quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Papa terá sofrido com a Cúria Romana

Uma decisão com interpelações incómodas 

António Marcelino



«Este gesto é um sinal a exigir discernimento. Muitos, mesmo estranhos à vida da Igreja que não à sua missão na história, o vêm lendo com perspicácia que falta, talvez, a alguma gente de dentro. Conhecendo Bento XVI, não é difícil admitir quanto terá sofrido com a situação da Cúria Romana, a estrutura criada para apoio ao Papa no governo da Igreja. Fez algumas reformas significativas, mas sentiu-se impotente ante os conflitos, manobras e até traições, que se foram levantando a seus olhos, a ponto de tolher o seu caminho. Fala-se de favorecimentos e corrupção no Vaticano e há sempre algum fundamento neste falar livre. A reforma da Cúria não se faz sem o Papa e a colaboração séria dos que aí trabalham. Esta colaboração parece ainda faltar.» 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cáritas Paroquial com nova direção


Dirigentes querem servir ao jeito escutista 

João Vilarinho


A nova direção do Grupo Cáritas da Gafanha da Nazaré foi empossada no dia 17 de janeiro, na reunião do Conselho Económico e Pastoral. Constituída pelo Clã Luís Gomes de Carvalho [Eng. responsável pela abertura da Barra de Aveiro em 3 de Abril se 1808], do Agrupamento n.º 588 do CNE (Corpo Nacional de Escutas) da nossa paróquia, a direção é uma clara aposta na juventude para uma área tão sensível, como é a caridade e a solidariedade social, esperando-se dela uma dinâmica à altura dos desafios impostos pela crise económica e social que o país atravessa, com desempregados e trabalhadores de diferentes setores usufruindo de baixos salários. 
João Vilarinho (presidente), Carolina Matos (vise-presidente), Adriana Magueta (tesoureira), Carla Oliveira (secretária) e a chefe Custódia Bola (vogal) estão seriamente empenhados em assumir as tarefas inerentes à Cáritas durante um ano, numa fase de transição, que será, sem sombra de dúvidas, uma experiência enriquecedora para a vida, no dizer do presidente, em entrevista que nos concedeu.


Arbustos com sorte



Estes arbustos têm muita sorte. Nasceram nas pedras do paredão da Meia-Laranja, por artes mágicas, quiçá ali depositados pelos ventos, e ficaram regalados em contacto direto e permanente com o oceano. Dá gosto olhar para aquilo. Não há água salgada que os tolha, não há vento que os incomode e nem gente com coragem para os ferir. Ainda bem.

Apostar na poupança

«Os pais portugueses consideram importante transmitir aos filhos valores como poupança e boas maneiras, enquanto os dinamarqueses preferem realçar imaginação e independência, uma das várias diferenças culturais entre europeus, disse hoje um investigador.»

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Os portugueses aguentam tudo?

Em entrevista à RTP, ontem, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo,  afirmou que o  país “aguenta tudo”, menos o poder imprudente. O problema está pois no poder imprudente. E neste caso, será mesmo possível aguentar tanto?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

"A Física no dia-a-dia"




A magnífica exposição está ao alcance de todos, na Escola Básica 2.º e 3.º Ciclos da Gafanha da Encarnação. Foi inaugurada ontem, dia 18 de fevereiro,  e estará patente, ao público, até ao dia 1 de março. Foi produzida pelo Pavilhão do Conhecimento, baseada na obra

A Física no dia-a-dia
por Rómulo de Carvalho
Pref. de José Mariano Gago





O Programa “O Mundo na Escola”, do Ministério da Educação e Ciência,está a levar a cabo um programa de itinerância de uma versão adaptada desta exposição, em colaboração com o Pavilhão do Conhecimento. A adaptação foi realizada sob a orientação científica dos físicos Pedro Brogueira e Filipe Mendes professores do Instituto Superior Técnico (IST), criando uma versão mais reduzida, “A Física no dia-a-dia, na escola”, especialmente concebida para ser exibida dentro das escolas.

Grão a grão

«Grão a grão também se chega a um milhão»

Este provérbio, indicado para o tempo em que vivemos, terá alguma lógica, no sentido de que é preciso, urgentemente, poupar e poupar muito. Para equilibrar a vida e para não gastarmos mais do que entra em casa, ao nível de salários. Se conseguirmos amealhar alguma coisita, ainda bem. O pior estará guardado para quem está desempregado ou ganha muito pouco. Aí é que não atingirá o milhão, muito longe disso. E a fome, que já atingiu muita gente, ainda se vai agravar muito mais. E temos que aguentar, porque, como diz o outro, até os sem-abrigo aguentam! Sempre há cada teoria!!!


Heliocentrismo

19 de fevereiro de 1473

Nicolau Copérnico 


Protagonista de uma das maiores polémicas da história da ciência, Nicolau Copérnico foi um polaco, nascido na cidade de Torun, no dia 19 de Fevereiro de 1473. Afirmou-se como astrónomo e matemático e ficou conhecido por desenvolver a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrólogo e médico. 
A sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que considerava, a Terra como o centro), é considerada uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia moderna. A teoria copernicana permitiu também a emancipação da cosmologia em relação à teologia. 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bispo Emérito homenageado em Aveiro

D. António Marcelino 
- 25 anos do início do múnus episcopal em Aveiro
D. António Marcvelino




«É por demais conhecido como ele se deu e se preocupou intensamente no rejuvenescimento das comunidades cristãs, na reforma das estruturas diocesanas e paroquiais, na procura de novos caminhos que se ajustassem às prementes necessidades atuais. Para consciencializar os cristãos na urgência da missão junto dos crentes e junto dos adormecidos e indiferentes, incentivou o Congresso dos Leigos em dezembro de 1988, lançou e acompanhou os trabalhos do II Sínodo Diocesano de 1990 a 1995 e ativou a Caminhada Sinodal sobre os Jovens de 2003 a 2005; além disso, promoveu Assembleias Diocesanas e visitou regularmente as paróquias e as instituições. Voltado, outrossim, para a formação da pessoa humana, acompanhou de perto a preparação dos candidatos ao sacerdócio e ao diaconado permanente e, com o desejo de preparar leigos para as lides apostólicas, em 1989 criou o Instituto Superior de Ciências Religiosas, cuja ação se desenvolve em múltiplos cursos e em vários níveis.»

Evocação de Mons. João Gaspar na eucaristia de ontem na sé de Aveiro

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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues





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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Passos Coelho encosta Paulo Portas à parede




O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou a criação de um guião para a discussão da reforma do Estado, a ser apresentado "muito proximamente", pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. 
Esta notícia não me surpreendeu. Confesso que até a esperava há muito tempo. É sabido que muitas decisões do Governo têm surgido a público com alguns protestos dos partidos que sustentam o executivo, em especial do CDS. Também é conhecido que o ministro Paulo Portas, com os seus estratégicos silêncios ou com algumas reticências, tem mostrado um certo descontentamento. Ainda é verdade que Paulo Portas tem fama, não sei se com proveito, de impedir determinadas políticas. E ainda se tem manifestado a leste de propostas governamentais, embora vá dizendo que a coligação não está em perigo, porque a situação do país assim a exige.
Agora, Passos Coelho encostou Paulo Portas à parede. Vamos ver como é que ele se comporta. Espero, sinceramente, que se saia bem deste aperto do primeiro-ministro e que não venham aí mais impostos!

Papa: Qual é o seu poder real?

Bento XVI resigna. E depois?
Anselmo Borges

Julgo que não se consegue imaginar o peso que cai em cima de quem aceita ser Papa. Torna-se o responsável primeiro pela Igreja Católica, com 1200 milhões de fiéis. Uma Igreja vergada sob a rigidez da tradição e talvez a única instituição verdadeiramente global, portanto, confrontada com múltiplas sensibilidades, problemas e aspirações: as questões dos europeus não são as dos norte-americanos, dos sul-americanos, dos africanos, dos asiáticos, dos australianos. É uma figura de relevo mundial, com imensa influência política no mundo, mas sujeito aos seus jogos, manhas e ardis. Mesmo viajando pelo mundo inteiro, fica a viver num pequeno território, com os seus rituais seculares e rígidos. Num mundo de homens. Só, onde, quando e como contacta com a família e com os amigos? E os olhos de todos estão sobre ele. Quase sem vida privada. Monarca absoluto, mas com todos os passos vigiados. Qual é o seu poder real? O Papa João XXIII, interrogado por um estudante num Colégio universitário pontifício: "Santidade, como é sentir-se o primeiro?", terá respondido: "Está enganado. Pus-me a contá-los e eu, lá no Vaticano, devo ser o quarto ou quinto."

OPÇÕES



FAZ TUAS AS OPÇÕES DE JESUS


Georgino Rocha


O episódio das provações de Jesus desvenda o drama do ser humano que quer ser fiel ao seu projecto de vida, à sua consciência livre de seduções insidiosas, à sua liberdade soberana, mesmo perante as necessidades mais elementares. Lucas, o narrador do acontecido, que tem alcance simbólico, coloca frente-a-frente o Diabo e Jesus e desenvolve a provocação em três cenas expressivas: a do pão para quem tem fome; a do poder dominar outros para quem se sente dependente; a de dispor de Deus, a seu bel-prazer, para exibição do seu estatuto social e religioso a quem respeita a normalidade da natureza humana e de toda a criação.
O diabo teima e insiste. Jesus resiste e persiste. Ambos se justificam com a palavra de Deus que mostram conhecer muito bem. Ambos tomam a dianteira na provocação: o diabo faz a proposta, Jesus dá-lhe a resposta, abrindo horizontes novos. O “taco-a-taco” mantém-se…, desistindo provisoriamente o diabo. Mais tarde, nas cenas da paixão e do calvário, investe definitivamente e consegue, por meios legais e humanos, eliminar fisicamente aquele que antes não tinha podido vencer. Jesus, porém, mantém a confiança radical em Deus, seu Pai, que o ressuscita da morte e o faz vencedor para sempre. Jesus vê assim confirmadas as opções da sua vida que nós somos convidados a assumir, fielmente, com verdade e entusiasmo.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Abandono da fé


Da exortação ao anúncio direto

António Marcelino


«Quando apreciamos casos concretos de abandono da Igreja, raramente não aparece uma má relação com o padre ou com a gente do templo. A casa do Pai, de portas tão abertas como o Seu coração, onde se é acolhido e respeitado com amor e alegria, não é sempre a imagem que passa, nem a realidade que se vive. A Igreja não é uma mera organização religiosa, nem muito menos um repositório de normas, muitas vezes pensadas e forjadas para defender um sistema. Porque é casa de Deus, não é feudo de ninguém. É uma família a que deve ser gostoso pertencer e a que a fé comum dá força para enfrentar as situações dolorosas que se deparam no seu seio, como no de qualquer família, onde todos se estimam e amam. Sem este clima, não é possível a evangelização dos adormecidos, ou dos que se fecharam nos seus preconceitos e queixumes, muitas vezes legítimos.»

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Para o Dia dos Namorados



Por sugestão de Maria Donzília Almeida

Dia de S. Valentim - 14 de fevereiro




S’ôra! O que significa honey? 

Foi esta a primeira interpelação do G.G., naquela aula de Inglês, numa manhã de sol radioso, muito antes da data de hoje, espreitar no calendário. 
Os primeiros raios de sol, após uma invernia pesada, têm o condão de despertar nesta gente miúda, os eflúvios do amor! 
A palavra soou algo doce, à teacher, que imediatamente abriu a arca da memória e trouxe, à tona, a canção da sua juventude – Oh, sugar, sugar, oh honey, honey,! Não se lembrava do autor da mesma, nem da voz que lhe deu vida naquela década de 60, do século XX. Mas a toada estava bem gravada e bastou, apenas, ouvir o significante, para que toda a melodia fosse trauteada. 
A vantagem de estarmos no século XXI, era da informática e das novas TICs, proporcionaria a pesquisa e a audição da canção, de tempos passados! 
Aproveitado a dica daquele aluno, muito vivaço, por sinal, a teacher fez ali, um pouco de “chantagem pedagógica”! Já que havia tanto interesse em saber o significado daquele termo, que dada a proximidade do Dia dos Namorados, trazia, pela certa, água no bico, puxou a brasa à sua sardinha e fez esta proposta: Se conseguirem autocontrolar-se e não falar demais, para além do estritamente necessário da aula, vou pôr-vos a ouvir a canção, em que este tema é recorrente! Uma canção da minha juventude, com a qual rejubilei e também, de certo modo, me identifiquei. Ainda hoje, vibro com o ritmo cadenciado, que desperta emoções antigas! 
A ajuda do youtube foi preciosa para me transportar ao século passado e identificar a canção, o autor e respetivo vocalista. 
A aula decorreu linda e serenamente, os conteúdos da mesma foram lecionados, a prática escrita e oral desenvolveu-se, dentro das regras e... no fim, degustaram o “rebuçado” que lhes havia sido prometido. 

Dia dos Namorados — 14 de fevereiro

Num  Dia dos Namorados



Para os mais distraídos, aqui fica a lembrança de que hoje, 14 de fevereiro, é o Dia dos Namorados, também dedicado a São Valentim. Não conhecia muito bem a vida e história deste santo, mas os meus leitores podem  consultar o Google para ficarem a saber um pouco mais. Hoje e aqui quero, porém, dizer que estas efemérides precisam de ser cultivadas e levadas à prática, se possível, porque, afinal, elas existem para isso. 
Se os meios de comunicação social não falassem do assunto seria um desastre e poucos se recordariam de que nesta data, e sempre, é preciso olhar para as que nos são mais queridas com um carinho especial e com amor sem medidas, por palavras, olhares e gestos que traduzam o quanto lhes queremos. 
Fui a um bom dicionário ver o significado de namorar. É tão completo e variado o significado  que desisti de o transcrever, optando simplesmente por deixar falar o coração. E o que me vai na alma é tão rico que nem o sei descrever. O amor, entre mim e a minha Lita, é tão forte, mas continua a crescer, desde um 8 de dezembro, data que ela própria escolheu para o nosso primeiro encontro e em resposta a um pedido escrito que lhe enviei muito delicado. É assim. O amor não é nem nunca pode ser um sentimento estático. Se o for, está condenado ao fracasso. E tem de ser alimentado, dia a dia, hora a hora, com muita ternura, com muita compreensão, com muita determinação, com muito… amor. É isso. 
Ao longo da vida há, indubitavelmente, momentos de algum desânimo, de alguma falta de paciência, porventura de alguns aborrecimentos, mas se houver amor tudo será ultrapassado e a alegria voltará a ser o fermento que levedará a vida a dois, que nos torna num só corpo e numa só alma. 
A chave do amor está no namoro diário, de todas as horas, de toda a vida. Porque o amor, partilhado e permanentemente renovado, é símbolo de felicidade que tem de continuar até que a morte nos separe. E mesmo para além dela… 
Bom Dia de Namorados… Mas namorem mesmo! 

Fernando Martins

Multas para quem não pedir fatura...

Temos de estar atentos porque fugir à lei pode doer!

«Os trabalhadores dos impostos dizem que não têm meios para multar os consumidores que não exigem factura no acto da compra e a Associação de Defesa do Consumidor (Deco) considera-a uma "chico-espertice", sem execução prática. Mas o Governo garante que ela não só faz sentido, como já deu resultados: desde o início do ano foram instaurados "diversos processos de contraordenação", adianta a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais.»

Li aqui

NOTA: O problema  está em nos habituarmos a exigir o que é devido... Por vezes sinto um certo constrangimento quando o comerciante recebe o dinheiro e me despacha em grande velocidade. Depois há os que têm a pouca vergonha de dizer que determinado produto não está sujeito a IVA. Penso que isto vai demorar um pouco até todos nos habituarmos a cumprir a lei com rigor, com verdade e com toda a naturalidade... Tem mesmo de ser, para todos ganharmos. Mas que vai ser complicado, lá isso vai!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Praia da Barra: Pente comprido protege as dunas


As dunas devem ser protegidas. Fazem parte do ambiente, mas são areias movediças deixadas pelas marés e pelos ventos. Os responsáveis procuram fixá-las semeando ou plantando arbustos que gostem delas e que até nem são muito exigentes. Contudo, se invadirmos as zonas dunares, se as massacrarmos, é certo e sabido que a sua morte estará próxima. Umas estacas colocadas para as proteger, ou para indicar que por ali não se pode passar, ficaram quase enterradas. Dá para perceber que, afinal, ficou um extenso pente com os seus dentes bem afiados. Quem neles cair arrisca-se a sofrer as consequências. Vejam lá. Tenham cuidado e respeitem as dunas, por favor.

Mensagem do Papa para a Quaresma de 2003


Crer na Caridade suscita Caridade

(...)
«Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).»
(...)

Pode ler a Mensagem aqui

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Praia da Barra: Contraste


O contraste que se verifica na vida, a tantos níveis, está patente nesta imagem registada há dias na Praia da Barra. Junto ao paredão da Meia-Laranja passeava perto da água do oceano uma família descontraída, mas vestida à prova do frio. O tempo assim o sugeria. Mais adiante, um atleta, já de idade um pouco avançada, fazia gala em mostrar a sua resistência, andando tranquilamente de tronco nu a saborear, decerto, recordações do verão.

Anselmo Borges: Penso num João XXIV

Sobre a resignação de Bento XVI


Percebo e não percebo o aparente choque que se apoderou da opinião pública. Para mim, foi surpresa por ter sido ontem. Mas estava convencido de que, mais tarde ou mais cedo, isto iria acontecer. Aliás, ele próprio já há dois anos tinha afirmado que, se sentisse que já não tinha forças para continuar à frente do governo da Igreja, resignaria.
Foi um gesto de grande coragem, lucidez e honestidade. Reflectiu em consciência e fê-lo em plena liberdade - foi bom que o tenha declarado. Já não sente forças no corpo e no espírito, disse também. Os problemas do mundo actual, com incidência na fé, são gigantescos e a Igreja precisa de alguém com mais energia e vigor.
Penso que uma das causas maiores do desgaste foi a sua incapacidade para reformar a Cúria Romana, questão essencial para o futuro da Igreja - ele próprio se queixou de que lhe sonegavam informações. Houve uma série de escândalos, desde a pedofilia à corrupção, do Vatileaks às intrigas no Vaticano, com correntes que se digladiam e preparam para a sucessão. Bento XVI é um homem afável e quase tímido - foi a impressão que me ficou da vez em que estive com ele. É um intelectual e não um homem da administração e, assim, na impossibilidade dessa reforma, resignou.
Deste pontificado fica a importância do diálogo entre a fé e a razão, a condenação sistemática da especulação financeira sem regulação, a continuação do diálogo com as outras confissões cristãs e com as diferentes religiões, o apelo a dois Estados soberanos: um israelita e outro palestiniano, a possível abertura ao preservativo.
O sucessor? Ninguém sabe. Mas, no meu entender, deve ser profundamente cristão, seguir Jesus no seu Evangelho, relativamente jovem, com capacidade de reformar a Cúria, próximo das pessoas e dos seus problemas reais. Mais interessado nas pessoas do que na instituição. Penso num João XXIV.

Anselmo Borges
No DN

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Dia Mundial do Doente: 11 de fevereiro

Evocando o Zé da Rosa! 

O coração e os olhos 
São dois amigos leais. 
Quando o coração está triste 
Logo os olhos dão sinais!
Agente da PSP


É com os olhos marejados, que lembro, este ano, “O Dia Mundial do Doente”, celebrado a 11 de Fevereiro. A data foi instituída em 1992, pelo Papa João Paulo II, que a referiu como “um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade”. É uma data celebrada todos os anos, pela Igreja Católica. 
É evocada, nesta efeméride, a Parábola do Bom Samaritano, que aparece no Novo Testamento, unicamente, em Lucas (0:30-37) 

"Descia um homem de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de salteadores, os quais, após despojá-lo de tudo, espancaram-no, deixando-o moribundo à margem da estrada. 
Por essa altura, descia pelo mesmo caminho, um sacerdote. Vendo-o, passou de largo. 
Logo a seguir descia um levita, cujo procedimento não foi diferente daquele do sacerdote. 
Entretanto, dentro em pouco surge um samaritano que, vendo-o naquele estado deplorável, moveu-se de íntima compaixão e, descendo de sua cavalgadura, levou-o a uma hospedaria, onde continuou a cuidar dele. 
Tendo que partir, no dia seguinte, deu dois dinheiros ao hospedeiro, recomendando-lhe que continuasse a dar-lhe assistência, prontificando-se a pagar, em sua volta, tudo aquilo que excedesse a importância deixada."

Dia da Visita na Diocese de Aveiro


Sabemos quanto custa a solidão, quanto dói o abandono, quanto faz sofrer a doença, quanto pesa a idade!
Cruzamos caminhos de silêncios sofridos, com marcas de pés magoados pela vida. Vemos janelas corridas, que escondem rostos sem nome. Encontramos portas fechadas, que calam gente sem voz.
Quem visita leva luz a olhares tristes, solta sorrisos no rosto das crianças, senta-se à mesa de quem está só, abeira-se de quem sofre, caminha nas estradas da vida com gente ferida pela dor, faz que a fé e a alegria renasçam em famílias sem esperança. “Um dia vou visitar-te…hoje é o Dia!”
Vamos como mensageiros do Senhor. Somos presença de Deus. “Vive esta Hora!” como um irmão que leva na alma palavras de esperança e sementes de felicidade. “Vinde benditos de meu Pai. Eu estava doente e fostes visitar-me ( Mt 25, 34-36)”.

D. António Francisco, 
Bispo de Aveiro

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Gaivota descansa...



No Molhe da Meia-Laranja, na Praia da Barra, a gaivota aproveitou uns momentos para descansar. Havia uma réstia de sol a emoldurar o ambiente, mas os temporais devem ter sido desgastantes para as aves e não só. A gaivota devia estar exausta, portanto,  porque passei, fotografei-a a uns dois metros de distância e ela nem se mexeu. Olhava para um lado, olhava para outro e ficou-se nesta posição para eu lhe tirar a fotografia. Depois, afastei-me e ela, percebendo que não era necessário continuar ali à espera de outro fotógrafo amador, desandou para outras paragens.