sábado, 19 de setembro de 2015

Crianças, símbolo de um mundo novo

Reflexão de Georgino Rocha



«É preciso fazer falar o silêncio das vítimas, 
repor a dignidade dos descartáveis e sobrantes, 
facilitar a inclusão de quem é portador 
de novos valores que humanizam a sociedade»


“Je suis Abou” afirma a criança refugiada que, ao ser descoberta no porta bagagens de um camião, sai espontaneamente como se estivesse em terra conhecida e se apresenta aos guardas que faziam o controle da vigilância. A sua fotografia correu mundo e a sua mensagem ainda repercute em muitos corações feridos pelo drama torturante vivido por muitas centenas de milhares de famílias e seus filhos. “Eu sou o Abou” dou o meu nome a tantos outros meninos e meninas que se vêm forçados a correr os maiores riscos para salvar a vida. Espero a vossa ajuda para poder ser feliz e dar-vos o que todas as crianças têm: alegria, ternura e confiança. E podia seguir-se Cuma conferência de imprensa promovida por Jesus de Nazaré com o Abou ao colo aberta a todos os meios de comunicação. O impacto seria enorme. Algo parecido acontece no Evangelho. Mc 9, 30-37.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Saber o que está certo



«O país não precisa de quem diga o que está errado; precisa de quem saiba o que está certo.»

Agustina Bessa-Luís

Travessa dos Bons Senhores

Gafanha da Nazaré — Ruas com História


A "Travessa dos Bons Senhores", na Cale da Vila, começa na Rua D. Manuel Trindade Salgueiro e não tem saída. Ali moravam os familiares da Tia Catrina (Catarina), entre outras pessoas. Um dia, estes foram à Junta de Freguesia requerer nome para a sua rua. Apresentaram várias propostas, com toda a naturalidade, e entre elas surgiu este nome, na sequência da afirmação de que nela morava gente boa. Os chefes de família seriam, do que não duvidamos, Bons Senhores. E foi esta designação que mais empenho mereceu dos requerentes. Não será uma travessa, mas está bem assim, apesar de tudo.

Notas:
1. Temas para recordar;
2. Aceitam-se sugestões de ruas com história.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Ser fiel às raízes cristãs

Refugiados sírios
«Ser fiel às raízes cristãs da cultura europeia não pode reduzir-se a uma proclamação formal, ou à conservação de sinais externos. É, acima de tudo, adotar comportamentos coerentes com a mensagem cristã. Não há essa coerência quando se recusa o acolhimento de refugiados por estes não partilharem a fé cristã. A defesa da identidade europeia não pode servir de pretexto para distinguir entre refugiados cristãos perseguidos por causa da sua fé (como são, na verdade, alguns deles) e outros refugiados. A novidade do cristianismo reside no amor universal, que não faz aceção de pessoas,»

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz 
sobre o acolhimento de refugiados. 

Quando a velhice chegar

Crónica de Maria Donzília Almeida

Falésia 
Passeio à Nazaré 
16 de setembro de 2015

«Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres» 

 Séneca

Sete saias
Já que envelhecer é uma inevitabilidade, só se sente velho, quem quer.
Esta evidência foi confirmada, no passeio à Nazaré, organizado pela autarquia de Ílhavo e que teve uma adesão massiva.
Hoje em dia, há um reconhecimento e valorização da idade madura e a sociedade começa a estar desperta para esta realidade.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Aniversário da Biblioteca Municipal de Ílhavo

10 anos de autores, 10 anos de livros
— Sexta-feira, 18, 21.30 horas — 


A Nossa Gente: Manuel Mário Bola

"O gosto pela construção de maquetas 
náuticas veio dos tempos de menino"


Manuel Mário Bola
Manuel Mário Bola, 70 anos, casado com Maria de Lurdes Cravo, dois filhos, Carlos Jorge e Luciana, uma neta e um neto, chefe de máquinas em navios bacalhoeiros e outros, tem o mar no coração. Conhece os mares gelados do Atlântico Norte e os mares quentes da costa africana, desde Angola, Moçambique, Malásia e Somália, entre outros países que cita de cor. E mesmo depois de reformado não prescinde das águas serenas da nossa Ria, onde pesca habitualmente. No dia em que o entrevistámos, tinha ido pescar «uns robalitos», decerto para mais uma saborosa caldeirada, que salsa já estava à mão.
Recebeu-nos com natural lhaneza nos seus espaços de trabalho, com máquinas para madeira e ferro prontas a funcionar, umas compradas e outras construídas por si. Um pouco por cada canto há imensas peças relacionadas com o mar e navegação. Mas nós, que apreciámos inúmeras vezes a sua célebre Nau S. Felipe em exposições diversas, queríamos olhar de perto maquetas (como lhes chama), que são, no fundo, miniaturas de navios, onde predominam os lugres, nos seus modelos variados. Lugres simples, lugres Patachos, Iates e Palhabotes, qual deles o mais bonito. E com paciência de monge lá nos foi explicando as características de cada um, a nós que somos da beira mar e  beira ria, mas pouco percebemos destas artes marinhas.

A sineta que veio do fundo do mar

Férias — S. Pedro do Sul

Espaço museológico (Foto do meu arquivo)

Todos sabemos que as termas de S. Pedro do Sul foram as preferidas das populações da nossa região, sobretudo para doenças do aparelho respiratório, reumáticas e músculo-esqueléticas, entre outras. Com frequência ouvimos dizer que as suas águas, com temperaturas que rondam os 68 graus, garantem alívio para vários meses. Sabemos até que há pessoas que frequentam aquelas termas duas épocas por ano.
Se por lá passar, nem que seja por simples passeio, visite o Museu do Balneário Rainha D. Amélia, onde pode ver, no livro de registo dos aquistas, apelidos de pessoas da nossa região. Mas não se esqueça de visitar a piscina que o nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, utilizou para afugentar as dores da perna que partiu no cerco de Badajoz. Mas deixem-nos dizer que, afinal, nunca se curou, sendo transportado numa padiola a partir daí. Hoje seria numa maca ou cadeira de rodas, mas haveria cura, de certeza. 


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Festa de Nossa Senhora da Encarnação

Crónica de Maria Donzília Almeida

Para o ano, há mais

Nossa Senhora da Encarnação
Nos dias 11, 12, 13 e 14, decorrem os grandiosos festejos em honra da padroeira desta simpática e luminosa vila da Gafanha da Encarnação.
Desde os meus verdes anos de menina e moça, que a expressão “A Nossa Festa” soava como algo de mágico aos meus ouvidos. Era o quebrar da rotina, uma pausa nas lides do campo e a antevisão de alguns momentos de agradável convívio e diversão.
A Festa tinha um significado alargado que transcendia a comemoração do dia da padroeira, era uma efeméride para a população desta localidade que até atraia forasteiros.

Férias — Conhecer o nosso país

Santa Maria da Vitória (Mosteiro da Batalha)
Com as viagens pelas autoestradas, onde as houver, perdemos de vista o nosso país real. A pressa que elas permitem não nos deixa olhar para o lado para sentir o palpitar da vida nas aldeias, vilas e cidades de Portugal, quantas delas cheias de episódios históricos com marcas indeléveis do passado e até do presente. Daí que neste espaço me atreva a desafiar os nossos leitores para, quando houver vagar, circularem por recantos nunca ou raramente apreciados. As férias podem servir para isso mesmo.
Penso que ninguém duvidará da necessidade de conhecer mais de perto o nosso Portugal com tantos séculos de história, contados desde 1143, quando D. Afonso Henriques se autoproclamou rei, ou a partir de 1179, data em que o Papa reconheceu a nossa independência, ao jeito da ONU naquela longínqua era.
Felizmente, as autarquias têm desempenhado um papel preponderante ao nível do nosso património histórico e artístico, não faltando folhetos promocionais e outra literatura que nos servem de guias turísticos, fornecidos gratuitamente. Basta parar, perguntar e partir à aventura. 
Depois, há que contemplar a natureza e os testemunhos históricos, retratados em monumentos e estátuas, mas ainda na toponímia de cada povoação. Cada um deles é uma lição.


Porto de Aveiro: Qualidade do ar

Qualidade do ar na zona envolvente 
do Porto de Aveiro tem melhorado, 
mas não é suficiente 



A qualidade do ar na zona envolvente do Porto de Aveiro, que tantos protestos tem desencadeado a partir das populações mais afetadas, tem melhorado «mas não é suficiente», sublinha a ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) em comunicado tornado público recentemente. Também a Câmara Municipal de Ílhavo chamou a si a responsabilidade de acompanhar o processo, «de forma atenta e permanente», enquanto recomenda à Administração do Porto de Aveiro, «a necessária celeridade na prossecução das diligências que permitam, com a maior brevidade possível, a implementação das medidas propostas pelo referido estudo [publicado recentemente], por forma a proporcionar uma vivência mais tranquila à população da Gafanha da Nazaré». 

domingo, 13 de setembro de 2015

Um poema de Rosa Lobato Faria



Quem me quiser há-de saber as conchas

Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
– Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente
.

Rosa Lobato de Faria,
in "A Noite Inteira Já Não Chega" — Poesia 1983-2010"

NOTA: Por proposta da minha Lita

A semana

1. Os debates

Quando hoje li no Público um pensamento de Aristóteles, um filósofo da Grécia Antiga, dizendo que "O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete", lembrei-me logo dos debates políticos da semana, em que muito se falou à margem do entendimento do povo que nada sabe de jargões económicos e quejandos. Os nossos políticos julgam que estão a dirigir-se a uma assembleia de candidatos a mestrados ou doutoramentos, mas não estão. E assim vai o nosso país, de mal pior, em que se fala para ninguém ou poucos perceberem.
Pergunto-me se vale a pena alimentar pré-campanhas e campanhas para as legislativas, tão morosas e desgastantes, para nos deixarem quase na mesma, isto é, sem conhecermos verdadeiramente com que meios vão resolver os problemas que afligem os portugueses, sobretudo os que vivem no limiar da pobreza, sem trabalho e sem dinheiro para pão, sabendo-se que os cofres estão vazios.
Por que razão não nos poupam a tanta barafunda, a tanta guerra? Uns simples 15 dias não seriam mais do que suficientes para se resolver a questão de apresentação de candidaturas e debates à volta de temas concretos? 

2. Os refugiados

As imagens dramáticas dos refugiados em busca de paz e de pão na Europa não podem deixar-nos indiferentes. São seres humanos desesperados, angustiados e cansados da guerra. Olham para a Europa como única tábua de salvação, apesar de ela própria se debater com imensas dificuldades. Mas o que mais me choca, para além dos dramas humanos de quem vem, são as atitudes desumanizantes de xenófogos e aparentados que repudiam qualquer gesto de solidariedade e humanismo. 
Sou do tempo em que muitos portugueses procuraram a França a salto, correndo sacrifícios inauditos para chegar ao paraíso sonhado de trabalho para todos. Hoje, li um dia destes, há no mundo uns quatro milhões de portugueses e lusodescendentes, com vida estável e segurança social garantida. Mas também com direitos de cidadania adquiridos pela sua integração conquistada a pulso e dedicação. Houve quem os aceitasse e lhes desse trabalho.
Porquê tanta raiva? Porquê tanto ódio? Porquê tanta desumanidade? 

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Postal Ilustrado — Cemitério da Gafanha da Nazaré

Um lugar de memórias e de fé


O Cemitério da Gafanha da Nazaré, inicialmente designado por Cemitério Paroquial, foi benzido no dia 25 de julho de 1921, provavelmente pelo então primeiro prior, Padre João Ferreira Sardo. 
Não sendo um daqueles cemitérios que atraem turistas, por túmulos e capelas com arte, nem por ali estarem sepultadas figuras gradas da política, das ciências e da cultura, a verdade é que naquele espaço de fé e memórias repousam os restos mortais de muitos dos nossos antepassados entre outros de pessoas que assumiram a nossa terra como sua. Antes da inauguração, os que faleciam na Gafanha da Nazaré eram sepultados no cemitério de S. Salvador, Ílhavo.
Depois da bênção, foi sucessivamente aumentado em 28 de dezembro de 1933 e em abril de 1939. No ano anterior, a Câmara de Ílhavo pagou 1150 escudos pela planta do cemitério, provavelmente para legalizar diversas alterações entretanto feitas, conforme se lê nos arquivos da CMI.
Com a construção do Cemitério Paroquial, terminaram os sacrifícios do nosso povo que acompanhava os seus entes queridos falecidos até Ílhavo, por acessos difíceis e morosos de percorrer.
Graças ao desenvolvimento demográfico da nossa terra, as ampliações e melhoramentos sucederam-se e a Capela das Almas foi dada por concluída em 30 de Dezembro de 1933.
Entretanto, foi edificado o jazigo dos Priores da Gafanha da Nazaré e a Capela Mortuária, construída pela Câmara de Ílhavo, junto à igreja matriz. A Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré administra o cemitério e a referida capela.
Quando entramos no cemitério, ao olhar com alguma atenção, deparamos com referência históricas dignas de nota. Identificamos nomes de pessoas que nos foram queridas, que exerceram cargos de relevo, pobres e ricos. Há sinais de amor e de abandono, declarações de ternura e de fé. Rostos que nos marcaram pelo bem que nos fizeram. E a oração sentida brota naturalmente nos nossos corações.

Fernando Martins

O mar é fundamental

Um texto de Sofia Lorena no Público

“O clima será a economia do futuro 
e nesta equação o mar é fundamental”

Porto de Aveiro (Foto do meu arquivo)

Tiago Pitta e Cunha, especialista em políticas do oceano e assuntos marítimos, repete duas ideias: a “globalização não existe sem mar” e “não faz sentido lutar contra a geografia”.


Continuamos de costas viradas para o mar?
Na ausência de desígnios e de concertações nacionais prevalecem os interesses de grupo, os únicos organizados. Mas o interesse comum não existe e por isso é que não existe uma taxa de tonelagem [imposto com base na mercadoria transportada e não nos lucros], por exemplo. Como não há essa ideia de interesse comum, e do mar como interesse comum, um ministro das Finanças não compreende que deva dar a tal ajuda de Estado ao mar, mesmo vendo que os outros países da Europa o fazem.

Ler entrevista aqui

O ignorante, o sábio e o sensato

"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflecte"

Aristóteles (-384/-322), filósofo da Grécia Antiga


Li no Público de hoje


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Um novo discurso do método teológico?

Crónica de Frei Bento Domingues 
«Que fazer, na Europa e nos EUA,
 para vencer a persistente cegueira 
que prepara sempre novas asneiras?»

Frei Bento Domingues



1. O regresso a este espaço pede-me alguns parágrafos de introdução. Começo por destacar o trabalho exemplar de reconstrução de uma muito original, eficaz e clandestina “devoção”, a dos Terceiros Sábados, lançada pelo casal Natália Duarte Silva – Nuno Teotónio Pereira, nos anos 70 do séc. XX.
Ignorada nas investigações sobre a relação dos grupos católicos com o Estado Novo e com a guerra colonial, foi agora tirada do limbo da memória de muitos participantes pelo esforço de António Marujo [1].
A pertinência do texto Dói-me Portugal, de Pacheco Pereira, não se vai esgotar na presente conjuntura política [2]. Clara Ferreira Alves, com As lágrimas de crocodilo [3], não permite esquecer que os EUA e a Europa foram e são parceiros na sementeira e na teia das loucuras cujas consequências, só em parte, estão à vista de todos, na tragédia dos fluxos migratórios. Se ninguém se lembra de perguntar aos países ricos do Golfo, irmãos da mesma fé, quantos refugiados sírios receberam, é porque os negócios sujos exigem silêncio. Em 2014, a Alemanha e os Estados Unidos bateram recordes na venda de armas no Golfo.

sábado, 12 de setembro de 2015

Os grandes veleiros

HÁ DOIS ANOS PUBLIQUEI ESTE TEXTO



Tenho saudades dos grandes veleiros. Lembrei-me hoje deles e da beleza que transportam enquanto cruzam outros horizontes. O colorido, os mastros apontando ao céu, as bandeiras agitadas pela aragem ou pelos ventos fortes, as cordas que se cruzam, os marinheiro folgazões, o povo que brota de todos os cantos do nosso país, os cantares descontraídos, o rigor das operações da atracagem e o levantar das amarras ficaram na minha memória. Quando voltarão?

Teólogos e recasados

Crónica de Anselmo Borges 

«O Evangelho manda, 
segundo os Actos dos Apóstolos, 
"não impor um jugo que nem os nossos pais 
nem nós somos capazes de suportar"»


1. A pensar no confronto do Sínodo de Outubro, 18 teólogos espanhóis de renome, como Torres Queiruga, González Faus, J.A. Pagola, escreveram uma carta de petição ao Papa querendo "completar, pelo outro lado, o escrito de meio milhão de fiéis no qual te pedem com afinco que "reafirmes categoricamente os ensinamentos da Igreja de que os católicos divorciados e que voltam a casar pelo civil não podem receber a sagrada comunhão". Dei conta aqui desse escrito no sábado passado. Na carta, a assinar por quem achar bem (já assinei), dão razões a justificar que "a prudência pastoral não só permite como reclama hoje uma mudança de posição" quanto à comunhão para os recasados.
A primeira é que as palavras de Jesus "Não separe o homem o que Deus uniu" têm de ser lidas no seu contexto. Elas dizem directamente respeito ao marido, que podia abandonar a mulher por qualquer motivo, até porque viu outra mais bonita. São, pois, palavras dirigidas primariamente à "defesa da mulher".

Jesus de Nazaré, diz-nos quem és tu

Reflexão de Georgino Rocha



«Que brilhe em nós a alegria 
da experiência alimentada 
no encontro contigo»

A reprimenda de Jesus a Pedro é de lançar todas as esperanças por terra. “Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens”. Mc 8, 27-35. Pobre Pedro! Havia agido em coerência e proclamado em nome do grupo dos discípulos que Jesus “é o Messias de Deus”, havia achado estranha a recomendação severa que impunha silêncio sobre esta verdade, havia julgado prudente aconselhar o Mestre, a sós, contestá-lo no seu surpreendente anúncio: que tinha de sofrer muito, ser rejeitado, morto e ressuscitado. E Jesus acrescenta dirigindo-se à multidão: “Quem quiser seguir-Me tome a sua cruz… quem perder a vida por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á”.