quinta-feira, 7 de julho de 2016

Festa do Crisma na Gafanha da Nazaré

A vida é para a gastarmos ao serviço dos outros




«Se alguém quiser ser como Jesus, ser seu discípulo, tem de tomar a sua cruz todos os dias para O seguir”. Assim falou o nosso Bispo, D. António Moiteiro, na parte final da homilia, na Eucaristia das 19h, dia 18 de junho,  onde ministrou o sacramento da Confirmação a 39 jovens e 11 adultos.
D. António sublinhou que «a vida é para ser dada, para ser oferecida, para a gastarmos ao serviço dos outros». E referindo-se ao Padre Danny Santos Rodrigues, com origens nas Gafanhas da Nazaré e Carmo, que no domingo seguinte celebraria a Missa Nova na nossa igreja matriz, o prelado aveirense disse que «também ele um dia sentiu que Jesus o chamou para ser seu discípulo». 
Aos jovens e adultos que iam ser crismados, D. António salientou que também «Jesus passou hoje por aqui e está no meio de vós» para perguntar a cada um se quer ser seu discípulo, pegando na cruz de cada dia para O seguir. E para concretizar, lembrou que a cruz pode ser a do estudo, da incompreensão dos amigos, das dificuldades do trabalho, da própria família. 
O Bispo de Aveiro formulou o desejo de que, «se Jesus passa por vós e diz vinde comigo, vós deveis fazer com que o Espírito que ides receber e que enche o vosso coração seja fonte de vida nova para trabalhar na paróquia, fonte de vida nova para vos comprometerdes no lugar onde vos encontrais, fonte de vida nova para serdes também agentes para transformar o mundo em que vivemos». 
D. António Moiteiro disse que o Crisma não pode ser apenas uma celebração, uma festa, devendo ser, sobretudo, «um compromisso de viver a nossa fé e a nossa vida cristã, como dom para os outros». «Ser discípulo implica sempre duas realidades: o anúncio do Evangelho e o testemunho da nossa vida que somos chamados a dar cada dia».

terça-feira, 5 de julho de 2016

S. Miguel: Gatos


Sesta nos penedos. Mãe e filhote. Mar à vista. Sem programa marcado ou desejado. Sós. Nós, os estranhos, perturbámos o seu sossego. Ergueram-se desconfiados. Que querem de nós? Deixem-nos em paz. Saímos apressados e a sesta porventura continuou.

Ribeira Grande vista por Raul Brandão e por mim

Matriz ao longe
«A estrada sobe, a estrada desce, e a vegetação é cada vez mais impetuosa e forte. Já ao longe reluz uma brancura — Ribeira Grande. O panorama alarga-se, mas as nuvens começam a forrar o céu e o cheiro da humidade a entrar-me pelas ventas. Todo este ar lavado e amplo se emborralha. O calor amolece. Mais um lanço de estrada que sobe, e tenho diante de mim a rica planície da Ribeira Grande, largo quadro de tons variados, desde o loiro do trigo até ao verde-escuro do milho. Ao fundo, a toda a largura do céu, uma nuvem recortada e imóvel, estendida como um toldo, deixa um feixe de sol iluminar o oceano, enquanto o campo se conserva envolto em claridade esbranquiçada e magnética até à linha cinzenta dos montes.»

Raul Brandão, 
1924, 4 de agosto

Matriz de outro ângulo. Árvore secular marca presença
Jardim anexo à ribeira
Outro aspeto da ribeira
As árvores com idade avançada
As nuvens, sempre as nuvens
Na ponte, os nossos interlocutores

Ao volante do seu carro, que chiava a cada curva apertada e roncava em cada subida íngreme, com montes teimosamente no horizonte e mar em múltiplas esquinas, o meu João Paulo não se cansava de nos indicar povoações, miradouros, culturas e gentes. Trigo e milho jamais. Casas bonitas, bem caiadas e asseadas, flores e verdura a ornamentarem a paisagem. Vacas aqui e ali. E nas aldeias, de ruas estreitas desafiando a perícia dos condutores, lá estavam monumentos singelos com evocações histórias.
As nuvens de Raul Brandão a forrarem o céu e a humidade abafada a envolverem-nos eram presença assídua e incomodativa. Depois o largo, a Ribeira Grande, a maior da ilha, segundo o testemunho de três ribeirenses que cavaquearam connosco na ponte. De conversa simpática. A Ribeira Grande afinal trazia pouca água. E explicaram. — Quando chove bem, a água escorre dos montes e o caudal cresce bastante e com força; depois vem a normalidade, mas nunca seca.
E continuaram: — As árvores enormes são como monumentos; ninguém as pode cortar; quando éramos meninos já cá estavam e gostamos muito de as ver sempre bem tratadas. 
Depois falaram da prisão que estava num lado do largo, numa espécie de torre quadrangular. E orgulharam-se das ruas ajardinadas e limpas, das casas pintadas sob fiscalização da Câmara, dos jardins com arte. E um acrescentou: — Um dia um morador abusou, pintando a sua casa com uma cor esquisita; a Câmara resolveu o problema; as leis são para ser cumpridas.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Faleceu o meu amigo Plínio Ribau Teixeira

Plínio Ribau Teixeira
Inesperadamente, como acontece com todas as mortes, faleceu o meu amigo Plínio Ribau Teixeira, 76 anos, que conheci desde a infância, quando nos intervalos da escola brincávamos, imensas vezes, na eira dos seus pais. Filho de Manuel Teixeira, o Tio Elviro, e de Madalena Ribau, Tia Madalena Ruça, era membro de uma família numerosa, muito conceituada na terra. Irmão do Manuel, do Ângelo, do Diamantino, do Josué e da Maria de Fátima, viu partir para Deus, para além dos seus pais, os seus irmãos Ângelo e Josué. Ambos, tal como ele, ainda longe da velhice.
Curvo-me perante a sua memória, dirigindo a toda a família, para mim muito querida, palavras de esperança e de certezas de que a vida continuará no seio maternal de Deus. «… porque nos criastes para Vós e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Vós», no dizer sábio de Santo Agostinho. Isto nos consola e há de consolar de forma especial a família do meu amigo Plínio.
Da sua juventude, permitam-me que evoque o trabalho que o envolveu desde cedo. Na agricultura ao lado do pai, depois durante bom tempo na marinha de que Tio Elviro, seu saudoso pai, era marnoto, avançou a seguir com ânsia para mudar de vida. Estudou, tendo eu acompanhado a sua vontade de vencer, orientando-o em estudos de contabilidade. Havia de singrar, porque o Plínio queria realmente vencer. Como de facto venceu.
Casou com a Fátima, tendo-me convidado para o casamento a que fui, com gosto, com minha esposa. Emigrou e da Venezuela trouxe um filho, o Juan Carlos, que foi meu aluno. A seguir nasceu o Paulo Jorge, também meu aluno. E assim se foram cruzando as nossas vidas. De vez em quando lá nos encontrávamos e o Plínio nunca se me mostrou triste, nem preocupado, nem doente. Sempre de sorriso nos lábios, com uma ou outra recordação de tempos idos, de que ríamos a bom rir.
Em casa do avô, Manuel Ribau Novo, o homem que foi a alma da construção da nossa Igreja Matriz, mesmo ao lado da casa paterna, os domingos eram passados à volta da música. O Manuel com o seu violino era o maestro, o Ângelo com a viola, o Plínio com o banjo ou bandolim e o Diamantino com a guitarra. A Maria passava leve como uma pena, olhava, ria-se, e seguia. E o Josué alheio às melodias musicais. Mais tarde, este mesmo, o Josué, apaixonou-se pela teoria musical e pelo colecionismo de instrumentos. 
Em pouco tempo três Ribaus nos deixaram. Mas deles guardo, na gaveta sagrada das minhas memórias, histórias sem fim que dão cor à minha existência. 
O seu funeral realizar-se-á amanhã, 3.ª feira, 5 de julho, às 11 horas, para o cemitério da Gafanha da Nazaré.

Fernando Martins 

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes

17 e 18 de setembro, no Forte da Barra

Capela de N. Senhora dos Navegantes
Procissão pela Ria 
A Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, no Forte da Barra, Gafanha da Nazaré, está já agendada para 17 e 18 de setembro, dela se destacando a procissão pela Ria de Aveiro, com o acompanhamento, já habitual, de barcos moliceiros, mercantéis, bateiras, lanchas e barcos de recreio. A organização é do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, em cooperação com a paróquia, autarquias, APA (Administração do Porto de Aveiro) e demais autoridades, militares, civis e religiosas. 
Pelas 11 horas do dia 18, domingo, haverá na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré a receção aos ranchos e grupos folclóricos, nomeadamente, Rancho Folclórico “Os Marceneiros de Rebordosa”, Rancho Folclórico de S. Pedro de Roriz e Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, o grupo anfitrião.
A procissão pela Ria de Aveiro sairá do cais na Cale da Vila, pelas 14h30, passando por S. Jacinto e culminando no Forte da Barra, onde será celebrada a Eucaristia, por volta das 16h30, ficando os cânticos a cargo dos Ranchos convidados. 
Às 18h30 será dado início ao Festival de Folclore.

domingo, 3 de julho de 2016

Gostar de sofrer: mística ou doença

Crónica de Bento Domingues 


1. Só acreditas em Deus porque te dá jeito. Recebo muito bem esta velha censura de amigos agnósticos e ateus. Só me faltava acreditar porque via nisso uma desgraça.
O que torna a ideia de Deus inacreditável ou inaceitável para muitas pessoas, já foi expressa de mil maneiras. Em alguns meios, a mais corrente é esta: Deus não pode ser simultaneamente omnisciente, omnipotente e bom. Diante do sofrimento do mundo não sabe, não pode, ou não é tão infinitamente bom como se diz. Há outras razões mais sofisticadas de ateísmo. Não pretendo refutar nenhuma. Haverá sempre razões para dizer sim e razões para dizer não. Quando perguntaram a Einstein se acreditava em Deus, respondeu: primeiro gostaria de saber em que Deus está a pensar ao fazer essa pergunta.
Conheço confissões de fé em Deus que, para mim, são tão perversas que gostaria que não existissem. A Divindade foi e é invocada para fazer guerras e extermínio de populações. Na própria Bíblia há passagens, Livros e Salmos, absolutamente insuportáveis, mas não aconselharia a sua eliminação. Ao dizerem o que não se deveria nunca dizer de nenhum deus, revelam aquilo de que somos capazes: de colocar na boca de Deus os nossos interesses, mesquinhos ou detestáveis.
Por outro lado, quando, perante uma desgraça, natural ou provocada, se diz que é a vontade de Deus, sei que não acredito nessa peça do determinismo. Espero que Deus não tenha tão má vontade.

S. Miguel — Furnas



A legenda esclarece. Símbolo do primeiro laço entre as Furnas e os EUA

sábado, 2 de julho de 2016

Saloias de Colares de Helena Roque Gameiro

Saloias de Colares de Helena Roque Gameiro (Revista Ilustração)

EUROPA: Um museu do cristianismo?

Papa diz que Europa deve refletir 
se é um museu do cristianismo 
ou se ainda é capaz de inspirar a cultura


«A Europa é chamada a refletir e a questionar-se se o seu imenso património, permeado de cristianismo, faz parte de um museu, ou se ainda é capaz de inspirar a cultura e de doar os seus tesouros à humanidade inteira», considera o papa.
A interpelação de Francisco foi ouvida hoje em Munique pelos participantes na manifestação "Juntos pela Europa", que concluiu o terceiro congresso para responsáveis e membros de movimentos, comunidade, obras e iniciativas cristãs, que decorreu na cidade desde quinta-feira.»

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As dez heresias do catolicismo actual (2)

Crónica de Anselmo Borges 



Continuo, com J.I. González Faus, a apresentar as dezheresias do catolicismo actual. 4. "Desfiguração da Ceia do Senhor." Imaginemos uma conversa entre um cristão piedoso de hoje e um cristão do século I. Aquele dirá que o centro da sua vida cristã é a "adoração eucarística" e este só lentamente entenderá que se está a referir à "fracção do pão" e também que a Missa quer dizer "a Ceia do Senhor". O que se passou?
Os primeiros cristãos celebravam a Eucaristia em casas particulares, com todos à volta da mesma mesa; ali, pela primeira vez na história, escravos e senhores sentaram-se uns ao lado dos outros. De acordo com o Novo Testamento, "nem sequer era o presbítero que presidia à celebração, embora pouco a pouco se tenha imposto que o presidente da Eucaristia fosse aquele que presidia à comunidade, talvez para aprender que devia exercer a autoridade não impositivamente, mas igualitariamente, e procurando o máximo de comunhão possível".

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Para mudar de tema: Temperaturas altas

«O fim de semana vai ser marcado pelo bom tempo, com as temperaturas máximas a subirem 08 a 10 graus Celsius, podendo atingir no domingo os 40.º no Alentejo, disse hoje agência à Lusa o meteorologista Bruno Café.»



"Nos próximos dias vamos ter uma subida da temperatura máxima. No sábado temos uma subida de 02 a 04 graus e no domingo entre os 08 e os 10 graus", disse à Lusa o especialista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Ainda bem, acrescento eu, para animar a malta e para tranquilamente saborearmos o sol que acalenta e nos ilumina os sentidos e a alma. Bom fim de semana para todos 

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IDE, CONFIANTES, EM MISSÃO DE PAZ

Reflexão de Georgino Rocha

Jesus envia 72 discípulos
Jesus está desejoso de partilhar a sua missão de anunciador da novidade do projecto de Deus. Apesar dos revezes que vai sentindo – a fúria dos que ouvem a sua primeira homilia em Nazaré seguida de expulsão da cidade, os apóstolos não conseguem realizar certas curas, os habitantes de uma aldeia da Samaria manifestam ostensiva hostilidade…–, prossegue a sua firme decisão de avançar para Jerusalém e reforçar o ânimo dos discípulos missionários. Designa setenta e dois e dá-lhes instruções precisas. Este número de enviados, além de histórico, tem um sentido simbólico: indica a totalidade dos povos então conhecidos e visa transmitir a universalidade da missão em que todos ficam envolvidos. Dá assim mais um passo na realização do seu “sonho em acção” que Lucas descreve maravilhosamente no Evangelho e nos Actos dos Apóstolos. A Igreja nesta visão surge como a continuadora emblemática da missão de Jesus. E nós como os beneficiários e herdeiros responsáveis de a gerir fielmente.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Festa da Vista Alegre

A Festa da Vista Alegre em Honra de Nossa Senhora da Penha de França 
tem início já na próxima sexta-feira, dia 1 de julho até ao dia 4 (segunda-feira), 
numa organização conjunta entre a Vista Alegre e a Câmara Municipal de Ílhavo.


"A recente e intensa qualificação dos equipamentos: Museu, Capela de Nossa Senhora da Penha de França, Teatro, novo hotel e lojas da marca e, ainda, a recente classificação desta festa no Inventário do Património Cultural Imaterial nacional (2015), bem como a temática de 2016 centrada na ilustração e que reunirá alguns dos nomes mais emblemáticos quer nacionais quer mundiais são, desde logo, excelentes motivos para não perder esta celebração, que é uma festa religiosa um pouco diferente do habitual."

Fonte: CMI

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Na Rota dos Bacalhaus

O Senos da Fonseca não deixa de nos surpreender com as suas constantes investigações, sobre tudo quanto diz respeito aos ílhavos, Por isso, e por outras facetas da sua personalidade,  muito o admiro, procurando estar a par do que escreve e diz. Desta feita, das suas andanças pelos arquivos, de que eu conheço apenas uma gota das águas em que ele navega, vem com uma achega curiosa que eu partilho com gosto.

«Na procura documental, de vez em quando,surgem-me casos que me vêm esclarecer duvidas antigas. Ou ao contrário, criar novos motivos de procura.
Registo este ,como um daqueles, que, se tiver tempo, hei-de esclarecer.
Um documento encontrado, fez-me melhor perceber o que no livro «Rotas dos Bacalhaus» então escrevi, já lá vão quase vinte anos. O documento, encontrado na BN , na altura mais ou menos inédito, contava um pouco da história da Companhia de Pescarias Lisbonenses. Relatei ,então, seguindo um pouco desta história, os factos que marcaram o início do regresso à pesca do bacalhau.»

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“O meu Bacalhau é melhor que o teu”


“O meu Bacalhau é melhor que o teu” é tema de um concurso que vem com motivação do próximo Festival do Bacalhau, que se vai realizar em agosto no Jardim Oudinot, porventura a mais bela sala de visitas do nosso município, mas também a mais ampla e expressiva zona de lazer da Ria de Aveiro.
O concurso, promovido pela autarquia ilhavense, conta com a parceria da EFTA – Escola de Formação Profissional de Turismo de Aveiro, e tem por objetivos, entre outros, «promover o consumo do bacalhau e dos seus derivados, de cura tradicional portuguesa, junto da população em geral», mas também «a cultura em torno do bacalhau, na vertente do conhecimento tanto das técnicas de culinária tradicionais como da inovação na sua confeção». Ainda pretende «fomentar a troca de experiências e conhecimentos entre os participantes e divulgar e posicionar o Município de Ílhavo enquanto a Capital Portuguesa do Bacalhau».
As candidaturas terão de ser apresentadas de 29 de junho a 15 de julho, sendo este o período em que «os candidatos deverão submeter a suas receitas através do envio do formulário de inscrição, acompanhado de um vídeo de mostra da elaboração da receita».

Normas de Participação e Formulário de Inscrição, bem como demais informações, disponíveis em www.cm-ilhavo.pt

terça-feira, 28 de junho de 2016

Gastronomia: Sr. Bacalhau ao Aguilho


Ingredientes

4 fatias de pão (200g)
300g bacalhau desfiado e demolhado
2 colheres de sopa de azeite
4 dentes de alho laminados
Piri-piri
Pimenta e sal q.b.
50ml de leite

Preparação 

Comece por alourar os dentes de alho
laminados colocando-os em azeite.
Adicione o bacalhau e mexa por 2 a 3
minutos.
Tempere com o piri-piri, o sal e a pimenta.
Junte o leite e deixe ferver para
apurar um pouco.
Retire do lume e
sirva quente com o pão.

Desfrute.

Receita gentilmente cedida pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, Associação participante no Concurso Gastronómico do Bacalhau 2015.

Fonte: Agenda “Viver em…” da CMI

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A Festa dos Grandes Veleiros

Porto de Aveiro | 5 a 8 de agosto


É preciso preparar a Festa dos Grandes Veleiros que vai ter lugar entre nós de 5 a 8 de agosto. Agosto é, por tradição, o mês das festas, um pouco por todo o país. O tempo ajuda e o povo aproveita, porque sem elas a vida é muito mais triste, mais monótona. Nessa linha, o Município de Ílhavo  tudo fez para que o nosso concelho seja palco de um acontecimento de beleza ímpar, mas também um pouco raro. Se fosse uma festa normal não teria tanto impacto Estamos convencidos de que a multidão não perderá a oportunidade de presenciar ao vivo grandes veleiros, muitos deles decerto carregados de história. 
Temos então de nos preparar para a grande festa. Ponha isto na sua agenda: 5 a 8 de agosto no Porto de Aveiro. Sigam as indicações do GPS — Gafanha da Nazaré. 

domingo, 26 de junho de 2016

Diálogo inter-religioso e conversão das religiões

Crónica de Frei Bento Domingues 

1. Nunca vivi em países que invocassem explicitamente a religião para fazer a guerra. No próprio coração da civilização moderna, os totalitarismos do século XX – soviético, fascista, nazi, maoista – com mais de cem milhões de vítimas inocentes, não eram movidos por qualquer religião. A guerra foi muitas vezes encarada como o motor da história. Com o desenvolvimento sempre crescente das ciências e das técnicas poderá tornar-se a sua destruição.
Foi em épocas de muita violência que trabalhei em alguns países de África ou da América Latina. Nenhum deus era invocado para abençoar a crueldade. Em alguns casos, o ateísmo era a regra. Essas guerras não precisavam da bênção de nenhuma divindade. Ainda hoje, o comércio de armas, o tráfico de pessoas e de órgãos, o trabalho escravo, a prostituição, o narcotráfico, a criminalidade organizada nem sempre pertencem a organizações religiosas! A idolatria do dinheiro tem pessoas e serviços bem organizados, a nível local e à escala global, que dispensam o recurso a qualquer outra divindade.
No plano religioso, a pergunta mais importante talvez seja esta: ainda haverá religiões que se alimentam de sacrifícios humanos? Se isto for verdade, o dever da memória não pode substituir a coragem de olhar para o presente.

sábado, 25 de junho de 2016

Ilha de S. Miguel — Início do povoamento



A história está bem clara na placa que indica o início do povoamento na Ilha de S. Miguel. Os meus votos de boa viagem para quem lá for ou por lá passar.

As dez heresias do catolicismo actual (1)

Crónica de Anselmo Borges 


Heresia vem do grego háiresis, com o significado de parcialidade. Ora, pode acontecer que uma parcialidade se absolutize de tal modo que já não deixa espaço para elementos imprescindíveis da identidade cristã. É neste sentido que o jesuíta J.I. González Faus, um dos teólogos vivos mais sólidos e cristãos, escreveu um livro intenso com o título em epígrafe, para desmontar as dez heresias que inconscientemente foram tomando conta da teologia e da vida, arruinando a identidade cristã. Será o nosso guia também nas duas próximas semanas.

1. Primeira heresia: "Negação da verdadeira humanidade de Jesus." Como reconhecer em Jesus "uma psicologia humana como a nossa: sujeita ao erro e à ignorância ou à fraqueza, à angústia, ao medo ou à sensação de fracasso"? O problema está em que já se tem uma ideia prévia de Deus e estas características parecem incompatíveis com a dignidade divina. Mas qual é a consequência? Ao exigir que, em Jesus, Deus corresponda à imagem que temos dele, acabamos por impedir que Jesus revele efectivamente Deus. São Paulo, esse, percebeu, ao escrever que o Deus que anunciamos é "loucura para os sábios e escândalo para as pessoas religiosas". Afinal, a noção de dignidade divina deve ser concebida em consonância com a ideia humana ou a partir do exemplo de Jesus? "Eu, Senhor e Mestre, dei-vos o exemplo, lavando-vos os pés.".Jesus, de condição divina, escreve São Paulo, "apresentou-se como um entre outros", "sendo rico, fez-se pobre por nós, a fim de enriquecer-nos com a sua pobreza", mostrando que a verdade de Deus é o seu amor na autenticidade e fidelidade.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

União Europeia em crise


Não posso dizer que fiquei perplexo com a saída do Reino Unido da EU. E não fiquei perplexo porque vou ouvindo o povo que sofre com uma Europa Comunitária insensível ao espírito solidário que está na sua matriz. Temos uma Europa de interesses economicistas dominados por grandes grupos que põem o lucro cego na base da sua atuação, em desfavor do povo que, pesar dos avanços tecnológicos, não tem o mínimo para viver com dignidade. 
Olhando para o nosso país, com uns 11 milhões de habitantes, vemos que mais de dois milhões de portugueses  passam fome ou vivem no limiar da pobreza, quando uma minoria açambarca o grosso da riqueza nacional. 
Esta decisão do Reino Unido não vai passar apenas como saída airosa da EU, mas vai refletir-se no todo europeu. As ideias antieuropeístas vão proliferar como cogumelos e as políticas da comunidade têm de responder objetivamente a este descontentamento generalizado, repondo princípios de mais justiça social, da solidariedade entre países, de rutura com a escravatura de trabalhadores que sobrevivem com salários de miséria. 
Nada vai ficar como dantes. Este aviso, forte e porventura dramático para países e pessoas mais frágeis, tem mesmo de acordar os políticos europeus, ainda não eleitos pelo povo. 
Pelo que tenho ouvido, não há certezas de nada… Porém, vou intuindo que algo de novo estará para acontecer de mais grave nos próximos tempos. Oxalá me engane.

BREXIT



«A diferença foi curta: 51,9% contra 48,1%. Foi curta, mas suficiente. Suficiente para fazer o Reino Unido sair da União Europeia. Suficiente para provocar a demissão do primeiro-ministro, David Cameron. Suficiente para abalar a liderança de Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista. Suficiente para levar a Escócia a referendar novamente a sua independência do Reino Unido. Suficiente para provocar a maior queda de sempre das Bolsas europeias. E suficiente para o Governo português aconselhar os imigrantes a pedirem dupla nacionalidade.»

Li aqui 

Revista "ILUSTRAÇÃO"


Da revista ILUSTRAÇÃO.

QUANTO A TI, VEM E SEGUE-ME

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus é um homem livre. Toma decisões conscientes, ainda que arriscadas. Assume as consequências das opções feitas. Tem a noção clara do tempo. Está aberto à surpresa, embora procure gerir as circunstâncias. Avança para a cidade de Jerusalém, para o Templo, o coração da vida religiosa, social, política e económica. O centro do poder que geria a ordem estabelecida que tantos privilégios concedia a uns poucos e mantinha a maioria empobrecida, submissa e resignada.
Aproveita a viagem para apresentar ao povo a novidade do projecto de Deus de que era portador e preparar os discípulos para a missão que lhes iria confiar. Pessoas entusiasmadas saem ao seu encontro no caminho, procuram falar-lhe, mostrar-lhe as suas disposições e solicitar favores. Outras nem sequer deixam que se aproxime das suas aldeias, em ostensiva rejeição.
Lucas, o evangelista narrador desta viagem, agrupa cenas, ditos e discursos, compondo um admirável itinerário catequético e realçando que “seguir Jesus é o coração da vida; que não há nada mais importante e decisivo”. A leitura de hoje (Lc 9, 51-62), faz-nos visualizar os traços fundamentais da iniciação cristã polarizados na liberdade: liberdade para decidir – “ se queres”; liberdade para manter a opção feita: - “segue-me e vai anunciar”; liberdade para ser coerente: “ “deixa” as ataduras e vive da esperança; deixa o passado, mesmo valioso e querido, e “agarra o presente” com determinação confiante. Tudo a condizer com o exemplo admirável de Jesus.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Sobre a leitura

Alçada Baptista era um bom contador de estórias. 
Incisivas e com graça. Como esta:

Alçada Batista
Raul Solnado 
«O meu querido Raul Solnado quis ser simpático com o filho de um amigo, um rapaz de 23 anos. Achou que se devia interessar pelas suas preocupações. Disse-lhe:
— Então, rapaz, tens lido alguma coisa? Gostas de ler?
Ele pensou só um bocadinho e respondeu:
— Evito.»