quarta-feira, 9 de abril de 2008

Médicos de centros de saúde voltam a estar disponíveis para ir fazer consultas a casa
Domicílios foram desaparecendo porque médicos não são pagos pelo acto e têm que custear a deslocação. "População habituou-se a chamar a ambulância e ir para o hospital", diz Luís Pisco
Estar doente e ter um médico que vai a casa fazer a consulta tornou-se uma raridade nas últimas décadas. As excepções quase só são abertas para pessoas acamadas. A partir de Maio há médicos que vão passar a receber 30 euros por cada um destes actos. Mas os efeitos do novo modelo organizativo de centros de saúde (Unidades de Saúde Familiar - USF) neste tipo de consulta já se nota, revela um estudo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa).
In PÚBLICO online, na página 4

terça-feira, 8 de abril de 2008

PORTUGUESES NO MUNDO


“O Lago Azul”

Ler é um prazer. E quando as leituras incidem sobre livros bem escritos, em toda a linha, então o prazer sai redobrado. Mais ainda: quando se trata de bons romances históricos, na minha óptica, que não passo de um leitor comum, maior é o prazer de ler.
Depois destes condimentos, que à partida garantem um gosto enorme, “O Lago Azul”, de Fernando Campos, não podia deixar de me levar até ambientes de tempos que já lá vão, há muito, com guerras e interesses de toda a monta a traçarem destinos de nações e pessoas. Pessoas que na altura ditavam leis, quantas vezes bélicas, que envolviam, naturalmente, a arraia-miúda. E os portugueses, neste caso, derrotados cá por casa, por lá andavam, quais mercenários, servindo senhores ao sabor de quem melhor pagava.
O primogénito de D. António, Prior do Crato, casa na Holanda com uma princesa. Um católico casa com uma calvinista, por amor. Mas depois…
Depois, a filha mais velha, Maria Bélgia, que também casou por amor, ao sentir-se traída pelo marido, vinga-se. O fio do romance, entretecido na história da época, fica para quem gostar de ler.
Só mais uma consideração: Os romances são, reconhecidamente, os melhores retratos dos que construíram a história das nações e dos povos. Neste caso, os leitores ficam com uma ideia interessante e mais ou menos conhecida: os portugueses andaram mesmo por todo o mundo, ao sabor do vento que lhes convinha, é certo, mas também aderindo a jogos contraditórios, nem sempre compreensíveis.

FM

COSTA NOVA ANTIGA





Para os mais saudosos, mas também para os curiosos.
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Na Linha Da Utopia




E o lugar das grandes questões?

1. São as grandes perguntas que conduzem às grandes respostas. Frequentemente, em trabalhos com as mais novas gerações, deparamo-nos com um “sinal” destes tempos: muitas vezes estamos tão preocupados e preparados em dar as grandes “respostas”, todavia, a perguntas que nem sequer existem… Quantos caminhos de possíveis e urgentes reflexões a serem realizadas não partem do ponto de partida? Quantas oportunidades perdidas (ou pelo menos adiadas) em darmos passos adiante naquilo que é o reflectir para desenvolver mais e melhor a qualidade de humanismo, de valores, das relações, da própria democracia em pluralismo, e, em última (e primeira instância), do próprio sentido da vida?!
2. A par da resposta de que “não há tempo”, a onda vai mais no sentido das “coisas” que da ordem do pensar as grandes questões do nosso tempo. De quando em quando, isso sim, quando uns “safanões sociais” lideram as notícias, então aí apercebemo-nos de que temos de construir alicerces…mas logo tudo passa! Das coisas mais alarmantes quanto ao futuro, algo talvez nunca visto (até porque as “juventudes” são fenómeno recente na vida das sociedades), é um vazio “à deriva” em termos de ideias e práticas. É um facto preocupante que, para além de haver sempre uma elite solidária esforçada em causas (claro!), a “grande massa” recebe pouco dessa chama e vive uma indiferença aprendida também por gerações precedentes e pelos “fáceis” modelos sociais reinantes.
3. O próprio valor das palavras vai-se abrindo a novas dimensões, e mesmo aquilo que era o “entretenimento” há uma década, hoje, em determinados quadrantes de vidas, ocupa um lugar não periférico mas é centro da vida. Como que a “brincar”, as coisas vão mudando, e caminhando para a superficialidade do não se perguntar sobre os “grandes porquês”. Dizemo-lo sem pessimismos…como se o “antes” fosse sempre melhor; falamos com realismo preocupante no sentido de que parece que tardamos a compreender que os problemas deste século XXI não são tecnologias nem ciências, são sim “relacionamentos”. Ou será que só na tempestade dos “11 de Setembro” despertamos para além do visível?...
4. Enquanto não conseguirmos criar uma “ponte” que ilumine de referenciais estimulantes a “massa social” em torno das grandes questões (que são culturais e éticas), o tempo da vida fica aquém, ou vai-se mesmo distanciando, de um ideal de fraternidade; valor este proclamado no estado de direito há mais de dois séculos, mas só numa iluminação superior de há bem mais séculos é que se pode inspirar, compreender e viver. As grandes questões têm de existir, se não existem têm de se provocar. A fim da apatia anémica não triunfar. Afinal, é o desígnio de uma sociedade aberta, participativa e solidária, o decisivo teste às juventudes de hoje!

Alexandre Cruz

HOMENAGEM AO PADRE ANTÓNIO VIEIRA

Na Biblioteca Municipal de Aveiro, 17 de Abril




O Grupo Poético de Aveiro vai homenagear, no próximo dia 17 de Abril, quinta-feira, pelas 21.45 horas, na Biblioteca Municipal de Aveiro, o Padre António Vieira, com uma comunicação de Joaquim Correia.
Sublinha o Grupo Poético que se trata de uma homenagem a “um homem notável”, que foi, “para além de um orador sacro e fiel à sua condição de jesuíta”, um missionário e defensor dos fracos, “combatendo a sua exploração e escravização”. Ainda “lutou pela abolição da distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, entrando em conflito com a Inquisição”. Morre a 18 de Julho de 1697, com 89 anos, no Brasil.
O Grupo Poético de Aveiro lembra, no convite que dirige a toda a gente, que Fernando Pessoa o considerou o “Imperador da Língua Portuguesa”.
Entrada livre.

Museu Marítimo de Ílhavo mais rico


Uma colecção do Capitão Marques da Silva enriquece, desde sábado, o acervo do Museu Marítimo de Ílhavo e pode ser visitada até 27 de Abril. Não pude estar presente na sessão de abertura, como era meu desejo, por razões pessoais ligadas a uma outra actividade, marcada há muito tempo, mas nem por isso quero deixar de frisar a importância desta exposição, que hei-de ver por estes dias.
Há muito que aprecio o envolvimento do Capitão Marques da Silva em actividades culturais ligadas ao mar, de que é profundo conhecedor e grande divulgador, por várias formas. Por isso, esta colecção não pode deixar de ser apreciada por quantos, de algum modo, se identificam com os temas marítimos.
Diz Álvaro Garrido, director do Museu, que “As peças de sua [Capitão Marques da Silva] autoria que agora confiou ao Museu Marítimo de Ílhavo exprimem talentos diversos que acrescentam ao seu curriculum de mar as facetas de modelista exímio e de pesquisador metódico, sempre preocupado com o alcance pedagógico dos seus modelos, desenhos e estudos de carácter monográfico sobre embarcações tradicionais”. Por tudo isto, não deixe de passar pelo Museu de Ílhavo.
FM
Nota:Ilustração do "site" do Museu Marítimo de Ílhavo

Uma imagem de Portugal


Que Augusto Brázio é um fotógrafo fabuloso já o sabíamos. Diante da difícil prova que é fotografar um rosto ele sai quase sempre vencedor. E eu diria que é porque não o quer capturar. Mesmo próximos, os rostos mostrados por Brázio, mantêm a sua distância e reserva. Olham para nós, mas a partir do que lhes é próprio. Por isso, nunca são planos, nem banais. Porém, mesmo sabendo isso, a fotografia com que ele acaba de ganhar o prémio fotojornalismo de 2008, tirou-me, por momentos, a respiração. Sem perceber como, os olhos já estavam embaciados, e o tempo corria sem que eu tivesse coragem de passar à notícia seguinte.
A legenda da imagem diz: «O INEM presta assistência a uma mulher de 19 anos cujo terceiro filho acaba de nascer em casa. Lisboa, Fevereiro de 2007». «A mulher de 19 anos» é uma rapariga de um dos bairros pobres da capital, estendida numa maca de ambulância, a cabeça reclinada ao lado direito, presa a uma máscara de oxigénio, enquanto abraça com delicada firmeza o seu recém-nascido. Ela tem uma camisola ou um roupão rosa e o filho está (como o Outro Filho, de que reza a história) «envolto em panos», de cor azul.
Quem já contemplou uma «Madona con il Bambino», de Rafael, Boticelli ou de qualquer um dos grandes mestres já viu tudo o que aqui tem diante dos olhos. O mesmo grito impávido, um inenarrável desamparo, o mesmo abraço fragilíssimo e poderoso àquele que gerou. E a certeza de que nenhuma história é mais humana e mais sagrada do que esta. Mas, nem por isso, perante esta fotografia nos deixa de sobrevir uma vontade de chorar.
Portugal é um país estranho. As estatísticas dizem que o número de pobres não deixa de crescer, e o desnível económico entre os grupos sociais é um dos mais altos entre os países da Comunidade. As notícias sobre compensações e reformas milionárias chocam-nos cada vez mais remotamente. A euforia de um liberalismo arcaico, travestido de modernidade, aparece como receituário. E a inconsciência social ganha espaço como se fosse uma fatalidade. A imagem de Augusto Brázio vale por milhares de palavras.

José Tolentino Mendonça

BENTO XVI: Três anos de pontificado


Um balanço de Guilherme d'Oliveira Martins

Suceder a João Paulo II seria sempre uma tarefa muito difícil. Está bem presente nas nossas retinas o exemplo do Pontífice peregrino, interveniente e activo (mesmo na doença), sobretudo preocupado com as tarefas pastorais. Não poderemos, porém, fazer uma apreciação das realizações actual Papa com base numa comparação – quer pela longa duração do anterior pontificado, quer pela diferenciação de prioridades de duas personalidades tão diferentes. Também não deveremos centrar-nos no confronto entre expectativas e concretizações, uma vez que há uma claríssima distinção entre as funções anteriores do Cardeal Ratzinger, na Congregação para a Doutrina da Fé, e o magistério do Sumo Pontífice.
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JOÃO PAULO II: NA MORTE UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA

A 8 de Abril de 2005, dia em que se celebraram as solenes exéquias do João Paulo II, Roma tornou-se, por algumas horas, a capital espiritual de todo o mundo.
O balanço possível do seu pontificado ainda está por fazer e só o tempo, com a sua sabedoria e paciência, se encarregará de dar respostas para as tantas perguntas que se fazem sobre esta figura ímpar da história da Igreja e do mundo.
Muita gente, ainda hoje, continua a interrogar-se sobre o que é que aquele homem tinha para ser admirado, respeitado e atentamente escutado por tantos milhões de pessoas, independentemente das suas religiões, das suas opções políticas, da cor da sua pele, de ser jovem ou idoso, rico ou pobre.
Nunca, como no seu funeral, tantos Chefes de Estado, de Governo, Reis, Príncipes e líderes Religiosos se juntaram, num mesmo lugar, para prestarem homenagem a uma só pessoa.
E que dizer do povo anónimo que, de todas as partes do mundo, literalmente, invadiu a cidade de Roma, como nunca ninguém tinha presenciado até aí?
Porquê tudo isto? Qual o sentido deste tipo de comportamentos? O é que é que eles podem acrescentar à vida futura do homem? Afinal, será que podemos aprender alguma coisa com o que foi a vida e a morte de João Paulo II?
O filósofo e historiador inglês Christopher Dawson (1889-1970) tem uma afirmação que diz: “Para mudar o mundo, ao cristão, basta sê-lo”, não me parecendo abusivo dizer que, por o ser, João Paulo II era um dos grandes protagonistas pelas transformações que se estavam a passar no mundo.
Ultraconservador para uns, sobretudo em questões de moral e costumes, ou demasiado progressista, para outros, pela maneira exagerada como incentivou o diálogo ecuménico ou o diálogo inter-religioso, João Paulo II não foi um homem que procurasse a falsa unanimidade, sempre estéril e perigosa. Procurava, isso sim, construir pontes e derrubar barreiras, para que, deste modo, os homens bons se aproximassem uns dos outros e, nas suas legítimas diferenças, pudessem encontrar aquilo que os unia, o amor, a paz e o bem de toda a Humanidade.
Entrou em sinagogas, vergou-se no Muro das Lamentações, rezou com budistas, muçulmanos, chefes índios e africanos, como se sentisse a obrigação de ser o primeiro a dar testemunho daquilo em que acreditava. Não excluía ninguém. Todos não eram demais!
Dalai Lama percebeu muito bem o que movia aquele Papa e disse que o louvava pela vontade de “ajudar a Humanidade através da espiritualidade.”
Nessa manhã, do dia 8 de Abril de 2005, naquela urna de cipreste, estava um homem que tinha feito do seu poder espiritual a sua grande força, a tal força que os chamados poderosos e líderes políticos mundiais não têm para oferecer.
Do dia 2 ao dia 8 de Abril de 2005, em Roma e por todo o mundo, os milhões e milhões de pessoas do povo anónimo, que sofre e é esmagado nos seus direitos fundamentais, estiveram, sempre, enviando mensagens claras aos chamados senhores do mundo e que eu me atreveria a interpretar assim: Aquilo que mais precisamos vocês não nos podem dar. Contudo, este homem devolveu-nos a esperança de que é possível reaver este valor essencial: o valor da dimensão espiritual do homem, através da qual se busca a verdade e a justiça para todos. Isto não se compra com o vosso dinheiro e poder e não se disfarça com o consumismo que teimam em oferecerem-nos.
Tal há três anos, esta mensagem de esperança tem que continuar a fazer-se ouvir no mundo, para que este nunca esqueça que existem homens bons – ontem, hoje e sempre!
Vítor Amorim

segunda-feira, 7 de abril de 2008

ISCRA: Marketing para evangelizar melhor

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De 2 de Maio a 10 de Junho, às sextas-feiras, vai ter lugar, no ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro), um curso sobre Marketing, numa perspectiva de evan-gelização e do progresso da missão da Igreja Católica.
Para mais informações, contactar o ISCRA.

Na Linha Da Utopia

As escolas são o que somos?

1. Não há redomas de vidro. O que somos no “sentir” revela-se na vida em sociedade. O que somos em casa acaba por se manifestar na estrada, nos jardins, na escola. Por vezes, nas alturas em que determinados “casos” saltam para a luz do dia, muitas reflexões centram-se mais na preocupação da atribuição de uma “culpa” para outrem do que da co-responsabilidade social de todos nos problemas comuns. Estabelecem-se, fragmentadamente, compartimentos estanques; dividem-se áreas até ao limite; tecnicizam-se as relações humanas (ou a sua desordenança violenta) no detectar das causas dos factos perturbadores. Nesse caminho de procura de respostas aos “porquês”, muitas vezes, não há tempo ou não se dá a justa importância ao essencial da “humanidade” das pessoas. Prefere-se a técnica. Mas sem o alicerce humano a construção vai-se “utilitarizando” na superfície...
2. O que de inquietante “perturba” (ou melhor interpela e desafia) a escola contemporânea brota da comunidade social. A escola, “simplesmente”, é tempo e lugar de lançar a semente, na expectativa de que o terreno queira dar frutos. A escola vive no “meio”, entre (pelo menos) dois meios: quer queira quer não, sente as complexidades do e no “meio” social em que está inserida, e, simultaneamente, está na fronteira de todas as expectativas (hoje maiores que nunca), vive no “meio” da (trans)formação das gerações... Quando alguém entra na escola, leve a sociedade em que vive, mas, com os conhecimentos adquiridos, recebe a nobre responsabilidade de aperfeiçoar a mesma comunidade social. Talvez este seja mais um esquema pré-formatado que a nova complexidade socioeducativa rapidamente desmonta e desinstala...
3. Há muito a aprender de tudo aquilo que na sociedade vai conseguindo motivar as mais novas gerações. É imperioso tirar partido do que pode estabelecer ponte comunicativa e viver esse caminho da aprendizagem permanente. Como fazê-lo? No tempo das mobilidades…cristalizar, parar, será “morrer”, desligar, desconectar. Fronteiras novas e sensíveis, que não podem perder o contacto do essencial, o humano de cada um de nós. Se uma transversalidade inédita de factores entram pela escola dentro surpreendendo-a (por vezes desordenadamente), o eixo de todas as (possíveis) soluções só lhe pode corresponder na expectativa de sua ordem reconfigurada. Não “incluir” será desligar a “ficha” que ofereceria as situadas novas possibilidades. É certo que este é já um caminho de longos séculos, mas que “em” globalização recebe desafios na sua directa proporcionalidade.
4. A escola parece não estar preparada para os “mundos e fundos” que se lhe pedem. Talvez seja reflexo d’“o que somos”. A escola, como a vida, merece que lhe seja dado mais “tempo humano”… formação, mas com sensibilidade. Que o diga António Damásio ao recolocar no “mapa” o “sentimento de si”, do que somos de mais profundo. É esse o “lugar” invisível e supra-técnico privilegiado a moldar pessoal e socialmente. Mas nunca tantos instrumentos existiram em “mãos educandas”. Pormenores decisivos…

Alexandre Cruz



BICENTENÁRIO DA ABERTURA DA BARRA DE AVEIRO - 6

Exposição na antiga Capitania, até 3 de Maio
Muro de retenção marginal, 1934

LOUREIRO, Adolfo, 1836-1911



“A Barra e os Portos da Ria de Aveiro 1808 – 1932,
no Arquivo Histórico da Administração do Porto de Aveiro”

Está patente ao público, na antiga capitania, em Aveiro, até 3 de Maio, uma exposição de cartografia, intitulada “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro 1808 – 1932, no Arquivo Histórico da Administração do Porto de Aveiro”.
A historiadora Inês Amorim é a comissária da exposição, a par com o Prof. Doutor João Garcia. Os dois especialistas foram os responsáveis científicos pela equipa que, durante mais de um ano, inventariou parte do espólio do arquivo do Porto de Aveiro, tratando-se a APA da única administração portuária a proceder a este tipo de trabalho.
A propósito desta exposição, o presidente do Conselho de Administração da APA, José Luís Cacho, lembra, no catálogo da exposição, que “O património histórico-documental do Porto de Aveiro deixa, a partir de agora, a clausura que o agrilhoava em inútil penumbra, fomentando-se o seu usufruto público”. E acrescenta que, em breve, “com a webização do nosso Arquivo Histórico-Documental (…), os residentes na sala-mundo poderão desfolhar catálogo com vários milhares de páginas”. Todos ficamos à espera.

FM

NOTA: Ilustrações do catálogo da exposição



Imagens da Costa Nova

Uns dias de temperaturas agradáveis fizeram-nos lembrar logo as praias. O concelho de Ílhavo tem duas - Barra e Costa Nova - que são um desafio à descontracção e à busca de ares puros. Ontem, não faltou quem se sentisse em pleno Verão, fugindo para as praias. E até houve quem mergulhasse nas águas, decerto ainda frias, como desafio à coragem e ao gosto pelos prazeres próprios da época estival.

Semana de Oração pelas Vocações

À direita, jovem em terra de missão


OS QUE TUDO DEIXARAM PARA SE DAREM AOS OUTROS

Está a decorrer, até ao próximo domingo, dia 13, a Semana de Oração pelas Vocações. Nesse dia, no encerramento da Semana, teremos a Jornada Mundial da Oração pelas Vocações. Normalmente, associamos à palavra vocações as vocações de consagração religiosa. Mas há outras vocações que também merecem que por elas se reze, o que certamente fazemos no dia-a-dia ou em dias assinalados. Quem há por aí quem não reze, por exemplo, pela sua Mãe, que tão amorosamente viveu a sua vocação maternal?
Voltando então às vocações de consagração, aquelas que são, no fundo, as vocações de entrega total à Igreja e ao mundo, em nome da Boa Nova de Jesus Cristo, ocorre-me dizer que nem sempre olhamos para os consagrados, que se cruzam connosco nos caminhos da vida, com a atenção e o carinho que eles merecem. Já repararam, os meus amigos, que esses homens e mulheres, mais jovens ou menos jovens, tudo deixaram para se darem aos outros?
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Propostas de leitura para esta Semana de Oração pelas Vocações:
Mensagem do Papa Bento XVI
Mensagem de D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro e Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios

domingo, 6 de abril de 2008

Isabel Alçada no CUFC

Isabel Alçada, Coordenadora do Plano Nacional de Leitura, vai estar no CUFC, amanhã, segunda-feira, pelas 21 horas, para falar sobre "O que lemos e como ler +?" Esta é mais uma iniciativa do Fórum::UniverSal, aberta a todos quantos se interessam pelos livros e pela leitura: Mais: a todos os que desejam levar à prática, juntos das crianças e jovens, sobretudo, o gosto pela leitura, fonte de inúmeros saberes. Entrada livre.

Na Linha Da Utopia


O FCP é campeão
1. O Porto é campeão. Ponto final. Quase não é notícia, de tal forma que o panorama futebolístico está habituado ao triunfo dragão. O que nos últimos dias acabou por ser notícia foi, precisamente, o incómodo manifestado pelo treinador azul de se considerar a vitória do porto tão natural que nem merecia destaques de imprensa. É o que faz ganhar o campeonato tão cedo! Mas eis que o sábio presidente Jorge Nuno, entretanto, soube colocar no mapa destes dias mais um triunfo azul e branco. “Ferido” pelo apito dourado, responde com todas as letras num rasgado populismo que a caravana portista aplaude com louvado entusiasmo ao seu deus; e quanto mais ele dirige a ofensa aos “vermes” do sul, mais o entusiasmo das palmas manifesta o domínio do povo pelo senhor feudal…brilhante na gestão das emoções públicas!
2. O Porto é campeão, ou “campeoem”, à moda do Porto. Talvez mais por demérito da concorrência, mas também por mérito da organização da casa. Aplica-se o ditado que “a desgraça de uns é a sorte dos outros”. Diz-se que Pinto da Costa sabe mais a dormir que os outros todos acordados. E no meio de seus discursos inflamados também será de salientar as verdades denunciadoras do excessivo centralismo de tudo na capital em que “o país é Lisboa”. Independentemente de tudo o resto, e de um “cerrar fileiras” ou “mobilizar as hostes”, como se fosse preciso haver sempre um “inimigo”, os frutos da boa gestão estão aí. O Porto soma e segue, é campeão e já prepara as próximas épocas. Coisa bem diferente para os outros, que agora vão-se entretendo com o campeonato dos segundos.
3. O Porto é (já) campeão. Pena. Não só porque o título deve ir mudando de mão, e este ano “atribuiríamos” o título ao grande Rui Costa glorioso! Ser campeão tanto tempo antes do tempo apaga o resto da pouca energia do campeonato português. Os pontos de vantagem portista mostra bem a distância da disciplina, do rigor, do trabalho, da gestão. Se os clubes também são espelho das suas regiões, então no “norte” vive-se outro ritmo. Não é novidade que as “capitais” sempre foram mais calmas, pois a boleia da “sombra” sempre parecera garantida… As vitórias da vida, como do futebol, são dos que fazem por isso, não dos que passeiam a camisola. O FCP ganhou e com justiça, porque dentro do campo trabalhou mais; não precisa de criar ou puxar o cordelinho de que todos são “inimigos” para ganhar “contra tudo e contra todos!”. Já um disco riscado!
4. Com tal intensidade de fogo ateado pelos líderes, depois admiramo-nos das ondas de violência…! Outra coisa, ainda, é o “apito dourado”… Embora nestas lides é pena que tudo faça parte de um mesmo jogo que já há muito deveria estar limpo! Continua difícil ver esta luz ao fundo do túnel…

UM NINHO


SEGREDO

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...


Miguel Torga
NOTA: Foto enviada pelo meu colaborador e amigo, Manuel Olívio, um gafanhão radicado no Porto

Voluntariado: Banco Alimentar Contra a Fome

Nos dias 3 e 4 de Maio, o Banco Alimentar Contra a Fome vai proceder a mais um peditório, junto das superfícies comerciais. O Banco de Aveiro, como é lógico, também vai estar envolvido nessa operação de recolha de produtos alimentares, fundamentais para distribuir, através de outras instituições locais, por todos os que têm necessidade. Já diversas vezes aqui disse que em Portugal há gente que passa fome, ao contrário do que muitos supõem. Por isso, por princípio humanitário e cristão, mas ainda por dever de solidariedade fraterna que deve envolver todos os homens e mulheres de boa vontade, membros de uma sociedade que se deseja mais justa, todos temos de colaborar. Uns dando o seu contributo em géneros ou dinheiro, outros dando o seu tempo, oferecendo-se como voluntários. Os que puderem podem inscrever-se para nos dias 3 e 4 haver pessoas que possam levar a cabo tão importante tarefa.
As inscrições podem ser feitas no próprio Banco Alimentar, no CUFC e noutras instituições de solidariedade social que costumam cooperar.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 72


OS PÁTIOS E O RECREIO

Caríssima/o:


Como ainda não entrámos na sala de aula, aproveitamos para acompanhar os alunos no recreio.
Quem não se recorda do recreio? Esse tempo de brincadeira em que a pequenada aproveitava para os seus jogos, corridas e, por vezes, para trincar uma côdea de boroa esquecida no bolso das calças...
Mas onde era o pátio?
Das três Escolas por onde passou, o Olívio brincava em plena rua. Vá lá, na do Ti Bola havia um portão que dava “abrigo” no tempo da chuva. Na da Ti Zefa, até à década de 60 do século passado, as partidas de futebol tinham por palco a estrada muito frequentada que levava o trânsito para o Forte, o Farol, a Barra e a Costa Nova. Não consta que tenha havido acidentes, mas que era uma temeridade...! Bem, adiante...

Além dos jogos tradicionais (o pião, o botão, o berlinde, o eixo, a bilharda, a barra...), estava muito em voga o “hóquei patins”, com tacos de talo de couve e bolas especiais de madeira ou de pedra... [Ouviam-se os relatos no rádio... Portugal era campeão do Mundo... Então fazia-se o nosso “campeonato do mundo”, em plena estrada, à frente da porta da Escola.]

Para os mais novos fica a informação (já tantas vezes ouvida e repetida... mas era mesmo verdade, podeis crer!...) de que nas futeboladas a bola era feita de meias rotas cheias de trapos ou com as bexigas dos porcos sacrificados para nosso sustento. Rara a bola de borracha e a de couro só nos sorteios dos cartões!

E quem não se lembra das corridas com “motas”, arcos e rodas de bicicleta, ou mesmo “a pé”?! Aquilo era um ver se te avias!

Uma última imagem a que associamos praticamente todos os sentidos; imagine-se só: a figueira do outro lado da estrada! Ali mesmo, oferecendo os seus figos apenas inchados na altura dos exames, qual merenda reforçada, mas que exigia altos juros: os lábios rachados! Mas era um regalo, “palácio encantado”, lugar de refúgio... Enfim, dizei vós o resto que eu estou agachado e não posso falar para não me descobrirem!


Manuel

AINDA HÁ CONDIÇÕES PARA SER ADOLESCENTE?



Escrever e falar sobre a adolescência tem-se tornado, felizmente, um hábito entre os portugueses. É verdade que nem sempre foi assim, mas, de há anos a esta parte, este tema começou a generalizar-se – direi mesmo a democratizar-se – já que a adolescência vai, está ou já fez parte da vida de qualquer pessoa.
Sendo a adolescência uma fase da vida de cada ser humano, enquanto pessoa, devemos ter o direito e o dever de estar atentos a tudo o que a envolve e diz respeito. Fomos ou estamos “condenados”, na altura própria, a passar e a viver por esta fase da vida, e daqui ninguém pode ou deve crer que pode fugir.
Em regra, diz-se que a adolescência é uma fase difícil da vida e que os adolescentes se sentem confusos, inseguros, pouco dados a obedecer à sua família ou outros educadores, colocando tudo em causa, infringindo as regras estabelecidas, podendo-se a estes juntar uma série de outros exemplos, quase sempre em tom de condenação e de raros elogios.
Mesmo que tudo o que aqui foi dito fosse verdade – e acreditem que já não é pouco – há um ponto prévio que nada nem ninguém devem esquecer jamais: o adolescente é uma PESSOA e não pode ser deixado só, nem sequer ignorado pela sociedade que o rodeia.
O facto de se ser capaz de ver o adolescente como uma PESSOA é meio caminho andado para que ele possa sentir-se respeitado na sua dignidade por todos aqueles que o podem e devem ajudar: a família, os adultos, os amigos e a sociedade, em geral.
Um adolescente não se pode sentir só onde vive, estuda ou convive. É grave e perigoso se tal suceder.
Múltiplas são as acções que podem determinar um “bom” ou um “mau” adolescente: as pessoais, as de grupo, a(s) do(as) amigo(as) mais próximo(as), as interacções familiares, a estruturação da sociedade em que vive, a forma de organização da escola que frequenta, o modo como gere os seus tempos livres, só para falar nas mais imediatas.
Indo para a vertente familiar do adolescente, deixo, desde já, uma simples pergunta: Teremos já reflectido o suficiente sobre a forma como os contextos familiares moldam as suas posteriores características?
Note-se bem: disse “posteriores características” e não só características.
Não fiz esta distinção por acaso, na medida em que não se é adolescente – ou se deixa ser – como quem liga ou desliga um botão de um qualquer electrodoméstico.
Bem sei que existem vários conceitos e teorias para analisar esta mesma realidade e disso temos nós visto ou lido exemplos suficientes nos órgãos da Comunicação Social, designadamente através de alguns debates televisivos, onde eminentes especialistas nas mais doutas matérias destas áreas não se entendem sobre como se devem resolver ou solucionar, na vida concreta de um adolescente, os seus possíveis problemas.
Veja-se o caso da criança de Torres Novas que, por mais que se fale e argumente, os consensos estão longe de serem atingidos pelos adultos, e, esta criança, que, daqui a alguns anos, há-de vir a ser adolescente, está perante acontecimentos que, até podendo-os entender, no todo ou em parte, não os pode controlar, ainda que os mesmos possam vir a ter repercussões – positivas ou negativas, não interessam, para aqui – nas suas posteriores características de adolescente.
Como é natural, a Igreja não é indiferente a estes assuntos, nomeadamente na vertente catequética, onde os catequistas, como transmissores da fé, devem estar profundamente sensibilizados, preparados e amadurecidos, na fé e na vida, para lidar com eles, em nome de um crescimento, adulto, na fé, e da fé, mais proveitoso, sereno e gratificante para toda a Comunidade cristã e a sociedade, em geral

Vítor Amorim

sábado, 5 de abril de 2008

BICENTENÁRIO DA ABERTURA DA BARRA DE AVEIRO - 5


Painel Cerâmico de Zé Augusto enriquece Meia-Laranja

Um painel cerâmico, da autoria do artista aveirense Zé Augusto, enriqueceu as celebrações do Bicentenário da Abertura da Barra. Sinal de bom gosto, é verdade, mas também de valorização do nosso património cultural. A arte, quando exposta aos olhos de quem passa, projecta sempre um valor acrescentado. O molhe da Meia-Laranja, como é conhecido o molhe Central, não passa agora despercebido a quem vai dar uma olhada ao mar. O trabalho de Zé Augusto, que traduz uma sensibilidade muito grande e que é bem conhecida, ali ficará a assinalar, de forma indelével, as comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra.
NOTA: Foto oferecida pelo Portal do Porto de Aveiro

ANTIGOS ALUNOS DA EICA EM CONFRATERNIZAÇÃO

Conversas à mesa

Luís Quaresma apresenta o livro

Dinis Vizinho trabalha com a sua digital

Recordar é viver...

Hoje foi dia de confraternização. Antigos alunos da EICA (Escola Industrial e Comercial de Aveiro) reuniram-se num almoço-convívio para recordar tempos de juventude vividos em comum, nos bancos da escola, nos recreios, em passeatas pela cidade, no parque, em jogos de futebol e outros, em matraquilhadas no Guilherme. Mas também em encontros de estudo, de conversas sem fim, de namoricos, de brincadeiras e de irreverências próprias da idade e de jovens sem complexos, e penso que sem problemas de maior. Se os havia, e decerto houve, eram murmurados entre amigos mais íntimos.
De ano para ano, vamos sentindo que a vida, seguindo a caminhada inevitável da finitude, nos marca com a ausência de quem apenas pode estar presente na nossa memória. Por isso, foi tocante para todos a recordação dos que partiram, ouvida num minuto de silêncio comovente. No último ano, deixaram, hoje, as cadeiras vazias o Elmano Piedade e o José Carlos Madail.
Cabelos brancos e carecas luzidias, peles enrugadas e barrigas proeminentes, de tudo houve no convívio deste sábado. Mas o que sobressaiu foi, sem dúvida, o prazer do encontro, a alegria do abraço, a gargalhada da história recordada, a certeza de que a amizade, entre gente sã e amiga, é valor a cultivar e a enriquecer, em jeito de quem gosta de atirar à terra as sementes do bem e da fraternidade.
Que importa, nestes casos, a comida, se o fundamental é rever os amigos, cujas fisionomias, apenas, em alguns casos, permanecem na nossa memória, obrigando-nos a perguntar, ciciando, ao vizinho do lado: Quem é aquele do bigode branco? E o da camisola verde? E o que vem no carro preto? E o de óculos escuros? E o de…
Este ano, o Luís Quaresma aventurou-se a publicar um livro – Memórias da EICA e não só… – com notas sobre colegas e de colegas que foi possível contactar. Um esforço que todos compreenderam e aplaudiram. E que vale a pena repetir, para se não perderem outras vivências de tempos que já lá vão, mas que urge tornar presentes. Diz o Luís, no texto de abertura: “Pena que nem todos tenham colaborado, porque eu sei que há montes de cenas engraçadas, prontas a saírem das vossas cabeças, mas por vergonha ou por preguiça, nunca as passaram ao papel. E é pena, porque os nossos filhos e netos, e até alguns amigos mais íntimos a quem fosse dado ler essas cenas, iriam sorrir e compreender a vida de estudantes dos anos 50 do século passado, tempo em que não havia televisões, nem Play Stations ou telemóveis, muito menos automóveis. Alguns felizardos (muito poucos, diga-se de passagem) lá conseguiam ter uma bicicleta.”

Deste meu recanto, onde cultivo gratas e infindáveis memórias, abraço todos os colegas que ao longo da vida comigo se cruzaram e tanto me contagiaram com amizades que não se perdem no tempo.

Fernando Martins



BICENTENÁRIO DA ABERTURA DA BARRA DE AVEIRO - 4

Mário Lino, Ana Paula Vitorino, Ribau Esteves e José Luís Cacho


Na sessão solene comemorativa do Bicentenário da Abertura da Barra, 3 de Abril, reservada a autoridades civis, políticas e religiosas, mais convidados, que teve lugar à sombra do Farol e com mar e barra à vista, o ministro Mário Lino referiu que a Barra de Aveiro é o “espelho do dinamismo regional”. E tendo em conta a sua importância, no contexto regional e nacional, garantiu o “lançamento das obras imprescindíveis para a melhoria das acessibilidades marítimas e essenciais para o aumento da competitividade do porto de Aveiro".
Adiantou que “cerca de um milhão de metros cúbicos de areias, resultante das dragagens, será empregue no reforço do cordão dunar, a Sul, nas praias da Costa Nova e da Vagueira", tendo realçado os investimentos de que o Porto de Aveiro está a ser alvo, nomeadamente a construção de novos terminais, a via de cintura portuária e a ligação ferroviária, "que estava bloqueada há mais de 20 anos".
Por sua vez, Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, em cujo território se situa a área portuária, nas suas mais variadas vertentes, “cantou” um hino à vida com qualidade, que todos almejamos, sem esquecer quantos, ao longo do tempo, deram corpo à abertura da barra e a tornaram um pólo de desenvolvimento local, regional e nacional.
Lembrou, entretanto, que o Porto de Aveiro é o mais completo do País, pois oferece todas as variantes, desde a pesca artesanal e costeira até à longínqua, passando pelos portos comercial e industrial.
Ribau Esteves aproveitou a oportunidade para salientar a importância da Marina da Barra, “que precisa de ser desencalhada”, recado que deixou ao Ministro. Considera esse empreendimento uma mais-valia que a todos beneficiará, enquanto frisou, como fundamental para o progresso da região, uma gestão integrada da Ria de Aveiro.
José Luís Cacho, presidente do Conselho de Administração da APA, enalteceu o trabalho dos funcionários e demais colaboradores do Porto de Aveiro, frisando que todos nos sentimos felizes por continuarmos a ter, no seio da sociedade civil aveirense, “novos Luís Gomes de Carvalho”. São eles, acrescentou, “todos os empresários que, a seu modo, com o seu saber, o seu arrojo e a sua vontade de vencer, vão abrindo novas barras, dragando vontades empreendedoras até cotas arrojadas, rebocando os navios-almirantes da burocracia até aos cais da eficácia”.

FM

A NOSSA GENTE: SARA REIS DA SILVA

Sara Reis da Silva


Neste mês de Abril, em que se assinala o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor e em que a Câmara Municipal de Ílhavo irá proceder à entrega dos prémios do Concurso Literário Jovem 2008, dedicamos a rubrica da “Nossa Gente” a uma jovem professora e escritora da nossa Terra: Sara Reis da Silva.
Nascida em 1972, na Gafanha da Nazaré, Sara Silva cedo demonstrou especial gosto pelos livros, dedicando grande parte do seu tempo à leitura e à escrita por considerar que “é no convívio continuado com os livros que podemos ser mais abertos ao outro e mais sensíveis ao belo”.
Licenciada em Ensino de Português e Inglês (1995) e Mestre em Estudos Portugueses (1999), pela Universidade de Aveiro, Sara Silva é assistente na Universidade do Minho (Instituto de Estudos da Criança), desenvolvendo a sua docência e a sua investigação na área da literatura infantil e juvenil. É membro da APPLIJ (Associação Portuguesa de Promoção do Livro Infantil e Juvenil – Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) – e da ELOS – Associação Galego Portuguesa de Investigação em Literatura Infantil e Juvenil. É investigadora do projecto “Literatura Infantil e Educação para a Literacia” do Centro de Investigação em Literacia e Bem-Estar da Criança (LIBEC – Universidade do Minho) e da Rede Temática Ibérica de Investigação em Literatura Infantil e Juvenil (LIJMI) (Universidade de Santiago de Compostela).
Sara Silva tem dinamizado várias acções de formação, bem como apresentado comunicações e conferências em encontros científicos nacionais e internacionais, assinando igualmente a rubrica literária do jornal O Ilhavense e interpretando literatura portuguesa na Rádio Terra Nova. É colaboradora do suplemento “Das Artes e das Letras” do jornal “O Primeiro de Janeiro”, nomeadamente da secção “O Sonho no Armário”.
Autora dos livros “Dez Réis de Gente… e de Livros: Notas sobre Literatura Infantil” (2005) e “A Identidade Ibérica em Miguel Torga” (2002), Sara Silva colabora na Revista “Malasartes – Cadernos de Literatura para a Infância e Juventude” e é membro do projecto Gulbenkian/Casa da Leitura, estando actualmente a preparar a sua dissertação de doutoramento acerca da Literatura Portuguesa para a Infância, designadamente da obra de Manuel António Pina.
A Câmara Municipal de Ílhavo tem contado com a preciosa colaboração de Sara Silva como membro do júri do Concurso Literário Jovem desde o seu início, realizando, no dia 23 de Abril do corrente ano, a entrega dos prémios da sua 7ª edição.
Fonte: Agenda "Viver em...", da CMI
NOTA: Permitam-me os meus leitores que aproveite esta oportunidade para sublinhar a admiração que tenho pela Sara Reis da Silva, a Sarinha que conheço desde sempre. A Sarinha é um exemplo para tantos jovens e até para adultos que vivem para futilidades e para projectos sem sentido. Desde tenra idade que olhou para os livros como peças fundamentais da sua formação, elevando-os aos lugares cimeiros da investigação e da divulgação. Não é por acaso, pois, que está a preparar-se para o doutoramento em Literatura Portuguesa para a Infância, dela se esperando que dinamize, de forma entusiasta, acções concretas que levem os nossos jovens e crianças a alimentar o gosto pelos livros e pela leitura. Os meus parabéns para a Sarinha, pela distinção merecida que a CMI lhe atribuiu.
FM