quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Arrastão "Maria Teixeira Vilarinho"

A propósito do post sobre o arrastão "Maria Teixeira Vilarinho", recebi um esclarecimento do Ângelo Ribau, que publiquei no Galafanha. Pode ser lido para se ficar a saber a sequência das firmas ligadas a duas famílias.

Uma Ideia para Portugal

Barra de Aveiro
"O mar tornou-nos grandes no mundo. Temos a responsabilidade de olhar o mar na sua dimensão actual, de cuidar dele de forma coordenada e sustentada, aproveitando oportunidades económicas, potencial turístico e fontes energéticas. De o olhar como network marítimo, logístico e social. De o defender nas suas componentes naval e marítima."
Fernando Braz de Oliveira,
Comandante da Marinha Portuguesa
Fonte: Jornal i

Ainda as Uniões de Facto: para meditar...

Quinto e último: a enorme virtude do Estado consiste na capacidade de proteger os outros das nossas decisões individuais. Um pai canadiano não vê problemas em permitir que a sua filha de 13 anos dê a volta ao mundo em solitário num barco à vela. É uma família com dinheiro, unida. A protecção de menores, porém, decide até ao final deste mês se lhe retira a tutela da criança. Quem tem razão? Da mesma forma, a lei protege melhor os filhos de um casal do que a ausência dela. A questão não é a liberdade de quem quer viver junto - é a forma como isso afecta os filhos. Esta é a eterna luta na sociedade, e nada tem a ver com conservadorismo ou libertarismo - tem a ver com o facto de, para sermos verdadeiramente livres, alguém ter de medir se as nossas decisões livres afectam a liberdade dos outros.
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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Universidade de Aveiro promove férias de Verão

Ria da Aveiro (foto do meu arquivo)
A Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro programou uma semana repleta de actividades com ciência, destinadas a crianças dos seis aos 12 anos. Conhecer a biodiversidade da Ria de Aveiro a bordo de um moliceiro; cozinhar com fornos solares; provar biscoitos geométricos; participar em espectáculos de Química e Física, são apenas algumas das actividades propostas para a semana de 31 de Agosto a 4 de Setembro. As inscrições estão abertas.
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José Manuel dos Santos escreveu no EXPRESSO sobre Veneza

Veneza
A lista dos que aliaram o seu nome ao de Veneza é uma espécie de Almanaque Gotha do Espírito. Citar São Marcos, Marco Polo, Bellini, Palladio, Carpaccio, Ticiano, Tintoretto, Veronese, Montaigne, Shakespeare, Galileu, Monteverdi, Vivaldi, Tiepolo, Canaletto, Longhi, Goldoni, Guardi, Rousseau, Casanova, Sade, Da Ponte, Goethe, Mozart, Chateaubriand, Turner, Stendhal, Byron, Sand, Ruskin, Wagner, Nietzsche, Manet, Monet, Proust, Diaghilev, Mann, Stravinsky, Chanel, Morand, Pound, Heidegger, P. Guggenheim, Hemingway, Braudel, Sartre, Visconti, Losey, Highsmith, Solers, Agamben, Cacciari, Pamuk é ter a certeza de uma incompletude definitiva.
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Aveiro: Escola Diocesana de Música renova plano de estudos

A Escola de Música da Diocese de Aveiro está a renovar o plano de estudos para o ano lectivo que se avizinha. Boa oportunidade para quem gosta de música, em especial de música sacra, até porque as lições terão conteúdos e níveis equivalentos aos do Conservatório.

Caminhos...

Que caminho seguir? Dilema de todos os dias. Talvez de todas as horas. No momento da decisão, há que ter em conta o objectivo que se pretende atingir. De preferência, o caminho que nos conduz ao bem. No caso da imagem, a meta pode alcançar-se por ambos os caminhos.

O PS, Belém, e as uniões de facto

O Presidente da República, Cavaco Silva, vetou a lei do PS que pretende equiparar as Uniões de Facto aos Casamentos. O jornal i aborda hoje a questão no seu Editorial. Vale a pena reflectir sobre este tema e sobre outros, que são fraturantes na nossa sociedade de matriz cristã. A indiferença, neste como noutros casos, é sempre imprópria numa democracia que se pretende participativa e inclusiva.

Gafanha da Nazaré, velha senhora rejuvenescida

Ponte da Cambeia
Recordei aqui um texto, excerto de um outro que escrevi em 1985, sobre as Bodas de Diamante da Gafanha da Nazaré.

Mar Agosto 2009 - Festas do Município de Ílhavo

Costa Nova
A edição 2009 do Mar Agosto continua a fazer parte da vida do Município, com momentos diversificados de festa, música, cultura, tradição, desporto, entre outras, numa acção que é também de homenagem ao Sol, à Ria e ao Mar, à nossa História e, em especial, à Vida. PROGRAMA: 25 AGOSTO, Terça-feira 22 horas: Espectáculo com a Filarmónica Gafanhense, Largo do Farol, Praia da Barra 28 AGOSTO, Sexta-feira 22 horas: Grande Concerto de Verão, com LUÍS REPRESAS, Relvado da Costa Nova

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ruas da Gafanha da Nazaré: Rua Dr. Josué Ribau

Hoje falamos aqui de uma rua da Gafanha da Nazaré, que evoca um jovem, o Dr. Josué Ribau, que ainda está na memória de muita gente. E lembro que na nossa terra há muitos que, de alguma forma, "da lei da morte se foram libertando", como diz Camões.

domingo, 23 de agosto de 2009

Piqueniques: bons momentos vividos em família

Boa recordação que não quero perder
Os anos passaram e os interesses multiplicaram-se. A vida trouxe novos hábitos e a idade sugeriu comodidades, até aí sem peso para se imporem. As formigas e os mosquitos provocaram alergias, as mantas não eram acolchoadas e o chão nada tinha de mesa que se visse, para além dos tachos, pratos e talheres. Os piqueniques tiveram o seu fim quase por completo. Mas a saudade desses tempos, cheia de alegria, ainda me assalta, como boa recordação que não quero perder.

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sábado, 22 de agosto de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 146

BACALHAU EM DATAS - 35

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A BÊNÇÃO DOS BACALHOEIROS
Caríssimo/a:

1936 - «A primeira bênção [dos navios bacalhoeiros] foi protagonizada pelo Padre Cruz, passando depois a ser presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa e posteriormente – de 1941 em diante – pelo arcebispo D. Manuel Trindade Salgueiro.» Creoula, 16
«A bênção dos navios e tripulações da frota bacalhoeira, em Lisboa, é instituída pelo Estado Novo.» Oc45, 91

«No ano de 1936, a firma Brites e Vaz recebeu uma das “melhores construções portuguesas”, de então, saída das mãos de Manuel Maria Bolais Mónica, o lugre-motor, em madeira, de quatro mastros, BRITES. Este navio moderno, com 50 m de comprimento, deslocando 422 t, equipado com motor Deustcher de 300 CV, TSF, luz eléctrica, custou 600.000$00. Nele foram utilizadas as melhores madeiras brasileiras, riga, carvalho e pinho manso. O BRITES deslizou para a água acompanhado pelo hino nacional e sob as tradicionais palavras do Ministro da Marinha, comandante Ortins Bettencourt: “Em nome de Deus, da Pátria e do Estado Novo”. Por esta ocasião mestre Manuel Mónica viu reconhecido o seu trabalho na construção de muitos lugres para a frota mercante portuguesa, pois foi agraciado pelo Ministro do Comércio com a medalha de Mérito Industrial.» Oc45, 117

Abr19 - Manuel Maria Bolais Mónica recebeu a condecoração da medalha de Mérito Industrial e Agrícola.

«Entre 1936 e 1964, os navios velhos foram substituídos e construídos 83 navios novos. Destes, 67 foram construídos em estaleiros nacionais, entre os quais o CREOULA e o seu gêmeo SANTA MARIA MANUELA.» Creoula, 11

«Em 50 navios da pesca do bacalhau à linha no ano de 1936; lugres de madeira – só 1 de construção em aço-, 42 capitães de Ílhavo, 419 tripulantes (moços, cozinheiros e ajudantes), 1709 pescadores.» HDGTM,

FAROL – iluminação eléctrica (até esta data, a petróleo).

Manuel

Mais imagens de sonho dos mares gelados

Troll Fjord Spitzbergen
Seven Sisters
Aqui ficam, para contemplação, mais três fotos, gentilmente enviadas por José Vilarinho, dos seus cruzeiros nos mares do norte.

Crónica de Férias: Bacalhau

BOM APETITE SE DESEJA!
Nesta época estival, já alta, a um terço do fim, a meteorologia tem vindo a contentar, satisfatoriamente, os banhistas, que a esta zona balnear acorrem à procura de retempero para as suas fadigas. Vem mesmo a calhar este tempo ameno, que, no dizer do presidente do município, se deve, em parte, ao conluio/intercessão do pároco da freguesia. Este, num sorriso de bonomia, admite a sua quota parte de “culpa”, nesta tão agradável condição climática. Com efeito, foi agradecido a ambos, S. Pedro e prelado, a concessão de favoráveis condições meteorológicas, para a abertura/inauguração do festival do bacalhau. Tanto se tem trabalhado em prol deste fiel amigo, que por toda a parte se vêem sinais e motivos decorativos, alusivos ao pescado. Foi ele o mote para a realização dum convívio alargado a todo o município, nas famigeradas tasquinhas do bacalhau. Aí se degustam várias receitas do referido alimento, fazendo jus à tradição gastronómica portuguesa que sintetiza a sua riqueza e diversidade na parangona -100 maneiras de cozinhar bacalhau. À volta dele, se confraterniza em são e alegre convívio, onde, à mistura também aparecem salpicos de discórdia e inimizade. Aparece de tudo como na farmácia e apenas se comprova como as relações humanas são algo complexas. Neste contexto do bacalhau, que ocorre num tempo de descontracção e revigoramento da memória, em férias, vem à tona uma cena relacionada com o fiel amigo. Conta-se em círculos docentes, nomeadamente entre professores de Português, um episódio hilariante, que passo a narrar. Numa aula de Português, em que a professora abordava, pela rama, o texto poético, introduzindo noções muito elementares de métrica, rima, etc., deu como trabalho de casa a procura de uma frase poética. No dia seguinte, o Manelinho apresenta a frase: “O sol é grande, caem co’a calma as aves!” Muito bem! disse a professora. - Escolheste o poeta Sá de Miranda, do Cancioneiro Geral! E tu, Joãozinho, que dizes? "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”! Muito bem, menino Joãozinho, a tua frase vem a talho de foice, pois é altamente poética! - Ora muito bem, vamos agora ouvir o menino Zequinha. Com a fama que já vem de longe, retorquiu o aluno: "O canguru tem pelos no cu!" A professora, contrariamente, aos comentários feitos aos colegas, apenas disse: - Queres, sempre, ser diferente e disseste uma frase da tua lavra! Quiseste mostrar originalidade, mas não passaste de um engraçadinho! Não aceito a tua frase que viola as regras do decoro e boa educação! O menino Zequinha, cabisbaixo, ouve o raspanete e lá obedece à professora. No dia seguinte, toda a turma aguardava impaciente a grande revelação! A frase poética do menino Zequinha. Quando a professora o interpela, responde prazenteiro, na ponta da língua.
O canguru
tem pelos na beiça; Só não tem pelos no cu, porque a professora não deixa!
Dispensa-se qualquer comentário à resposta brejeira do puto. Numa situação semelhante, em que a autora se encontrava a dar o texto poético, numa turma desta idade irreverente, segue as pisadas da sua colega e também solicita o mesmo trabalho, como aplicação dos conteúdos leccionados. O aluno x, no seu fervor poético e querendo dar provas de que apreendera bem a lição, saiu-se com esta:
É Natal. É alegria. Vamos comer bacalhau Anda daí, ó Maria Se não, levas com o pau!
Para sua tranquilidade, não tinha ainda abordado, na aula, a polissemia da palavra... e ao puto, na casa dos 10 anos, nem sequer lhe perpassara pela cabeça... aquilo que certamente aconteceu com o leitor, de idade madura, brejeira e que numa de linguagem coloquial, sem carácter ofensivo, se designa de “mente poluída! Mas... nos Jardins Oudinot... há uma atmosfera limpa, com cheiro a maresia e... a bacalhau fantasiado de várias roupagens. Bom apetite se deseja!
M.ª Donzília Almeida 21 de Agosto de 2009

Laurinda Alves entrevista António Barreto no i de hoje

No seu discurso do dia 10 de Junho sublinhou que o exemplo que damos vale muito mais que as palavras que dizemos. De que exemplos fala? O meu discurso era especialmente para os dirigentes portugueses, para os líderes partidários, os dirigentes políticos, militares, empresariais e sindicais, porque é de cima que vem o exemplo. O bom e o mau. Tantas vezes ouço apelos desses dirigentes à população para que trabalhe mais, aperte o cinto, corra riscos, inove, chegue a horas, seja honesta, etc., e tantas vezes vejo os exemplos exactamente ao contrário... Não sei se fui ouvido, mas era essa a intenção. Foi ouvido e muito apreciado. O discurso está online e passou de mão em mão. Era bom que eles percebessem que um gesto errado e um mau exemplo valem por tudo o resto. É sabido, é proverbial, que os ministros chegam tarde aos encontros, às audiências, às reuniões, às entrevistas... Isso enerva-o? Sim. Também é sabido que nomeiam favoritos e membros dos partidos; é sabido que fazem más leis que têm de corrigir e rectificar no dia seguinte; é sabido que fazem despachos a correr para nomear amigos ou para autorizar obras antes das eleições; é sabido que nas vésperas das eleições ou antes de um governo cair ou de um ministro ser substituído há dezenas ou centenas de despachos e normas com assinaturas feitas a correr; é sabido que há dirigentes nacionais (privados e públicos, porque não estou a falar só de ministros, note!) que aceitam luvas e corrompem outras pessoas; que obtêm ou vendem favores; é sabido que há pessoas que não cumprem os prazos e arranjam sempre maneira de entrar nos concursos. Tudo isto é sabido e o pior é que muitos destes actos têm origem nos dirigentes. É o tal exemplo que vem de cima. É. Infelizmente daquilo a que se chamam as elites. O bom exemplo é fértil, mas o mau exemplo é muitíssimo fértil. Quando sei que o meu chefe não chega a horas porque há-de querer obrigar-me a fazê-lo? Quando sei que há quem compre e venda influências, porque não hei-de fazer a mesma coisa?
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Gripe A e teologia

Médicas e médicos amigos que muito considero e prezo pediram-me que escrevesse um artigo sobre a gripe A e a comunhão na Missa. Seria um contributo para a saúde pública. É o que vou tentar, consciente de que se trata, paradoxalmente, de um tema melindroso para alguns, dado o facto de os católicos ao longo de tanto tempo terem sido educados no quadro do preceito eclesiástico estrito de comungarem na boca. Uma prova do melindre está em que, apesar de ter tentado delicadamente levar as pessoas a comungar na mão, não tive ainda êxito pleno. Em primeiro lugar e referindo-me ao tema de modo genérico, penso que a questão da gripe A deve ser encarada com responsabilidade, o que significa, em termos simples, sem leviandade, portanto, seguindo as normas da OMS (Organização Mundial da Saúde), mas também sem histerismo. E não me passa pela cabeça que alguém cometa a infâmia de contagiar seja quem for intencionalmente. Espera-se que o Ministério da Saúde continue operante, eficaz e gerindo o problema com dignidade responsável. Será neste quadro da responsabilidade que há-de situar-se uma colaboração sadia dos bispos e do Ministério no referente a grandes ajuntamentos religiosos, como Missas ou peregrinações. É neste âmbito também, embora indo para lá dele, que apelo vivamente à comunhão na mão. De facto, é preciso reconhecer que a comunhão na boca está sujeita a grande perigo de contágio, como qualquer pessoa minimamente atenta pode constatar. Assim, devendo os católicos ser responsáveis e exemplos de responsabilidade, não podem pôr em perigo a saúde dos outros nem a própria. Todos reconhecerão, pois, facilmente que é um dever moral todos comungarem na mão e não na boca. Aliás, não faltará - e bem - quem associe, no caso, ética e estética: quem duvida que é mais estético receber a hóstia na mão aberta do que na língua estendida? Mas, aqui, surgem debates aparentemente teológicos. Por exemplo: que comungar na boca é sinal de respeito pela presença de Cristo na hóstia consagrada. Mas eu pergunto: será porventura a língua mais digna do que as mãos? As pessoas pecam com as mãos: desvio dos bens alheios, assinaturas falsas ou indevidas, tráfico de drogas, armas assassinas, toques de traição... E com a língua não pecam? Ai!, as maledicências, as calúnias, os perjúrios, as promessas incumpridas, as palavras de amor-ódio, aquelas palavras que derrotam e matam o outro, contratos imorais e mortais... Afinal, tão digna é a mão como a língua. É com a língua que falamos, e a linguagem duplamente articulada é característica específica humana. Mas foi quando o nosso antepassado se ergueu sobre os dois pés que se libertou a mão e se desenvolveu o cérebro e surgiu o que se chama Homem. Saudamo-nos falando e também apertando-nos as mãos. Depois, vem o que é teologicamente mais significativo. Quem nunca reparou que só damos de comer na boca às crianças e às pessoas impossibilitadas de o fazerem elas próprias? E é um enorme gesto de afecto e ternura. Mas é também um sinal de dependência. Os adultos, em princípio, levam a comida à boca com as suas próprias mãos. Neste sentido, não quereria ir tão longe como aqueles e aquelas que dizem que com a comunhão na boca a Igreja hierárquica acabou por infantilizar os fiéis. Ora, a Igreja deve ser a assembleia dos fiéis a Cristo, daqueles e daquelas que viram e vêem nele o enviado de Deus e o salvador e se entregam por ele confiadamente a Deus como sentido último da sua vida. Todos igualmente responsáveis, embora com ministérios e tarefas diferentes. Não se pode infantilizar os fiéis e a seguir queixar-se pela sua falta de responsabilidade e participação na vida da Igreja e na transformação do mundo, como Cristo quer. Aliás, Cristo, na primeira Eucaristia, na Última Ceia - celebração da Palavra e do Pão -, tomou o pão e partiu-o, dizendo: "Tomai todos e comei, isto é o meu corpo, a minha vida, entregue por vós." E neste sinal os discípulos souberam que Deus é amor. Como ainda hoje, nalgumas casas, o pai ou a mãe partem o pão, distribuindo-o por todos, comendo cada um com a sua própria mão: é a partilha da vida. Anselmo Borges
In DN

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Num espaço do Mercado da Gafanha da Nazaré: 1.ª EXPOSIÇÃO colectiva de modelismo

O TEAM ( Truques & Engenhocas Associação de Modelismo) tem patente ao público, num espaço do Mercado da Gafanha da Nazaré, até ao próximo domingo, 23 de Agosto, a sua primeira exposição colectiva de modelismo. De futuro, haverá mais iniciativas relacionadas com o nautimodelismo. Apoio da Junta de Freguesia.
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O que me move é a felicidade

Em entrevista a Laurinda Alves, para o jornal i, o pivô da RTP afirma a importância da felicidade...
De que gostas realmente na vida? O que te move, o que te apaixona?
Pode parecer muito naïf, mas é a felicidade. Ou seja, aquilo que todos nós procuramos. Todos os dias quero ser um bocadinho mais feliz, mas também no sentido de fazer os outros felizes. Por mais lugar-comum que isto possa parecer, o que me enche e me preenche é saber que dei felicidade ou ajudei alguém.
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Um poema de Turíbia: Casa das Memórias

CASA DAS MEMÓRIAS Sobre o meu corpo, o teu sorriso, como fonte, como rio, como mar. Nenhuma palavra diria a corrente, verso algum cantaria a magia, sôfrega sede no incêndio a crepitar. Sobre a minha boca, o teu sorriso, como música, sino em dia de Jesus Menino, como cotovia a cantar. Nenhum gesto dirá a saudade, poema algum nos levará aos ramos do amor. Era outono nas noites frias ao luar. Era verão nos gestos quentes da idade. O tempo permanece intacto como flor, artíficio humano em jarra encarnada. E eu permaneço na casa das memórias, exígua e rasa. Turíbia

Diocese de Aveiro em missão em Angola

É sempre bom saber que não tem faltado, entre a juventude, quem se disponha a servir comunidades, com o espírito missionário. o Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, lembrou que a Diocese aveirense "é uma das mais empenhadas no espírito missionário.
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TELHADOS DE VIDRO, de Joaquim Franco, na SIC Online

Com a aproximação de eleições, os "poderes" aconchegam-se. Marcam posições. Num momento em que a tentação para "tomar partido" é muita, espera-se que os "poderes" religiosos saibam a diferença entre religião e política. Espera-se, igualmente, que os poderes políticos saibam "separar as águas" entre o que é legítimo e ilegítimo na "caça" ao voto.
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

RAUL, de José Manuel dos Santos, no EXPRESSO

A sua morte faz-me falar da sua vida e da sua arte. No primeiro "Zip Zip", ele entrevistou Almada Negreiros, e esse foi um dos momentos míticos da televisão. O autor da "Cena do Ódio" e do "Manifesto Anti-Dantas" era um homem com um sentido instintivo do espectáculo e sabia fazer a grande afirmação e a grande negação que provocam, espantam, escandalizam. Fazia-o como quem proclama verdades eternas e mentiras lapidares. Naquele lugar e naquele tempo, isso acendia um fogo alastrador, e os aplausos de uma plateia em êxtase acabavam cada frase que ele atirava.
Lembro-me da cara maravilhada dos entrevistadores, Raul Solnado e Carlos Cruz, a conversar com um velho senhor vestido de escuro, que falava de si e do mundo, enquanto Fialho Gouveia mostrava quadros seus, que tinham sido levados ao Teatro Villaret. Aqueles entrevistadores estavam perante Almada como se está em frente de um fenómeno, de um monumento, de um caso, de um prodígio.
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Arrastão "Maria Teixeira Vilarinho"

Ontem, no Navio-Museu Santo André, onde decorreu a abertura do Festival do Bacalhau, alertaram-me para uma pequena (ou grande) incorrecção, no referente ao arrastão "Maria Teixeira Vilarinho". O Ângelo Ribau esclarece que o "Maria Teixeira Vilarinho" foi mandado construir em Viana do Castelo, pela firma José Maria Vilarinho Ldª. Era a construção n.º 69 daqueles Estaleiros e teve o n.º de registo V-4-N. Isto é, a firma indicada na exposição só nasceu depois do falecimento do C.tão José Maria Vilarinho, que ocorreu em 20 de Maio de 1985. Ainda me prestou outros esclarecimentos, que ficarão de reserva.

A ESQUERDA É PODER ESCOLHER

Presidente Obama
Já aqui disse que os Editoriais do jornal i são esclarecedores, em relação a muitas matérias. Hoje, o director, Martim Avillez Figueiredo, diz que A esquerda é poder escolher. E explica como e porquê. Lembra, ainda, que Obama escreve hoje no i sobre o seu plano de saúde universal. O mais relevante é a sua preocupação de proporcionar mais escolhas aos americanos. Eis a esquerda que sabe o que é verdadeira justiça social. Importa sublinhar que nos EUA há dezenas de milhões de americanos sem qualquer apoio social, nomedamente, na saúde.

Pergunta pertinente

Recebi, há momentos, um e-mail interessante, que aqui partilho, pela sua oportunidade e graça. Se calhar, o ancião até terá alguma razão, embora saibamos que há muitos jovens que, pela sua formação, capacidade criativa, envolvimento social, cultural, espiritual, político, artístico e científico, são bastante dignos das gerações passadas e futuras. FM
Um arrogante estudante universitário, a passear junto à praia, resolveu explicar a um cidadão sénior, que estava calmamente sentado nos degraus que levavam à praia, porque é que era impossível a geração mais velha compreender a sua geração. - "Você cresceu num mundo diferente, realmente quase primitivo", disse o estudante suficientemente alto para todos ouvirem.
- "Os jovens de hoje cresceram com televisão, aviões a jacto, viagens espaciais, o homem a andar sobre a lua. Nós temos a energia nuclear, naves espaciais, telemóveis, computadores extremamente rápidos... e muito mais." Após um breve silêncio, o cidadão sénior respondeu: - Tem razão, jovem. Nós não tínhamos essas coisas quando éramos novos... por isso inventámo-las! E já agora, diga-me, seu arrogante, o que é que está você a fazer pela próxima geração?

Não vale a pena votar para as legislativas no PSD?

Eu não tenho experiência de vida partidária nem aspiro a tê-la, mas não dispenso, como nunca dispensarei, a intervenção política, como cidadão livre e consciente das suas obrigações cívicas. Respeitando as posições partidárias, como importantíssimas para a vida democrática, tenho dificuldades em entender a posição de alguns membros dos nossos partidos políticos, sobretudo quando criticam as decisões dos chefes democraticamente eleitos. Como é o caso, claro e a vários níveis, do PSD, com tantos militantes responsáveis a denunciarem como más as listas para as legislativas aprovadas superiormente pelos órgãos oficiais e propostas por Manuela Ferreira Leite. Não vejo isso em nenhum outro partido, por enquanto. A leitura que faço, muito simplesmente, é esta: Os sociais-democratas que protestam querem dizer, muito abertamente, que não vale a pena votar nas listas do PSD. Será? Fernando Martins

Efemérides Aveirenses: Mendes Leite

20 de Agosto de 1887

Neste dia, em 1887, faleceu na sua casa, na rua do Seixal, o insigne aveirense Dr. Manuel José Mendes Leite, soldado-combatente, jornalista, deputado, governador civil, impoluto cidadão e, sobretudo, legislador-parlamentar, a quem se ficou a dever a proposta da abolição da pena de morte em Portugal, nos crimes políticos.

Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

FESTIVAL DO BACALHAU: A festa já começou

Capital Portuguesa do Bacalhau


“O sucesso do ano passado motivou-nos para fazer mais e melhor”, garantiu o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, na abertura oficial do Festival do Bacalhau 2009, integrado no programa das festas do Município Mar Agosto. 
O autarca ilhavense agradeceu a todos os que souberam viver as energias positivas, para se pôr de pé este festival, “que começou aqui”, no Jardim Oudinot, no ano passado, quando ele tinha “pouco tempo de vida”. Sublinhou que o Concelho de Ílhavo é a “Capital Portuguesa do Bacalhau”, graças à acção das empresas que ainda o pescam e comercializam, referindo a importância de valorizarmos os factores de “atractividade” do Município e região. 
Ribau Esteves salientou a aposta feita na área concelhia em “crescer com gente nova”, contribuindo para a valorização da nossa região turística. Depois de enaltecer a acção do professor João Reigota, grão-mestre honorário da Confraria Gastronómica do Bacalhau, que foi “alma mater deste festival", o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo agradeceu a todos os que contribuíram para a organização deste evento, que fica à espera de 150 mil visitantes, número alcançado no ano transacto. 
Haverá animação musical, exposições, artesanato, cinema ao ar livre e muita festa, até ao próximo domingo. Parte do resultado líquido do Festival do Bacalhau será canalizada para o novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo. 


F. M. 

Crónica de Férias: Passeio na marginal

PRIMEIRA OU TERCEIRA IDADE?
O dia amanhecera cinzento. Uma sarria daquelas que as más-línguas apelidam de chuva molha-tolos, foi a companhia dos veraneantes que escolheram para as suas férias, aquela Ria a gosto. Deambulava pela marginal duma Nova Costa do Prado, com um visual diferente, remoçado, atractivo e desafiador de uns largos passeios na calçada. Mais apeteceria dizer do calçadão, pois se calhar, não fica atrás dessas longas avenidas que atraem os turistas ao Rio de Janeiro. Sim, é de facto uma delícia passear-se, no amplo espaço agora criado, na marginal desta zona balnear de casas às risquinhas e tradições seculares. Abrindo aqui um parêntesis, é de louvar o esforço de descentralização do poder que emergiu após a revolução de Abril e que não se pauta só pelo negativo. Há que ter uma visão crítica das coisas, mas reconhecer e dar o devido valor a quem o tem. Aqui, neste particular, estão as autarquias em destaque, já que, numa dinâmica de regionalização bem patente, têm dado cartas, no que concerne ao desenvolvimento local, quer no interior, outrora relegado para segundo ou terceiríssimo plano, quer mesmo no litoral. Aqui é notório o avanço que foi dado às infra-estruturas locais, para melhor e mais efectivamente servirem as populações residentes. Foi, como referido atrás, numa dessas marginais que acompanha a ria no seu curso, que encontrou aquele trio de sexagenárias. O alarido era tanto, no veículo que conduziam, de quatro rodas, que chamava a atenção dos transeuntes. Como chamar-lhe? Bicicleta? Não. Pois não tem apenas duas rodas. Triciclo, também não. Quadriciclo? Não existe ainda em linguagem corrente, mas será, a curto prazo, incorporado, para designar uma nova realidade linguística e um novo meio de transporte! Sem gastar qualquer combustível poluente para a atmosfera, que agradece; apenas movido pelo esforço físico de pedalar. E que bem o faziam a Nor, a Lia e a Dá! Detentoras duma já madura idade, faziam coro na gargalhada fácil e estridente e desafiavam os casais jovens que passeavam com os seus rebentos. Cruzou-se com elas, numa pequena paragem do seu circuito turístico e aí, se formou, rapidamente, um quarteto para a galhofa! Não dizem que rir é a melhor terapia? E... que melhor época do que as férias, para fazer do riso umas termas recuperadoras de energias? Sem dúvida que ali, naquele passeio pela marginal, capitalizaram uma grande reserva de saúde para aplicação futura. E... honra seja feita aos fautores daquele calçadão, que retempera as forças depauperadas, nas liças da vida hodierna. Parabéns à autarquia local, pelo prazer que proporcionou a este quarteto de gente madura, que sintetizou a boa disposição ali auferida, da seguinte forma:
Primeira ou terceira idade? Que importa, se há juventude? Não tenham de nós, piedade! Na meia, está a virtude! Mª Donzília Almeida 17.08.09

terça-feira, 18 de agosto de 2009

SOL DA MEIA-NOITE

O José Vilarinho enviou-me, há dias, notas do seu diário de bordo, com belíssimas fotografias. Umas já as publiquei. Outras ficaram em arquivo. Como algumas pessoas me falaram da beleza das fotografias, aqui ficam mais duas, para regalo de quem sabe apreciar coisas bonitas.
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O Gafanhão humanizou a duna

A Gafanha foi feita pelos gafanhões. Com suor, muito suor, e lágrimas. Humanizou as dunas como ninguém o havia feito.
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ÍLHAVO: Mar Agosto 2009 - Festas do Município


No âmbito das Festas do Município de Ílhavo - Mar Agosto 2009 –, vai realizar-se de 19 a 23 de Agosto, como tenho vindo a anunciar, o Festival do Bacalhau no Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré. A Cerimónia de abertura do festival vai decorrer amanhã, quarta-feira, dia 19 de Agosto, pelas 18 horas, no “Porão de Salgado” do Navio-Museu Santo André. 
A dimensão socioeconómica e cultural do bacalhau é uma aposta fundamental que a Câmara Municipal de Ílhavo tem vindo a assumir de forma crescente, numa opção pela diferenciação do Município de Ílhavo, enquadrada na frase “O Mar por Tradição”. 
O Festival do Bacalhau integra diversas actividades e espectáculos, bem como a Mostra Gastronómica das Tasquinhas de Bacalhau, que conta com a presença de nove Associações, nomeadamente, a Confraria Gastronómica do Bacalhau, Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo, Confraria Camoniana, Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo, Associação Cultural e Recreativa Chio-Pó-Pó, Grupo folclórico “O Arrais”, Grupo de Jovens “A Tulha” e Bombeiros Voluntários de Ílhavo. 
Haverá, ainda, venda de padas de Vale-de-Ílhavo, mostra e provas de vinhos, matinées de cinema ao ar livre (em ecrã gigante), bares com esplanadas, mostras de artesanato, stand de exposição de empresas, animação para crianças e concertos nocturnos, com as “Just Girls”, “Roberto Leal”, “José Cid”, “Per7ume” e “Rita Guerra”. 

Ver programa aqui

Fonte: CMI

Padre Jeremias Vechina entre nós de férias

D. Manuel de Almeida Trindade
tinha grande admiração
pelo padre Jeremias
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No domingo participei na eucaristia das 11.15 horas, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, presidida pelo padre Jeremias Vechina, meu colega da escola primária, na já famosa, para os da minha idade, Escola da Ti Zefa. Não via o padre Jeremias há anos e gostei de estar com ele alguns minutos. Esteve doente há pouco tempo. "Desta safei-me", disse-me. Também gostei da homilia que fez, com nível, ou não fosse ele um conhecido especialista em espiritualidade.
Quando cheguei a casa, veio-me à memória o tempo da escola. E dele recordei a alegria natural e permanente, bem como a facilidade com que fazia amizades com todos os colegas. Ainda recordei a sua caligrafia, com a inclinação para trás, ao contrário do que era habitual.
Depois, a minha memória continuou até que cheguei à admiração que D. Manuel de Almeida Trindade, que foi Bispo de Aveiro, tinha pelo padre Jeremias e pela sua cultura espiritual, como um dia me disse. E fui à cata de algum escrito de D. Manuel, onde essa admiração estivesse patente. Localizei, então, no livro do nosso antigo bispo - Apontamentos de Retiros - um retiro orientado pelo padre Jeremias, em Fátima, entre 13 e 17 de Junho de 1983. Só algumas passagens:

  Conferência da manhã: “Uma conferência doutrinalmente profunda. O Padre Jeremias começou por evocar o centenário da morte de Santa Teresa de Ávila e o papel que ela desempenhou no século em que viveu. O seu papel foi servir de ponte: ensinou os teólogos (teólogos da escolástica decadente) a rezarem e a serem ‘espirituais’: e ensinou os espirituais a recorrerem à teologia (e aos teólogos) para que a sua espiritualidade tivesse fundamentos sólidos e não fosse devocionismo epidérmico.” Mais adiante, diz: “Belas palavras as do Padre Jeremias acerca da esperança a partir do pensamento de S. João da Cruz.”
Outra Conferência da manhã: “Bela conferência do Padre Jeremias sobre a maneira como o homem provocou a ausência de Deus e como Deus procura afirmar a sua presença de amor, chegando a sentar-se no banco dos réus, no lugar do homem… Esta ‘ausência’ de Deus é sentida pelos místicos da maneira mais viva. S. João da Cruz fala nas ‘noites escuras em que Deus parece que se esconde – os terríveis silêncios de Deus!” Fico-me por aqui para não cansar os meus leitores. Apenas quis recordar o meu amigo padre Jeremias, sublinhando, levemente, a sua espiritualidade e a admiração que D. Manuel de Almeida Trindade tinha por ele.

 Fernando Martins

Centro Cultural de Ílhavo: Exposição de Trabalhos dos Alunos Finalista

Esta exposição, patente ao público até 27 de Setembro, reúne um conjunto de obras de jovens criadores que, após um longo tempo de aprendizagem, se disponibilizaram a participar nesta mostra promovida pelo Centro Cultural de Ílhavo. Trata-se de uma acção fundamental para promover a criação artística de todos os que escolheram esta área de intervenção. A motivação subjacente à realização desta exposição revela-se como uma oportunidade de apresentação do trabalho desenvolvido por jovens artistas plásticos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

AGOSTO: Férias de Emigrantes

Encontros e Reencontros
Sempre foi agradável encontrar e reencontrar amigos. Com eles, trocamos impressões, emoções e sensações. Recordamos e revivemos momentos felizes e menos felizes. Partilhamos sonhos e sentimos a cumplicidade de muitos ideais experimentados há longos anos. E é nas férias de Agosto, normalmente, que se revêem cúmplices de vivências da meninice e juventude. Neste Agosto já reencontrei alguns. Uns que identifiquei de imediato; outros que deixaram alguns traços, muitas vezes imperceptíveis, na minha memória cheia de brancas. São denunciados uns pela voz, outros pelos olhos, uns por sinais desvanecidos do rosto, nunca pelo cabelo ou falta dele. Depois, lá vem uma frase que desencadeia um processo interminável de sequências, como a história das cerejas. Pegamos numa e logo agarrada a ela vem um cacho apetitoso. Por estes dias, senti a amizade de antigos alunos que pararam apressados os carros para um abraço do outro lado da rua. Vi quanto emigrantes regressados para férias manifestaram a sua alegria por me encontrarem, “com muito bom aspecto”, sublinham. Sempre há amigos muito gentis! Ouço histórias de dificuldades ultrapassadas, do bem-estar que por aqui talvez não pudessem ter, da vaidade natural de filhos e netos que singraram na vida, mas também do que os liga ao torrão natal, “as suas raízes” que permanecem bem agarradas ao coração. Com tudo isto, vêm à baila as notícias da região que lhes chegam pelo meu blogue e que ajudam a mitigar saudades sem medida, com apelos para que continue. Com votos de bom regresso, aqui fica a promessa da minha presença junto de todos, com um abraço amigo. Fernando Martins

Crónica de férias: estacionamento difícil nas zonas costeiras

Solidariedade
Encontrar um lugar de estacionamento, numa zona balnear, onde o farol é ponto cardeal, dir-se-ia que é como procurar agulha em palheiro. Na verdade, com a multidão de gente que aflui a esta praia, torna-se quase uma aventura encontrar uma nesga de terreno, onde deixar arrumado o veículo que nos trouxe até ao destino. Não há parques de estacionamento disponíveis para as necessidades do tráfego que entope, nos meses de verão, as artérias de toda a zona costeira. Não estará a autarquia muito preocupada em sanar o problema, pois não consta da carta de intenções, agora tão profusamente propalada, numa época de fervor eleitoral. Sendo que a grande massa de veraneantes e ou banhistas que desaguam neste mar, são forasteiros que vêm à procura deste sol, em terras planas e arejadas, não parece estar na lógica eleitoralista da edilidade camarária, o alargamento da rede viária, nem tampouco, a criação de espaços alternativos de estacionamento. Primeiro estão os munícipes que urge satisfazer... nomeadamente em períodos concretos como estes de febre eleitoral. Esperemos por melhores tempos, associados a mais amplos propósitos e que, por arrastamento, também trazem benfeitorias para a própria região. Foi num contexto de grande dificuldade em arrumar, condignamente, o seu carro, que a autora destas linhas se defrontou com a situação que passa a descrever. Num pseudoparque de estacionamento em terra batida, mas muito empoeirada, circulava devagar, na mira de vislumbrar algum buraquito no meio de tanta chapa automóvel. A certa altura, observa o estacionar de um veículo que numa manobra de economia, daria para dois carros. Fica parada em frente do condutor, lançando subliminarmente o pedido de lhe facultar um pouco do seu avantajado espaço de estacionamento. Se a telepatia funciona ou não, não sabe, mas a resposta não se fez esperar e mais que depressa se vê o senhor fazer manobras para arrumar melhor o seu veículo. Aquele tão almejado lugar de estacionamento surgia como por milagre daquela troca de olhares, um de súplica (!?), outro de compreensão e generosidade. Mesmo atrás de uns óculos escuros que o sol escaldante impunha, houve entendimento e do bom, do positivo! Depois de sair do seu carro, o emigrante francês, ainda concedeu a sua ajuda a estacionar o outro veículo, que ali coubera. Depois de um profuso e sentido agradecimento, cada qual dirigiu-se para o recanto da praia que mais lhe convinha, mas aquele gesto de solidariedade ficara bem gravado na memória daquela veraneante. Regressada da praia, ainda com o sol alto e a dardejar, neste dia escaldante de Agosto, sem a nortada característica da época, teve um relance! Ia deixar-lhe preso, na escova do limpa pára-brisas, uma nota de agradecimento – Merci! A falta duma caneta ali, à mão, não constitui óbice à realização do seu propósito. Uns banhistas, a sair do parque, deram a ajuda para a concretização do seu gesto. Apesar de ser um dever cívico, de cidadania, pensarmos nas necessidades dos outros quando estacionamos o nosso veículo, deparamos, a cada passo, com o egoísmo atroz daqueles que olham só para o seu umbigo e para o seu carro e quantas vezes ocupam um espaço que daria para uma limousine! Todos têm direito a um lugar... ainda que seja um modesto Honda com música Jazz! Na verdade, é imenso o prazer e gratidão que sente perante atitudes deste jaez! E... este emigrante em França, ao longo das vicissitudes por que passou na sua odisseia, por certo aprendeu, bem fundo, o sentido da partilha que tão ostensivamente ali, demonstrou. Merci beaucoup, mon ami!
M.ª Donzília Almeida 13.08.09

O planeta Marte será o mais brilhante no céu nocturno a partir de Agosto?

Marte
O planeta Marte poderá ser observado a olho nu, tão grande quanto uma lua cheia, especialmente no dia 27, quando vai estar mais próximo da Terra. Não deixe de observar o céu na noite de 27 de Agosto, às 00h30, porque verá duas "luas"!!! Não perca. A próxima vez que Marte vai aparecer assim será em 2287. Partilhe isso com seus amigos pois ninguém, hoje vivo, terá oportunidade de observar novamente o facto.
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Nota: Não consegui qualquer confirmação. Se for verdade, teremos uma boa oportunidade de conferir o facto. Se não for, não morre ninguém.
FM

domingo, 16 de agosto de 2009

Uma Gaivota

Silêncio


uma gaivota
ou apenas pequenas coisas 
um sorriso 
um silêncio
a lua 
uma pomba 
ou apenas pequenas coisas 
um olhar
um silêncio 
a lua 
estamos sós 
abrigados dos ventos 
à espera da chuva do tempo 
de poesia e do sorriso das gaivotas


Orlando Jorge Figueiredo

Como Marcelo Rebelo de Sousa vê a morte

Marcelo Rebelo de Sousa
Na morte, Missa de Acção de Graças

Marcelo R. de Sousa

Qual é a sua relação com a morte?  Sente que vive este tempo em desconto? 

Sou cristão e nisso não tenho angústia nenhuma. A morte é uma passagem para outra vida. Nesse sentido até me choca um bocadinho que nas missas de corpo presente, nesses momentos que são imediatamente dolorosos, não haver a ideia da Acção de Graças. Mesmo os cristãos vêem só o lado da separação física, em vez de darem graças por se ter aberto uma nova vida, que no fundo é o que nós andamos a fazer aqui. 
Andamos por aqui em peregrinação, o tal rally paper para essa outra vida. E quando chega a morte as pessoas pensam como se a sua fé não fizesse sentido nenhum. Ora se a fé faz sentido, então a morte tem de ser lida à luz dessa fé. 

Quantos anos lhe apetecia viver mais? 

Sou providencialista: aqueles que Deus quiser. Agora, sem ser providencialista, acho que estou aqui para cumprir determinadas missões no domínio do ensino, da comunicação com os outros, da pedagogia e da transmissão aos outros. O Amigo lá de cima decidirá se é daqui a dois, cinco, dez ou 15 anos. Mas eu tenho uma teoria que descobri agora: as pessoas morrem como vivem. Se vivem pachorrentamente, serenamente, morrem assim. Se vivem de forma violenta, abrupta, morrem assim. Há uma frase em latim que diz tales vita finis ita - tal vida, tal morte. O que quer dizer que já há muitos séculos se pensava isso. Eu, como tenho uma vida particularmente agitada, provavelmente vou ter uma morte agitada.


Ler toda a entrevista aqui

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 144

BACALHAU EM DATAS - 34
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Mulheres das secas

MULHERES ... SECAS
Caríssimo/a:
A propósito do “Festival do bacalhau”, onde 150 mil visitantes provaram, o ano passado, todas as iguarias à base de bacalhau”, lembrei-me de vos segredar que há dias recebi uma “caldeirada de espinhas de bacalhau”; foi uma prima que se lembrou de mim e mas enviou. “Que queres, a gente tem de ajudar; a vida não está fácil, eu ando na seca e sempre trago algum!” Já ninguém se lembra de que a Gafanha é terra de bacalhau e da sua preparação! E é bem verdade que, além desta prima, uma sobrinha também se dedica a essa faina!.. Bem vindas as espinhas mas logo uma diferença: foram aparadas à máquina. Lascas de bacalhau, viste-las!, só uns fiapitos que a lâmina deixou passar. E então a imagem de marca: secas a atulhar de bacalhau e de raparigas, montes de raparigas, na labuta, por entre galhofas, ditos e cantares. No final do dia, estradas e caminhos fervilhavam de juventude, em correrias ou andar romanceado, que era hora da procura, dos encontros e das conclusões. De duas irmãs que conheço, percorreram estes caminhos e ambas casaram “fora”: muitos rapazes imigravam à cata de trabalho, aqui criaram raízes e já não regressaram às suas terras de origem! Casadas e cansadas, chegam a casa onde as espera o filho faminto e carente: seu primeiro cuidado é dar leite à criança que se aperta ao colo da mãe. Nos tempos que correm seria suposto uma qualquer ASAE fazer análises ao leite desta Mãe e não me surpreenderia que os químicos espreitassem bem para o fundo dos tubos de ensaio não acreditando nos valores que o computador ia revelando: suor, gotícolas de sal, uma ou outra farripa de bacalhau, vestígios de escamas e leite de muito boa qualidade! Mas, espanto geral, ao surgir um novo elemento, o mais inesperado e nunca visto: a análise acusava de forma bem clara a presença intensa de cheiro de bacalhau! Quem diria?! E foi assim, amigas/os, que destas Mulheres nasceu a nossa geração. De onde, pois, a admiração de que ainda hoje a nossa preferência vá para “todas as iguarias à base de bacalhau”!... Do muito que (esta geração) viveu, trabalhou, pescou e até mordeu o bacalhau não vos massarei eu já que, ontem como hoje, só o conheço no prato! Mas fica aí o desafio para que se abram espaços (blogues... ou quejandos) onde se aprofundem estes temas; e um dos que valeria a pena seria, sem dúvida, “a mulher da Gafanha e as secas de bacalhau”. Manuel

sábado, 15 de agosto de 2009

Concelho de Ílhavo: aproveite bem o programa Mar Agosto 2009

Farol da Barra de Aveiro
MAR AGOSTO 2009
Festas do Município de Ílhavo para todos os gostos

A edição 2009 do Mar Agosto continua a marcar a vida do Município, com momentos diversificados de festa: música variada, cultura, tradição, desporto, actividades recreativas, entre outras, numa acção que é também de homenagem ao Sol, à Ria e ao Mar, à nossa História e, em especial, à Vida. Ver programa aqui

Sílvia Ribau celebrou Bodas de Ouro de Consagração

A Irmã Sílvia Ribau celebrou hoje, na sua terra natal, Gafanha da Nazaré, as Bodas de Ouro da sua Consagração Religiosa, no Instituto das Franciscanas Missionárias de Maria. Houve missa solenizada, presidida pelo Prior, Padre Francisco Melo, e um almoço, no Stella Maris, a que se associaram algumas dezenas de pessoas. Para além do Prior da Gafanha da Nazaré, marcaram presença os padres Miguel Lencastre e Carlos Alberto, frei Silvino Filipe e os diáconos permanentes Joaquim Simões, Emanuel Caçoilo e Fernando Martins. Ainda vimos Irmãs do seu Instituto, do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt e do Instituto das Irmãzinhas da Assunção. 
É sempre comovente, para mim, participar em cerimónias destas, em que se agradece a Deus uma vida percorrida, quantas vezes com sacrifício, ao serviço da Igreja e do mundo. Afinal, as nossas comunidades, um pouco por todo o lado, são alimentadas pelo testemunho de gente que se dá em plenitude aos outros, sem nada esperar em troca. Ainda bem que assim é, porque uma sociedade mais justa e mais fraterna não se constrói apenas com pessoas que falam muito e bem, mas, fundamentalmente, com gente que trabalha com alegria com e para os feridos pela vida. 
A Irmã Sílvia, desde muito jovem, envolveu-se em tarefas paroquiais na Gafanha da Nazaré, nomeadamente, como catequista, visitadora de doente e de pobres. Foi membro da JOCF (Juventude Operária Católica Feminina) e participou, em Fátima, num congresso dessa organização da Acção Católica. Depois, o Prior Saraiva terá descoberto a vocação da Sílvia. Diz ela: “A minha mãe falou-me que o senhor Padre Saraiva lhe disse que eu tinha vocação religiosa. Passado algum tempo falou-me a mim própria …” Certo é que, aos 19 anos, entrou no noviciado das Franciscanas Missionárias de Maria e aos 20, em 1959, tomou o hábito. E desde aí, até hoje, com 50 anos passados, nunca se arrependeu de “fazer esta caminhada com Jesus Cristo e de realizar o Seu projecto”, com “fidelidade, inteira disponibilidade e alegria”. Os meus parabéns à Sílvia, minha colega da “doutrina” (como era designada a catequese da nossa infância), e da primeira comunhão, com o saudoso Prior Guerra.

 FM

ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

Alegria do mundo, Estrela d’Alva: Nenhuma estrela como Vós nos guia. Sois o braço do Deus forte que nos salva, Virgem Maria. Sois a escada de luz lançada à treva Para ligar ao Céu a terra fria. Fulgente aurora, a vida em Vós se eleva, Virgem Maria. Só o trono de Deus é mais sublime Que o vosso trono, à luz do eterno Dia: Celeste Mãe da paz que nos redime, Virgem Maria. Toda a honra à Trindade seja dada E os Anjos Vos exaltem à porfia, Porque sois nossa Mãe, de Deus amada, Virgem Maria. Do Livro das Horas Nota: Um pouco de história aqui

O padre espião

Conheci-o na minha juventude como professor de Teologia Moral. Mas não sabia, como acaba de revelar em entrevista a José Manuel Vidal para o EL Mundo, que trabalhou para os serviços secretos vaticanos e o Mossad, que a CIA quis contratá-lo e que esteve detido pelo KGB. Aos 90 anos e nas vésperas de morrer - tem um cancro terminal -, o Padre redentorista Antonio Hortelano faz, antecipando um livro de memórias, quase pronto, revelações surpreendentes. Embora irritantes para alguns, não faltando mesmo quem o considere um infiltrado e narcisista, valerá a pena uma aproximação de quem se aproxima da morte com imensa dignidade. Acabado de chegar do México, levaram-no ao hospital por causa da gripe A. E o médico: que não tinha a gripe A, mas um cancro do pulmão em fase terminal. Antonio Hortelano: "Vou morrer. Restam-me uns dois meses de vida. Mas não quis químio nem radioterapia. Só cuidados intensivos." Formou parte dos serviços secretos vaticanos. "Com missões especiais e de forma eventual", diz. O cardeal Montini, então secretário de Estado do Vaticano e futuro Papa Paulo VI, encomendou-lhe várias dessas missões. Foi assim que, por exemplo, viajou com passaporte italiano até à Hungria comunista, por causa do cardeal Mindszenty. Cumprida a missão, de regresso a Viena, foi apanhado pelo KGB, interrogado durante horas e acusado de espionagem. Após 48 horas de interrogatório, "mexidos os pauzinhos adequados" - Vaticano e Israel -, soltaram-no, podendo regressar. Confessa que trabalhou mais com o Mossad do que com o Vaticano. Porquê com os judeus? Casa bem o sacerdócio católico com ser espião judeu? "Perfeitamente. Jesus foi judeu de raça e religião. E nunca saiu do judaísmo. Não se pode ser cristão sem ser judeu." Através do Vaticano e do Mossad, tem o privilégio de imensa informação de tipo religioso e político. Até aprendeu as técnicas subversivas. Conhece particularmente os problemas da América Latina e a história da Teologia da Libertação, com a qual aliás tem diferendos. Foi neste contexto que a CIA o pretendeu contratar. "Pensaram que era o candidato ideal para denunciar os teólogos radicais. Mandei a CIA pelo cano de esgoto abaixo, com o que ganhei muitos inimigos." "O Muro de Berlim caiu graças a João Paulo II, aliado com Reagan." Mas censura Wojtyla pela troca de informações diárias com Reagan: "Todas as manhãs, Reagan mandava as suas informações ao Papa e este enviava-lhe a informação mais quente que recebia de todas as nunciaturas." "Foi um grande erro." Pior, porém, foi o escândalo do IOR, o Banco do Vaticano, e ter confiado as finanças da Igreja a monsenhor Marcinkus. "Foi o arcebispo de Baltimore que lho recomendou, mas já nos Estados Unidos Marcinkus estava relacionado com a Máfia. Por isso, quando se deu a queda do Banco Ambrosiano, que deixou um buraco no IOR de mais de mil milhões de dólares, Marcinkus quis tapá- -lo negociando a dívida com a Máfia. No fim, depois de vários mortos, o Vaticano pediu aos religiosos que se encarregassem da dívida. Aceitaram, mas com a condição de ficarem com a gestão das finanças vaticanas. O Papa não quis e então apareceu o Opus Dei, que, através de Rumasa, tapou o buraco de Roma em troca da prelatura pessoal e da canonização do fundador da Obra." A Igreja enquanto instituição "precisa de mudanças estruturais, mas sem dinamitá-la". Ousa escrever uma "última carta ao Papa", na qual propõe "com humildade" algumas medidas. Que a Igreja seja "mais equilibrada e mais feminina". Com padres casados e mulheres ordenadas. Com bispos eleitos por 9 anos e a supressão do colégio cardinalício, já que o Papa seria eleito por "uma representação de todo o Povo de Deus". Não tem medo de morrer? "Nenhum. Tenho fé e acredito no Além." Sente-se orgulhoso por ter trabalhado pelos outros, não esquecendo que também foi "egoísta e muito teimoso". Mas Deus conta com isso. "Em breve chegarei à sua presença e dir-lhe-ei: 'Aqui está o Antonio'." E o epitáfio? A frase do filósofo Zubiri: "Penso, logo existo e existo, não entregue ao nada, mas a Deus." Anselmo Borges
In DN

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ele tinha a paixão dos objectos

Assim ele tinha a paixão dos objectos, conchas, rodas, ramos secos, utensílios, coisas aparentemente desmembradas e soltas, que encontrava ao acaso em ferros-velhos, pequenas lojas escuras, vãos de porta, recantos poeirentos, ou apanhava do chão quando passava, entre vagos montões de sucata ou de lixo, e depois se transformavam quando ele lhes encontrava na casa um local certo, porque conhecia a sua identidade profunda, o rosto oculto que elas não revelavam facilmente. Deixava-as vir devagar à superfície de si próprias, as suas mãos eram sempre pacientes com as coisas, e também o olhar que descobria a sua intimidade e a partir delas as combinava, porque nem todas se entendiam entre si, era preciso estar atento às suas afinidades ou disparidades, mesmo às menos evidentes. Mas ele tinha o segredo da harmonia. Teolinda Gersão (n. 1940)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Faleceu Rosa Branca Torrão

Chegou-me agora a informação do falecimento da Rosa Branca, cujo funeral foi hoje, pelas 16 horas, em Vale de Ílhavo. Licenciada em História, dedicou grande parte da sua vida ao ensino. Mas a sua vida toda foi uma entrega absoluta à Igreja Católica, de que era membro empenhado. Ligada à Acção Católica, desde muito cedo, nunca perdeu a oportunidade de exercer uma militância exemplar, permanentemente na defesa dos valores cristãos em que acreditava, por convicção profunda e dinâmica, tanto pela palavra como pela intervenção concreta. Era, sem dúvida, uma mulher de causas e de projectos, em prol do homem todo e de todos os homens. Falava com serenidade e com saber, mas também, quando era caso disso, com calor, sobretudo quando importava testemunhar a sua fé na Boa Nova de Jesus Cristo, que considerava essencial à construção de um mundo muito melhor. Sofreu as agruras da doença, mas nunca me lembro de a ver triste nem desanimada. Dizia-me como reagia e como acreditava que melhores dias viriam. Curvo-me perante a sua memória, o seu testemunho de vida, o seu sentido de justiça, o seu espírito fraternal. Paz à sua alma. Fernando Martins

Miguel Guilherme em entrevista a Laurinda Alves, no i

Há pessoas mais criadas para a fé do que outras
Estás num processo de conversão e já deste testemunho sobre isso numa entrevista. Hoje em dia rezas? Sou um católico que não é lá muito católico [risos]. As pessoas têm uma noção muito errada do que é rezar, eu acho que rezar é falar, e a minha luta é constante, porque tenho imensas dúvidas. A fé é um processo de dúvidas, não é um processo de certezas? Acho que não sou dos que nasceram com fé. Há pessoas mais criadas para a fé do que outras. Para mim é uma luta. Mas essa luta agrada-me, porque a integro no resto da minha vida. Tens conversas intelectuais ou afectivas com Deus? Quem é esse Deus com quem conversas? [silêncio] Não posso dizer. Acho que é uma coisa tão íntima... Cada um tem de O encontrar à sua maneira. Foi muito importante para mim este caminho progressivo. Foi um caminho muito longo, porque sempre fui educado e me auto-eduquei no sentido oposto. Tive de fazer uma volta de 180 graus naquilo que pensava e isso não se faz de um dia para o outro. Tive de encontrar, através da razão, um processo que me levasse a um lado mais espiritual. Qual é a mais-valia desse processo interior? Uma inquietação enorme e uma consciência maior.
Laurinda Alves
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Leia a entrevista aqui

"Praia dos Tesos" é a estrela do novo Jardim Oudinot

"Praia dos Tesos", em Julho, na hora da baixa-mar
Nome depreciativo não afasta veraneantes. Pelo contrário, a praia fluvial de Ílhavo é o chamariz para um espaço lúdico recuperado que custou 3,5 milhões de euros
Chama-se "Praia dos Tesos", mas quem para ali vai não é porque não tenha dinheiro para ir de carro até à Barra ou Costa Nova (Ílhavo), como acontecia em meados do século passado com os habitantes da Gafanha, que, por isso, lhe deram o nome depreciativo. Hoje vai-se à Praia dos Tesos pela tranquilidade das águas da ria. Abrigada do vento que, habitualmente, faz na Barra e Costa Nova, a dos "Tesos" tem a água mais quente que nas praias atlânticas. São estas algumas das vantagens apontadas por quem utiliza esta praia, no Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré.
PAULA ROCHA
Ler mais aqui

Comandante José Vilarinho, algures em cruzeiro

A conversa a bordo lembrava
os nossos bravos pescadores dos dóris
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Iceberg

A minha última estadia nestas áreas do Norte foi há cerca de dez anos. Agora, ao voltar a tantos Glaciares, já antes visitados, é realmente assustador ver o quanto eles estão recuados em relação a um passado tão recente, devido ao aquecimento global. Em algumas viagens, efectuadas até bem perto dos glaciares nos nossos Zodiacs, era possível ver e ouvir o constante desmoronar de grandes pedaços de gelo que se desprendiam do glaciar, para iniciarem a sua viagem em direcção ao Sul.
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Magdalena
Foi possível desembarcar em Magdalena Fiorde, uma reserva natural no norte dos Spitzbergen, onde tivemos o primeiro encontro com ursos polares, que cada vez se acercam mais de nós, devido à falta de comida. Uma baleia morta na baía servia de banquete diário a estes animais tão belos e tão perigosos. Como temos várias tripulações portuguesas, um dos momentos altos destas viagens ao Norte é sempre a passagem por áreas onde é possível encontrar o FIEL AMIGO, o Bacalhau.
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Pesca de bacalhau
A partir das ilhas Lofoten, é fácil pescar bacalhau em quase todos os portos. Num destes portos, organizei uma saída num dos nossos Zodiacs para umas horas de pesca. São sempre momentos de relaxe, mas, ao fim de algumas horas de pesca, a conversa a bordo lembrava os nossos bravos pescadores dos dóris. O dia era de sol, a temperatura 17 graus, mas mesmo assim as mãos e os dedos já davam indícios de cansaço e dor. A pergunta é: como era possível aguentar tantas horas, tantos meses, em condições tão difíceis, aquele trabalho da pesca do bacalhau à linha, efectuada no passado pelos nossos homens, verdadeiros heróis?
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Bacalhau
O resultado da nossa faina não foi má e houve bacalhau para toda a tripulação. Na Gronelândia foi fácil ver de muito perto os megaicebergs na sua navegação em direcção ao Sul, sinais claros dos degelos que se passam no Norte.
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Glaciar
Caro amigo, a conversa já vai longa, pois quando começo a divagar sobre estes assuntos, perco a noção do tempo. Como deve imaginar, é muito difícil seleccionar, em milhares de fotos tiradas, as melhores que possam retratar um pouco tudo isto. Muito gostaria eu de as poder enviar todas, mas não é possível. Um abraço para si e para todos os leitores do seu Blogue. José Vilarinho