quarta-feira, 24 de julho de 2013

A arte do inacabado



É-nos dito e repetido que o tempo bem aproveitado é um contínuo, tendencialmente ininterrupto, que devemos esticar e levar ao limite. A maioria de nós vive nessa linha de fronteira, em esforçada e insatisfeita cadência, a desejar, no fundo, que a vida seja o que ela não é: que as horas do dia sejam mais e maiores, que a noite não adormeça nunca, que os fins de semana cheguem para salvar-nos a face diante de tudo o que fica adiado.
Quantas vezes damos por nós a concordar automaticamente com o lugar comum: “precisava que o dia tivesse quarenta e oito horas” ou “precisava de meses de quarenta dias”. Desconfio que não seja isso exatamente o que precisamos. Bastaria, aliás, reparar nos efeitos colaterais das nossas vidas sobreocupadas, no que fica para trás, no que deixámos por dizer ou acompanhar.
(...)

Uma reflexão de José Tolentino Mendonça

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Guardas da JARBA

GUARDA DAS MARGENS DO RIO NOVO DO PRÍNCIPE É UM NOME BONITO





A função de António Dias da Silva e dos outros guardas da J.A.R.B.A. talvez não. Só gosta dos guardas quem deles se socorre e eram poucos; muitos mais os denunciados, autuados, despedidos.
A Junta Autónoma era ao tempo gorda de poderes, era da Ria e da Barra de Aveiro.
Os guardas escreviam cartas contando os sucessos da jorna, denunciando albertos com alcunha de espantar – “O Imaginário”.

domingo, 21 de julho de 2013

Os gafanhões vistos por outros — 4



As mulheres da Gafanha merecem um estudo profundo sobre o seu papel na construção das povoações e das comunidades desta região banhada pela Ria de Aveiro. É certo que alguns estudiosos e escritores de renome já se debruçaram sobre elas, cantando loas à sua coragem, mas também ao seu esforço, desde sempre indispensáveis na luta de transformação de areias improdutivas em solo ubérrimo.
Há décadas, e é sobre essas mulheres que nos debruçamos, elas eram as mães solícitas e amorosas dos filhos, mas também os “pais” que garantiam o sustento da casa, enquanto os maridos se aventuravam nas ondas do mar ou tentavam a emigração, na busca de mais algum dinheiro que escasseava em terra. 
Em jeito de desafio a quantos podem e devem, pelos seus estudos e graus académicos, retratar as nossas avós, com rigor histórico, estético, poético e antropológico, já que, aqui, não há lugar nem tempo para isso, apenas indicamos algumas pistas, que há mais de 60 anos nos foram oferecidas por Maria Lamas, na célebre obra “As mulheres do meu país”.


sábado, 20 de julho de 2013

As paixões de Lee Gallagher

Lee Gallagher
Lee Gallagher é capitão do Brasilia Fishing Charters. É natural do Reino Unido e vive nos Açores, onde é pescador e ilustrador de temas marinhos. Veio em 1987 de Inglaterra com destino aos Açores, para seguir a sua paixão de viver uma experiência de "pesca em mar aberto". Isto pude ler na revista NAU XXI, número 2, deste mês de julho, que sublinha, entre outros temas, que o "Peixe português é bom, muito bom...", em trabalho de Alexandra Prado Coelho. 
Voltando ao pescador ilustrador, que optou pelos Açores há 25 anos, ele confessou à revista a razão por que gosta do mar açoriano: "A biodiversidade marinha, o contacto com a natureza, a possibilidade de trabalhar nas suas duas grandes paixões e a vida rústica que tem oportunidade de viver.

Nota: Voltarei à revista para referir outra paixão pelo nosso país.

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Torreira: Tenda de Deus


Somos uma Diocese situada à beira mar, com zonas balneares de referência. Aveiro atrai todos os anos muitos veraneantes amigos vindos de longe. Queremos acolhê-los bem. Como é bom, muito bom mesmo, termos tanta gente que gosta da nossa terra, aqui encontra paz e procura descanso e se sente bem recebida e integrada nas nossas comunidades, sempre que aqui chega!


Novos olhos


«A verdadeira viagem de descobrimento 
não consiste em procurar novas paisagens,
 e sim em ter novos olhos.» 

Marcel Proust  (1871 – 1922) 

NOTA: Agora, mais do que nunca, todos precisamos de novos olhos ou novos olhares para enfrentar a crise que nos massacra o corpo e a alma. Com os erros, podemos sempre aprender, para não cairmos em precipícios que podem ser fatais. Com a indefinição, incompetência, luta cega  pelo poder, ambições pessoais, egoísmos ferozes e demagogias baratas ao nível político, social e económico temos mesmo de repensar as nossas opções partidárias. Com esta gente, não vamos a lado nenhum.

Falsos ricos

Desabafos de um habitante do Absurdistão

Anselmo Borges


«Há um verbo latino muito rico: mederi. É importante, porque dá origem a três palavras fundamentais para a nossa necessidade mais urgente: meditação, medicina, moderação. Precisamos de parar e meditar e viver mais moderadamente (todos, não apenas os pobres). Quanto à medicina, ninguém conhece exactamente o remédio, mas ele passa também pela convocação de representantes das forças mais dinâmicas e estruturantes do país - Universidade, partidos, patronato, sindicatos, média, Igreja -, no sentido de um estudo que comunique, sem mentira, a situação real do país, e de um consenso mínimo quanto ao essencial, para salvar o futuro de um país que caminha para o precipício.»

Anselmo Borges

Dia do Amigo: 20 de Julho


Com dedicação, gratidão e devoção... 
aos meus amigos do peito!





AMIGO...

Com o coração escuta...
A minha história
A minha luta!
A minha glória
O meu fracasso...
Tudo o que faço...
As lágrimas seca,
Com amor... e não peca!
Dá o seu ombro suave
Macio e acolhedor...
Refrigera a dor
Adivinha uma angústia
Vive os meus sucessos
E aceita os retrocessos.
Discorda de mim...
Cheira a rosas e a jasmim...
É o meu perfume!
Reacende-me o lume
Apagado, da paixão!
É certeza, na ilusão
Protege-me do perigo!
É no fundo do meu ser
O que mais desejo ter:
O meu porto de abrigo!


M.ª Donzília Almeida

20.07.2013

Saber acolher


RECEBER JESUS EM SUA CASA

«Saber acolher como Abraão que interrompe o seu descanso e se põe ao serviço de desconhecidos, prestando-lhes generosamente os cuidados usuais. Como Marta, a incansável dona de casa, que se esmera na prática das regras da boa hospitalidade. Como Maria, a ouvinte dócil e atenta, que se senta aos pés de Jesus qual discípula fiel. O acolhimento é fonte de enriquecimento mútuo. Como recorda o Papa Francisco na sua recente encíclica: “A fé ensina-nos a ver que, em cada homem, há uma bênção para mim, que a luz do rosto de Deus me ilumina através do rosto do irmão (LF 42).»

Georgino Rocha

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Mandela: Um Gigante Moral

Mandela faz hoje 95 anos

«O objetivo da liberdade é criá-la para os outros.»

Mandela 


Nelson Mandela

«Nem profeta nem revolucionário, Nelson Mandela mostrou-se um homem fora do comum, um imenso líder político e um gigante moral.
Pelos seus princípios. Pelo seu sacrifício. Pela sua humanidade. Pela sua determinação. Pela sua coragem. Pela sua visão. Pela sua força para perdoar e reconciliar. Um homem íntegro. O combate de Nelson Mandela levou ao triunfo da justiça e da dignidade do homem. E quase sempre com Mandela a aparecer com um sorriso carinhoso.»

Li aqui 

Europa sem horizontes novos


Cristãos à escala universal?



"Numa Europa politicamente baralhada, eticamente empobrecida, incapaz de horizontes novos, o mundo voltou a olhar para Roma, dada a esperança que daí parece vir a favor dos direitos humanos fundamentais, da dignificação e humanização das relações pessoais e sociais, da colaboração séria em prol da verdade, da justiça e da paz."

António Marcelino

quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Olhos sobre o Mar"

CONCURSO DE FOTOGRAFIA


​«O Executivo Municipal ratificou a decisão do Júri do X Concurso de Fotografia “Olhos sobre o Mar” em relação à atribuição dos Prémios. Nesta edição participaram 134 fotógrafos de todo o País, com um total de 631 trabalhos relacionados com o Mar, tornando-se a edição mais participada de sempre.
​A entrega dos prémios decorrerá no dia 23 de agosto no Navio Museu Santo André, local onde ficarão expostos os 50 melhores trabalhos durante o mês de agosto, integrados no programa do “Mar Agosto 2013 – Festas do Município de Ílhavo”.»

Fonte: CMI

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Medo


«À medida que nos libertamos do nosso próprio medo 
a nossa presença liberta automaticamente outros.» 

Nelson Mandela (°1918)

O PIQUENIQUE

Piquenique nas Abadias

Já lá vão os tempos em que fazíamos piqueniques. Filhos pequenos, cada um com o seu saco e pai e mãe com o resto dos apetrechos, os mais pesados. Mesa articulada montada, com cuidado, tachos, pratos e demais utensílios em cima, e toca a comer que o apetite era muito por causa dos ares dos pinheiros das matas da Torreia, S. Jacinto, Gafanha e Vagueira, entre outras, que o campismo proporcionava.
O que nos irritava eram os mosquitos esfomeados, que não nos perdoavam e nem sequer respeitavam os repelentes. Depois, em dias de nortada, o pó invadia tudo, ao ponto de nos obrigar a procurar refúgios, nem sempre fáceis de encontrar. Cansámo-nos. Mas de vez em quando ainda tenho saudades desses tempos.

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Figueira da Foz - Ponte nas Abadias

Pontes na vida



A ponte sobre o Ribeiro das Abadias, em pleno parque do mesmo nome, serve muita gente, apesar de ser pequena. Sobretudo os que fazem, com regularidade, os seus exercícios de manutenção.
As pontes são sempre úteis, especialmente para aproximar pessoas e comunidades desavindas. Sem pontes, não físicas mas de comunicação, o diálogo raramente se estabelece ou restabelece, tornando muito difícil o entendimento e o benefício da proximidade. Haja pontes entre as pessoas, tanto mais que temos, como nação, grandes desafios a vencer, são os meus votos.

Treino para férias


FIGUEIRA DA FOZ
Farol da Serra da Boa Viagem
Um dia de férias na Figueira a Foz para ensaio, que férias a valer só mais tarde. Nem sei quando.
A agitação doutros tempos anda fugidia. Compreende-se. Já lá vai o tempo em que a Figueira da Foz pontificava no turismo balnear, com a alta burguesia a marcar presença e a impor o ritmo social. Agora a praia democratizou-se sem ser preciso pedir licença a ninguém.
Hoje vi pouca gente, mas pode ser que em agosto as ruas, areais, esplanadas, cafés e bares, restaurantes e hotéis, espaços verdes e sombras venham a encher-se. Eu gostaria imenso, porque sem gente a Figueira fica mais triste.


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terça-feira, 16 de julho de 2013

Hortas


As hortas estão de regresso. As hortas têm de estar de regresso. Por prazer e por amor à natureza e ao gosto pela agricultura. Ainda  por causa das crises, que essas não perdoam e não têm compaixão por quem passa necessidades. As hortas são, na nossa região e noutras, um complemento para as receitas de qualquer família. Sobretudo de famílias onde entra pouco dinheiro. As hortas, que o arquiteto Ribeiro Teles defende há muito, como fundamentais na paisagem, estão a surgir também nas cidades. Esta encontrei-a na cidade do Porto, a capital do trabalho.