domingo, 5 de fevereiro de 2017

Escuteiros vendem folares à porta da Igreja Matriz

Neste fim de semana, 
foram batidos todos os recordes 
de vendas de bolos

Chefe Fátima Simões e ajudantes
Chefe dá explicações
Há quem goste de escolher pela cor
Quem foi à missa das 11h15 na Igreja Matriz, no domingo, 29 de janeiro, reparou decerto nos escuteiros do Agrupamento 588 do CNE, Gafanha da Nazaré, que vendiam bolos ou folares sem ovos em cima. Era uma azáfama e se não tivéssemos encomendado um, ficaríamos a ver navios, porque se esgotaram num ápice. O sinal de que os bolos doces são apreciados está precisamente na procura rápida que se verificou. E cada um custa apenas dois euros.
A Fátima Simões, bem conhecida entre nós pelo seu dinamismo, não tinha mãos a medir. Mas nem assim deixou de posar para a fotografia e de nos prestar alguns esclarecimentos sobre esta ação.
É escuteira há 17 anos, sendo, presentemente, a chefe de unidade da II Secção, os Exploradores. «Desde sempre tive um “bichinho”, mas como andava por outros movimentos e serviços fui deixando sempre “para o canto” esse gosto», disse. E acrescentou: «Com a entrada da minha filha para o escutismo, o “bichinho” cresceu e cá estou.»
Fátima Simões garante-nos que a venda dos bolos já se faz há uns 20 anos, mas de forma regular só há uma década. Sublinha que são folares ou pão doce e a venda ocupa seis fins de semana por ano, «independentemente de colaborarmos com o Conselho Económico nas vendas de bolos que também promove».
Segundo a chefe Fátima Simões, a venda deste fim de semana, dinamizada pela sua secção, bateu todos os recordes, com 400 bolos vendidos em todas as missas da paróquia.
Esta iniciativa, que visa a angariação de fundos para as muitas despesas do agrupamento, dirige-se atualmente para a construção em curso da nova sede dos escuteiros, em que todos estão empenhados, como é compreensível.
Na confeção dos bolos, para além do envolvimento dos escuteiros e chefes, há ofertas de pessoas amigas, nomeadamente, farinha, ovos e açúcar. E o agrupamento ainda conta com amigos experimentados em fazer a massa, com as doses adequadas, e para a cedência de fornos, onde os bolos são cozidos.
Conforme nos informou a chefe Fátima, o agrupamento foi autorizado pela direção do Grupo Desportivo da Gafanha a vender bolos naquele fim de semana, junto ao Pavilhão Desportivo, onde esteve a decorrer um torneio de basquetebol feminino sub 14.
Importa dizer que os nossos escuteiros, com o seu dinamismo própria, se envolvem em diversas iniciativas de enriquecimento pessoal e coletivo. O agrupamento tem 4 secções com um efetivo de 80 associados e 17 chefes.

Fernando Martins

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

GAFe Bike Lab - Escola Secundária da Gafanha da Nazaré

A Nossa Gente: 
Espaço Bicicleta na Gafanha da Nazaré

Bicicletas na Escola Secundaria (foto dos meus arquivos)
Foto da agenda "Viver em... " da CMI

Neste mês de fevereiro, em que o Fórum Municipal da Juventude da Gafanha da Nazaré comemora mais um aniversário, dedicamos a rubrica “A Nossa Gente” ao GAFe Bike Lab e a todos os jovens, professores e restante comunidade educativa que dão corpo a este projeto.
Na origem deste processo está o reconhecimento da Câmara Municipal de Ílhavo de que a realidade da bicicleta na cidade da Gafanha da Nazaré é única, reconhecida aliás, em termos oficiais pelo INE, que em recentes levantamentos estatísticos efetuados constatou que esta cidade é onde mais se utiliza a bicicleta em Portugal nos percursos casa-trabalho e casa-escola (1.201 deslocações/dia), bem como o facto de, porventura, a Escola Secundária da Gafanha da Nazaré ser a escola a nível nacional, onde mais alunos, professores e funcionários usam a bicicleta, num total de cerca de 350 utilizadores diários. 
O GAFe Bike Lab pretende ser o embrião de um centro de prototipagem rápida (FabLab) com equipamentos, tecnologias e processos que tenham impacto na experimentação, inovação e fomento do empreendedorismo dos alunos, tendo por suporte a bicicleta e a mobilidade suave. Pretende ainda ser mais um instrumento da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré para uma melhor educação e formação dos seus alunos, quer ao nível das competências formais, quer ao nível das competências informais dos seus alunos, com capacidade de promover projetos e dinâmicas que envolvam outros agentes da comunidade, escolas e entidades de Ílhavo e da região. Este espaço resultou de um desafio lançado pela Câmara Municipal de Ílhavo à Escola Secundária da Gafanha da Nazaré e em estreita articulação com a GAFe Bike Lab – Espaço Bicicleta na Gafanha da Nazaré Universidade de Aveiro, através da sua Plataforma Tecnológica da Bicicleta e Mobilidade Suave, tendo sido inaugurado a 27 de setembro de 2016.

Quem era a serpente do Paraíso? (3)

Crónica de Anselmo Borges 


Ainda na continuação do livro de Ariel Álvarez, 
com a pergunta acima e mais 19 sobre a Bíblia. 

1. "Como é que Jesus fazia os seus milagres?" "Nenhum historiador sério duvida de que Jesus realizava obras prodigiosas." Fez coisas admiráveis a favor das pessoas, nas quais os seus seguidores viram o sinal de Deus. Mas não fez milagres no sentido estrito da palavra, isto é, suspendendo as leis da natureza. Crer neste tipo de milagres significa ou implica ateísmo, pois supõe-se que Deus está fora do mundo e, de vez em quando, vem dentro, a favor de uns e não de outros. Porque tudo é milagre - o milagre do ser e de se ser -, não há milagres.

Sobre os milagres, pense-se na observação, com lucidez cáustica, de Pascal, um dos maiores cristãos europeus de sempre. Quando um amigo chegou, com a roupa rota e cheio de feridas, contando o milagre que Deus acabava de fazer-lhe - "O cavalo resvalou por uma ravina, eu caí e, imagina, parei precisamente à beira do abismo" -, Pascal, pensativo, respondeu: "E a mim? Que milagre Deus me fez, porque nem sequer caí do cavalo!"

Boas obras dão brilho à vida.Experimenta!

Reflexão de Georgino Rocha


A felicidade das bem-aventuranças marca o estilo de vida dos discípulos. Rostos sorridentes, mesmo quando incompreendidos e perseguidos, corações mansos e humildes, peregrinos construtores da paz, incansáveis lutadores pela justiça, homens e mulheres libertos de todas as amarras para aderirem ao bem maior e fazê-lo em benefício do próximo necessitado, dão testemunho irradiante de Jesus Cristo, o modelo inexcedível de quem vive a novidade do reino de Deus. Testemunho sempre a melhorar, pois, como afirma Rinbeck, escritora norte-americana, “a felicidade não é uma estação de chegada, mas um modo da viajar”.
O sermão da montanha, no Evangelho de Mateus 5, 13-16, prossegue com duas parábolas de sabor popular, ricas de ensinamentos. “Vós sois o sal da terra”, “Vós sois a luz do mundo”, declara Jesus dirigindo-se aos discípulos e atribuindo-lhes a missão que lhes dá uma nova identidade. Ao ouvirem estas palavras, que sentiriam eles, simples pescadores do mar da Galileia, indesejados cobradores de impostos, anónimos recém-escolhidos dentre a multidão? Ao verem-se destacados e incumbidos de tal função, eles que tinham horizontes limitados no espaço e reduzidos no tempo? Ao darem conta que o Mestre fala no presente e não apenas no futuro, sem lhes dar margem para fazerem reconfortantes experiências de missão? De facto, o sentido é muito assertivo: Sois, já, sal e luz, na medida em que a vossa vida estiver marcada pela felicidade que vos anuncio.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Anúncio de mau tempo

Ontem apoderou-se de mim 
um certo receio


Ontem apoderou-se de mim um certo receio. Anúncio de mau tempo. Ondas assustadoras. Não era para menos, tão grandes seriam elas. Ventos fortes e chuvas torrenciais. Vi na TV alguém a preparar a defesa das habitações e comércios. Um sismo foi sentido em Aveiro, apesar do epicentro estar relativamente longe. Mas nunca fiando, que os sismos, quanto atacam, não são para brincadeiras. Era já noite, mas logo me avisaram: — Isso será amanhã. 
E de manhã nada de especial aconteceu por aqui. Espero que a força bruta da natureza se tenha perdido no caminho. Quem dera! E que nos deixe em paz, que bem precisamos.

Há menos Crianças e Jovens em risco no município de Ílhavo

Relatório de Avaliação das Atividades
da CPCJ regista tendência de decréscimo


Li hoje, com atenção e alguma curiosidade, o relatório anual de avaliação das atividades da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Ílhavo (CPCJ), referente ao ano 2016. E fiquei a saber que a comissão interveio junto de 256 crianças e jovens em perigo, o que representa «uma tendência de decréscimo que se verificava desde 2012». Ainda bem, pois isso é prova de que tem havido mais cuidado, a vários níveis, na formação integral dos futuros homens e mulheres de amanhã.
Sublinha o relatório que, «no tocante às situações de perigo envolvendo crianças e jovens que foram participadas à CPCJ, o maior número diz respeito à “negligência”», a situações em que os jovens «assumem comportamentos que afetam o bem-estar e o desenvolvimento, sem que os pais se oponham de forma adequada». Há ainda «a exposição a violência doméstica» e «situações que afetam o bem-estar e desenvolvimento» das crianças e jovens.
Sobre as participações, o relatório informa que elas chegam à CPCJ dos estabelecimentos de ensino, de membros da própria comissão, do Ministério Público, de familiares e das autoridades.
É justo referir que a diminuição do número de novos processos de crianças e jovens em perigo poderá ser «explicada pelo investimento que a CPCJ de Ílhavo vem fazendo no domínio da prevenção, nomeadamente, pelo Projeto “Tecer a Prevenção”. Este projeto foi promovido pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens e pela elaboração de um Plano Local de Promoção dos Direitos da Criança, «um importante instrumento de planeamento estratégico das ações preventivas a desenvolver no Município de Ílhavo, que congrega o contributo de diferentes representantes de entidades da comunidade, relativamente aos fatores de risco, fatores de proteção e aos recursos de prevenção e intervenção existentes no Município de Ílhavo».

Fernando Martins

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Museu Marítimo e Navio-museu Santo André em dia aberto

4 de Fevereiro 
MMI

Santo André

No primeiro sábado de cada mês, apenas e durante o horário de inverno, que se estende de outubro a fevereiro, as entradas no Museu Marítimo de Ílhavo e no Navio-museu Santo André são gratuitas. A abertura é às 10 horas no MMI e às 14 horas no Navio-Museu Santo André; a última entrada de visita é às 17h15 no Museu e às 17h30 no Navio-Museu.

Aula de Fotografia com Zé

Crónica de Maria Donzília Almeida


Costa Nova em grande plano 








“A fotografia é a poesia da imobilidade: 
é através da fotografia que os instantes 
se deixam ver tal como são.” 

Peter Urmenyi

“Uma imagem vale por mil palavras” foi o slogan que durante muito tempo preencheu o meu cotidiano docente, nomeadamente com o advento dos audiovisuais aplicados ao ensino. A imagem era um recurso educativo muito usado, em sala de aula, como suporte à explicitação e consolidação de conteúdos programáticos.
Dada a sua importância, havia bancos de imagens como precioso material auxiliar do professor.
Com o avanço das novas tecnologias, houve uma significativa poupança de tempo e esforço na obtenção desse recurso.
Considerando a força e eloquência da imagem, há uma forma de a obter que vai somando adeptos – a Fotografia. Colecionar imagens tornou-se uma atividade aliciante e desafiadora, na sociedade contemporânea, mercê da tecnologia e da instantaneidade, por vezes, da informação. Dia a dia, nos movemos mais pelas imagens que traduzem uma linguagem autoral, ou uma forma de comunicação, seja nas artes, na política, no domínio familiar ou como forma de comunicação global. 
Quando a disponibilidade de tempo vem associada à vontade de empreender coisa novas, na idade madura, embarca-se na aventura da Fotografia como hobby.
Assim aconteceu com um grupo de seniores que, à 6.ª feira, assistem, religiosamente, à aula de Fotografia como oferta pedagógica na Universidade Sénior.
Um jovem irreverente fotógrafo e apaixonado professor quis transmitir-nos o bichinho da sua arte, aliando conceitos abordados na sua simplicidade com a sua exequibilidade prática. Há uma diversidade de equipamentos fotográficos presentes entre os seniores, desde as câmeras fotográficas compactas até às câmeras fotográficas reflex.

Pombo da nossa terra no pódio da 35.ª Olimpíada Columbófila

O "Atleta" olímpico

O pombo-correio, propriedade do sócio Sílvio Vilar,  do Grupo Columbófilo da Gafanha (GCG), que representou Portugal nas Olimpíadas Columbófilas, em Bruxelas, na categoria Sport Absoluta (melhor pombo nas três especialidades, velocidade, meio fundo e fundo), subiu ao pódio, ocupando o 3.º lugar, o que significa uma honra para o nosso país e para o GCG. 
Felicito os columbófilos da nossa terra pelo palmarés de um pombo-correio deste nível, bom estímulo para que outros lhe sigam a carreira. Da mesma forma felicito Sílvio Vilar pela sua tenacidade e saber neste desporto que tem por atletas os nobres pombos-correios.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Santo André noutro tom


Para fugir ao trivial, aqui fica uma foto do Navio-museu Santo André num tom agradável.  Talvez para recordar o tempo do preto e branco, também bonito de ver.

domingo, 29 de janeiro de 2017

A liberdade é um perigo

Crónica de Frei Bento Domingues 


«A invocação, na Igreja, do dever de obediência devia ser sempre acompanhada pelo direito e pela exigência de prosseguir os caminhos da investigação da verdade. O perigo não é a liberdade, é o autoritarismo»

1. 800 anos é muito tempo. Foi com este título que anunciei o jubileu da Ordem dos Pregadores (1216-2016). Não tenho uma devoção especial pelas comemorações, mas sei que uma das doenças mais temidas na minha idade é, precisamente, a perda da memória, Alzheimer. As crianças têm pouco passado. Elas são a realidade do futuro. Os idosos têm algum passado e pouco futuro. As Ordens Religiosas não nasceram todas ao mesmo tempo e, dentro da mesma época, nasceram para responder a desafios novos e diferentes, supondo que têm algo a dizer ao mundo em mudança. Não têm promessas de vida eterna. Algumas nasceram e morreram depressa, outras têm a pele mais dura.
A Ordem dos Pregadores, com suas glórias incomparáveis, virtudes e pecados, celebrou 800 anos. Como muitas outras, não nasceu só de uma vez. Por vezes, onde foram mais vigorosas e fecundas, enfraqueceram e começam noutras áreas culturais e sociais, como se estivesse a nascer de novo. Há 70 anos que conheço os dominicanos. Encontrei-os em muitos países, umas vezes em grande desenvolvimento, noutras com muitas dificuldades e, noutras ainda, a começar como se estivem a fundar a Ordem.
Faço parte dos dominicanos há 64 anos. Quando entrei, vivia-se uma grande turbulência nas províncias dominicanas francesas. Era a época da nova Teologia, dos Padres operários, do diálogo activo com as diferentes correntes do mundo contemporâneo: teólogos com as suas obras no Index dos livros proibidos, outros no exílio, etc.. Essa história triste está feita e abundantemente documentada [1].
Só depois, já durante o Noviciado, tomei conhecimento de uma história anterior, trágica e gloriosa. Estou a referir-me ao itinerário do dominicano Marie-Joseph Lagrange, fundador da Escola Bíblica de Jerusalém (1889-1913).

sábado, 28 de janeiro de 2017

Senescência ou senilidade?

Crónica de Mª Donzília Almeida

Cartaz 

Presidente da CMI aprecia trabalhos dos Maiores 

Na hora de saborear o bolo

A idade está na mente 
Nós temos a idade que pensamos. 
Assim, teremos somente 
Aquela que vivenciamos.

“Se envelhecer é uma inevitabilidade, só é velho quem quiser.” Foram estas as palavras proferidas, na festa de encerramento do ano letivo de uma Universidade Sénior, pelo poeta/escritor, engenheiro Domingos Cardoso. 
Na verdade, a temática do envelhecimento da população tem merecido a reflexão por parte da sociedade, de modo a encarar a transição da vida ativa para a aposentação, de forma digna e saudável. 
O próprio termo velhice ou velho têm sido preteridos em favor da palavra idoso, com uma conotação mais abrangente e menos depreciativa. O sufixo oso confere à palavra um sentido de quantidade e não de qualidade. Vejamos, por analogia, as palavras formoso, habilidoso, maldoso, ardiloso, etc. Há em todas, um sentido de quantidade. Logo, um idoso é aquele que somou já muitos anos ao seu CC (cartão de cidadão) e não sinónimo de caduco. 
Será uma interpretação facciosa, talvez por formação/deformação profissional. Que seja, mas é a minha própria visão do assunto em epígrafe. 

Visita Pastoral de D. António Moiteiro

Paróquia da Gafanha da Nazaré
5 a 19 de fevereiro 2017


A presença do nosso Bispo,
D. António Moiteiro,
será ocasião de:

 Anunciar a Palavra de Deus
— Celebrar os sacramentos
— Conhecer melhor a realidade social e religiosa
— Dialogar com o clero
Visitar as diferentes camadas etárias
— Contactar os agentes da vida local (Autarquias, empresas, serviços, associações, etc.)
— Ajudar a paróquia a viver a relação com a Igreja Diocesana e Universal e a construir a unidade Arciprestal


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Quem era a serpente do Paraíso? (2)

Crónica de Anselmo Borges 


Na continuação do livro de Ariel Álvarez, 
com a pergunta acima e mais 19 sobre a Bíblia

1. "Porque é que Noé amaldiçoou o filho que o viu nu?" Uma cena estranha: Noé, que aparece na Bíblia a cultivar a vinha, "a mais preciosa e nobre de todas as plantas da Bíblia", adormeceu por causa de uma bebedeira e acaba por amaldiçoar o filho Cam, que entrou na tenda e o viu nu. O que se passou realmente? Neste caso, não se trata de homossexualidade.
Este relato tem sobretudo uma finalidade política, passando-se o mesmo com a narrativa das duas filhas de Lot, que, para não ficarem sem filhos, embebedaram o pai para terem relações com ele. Cam é o pai de Canaã e Noé não amaldiçoa Cam, mas o seu neto Canaã, porque será um filho gerado num incesto: o texto diz que Cam viu a nudez do pai, o que significa que dormiu com a esposa do pai, ou seja, com a sua própria mãe. Quem é maldito é Canaã. O texto amaldiçoa os cananeus escravizados e quer explicar as relações tensas entre Israel e os moabitas e os amonitas, também filhos de um incesto.
Havia três irmãos: Sem, Cam e Jafet. Um terminou escravo e os outros dois, livres. E "é a primeira vez que a Bíblia fala de escravidão, a instituição mais horrenda que o ser humano inventou, na qual alguém é um morto em vida, não pode decidir por si mesmo, nem fazer aquilo de que gosta, nem ir aonde quer, nem ter amigos nem ser feliz". A Bíblia falará muitas vezes do tornar-se escravo pelo pecado.

Estilo de vida alegre e feliz

Reflexão de Georgino Rocha


O sermão das bem-aventuranças abre os ensinamentos de Jesus sobre a novidade que vem anunciar, o reino de Deus. Constitui uma espécie de iniciação ao estilo de vida feliz e alegre que os discípulos são convidados a apreciar e a transmitir, a cultivar e a celebrar. Faz a “ponte” entre o modo de agir de Deus e as aspirações mais genuínas do coração humano. Ponte que Jesus evidencia em opções claras e atitudes coerentes. Nele, o humano é tão singular que irradia o divino que o habita. Nele, cada bem-aventurança tem a marca do seu rosto e ritmo do seu coração. Nele, brilha com admirável naturalidade o reino de Deus, o pulsar do amor que se faz serviço de misericórdia.

Mateus, o evangelista narrador, compõe o seu discurso com sentenças colhidas em várias passagens bíblicas e dá-lhes um colorido entusiasta e assertivo, uma energia suplementar para quem tem de enfrentar e assumir situações contrastantes e de risco. De facto, “o mundo” vai por outro caminho, distancia-se e considera desumana, alienante e sedativa a mensagem das bem-aventuranças. O choque parece inevitável. E surgem perguntas como estas: de que felicidade se trata? Que alegria nos humaniza? Que estilo de vida sacia a nossa fome e a nossa sede de dignidade constante e de realização integral? Terão razão homens e mulheres como Madre Teresa de Calcutá, o Padre Américo do Gaiato, o Papa Francisco, as Criaditas dos Pobres, os voluntários silenciosos de todas as periferias?