esta é mais uma excelente notícia para as nossas gentes, em especial para as apaixonadas pelas nossas tradições marítimas.

Fonte: CMI; Foto da CMI

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