segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Um livro de João Lobo Antunes

O Eco Silencioso
João Lobo Antunes, conhecido neurocirurgião e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa, publicou em Novembro passado mais um livro de ensaios, O Eco Silencioso, que vem na sequência de Um Modo de Ser, Numa Cidade Feliz, Memória de Nova Iorque e Sobre a Mão e Outros Ensaios, merece ser lido e meditado. Irmão de outros médicos e também escritores, António Lobo Antunes e Nuno Lobo Antunes, este novo livro, lido e apreciado por um homem comum, como sou eu, revela o talento multifacetado do seu autor, que o leva a escrever sobre os mais variados assuntos. Mas não se vá supor que escreve por escrever, já que tudo o que afirma está imbuído de uma cultura exuberante. Lê-se na Introdução que escreveu estes textos porque “teve gosto em fazê-lo”, tendo-os publicado porque teve “vontade de os partilhar”. Razão por que não podemos deixar de aceitar a oferta. Ao ler Eco Silencioso, temos acesso a um conjunto de informações científicas que doutra forma ficariam de posse apenas de gente da ciência, mas também é verdade que João Lobo Antunes nos conduz, para quem o quiser e puder seguir, na senda de temas mais acessíveis, que merecem, contudo, ser reflectidos com elevação e interesse, pois que se trata de um professor e médico que assume, em pleno, a vivência da cidadania. Também revela quanto a sua formação cultural e humanista nasceu no seio da própria família, mostrando, aqui e ali, como seu pai, médico próximo de Egas Moniz, sabia incutir nos filhos o gosto pelas artes e pela ética. Questões sobre a vida e a morte, sobre as relações entre médicos e doentes, críticas a livros e homenagens a artistas e a colegas, neles incluído o irmão António, mais o seu relacionamento com o mundo da cultura, nomeadamente, da poesia, do romance, da pintura, da música e até da religião, bem como a evocação de mestres que o marcaram, de tudo um pouco podemos encontrar na caminhada de João Lobo Antunes, prosseguida com uma serenidade que só nos faz bem, se o soubermos imitar.
Fernando Martins

Alameda Prior Sardo


Figura preponderante 
na construção da Gafanha da Nazaré 


A Alameda Prior Sardo é uma justa homenagem ao primeiro gafanhão que concluiu um curso superior e que desempenhou, nesta sua e nossa terra, um papel relevante a nível religioso, social, cultural, administrativo e até político. 
Uma alameda é, por definição, em resumo, uma rua ladeada de árvores. Mas, apesar de as árvores não serem assim tão expressivas, lá há-de vir o tempo em que a Alameda Prior Sardo se apresente bem arborizada. 
Quem vai pela Av. José Estêvão, pode entrar na Alameda junto à Pastelaria Gafapão. No seu trajecto, que se estende até à rua Gago Coutinho, o viajante encontra o monumento dedicado ao Mestre Manuel Maria Bolais Mónica e a Escola EB 2,3. 
Não há dúvida de que o Prior Sardo foi figura preponderante na construção da Gafanha da Nazaré, pela sua intervenção multifacetada. Do seu empenho, nasceram a freguesia e a paróquia, em 1910, de que foi seu primeiro pároco. Antes, fora capelão, desde 1902. Lê-se na Monografia da Paróquia, “Gafanha – N.ª S.ª da Nazaré”, que o Prior Sardo “não era alto, mas era forte”. Dotado de “uma força física extraordinária”, era “muito activo” e tinha muita “paciência”. Também se dizia que era muito “genicoso”, a par de grande pregador. “Num sermão, chorava mais do que uma criança”, acrescentava-se. 
Além disso, tinha uma empresa de bacalhau, de que era gerente, e foi político, exercendo o cargo de vice-presidente da Câmara de Ílhavo. Chegou, inclusive, a ser presidente interino, durante dois períodos, como adiante se especifica. E quem hoje circula pela estrada velha que ligava a capela da Chave [primeira matriz] à ponte de Ílhavo, na Gafanha de Aquém, atravessando a que é, presentemente, a Av. José Estêvão, talvez nem saiba que esse melhoramente se deve ao Prior Sardo, obra que reclamou muito antes de exercer o cargo de vice-presidente da autarquia. 
Foi durante o desempenho do cargo de Presidente da Câmara de Ílhavo, lugar que ocupou, interinamente, durante dois períodos (entre 27 de Março de 1909 e 2 de Janeiro de 1910; e entre 4 de Julho de 1910 e 4 de Setembro), que se procedeu ao pagamento das despesas da referida estrada. Depois, dinamizou o processo da construção da igreja Matriz, que foi inaugurada em 1912, tendo falecido em 20 de Dezembro de 1925, com apenas 52 anos de idade. 
Entretanto, o Padre Vieira Rezende, referido noutros contextos, sublinha, na sua “Monografia da Gafanha”, o zelo com que o Prior Sardo desempenhou o seu múnus sacerdotal, transcrevendo uma lapidar informação do nosso primeiro prior: “O asseio que hoje já se nota nas habitações da Gafanha tem alguma coisa de instrutivo. É o resultado das persistentes insinuações da limpeza que eu sempre prego, quer nas homilias, quer no confessionário, e que é em parte complementar do asseio que desejo e quero nas almas.” 


 Fernando Martins

A CRISE

Não sei se já todos os portugueses (para falar apenas de nós) se aperceberam, com realismo, da periclitante (para não dizer dramática) situação económico-financeira que estamos a viver. É certo que toda a gente fala de crise e não faltam os que, com rostos sérios, atiram para o ar propostas com garantias de milagres. Leiam “A solução da bendita crise”. Pode ser que vislumbrem algum optimismo.

domingo, 25 de janeiro de 2009

SINAL +

Navio-museu Santo André
1. A minha recente visita a uma escola, relatada no meu blogue, por razões sentimentais, levou-me a refletir sobre a contribuição de cada um de nós para valorizar o muito que já se faz com os alunos. Sempre aprendi que a comunidade educativa é constituída por todos os que, direta ou indiretamente, estão ligados à escola, razão por que é obrigação de todos colaborar, quando necessário, na medida das suas possibilidades. Eu sei que não é fácil deixar o nosso comodismo e vencer os nossos receios, quando somos solicitados a dar o nosso contributo. Mas também sei que colaborar não é somente contar histórias ou substituir os professores durante alguns minutos, para se falar de experiências que transcendem as vivências dos docentes. Há imenso a dar à escola e aos alunos, esperando-se, apenas, que se programem os apoios de pais, amigos e instituições diversas, da freguesia ou de fora.
2. Diariamente sou informado, por variadíssimas fontes, de ações de âmbito cultura relevantes na região. Exposições, museus, teatro, concertos, cinema, música, conferências, livros, CDs, DVDs, artes e artesanato, entre muitas outras. Em todas as informações vem o apelo à participação das pessoas, pois que gente culta é sempre, à partida, gente mais livre. É certo que há eventos que apenas se ficam pelas grandes cidades, mas também é verdade que nos concelhos mais recônditos já há, por norma, equipamentos culturais em número mais do que suficiente para as mais variadas iniciativas culturais. Penso, no entanto, que faltam campanhas de sensibilização, capazes de motivar as pessoas. Assunto a ponderar pelos promotores desses eventos.
Fernando Martins
NOTA: Texto em harmonia com o Acordo Ortográfico

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Encerra-se hoje a Semana de Oração pela Unidade dos Cristão. A ideia de procurar a unidade entre todos os que aceitam Jesus Cristo como Salvador torna-se cada vez mais urgente. Não que isso signifique à partida a integração plena na Igreja Católica, mas que leve todos os cristãos a assumirem a defesa, de mãos dadas, de tudo o que consideram essencial na Mensagem de Cristo, para a instauração do Reino de Deus no mundo. Mas porque é muito difícil, porque tem sido complicado pôr de lado questões que até geraram guerras há séculos (e ainda hoje), temos de esperar que o Espírito Santo nos ilumine a todos nos caminhos da aproximação mútua, na base do amor fraterno, vivido no dia-a-dia. Santo Agostinho deixou-nos um lema lapidar que urge pôr em prático, se é que queremos dar passos significativos na procura da unidade de todos os cristãos: “Unidade no certo, liberdade no duvidoso e caridade em tudo.” Seria interessante que começássemos a pensar nisto. E então, para que o Espírito Santo sinta o nosso interesse e as nossas convicções, não podemos dedicar à questão da unidade apenas uma semana de oração, mas o ano todo e todos os anos que forem precisos. Fernando Martins

Tecendo a vida umas coisitas – 115

BACALHAU EM DATAS - 5

Lugre Santa Joana

A PESCA NA TERRA NOVA DOS BACALHAUS
Caríssimo/a:
Curiosidade para saber como se processava a pesca do bacalhau nesses recuados séculos? É natural; leia-se então o que nos diz um dos nossos entendidos e experimentados: «Vejamos agora como se processava a pesca na Terra Nova nos seus primórdios. A primeira modalidade de pesca praticada na Terra Nova foi chamada "pesca na costa", por ser aí e não no alto mar que ela era praticada. À medida que os navios iam chegando, aproximavam-se o mais possível de terra, e os respectivos capitães escolhiam de entre as baías livres, aquela que lhes proporcionasse um fundeadouro abrigado e uma boa extensão de praia. O navio fundeava normalmente com dois ferros, o mais próximo possível da margem. Só então eram arriadas para a água as duas chalupas que transportavam para terra todo o pessoal encarregado de proceder à montagem das instalações destinadas ao processamento e armazenamento do pescado. Estas instalações consistiam num trapiche rudimentar, feito de estacaria, onde o peixe seria descarregado da chalupa e imediatamente processado, isto é, trotado, eviscerado, aberto e lavado, e depois de escorrido, salgado em pilhas dentro de um barracão igualmente muito rudimentar, feito também de estacas de madeira, coberto com um toldo ou ramaria de pinheiros a fazer de telhado, para o abrigar das intempéries. A pesca era feita com redes de cerco, do tipo ainda hoje usado na pesca da sardinha, onde o bacalhau, uma vez enxugado na enorme bolsa fechada por baixo, era transferido por meio de capinetes para uma das duas chalupas de manobra que o ia descarregar ao trapiche de processamento. Após algumas semanas de salga, durante a qual o sal retirava do peixe a sua água de constituição, substituída por uma solução salina ao nível celular, com o peixe já parcialmente desidratado, passava-se à última operação, a secagem. Esta operação extremamente importante, não se fazia de forma contínua, mas sim por etapas, com vários dias de exposição ao sol em cima dos seixos da praia, ou, na falta destes, em cima de um estendal feito com ramagens de árvores ou arbustos, seguidos de alguns dias de repouso. Esta alternância no tratamento do pescado repetia-se várias vezes, até que o peixe atingisse o grau de cura desejado. Era pois uma operação morosa, pelo que só uma parte do peixe capturado era trazido completamente seco, pronto para a exportação. Grande parte, ou seja, todo aquele que era capturado e tratado a partir de determinada fase da viagem, vinha na condição de bacalhau frescal, a ser seco depois em terra. No início toda a gente vinha dormir a bordo, como medida de precaução contra qualquer ataque dos indígenas que habitavam a ilha. Mas com o passar do tempo, depois de verificada a índole pacífica dos habitantes que cada vez mais se foram refugiando no interior, o navio passou a ser desarmado e todos os materiais transferidos para terra. Agora que toda a gente dormia no próprio local de trabalho, numa grande cabana comunal onde cada um dispunha do seu catre individual feito a seu gosto e à sua medida, evitava-se o constante vaivém terra-navio-terra com uma considerável economia de tempo. O navio, ancorado perto da margem, permaneceu sempre como a principal base de apoio de todas as operações. Era assim que as coisas se processavam no início da pesca naquelas paragens, em que havia lugar para toda a gente, pois eram muitas as baías e enseadas onde cada um assentava o seu arraial. Basta lembrar que a Ilha da Terra Nova, com os seus 110.000 km quadrados de superfície, tem um perímetro de costa da ordem dos 9000 km. Este número impressionante deve-se ao facto da costa ser profusamente recortada, sobretudo na parte leste da ilha, por efeito de uma terrível erosão glaciar no passado longínquo.» [HDGTM, 29]
Manuel

sábado, 24 de janeiro de 2009

A crise da economia instalou-se

URGÊNCIAS DO TEMPO
A crise da economia instalou-se. Começou por desacelerar o ritmo anunciado, depois estagnou o crescimento previsto e entrou em recessão. Agora é mais do que se vê e ouve. Que virá a seguir?! Tende a alargar-se a nível nacional e mundial. A economia real, a das pessoas que contam os cêntimos para custear as despesas obrigatórias, vai dando sinais alarmantes: os que chegam aos meios de comunicação de multidões e os que ficam nos grupos de atendimento caritativo da vizinhança ou de alguma associação humanista e cristã. O tempo urge novas medidas. A consciência humana tem de mostrar a sua face social e fazer-se solidária. Os cidadãos devem fazer ouvir a sua voz humanista e reivindicar os valores em todas as iniciativas de superação. As empresas, na sua organização e produção, são chamadas a revalorizar a sua componente ética. As forças sociais e políticas hão-de convergir nas suas propostas de acção. A Igreja, ao verificar como estão em jogo a pessoa e os direitos fundamentos que explicitam a sua dignidade, há-de posicionar-se correctamente, com firmeza e humildade, defendendo propostas que eliminem ou atenuem os sacrifícios das pessoas e das classes mais desfavorecidas, reforcem a participação de todos, desenvolvam a solidariedade entre os grupos socioprofissionais, fomentem a cooperação no âmbito nacional e internacional. A Igreja, dentro da sua missão específica, há-de opor-se a que sejam os empobrecidos a pagar “a factura da crise” e fomentar correntes de pensamento e de intervenção que evitem privatizar os benefícios e generalizar as perdas. Há-de, com lucidez e valentia, cultivar e promover o sentido do bem comum, ainda que contrariando os interesses privados, próprios ou alheios, praticar e difundir um estilo de vida sóbrio e solidário, educar para o uso dos bens, destacando o comércio justo e o consumo responsável num mundo de recursos escassos. O tempo do mercado desregulado e da globalização comandada pela “mão invisível” de quem pode dispor dos mecanismos controladores; o tempo da colectivização anónima e despersonalizante e da centralização planificada e asfixiante da liberdade de iniciativa e de associação, esse tempo encurtou ou melhor devia ter “chegado ao fim”. Uma nova forma de vida organizada está em construção. Uma cultura que privilegie os valores dignos da condição humana tem de ser preferida e desenvolvida. Uma religião que desvele à pessoa a sua autêntica “estatura e vocação” que germinalmente está em si mas precisa de desabrochar continuamente, deve ser encarada como um bem para a humanidade e um valor a integrar nos dinamismos da sociedade. Entre o mercado livre e o Estado centralizador está a pessoa e a multiplicidade das associações em que expressa a sociabilidade e constrói a solidariedade, dimensões fundamentais para a sua realização humana. São estas que constituem parte indispensável do tecido social que dá consistência e vitalidade ao circuito económico: da extracção e produção de bens à sua comercialização e consumo ou conservação. A urgência do tempo surge clara no episódio da prisão de João Baptista. Encarcerado por ordem de Herodes, cala-se a voz do profeta que reclama o direito e a justiça, que aponta o machado posto à raiz da árvore pronto para a cortar, que proclama estar presente Alguém que vem inaugurar uma “nova era”. Este Alguém é Jesus Cristo que, sabendo do que haviam feito a João, irrompe em público com a boa nova de que é urgente uma mudança radical e total, a começar pelo interior de cada pessoa. A inteligência devia colocar-se ao serviço da verdade e procurá-la incansavelmente; o coração abrir-se a todos e estabelecer relações solidárias e fraternas de convivência; a vontade querer efectivamente o bem dos demais, tanto como se deseja o bem próprio; enfim, um olhar novo em que se espelha esta forma original de ser, de estar e de conviver ou seja um olhar que transmite a realidade nova vivida e anunciada por Jesus Cristo e confiada aos cristãos, seus discípulos. Georgino Rocha

ÉTICA E RELIGIÃO NA ECONOMIA

Perante o estrondo da crise financeira, que está a chegar, avassaladora, à economia real, há da parte de muitos um enorme apelo à ética e aos valores na finança, na empresa e na economia em geral. Há vantagens nisso, como diz Josef Wieland, professor de Ética: os valores éticos trazem enormes bens à empresa, como, por exemplo, a segurança jurídica; "a reputação da empresa aumenta e ela acaba por receber os melhores e mais motivados colaboradores". É preciso ter em conta que a corrupção vai recuar e "as regras éticas defendem em todo o mundo os empresários da prisão". Não é por acaso que são esperados quatro mil participantes no sexto congresso cristão de empresários e gestores, que se realiza em Düsseldorf, Alemanha, de 26 a 28 de Fevereiro próximo, sob o lema Avançar para a Chefia com Valores. Isto não significa de modo nenhum que a ética empresarial seja um exclusivo dos crentes, mas a fé tem de ter influência no mundo dos negócios. Na Alemanha, 66% dos empresários dizem acreditar pessoalmente em Deus e, segundo impulse, revista para empresários, no seu número de Janeiro, a união de empresários católicos atingiu o número histórico de mais de 1200 membros e, no caso dos empresários protestantes, o número multiplicou-se em poucos anos por dez, sendo agora 600. Segundo uma sondagem da Forsa, as normas éticas e morais desempenham um grande papel para 50% dos empresários alemães, sendo interessante verificar que essa normas são mais importantes para os empresários protestantes (58%) do que para os católicos (47%). Segundo a mesma sondagem, da fé derivam deveres: responsabilidade pelos trabalhadores (71%), sinceridade, justiça, lealdade (31%), decisões socialmente compatíveis (18%) e há limites morais para o rendimento pessoal: católicos (62%), protestantes (42%), sem confissão religiosa (56%), empresários em geral (52%). Haverá contradição entre a fé em Deus e a maximização do lucro? Os crentes em geral respondem: sim (28%), não (68%). Os passos da Bíblia mais citados pelos empresários crentes são: "ama o teu próximo como a ti mesmo", "o Senhor é o meu pastor" e os dez mandamentos. Segundo o bispo Wolfgang Huber, presidente do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha, a maximização do lucro e o amor do próximo podem ser compatíveis: "a Igreja não é estranha à realidade". A responsabilidade económica precisa de ter os pés assentes na terra e a proximidade ao Homem. A presente crise financeira não pôs em causa a economia social de mercado. De qualquer forma, o sistema desequilibrou-se e é preciso corrigi-lo. Quanto à justiça, há um critério importante: "As diferenças na sociedade devem estabelecer-se de tal modo que também as pessoas que se encontram no fundo da escala possam estar convencidas de que o sistema em geral é justo e lhes é favorável também a elas." Dos debates tensos de Gerd Kühlhorn com os empresários para impulse, resultaram dez mandamentos para os empresários cristãos, que "talvez sejam um pouco simples, mas certamente mais claros do que todos os fanfarronantes Codes of Conduct". Aqui ficam:1. Trata dos negócios de tal modo que a tua empresa tenha um bom lucro. 2. Sê justo com os teus parceiros de negócio. 3. Mostra estima pelos teus colaboradores. 4. Faz negócios prospectivamente e assegura o futuro da tua empresa. 5. Procura parceiros que como tu acreditem em Deus. 6. Cultiva a humildade. 7. Coloca os teus talentos e recursos ao serviço dos outros. 8. Não te percas no trabalho. 9. Reconhece que a tua empresa não te pertence a ti, mas a Deus. 10. Respeita todos os que não partilham a tua fé. No fundo, como diz o bispo W. Huber, encontramo-nos num "ponto de viragem". A confiança é "um capital tão importante para a economia como o dinheiro". Por isso, é preciso que os empresários estabeleçam "um equilíbrio entre a eficiência económica e as consequências sociais do negócio empresarial". Afinal, a economia não é fim em si mesma, pois é o Homem que tem de ocupar o centro. Daí, como lembrou Martin Buber, o sucesso não ser "um dos nomes de Deus". A solidariedade, sim. Anselmo Borges, in DN

OFICINA DA FORMIGA reproduz peças do Museu Alberto Sampaio



A “Oficina da Formiga” dedica-se a reproduzir cerâmica tradicional, respeitando os elementos essenciais (Mar, Terra e Ar), nomeadamente, peixes, galos, flores e pássaros. Alguns destes desenhos surgiram há mais de 100 anos, sendo todos de autores desconhecidos. Diz-se, por isso, que são motivos tradicionais. 
No “site” de a “Oficina da Formiga” pode ler-se que “As formas são principalmente os pratos e as travessas oitavadas ou ovais. As cores são todas de alto fogo predominando o azul, o verde, o rosa, o castanho e o amarelo”. 
Isabel Maria Fernandes, que foi Conservadora do Museu de Olaria (de 1983 a 1995), trabalha desde 1999 como directora do Museu Alberto Sampaio, em Guimarães. Dedica-se ao estudo da cerâmica portuguesa em geral, mais especificamente da louça preta e da faiança oitocentista. Para além disso procura desenvolver a reflexão sobre temáticas ligadas aos museus, ao estudo e inventariação do património móvel. É autora de obras sobre a cerâmica portuguesa, mas também sobre algumas temáticas relacionadas com a museologia e a arte sacra. 
Quando visitou a “Oficina da Formiga”, encantou-se com os trabalhos ali produzidos e mais tarde forneceu algumas fotos de peças existentes no Museu Alberto Sampaio, para que fossem reproduzidas e posteriormente vendidas aos visitantes do museu. 
Apresento, neste meu espaço, para apreciação, o resultado dessas reproduções. Nota: Informações fornecidas pela “Oficina da Formiga”

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

TERCEIRA: Património e Serenidade

Praia da Vitória: Marina
"As Ilhas Misteriosas"
“Bela e pitoresca, a Ilha Terceira entrelaça com mestria a riqueza natural com a história documentada por um património de excepção.” Assim começa o texto alusivo à Terceira, nos Açores, como desafio a uma vista às “Ilhas Misteriosas”, de recantos virgens, que uma revista me trouxe há dias. Deixei então voar a minha imaginação até à Praia da Vitória, na Terceira, onde vive e trabalha o meu filho João, que me relata, com frequência, quadros pintados de cores únicas, que a humidade aviva e mantém frescos. Pudesse eu visitar as ilhas açorianas com serenidade e vagar quanto baste, para delas colher flores que enfeitassem histórias de penedos e mar, de vulcões fechados, de tremores de terra, das graças do Espírito Santo, das touradas à corda, de caminhos com marcas de coloridos aristocráticos. Mais ainda: para saborear o peixe fresco de águas cristalinas, a saborosa alcatra de vaca, os doces de “chorar por mais”, sem esquecer o “verdelho” criado em chão ou muros de pedra solta. FM

Crónica de um professor

A cadelinha…
Na antecessora NAC, (Nova Área Curricular, não disciplinar) Área – Escola, várias vezes, fora tratado o tema. Era um dos predilectos dos alunos, pois a ligação afectiva com os animais de estimação, vulgo pets remonta aos primórdios da vida do homem na Terra. Na verdade, “Animais de companhia”,” Animais abandonados”, "Animais de estimação”, revestindo-se de qualquer uma destas designações, o assunto era muito pretendido, no início do ano, quando se impunha a discussão e posterior selecção do tema, a ser tratado por cada turma. Quantas vezes se maravilhou com as descobertas que os seus alunos faziam e lhe davam a conhecer, sobre as manifestações comportamentais e outras, dos nossos queridos cãezinhos, Sim, porque a teacher também nutre um afecto muito especial pelos caninos! Nesse dia, a seguir aos Reis, a propósito de um episódio ocorrido com um suposto cachorrinho perdido, foi notável o movimento de solidariedade gerado, pela descoberta de uma cadelinha abandonada. Acontecera no dia anterior, durante o Cortejo dos Reis, nesta abençoada vila, quando a Sara e a Joana notaram que a cadelinha que entrara distraidamente num supermercado local, fora vista com animosidade e intromissão num espaço restrito aos humanos, Aí, tenham paciência, mas reserva-se uma parte dos louros, no trabalho de sensibilização e solidariedade para com os desprotegidos da sorte. Afinal, qual é o papel do professor, se não ajudar a criar no aluno uma consciência cívica de respeito e tolerância para com os seus pares, ainda que nele incluamos os animais nossos amigos? Aqui, sentiu a teacher algum regozijo, quando constatou que um aluno tão “difícil” como o J…… estava ali pronto, com um papel na mão, a escalonar os tectos de abrigo da Queenie, enquanto não se chegasse a um consenso! Na rua é que a pobrezita não iria ficar. Já ficara uma noite na casa da M…., iria ficar esta na da Jo……, a seguir seria o J. a abrigá-la….e por ai adiante. Até uma ida ao veterinário ficara agendada, para lhe tratar da saúde com orientação médica! Exemplar! Notável! A Sara, que tivera uma formação em Primeiros Socorros, prontificara-se, de imediato, a fazer-lhe os curativos, até à ida ao Veterinário! Aplaudiu veementemente e até aconselhou a que baptizassem a cadelinha para ter um tratamento mais personalizado e afectuoso. Como o episódio ocorreu na aula de Inglês, seguida de Estudo Acompanhado, foi também sugerido pela colega, que apoiou e corroborou, a atribuição de um nome inglês. E… depois de largo debate sobre os cuidados a dedicar ao novo elemento da turma, conclui a teacher que da condição de homeless, passara à condição de Princess… não tivesse ela já subido ao pedestal de Queen..ie! M.ª Donzília Almeida

Papa anula excomunhão de bispos ultraconservadores de Lefebvre

Bento XVI decidiu anular a excomunhão decretada em 1988 por João Paulo II contra os bispos ultraconservadores do movimento católico fundado pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre, segundo informa o jornal italiano «Il Giornale». O decreto já teria sido assinado pelo Papa de acordo com o jornal. O texto suprime a excomunhão para os quatro bispos ordenados pelo monsenhor Lefebvre, entre eles seu sucessor Bernard Fellay. A decisão pontifícia deve ser divulgada no fim de semana, afirma Andrea Tornielli, vaticanista do jornal. Anular a excomunhão constitui um passo importante para a reconciliação com o movimento tradicionalista e dogmático, que tem 460 padres espalhados por quase 50 países, com maior comunidade na América Latina, em particular na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e República Dominicana. Desde o início de seu pontificado em 2005, Bento XVI fez vários gestos de abertura em direção ao movimento católico fundado pelo arcebispo francês, entre eles a introdução em Julho de 2007 da missa em latim, uma exigência dos «lefebvristas». Em Junho do ano passado, o Vaticano desistiu de exigir dos adeptos de Lefebvre, reunidos na Fraternidade de São Pio X, fundada em 1969 em Econe (Suíça) pelo monsenhor Lefebvre, o reconhecimento das disposições do Concílio Vaticano II. A ordenação de quatro bispos por parte do próprio Lefebvre (falecido em 25 de Março de 1991), desobedecendo e questionando a autoridade do Papa, está entre as razões que o levaram a criar outra Igreja, com a separação da Igreja oficial em 1988, o primeiro desde 1870. Fonte: Ecclesia

ÍLHAVO: X Capítulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau

Membros da Confraria Gastronómica do Bacalhau
Amanhã, 24, em Ílhavo, vai decorrer o X Capítulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau, prevendo-se a presença da maioria das Confrarias Gastronómicas portuguesas e espanholas. Este ano, as festividades decorrem na Vista Alegre, com a concentração às 10 horas, no Centro de Visitas da fábrica, onde será servido a "patanisca de honra", seguindo-se, às 11, a Missa Solene na Capela Nossa Senhora da Penha de França onde actuará a Banda Música Nova. No edificio do teatro da fábrica, às 12 horas, serão entronizados os novos Confrades e os Confrades de Honra, seguindo-se o almoço no refeitório da VA. Os novos Confrades são Amândio Costa, António Pinho, Guedes Vaz, Hugo Filipe Coelho, Luís Leitão, Rui Dias e Vasco Lagarto. Os Confrades de Honra a serem entronizados são Carlos Martins (Martifer), Bernardo Vasconcelos (V.A.), Pedro Machado (Turismo do Centro) e o Presidente da Câmara de Viseu.

ORBIS forma voluntários

Cerca de 30 pessoas já manifestaram interesse em participar na “Formação de Voluntariado Missionário e Formação Permanente” ministrada pela Organização Não Governamental para o Desenvolvimento ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento, em parceria com o Secretariado Diocesano de Acção Missionária (SDAM) de Aveiro. A sessão de esclarecimento está agendada para o próximo dia 24 de Janeiro, pelas 15 horas, nas instalações do Centro Universitário Fé e Cultura (Campus Universitário de Santiago), na cidade de Aveiro, altura em que serão formalizadas as inscrições. Durante o período de formação, os voluntários irão realizar acções a título pessoal e de grupo, assim como serão esclarecidos sobre voluntariado especificamente missionário. Participação e cidadania global, conceitos e modelos de solidariedade, história e factos do percurso do voluntariado, história das religiões, promoção humana e inculturação serão alguns dos temas abordados por elementos da ORBIS e SDAM. A experiência de voluntariado missionário desenvolve-se em dois momentos distintos: um a decorrer em instituições de acolhimento a grupos vulneráveis em Portugal e outro a nível internacional (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau ou Moçambique). As pré-inscrições podem ser feitas até dia 23 deste mês de Janeiro, para o endereço electrónico info@orbiscooperation.org. Os candidatos deverão ter a idade mínima de 18 anos e manifestar facilidade de “adaptação a diferentes culturas, sem julgamentos” e “consciência que é necessário trabalho e empenho para ajudar a mudar o mundo”.
Fonte: ORBIS

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Estado e Religião

O discurso inaugural do Presidente Obama foi um apelo aos valores éticos da tradição americana. Tendo reconhecido e valorizado que os Estados Unidos são um país de muitas religiões e de gente sem religião, Obama referiu várias vezes Deus e citou a Bíblia. A cerimónia do juramento foi precedida de uma oração, por um pastor protestante evangélico. No final, um outro pastor, metodista, deu a bênção. Se isto tivesse acontecido na Europa e nomeadamente em Portugal ter-se-ia armado um enorme alarido. Logo surgiriam protestos de que se estava a violar a laicidade do Estado. No entanto, se há país onde, desde a sua fundação, existe um enorme cuidado em separar a esfera do Estado da esfera religiosa, esse país é a América. Com o republicano Bush e a sua ligação à direita religiosa surgiram alguns problemas. Mas agora trata-se de Barack Obama, um democrata que não pode ser acusado de misturar Igreja e Estado. Acontece, apenas, que o povo americano é sensato e não despreza os valores que estiveram na base da sua nação – valores que Obama exaltou como essenciais para vencer a crise. Francisco Sarsfield Cabral In RR

Câmara de Ílhavo oferece Enriquecimento Curricular


A Câmara Municipal de Ílhavo disponibiliza, pelo terceiro ano consecutivo, as Actividades de Enriquecimento Curricular, para todos os alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico do Município. No presente ano lectivo, concretizou-se o alargamento do ensino do Inglês a todas as crianças, desde o 1º ao 4º ano de escolaridade, estando inscritos cerca de 94 por cento da totalidade dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico. Foram entregues manuais e livros de exercícios de Inglês aos alunos, sendo esta uma aposta da Câmara na criação de mais e melhores condições para o processo ensino-aprendizagem de todas as crianças. No presente ano lectivo, são várias as actividades disponibilizadas para os alunos, nomeadamente, o ensino do Inglês e a Actividade Física e Desportiva, as quais são complementadas com o ensino da Música, para os 3º e 4º anos, e das Artes e Expressões, para os 1º e 2º anos de escolaridade. De modo a dar resposta às 1564 crianças inscritas nas várias actividades, a autarquia contratou, no início do ano lectivo, 61 professores para as várias áreas, tendo ainda estabelecido acordos de cooperação com as Associações de Pais, para assegurar as Artes e Expressões, num trabalho que tem o devido acompanhamento dos Agrupamentos de Escola.
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Nota: Este texto teve como fonte uma informação camarária. Permitam-me que sublinhe a importância do envolvimento das autarquias nos processos educativos, num trabalho louvável de complementaridade. Penso que a Escola lucrará bastante se souber aproveitar estes apoios que vêm de fora, embora de membros da Comunidade Educativa, dando asssim uma sapatada no individualismo. Hoje, mais do que nunca, o progresso exige cooperação, sendo garantido que de mãos dados chegaremos muito mais longe.
FM

O JURÍDICO E O PASTORAL NAS LEIS DA IGREJA

Completaram-se vinte e cinco anos do Código de Direito Canónico, compilação oficial das leis da Igreja católica. O Código apresenta e propõe, em forma de lei, as orientações conciliares, dando-lhe sentido normativo e pastoral. Tarefa cuidadosa e morosa, por isso mesmo, ele só foi dado por terminado para entrar em vigor dezoito anos depois do Vaticano II se ter encerrado. De 1965 a 1983, foi publicada legislação avulsa, sempre que era exigida. Passar a letra de lei o espírito e as orientações de um grande acontecimento eclesial, como foi e é o Vaticano II, e era essa a missão do novo Código, deixou-nos desde logo a percepção, confirmada pelo tempo, de que algumas leis teriam de se ir aperfeiçoando, senão mesmo substituídas e outras iriam aparecer. O dinamismo que a Igreja Universal recebeu do Concílio faria, por certo, sentir maior necessidade de colmatar falhas e derrubar muros que dificultavam a vida e o agir da Igreja e, consequentemente, de promover a renovação necessária e desejada, para ser ela um verdadeiro espaço de comunhão e uma presença significativa no mundo. Uma comunidade tradicional, com hábitos de séculos, e um mundo novo, complexo e em permanente mudança, como este que cada dia se vai desdobrando aos nossos olhos, assim o exigiam. Algo se foi fazendo ao longo do tempo. Agora, cada dia, se verifica que é necessário ir mais além. O vinco de séculos de história e a morosidade habitual das respostas não têm solução fácil nem rápida. Para além disso, ainda há na Igreja quem pense que qualquer mudança operada é um empobrecimento do seu tradicional prestígio. A vida mostra-nos, porém, que, em qualquer sector, o imobilismo teimoso, tanto das pessoas como das instituições, é caminho aberto, no mínimo, para a inutilidade e para a insignificância. O Código do Direito Canónico é um instrumento indispensável na vida da Igreja. Exige, porém, acolhê-lo no seu valor, e saber ver os seus cânones como normas de vida e de acção, passando da sua dimensão jurídica à sua função pastoral. É neste sentido e neste acolhimento que, normalmente, surge o apelo à necessidade de alguma mudança, actualização e clarificação do que está determinado e que pode beneficiar ao rever-se. Li, há dias, em revista atenta à vida da Igreja, a reflexão de dois professores de Direito Canónico em universidades de Espanha, relacionada com os vinte e cinco anos do Código. Um deles fixava-se mais na avaliação de como se cumpriu nestes anos o estatuído. Era um padre. O outro, olhando a razão de ser do Código em ordem à vida e missão da Igreja no mundo, procurava o que é necessário considerar hoje para fomentar a comunhão na Igreja e tornar mais activa e operante a sua missão no mundo. Era uma mulher. É significativa esta diferença de olhares ao ver a Igreja, como organização sempre certinha e sem falhas, ou como servidora atenta das pessoas e das comunidades concretas, para melhor promover a vivência espiritual e apostólica e atender aos seus problemas. As leis, por sua natureza, são estáveis, dizem respeito a todos, são promulgadas para servir a comunidade na sua totalidade. Assim no Estado e na Igreja. Não se alteram leis por razões menores, passageiras ou ocasionais, ninguém se pode arvorar em legislador do seu pequeno mundo, não se legisla para tempo determinado. As leis não são simples decretos e, menos ainda, portarias ou normas de circunstância. Legisla-se para servir a comunidade, muda-se para a servir melhor. Então, está em causa a competência e a responsabilidade do legislador legítimo, que deve estar atento ao que se passa e se generaliza, para agir em consequência. Há situações concretas com repercussão pastoral que exigem esta atenção. Alguns exemplos: tradução prática da Igreja Comunhão, situação da mulher na comunidade cristã, divorciados recasados, famílias em situação irregular, celebração Eucaristia e dificuldade em a ter, paróquias urbanas e não só, sem referência real a um território, subalternidade não justificada do leigo, novos ministérios laicais, centralidade em Jesus Cristo e sublinhar da hierarquia como serviço, teologia da Igreja Diocesana, papel das conferências episcopais. Todos estes casos flúem da compreensão da doutrina conciliar. A sua consideração, como ajuda ao legislador, depende também da formação e da sensibilidade dos cristãos activos, da sua participação responsável na comunidade cristã, e do seu compromisso apostólica na sociedade. António Marcelino

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Voltei à escola

A Escola, afinal, está melhor do que eu pensava


Por amável convite do professor Vítor Bártolo, da Escola da Cambeia, na Gafanha da Nazaré, ontem voltei à escola. Não foi a primeira vez desde que me aposentei, mas não posso deixar de referir esta visita no contexto da blogosfera. Pelo prazer que me deu. 


O professor Vítor solicitou-me, há dias, que fosse falar aos seus alunos do 3.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico, ao jeito do avô que conta histórias da sua infância. Os alunos, na área do conhecimento do meio, andavam a estudar motivos históricos referentes à terra, e era importante ouvirem um “avô”.
Ao contrário do que se diz sobre a Escola, por muitos de nós acusada de ter caído num caos, de que urge levantar-se, para bem de todos, encontrei na turma que me recebeu uma realidade completamente diferente. Sala aquecida e bem iluminada, crianças cuidadas no vestir e no estar na sala, com capacidade para ouvir e dialogar, interessadas no tema, curiosas no gostar de saber. 
Entrei numa sala onde tudo estava em ordem, com meninas e meninos risonhos e delicados, na forma como receberam o “avô”. Ponto importante, este, para eu logo começar a estabelecer a comparação entre esta escola (bonita, airosa, arejada, limpa, decorada e com meios técnicos para o trabalho) e a que eu frequentei (pobre, casa velha, fria, com vento e chuva a entrar por todos os cantos, com alunos sentados no chão, muitos descalços, com lousas em vez de cadernos). 
Falei da pobreza de há mais de 60 anos, dos professores com as quatro classes, dos exames. E contei histórias, porventura algumas descabidas, cada uma a partir das perguntas com que as crianças me desafiavam a memória. 
Uma hora de conversa, de diálogo quase permanente. E quando terminei, quando o professor Vítor aconselhou os alunos a saírem da sala para desentorpecerem os membros e arejarem o espírito, os alunos cercaram-me para me falarem dos trabalhos que já tinham feito sobre a Gafanha da Nazaré, a partir de alguns textos do meu blogue e de outras fontes. Vi que estudaram o Farol, o Forte, o Cruzeiro, o Cortejo dos Reis, entre os mais diversos assuntos. E cada um quis sublinhar o que tinha desenhado e pintado na capa para arquivo dos trabalhos feitos. 
Confesso que falei ao “sabor da maré”, sem me preocupar com as exigências psicopedagógicas, algumas das quais já se me varreram da memória há muito. Falei como costumo falar aos meus netos. Por gentileza e amizade, o professor Vítor agradeceu-me a visita. Eu é que lhe estou grato.

Fernando Martins

Câmara de Ílhavo promove regras de boas práticas Ambientais

“Dividir para Reinar”
A Câmara Municipal de Ílhavo, em parceria com a empresa SUMA (entidade responsável pela recolha indiferenciada dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município), promove, até 26 de Janeiro, a campanha “Dividir para Reinar”, junto dos Jardins de Infância e Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Município. Esta iniciativa tem como principal objectivo dinamizar, junto dos mais novos, a prática de acções relacionadas com a correcta triagem, acondicionamento e deposição de resíduos, melhorando o desempenho ambiental de cada uma das Escolas, assumindo ainda o particular formato de uma história de encantar, com «Reis, Magos e Sereias, e um menino chamado Bartolomeu, que quer muito ser um Eco-mosqueteiro defensor do Ambiente», sonho ou desejo desde logo partilhado pelas Crianças deste Município. Esta iniciativa pretende ainda reforçar temáticas desenvolvidas em anteriores campanhas de Sensibilização Ambiental, conferindo-lhes o novo formato de estória de encantar, em suporte Livro e CD Áudio, destinados a apoiar a dinamização desta temática em situação formal de aprendizagem e em contexto de sala de aula.

Actualidade do Vaticano II

Neste artigo, o Padre Georgino Rocha «mergulha» no II Concílio do Vaticano e apresenta alguns pontos pertinentes sobre o «maior evento eclesial do século XX». Pode ler todo o texto aqui "2. Situada no tempo e sentindo o seu impacto, a Igreja aprofunda a consciência do seu ser mistério de comunhão em ordem a configurar de forma mais adequada o seu ser sacramento de salvação. A fidelidade a Jesus Cristo impele-a a estar atenta à cultura, aos contextos, às linguagens e a procurar inserir-se para melhor servir. Sendo una e única, realiza-se numa pluralidade de comunidades dispersas, mas em comunhão orgânica e dinâmica; sendo santa e apostólica, traz consigo a marca das limitações e deficiências humanas acumuladas ao longo da história; sendo católica está aberta ao universal e condensa num local os meios indispensáveis à salvação. Esta auto-compreensão eclesial manifestou-se de forma significativa em iniciativas emblemáticas como os Sínodos e a criação de órgãos reconhecidos de participação: assembleias e conselhos, designadamente. Mas expressa-se igualmente em gestos e atitudes eloquentes, embora discretas, como a solidariedade espiritual, a partilha de bens, o apostolado de vizinhança, o voluntariado social e missionário. A consciência assumida desta realidade contrasta radicalmente com a lentidão de processos de renovação global, com a raridade de projectos comunitários, com a debilidade da rede de comunicações no interior das comunidades e destas com a sociedade envolvente e distante."

Um Poema de Maria Donzília Almeida

OBSESSÃO... D’ tua imagem se nutre minha mente, Numa etérea voluptuosidade; E me preenche minha ociosidade, Num estado de euforia permanente! É um quadro de perfeita harmonia Que une corpo e espírito num anelo! Seguindo do meu coração, o apelo, Me evado p’ró mundo da fantasia! Aí fico, longo tempo desfrutando Nas asas deste sonho esvoaçando, Vagamente soltando os pés da terra. Mas a dura realidade não perdoa, Em meu franzino ser a voz ecoa E com a fantasia entra em guerra!
Mª Donzília Almeida Dezembro/08

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Barack Obama

E Pluribus Unum
Eu sou só mais um, dentre os cidadãos do mundo, que hoje assistiu à tomada de posse do “seu” Presidente. Barack Obama é verdadeiramente um presidente do mundo, por aquilo que representa, pelos ideais que defende. No dia em que pela primeira vez ouvi falar em Barack Obama, anunciava-se a sua candidatura ao cargo de presidente dos Estados Unidos da América. A partir daí comecei a estar atento, não sei porquê. Na segunda vez em que ouvi o seu nome, tratava-se de uma notícia em que se aludia ao facto de um qualquer pivot de TV ter confundido o seu nome, trocando Obama por Osama, uma alusão clara ao primeiro nome de Bin Laden. Hoje, passado mais de ano e meio, e depois de conhecer e continuar a ler acerca do pensamento do novo presidente da América, percebo que tal inocente deslize exemplifica os obstáculos por que Obama teve de passar para se alcandorar ao cargo mais importante do planeta. Lutar contra o preconceito da cor da pele, contra o preconceito acerca das suas origens e ascendência social (filho de um queniano que foi estudar para a Universidade do Havai onde conheceu a americana, com quem casou e que viria a dar à luz o pequeno Barack), foi sem dúvida o primeiro dos desafios que se colocaram a este homem que, no princípio da sua vida adulta, não só trilhou o caminho do autoconhecimento e da compreensão do seu lugar no mundo, mas também o caminho da ajuda às comunidades maioritariamente negras dos subúrbios de Chicago. Este é um homem que se entregou desde sempre ao serviço aos outros, aos mais desfavorecidos, aos desempregados e excluídos da vida, dos primeiros anos da década de oitenta do século passado, na capital do Illinois. Não encontro, nem se vislumbra, no percurso de Barack, um qualquer calculismo, um objectivo velado, um desejo secreto de ambição política, de busca do poder. Um homem que, apenas há três anos, mais de metade da população norte-americana desconhecia, não sabia de quem se tratava. Sou assim só mais um, dentre os cidadãos do mundo, que vê algo mais em Barack Obama, para além daquilo que nos ofereceram até hoje os líderes do mundo. E estou certo de que a razão, que faz de Barack alguém que inspira o mundo, reside numa coisa muito simples e singular. A defesa dos valores em que acredita, a começar, como ele muito bem diz, pelo supremo valor da liberdade, secundado pelos valores que ajudam a realizá-la, ou seja, "os valores de autoconfiança e de auto-aperfeiçoamento e da assunção de riscos. Os valores da força de vontade, da disciplina, da temperança e de trabalho árduo. Os valores da parcimónia e da responsabilidade pessoal." É nos valores, nestes valores, que, segundo Barack, reside a força da América, muito para além do poder que advém da riqueza ou da força militar. Nestes alicerces, na defesa destes ideais, cresceu algo de novo, foi esta a semente que permitiu a Barack Obama apresentar uma nova esperança, a audácia da esperança resumida na frase yes we can, sim nós podemos. Serão estes valores que deverão guiar a América e o mundo, nos tempos conturbados que se vivem. Mas há um fermento que permite ligar esta massa. Há um entendimento do modus operandi de Barack Obama que se vê em poucos políticos que conhecemos. Isto é, a capacidade de construir pontes entre os dois principais partidos da América, o democrata e o republicano, saber contar com as diferentes sensibilidades e cores políticas: por essa razão o governo que acaba de constituir para a América, conta com personalidades democratas mas também republicanas. Revela-se assim um presidente capaz de unir a nação, sem excluir, no esforço que se avizinha de voltar a colocar a América e, consequentemente, o mundo, nos trilhos do desenvolvimento e da justiça social. Muito mais haveria a dizer, mas, só por isto, vale a pena referir que eu sou só um, dentre os cidadãos do mundo, que hoje assistiu à tomada de posse do “seu” presidente. Pedro Martins

Expectativas de mudança

São de crise, os dias que passam. Multiplicam-se análises, variam as atitudes e são diversas as consequências reais nos percursos de vida de muitas famílias. Única é essa certeza de que a recessão está nas estatísticas nacionais, sob ameaças de tumultos sociais. Por causa do dinheiro. Para ultrapassar o problema, interessa fazer alguma coisa. Por vezes, parece bastar prometer que se faz, ou transmitir a intenção de, chegando a instâncias de poder, concretizar esta ou aquela ideia. Às opções políticas e leis da organização da sociedade, acrescente-se o que é da responsabilidade de cada pessoa, na construção da cidadania: o rigor que se reivindica para o governo da coisa pública só será sustentável quando parte do seu exercício no ambiente doméstico. Porque não se podem estender os recursos, gastando mais do que aquilo que se tem; porque, sobretudo, não se podem endividar constantemente os dias do amanhã. Sem soluções e com muitas dúvidas em relação a cálculos, verdades e salvadores da crise, alimentam-se expectativas neste ou naquele, em pequenos ou grandes projectos, próximos ou distantes. O início de um novo mandato na presidência dos Estados Unidos da América catalisa esperanças, dentro e fora do país. Cresce a expectativa de mudança de rumo, de novas atitudes diante dos problemas do mundo e, consequentemente, de soluções alternativas para as relações internacionais, para políticas económicas, ambientais, militares, sociais... Que aconteça essa diferença no governo de um país; que beneficie todo o globo com o que a cabeça de um homem é capaz de colocar em marcha. Mas que sejam transformações integrais, a partir do "miolo das coisas" e à espera de resultados profundos, porque não imediatos. Esse o segredo para a renovação da relação com o mundo criado, com a sua sustentação e preservação. Na Igreja Católica, essa é a atitude renovadora, institucional, doutrinal ou espiritualmente. Esse o projecto do II Concílio do Vaticano, convocado surpreendentemente pelo Papa João XXIII há 50 anos. A sua realização durou mais tempo do que o previsto; muito mais tempo está a ser necessário também para concretizar as propostas que dele saíram. Porque apontam para transformações de atitude, não para resultados imediatos. Paulo Rocha

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Vaticano II foi convocado há 50 anos

O Espírito Santo evitou
que o povo fugisse porta fora
Faz no próximo dia 25 de Janeiro 50 anos que o bom Papa João anunciou a convocação de um concílio, que ficou na história da Igreja com o nome de Vaticano II. Começou em 1962 e terminou em 1965. Na altura, andava eu na casa dos 20 anos, dizia-se que este concílio foi uma corrente de ar fresco que entrou na Igreja para acabar com teias de aranha e bolores que infestavam as salas do Vaticano e que impediam a grande abertura ao mundo, com novos problemas e novos desafios. Por muitos foi classificado como o maior e mais expressivo acontecimento eclesial do século XX, deixando na maioria dos católicos a esperança de uma nova Igreja, capaz de revitalizar a acção do Espírito num mundo que pregava há bastante tempo a morte de Deus. Passados estes anos todos, em que houve a tal e esperada abertura, ainda se diz que o Vaticano II continua fechado em algumas gavetas de sacristias, quiçá no coração e na acção de muitos católicos, clérigos e leigos. De imediato, o que mais extraordinariamente me impressionou, no dia-a-dia da Igreja, não foram tanto os documentos que o Concílio produziu, e que estiveram na génese de uma vida renovada, em muitos aspectos, mas tão-só o facto de as missas começarem a ser celebradas em diversas línguas (até aí eram em latim), de forma a que todos participassem, realmente, na eucaristia. Como foi possível que a Igreja tivesse implementado a celebração da missa de costas para o povo e em língua que pouquíssimos entendiam, durante séculos? Penso que só a força e a paciência do Espírito Santo conseguiram o milagre de impedir que os crentes saíssem porta fora. Para mim, que vivi esses acontecimentos com emoção e entusiasmo, estava aberto o caminho à dignificação dos leigos. Deixaram de ser apenas assistentes para se tornarem agentes activos da eucaristia, espelhando na vida o que nela recebiam, talvez não tanto como todos desejaríamos. Não sei se esta data diz alguma coisa aos católicos de hoje. Mas seria bom que dissesse, e que, a partir dela, se fizesse uma séria reflexão, no sentido de descobrir se há por aí, por alguma gaveta ou coração, o Vaticano II escondido. Fernando Martins

OBAMA

Vamos ser realistas Os EUA vão ter, a partir de amanhã, um novo Presidente. Pela primeira vez na história da mais poderosa nação do mundo, um negro vai ocupar a cadeira principal. Depois da desastrosa política de Bush, Obama está a ser esperado como um Messias. Muitos acreditam que, a partir do seu juramento, o mundo vai mudar radicalmente. Nem se acredita que os graves problemas que ensombram a terra possam esperar uns dias. Vamos ser realistas. Vamos acreditar que Obama possa ser um ponto de partida para uma nova ordem social. Não esqueçamos que ele tem de conhecer os cantos à Casa Branca e ao mundo. Não esqueçamos que haverá problemas complexos a estudar, passos difíceis a dar, muros a derrubar, inimigos a dominar e a conquistar, mensagens inovadoras a catequizar, gestos proféticos a mostrar. Não queiramos que o novo presidente americano faça tudo num dia. E lembremo-nos de que os seus inimigos entrarão em cena no dia seguinte à tomada de posse do Presidente Obama. FM

Alice Vieira, no “Público”

"Aconteceu uma coisa terrível na Educação" Em entrevista ao jornal “Público”, a escritora Alice Vieira teceu algumas considerações, pertinentes, sobre a situação que se vive nas Escolas. Disse que "Aconteceu uma coisa terrível na Educação: tudo tem de ser divertido, nada pode dar trabalho". E acrescentou: “As leis são iguais para todos, mas há escolas onde dá gosto ver o trabalho que os professores fazem e a ministra é a mesma! Não é na totalidade das escolas, mas, sobretudo no interior, encontro gente motivada.” Leia a entrevista em Público online, página 3, no caderno principal.

domingo, 18 de janeiro de 2009

110 anos da restauração do Município de Ílhavo

Ribau Esteves, António Neves e Neves Vieira

A chuva ajudou a ver o farol com iluminação
Monumento com marcas da nossa história e cultura
As comemorações dos 110 anos da restauração do Município de Ílhavo encerraram hoje, domingo, pelas 15.30 horas, com a inauguração de um conjunto escultórico, na Rotunda Sul do Nó 3 da A25, junto à Friopesca, da autoria do artista ilhavense António Neves. Chuva miudinha, irritante, incomodou a cerimónia, mas nem assim deixaram de aparecer ílhavos e gafanhões nesta hora com algum simbolismo. Farol com iluminação e lâmpada rotativa, à semelhança do que acontece com o Farol da Barra de Aveiro, capitão, pescador no dóri, bacalhau e velas, estas em representação da força da natureza, que é o vento, são os elementos concebidos pelo autor. Trata-se de um monumento com traços figurativos, estilizados, que assinala a entrada na área portuária, para quem vem da cidade-sede do concelho, como sublinhou o presidente da autarquia, Ribau Esteves. A escolha desta rotunda, para implantação do monumento dos 110 anos da restauração do município, tem a ver com o ponto estratégico que une "as três cidades com as quais mais nos identificamos, Aveiro, Ílhavo e Gafanha da Nazaré", no dizer do presidente Ribau Esteves. E os motivos aproveitados pelo artista António Neves, mais conhecido como aguarelista, espelham bem "as marcas da nossa história e cultura, em que sobressaem o Farol, o bacalhau e o mar", referiu o autarca. Ribau Esteves frisou que a Câmara de Ílhavo tem apostado em deixar a nossa arte, “com simbolismo, no domínio público”. Daí a escolha do artista ilhavense, António Neves, que representa, de alguma forma, “um dos melhores que o município tem”, neste momento. O monumento importou em 75 mil euros, para além das obras circundantes, da responsabilidade da câmara. FM

"250 anos de Aveiro, uma ideia para o futuro"

Do blogue dos Amigos da Avenida, de Aveiro, recebi o comunicado-convite que aqui publico, por conside-rar muito pertinente o desafio que é lançado à comunidade aveirense. Desejo, obviamente, os maiores êxitos, para este grupo de cidadãos da nossa capital do Distrito.
FM
Desafio à comunidade aveirense

As comemorações dos 250 anos podem ser uma excelente oportunidade para Aveiro celebrar o seu passado e a sua identidade, projectar-se no contexto regional e nacional e afirmar a cultura e criatividade como factores de desenvolvimento e de competitividade urbana. Para isso é fundamental mobilizar a comunidade aveirense e os agentes culturais, sociais e económicos da cidade para que participem de uma forma mais activa nas comemorações. Nesse sentido, um conjunto de cidadãos aveirenses, organizados à volta do blogue dos Amigos da Avenida (http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/), entendeu lançar um desafio à comunidade e procurar promover um conjunto de iniciativas a desenvolver no âmbito das presentes comemorações. Pretende-se com esta iniciativa promover os jovens artistas e criativos de Aveiro (do sector da cultura, arte, design, tecnologias,...), dinamizar formas de expressão que privilegiem a animação dos espaços públicos da cidade e estimular a participação dos cidadãos em intervenções criativas nas suas unidades de vizinhaça (ruas, bairros,...). Para dinamizar este programa "250 anos de Aveiro, uma ideia para o futuro", os promotores do blogue Amigos da Avenida vêm por este meio convidar todos os interessados a participarem numa reunião pública a realizar no próximo dia 22 Janeiro (quinta-feira) pelas 21h no Salão Nobre da Associação Comercial de Aveiro. Solicitamos a confirmação da vossa presença para o email: amigosdavenida@gmail.com. Compareçam, vamos celebrar Aveiro! José Carlos Mota

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 114

Lugre Rainha Santa Isabel
BACALHAU EM DATAS - 4
A TERRA NOVA DOS BACALHAUS
Caríssimo/a:
Século XVI (início) - «A presença de pescadores portugueses na Terra Nova remonta certamente a uma época muito remota; foram, no entanto, as viagens dos irmãos Corte Real, no início do século XVI que marcaram o reconhecimento efectivo da que viria a ser baptizada de "Terra Nova dos Bacalhaus". A partir desta época, uma frota de navios portugueses passou a efectuar campanhas de pesca anuais, largando dos portos do Minho, Douro, Mondego e da Barra de Aveiro, com destino aos férteis pesqueiros da Terra Nova. Segundo alguns autores, a frota quinhentista portuguesa chegou a contar cento e cinquenta navios, quase todos de Aveiro e Viana do Castelo. A partir do último quartel do séc. XVI, Portugal começou a experimentar, naquelas paragens [Terra Nova], uma situação desfavorável relativamente a outras potências.» [Creoula, 09 (Creoula – Notas e Fotos de Embarque no Navio de Treino de Mar, por António Santos Carvalho e Ana Lúcia Esteves, Ideias e Rumos, 2005)]
«Viagens de Gaspar Corte Real, ao estreito de Davis, ao qual numerosos autores atribuem a descoberta da Terra Nova.» [HPB, 19]
«Baseando-se em autores e informações tardias várias, Marques Gomes afirmava, em 1923, que os aveirenses teriam estado entre os primeiros a pescar o “fiel amigo”, na Terra Nova, conjuntamente com pescadores de Viana do Castelo e da Ilha Terceira, aí por volta de 1500 ou 1501.» [Oc45, 77]
«Gaspar Corte Real, considerado o descobridor oficial da Terra Nova, em 1501, ali aportou e tomou posse da terra em nome do seu rei. João Álvares Fagundes e João Fernandes Labrador também não desistiam das buscas da passagem para o outro mar naquela parte do continente americano, cuja obstinação havia de custar a vida a muitos deles. Das várias expedições levadas a cabo ao longo de toda a costa do continente norte-americano, muitas das quais terminaram em tragédia, uma realidade ressalta e se impõe, tal a ênfase com que era relatada por todos os marinheiros que nelas haviam tomado parte: a indescritível abundância de bacalhau naquelas águas. Ora foram essas informações, essas notícias entusiasticamente comentadas e espalhadas pelos pescadores da Europa Ocidental que deram origem à grande corrida para os pesqueiros recém-descobertos. E dito isto, não restam quaisquer dúvidas de que a pesca do bacalhau nos bancos da Terra Nova foi a primeira e grande consequência directa da Grande Epopeia dos Descobrimentos naquela parte do mundo.» [HDGTM, 25/26]
«Há a certeza de que em 1504 já pescadores portugueses iam à Terra Nova.» [FM, 7 (Faina Maior – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova, por Francisco Marques e Ana Maria Lopes, Quetzal Editores, Lisboa, 1996, p. 7)] Manuel

sábado, 17 de janeiro de 2009

CASA ZÉ-ZÉ respeita a tradição

Caldeiradas de enguias de sabor único 


Eu sei que gostos não se discutem, mas cá para mim, caldeiradas de enguias só no ZÉ-ZÉ, na Gafanha da Nazaré. Conheço-as desde a minha juventude, como já referi no meu blogue. E hoje, por estranha coincidência, no dia em que se recorda o falecimento do meu amigo ZÉ-ZÉ, de seu nome de baptismo Manuel José da Silva, que nos deixou em 17 de Janeiro de 1983, já lá vão, portanto, 26 anos, voltei a saborear uma esplêndida caldeirada de enguias. A regá-la, apenas um vinho da casa, muito bom. A fechar, um doce caseiro e um café.
Tive o prazer de ser servido pela sua neta Elsa, que conheço desde menina. Na cozinha, mostrou o seu bom gosto o neto Duarte, actual responsável pela casa. Os herdeiros do ZÉ-ZÉ continuam, assim, a respeitar a tradição de uma casa, cujo primeiro alvará data de 1936. A enguia é rainha por estas bandas desde a primeira hora, tanto quanto sei. E o segredo da sua fama, como frisou a Elsa, está na família. Não há registo escrito da lavra do ZÉ-ZÉ, mas a sua neta garantiu-me que está bem guardado e gravado nos genes familiares. Daí, portanto, a fidelidade dos sabores a que nos habituou o fundador da casa.
Questionada sobre a relação entre a caldeirada à ZÉ-ZÉ e as outras, logo adiantou que não pode compará-las porque não as conhece. O que sabe é que a caldeirada criada pelo seu avô é conhecida em todo o lado. Há clientes que, periodicamente, aqui vêm de propósito para se deliciarem com um prato diferente. A sala apresenta-se decorada com motivos marítimos, ao jeito da região. E não faltam registos de quem veio, comeu e gostou. Por exemplo, em destaque, há um prato com dedicatória oferecido por um grupo de funcionários de um Banco, de Coimbra, com data de 4 de Abril de 1976, comemorativo de visitas gastronómicas entre 1967 e 1976, na quinta-feira santa. Reza assim:

"Para sair O totobola Jogamos todos Com fé Mas só nos sai Caldeirada Preparada no Zé-Zé"

A CASA DA LEITURA: Um espaço a ter em conta

O meu blogue lembra hoje, com certo destaque, um espaço já aqui referenciado à margem: CASA DA CULTURA. Chamo a atenção dos meus leitores para o que se diz na apresentação do “site”: “A Casa da Leitura nos seus distintos níveis de leitura, oferece não apenas a recensão de mais de 1400 títulos de literatura para a infância e juventude, organizados segundo faixas etárias e temas, com actualização periódica semanal, como desenvolve temas, biografias e bibliografias. Tudo dirigido preferencialmente a pais, educadores, professores, bibliotecários, enfim, a mediadores de leitores. Em simultâneo, responde às dúvidas mais comuns sugerindo um conjunto de práticas destinadas às famílias e aos mediadores.” Agora, há que seguir as propostas da CASA DA CULTURA, no sentido de sugerir a crianças e jovens o que vale a pena ler.

A MAIOR RIQUEZA: SEMELHANTES

Há algo essencial que aqueles que quereriam imortalizar-se, mediante a clonagem, esquecem: mesmo os clones, quando dissessem "eu", di-lo-iam de modo único e intransferível. Não é isso, aliás, o que acontece com o gémeos verdadeiros? De facto, cada um de nós é sempre o resultado de uma herança genética e de uma história única, história com cultura. Nenhum de nós é sem o outro, sem outros. Sem tu, não há eu. Fazemo-nos uns aos outros em interacção. Só com outros seres humanos nos tornamos humanos. A nossa identidade é constitutivamente atravessada e mediada pela alteridade, concretizada em outros. Ora, não havendo outros sem a interpenetração de biologia e cultura, é inevitável o diálogo intercultural. O encontro com o outro acontece sempre no quadro da cultura, porque não há outro "puro", sem cultura. Assim, na presente situação do mundo, em contexto de multiculturalismo, não basta a mera junção de culturas, vivendo umas ao lado das outras e respeitando-se mutuamente. É preciso passar do multiculturalismo da justaposição ao pluralismo cultural interactivo, deixando-se desafiar por uma identidade interrogativamente aberta. Neste quadro, há hoje a tendência para valorizar sobretudo a diferença: é a diferença que nos enriquece, diz-se. Quem pode pôr essa afirmação em dúvida, quando se percebeu que a identidade é atravessada pela alteridade? No entanto, se podemos entender-nos, é porque somos fundamentalmente iguais. Como recordava recentemente, em Santa Maria da Feira, num debate sobre o diálogo intercultural, o filósofo Fernando Savater, a semelhança entre os seres humanos é que cria a riqueza e funda a humanidade. Reconhecemo-nos, porque somos semelhantes. Só porque o fundamental é a nossa semelhança é que há igualdade de direitos e só porque não há diferença de direitos fundamentais é que há o direito à diferença. Afinal, "não há ninguém tão convencido da diferença como um racista". Claro que, no encontro com o outro, nunca se pode esquecer que o outro é um outro eu e ao mesmo tempo um eu outro, de tal modo que nunca nenhum de nós saberá o que é e como é ser outro enquanto outro, eu outro. Mas o que mais nos interessa é a semelhança, pois, nas diferenças, somos todos humanos, reconhecendo-nos. Se me perguntam pelo fundamento último da dignidade humana, digo que é a nossa comum capacidade de perguntar. O que nos reúne é uma pergunta inconstruível, sem limites, que tem na raiz o infinito e nele desemboca, sendo as culturas tentativas de formulá-la e perspectivar respostas. Aqui, assenta a convivência fraterna e digna da Humanidade, reconhecendo todos como humanos. Mas, como também lembrou Savater, inimigos maiores desta convivência são a pobreza e a ignorância. Rejeitamos os pobres, porque metem medo: nada nos dão e obrigam-nos a dar. A ignorância é outra fonte de susto: quando se não reconhece a semelhança, teme-se o diferente. Aí está, pois, a urgência da solidariedade, assente no reconhecimento da semelhança. Nesta solidariedade, justiça e caridade têm de abraçar-se. Sobre este abraço, Bertolt Brecht, o famoso escritor marxista, que lia a Bíblia, escreveu estes versos inultrapassáveis: "Contaram-me que em Nova Iorque,/na esquina da rua vinte e seis com a Broadway,/nos meses de Inverno, há um homem todas as noites/que, suplicando aos transeuntes,/procura um refúgio para os desamparados que ali se reúnem.//Não é assim que se muda o mundo,/as relações entre os seres humanos não se tornam melhores./Não é este o modo de encurtar a era da exploração./No entanto, alguns seres humanos têm cama por uma noite./Durante toda uma noite estão resguardados do vento/e a neve que lhes estava destinada cai na rua.//Não abandones o livro que to diz, Homem./Alguns seres humanos têm cama por uma noite, / durante toda uma noite estão resguardados do vento / e a neve que lhes estava destinada cai na rua. / Mas não é assim que se muda o mundo, / as relações entre os seres humanos não se tornam melhores. /Não é este o modo de encurtar a era da exploração." Anselmo Borges,
In DN

Eis-me de regresso

Ontem foi dia de folga no meu blogue. Descansar também é preciso. Não cultivando o ócio, mas olhando para outros assuntos. Deu tempo para ler, para um encontro sobre a história de uma instituição, para uma caminhada longa na Av. José Estêvão, para responder a e-mails de amigos, para ouvir música. Eis-me de regresso ao contacto com os meus leitores., nesta ânsia de estar no mundo da comunicação. Vida sem comunicação não faz sentido. Bom fim-de-semana para todos.
FM

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A propósito do prémio atribuído a Cristiano Ronaldo

"Há nestes prémios um frágil desequilíbrio (não é equívoco!) entre quem será melhor no seu desempenho. Será quem abre ou quem fecha, quem faz chegar a bola lá à frente ou quem evita que o adversário dê uma “abada”!? Imagine-se aquele futebolista que treina, carrega com o “piano”, ganha menos, faz brilhar os outros e ninguém olha para ele? São esses que fazem o passe, evitam que os outros sejam melhores. Depois, a máquina da propagando faz o resto."
Manuel Oliveira de Sousa

Música na Escola

Filarmonia das Beiras oferece
música a alunos do 1.º Ciclo
Nos dias 12, 13 e 15 de Fevereiro, a Filarmonia das Beiras vai oferecer às crianças do 1.º Ciclo do Município de Ílhavo o projecto Música na Escola, dando-lhes a oportunidade de vivenciarem e sentirem a experiência de assistir a um concerto de música clássica. Haverá marcação prévia das escolas e os concertos, dirigidos pelo maestro António Vassalo Lourenço, decorrem no Centro Cultural de Ílhavo.

VINDE VER

Mas onde mora Jesus?
:
É este o convite-apelo que Jesus dirige a André e a João que, cheios de inquietação e timidez, lhe haviam feito uma pergunta curiosa: “Mestre, onde moras”? A curiosidade estava alicerçada na confiança da palavra do seu mestre João Baptista e, sobretudo, na força encantadora do olhar de Jesus. A resposta não podia ser mais atraente e sedutora. Foram, viram e ficaram. Passaram a andar, a seguir e a conviver. Deste modo, se vão fazendo discípulos e apóstolos. Além de histórico, este episódio tem um alcance simbólico. Nele se condensa a vocação de cada pessoa. Deus chama-te. Pelo teu nome. Em momentos fugazes. Servindo-se de meios normais. Oferece-te a sua companhia. Quer comunicar-te o seu jeito de ser humano. Quer fazer contigo uma experiência feliz e confiar-te uma missão. A nossa vida está marcada por imensas chamadas. Todas ficam registadas como no telemóvel, mesmo as não atendidas, embora nem sempre identificadas. A nossa consciência nas suas zonas mais profundas vai fazendo o seu arquivo vivo que, de vez em quando, emite sons que dão origem a aspirações adiadas que aguardam a hora da realização. Também nós chamamos outros e, se somos correspondidos, quantas conversas e alegrias ocorrem, quanta satisfação alimenta a nossa auto-estima, quantas iniciativas de bem se promovem. Mas onde mora Jesus? – continua a perguntar a nossa vontade de obter respostas objectivas. E com razão, embora a vida humana ultrapasse imenso o objectivado, o materializado e o quantificado. Jesus encontra-se na consciência humana que tem valor em si mesma e se dignifica procurando a verdade, na igualdade fundamental a todos reconhecida por natureza e pelas culturas ou pelo direito, na libertação dos egoísmos que permitem ao ser humano desabrochar as suas capacidades de solidariedade generosa, na humanização da vida, na ecologia social, na erradicação da pobreza imposta, no sentido nobre da vida, na comunhão universal, na harmonia cósmica. Viver com Jesus é aprender a ser humano com horizontes rasgados de proximidade e de Infinito.
Georgino Rocha

Museu de Ílhavo na Rede Portuguesa de Museus

Museu Marítimo assume novas parcerias
O Museu Marítimo de Ílhavo concluiu, em Dezembro último, o processo de candidatura à Rede Portuguesa de Museus. A sua integração naquela Rede reforçará a cooperação com outros museus portugueses, nomeadamente através da partilha de projectos expositivos. O importante agora é sensibilizar as nossas gentes a visitá-lo com frequência, em especial quando houver, e há com frequência, novas exposições, com novos motivos de interesse.

LUTA DE AUTOCARROS OU HORA DA ACORDAR?

A militância ateia não termina, nem desarma. A nova modalidade, a do autocarro que prega e provoca, começa em Londres, já duplica em Barcelona e já é acontecimento em Madrid. A coisa, na sua expressão visível, reduz-se a pouco. Autocarros do serviço público rodam pelas ruas da cidade com grandes letreiros publicitários, que dizem assim: “Provavelmente Deus não existe. Deixa de te preocupar e goza a vida”. Como era de esperar, surgiu logo, na capital espanhola, a resposta ao desafio. Outra faixa publicitária responde à provocação ateia, dizendo: “Deus existe. Goza a vida em Cristo”. E, assim, se entra numa guerra em que, certamente, Deus não está interessado. A lógica é bem visível e traduz-se em poucas palavras. Se ateus e agnósticos assim professam e publicitam as suas convicções, porque não hão-de também os crentes mostrar a sua fé e serem dela militantes? Mundo laico, democrata e plural, na vida das pessoas dá direitos iguais, a menos que os crentes parem para ler o “sinal dos tempos”.Para os meios de comunicação social tudo isto é notícia que ajuda a vender e a aumentar audiências. Já estão dando sinais e, por um tempo, as coisas vão continuar. Até que o autocarro pare. A publicidade deixa de interessar, quando já não diz nada e não vende. Publicitários e consumidores apercebem-se desse momento. Há que saber esperar. Sabemos que onde há militância, há também criatividade. Passados meses, vai surgir nova provocação, que o tempo se encarregará de que se lhe pague igual tributo. Por isso mesmo, o mais importante não é rasgar vestes por razão do escândalo, nem fomentar campanhas portadoras de repulsa, nem disputar formas de melhor imaginação. De há muito se vem dizendo que os cristãos têm de aprender a viver, a estar de pé, a testemunhar convicções, num mundo que não é uniforme nem no pensar, nem no agir. O Vaticano II diz que “recusar Deus ou a religião ou não se preocupar com isso, não é, ao contrário de outros tempos, um facto excepcional ou individual… Em muitas regiões o ateísmo e o agnosticismo não se exprimem só ao nível filosófico, mas, também, em larga escala afectam a literatura, a arte, a concepção das ciências humanas e da história e as próprias leis civis”. Aparecem assim como “uma exigência do progresso científico e de um qualquer novo humanismo”. Quarenta anos depois é ainda assim, não obstante o abrir do coração de muitos que, então e depois, se diziam ateus e que hoje já não são. A Igreja e os cristãos, mais do que entrar em batalhas inúteis, usando armas e meios iguais quando vêem desrespeitadas as suas convicções por gente que pensa de outro modo e faz da sua “crença” uma militância pública, têm de perceber este fenómeno nas suas diversas expressões, ir ao fundo das razões que o provocam, saber discernir, serenamente, a mensagem que lhes chega, por parte do Deus em que acreditam. Deus não é uma prova da razão, é razão da fé. E a fé é um dom que dá razões para viver com liberdade e dignidade, dá sentido ao agir diário, provoca relações marcadas pelo amor e pelo respeito, fomenta um humanismo real em que o homem e mulher são pessoas integrais e nunca mutiladas. A fé leva o crente a aceitar o desafio de mostrar pela sua vida que Deus está vivo e que o contágio da fé se dá pelas boas obras, não por argumentos racionais, influências humanas ou gritos de vitória. A fé mostra que acreditar não é um absurdo, mas caminho de felicidade e de realização humana. A campanha contra Deus vem mostrar a necessidade de saber dizer Deus com a vida e sublinhar a necessidade da formação. A fé não é simples tradição. Os pais e os outros crentes são mediadores da transmissão da fé, não seu fundamento ou razão profunda. O que vem de Deus, conhecendo-se melhor a fonte de onde provém, tem força de convicção e de comunicação. Ao crente não apavoram as investidas do ateu. Há que enriquecer a razão de crer para viver liberto num mundo velho, que se nega à eterna novidade de Deus. Aos novos fautores da “morte de Deus”, a história não ensina nada?
António Marcelino

AULA DE SUBSTITUIÇÃO

Alguém falta! Uma substituição. Lá vai a malta, Alunos, animação! dar e receber em tudo há aprender... Sem imposição Uma partilha... Boa disposição Sem inibição Trabalho? Não! Improvisação! Temas tratados Uns...... complicados Induzem debate! Ça! Com quem os trate Amistosamente Ou/e sabiamente!

M.ª Donzília Almeida

Aula de substituição, 8ºC 6 de Janeiro de 2009

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Deputados querem reduzir sal no pão

"Deputados socialistas apresentaram na Assembleia da República [diz o Público] um projecto de lei que pretende reduzir o sal utilizado no pão e que as quantidades deste tempero usadas na confecção de alimentos pré-embalados estejam claramente visíveis nos rótulos. A proposta socialista pretende que "o teor máximo permitido para o conteúdo de sal no pão, após confeccionado", seja de 1,4 gramas por 100 gramas de pão (ou seja, 14 gramas de sal por quilo de pão)."
Não sei até que ponto é legítimo estabelecer regras rígidas como estas para serem aplicadas naquilo que comemos no dia-a-dia. Por este andar, qualquer dia não podemos fazer pão em nossas casas nem comer as couves do nosso quintal. Não seria melhor educar para uma alimentação sadia, sem proibições rígidas? Eu penso que sim... Mas se calhar os deputados é que sabem.

Cardeal-Patriarca não "discriminou" muçulmanos

Diálogo inter-religioso não será afectado
Ontem, na Figueira da Foz, falando na tertúlia «125 minutos com Fátima Campos Ferreira», D. José Policarpo deixou um conselho às jovens portuguesas quanto a eventuais relações amorosas com muçulmanos, afirmando: “Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam” – realça a LUSA. Ler mais aqui