segunda-feira, 11 de maio de 2009

Bento XVI já está em Israel para uma visita histórica

Bento XVI chegou esta Segunda-feira ao areporto de Telavive, Israel, onde foi recebido pelo presidente israelita, Shimon Peres, e pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O Papa apelou a uma reconciliação entre israelitas e palestinianos que permita a cada povo “viver em paz no respectivo país”. Bento XVI fez votos para que “reais progressos de paz e estabilidade” possam ser conseguidos e destacou o papel que as famílias têm enquanto “veículos de paz”. "Rezo para que todos os responsáveis que considerem o caminho para uma justa resolução das dificuldades, para que ambos os povos possam viver em paz nos seus respectivos países, com fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente", pediu. “Rezo por paz e reconciliação”, assumiu. Bento XVI afirmou ainda que o “anti-semitismo é totalmente inaceitável”.
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domingo, 10 de maio de 2009

Papa destaca coragem dos cristãos na Terra Santa

Missa na Jordânia
Bento XVI presidiu este Domingo a uma Missa no Estádio Internacional de Amã, o maior evento da sua viagem à Jordânia, iniciada no passado dia 8. O Papa deixou uma palavra de encorajamento à comunidade cristã da Terra Santa, que desafiou a “construir novas pontes com pessoas de diferentes religiões e culturas”, e destacou o carisma particular das mulheres na Igreja. "Quanto deve a Igreja nestas terras ao testemunho de fé e de amor de inúmeras mães cristãs, freiras, educadoras e enfermeiras, de todas aquelas mulheres que, de diferentes maneiras, dedicaram sua vida à construção da paz e à promoção do amor”, indicou, na homilia da celebração. Diante de 50 mil pessoas oriundas da Jordânia e de comunidades cristãs dos países vizinhos, inclusive do Iraque, o Papa admitiu que esta dignidade e esta missão das mulheres nem sempre foram inteiramente “compreendidas e estimadas”. Apesar disso, acrescentou, “é com o testemunho público de respeito pelas mulheres que a Igreja na Terra Santa pode dar uma importante contribuição ao desenvolvimento de uma cultura de verdadeira humanidade e à construção da civilização do amor”. Aos presentes, Bento XVI disse que “a comunidade católica está aqui profundamente tocada pelas dificuldades e incertezas que afligem todos os habitantes do Médio Oriente. Nunca se esqueçam da grande dignidade que deriva da sua herança cristã". O Papa falou da rica diversidade da Igreja Católica na Terra Santa e lembrando a sua visita ao Monte Nebo, disse que rezou para que a Igreja nestas terras “possa ser confirmada na esperança e fortificada no seu testemunho ao Cristo Ressuscitado, o Salvador da humanidade”.
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Eleições Europeias

Depois queixem-se
Um mês das Europeias, já em plena campanha eleitoral, sinto que os portugueses, na sua grande maioria, estão divorciados do assunto. Não por culpa própria, mas por culpa dos partidos políticos, mais preocupados com os problemas internos e com as guerrilhas entre eles do que com os esclarecimentos de que o povo precisa. Há realmente democracia na Europa? Os deputados europeus são mesmo a expressão daqueles que representam? As leis dimanadas da Europa serão elaboradas pelos parlamentares? Quem elege os membros da Comissão europeia? E os diversos tecnocratas que decidem tudo nos gabinetes, ignorando muitas vezes as realidades dos Estados-Membros? Podia continuar a enumerar questões que põem em dúvida a democraticidade genuína da UE. O povo está a leste disto tudo. Em Portugal, habituou-se à ideia de a UE apenas tem servido para injectar dinheiro em economias débeis. Mas isso terá de acabar um dia. Entretanto, os nossos partidos, sobretudo os com assento na Assembleia da República, estão mais interessados em capitalizar dividendos para as eleições internas. Até que um dia o povo resolva virar-lhes as costas com a abstenção em massa. Depois queixem-se. Fernando Martins

Aveiro Direitos Humanos

Mendes Leite
1. Um conjunto de entidades locais parceiras da Plataforma Aveiro Direitos Humanos, despertadas pelo enquadramento de convite CMA Aveiro 250 anos, levam a efeito na segunda quinzena de Maio, um programa social e cultural que procura ser sensibilização alargada para todos. Motiva a iniciativa tanto a dinâmica de continuação de reflexão e acção gerada e lançada publicamente quando dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10 de Dezembro 2008), como a efeméride de um Aveirense Ilustre, Manuel José Mendes Leite (grande lutador contra a pena de morte…), que celebra neste 18 de Maio os 200 anos de nascimento, personalidade que merecerá destaque na tarde desse dia 18 de Maio (também dia internacional dos Museus), com Sessão solene no Edifício da Assembleia Municipal (18.30h). 2. Um roteiro de iniciativas percorrerá a cidade em diversos locais e com variadas temáticas que são o desdobramento do espírito da declaração universal. De 15 a 29 de Maio, num programa que poderá ser seguido no blog http://aveirodh.wordpress.com/ , os convites à reflexão e acção estão lançados a todos. Uma noção de direitos humanos como «responsabilidades humanas», estas que aliam os direitos aos deveres, será o eixo que percorre o programa. A situação actual, nas conjunturas várias, do social ao político, das visões culturas a uma sociedade civil mais interventiva, e também diante do cenário da crise e pobreza emergentes justificam um interesse generalizado de quem procura gerar o empreendimento que passe do diagnóstico à acção. 3. A Plataforma Aveiro DH, caminhando numa flexibilidade que nunca atrofie a frescura da criatividade, num processo que de meio em meio ano vai tendo visibilidade pública programática, consta nesta AGENDA DH Maio 2009 de 16 entidades que actuam na área transversal dos DH. A consciência de que o trabalho em rede é sinal social. Participamos!
Alexandre Cruz

Catecismos ou roteiros?

“Em vez de catecismos, são indispensáveis roteiros culturais e espirituais para encaminhar com esperança no seio da família, na escola, na profissão, na política, no lazer e para formar comunidades de vida. No cristianismo, o divino e o humano só podem andar juntos. A busca de orientação e de sentido é tão antiga como a vida humana. Dela nasceram religiões e filosofias. A razão, porém, não é tudo nem a única instância. Também acreditamos em Deus por motivos afectivos, estéticos, vivenciais.” Frei Bento Domingues In PÚBLICO de hoje

Pesca do Bacalhau: Navio-Motor VAZ

Um filme sobre o navio-motor VAZ pode ser visto aqui. Interessante para os que viveram a Faina Maior, há anos. Há sempre espaço nos meus blogues para recordações.

Artefactos do Titanic expostos em Lisboa

Colheres do Titanic (Fonte: marintimidades)
Uma exposição com 200 artefactos recuperados do Titanic abriu em Lisboa. A reportagem veio hoje na PÚBLICA, sendo um desafio aos apaixonados por estes assuntos. Ana Maria Lopes, a “dona” do Marintimidades, publicou há tempos uns escritos sobre o seu talher do paquete que “nem Deus seria capaz de afundar”. Tenho cá um palpite que esta ilhavense, especialista em temas marítimos, não deixará de visitar esta exposição. E se assim for, teremos relato pela certa. A mostra pode ser vista no Espaço Rossio, Estação do Rossio, Lisboa, todos os dias, das 10 às 21 horas, até início de Agosto. Par mais informações, ver www.titaniclisboa.com

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 130

BACALHAU EM DATAS - 20
Iate Razoilo
OS PRIMEIROS ANOS DO SÉCULO XX
Caríssimo/a:
1904 - Segundo Rui Cascão : “A partir de 1904, a flotilha passa a contar com outro navio, o lugre LEOPOLDINA. A Figueira ocupava o segundo lugar a nível nacional, com 6 navios bacalhoeiros, a seguir a Lisboa (10 navios) e antes de Aveiro e Ponta Delgada (1 navio cada)”. [Oc45, 80] [Em 1904] o número de navios portugueses na pesca do bacalhau aumentou em mais seis unidades [em relação a 1903 passando a ser 18]. [Oc45, 81] A marinhagem de um barco da Figueira da Foz, quase toda de Ílhavo, foi dizimada por envenenamento das águas de provisão, contaminada pela decomposição do corpo de uma rela: “A água começou a ter mau sabor, mas bebeu-se à falta de melhor. Era a que havia.” [Oc45, 88] O primeiro arrastão francês a vapor que pescara na Terra Nova fizera-o em 1904. [Oc45, 95] 1905 - Os proprietários do NÁUTICO transferem a seca do bacalhau da Gafanha da Nazaré para Lisboa. [Oc45, 82] 1905 foi um ano bom para a pesca do bacalhau. [Oc45, 81] Em 1905, um pescador do lugre ARGUS perdeu-se no seu dóri, e andou, sozinho, na imensidão do oceano, durante três dias e três noites, até ter tido a sorte de ser recolhido por um vapor que ia carregar madeira no Canadá. De outros nunca mais se soube. [Oc45, 88] 1906 - O iate RAZOILO, propriedade de uma sociedade composta por Manuel Faúlho Razoilo, João Ramalheira Júnior e José Pereira Júnior, é enviado, pela primeira vez, à Terra Nova. A seca foi igualmente estabelecida na Cale da Vila, na Gafanha da Nazaré, sendo o bacalhau vendido para a praça do Porto, perante o protesto da imprensa aveirense.[Oc45, 82] Os argumentos apresentados pela imprensa local para a não adopção da pesca a vapor... O «Nauta»: “[...] porque, sendo com vapores, a despesa seria muito maior, e além disso o calor das caldeiras prejudicaria o peixe, logo que não houvesse rigoroso cuidado. Também havia o inconveniente de, no caso de qualquer inesperada tempestade, os vapores não poderem manobrar imediatamente como os navios de vela, visto as caldeiras não estarem acesas.” [Oc45, 81] Note-se que, em 1906, Portugal havia exportado 2.565.819$00 de peixe, mas, em contrapartida, havia importado 4.695.000$000 réis do mesmo produto. Os custos do bacalhau representaram, em 1907, uma enorme fatia de cerca de três quartos [do valor dispendido em todos os peixes adquiridos]. [Oc45, 83] Em 1906, a imprensa local noticia o incêndio a bordo do iate SANTIAGO. Por um descuido do cozinheiro, perdeu-se o navio com todos os seus aprestos e as soldadas dos tripulantes, não tendo havido perdas humanas. O iate, como escreve o capitão Francisco Gonçalves Moreira, num esclarecimento publicado na imprensa, possuía meios elementares para apagar o incêndio (bomba, baldes, etc.), mas, apesar da ajuda das tripulações de outros barcos, não foi possível salvá-lo. O fogo “tinha chegado às latas de petróleo que estavam no rancho e ao carvão que estava no pique também começando a arder o mastro do traquete por baixo da inora e cujo pé do mastro vinha assentar na sobrequilha por dentro do rancho”. Além dos “papéis” pouco mais se salvou. [Oc45, 88]
Afinal, desde sempre, «além dos papéis pouco mais se salva»! E é curioso que os Homens estão incluídos n'«o pouco mais»!
Manuel

sábado, 9 de maio de 2009

Como devem os pais proteger os filhos?


No âmbito da Semana da Vida, que decorre de 10 a 17 de Maio 2009, enquadrando o dia 15 de Maio, constituído, universalmente, como Dia Mundial da Família, a Paróquia de Nossa Senhora da Glória – Sé de Aveiro promove uma conferência sobre “Como devem os Pais proteger os filhos?” 
A conferência vai ter lugar no dia 15 de Maio, pelas 21.30 horas, no Centro Paroquial Nossa Senhora da Glória, na Rua Batalhão Caçadores Dez, 67, com entrada livre. Como convidados, vão intervir o Prof. Freitas Gomes, director da Clínica do Outeiro e professor no Instituto Superior da Maia, Faculdade Lusófona do Porto, e no Instituto Superior de Serviço Social do Porto; e o dr. Rui Nunes, Coordenador de Investigação Criminal da Polícia Judiciária.

"Noite" na Barra vai ter aviso contra drogas

Jesus Zing, jornalista, diz, em artigo publicado no JN, que a “Noite” na Barra vai ter aviso contra drogas. Trata-se de uma iniciativa da Fundação Prior Sardo, da Gafanha da Nazaré, dirigida aos frequentadores dos espaços recreativos na Praia da Barra, durante a época balnear .

Os cristãos do Oriente

Quando se fala nos cristãos do Oriente, pensa-se geralmente nos "ortodoxos", que, em 1054, cortaram os laços com o Papa de Roma. Aqui, porém, refiro-me aos cristãos do Médio Oriente e do Egipto, incluindo os arménios, e também os do Iraque, Irão, Turquia, Etiópia. Na sua visita à Jordânia, Israel e Territórios Palestinianos, o Papa encontrará alguns deles, pois também há comunidades católicas. Embora o cristianismo tenha lá o seu berço, o número de cristãos no Médio Oriente é hoje minoritário, rondando os 6 milhões, uns 4% da população da região. Em Israel, são uns 500 000 (8% da população); na Palestina, 54 000 (1,5%); no Líbano, 40% (1 milhão e 400 mil); na Síria, 4% (750 000), no Egipto, 4 a 5 milhões (6%). Segundo a revista l'Histoire (Dezembro de 2008), há 4 milhões na diáspora (Europa, Estados Unidos e Austrália) e uns 6 milhões de cristãos siríacos na Índia. Estas Igrejas, que remontam muitas vezes aos inícios do cristianismo - foi em Antioquia, então capital da província romana da Síria, hoje, na Turquia, que aos discípulos de Jesus foi dado pela primeira vez o nome de cristãos -, caracterizam-se pela língua (frequentemente, o aramaico) e rituais litúrgicos especiais. A sua diversidade deve-se a múltiplos factores: históricos, políticos, teológicos. As controvérsias teológicas e a História - lembrar o Império bizantino, a irrupção islâmica, as cruzadas (a quarta teve efeitos dramáticos, com o terrível saque de Constantinopla), a conquista otomana, a Primeira Guerra Mundial, a queda do Império otomano, o imperialismo europeu, o estabelecimento do Estado judaico em 1948, a invasão do Iraque...) - criaram um mosaico de comunidades para as quais não é fácil traçar linhas claras de identificação. De qualquer modo, ainda hoje, quando por lá passamos, fica-se impressionado com divisões que podem chegar a agressões físicas por causa da ocupação dos "Lugares Santos". Os debates teológicos tiveram lugar nos primeiros séculos, concretamente IV e V, na tentativa de compreender o mistério de Cristo. Como é que Jesus pode ser Deus e homem? O arianismo negou a divindade de Jesus e foi condenado no Concílio de Niceia, convocado pelo imperador Constantino em 325. Os nestorianos reclamam--se de Nestório (381-451), patriarca de Constantinopla, que deu origem ao nestorianismo: afirma que Maria é mãe de Cristo-homem e não mãe de Deus (theotokos). Os coptas são monofisitas, afirmando que Cristo tem uma só natureza - a natureza divina. O monofisismo foi condenado em 451, no Concílio de Calcedónia, que formulou a definição da fé de que em Cristo há duas naturezas - a natureza divina e a natureza humana - que subsistem numa só pessoa, e teve como consequência a formação de Igrejas independentes: coptas, jacobitas, arménios, nestorianos. Nesta história complexa, estão presentes as controvérsias teológicas, mas não se pode esquecer a conquista muçulmana nem as cruzadas. De qualquer forma, os cristãos, cujo estatuto, no Império otomano, estava subordinado à lei islâmica, que os discriminava, mas não os impediu de ocupar cargos importantes, representariam, aquando da Primeira Guerra Mundial, 25% da população total na grande Síria otomana (Síria, Líbano, Palestina actuais). Depois, o século XX trouxe tempos mais sombrios - hoje serão, como disse, uns 4% -, do genocídio arménio ao êxodo em massa do Iraque. Mas, como escreve C. Mayeur-Jaouen, atenção para não reduzi-los a um "estatuto de eternas vítimas"! Têm de ser denunciadas a prática quotidiana de desigualdade e a perseguição a que estão sujeitos, mas também se não pode esquecer as consequências do fim do império otomano nem o "discurso de cruzada" do invasor americano no Iraque. Para o decréscimo do seu número contribuíram também razões demográficas e até mais possibilidades de saída para o Ocidente - 25 000 caldeus (ramo católico) vivem em França. É esperável um contributo positivo da viagem, difícil, de Bento XVI. A paz e o futuro destes cristãos dependem também da capacidade que os Estados da região e a comunidade internacional tenham para formar sociedades pluralistas e democráticas. Anselmo Borges

Um poema de Domingos Cardoso

POVO Cai o sol às chapadas sobre a aldeia E a procissão se alonga, lentamente, Entre a gente apinhada, pura e crente, Olhos no andor que o santo bamboleia. Embalada p’la banda que estrondeia Marca passo a irmandade reluzente Nas suas brancas opas, penitente, Remindo, quase sempre, culpa alheia. São homens que da terra se alimentam E, em suas mãos, os calos representam A nobre identidade... o seu brasão! O orgulho que em mim cresce é grande, é imenso Por ver que a este povo eu já pertenço Desde que ao mundo vim, sobre este chão!... Domingos Freire Cardoso

Crónica de um Professor

IRREVERÊNCIA
A aula iniciara às 8:30, como era a rotina, de mais uma 2.ª feira do seu horário lectivo. Era um bloco de 90 minutos… para começar bem a semana! Depois de um break prolongado do fim-de-semana, para recobrar forças, preparava-se a teacher parar um profícuo trabalho. Apresenta o material da aula, tenta cativar a atenção dos mais obstinados na dispersão mental, envolve-os nos skills que pretende desenvolver, nomeadamente no Speaking e a aula segue o seu ritmo habitual. Observa, com alguma estranheza, que o L.P. se dispersava, se perdia em gestos e movimentos pouco habituais. Era um aluno dedicado, participativo, com alguma puerilidade excedentária para a sua faixa etária e nível escolar. Várias vezes o interpela, no sentido de o chamar à ordem, no intuito de o fazer apreender e aprender os conteúdos daquela lição. Mas… o L.P., evocando na teacher o movimento de longa duração dos discos de vinil do século passado, teimava em manifestar a sua irrequietude. Estava agitado, aos olhos da mestra que já fora até, noutra circunstância, alvo de um seu rasgadíssimo “piropo”! Era uma “música” que não parava de “tocar”, insistente, insistente. Estranhava este inusitado comportamento! Era um modus operandi atípico, nesta criança dócil, viva, só um nisquinho irreverente, mas nada com que uma paciente e experiente professora não pudesse lidar. - Estranho! Cogitava a mestra falando com os seus botões! Noutro aluno, até teria achado normal, não num discente que sabia, até, ter um fraquinho por ela! No fim da aula, sorrateiramente, abeira-se dela e revela o segredo. - Setôra… hoje… portei-me mal… tenho consciência disso! Costumo portar-me bem e como já não me portava mal, há muito tempo… quis recordar o que era isso! A teacher fica desconcertada e um sorriso malicioso aflorou-lhe ao rosto… desvanecendo qualquer indício de irascibilidade. O que lhe perpassou, num relâmpago, foi a expressão muito utilizada pelas mães da Gafanha, no século passado, quando se deslumbravam com as gracinhas dos seus rebentos! - Apetecia-me roê-lo todo! Sem qualquer conotação pedófila (!?)… o que a teacher quis manifestar foi o gozo, o humor que aquela tirada do L.P., havia provocado nela. E… perante isto... que para a teacher é apenas mais uma das suas inúmeras peripécias docentes, resta a sugestão: a próxima canonização a integrar a Hagiografia Portuguesa, logo a seguir ao beato Nuno, deverá ser de um Professor! Merecem, não acham? Não se candidata, pela simples razão – tem o martírio (!!!), mas nem sempre a resignação de santo! E… mais acrescenta… até se disponibiliza a formar a comissão ad hoc, tal como aconteceu para a comemoração do Dia Mundial do Homem. As mulheres… trabalham!!!
Mª Donzília Almeida 08.05.09

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Bento XVI e rei Abdallah II reforçam necessidade de diálogo na promoção da paz e respeito pelos lugares santos

Bento XVI sublinha as suas intenções de “peregrino da paz”, de quem quer “venerar os lugares santos que têm desempenhado uma parte tão importante em alguns dos principais acontecimentos da história bíblica”. No discurso de chegada, o Papa evidenciou a sua motivação espiritual e pastoral na viagem à Terra Santa. O Papa expressou um “profundo respeito pela comunidade muçulmana” e saudou o papel de liderança do rei Abdallah na promoção “de uma melhor compreensão das virtudes do Islão”. Bento XVI recordou a mensagem de Amman (2004), uma das “nobres acções” para “promover uma aliança de civilizações entre o Ocidente e o mundo muçulmano”, contrariando “as previsões daqueles que consideram a violência e os conflitos inevitáveis”. Também o rei Abdallah II, no seu discurso de boas vindas, apontou os esforços para promover a paz no Médio Oriente e no mundo, “incentivando o diálogo inter-religioso, apoiando os esforços para encontrar uma solução justa, evitando o extremismo”. O Papa relembrou ainda os esforços de paz desenvolvidos pelo antigo rei Hussein, pai de Abdallah II. “Que o seu empenho em resolver os conflitos na região continuem a dar frutos num esforço para promover uma paz duradoura e verdadeira justiça para todos aqueles que vivem no Médio Oriente”.
Fonte: Ecclesia

Conferências Primavera: Carlos Borrego falou sobre ambiente

Carlos Borrego, Alexandre Cruz e Francisco Melo, prior da Gafanha da Nazaré
É POSSÍVEL POUPAR ENERGIA SEM PERDER QUALIDADE DE VIDA
Depois de justificar que as areias depositadas na área do Porto de Aveiro resultaram de dragagens necessárias para a manutenção da Ria, Carlos Borrego, professor catedrático da universidade aveirense e presidente do Conselho Directivo do Departamento do Ambiente e Ordenamento, garantiu que há, “efectivamente”, zonas próximas do porto “que têm concentrações de partículas na atmosfera um pouco mais elevadas do que deveriam ter”, mas isso “não é genérico para toda a Gafanha”. O antigo ministro do Ambiente e Recursos Naturais de um Governo de Cavaco Silva abriu o 1.º Ciclo de Conferências da Primavera, ontem, no salão principal da igreja matriz da Gafanha da Nazaré, por iniciativa da paróquia, abordando o tema “Questões Ambientais: Moda ou Urgência?” Antecedendo a intervenção do Prof. Carlos Borrego, actuou o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que apresentou alguns números do seu reportório, com o natural agrado dos que aderiram ao convite da paróquia.
Aspecto da assistência
Sobre a questão das areias depositadas na zona portuária, Carlos Borrego lembrou que a Ria precisa de ser dragada, para não correr o risco de desaparecer. Disse que tem conhecimento dos esforços desenvolvidos pela APA (Administração do Porto de Aveiro), mas não deixou de frisar que, por vezes, os benefícios de uns podem trazer prejuízos a outros. Reclamou o bom senso de saber “até onde é que nós devemos andar sem criar problemas ambientais complicados de resolver”. A propósito de algumas críticas sobre a instalação de certas unidades fabris, Carlos Borrego referiu que temos de olhar os assuntos sem o “fundamentalismo” que muitas vezes as questões ambientais suscitam. Contudo, salientou que “há limites, mas também há muito progresso que pode continuar a existir, desde que adequadamente sejam feitas as intervenções, sem criar problemas ao ambiente”. “Há hoje uma componente tecnológica que tem vindo a reduzir os efeitos que as indústrias têm, quer sobre a humanidade propriamente dita, quer relativamente a alguns recursos que temos disponíveis.” Na opinião do conferencista, se não houver respeito pela natureza, dentro de um século, 67 por cento da costa portuguesa poderão desaparecer, chegando “as praias a Coimbra”, tendo em conta que as temperaturas irão sofrer um aumento até sete por cento. O professor da UA afirmou que “a pobreza é o verdadeiro problema do ambiente, porque o número de pobres não pára de crescer”. Em 2007 havia no mundo 854 milhões de pessoas a passar fome, adiantou. Entretanto, enfatizou o facto de as catástrofes naturais estarem a crescer, década após década, naturalmente pelas ofensas que são feitas à natureza. Nessa linha, sugeriu que os consumidores devem rejeitar os produtos inimigos do ambiente, nunca descurando a obrigação de poupar energia. Sobre a poluição, que temos “o hábito de atribuir sempre aos outros”, o conferencista lembrou que uma simples e pequena pilha, atirada para o solo, pode poluir mil litros de água, se atingir o nível freático.
Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré
Mostrou, com exemplos práticos, que é possível diminuir os consumos “sem perder a qualidade de vida”. Desperdiçamos água e energia eléctrica, poluímos o ar e os solos, ignorando que são bens escassos, esclareceu. “Só perdemos qualidade de vida se não formos criativos”, referiu. Considerou importante e urgente promover campanhas de esclarecimento sobre a poupança nos consumos. Disse que as energias eólica, solar e das marés “não resolvem os problemas da sociedade”, acabando por anunciar que, dentro de 50 anos, a fusão nuclear será a mais viável “alternativa às actuais formas de energia”. As Conferências prosseguem nas restantes quintas-feiras de Maio, pelas 21 horas. Fernando Martins

PORTO DE AVEIRO

Trabalho gentilmente cedido por Carlos Anastácio, que agradeço.
FM

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O país dos hipermercados

Dolce Vita Tejo
1. A inauguração nestes dias de mais um mega centro comercial (Dolce Vita Tejo, inaugurado a 7 de Maio) continua a suscitar muitas e justas reflexões. Antes de mais, mesmo em cenários de crise, o novo espaço abre com 99% de ocupação, e estando apontado o retorno do investimento para longo prazo (15 anos). Claro que nada falta no novo espaço, havendo lugar privilegiado para a área de hipermercado além de toda uma variedade de serviços que vão crescendo nestas novas catedrais públicas que são os centros de consumo. Todas as marcas querem aparecer e reservar o seu lugar, as apostas da empresa promotora, a Chamartin Imobiliária, diz que o projecto está muito para além das crises ocasionais ou sazonais. 2. O investimento rondou os 300 milhões de euros, estando previstos cerca de 18 milhões de visitantes por ano e uma facturação estimada a mais de 280 milhões de euros. Tudo números tão altos que querem eles próprios ser atractivos e multiplicadores, não parecendo deixar qualquer sobra para o pequeno, para o campo e a aldeia, para o rústico, para o designado mercado tradicional. Ao olharmos para os países desenvolvidos do norte da Europa, observamos que conseguiram regular em ordem à preservação da loja, do mercado familiar e local, de modo a tudo não ficar centralizado unicamente nas mãos de alguns. Que significará a sedução nacional pelos grandes centros comerciais como se fossem o novo modelo de vida tido como moda de rico ou estilo citadino desenvolvido? Será reflexo do abandono rural da “terra” e do “campo”? Ter-nos-á faltado a devida regulação para não permitir toda esta centralização? 3. Nem saudosismos do passado, nem uma indiferença presente em relação ao tradicional e local que garanta a justa subsistência de tantas famílias… Talvez o “meio” esteja mesmo em fazer crescer, até pelas comunicações de internet, a rede de ofertas de bons produtos tradicionais (agrícolas) e serviços para que tudo não fuja para o hipermercado. Há vida para além...
Alexandre Cruz

Regata Santa Joana Princesa

Nos próximos dias 9 e 10 de Maio (sábado e domingo), vai realizar-se a Regata Santa Joana Princesa/Porto de Aveiro/ Universidade de Aveiro. Prova desportiva a decorrer no Campo de Regatas de Aveiro (logo após a Marinha da Troncalhada) entre as 11h-18h. Conta com o apoio do Porto de Aveiro e organização em parceria com a Escola de Vela do Sporting Clube de Aveiro. A regata vai reunir mais de uma centena de velejadores das várias classes de Vela, provenientes de vários pontos do país, proporcionado momentos de rara beleza.
Fonte: Newsletter do Porto de Aveiro

Saber ouvir com o coração

Ser Professor
Saber ouvir com o coração! Esperar pelo fruto que semeou; Renunciar à decepção! Prometer a si mesmo Repudiar o desalento. Onde há sinceridade, Ficará a amizade. Eternamente sonhador; Sonhos loucos Sonhos poucos Onde está o Reformador? Mª Donzília Ameida 06.05.09

ABERTURA DA BARRA DE AVEIRO

Planta da Barra em 1843. Arquivo do Porto de Aveiro
Ao longo do ano de 2008 assistiu-se, com agrado, às diferentes iniciativas e cerimónias destinadas a assinalar os duzentos anos da abertura da Barra de Aveiro.
Organizaram-se exposições muito interessantes e elucidativas sobre os antecedentes que levaram à execução do projecto, a complexidade dos trabalhos a executar, a tremenda dificuldade para os levar a cabo, a importância do seu funcionamento para o progresso verificado paulatinamente na região, a qualidade dos responsáveis e executores principais, que foram homenageados, como era natural.
Orquídea Ribau
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quarta-feira, 6 de maio de 2009

ALIMENTO PARA TODOS

A crise alimentar tem muitas faces, mas duas são especialmente provocantes: a que se manifesta na legião dos esfomeados do mundo inteiro e a que se desvenda a conta gotas na opulência obesa de pequenas minorias “orgulhosamente sós”. A crise não está em haver falta de alimentos, mas na injustiça da posse, na iniquidade das leis da distribuição e comercialização, na sedução publicitária das marcas criadas para satisfazer necessidades de ostentação e luxo, na apetência desmedida que pretende alcançar e manter um padrão de vida superior às posses reguladas pela justiça equitativa. Há fome de pão, fome que “rói” o estômago, fome que prejudica o normal funcionamento da mente e leva à inanição, à morte. E esta não se soma por dezenas ou centenas, mas por muitos milhões. E esta está remetida ao silêncio “oficioso” enquanto outras são objecto de notícias constantes, de alertas públicos, de medidas de prevenção generalizada. Por que não atender a umas e a outras? As razões serão muitas, mas uma adquire especial relevância: a do vazio de valores éticos, a da anorexia espiritual, a da religião dos satisfeitos com os mínimos. Esta parece ser a realidade mais dura do mundo detentor dos alimentos, da riqueza, da obesidade e de tantas outras malformações consequentes. Há alimentos para todos. Não tem justificação ética a actual situação em qualquer parte do mundo. E ou se resolve a bem de uns e de outros ou tenderá a acentuar-se a desigualdade social com o cortejo de “anoréxicos” espirituais e de famintos reais, com o aumento dos que morrem por doenças de abundância egoísta e com o crescimento exponencial dos que são vítimas do esgotamento total das energias humanas. Isto é, a humanidade pressionada pelas circunstâncias tem de redescobrir a sua vocação original: reconhecer a dignidade de cada um, ser solidária, fazer chegar a todos o indispensável para uma vida digna. É lei da própria natureza, assumida pela ética cristã e pela moral económica: os bens estão ao serviço da vida. Não há contra-ordenação justificável. Em caso de extrema necessidade, tudo está permitido e pode ser recomendado. A procura de bens para sobreviver pode chegar a estes limites, como parece verificar-se na situação actual.
Georgino Rocha

Espaços de opinião livre na Igreja

"Na Igreja não deve haver temas tabus. Há problemas, por si não discutíveis dada a sua natureza. Não são muitos, mas, mesmo assim, podem-se reflectir, de modo aberto, para melhor se compreenderem e comunicarem. Muitos problemas da Igreja, trazem consigo uma carga histórica, que os foi sedimentando e, por vezes, os tornou dogmáticos e intocáveis. Precisam, agora, de ser abanados e confrontados com novas situações sociais e culturais, que lhes dêem vida e os tornem mais actuais, ricos e expressivos.
Nas últimas décadas, assistimos a mudanças na Igreja: reforma da Semana Santa, jejum eucarístico, missas vespertinas, ministérios laicais, relações ecuménicas, leigos na Cúria Romana e nas cúrias diocesanas… Coisas que pareciam intocáveis, mas não o eram.
João Paulo II mandou que fosse repensada a teologia e a história do primado, porque não queria que ele fosse obstáculo à unidade dos cristãos. Há hoje situações em retrocesso. Passam-se à margem do Vaticano II e de uma sã tradição, faltando coragem para reflectir em voz alta e em clima de comunhão."
António Marcelino
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O Ambiente precisa de todos

1. À medida que os problemas ambientais se foram confirmando e no crescer dos efeitos maléficos das poluições a agenda política, mesmo que começando pela agenda da boa vontade, foi abrindo espaço activo e efectivo para as questões ambientais. Em quantas circunstâncias humanas, só na hora da doença se aprecia devidamente e saúde; mas também, quantas vezes, para a cura já poderá ser tarde demais. No sentido comum, por isso sem a essencial dose de conhecimento científico, diz-se que poluímos mais nos últimos 30 anos que em 30 séculos. Ou sublinha-se que as comprovadas alterações climáticas reflectem esse “queixar” da natureza e questionam o estilo da acção humana sobre a vida ambiental. 3. Nos últimos anos as questões relacionadas com o ambiente têm merecido um amplo destaque, despertado pelas urgências de grandes tragédias ambientais (Tsunami na Ásia 2004, Katrina nos EUA 2005, impressionantes cheias, grandes incêndios…). Em causa recolocam-se as lupas da observação física e mental: já não se trata de uma questão de “mania” de ideologias ambientais mas está mesmo em causa a sobrevivência da Humanidade. Esta consciência planetária trazida pela globalização em curso, a mundialização de fenómenos trágicos no quadro ambiental, a biodiversidade em perigo, o desenvolvimento sustentável como forma de ler a beleza da vida, as energias renováveis no seu pressuposto ambiental, entre outros, factores que foram elevando a fasquia da responsabilidade, até ao histórico documentário de All Gore: Uma verdade inconveniente (2006). 3. Neste contexto, ergue-se como missão o trazer para a praça pública diária, das escolas à opinião e acção da sociedade civil, de iniciativas que fortaleçam este laço ético indeclinável de todos nas questões do ambiente. Convite aberto a todos: 7 de Maio, 21h, Auditório Mãe do Redentor na Gafanha da Nazaré: Conferência «Questões ambientais: moda ou urgência?», Carlos Borrego (UA).
Alexandre Cruz

Morreu o Manuel Casqueira, um homem bom

Manuel Casqueira


Hoje de manhã recebi uma daquelas notícias que nos deixam petrificados. Morreu o Manuel Ramos Casqueira. Notícia inesperada como todas as que nos falam da partida para a última viagem terrena de pessoas que por qualquer motivo admiramos.
Manuel Casqueira, que conheço desde há muitos anos, gafanhão de 79 anos, morreu depois de uma longa vida de trabalho e de esforço nunca regateado para educar uma família numerosa. Casado com Rosa Merendeiro, era pai de 11 filhos, um dos quais, o Dinis, já falecido. Era pessoa de uma fé inquebrantável, que sabia e soube transmitir a todos os seus, não simplesmente por palavras, mas pelo exemplo, durante uma vida de canseiras.
Homem de missa diária, só faltando quando os trabalhos não lhe davam espaços livres, punha em prática, no seu dia a dia, a fé que o animava, estando permanentemente disponível para dirigir, em momentos difíceis, palavras amigas, de conforto e de estímulo, a quantos delas necessitassem, porque acreditava que o cristão não pode nem deve ficar indiferente à vida da comunidade.
Assíduo a todas as cerimónias, leitor nas eucaristias e ministro extraordinário da comunhão, Manuel Casqueira era membro da Associação do Sagrado Coração de Jesus, tendo ainda uma grande preocupação pelo estudo bíblico. Sempre que podia, e podia quase sempre, participava nos funerais que se realizavam na paróquia, levando, com muita frequência, a Cruz à frente do cortejo.
Homem bom, pai de família exemplar, cristão comprometido e fervoroso, cidadão compenetrado dos seus deveres, deixa, entre nós, um testemunho de santidade. O seu funeral terá lugar amanhã, quinta-feira, pelas 15.30 horas, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com missa de corpo presente. Paz à sua alma.

Fernando Martins

Os nossos emigrantes: Teresa e Nelson Calção

Nelson e Teresa Sempre divididos é o grande dilema de todos os emigrantes
O Nelson emigrou em Outubro de 1969 e eu em Marco de 1973, muito contra a minha vontade, porque não queria deixar para trás a minha querida avozinha. O Nelson emigrou forçado pelo denominador comum a tantos outros: em Portugal não havia futuro para as novas gerações. E também pelo facto de se ouvirem histórias lá de longe, que soavam melhor que o quotidiano que sentíamos em Portugal. O Nelson nunca tinha tido ideias de emigrar, pois no momento trabalhava na Metalurgia Casal, uma companhia bem acreditada na altura, mas de um dia para o outro a decisão foi tomada e partiu mesmo... Foi ter com uma irmã que ao tempo vivia em Newark, o que no fundo talvez tivesse sido a razão desta decisão repentina. A estada do Nelson não foi longa nos EUA devido a estar em trânsito para o Canadá, para onde seguiu e onde permaneceu dois anos. Depois voltou a Newark onde fixou residência, já como emigrante legal. Pouco tempo depois, em Fevereiro de1973, resolvemos casar e começar a nossa vida, a dois, nesse país distante mas muito acolhedor, que hoje consideramos a nossa segunda Pátria. A língua, no início, foi a maior barreira que encontrámos, mas com boa vontade e persistência tudo se ultrapassou. Basta querer, pois os estabelecimentos de ensino abundam por todo o lado, e nós, graças a Deus, também, já não sendo jovenzinhos, conseguimos frequentar a universidade por algum tempo, eu de dia e o Nelson à noite. Isto foi algo que nos marcou e nos deixou recordações inesquecíveis Um outro grande obstáculo foram as saudades, pois estávamos longe daquilo que nos fez, nos é querido e nos faz sentir seguros. Mas, a pouco e pouco, com a ajuda de novas amizades que vão surgindo e de novas experiências, a adaptação foi acontecendo. Graças, ainda, a certos grupos que, com o seu trabalho e boa vontade, nos vão oferecendo o que Portugal tem de melhor, que são as nossas tradições!

Da esquerda para a direita - sentados: Jessica, Nelson e Teresa; de pé: Peter e Ricky

Vale a pena mencionar o grande acontecimento do ano, 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, onde todos os portugueses de vários cantos da América se encontram pelas ruas da Ferry St. No meio da animação, trocam-se sempre aqueles abraços, como que a matar saudades da nossa terra e das nossas gentes. Que orgulho em ser português! Infelizmente, a nova geração, com as crises que se têm feito sentir por todo o mundo, está um pouco arrefecida, mas a área da gastronomia, essa não, porque continua em força e em cada canto, a nossa bandeira, desfraldada ao vento, convida a entrar e a desfrutar a nossa comidinha portuguesa. A família entretanto, foi aumentando. Temos três filhos, dois rapazes e uma menina, já adultos. O nosso mais velho, o Ricky, é advogado em S. Francisco, Califórnia; o Peter é economista e a Jessica, ainda estudante, residem no Estado de New Jersey. Há cerca de quase três anos, um rebentinho, o Madison, fruto do casamento do nosso filho Peter com a Christine, uma moça americana, veio enriquecer ainda mais as nossas vidas. Nos EUA sentimo-nos muito portugueses e participamos em bastantes eventos da comunidade portuguesa. Vivemos três anos no "Ironbound", nome dado ao lugar onde os portugueses vivem em Newark, e depois comprámos casa no meio americano, onde nos últimos quase trinta anos da nossa estada nos EU vivemos, participando activamente na paróquia de St. Mary's em Colts Neck, NJ, paróquia esta que é um exemplo para qualquer comunidade, devido aos programas educacionais e morais que aí se praticam e que têm feito a diferença na vida de muitas famílias. Há cerca de sete anos tomámos a decisão de voltar definitivamente às nossas raízes, a nossa querida Gafanha, um sonho tornado realidade, mas que acarreta por vezes muita tristeza, muita saudade, muita nostalgia, porque já não viemos inteiros. Parte de nós ficou na família que constituímos, nos lugares onde vivemos e nos amigos que fizemos, ao longo dos anos. Sempre divididos é o grande dilema de todos os emigrantes, e nós não somos excepção! Teresa e Nelson Nota: Texto elaborado a partir de uma entrevista, via Internet, com a Teresa e o Nelson Calção, gafanhões, com muitos anos a mostrarem uma grande alegria de viver. Fernando Martins

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sugestão de um amigo: Se tiver uns minutos, ouça Vítor Araújo

Já agora, diga-me se gostou...

As imagens de Vasco Granja

1. Todas as gerações têm determinadas personalidades de relevante imagem pública que, do panorama social ao artístico, acabam por ser referências de época. Quem há vinte, vinte e cinco anos, não se lembra de Vasco Granja (1925-2009), das manhãs de sábado ou domingo na televisão portuguesa a preto e branco, da «banda desenhada» por ele apresentada, de como a pantera cor-de-rosa ou outras animações contagiavam as gentes mais novas daquele tempo. Esta vida que nos deixou, a par de outras grandes referências da comunicação, faz reviver o melhor das memórias de muitos que na época, também por essa via, foram conhecendo o mundo. Vasco Granja assinalou muitos momentos da animação dos mais novos, sendo mesmo chamado por uma criança de «o pai da pantera cor-de-rosa». 2. A sua primeira expressão de empatia, estes dias recordada, em que dizia «olá amiguinhos!» fala-nos, mesmo que sem nostalgias, de um tempo em que a animação revelava predominantemente um carácter de bondade e pacificação, mostrando desse modo, também, uma das funções dos meios de comunicação social. Formar, informando e gerando o entretenimento de qualidade. Um confronto da animação dessa época com a actualidade faz-nos sentir como a inocência dos primeiros passos da «banda desenhada» estão hoje tão longínquos diante de tanta violência que insiste perpassar pelos programas para os mais novos. É verdade que mesmo o Bugs Bunny ou a Pantera também teriam a sua “manha”, mas nada de comparável com os cenários matreiros de muita da animação deseducadora actual. 3. Aos 83 anos parte este homem discreto que leu a sua tarefa pública como serviço educacional de gerações que hoje o recordam. De 1974 a 1990 foi um dos rostos maiores da RTP para a infância. Quem dera que este momento de sua partida fosse oportunidade de repensar na actualidade sobre o papel das comunicações (TV e net) para as crianças. Será?!
Alexandre Cruz

GAFANHA DA NAZARÉ: Ciclo de Conferências, nas quintas-feiras de Maio

Os problemas do mundo actual, no auditório da igreja matriz
As quintas-feiras de Maio deste ano vão proporcionar fecundos e participados – espera-se – momentos de formação, informação e reflexão. A paróquia da Gafanha da Nazaré promove um ciclo de conferências sobre questões da actualidade para proporcionar um olhar humanista, crítico – mas não pessimista –, sobre os grandes problemas do mundo em que vivemos. As conferências realizam-se no Auditório Mãe do Redentor, todas as quintas, às 21h. A entrada é livre.
1.ª Conferência, 7 de Maio: Carlos Borrego fala sobre
“Questões ambientais – moda ou urgência?”

Carlos Borrego, doutorado em Ciências do Ambiente, é professor na Universidade de Aveiro (UA). Foi ministro do Ambiente e Recursos Naturais de 1991 a 1993 e vice-reitor da UA de 1998 a 2002. É autor de numerosos artigos e publicações. Recentemente coordenou o estudo que levou o governo a abandonar a Ota e a escolher Alcochete para localização do novo aeroporto de Lisboa. A acção humana está a provocar alterações climáticas e o litoral de Portugal poderá ser das zonas mais afectadas. Por outro lado, assistimos a investimentos em energias renováveis e ao crescimento da “consciência verde”. As preocupações ambientais são uma moda ou uma urgência? O que temos de fazer?

ÍLHAVO: Gran Torino, de Clint Eastwood, no Centro Cultural de Ílhavo

UM FILME DE GRANDE NÍVEL
“Gran Torino” é um filme de Clint Eastwood, com Clint Eastwood e Christopher Carley, para maiores de 12 anos. Clint Eastwood é também o produtor e realizador. Para ver no Centro Cultural de Ílhavo, na sexta-feira, 8 de Maio, pelas 21.30. Foi considerado pela crítica e pelo público como um dos melhores filmes de 2008. Já tive a oportunidade de o ver e gostei bastante. A par da boa realização e interpretação, o filme dá uma grande lição a muito boa gente. A não perder.

Orfeão da Misericórdia de Ílhavo celebra 1.º aniversário

No Centro Cultural de Ílhavo, 
9 de Maio, pelas 21.30 horas 

Depois da estreia absoluta no Centro Cultural de Ílhavo, por ocasião do Concerto de Natal, a 20 de Dezembro de 2008, o Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, uma formação de 50 elementos, dirigida pelo Maestro Jorge Ferreira, celebra o seu 1.º aniversário e associa-se à comemoração dos 90 anos da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, com um programa a ter lugar no Centro Cultural, no próximo sábado, 9 de Maio, pelas 21.30 horas. 1.ª parte: Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo 2.ª parte: “Alma de Coimbra” – Coro de Antigos Estudantes de Coimbra 
Esta é uma excelente oportunidade para apoiarmos os nossos artistas, mas também, e em especial, a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, que continua a apostar no futuro.

Festival de Teatro do Município de Ílhavo 2009

Durante o mês de Maio, a Câmara Municipal de Ílhavo vai realizar mais uma edição do Festival de Teatro, que irá decorrer entre os dias 6 e 30 nas quatro freguesias do concelho. Este ano, serão as Crianças do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico os primeiros espectadores do Festival, cuja abertura terá lugar no Centro Cultural de Ílhavo, no dia 6, com a peça “Lol.Pop”, do Teatro das Beiras. Seguem-se vários espectáculos de elevado qualidade, realizados um pouco por todos os espaços culturais do Município, com destaque para o Teatro de Rua “D. Gilberto”, pela Joana Teatro, que vai certamente dar uma nova vida e cor ao Jardim Oudinot, no dia 24 de Maio, a partir das 15h30. Aqui fica o convite. Não falte!

MOÇÃO DE CENSURA AO PAPA

A mensagem deste ano para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é uma das mais fascinantes destes 43 de celebração. Acerta em cheio nas esperanças e dúvidas que nos geram as novas tecnologias, sobretudo para as crianças e jovens. Se por um lado a média de vida aumentou - cada vez há mais gente a trabalhar aos setenta ou mais – por outro, envelhece-se mais cedo porque as novas tecnologias vão gerando iliteracia digital com uma velocidade estonteante, deixando os dedos ágeis das crianças a tocar as suas sinfonias criptadas que irritam os adultos e os deixam despeitados de não caminharem à velocidade instintiva das novas gerações. O cartaz do Dia Mundial deste parece um enigma. E de facto é. Espécie de provocação para que quem não sabe pergunte do que se trata e o que significa. Que olha o planeta rodeado por asteróides tanto da Net como dos telemóveis. Veja-se por exemplo: Google, Wikipédia, Twitter, Myspace, YouToube, Chats, Blogs, Hi5, Facebook, Ipod, Mp3, 4, Messenger, e mais um interminável desfile de siglas que, aliadas aos compactos literários de quem – diz-se - comete erros ortográficos, desencadeia vias comunicacionais nunca existentes no passado. Por isso se recomenda na carta que acompanha o cartaz: “olhe bem. Parece que há uma gralha no título. Procure entender o que lá está. Se não sabe, pergunte aos jovens e adolescentes. É o que anda nas pontas dos dedos de quase todos. Como diz o Papa: muitas vezes esse mundo parece-nos estranho.” O lançamento do Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, a nível nacional, será marcado por um “confronto” de jornalistas: como trataram a Igreja desde as conferências do Casino da Figueira às declarações do Papa no avião para os Camarões? Ou, como esteve a Igreja nesses acontecimentos? Não esquecendo a forma como foi noticiada a canonização do Santo Condestável, ou o último acontecimento conhecido: a “moção de censura” dos membros do órgão máximo da Câmara Baixa de Espanha (PSOE, CiU, PNV e parte do PP) a pedir ao Papa explicações pelas suas declarações sobre a SIDA em recente viagem à África. Como se as palavras do Papa tivessem um valor coercitivo. Dizia o E-Cristians: ”O Congresso dos Deputados não é ninguém para intrometer-se no âmbito das considerações morais que de uma posição religiosa se possam manifestar porque, ao actuar assim atenta contra o princípio constitucional de neutralidade do Estado”. E se os belgas (que fizeram algo de semelhante) ouvirem esta teoria, até lhes fará bem. Mas isso iremos debater no próximo dia 21 na Universidade Católica, no encontro de jornalistas. António Rego

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Morreu Vasco Granja

Um grande divulgador da Banda Desenhada
Vasco Granja morreu na passada madrugada. Tinha 83 anos. Para mim, que o conheci a ensinar, na TV, cinema de animação, morreu um grande comunicador. Falava para crianças e adolescentes, mas os adultos também gostavam de o ouvir. Procurava apresentar arte, sobretudo. Difícil missão que ele sabia democratizar, levando-a ao povo. Eu apreciava quanto dizia, principalmente pela forma simples como o fazia. Os meus filhos fixavam os seus olhos juvenis em Vasco Granja e nos filmes animados que ele cuidadosamente seleccionava. Bem recordo a atenção deles, hoje, ao saber da morte deste mestre da comunicação. Ver mais aqui.

A Cidade Educadora

Évora
1. Decorrerá entre 7 e 9 de Maio o III Congresso Nacional das Cidades Educadoras, este ano na cidade histórica de Évora. O tema abordará «a educação como património e o património como agente educador». Esta iniciativa de cariz nacional insere-se no Movimento Internacional de Cidades Educadoras. A AICE – Associação Internacional das Cidades Educadoras, formalizada no ano de 1994, insere-se numa visão de mundo e de cidades em que todo seu o horizonte cultural e humanístico deverão estar em rede de sinergias gerando mesmo mecanismos de maior amplitude e cooperação social. Referir-se, ainda, que o primeiro passo desta caminhada foi dado em 1990, quando em Barcelona ocorreu o I Congresso Internacional de Cidades Educadoras, em que um grupo de cidades representadas pelos seus órgãos de poder aceitaram o desafio da parceria em ordem a uma sempre melhor capacidade, pela educação, de qualidade de vida dos habitantes. 2. Esta é uma reflexão sempre inacabada, aliás, diga-se, ainda pouco começada entre nós. Nos tempos do primeiro encontro planetário do séc. XVI, a obra de Tomás Moro reflecte muito deste imenso potencial das cidades como incontornável comunidade humana organizada e capacitadora, sendo pólo gerador e garantia de valores patrimoniais. As grandes cidades são os principais centros de poder mas ao mesmo tempo reflectem no seu coração um vazio espelhado no seu abandono para as periferias, estas que parecem garantir uma melhor qualidade de vida. As cidades que representam talvez o que de melhor como organização social a humanidade terá conseguido, todavia, nunca sobrevivem por si mesmas, mas sempre carecem de dinamismos despertadores e revigoradores para o seu não esmorecimento. As cidades estão cheias de património, mas este quer ser também acolhido como expressão viva da “alma das gentes” e animado pelas redes sociais e culturais. Não é fácil, mas sim, juntos, sempre mais e melhor!
Alexandre Cruz

Tourada na Terceira: Um susto para mais tarde recordar

O touro que pregou alguns sustos
Um continental vive tourada na Praia da Vitória, na Terceira
Na 6.ª feira, depois do almoço, encontrei-me com colegas para um café e a meio da tarde lá fomos até às touradas. Mal chegámos, fomos logo, como é natural e normal, beber umas cervejas, porque o tempo e a animação estavam a aquecer. Estávamos a ver os touros, na Sociedade Recreativa das Fontinhas, freguesia da Praia da Vitória, num local vedado com taipais de madeira. Pensei que estávamos seguros... mas afinal sofremos um susto. Um dos touros rebentou a porta de madeira e entrou no recinto onde nos encontrávamos. De repente aquilo ficou vazio! Cada um a fugir para o seu lado, com medo da fera! Eu tentei entrar no café da Sociedade mas não consegui porque aquilo, de repente, ficou cheio de pessoas que procuravam, como eu, um local seguro. Eu fiquei à porta, porque não tive hipóteses de entrar! A minha sorte foi que o touro, preso por uma corda, que alguns homens seguravam, não foi “autorizado” a atacar-nos. Todos escapámos à fúria do animal. Depois, os homens que agarram na corda, lá conseguiram tirar o touro do recinto da Sociedade, onde havíamos procurado protecção. A seguir ao grande susto... continuei a beber a cerveja e a comer linguiça assada, como manda a tradição nesta ilha! No final tudo acabou bem. E assim vivi um dia em cheio, assistindo à tourada à moda da Terceira, nos Açores.
João

domingo, 3 de maio de 2009

Bênção dos Finalistas da UA - 2009

VOA A GRANDE ALTITUDE Não fiques na praia com o barco amarrado e medo do mar. Tudo aqui é miragem mas na outra margem alguém a esperar. Como onda que morre sozinha na praia não fiques brincando. No mar confiante ensina o teu canto de ave voando. Voa bem mais alto livre sem alforge sem prata nem ouro. Amando este mundo, esta vida que é campo e esconde um tesouro. Ninguém te ensinou mas no fundo tu sentes asas para voar. Nem que o céu se tolde e as nuvens impeçam tu não vais parar. Há gente vivendo tranquila e contente como eu já vivi. És águia diferente céu azul cinzento Foi feito p’ra ti!

Bênção dos Finalistas da UA – 2009


SINAIS POSITIVOS


Quem pôde contemplar a multidão, com mais de dez mil pessoas, marcadamente académica, não deixa de registar sinais positivos em dia de festa, festa grande, envolvendo os finalistas que estão de partida para uma vida nova, carregada de sonhos e de esperanças. Eu pude estar numa posição privilegiada, para apreciar esses sinais que hão-de deixar marcas indeléveis nos corações de quem está de saída e dos que se preparam para a caminhada final, provavelmente daqui a uma ano.

O SOL:

O Rei Sol brindou a festa com os seus raios luminosos e quentes. Ao jeito de quem se quer associar à alegria dos que começam já a sentir saudades de Aveiro e das suas gentes, da Universidade e dos seus professores, dos colegas e das amizades conquistadas para a vida. O Sol radioso levou ao rubro o calor humano que na Bênção se experimentou.

OS CHAPÉUS VERDES

Os chapéus verdes que todos ostentavam não eram só para proteger a multidão dos raios solares. Eles mostraram à saciedade a esperança que cada um sentia ser sua obrigação levar de Aveiro. Cursos concluídos, importa agora assumir a luta da vida, com muita coragem, mas também com determinação de contribuir para um mundo melhor, porque mais solidário.

AS CAPAS NEGRAS

O símbolo da academia, traje e capa negra, significa, na mancha homogénea que tudo isso provoca, o espírito de igualdade e de fraternidade que caracteriza a massa estudantil. Todos iguais, todos irmanados. Todos conscientes de que a unidade é hoje essencial à vida, na diversidade de mentalidades. Para se passar do sonho à realidade, temos de ultrapassar inúmeros obstáculos, que nos oferecem desafios dignos da nossa determinação e coragem.

A ÁGUA:

Andemos por onde andarmos, em festas e mais festas onde se bebe de tudo, importa regressar à água purificadora, que lava e que mata, realmente, a sede. A água, que todos, ressequidos pelo sol escaldante, pudemos beber, chegou na hora certa, em dia de festa grande. Em dia de Bênção, como baptismo regenerador.

AS FAMÍLIAS:

As famílias dos finalistas associaram-se em grande número. Como não podia deixar de ser. É na família que nos sentimos bem. Ela ainda é o berço do amor, o ponto de encontro, o lugar do retorno, o suporte para as dores e dificuldades, o espaço para a alegria, a fonte de muita sabedoria. Embevecidos, ramos de flores a jeito para os seus finalistas, ali estavam pais, mães, irmãos, namorados, namoradas, maridos, esposas, filhos, amigos. Famílias para comemorar a chegada a uma meta. Outras se hão-se seguir.
A ALEGRIA: A alegria, a rodos, incontida, estava patente nos rostos e expressões de todos. Eu bem a pude apreciar. Gestos expansivos, gritos de triunfo, braços no ar agitando pastas e fitas, símbolos de cursos oferecidos a Deus, com palavras de agradecimento e de esperança no futuro. Olhares de felicidade, abraços de emoção. Certezas de vitórias alcançadas. DEUS NO MEIO DE NÓS: A agitação da vida pode afastar-nos, porventura, do divino. Mas há sempre, se quisermos, o momento de nos aproximarmos de Deus. No seu seio há um lugar para cada um de nós. E eu penso que os milhares de finalistas e alunos sentiram neste dia, através da mensagem do Bispo de Aveiro e da alegria fraterna que os unia, a presença de Deus, fonte de todos os dons e de toda a sabedoria que nos eleva para o alto. Fernando Martins

Bênção dos Finalistas da UA – 2009

UM HINO À VIDA E UMA FESTA
À OUSADIA DA ESPERANÇA

“Um hino à vida e uma festa à ousadia da esperança são, sem dúvida, o sentido mais belo da Bênção dos Finalistas e a certeza maior que aqui nasce”, afirmou o Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, na homilia da eucaristia a que presidiu, hoje, 3 de Maio, na alameda da universidade aveirense, com a participação de mais de dez mil pessoas, entre finalistas, alunos, familiares, amigos, professores e empregados. D. António Francisco sublinhou que “o horizonte do sonho [de cada um] não se esgota hoje nem se circunscreve a esta bela moldura humana e à alma que a habita e anima”, mas “ganha aqui dimensão de futuro”. Porque, afinal, “a esperança que deu sentido a todas as horas da vida de estudante torna-se, hoje e aqui, uma encantadora realidade e transforma-se em compromisso humano, profissional, cultural e cristão de cada um”, disse. Recordou que o tempo de Universidade foi “o tempo essencial e insubstituível” para se aprender a assumir “as exigências da vida, a descobrir as energias positivas dos obstáculos, a transformar as dificuldades em possibilidades e as crises em oportunidades”. E garantiu: “O tempo da Universidade treinou-nos, pelo trabalho sério, pela investigação exigente, pelos desafios da vida em cada dia encontrados, para sermos capazes de decisões clarividentes, de compromissos cheios de audácia, de contributos inadiáveis e de respostas solidárias ao serviço das causas da dignidade humana, da valorização da vida, da consolidação da família, do desenvolvimento científico, do progresso económico, da justiça social e da paz.” O Bispo de Aveiro alertou para a necessidade de reinventarmos “a solidariedade, com ousadia e com perseverança”, frisando que a Universidade é, também, “escola de sabedoria, de diálogo e de solidariedade, onde se aprendem os conhecimentos necessários e se descobrem os valores perenes que abrem caminhos de esperança ao futuro de todos nós”.
Fernando Martins

Bênção dos Finalistas da UA - 2009

A hora do Compromisso
1. A 3 de Maio 2009, Domingo que também assinala o Dia da Mãe, no encerramento da Semana Académica e no acolhimento da vontade expressa dos finalistas das instituições de Ensino Superior aveirenses (UA, ISCA-UA, ESTGA-UA, ESS-UA, ESAN-UA, ISCIA, IPAM, ISCRA), decorreu na nobre e emblemática Alameda da UA a celebração académica da bênção dos finalistas. Momento especial, plural e significativo de partilha de gratidões e esperanças para com todos os que tornaram possível o terminar desta etapa da vida. Desde tempos antigos que se consagrou de modo assinalável o momento de “partir” após estudos, daí derivando compromissos éticos e sociais. Lembre-se o juramento de Hipócrates. No nosso tempo, quando um doutorado honoris causa é reconhecido de mérito ele apresenta a sua oração de agradecimento. Hoje, ao terminar a etapa do curso, hora de partir como profissionais no espírito de serviço, os finalistas de Aveiro escreveram e proclamaram a sua ORAÇÃO DE COMPROMISSO: 2. Amar, respeitar, auxiliar e compreender todos aqueles que farão parte da nossa caminhada de vida, conhecendo a importância de caminhar em grupo, assumindo a colaboração com os outros como um valor essencial cada dia; dar o nosso melhor nesta nova etapa, conhecendo e vivendo o sentido da ética de responsabilidade, pondo em prática tudo o que aprendemos na vida académica e mostrando que somos capazes de utilizar todos os conhecimentos na promoção da dignidade da pessoa humana; enfrentar com confiança os obstáculos e quedas, tendo a certeza que Tu, Deus-Amor, estás ao nosso lado, pronto para nos apoiares e nos ajudares nas decisões mais difíceis e nos momentos de maior fragilidade; e não permitas, Senhor, que esqueçamos o verde da esperança, que durante estes anos nos inspirou e hoje enche os nossos corações, e auxilia-nos a cumprir todos os dias da nossa vida a grandeza do ideal que assumimos, perante todos, neste maravilhoso dia!
Alexandre Druz
(03-05-09)

Dia da Mãe

Sabedoria Sabia Espalhar o estrume, Cavar a terra, Lançar a semente. Regava o milho, Colhia a espiga, Armazenava o grão. Mas não sabia... quem foi D. Dinis. Sabia Apanhar a erva, Ordenhar as vacas, Salgar o porco. Peneirava a farinha, Tendia a massa, Cozia o pão. Mas não conhecia... a padeira de Aljubarrota. Sabia caiar a casa, varrer o chão, pontear a roupa. Punha flores na jarra, Pregava um botão, Vestia-se lavada, Mas não sabia... escrever a palavra Mulher. Sabia preparar um remédio, esconder uma angústia, rezar uma oração. Penteava os filhos, Aconchegava-lhes a cama, Não comia para lhes dar: Mas não sabia... ler a palavra Mãe.
Domingos Freire Cardoso

Dia da Mãe

MATER DOLOROSA
Foi o texto poético da sua prova de exame de Português, do 5.º ano do liceu. “Mater Dolorosa” de Gonçalves Crespo havia de se tornar uma evocação recorrente, no percurso da sua já longa vida. Retratando, de forma sublime, a dor da separação, na época dos Descobrimentos, este texto, repassado de dramatismo e epopeia, coloca a mulher no seu mais elevado pedestal - no papel de mãe! A estrutura do morfema m-ã-e, composta por duas vogais e apenas uma consoante, confere, à palavra, a fluidez, a transparência, a leveza da água cristalina. Também esta, água, possui três vogais que dão limpidez e leveza ao significante. Assim acontece com a palavra mãe! Mas... pai comunga das mesmas virtudes! Ambas são monossílabos sim, mas carregados de significado, ricas de conotações! Ambas andam de mão dada, na sua composição mórfica, como seria desejável que ocorresse também, na vida das pessoas! Mais uma vez se questiona sobre a razão de ser, de um dia dedicado às mães! Não estão estas sempre no exercício do seu papel? Alguma vez se demitem das suas funções, desde que trouxeram ao mundo a razão que as fez subir ao altar do sacrifício? Não conhece nenhuma que não tenha sentido o sabor do sofrimento, da dor... desde os primeiros frémitos de vida que sentiram ainda no seu ventre. A partir daí, é um somatório de canseiras, de cansaço, de consumições! Será porventura o verbo mais vivenciado por uma mãe, sofrer! Ela ali está para amparar o filho nos primeiros passos... nos primeiros sonhos... nas primeiras decepções! Mas, a alegria de se rever no novo ser, em si gerado, é a suprema compensação de todas as suas lágrimas. Recorda, ainda, a primeira prenda que ofereceu à sua mãe, mal começara a despertar para a vida! Era ainda uma adolescente, nos primórdios da sua vida académica, quando a efeméride, na altura comemorada em simultâneo com a da Imaculada Conceição - 8 de Dezembro, lhe tocou, bem fundo. Lá está, intacta, arrumada na estante, aquela bomboneira dum azul ferrete, a atravessar décadas de existência. Este ano, a prenda será imaterial, apenas um profundo sentimento de elevação, perante a memória de mais uma heroína... que se finou no mesmo dia de “n” vítimas das Twin Towers, no 11 de Setembro, nos Estados Unidos da América! Paz à sua alma!
Mª Donzília Almeida 01.05.09

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 129

BACALHAU EM DATAS - 19

Iate Júlia ३.º

1903 - RESSURGE A PESCA DO BACALHAU EM AVEIRO

Caríssimo/a:
1901 - «Em 1901, os poderes públicos determinaram que o bacalhau pescado por navios portugueses ficava sujeito apenas ao imposto de 12 réis por Kg – já que até aí (e desde 1886) estava-se numa situação deprimente, revoltante e vergonhosa: os proprietários de 12 navios [portugueses], pagando apenas 6,6 %; todos os outros que se quisessem lançar na empresa da pesca do bacalhau, pagando mais pelo produto da sua pesca do que os próprios estrangeiros...» [Oc45,80] 1902 - «A empresa da família Bensaúde passa a denominar-se Parceria Geral de Pescarias, com 9 veleiros, alguns com mais de 300 toneladas. A empresa Mariano e Irmãos nesta data apenas tinha juntado aos dois primeiros JULIA, o iate JULIA III com 175 toneladas e viria mesmo a ser vendida no princípio do século a uma nova empresa denominada Companhia da Pesca Atlântico. » [HPB, 29] 1903 - «A partir de 1903, com o fim do monopólio, tendo-se tornado livre a construção e o armamento de navios bacalhoeiros, a indústria entrou numa fase de maior prosperidade, passando a tomar parte nas campanhas da Terra Nova um número cada vez mais elevado de navios, agora também de Ponta Delgada, Aveiro, Porto, e, mais tarde, de Viana e de Caminha.» [Oc45, 81] «Em 1903, partiram 12 navios portugueses para os bancos da Terra Nova.» [Creoula, 09] «O regresso à Terra Nova de navios armados em Aveiro e Ílhavo verifica-se apenas em 1903.» [Oc45, 80] «Efectivamente, é no ano de 1903 que ruma à Terra Nova o primeiro navio da praça de Aveiro, o palhabote NAZARETH, de 177 t, depois alterado e rebaptizado como NÁUTICO, propriedade dos “nossos patrícios e arrojados industriais”, Luís e António Marques de Freitas, então residentes em Lisboa, que tinham uma sociedade com o “brasileiro” da Murtosa, João Pedro Soares, homem ligado por fortes laços políticos e familiares ao poder político local. [...] «O NÁUTICO saíu no final de Maio e regressou no início de Novembro desse ano com “uma boa carga de peixe, grande e de boa qualidade, que seria tratado e seco no “ensecadouro” para esse efeito estabelecido na Gafanha da Nazaré, nesse mesmo ano de 1903, num terreno próximo do estaleiro de José Maria Bolais Mónica. [...] As tripulações, nomeadamente, os capitães, como referem amiudadas vezes os periódicos locais, eram “quase todas do concelho de Ílhavo”. [Oc45, 81] «Na sua primeira viagem de regresso da Terra Nova, o NÁUTICO, capitaneado pelo ilhavense António Fernandes Matias, o Gafanhão, alongou os habituais 25 dias de viagem por ser “impelido apenas por uma débil viração”, o que acontecia frequentemente neste “árduo e aventuroso mister”.» [Oc45, 86] «Aumento da frota bacalhoeira com um barco de 177 toneladas.» [BGEGN, 7] “Desde 1903 que o porto bacalhoeiro está localizado na Gafanha da Nazaré, na margem esquerda, abrangendo os lugares da Cale da Vila e Chave”... e o cheiro do bacalhau regressou à nossa terra!
Manuel

sábado, 2 de maio de 2009

Semana de Oração pelas Vocações de Consagração

A nossa profunda gratidão e estima para os consagrados
Completa-se amanhã, 3 de Maio, a semana de oração pelas vocações de consagração, iniciativa da Igreja Católica. Penso muitas vezes em quem deixa tudo para seguir Jesus Cristo, numa entrega total. E tenho dificuldades, por isso, em aceitar críticas, quantas vezes injustas, contra os que vivem apaixonadamente a missão de servir. Os consagrados, clérigos e leigos, são pessoas normais que vivem no mundo dos homens e mulheres do nosso tempo, mas imbuídos da Boa Nova de Cristo e numa constante preocupação de abrir portas e indicar caminhos que conduzam à construção de uma sociedade mais justa, porque mais cristã. Não sou dos que pregam e dizem que só os católicos é que reúnem as condições para a instauração de um mundo melhor nos tempos que correm. Acho que muitas outras pessoas o fazem, inspiradas por diversos princípios e motivados por ideologias, políticas, filosóficas e religiosas, em culturas e contextos muito variados, que enformam outras civilizações. Acontece, porém, que as nossas matrizes têm raízes cristãs, as quais alimentaram os nossos antepassados e com as quais nos identificamos, maioritariamente. Para servir nessa linha as comunidades que integram o tecido social dos nossos largos horizontes, os clérigos e leigos que abraçaram a paixão pelo serviço religioso, social, educativo, cultural e caritativo, sem nada exigirem, merecem, ou devem merecer, da parte de todos, profunda gratidão e estima. E os crentes também lhes devem, sem dúvida, as suas orações, para que o Deus Todo Poderoso os acompanhe. Fernando Martins

Religiões e extraterrestres

O teólogo eminente Dr. Thaddeus sonhou que tinha morrido e seguido rumo ao Céu. Bateu à porta e disse que tinha dedicado a vida à glória de Deus. - Homem? - exclamou o porteiro. - O que é isso? Ninguém, lá em cima, ouvira falar dessa coisa chamada "Homem". Mesmo assim, um bibliotecário, um ser esférico com mil olhos e uma boca, depois de ter ouvido o teólogo explicar que a Terra é parte do Sistema Solar, por sua vez parte da Via Láctea, com milhares de milhões de estrelas e uma galáxia entre milhares de milhões, mandou chamar um dos sub-bibliotecários, especializado em galáxias. Umas três semanas depois, com o trabalho de cinco mil empregados, o sub-bibliotecário voltou e explicou que o ficheiro extraordinariamente eficiente da secção galáctica da biblioteca lhe tinha permitido localizar a galáxia pretendida. Mas era preciso agora procurar uma estrela - o Sol -, uma entre trezentos mil milhões dentro da galáxia. Alguns anos mais tarde foi um tetraedro arrasado de cansaço que compareceu, dizendo que tinha finalmente descoberto essa estrela especial, mas não vendo grande interesse nisso. De qualquer forma, ela está cercada por corpos muito pequenos chamados "planetas", havendo nalguns deles "parasitas" e "essa coisa que tem estado a fazer perguntas deve ser um deles". Então, o Dr. Thaddeus desatou num indignado lamento: - "Porque é que o Criador escondeu de nós que não fomos nós que O levámos a criar os céus? Servi-O diligentemente toda a minha vida. E agora até parece que nem sequer sabe da minha existência. Não posso aguentar isto. Não posso mais adorar o meu Criador. - Muito bem - retorquiu o porteiro. Então, pode ir para o Outro Lugar". "Aqui, o teólogo acordou. E murmurou: - O poder de Satanás sobre a nossa imaginação adormecida é terrível". Estaremos sós neste Universo estonteantemente gigantesco? Aí está uma pergunta que muitos farão, concretamente neste Ano Internacional da Astronomia. No ano passado, o padre José Gabriel Funes, director do Observatório Astronómico do Vaticano, declarou, desencadeando imensa curiosidade: "Como há uma multidão de criaturas sobre a Terra, poderia haver outros seres, mesmo seres inteligentes, criados por Deus. Isso não contradiz a nossa fé, pois não podemos colocar limites à liberdade criadora de Deus". Poderíamos então falar do "nosso irmão extraterrestre". Aliás, o seu predecessor, padre George Coyne, já se tinha pronunciado no mesmo sentido, ao dizer que o universo é feito para fabricar vida, portanto, a existência de outros seres não põe problemas à fé: "É um desafio salutar que a engrandece em vez de encerrá-la". A revista Le Monde des Religions (Set.-Out. 2008) foi à procura das posições de outras religiões. O talmudista Hervé Bokobza diz que "as narrativas da literatura midráshica demonstram que, se eventuais descobertas científicas revelassem a presença de outros seres vivos no universo, os princípios da Tora e os valores do judaísmo não seriam abalados". O islão vai mais longe, "predizendo" não só a existência de vida extraterrestre mas também que haverá um encontro: "Entre as Suas Provas está a criação dos céus e da terra e dos seres vivos que aí disseminou. Tem aliás o poder de reuni-los quando lhe aprouver" (sura 42). "Alá que criou sete céus e outras tantas terras" (sura 65). Também a resposta do budismo é afirmativa. O budismo Mahayana tem sutras que estendem o ensinamento do Buda "a todos os mundos". No sutra da Contemplação da vida infinita, Buda faz jorrar da sua fronte um raio de luz"que iluminou todos os mundos e voltou a colocar-se na cabeça do Buda, formando uma torre de luz. Nesta torre, podia ver-se todas as terras dos budas". Após a detecção de "super-Terras", a procura de vida noutras paragens tornou-se objecto de investigação científica. Se alguma vez se der o encontro, será um acontecimento maior da História. Anselmo Borges

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Vital Moreira foi agredido: Quando a força da razão é fraca

Vital Moreira, candidato do PS às próximas eleições para o Parlamento Europeu, foi hoje agredido na manifestação da CGTP por pessoas que lhe chamaram traidor. Gente sem princípios, pôs de lado a força da razão para fazer valer a força da intolerância. É motivo para dizer que na nossa democracia ainda há, infelizmente, quem tenha dificuldades em conviver e em viver os seus ideais no respeito absoluto pelos ideais dos outros. Mostraram quanto a força da razão de alguns é mesmo fraca.
Carvalho da Silva, primeiro responsável pela CGTP, tentou justificar o injustificável, ao alegar que há muitos trabalhadores a sofrer. Será que o sofrimento deixará de existir quando agredimos?
Fernando Martins

1.º de Maio, Dia do Trabalhador

Não importa revisitar hoje a História para explicar as razões da celebração do 1.º de Maio como Dia do Trabalhador. Importa, isso sim, compreender a alegria com que muitos homens e mulheres comemoram a data que os distingue como pessoas dignas de ocuparem um lugar cimeiro do pódio dos construtores do mundo. Os trabalhadores de qualquer área são realmente os protagonistas da História. De facto, da sua inteligência, das suas mãos, da sua criatividade, da sua sensibilidade, da sua ousadia, da sua determinação, da sua coragem e da sua persistência brotam os alicerces seguros do futuro da humanidade. Daí a alegria que sentem no dia que lhes é dedicado, no dia em que são olhados com precursores de um mundo novo. Sombras carregadas de negro podem toldar a alegria de muitos trabalhadores. As crises económicas, provocadas, em grande parte, por ambiciosos e exploradores sem alma e por gente sem escrúpulos, aí estão a dizer a todos os homens e mulheres de boa vontade que a unidade de quem trabalha é, mais do que nunca, imprescindível, para a construção de um amanhã mais risonho, porque mais solidário. Flores e palmas para quem assume o trabalho como direito e dever, mas também como símbolo da dignidade humana e da fraternidade universal. Fernando Martins