domingo, 12 de junho de 2011

Uma reflexão para este domingo



SUAVE FORÇA 
DO ESPÍRITO

Georgino Rocha

Há factos que valem mais do que a aparência. Sirva de exemplo a participação ou abstenção em eleições, a revolta ou resignação da geração à rasca, a renegociação ou manutenção da dívida, o entusiasmo ou esmorecimento de ânimo, o clima social saudável ou poluído pelas mais diversas confusões, as iniciativas apostólicas de renovação ou de involução, a cidadania activa ou a indiferença face ao bem de todos e de cada um.
Para crescermos em humanidade, precisamos de penetrar no sentido do que acontece, no segredo dos factos, no rumo das transformações em curso. É esta uma das funções principais da razão humana, dotada de capacidades a valorizar cada vez mais, e da fé em Jesus Ressuscitado que nos deixa o seu Espírito.
Fé e razão constituem as grandes asas do ser humano para voar em espaços de Infinito e mergulhar em regiões profundas de consciência adormecida.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 241

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 24 


A CORRENTE E OS PNEUS        


Caríssima/o:

Na década de 1880, o inventor inglês John Kemp Starley projectou uma bicicleta semelhante às actuais. Possuía guiador, rodas de borracha, quadro, pedais e correntes. 
Foram introduzidos os pedais no centro, a tracção passou para a roda traseira, através de uma corrente de transmissão, utilizando uma ideia de Leonardo da Vinci, de há 400 anos. 
Com a sua morte, o seu neto aperfeiçoou o seu desenho e criou a Rover, conhecida também como “Safety Bike”, bicicleta em que as duas rodas têm a mesma dimensão ... 
A bicicleta Rover, fabricada pela Starley & Sutton, a partir de 1885, é o que existe de mais próximo da bicicleta moderna, dando base à sua construção... 
Publicitada como bicicleta segura, a Rover entra no mercado mas tem uma péssima aceitação inicial... 
As suas rodas de igual dimensão causam rejeição aos consumidores e a tracção por corrente é uma novidade que gera cepticismo aos ciclistas conservadores, já acostumados ao Ariel...

sábado, 11 de junho de 2011

A abstenção


Tem-se repetido um certo divórcio dos cidadãos nas eleições a nível nacional. Um direito que nos foi oferecido pela democracia, mas que tem sido recusado por muitos dos nossos compatriotas. Causas? Todos falamos, mas ninguém sabe, de ciência certa, onde estará a solução. Meras conjeturas, onde todos acabam por ter razão.
Em princípio, sou contra a obrigatoriedade de votar. Muito menos a favor de multas a quem por sistema se recusa a participar. Contudo, acho que algo terá de ser feito.
Miguel Sousa Tavares avançou com a ideia, no EXPRESSO, de se eliminarem dos cadernos eleitorais, durante dez anos, os que tenham faltado ao ato eleitoral por três vezes seguidas. Julgo que sem justificação, já que uma doença ou outras razões graves podem estar na base das abstenções de muitos portugueses. Talvez resultasse.
Maria Filomena Mónica diz, ainda no EXPRESSO, que, com círculos eleitorais uninominais, sendo os candidatos bem conhecidos dos eleitores, seria uma boa solução. De facto, votar em pessoas que nada nos dizem, que vêm para os distritos por indicação dos partidos, torna-se frustrante para muita gente. Ainda nas recentes eleições, me perguntei por que motivo estiveram, como cabeças de lista, políticos nada identificados com Aveiro? Não teríamos por aqui pessoas à altura de nos estimularem e envolverem mais convincentemente na vida política? Julgo que sim.
O que se sabe é que os partidos têm medo de mudar uma lei eleitoral que provavelmente mais os favorece. Não poderemos nós, os simples eleitores, protestar, exigindo mudanças? A democracia não pode evoluir, no sentido de aproximar as pessoas de quem as representa e governa?

Fernando Martins

Os pais devem amar mais os filhos do que as filhas?



Hermenêutica feminista 
das religiões e seus textos

 Anselmo Borges

«O que diriam os fiéis (eles e elas), se na Missa, o padre iniciasse o Credo assim: Creio em Deus Mãe toda poderosa, criadora dos céus e da terra? No entanto, Deus é assexuado e Pai é apenas uma metáfora, podendo, por isso, dizer-se também Mãe. O que se passa é que o óvulo feminino só foi descoberto em 1827. Antes, seguiu-se a concepção aristotélica do hilemorfismo, continuada por São Tomás de Aquino. Nesta visão, a mulher era passiva e um macho falhado e, por isso, Tomás de Aquino afirmou que a mulher não pode ter poder na Igreja, não pode pregar, e os pais devem amar mais os filhos do que as filhas.»

DOIS CRAVOS DECAPITOU




Denúncia

O Doutor foi um algoz,
Pois um crime perpetrou
E eu clamo, de viva voz,
Essa horrenda cena, atroz:
Dois cravos decapitou!

Foi um crime premeditado
Com requintes de malvadez!
Pois, de bisturi empunhado,
E sobre os ditos debruçado,
Actuou com altivez!

Sem se comover do pranto
Que os pobres derramaram,
Avançou, p’ra meu espanto,
Mas eu achei nisso encanto,
Pois suas mãos actuaram!

Mas houve cumplicidade,
Nesse crime planeado!
Na dona, houve crueldade
Por só ver deformidade,
No cravo ali plantado!

Contratou um “profissional”
No meio do seu desatino,
Que executou por sinal
E fez limpeza radical,
Nesse “jardim” clandestino!

Foi um crime ternurento
E ao seu executor,
O meu agradecimento
E todo o contentamento
Por ter sido este Senhor!

Mª Donzília Almeida
01.06.2000

No Espírito, o cosmos é enobrecido...




A NOVIDADE DO ESPÍRITO 

Sem o Espírito Santo, Deus fica longe; Cristo permanece no passado; o Evangelho é letra morta; a Igreja é uma simples organização; a autoridade é um poder; a missão é propaganda; o culto, uma velharia; e o agir moral, um agir de escravos. 
Mas, no Espírito, o cosmos é enobrecido pela geração do Reino; Cristo ressuscitado torna-se presente; o Evangelho faz-se poder e vida; a Igreja realiza a comunhão trinitária; a autoridade transforma-se em serviço; a liturgia é memorial e antecipação; o agir humano é deificado. 

Patriarca Atenágoras

NOTA: Seleção de Georgino Rocha

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Novas tecnologias da comunicação vistas por Pacheco Pereira

«As minhas "Novas Oportunidades" começaram com o iPad. Podia ter sido apenas com o computador, podia ter sido com o iPhone, mas foi com o iPad e, quando vivemos rodeados de gadgets (desde o relógio, um gadget antigo, ao telemóvel), isso significa uma considerável melhoria da nossa capacidade de estendermos o corpo e a mente, que é para isso que servem os gadgets no Homo sapiens sapiens. Nas outras variantes de Homo, já não digo nada.»

Ler mais aqui

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Presidente da República fala aos portugueses



Da Mensagem às Forças Armadas

«As Forças Armadas saberão encontrar os caminhos que lhes permitam superar as dificuldades, explorando as margens ainda existentes para uma maior racionalização e integração de serviços, a fim de que possam manter a capacidade de resposta militar que os Portugueses esperam e a sua missão exige.
Por isso, o contributo que lhes é pedido deverá, sem situações de privilégio, ser justo e equilibrado, envolvendo decisões bem estudadas e ponderadas que, no respeito pela especificidade que lhes é própria, as não descaracterize, e contribuam para uma desejável estabilidade, indispensável ao seu bom desempenho e normal funcionamento.
Militares,
É obrigação do Estado apoiar e dedicar uma atenção permanente às suas Forças Armadas, assegurando as condições que viabilizem a realização das suas actividades essenciais, ainda que num quadro de grande rigor e contenção orçamental.»

Ler mais aqui

Da Mensagem às Comunidades Portuguesas

«As Comunidades da Diáspora são núcleos de cidadãos do Mundo, mas também embaixadas de Portugal que, pelo valor do trabalho e pelo espírito empreendedor dos seus membros, enobrecem o nome do País e dão um contributo fundamental para o seu prestígio no estrangeiro.
Portugal atravessa hoje uma situação difícil. Todos não somos demais para ajudar a nossa terra, a terra das nossas raízes.
Mas há razões de esperança. Uma delas é, justamente, a vitalidade das Comunidades Portuguesas.
A Nação portuguesa tem mais de um terço dos seus membros no exterior. Portugal está no Mundo inteiro.
Isto constitui um capital que temos de saber aproveitar, na convicção de que o País pode contar com o apoio de todos os seus filhos para superar os desafios que enfrenta.
Apelo, assim, aos Portugueses da Diáspora, que em outras ocasiões da História nunca faltaram com o seu auxílio, a que apoiem o nosso País.
Acreditem que esta Pátria, que é de todos, constitui um destino com grandes potencialidades, para onde podem canalizar o vosso investimento, o vosso talento, o vosso espírito empreendedor.
Aquele que emigrou era, por natureza, um inconformista. Aspirava a mudar de vida, não se resignou.»

Ler mais aqui

Rua Eça de Queirós

Rua Eça de Queirós


Eça de Queirós: 
Filho de Aveiro 
e quase peixe da ria

A Rua Eça de Queirós estende-se da Rua Comendador Egas Salgueiro até à Rua de Diu, no antigo lugar da Chave. Embora todas as ruas sejam dignas, esta, por não dar tanto nas vistas, não será compatível com a grandeza do escritor Eça de Queirós, com a qual foi homenageado. Desproporções como esta acontecem frequentemente na Gafanha da Nazaré, sem qualquer menosprezo para com quem levou a cabo a tarefa de batizar as nossas ruas, pois tal é trabalho sempre difícil.
Eça de Queirós, um dos mais notáveis escritores de língua portuguesa, faleceu em 1900, com 55 anos, mas os seus livros ainda hoje povoam o imaginário de muitos dos seus inúmeros leitores. Leitura obrigatória de bastantes gerações de estudantes, a sua obra continua a merecer releituras por quantos apreciam boa prosa e o retrato da época em que viveu o escritor, bem patente em “Os Maias”, “A Cidade e as Serras”, “A Relíquia”, “O Primo Basílio”, “O Crime do Padre Amaro”, “A ilustre Casa de Ramires” e a “Correspondência de Fradique Mendes”, entre muitos outros escritos.
Para além da importância dos seus livros, Eça de Queirós ainda passou pela Gafanha, quando, de Verdemilho, onde viveu alguns anos da sua vida, em casa do avô paterno, se deslocava para a Costa Nova. Mais tarde, já escritor, por aquela praia estanciou, no Palheiro de José Estêvão, já que era amigo de Luís de Magalhães, filho do grande tribuno aveirense.
Em carta a Oliveira Martins, diz Eça, em 1884:
«… Filho de Aveiro, educado na Costa Nova, quase peixe da ria, eu não preciso que mandem ao meu encontro caleches e barcaças. Eu sei ir por meu próprio pé ao velho e conhecido “palheiro de José Estêvão”.»
Na mesma data e ao mesmo escritor, acrescenta: «Apesar de ter retardado ontem o meu jantar até às nove da noite, não pude desbastar a minha montanha de prosa. Levar as provas para os areais da Costa Nova, não é prático — ó homem prático! Há lá decerto a brisa, a vaga, a duna, o infinito e a sardinha — coisas essenciais para a inspiração — mas falta-me essa outra condição suprema: um quarto isolado com uma mesa de pinho.»

Fernando Martins

Ares do Rio Revobue - Moçambique






NOTA: Imagens do Rio Revobue, entre Tete e Moatize, Moçambique, enviadas por Jorge Ribau, com a informação de que por ali há crocodilos. Cuidado, Jorge! Não vale a pena sonhar  que estás na Ria de Aveiro!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Violência juvenil

Os mais velhos, como eu, sabem que violência sempre houve entre crianças,  adolescentes e  jovens. Há quem pense que tal só acontece agora, mas não é verdade. Quando eu era menino, assisti a alguma violência, só que não havia telemóveis nem câmaras digitais para gravar. Muito menos havia a possibilidade de publicar o que quer que fosse. 
Quando jovem, presenciei uma cena horrível. Um pobre de pedir, daqueles que andavam de porta em porta, descansava num passeio, comendo um bocado de boroa que alguém lhe havia dado. De repente, e sem qualquer explicação,   os alunos que tinham saído de uma escola iniciaram uma estúpida sessão de pedrada contra o pobre velho. Ainda perguntei porquê e para quê, mas ninguém me ouvia. Protestei e recebi ameaças. Teimei, mas ele continuaram. Uns adultos que passavam resolveram intervir para pôr termo àquele apedrejamento sem qualquer sentido. 
Quando o Padre Américo pregou que não havia rapazes maus, alguém comentou essa proposição, sublinhando que, no fundo, todos possuímos o genes da violência, que somente a educação poderá atenuar.   Concordo com isto, obviamente. Não há gente com aspeto de boa que, inesperadamente, provoca, agride e mata por  ódios escondidos?

Túmulo nos Jerónimos não conterá as ossadas de Camões



«O túmulo referente a Luís de Camões existente no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, tem grande probabilidade de não conter os restos mortais do poeta, afirmou um especialista em estudos camonianos.»


Ler no DN

AVEIRO: Casa Sacerdotal


Casa Sacerdotal (foto Ana Paula Sarabando)



«Sei que este projecto, que é de todos e para todos, se fez caminho de comunhão e de unidade no Presbitério e na Diocese. Assim, depressa esta iniciativa se tornou um belo sinal de amor de Deus pelo seu povo e uma serena certeza de bênção para os sacerdotes. 
Esta é agora a hora de começar. O projecto está elaborado e aprovado, nas suas mais diversas vertentes, cumprindo as exigências legais, acolhendo as normas das várias instâncias e obedecendo a todos os requisitos, inclusivamente para que no futuro se possa diligenciar no sentido de celebração de acordos sociais de cooperação. Construído em propriedade do Seminário de Santa Joana Princesa, será o Seminário o Dono de Obra e ao Seminário pertencerá o novo edifício construído, assim como a sua direcção e orientação no futuro.» 

António Francisco dos Santos,
Bispo de Aveiro


Ler Nota Pastoral aqui

Aveiro na História



«Oxalá que estas despretensiosas páginas, agora [maio de 1997] revistas, corrigidas e ampliadas, sirvam para ajudar os homens e as mulheres de Aveiro a serem mais aveirenses, no carinho pela sua terra, no amor pela sua tradição, no respeito pelos seus antepassados, no interesse pelo seu progresso, no rumo pela sua liberdade. Estou convencido de que, para não se perder a identidade própria, não é possível construir-se o futuro sem se ir às raízes do passado.» 

João Gonçalves Gaspar, 
em “Explicação”, a abrir o seu trabalho

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Arquivo Secreto do Vaticano abre uma nova janela



Descobrimentos: 
Trilogia revela arquivo secreto do Vaticano

 Maria João Costa

Abre-se uma nova janela sobre o arquivo secreto do Vaticano, com o lançamento, para breve, em Portugal, de três livros que revelam o que está guardado sobre os Descobrimentos portugueses naquele arquivo. A recolha foi feita por duas dezenas de investigadores, ao longo de vários anos. São mais de três mil páginas, em três volumes, que reflectem 15 anos de trabalho de 20 investigadores que mergulharam no arquivo secreto do Vaticano. O fundo da Nunciatura de Lisboa foi alvo de pesquisa. “É um arquivo como outro qualquer, de qualquer Estado, que vai guardando a documentação de carácter administrativo referente à governação de um determinado Estado”, explica o coordenador da investigação, José Eduardo Franco. O investigador acrescenta que, “neste caso, trata-se do Vaticano e da Igreja e as implicações que a governação da Igreja tem”.
O olhar dos investigadores recaiu sobre milhares de documentos em diversas línguas, que falam sobre a construção da Igreja no tempo dos Descobrimentos. “Esta obra veio revelar o mundo extraordinário que, entretanto, se abria aos olhos europeus pelas navegações portuguesas e que permitiu, também, desenvolver de uma forma exponencial o ideário de universalização do cristianismo, através da construção da Igreja ultramarina, extra-europeia”, sublinhou José Eduardo Franco. Mas, além de “todas as dificuldades”, esta obra mostra também “os sucessos, os avanços, os progressos desse mesmo processo de construção [da Igreja extra europeia]”. A obra, editada pela Esfera do Caos, teve a colaboração das universidades de Lisboa e Católica.

"Poesia, saudade da prosa": Uma antologia pessoal de Manuel António Pina

Manuel António Pina


A um jovem poeta

Procura a rosa.
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser

que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças

como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.

Talvez possas então
escrever sem porquê.
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê.

Manuel António Pina

Ler mais aqui

Cedências ao supérfluo são provocadoras e escandalosas



Tiques de riquismo 
com a pobreza em pano de fundo

 António Marcelino

«Os tiques de riquismo são ofensivos, as cedências ao supérfluo são provocadoras e escandalosas. Todos são chamados, à medida de cada um, a entrar no processo da recuperação necessária e urgente do país. Não é trabalho apenas dos governantes. Pouco ou nada se conseguirá se cada um não se impuser a si próprio, atitudes de austeridade e gestos de partilha e a quem governa decisões certas e exemplo convincente. Urge que todos digamos, de modo consequente, que somos pessoas responsáveis e solidárias, irmãos e cidadãos com iguais direitos e deveres»

terça-feira, 7 de junho de 2011

Recordando um amigo com natural emoção

Flor do meu jardim para o José Carlos


Participei hoje, em Braga, no funeral de um amigo, que conheci desde tenra idade. José Carlos Chaves Fernandes, 45 anos, cardiologista, faleceu vítima de um acidente de viação. As causas do acidente estão por esclarecer. Casado com a Paula, com dois filhos, a Rita e o Francisco, foi um marido exemplar e pai amoroso, filho e irmão dedicado. Os seus pais, Nazaré Chaves e António Fernandes, e demais familiares, tal como os amigos de sempre, marcaram presença emocionada junto dos seus restos mortais, nas cerimónias religiosas e no momento da descida à terra do repouso final neste mundo. A sua alma, de homem generoso e sensível, está no seio de Deus.
Recordo-o com saudade, animado pela certeza de que ele continuará connosco, nos seus familiares e amigos, mas em especial nos seus filhos, que ele tanto amava. Animado, ainda, pela convicção de que o seu exemplo de amor acrisolado à família e de espontânea amizade fraterna para com os amigos hão de permanecer connosco.
Como poderei esquecer a sua natural alegria de viver, inúmeras vezes manifestada junto dos que o rodeavam? Como poderei olvidar o sentido profissional de proximidade com os seus doentes, que o levava a uma atualização permanente para mais e melhor ajudar quem sofre? Como poderei permitir que da minha memória fujam os cuidados que o José Carlos tinha em saber do meu estado de saúde, em momentos menos bons?
Recuando no tempo, estou a vê-lo a brincar com os meus filhos, a estudar com gosto pelo saber, a singrar na carreira profissional que escolheu, a especializar-se em cardiologia, área que abraçou com paixão.
Há poucas semanas, em Braga, tivemos, com minha esposa e um filho, sem o podermos imaginar, o último encontro. Lanche em casa dos seus pais e jantar em sua casa, com toda a família a trabalhar na cozinha. Foi muito bonito e muito saboroso. Jamais esquecerei esse como outros momentos semelhantes, de abertura à manutenção da amizade de décadas, de convívio franco e amigo, de recordações de vivências que perduram no tempo. Paz à sua alma.

Fernando Martins

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Eleições indicam novo rumo

O ruído ensurdecedor provocado por algumas intervenções na campanha eleitoral, e mesmo antes dela, esvaiu-se como nuvem de fumo brando. Ouvi de muita gente, preocupada com a situação política, social e económica do país, perguntas inquietantes sobre o que poderia acontecer depois da escolha dos portugueses. E afinal os portugueses escolheram e quando hoje acordei percebi que o clima estava sereno. Nada de grave aconteceu e a vida, quer queiramos ou não, prossegue com os ânimos agora renovados e esperançosos. O dia seguinte, como normalmente acontece, não passa de um dia normalíssimo, com os responsáveis políticos, vencedores e vencidos, a esforçarem-se por arrumar as suas casas, rumo ao futuro. 
Os novos governantes já sabem a verdade do que os espera nos próximos quatro anos: ou governam com sabedoria, prudência e sentido das responsabilidades, ou sofrem as consequências, porque o povo, soberano e inteligente, saberá impor a sua vontade e marcar o compasso. 
Estamos, realmente, numa democracia representativa, que não se esgota nos partidos políticos nem tão-pouco nas eleições legislativas ou outras. O povo descontente reagirá sempre em conformidade, e a sabedoria e sensibilidade de quem governa estarão na forma como se ouve ou se ignora  o povo. E se não o quiser ouvir, nem sentir os seus dramas e inquietações, então que espere pela resposta. 

FM

EXPRESSO: O silêncio não se deixou transformar por horas

Monge na Cartuxa

A vocação do silêncio:

José Luís Peixoto na Cartuxa de Évora 



José Luís Peixoto penetrou no praticamente inacessível mundo de contemplação do Convento da Cartuxa. Ali, dez monges vivem em isolamento total, movidos pela fé.




Caminhava com o prior ao longo dos claustros quando os sinos começaram a tocar. A dissolverem-se no céu ou a retinirem nas paredes de pedra, chamavam para as vésperas e, longamente, acompanharam-nos até à entrada da igreja. A tarde dobrava o ponto em que o calor se transformava em calma, primavera de Deus. No interior da igreja, era fresco o eco da lonjura. Quase indistinto dos objetos e das imagens, imóvel, sentado, com o capuz a cobrir-lhe a cabeça, estava um monge velho, curvado. O prior apontou-me um lugar, fez-me gesto para esperar ali e saiu. O monge e eu ficámos a respirar. Foi então que o silêncio começou. 
Calcular a passagem do tempo dentro do silêncio é comparável a contar segundos pela chama de uma vela ou por um abraço. Semelhante a estes dois exemplos, também o silêncio transporta um sentido imperturbável que é maior do que o tempo que pode ser medido. Como se acontecesse noutro lugar, como se ignorasse os minutos e, assim, lhes subtraísse toda a força da sua importância. O silêncio não se deixa transformar por horas, dias ou séculos. Aquilo que o silêncio era em 1084, quando São Bruno fundou a Ordem da Cartuxa, continua a ser, hoje, o silêncio.

Ler mais aqui


domingo, 5 de junho de 2011

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais


Verdade, anúncio e autenticidade de vida, 
na era digital

«A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.»

Ler toda a mensagem aqui



Os inícios da República em Aveiro




As primeiras frases:

«É por demais conhecido o pendor liberal das gentes de Aveiro evidenciado em factos históricos significativos que importa enunciar.
Como sempre acontece em questões desta natureza, “trata-se de fenómeno não simples nem unívoco, mas complexo, multifacético, em que diversas vias se entrecruzam e reciprocamente se influenciam, em diferentes planos ritmos e tempos”.»

Elaborado por Flávio Sardo e António Neto Brandão, dois conhecidos causídicos aveirenses, “Aveiro — Roteiros Republicanos” bem merece uma leitura atenta, para um melhor conhecimento dos inícios da República na nossa região.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 240


DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 23



AS NOSSAS BICICLETAS - IV 

Caríssima/o:

Pode ser que esta lembrança de meu irmão Artur nos faça, pelo menos, acenar a cabeça e a remoer imagens que teimam em se afastar cada vez mais do nosso quotidiano: 

«O FUNERAL E A BICICLETA 

Nos tempos da minha infância, os funerais saíam da casa do falecido e todos os acompanhantes iam a pé, com o tempo que estivesse nesse dia, ou chuva ou vento. 
Assisti a muitos funerais; este foi no Farol da Barra e, como sempre, a garotada acompanhava estes actos para levar as bicicletas. 
Mas havia dois problemas: os que não sabiam andar com as mesmas não tinham sorte; ou então tinham que mentir porque o que eles queriam era aprender a andar! 
Este funeral era de um senhor que tinha uma loja, era muito conhecido e foi muita gente. 
Quanto a mim tive a sorte de levar a bicicleta dum senhor conhecido, sargento da Marinha: era uma bicicleta nova de marca estrangeira! 
Chegou-se ao pé de mim e disse-me: «Vais levar a minha bicicleta, porque sei que sabes andar! Tem muito cuidado com ela!» 
Quando ouvi aquelas palavras, fiquei um pouco admirado e quando ma entregou parece que nem acreditava. De facto, fui muito cuidadoso para que não houvesse nenhum problema. 
Quando o funeral acabou, cada garoto estava junto da respectiva bicicleta. Se virmos bem a coisa, dava a impressão que havia compra e venda de bicicletas, pois cada garoto esperava a recompensa. 
Ao chegar junto da bicicleta, o senhor sargento, a primeira coisa que fez, foi dar uma vista de olhos e como estava tudo normal, tirou do bolso 2$50 (vinte e cinco tostões!) e deu-mos. Fiquei radiante e disse-lhe «muito obrigado». (Ele podia fazer isso porque ganhava bem naquela altura.) 
E foi assim que aconteceu nesse funeral, porque quanto a outros não tinha sorte de me darem nada. Mas já era um grande prazer andar de bicicleta! 
Quando em certos dias só se viam garotos de bicicleta na estrada, logo se sabia que havia um funeral.» 

Pela cópia Manuel

sábado, 4 de junho de 2011

Meninos da Obra da Criança agradecem...

Trabalho elaborado pelos meninos da Obra da Criança


Meninos da Obra da Criança expressam a sua gratidão ao Rotary Club de Ílhavo por todo o apoio que este clube tem dado àquela instituição. Do mesmo modo, o Rotary de Ílhavo manifesta o seu profundo reconhecimento a todos os participantes, patrocinadores, voluntários, associações e clubes, bem como a todos os que, de uma forma mais ou menos anónima, deram o seu contributo para a realização da Rota do Bacalhau, em favor da Obra da Criança. 

"Nós, os meninos da Obra
Queremos agradecer 
Tudo o que fizeram por nós 
E que a nós nos faz renascer 
E aumentou nosso desejo de viver... 

É bom saber que alguém nos quer ver rir 
Felizes e com esperança, 
E sentir... 
Que há quem se interesse por nós 
Crianças...

Sem mais a acrescentar, 
Um grande obrigado vem a calhar 
Por tudo o que nos têm dado!"