quinta-feira, 12 de maio de 2005

Santa Joana vista por D. João Evangelista

Cidade e Diocese de Aveiro
recordam padroeira

 

Hoje lanço um desafio aos amigos de Santa Joana, padroeira da Cidade e Diocese de Aveiro, no sentido de descobrirem quem escreveu sobre a sua vida e santidade e o que disseram. Seria interessante saber-se mais sobre a nossa padroeira, para que os vindouros continuem a honrá-la, a 12 de Maio, e não só, dia da sua partida para o Pai. Como estímulo, socorro-me do livro "Aveiro, suas gentes, terras e costumes", que mais não é do que uma selecção de textos de D. João Evangelista de Lima Vidal, organizada pelo Padre João Gonçalves Gaspar e publicada em 1967, com edição da Junta Distrital de Aveiro. 

Diz, D. João, ao referir-se à lição da Princesa Joana: 

"Não há dúvida de que S. Francisco de Assis teria alma para renunciar, não apenas a um lugar de mercador ou de caixeiro na casa paterna, mas a uma realeza, a uma coroa, a um ceptro, a todas as grandezas e vaidades do mundo; objectivamente, não fez um sacrifício tão grande como Santa Joana que, por amor de Deus e para poder dizer ao mundo que não, renunciou a um trono e, em vez de ser uma rainha, foi uma serva! 
Todos os escritores de Santa Joana são unânimes em dizer que a escolha de Aveiro não teve outro propósito senão recolher-se a prófuga dos Paços Reais de Lisboa ao mosteiro mais pobre que se conhecia por esse tempo na Pátria. 
O seu túmulo é grandioso, é certo; mas lá dentro, daquelas cinzas humilhadas pela pobreza voluntária, pela penitência, pelos sacrifícios, sai cá para fora, através de todos aqueles mármores, de todos aqueles mosaicos, de todo aquele esplendor tumular, o grito desconcertante da alma da Santa: - Não! O nosso mandato no mundo é fazermo-nos semelhantes a Cristo; não a Cristo com arminhos ao ombro, não a Cristo sentado em leito das voluptuosidades - isso não é Cristo - mas a Cristo pregado na cruz. E tudo o que seja uma traição a este mandato, um esquecimento desta missão, que oiçam a voz que clamam daqui, do fundo deste sepulcro, as cinzas da Santa: - Não!" 

FM


Notas:

A Princesa Joana, filha de D. Afonso V e de D. Isabel, nasceu a 6 de Janeiro de 1452, tendo sido baptizada oito dias depois. Nessa altura, foi declarada herdeira do trono. Faleceu em Aveiro, em 12 de Maio, cerca das duas horas da madrugada, e a sua morte causou grande consternação. A notícia espalhou-se tão rapidamente, diz o Calendário Histórico de Aveiro, que, momentos depois, a igreja de Jesus estava apinhada de fiéis.
Em 4 de Abril de 1693, a Princesa Joana foi beatificada e em 1711, no dia 23 de Outubro, os seus restos mortais foram transladados para o túmulo de mármores polícromos, que pode ser apreciado no Museu de Aveiro.
No dia 12 de Abril de 1774, foi criada a Diocese de Aveiro e em 5 de Agosto de 1808, o Bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro, considera oficialmente Santa Joana como Protectora de Aveiro.
A Diocese de Aveiro foi extinta em 4 de Setembro de 1882, tendo sido restaurada em 11 de Dezembro de 1938. Em 5 de Janeiro de 1965, o Papa Paulo VI declara oficialmente Santa Joana como Padroeira da Cidade e da Diocese de Aveiro.

Obra do Apostolado do Mar

Posted by Hello Monumento ao pescador, em Buarcos Stella Maris de Buarcos acolhe bem quem vem
José Filipe Lucas, licenciado em História e responsável pelo Stella Maris de Buarcos, garantiu ao SOLIDARIEDADE que a direcção procura sensibilizar os funcionários e colaboradores para a ideia de que a função principal de uma instituição como esta é "acolher bem quem vem, seja de que condição social for, seja de que país for". O mais importante "é que todos sejam bem recebidos", tanto marítimos e seus familiares como outras pessoas, num espaço de convívio e lazer, criado nos anexos da igreja matriz de São Pedro, por iniciativa do seu pároco, padre Carlos Augusto Noronha, também director Nacional da Obra do Apostolado do Mar.
(Para ler toda a entrevista, clique SOLIDARIEDADE)

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

De volta
Vêm aí as conclusões da Comissão, presidida por Vítor Constâncio, a quem o Governo solicitou uma estimativa do défice orçamental previsível para 2005, na base do Orçamento do Executivo anterior. Sabe-se que o défice de 2004, sem re- ceitas extraordinárias, foi de 5,2% do PIB. E para este ano o ministro das Finanças já referiu valores acima de 6%. A questão do défice vai assim voltar em força, até porque em Junho o Governo apresenta o seu Orçamento Rectificativo para o corrente ano. E aí terá de tomar decisões difíceis.
O primeiro-ministro quis acabar com a chamada obsessão do défice. Sócrates repetiu vezes sem conta que o essencial é a economia, não as finanças públicas. Para Jorge Coelho, a grande mensagem do discurso do Presidente da República no 25 de Abril terá sido essa o que importa é o crescimento económico, não o défice (uma interpretação assaz discutível das palavras de Sampaio). Compreende-se: uma economia a crescer traz mais receita fiscal, o que permitiria - mais uma vez! - conter o défice esquecendo a redução da despesa. Foi o que se passou, com a preciosa ajuda da baixa dos juros, no primeiro Governo de Guterres.
Só que a economia portuguesa esboçou uma retoma no primeiro semestre de 2004, mas a partir daí estagnou, ou quase. E o pouco que cresce deve-se ao consumo interno, não ao investimento nem às exportações. A melhoria na cobrança de alguns impostos, intensificando a luta contra a evasão fiscal, não chegará para travar o défice. E a flexibilização das regras de Bruxelas sobre o défice induz a menos rigor. Ora, com ou sem Pacto de Estabilidade, o actual défice prejudica o País. Terá de se cortar na despesa, no momento em que vários ministros clamam por mais verba. Sócrates ainda poderá vir a lamentar a desdramatização que fez do défice.

HERA: Uma associação que aposta na promoção cultural

Cegonha preta
Fábio Carbone, arqueólogo especializado em Turismo Cultural e do Património e presidente da HERA, Associação Juvenil que tem como objectivos a valorização e promoção do património cultural e ambiental, sublinhou, em "conversa" on-line comigo, que esperam a colaboração de todos para levarem por diante aqueles propósitos. De todos, significa das autarquias, de associações e outras organização, e das pessoas em geral, nomeadamente das que acreditam ser importante cuidar do que nos foi legado pelos nossos antepassados e pela natureza. Assim, a HERA, uma ONG (Organização Não Governamental) vai apostar em desenvolver projectos de sensibilização, em organizar eventos e em fazer levantamento de situações, estando nos seus objectivos desenvolver parcerias com as mais diversas entidades, sempre atenta a uma actuação na base do desenvolvimento sustentável. A última actividade da HERA, denominada "Recuperação de Aves feridas", realizou-se no âmbito do Projecto "Património para as Crianças", de uma parceria com o Hospital Infante D. Pedro de Aveiro.

Bênção dos Finalistas na Universidade de Aveiro

"No coração de cada um, lá mesmo no mais fundo a que podemos chamar o nosso 'jardim secreto', a alegria, como o desejo de a usufruir, é a planta de raízes mais resistentes, que aí é acolhida. Ela resiste a todas as intempéries da vida, mesmo quando trazem no seu bojo tristezas, fracassos, e tudo o mais que traduz desencorajamento e morte. Mas a semente da alegria, que se identifica como uma imorredoura fome de felicidade, calada por momentos breves ou por tempos mais largos, reaparece, de novo, a iluminar o caminho e a estimular o dia que se levanta. Ela está inscrita nos nossos genes e há-de ser companheira eterna da nossa decisão de sonho e de procura." Estas foram palavras de D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, na Eucaristia da Bênção dos Finalistas, que se celebrou no domingo, com a participação de cerca de nove mil pessoas, entre alunos e seus familiares e amigos, reitora, professores e funcionários. Nesta Festa dos Finalistas, organizada pelo CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), em que sobressaiu a alegria dos finalistas, por terem chegado ao fim de uma caminhada longa e difícil, o prelado aveirense sublinhou que, "Um curso que se termina, não pode deixar de ser um curso que continua ou um novo curso que se começa. Curso é sempre caminho, marcha, movimento. A morte está no parar. A vida está na esperança e na decisão que faz ir mais longe". D. António ainda frisou, ao salientar a importância do serviço aos outros, que, "Quem não tiver tempo para os outros, deixará de o ter para si próprio. Quem não experimentar a alegria fecunda de dar aos outros, deixará de sentir a alegria do que tem de seu. Quem não jogar a vida em favor dos outros, acabará por depreciar a sua própria vida".
F. M.
ORAÇÃO DE COMPROMISSO Passo a passo o ser humano cresce e deposita no futuro o sonho e a esperança de que o dia de amanhã traga consigo mais felicidade do que a sentida no momento presente, sem se aperceber que a maior parte das vezes ela está mesmo ao seu lado. De facto o ser humano é um ser privilegiado se pensarmos que só a nós nos foi dada a possibilidade de amar, partilhar e sonhar... É neste sentido que surgem os amigos, aqueles com quem rimos, chorámos, partilhámos e sonhámos... Nesta caminhada universitária, são vários os conhecimentos que nos são inculcados: Literários, Artísticos, Científicos... E se estes são particulares e específicos de cada curso, o saber da vida, o saber amar, o saber partilhar, aproveitar o tempo, e sonhar... são comuns a todos nós! Porque todos integramos uma grande família! E para adquirir estes saberes não precisamos de consultar bibliografias infindáveis, porque eles residem dentro de cada um de nós! Basta que cada um se predisponha a realizar a sua descoberta... Hoje, somos nós aqueles que concretizam mais um sonho, e neste dia de felicidade queremos escrever o compromisso para o nosso futuro! E se somos pequenos diante de tantas missões deste mundo, o essencial é a nossa vontade de viver e de construir uma humanidade mais bela! Na verdade, o projecto que celebramos no dia de hoje
não é só um sonho nosso que se realiza, mas o ideal dos nossos pais, avós e restante família que, onde quer que estejam, estão com certeza a viver este momento connosco! É o sonho da Universidade, Ensino Superior, construir pessoas felizes e servidoras dos outros através do conhecimento aprendido! Nesta hora, elevamo-nos com humildade até ao nosso maior amigo, o maior companheiro da nossa viagem, que não acaba,
mas tem um novo início aqui! Pedimos-Te, aqui, hoje, Deus-Amor-Paz, presente em todos os corações e Religiões da Humanidade, Jesus Cristo, nosso Mestre Pessoal, que faças de todos nós teus companheiros de embarcação e, juntos, convidaremos a felicidade e o amor a remarem e o sonho a tomar o leme dos nossos rumos... e, se às vezes naufragarmos, como sempre, nem que às vezes nos esqueçamos, sabemos que estarás connosco! Assim, nesta nova etapa de vida é nosso compromisso: (todos dizemos) Amar, auxiliar, perdoar e respeitar o próximo nas suas diversidades, em todos os nossos passos futuros, construindo, tijolo a tijolo,
um mundo mais justo; Enfrentar, com confiança, os obstáculos e quedas, tendo a certeza que Tu estás no leme e não nos deixas afundar; Aplicar as aprendizagens adquiridas, de forma justa, honesta, digna, de modo a zelar pelos valores e dignidade humana, tantas vezes esquecida, e preservar o mundo que para nós criaste; Dar o que existe de melhor em nós, sem esperar recompensa, vivendo e transmitindo a criatividade da fé que temos em Ti; E não permitas, Senhor, que esqueçamos o verde da esperança, que hoje enche os nossos corações, e auxilia-nos a cumprir o que assumimos, perante todos, neste maravilhoso dia! Ámen!

Marinho Antunes em entrevista à ECCLESIA

"Manifestações da religiosidade estão em mutação"
Para ler e pensar as festas e devoções em Portugal é imprescindível olhar para o conjunto de dados provenientes de três estudos: uma sondagem no Continente sobre a religiosidade dos portugueses - 3 e 4 de Julho de 1999, Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa; um inquérito exaustivo às paróquias portuguesas, elaborado para o Centro de Estudos Sociais e Pastorais da Universidade Católica; uma sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da UCP, para o Público, RTP e RDP, nos dias 29 e 30 de Abril de 2000, em todo o Continente.Em entrevista à Agência ECCLESIA, o sociólogo Marinho Antunes fala dos estudos efectuados e do caminho que falta percorrer.
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Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Educação Moral e Religiosa católica

Contributo para um novo humanismo
Na altura das matrículas queremos chamar a atenção dos pais ou encarregados de educação e dos jovens para o lugar importante da Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) na formação global dos alunos das nossas escolas. Esta disciplina cuida do desenvolvimento harmonioso de todas as dimensões da pessoa humana, dirigindo-se não só às faculdades intelectuais mas também à capacidade social, moral e espiritual. Educa para os valores, ajuda a encontrar um projecto de vida, contribui para definir um sentido para a existência pessoal, promove a relação comunitária. Responde, portanto, a muitos problemas e preocupações que, actualmente, se colocam na educação. De facto, conhecemos hoje um grande desenvolvimento técnico, uma oferta abundante de bens de consumo, uma dispersão de propostas lúdicas mas, paralelamente, verificamos um certo vazio interior, o crescimento do individualismo, o desinteresse pelo bem comum. Aumentou a qualidade de vida material mas falta frequentemente uma vida com qualidade, ou seja, com sentido e projecto, com valores, com esperança. Para tornar felizes os nossos jovens não bastam os bens materiais e os conhecimentos. São indispensáveis também a cultura, a ética, a sã convivência, a esperança e o amor. Este é o contributo da EMRC. Certamente que os pais e educadores estão interessados em transmitir aos filhos e educandos tudo o que pode enriquecer a vida deles. Nesse sentido, o património moral e espiritual do cristianismo é um alicerce seguro de humanismo, de fraternidade, de sentido da existência, de dignidade da pessoa humana e de responsabilidade. A situação cultural da Europa, neste início do novo milénio, torna necessária e preciosa esta fonte de cultura e de moral. Procurem os pais e educadores matricular os filhos nesta disciplina. Aos pais pertence decidir a orientação moral da educação dos filhos. É uma riqueza que lhes podem dar. Lisboa, 2 de Maio de 2005 Os Bispos da Comissão Episcopal da Educação Cristã Manuel Pelino, José Alves, Jacinto Botelho e António Marto

No CUFC: "Família e amor, na doença e na morte"

CUFC
No próximo sábado, dia 14, pelas 21.30 horas, vai ter lugar, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), um colóquio, subordinado ao tema "Família e amor, na doença e na morte". Esta é mais uma iniciativa integrada nas celebrações do Dia Internacional da Família, com organização da ADAV (Associação para a Defesa e Apoio à Vida) e da APFN (Associação Portuguesa das Famílias Numerosas). Edna Gonçalves, do IPO do Porto, falará sobre "Medicina, cuidados paliativos e famílias", João Loureiro, da Faculdade de Direito de Coimbra, abordará "Questões éticas e jurídicas", e Emília Carvalho, do Centro Regional de Segurança Social de Aveiro, debruçar-se-á sobre "Apoio Domiciliário e Segurança Social". A oportunidade dos temas programados para esta acção é mais do que evidente, agora que tanto se fala da legalização da eutanásia. A entrada é livre.

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Hello Pragmatismo e moralismo
Há problemas humanos e sociais, de solução difícil, que todos os dias incomodam. A toxicodependência, o alcoolismo, a sida, as muitas e variadas formas de miséria, o desemprego, a insegurança, a loucura na estrada, a violência em todas as dimensões, a situação de muitos idosos. Estes e muitos outros, os problemas de nós todos.
A procura, a qualquer preço, de resultados imediatos, mostra depressa que é cada vez menos válida e consistente a sua solução. Não há praxis acertada, quando vazia de conteúdos e razões que norteiam um projecto sério, a prosseguir com objectividade, no tempo e com tempo. Mas, entre nós, a tentação de tudo resolver depressa é real.
Já se vai dizendo que o que é preciso é pragmatismo. O moralismo não leva a nada. Porém, os verdadeiros pragmáticos não só não dispensam as ideias e os princípios éticos como sentem necessidade de reflectir sobre eles e o seu alcance, ao avaliar e ao tentar a solução dos problemas. Os primeiros fizeram do seu método filosófico o único critério para julgar a verdade de qualquer ciência e doutrina. Todo o pensamento, assim diziam, existe para a acção e o valor das ideias é apreciado consoante a influência nas atitudes e comportamentos e o modo como os orientam e controlam.
O que se propõe, se é periférico às pessoas, porque não as respeita na sua verdade, capacidade e ritmo, ainda que com algum resultado imediato, não passa de ilusório e passageiro. Os pragmáticos sérios procuram traduzir, em prática exequível, conteúdos a promover e valores a preservar, não se vergando ao êxito fácil e aos louvores.
Uma acção responsável não pode ser fruto de voluntarismo, nem pode ser valorada à base de uma eficiência rápida, nem dos apoios da comunicação social de turno.Hoje vive-se e proclama-se o propósito de ser pragmático em tudo, porque não se pode perder tempo, nem deixar que os problemas apodreçam. É esta uma tendência muito forte dos políticos frenéticos, encaixados nos poucos anos de poder que têm à sua frente. Não se pode perder tempo a estudar nem a avaliar o que já se fez. Há que fazer de novo, mudar os nomes, multiplicar os projectos, esquecer as pessoas. Doença crónica.
Na educação, na saúde, na economia, nos problemas mais prementes, há que saber distinguir o que tem de se resolver já e que ver as causas que produzem e multiplicam os males. Os problemas sérios não se compadecem com soluções de feira, nem com mezinhas que dão para todos os males. O que por aí se lê e se ouve, mesmo por parte de pessoas e serviços oficiais, é confrangedor. A política muda, mas os homens são iguais.
Matar a fome de muitos anos, nem cura o faminto, nem gera riqueza.
A mudança de atitudes é um processo lento, porque é um processo educativo, que propõe valores e estimula novos comportamentos. Se não se enfrenta a realidade, apenas se adiam e escondem os problemas graves, que estão na praça pública.
“Usa o preservativo e acabará a sida; despenaliza o aborto e terminam os abortos clandestinos; multiplica as salas de chuto, dá seringas novas, logo dirás adeus à toxicodependência; promove cursos de formação acelerada e não haverá desemprego; multiplica e agrava as coimas e terás a estrada sem acidentes; aumenta as pensões de velhice e dá passeios aos idosos e sentir-se-ão amados; tira as crianças e os jovens das instituições, dá-os às famílias e logo eles serão felizes; canoniza a homossexualidade e serás moderno; acaba com o ensino privado e o estatal terá mais qualidade; esquece o que disseste ontem e nega se for caso…” Cá está o pragmatismo político, sem ética e sem ideias. Em nome da modernidade. Para bem da pátria. Para subir na tabela dos países evoluídos. Para ganhar votos.
Muitos há que não afinam por este diapasão. Aceitam o incómodo da verdade, respeitam e promovem os direitos das pessoas, são pragmáticos com ideias.
Felizmente.

Um artigo de José de Matos Correia, no DN

A Joana e a Vanessa
Ainda não refeitos do choque provocado pelas circunstâncias que terão rodeado a morte e o desaparecimento do corpo da Joana, somos agora confrontados com o homicídio, também em condições de grande violência, da Vanessa. Indignámo-nos todos, genuinamente, com ambas as tragédias.
Porque roubaram a vida a dois pequenos seres que tinham pela frente uma existência inteira. Porque os actos praticados se revestem de uma maldade inimaginável. Porque os alegados responsáveis são familiares próximos, justamente aqueles de quem se esperaria que tudo fizessem para proteger as crianças a seu cargo.
Como normalmente sucede nestas ocasiões, o tema da violência sobre as crianças tornou-se objecto central das discussões.
Fizeram-se reportagens televisivas, escreveram-se artigos nos jornais, produziram-se análises variadas, promoveram-se debates, recordaram-se casos anteriores de contornos similares, alertou-se para o número elevado de jovens em risco.
Infelizmente, porém, sempre que cada novo crime ocorre constata-se que pouco ou nada mudou.
Penso, por isso, que é cada vez mais urgente que sejamos capazes de compreender os diversos planos em que temos de agir, pois só assim conseguiremos diminuir drasticamente os níveis da violência infantil.
O primeiro plano é, evidentemente, o do Estado. E não apenas pelo facto de uma das suas funções essenciais ser justamente a garantia da segurança das pessoas, em particular das mais vulneráveis.
É que um dos aspectos que mais me impressionaram nestas situações foi o registo burocrático do seu tratamento.
Desde a remessa de papéis de um lado para o outro aos sistemáticos atrasos e adiamentos, aos deficientes canais de comunicação entre os serviços públicos responsáveis, tudo aconteceu.
Em consequência, ficámos com a sensação, porventura injustamente, de que em Portugal os assuntos relacionados com a protecção de menores em risco constituem uma prioridade de segunda linha.
Devemos, assim, exigir ao Estado que se concentre mais e mais naquilo que são as suas tarefas indelegáveis em vez de, como tantas vezes sucede, se intrometer onde não é necessário nem chamado.
E o combate à violência de que as crianças são alvo é, certamente, uma dessas tarefas indelegáveis.
O segundo plano é o da sociedade. Embora reconhecendo que o Estado tem que desempenhar um papel central, não podemos cair no erro habitual de transferir para ele todos os encargos.
Uma sociedade que regista um tão elevado grau de desrespeito pelos direitos fundamentais das crianças é, evidentemente, uma sociedade doente. Nessa medida, cada um de nós deve ser convocado para o combate a estes dramas.
Não nos demitindo das nossas responsabilidades cívicas, ficando atentos aos sinais, intervindo junto das entidades competentes sempre que isso se justifique.
O terceiro plano tem que ver com a política criminal. Sei que é politicamente correcto elogiar, no plano dos conceitos e da medida das punições, a legislação penal portuguesa.
Por mim, tenho fundadas dúvidas acerca de muitas soluções vigentes, que frequentemente parecem mais preocupadas com os que cometem um crime do que com as vítimas ou com a defesa da própria sociedade.
E, em casos de homicídios de crianças, ainda para mais envolvendo a utilização de elevada violência, vale a pena ponderar seriamente se a pena aplicável é adequada à gravidade dos factos praticados.
Uma conclusão me parece, porém, impor-se.Desta vez, as coisas não podem mais permanecer na mesma.
Devemos isso aos milhares de crianças em risco, pois não podemos nunca esquecer que aquilo que para a generalidade de nós é uma estatística, para cada uma dessas crianças representa um martírio quotidianamente repetido.
Mas devemos isso também, muito especialmente, à memória da Joana e da Vanessa.

DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA

É preciso combater a promiscuidade sexual
Foi em 1993 que a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou o dia 15 de Maio como Dia Internacional da Família. Desde essa altura, a ONU tem celebrado este dia, chamando a atenção para determinadas questões que influenciam o dia-a-dia da Família. O tema para este ano é "Bem-estar da Família e HIV/SIDA". A ideia é chamar a atenção para a doença que tem afectado de forma trágica e profunda muitas famílias. Os números são medonhos: Em 2003 quase cinco milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV, o maior número de qualquer ano desde o começo da epidemia. A nível mundial, o número de pessoas que vivem com HIV continua a crescer: 35 milhões em 2001 38 milhões em 2003 No mesmo ano, quase três milhões de pessoas morreram com Sida. Mais de 20 milhões já morreram desde que os primeiros casos de SIDA foram identificados em 1981. Em 2003, 15 milhões de crianças com menos de 18 anos ficaram órfãs, devido a HIV/SIDA, dos quais oito em cada dez vivem na África sub-sahariana. Ainda mais milhões de crianças vivem em lares com membros da família doentes e a morrer. Os efeitos da epidemia atravessam todos os aspectos da vida das crianças: o seu bem-estar emocional, segurança física, desenvolvimento mental e saúde em geral. Muitas vezes as crianças têm de deixar a escola para ir trabalhar, tomar conta dos pais ou irmãos e pôr a comida na mesa. Estas crianças estão muitas vezes mais em risco de subnutrição e de serem vítimas de violência, trabalho infantil exploratório, discriminação e outros abusos. A chamada geração de órfãos sofre vulnerabilidades particulares e carece de atenção específica desesperadamente. Estes números demonstram que ainda não se vislumbram frutos do enorme esforço económico dispendido pelos governos e outras instituições para suster o avanço desta pandemia, provavelmente por estarem a seguir estratégias erradas. Neste campo, o Uganda aparece como caso de sucesso, por ter apostado fortemente numa prevenção acertada, fundada no combate à promiscuidade sexual, com o envolvimento das autoridades ao mais alto nível. Fonte: APFN (Associação Portuguesa de Famílias Numerosas)

ÍLHAVO: Festinha da Família

Integrada nas comemorações do Dia Internacional da Família, que se celebra no dia 15 de Maio, o projecto VIDA MAIS organizou uma Festinha da Família, que se realizará no Centro Paroquial de Ílhavo, no dia 17, pelas 14.30 horas.Nesta Festinha, vão participar 16 Lares de Idosos dos 21 que VIDA MAIS apoia, através do seu Serviço de Voluntariado. Trata-se de mais uma iniciativa que vai ao encontro dos menos jovens e às vezes dos mais esquecidos da sociedade, que bem merece toda a ajuda possível. A Festinha vai ser animada, pois está a ser preparada com muito cuidado, para que nada falte aos utentes dos lares participantes.

terça-feira, 10 de maio de 2005

Peregrinos de Fátima: A força da Fé

Todos os anos, especialmente em Maio, as estradas portuguesas enchem-se de peregrinos a caminho de Fátima. Alguns repetem esta caminhada, ano após ano, em nome da fé que os anima. Determinados e convictos, sofrem no corpo a dureza da peregrinação, a maioria das vezes com um sorriso impressionante. Não são compreendidos por muitos. Eu respeito-os profundamente. Em Fátima, apesar do cansaço, muitos ainda reúnem coragem para mais um esforço: de joelhos, arrastando-se, dirigem-se à Virgem, a quem agradecem graças recebidas. Indiferentes aos olhares de tantos, assumem, com devoção, os seus compromissos com Nossa Senhora. Num tempo marcado pelo indiferentismo religioso, ainda há gente que nos dá muitos sinais da força da fé. F.M.

Peregrinação a Fátima

Doentes de Barcelona, na peregrinação do mês passado
O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, preside este ano à Peregrinação Internacional Aniversária de Maio, no Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13. D. José celebrará as eucaristias do dia 12 à noite, às 22 horas, e do dia 13, às 11 horas, ambas no Recinto do Santuário. A peregrinação deste ano, no âmbito do tema pastoral escolhido para todo o ano de 2005, e na sequência da decisão tomada em 2000 - de se dedicarem os primeiros dez anos do novo milénio aos Mandamentos da Lei de Deus -, é "Não Matarás" (5.º Mandamento). Até ao momento, inscreveram-se no Serviço de Peregrinos (SEPE) do Santuário de Fátima um total de 72 grupos, para participar na eucaristia internacional do dia 13: doze grupos de peregrinos vêm da Alemanha, 1 da Bélgica, 2 da Bolívia, 1 da Eslovénia, 5 de Espanha, 1 dos EUA, 7 de França, 1 de Gibraltar, 1 da Indonésia, 3 da Irlanda, 15 da Itália, 2 da Polónia, 8 de Portugal, 9 do Reino Unido, 1 do Sri Lanka e três grupos vêm da Suiça. No dia 13, chega a Fátima um primeiro grupo de peregrinos daquela que é a maior peregrinação estrangeira organizada a Fátima, vinda de um só país: a 19.ª Peregrinação da Adoracíon Nocturna. O grupo, vindo de Espanha, juntará na Cidade da Paz, de 13 a 17 de Maio, mais de três mil peregrinos.

Organizações pedem regularização de imigrantes

Imigrantes em Portugal
1. Encontra-se aberto o debate ao redor do "Livro Verde sobre uma abordagem da União Europeia em matéria de gestão da migração europeia", promovido pela Comissão Europeia. As organizações católicas, congratulando-se com esta iniciativa, realizaram recentemente um "seminário de estudo". As nossas posições foram apresentadas ao ACIME verificando-se que, sob alguns aspectos, coincidem com o parecer dessa Entidade governamental para a Integração. Continuamos preocupados com a situação em que se encontra um grande número de imigrantes de países terceiros, na sua maioria lusófonos, a viver em Portugal e desejamos uma maior harmonização de políticas comuns na União Europeia: não minimal, não apenas funcional, mas humana e adequada à realidade, alicerçada em boas práticas de admissão, de condições de acolhimento, de regularização e integração graduais.
Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 9 de maio de 2005

Costa aveirense está a recuar desde 1958

A costa aveirense tem recuado significativamente desde 1958, segundo um estudo da Universidade de Aveiro hoje divulgado e que defende a destruição dos esporões ou a recarga artificial das praias para contrariar a erosão.
Para ler na íntegra, clique PÚBLICO

DIA DA EUROPA - 9 de Maio

Abismo da Guerra não pode engolir outra vez os povos europeus
O Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE) assinala hoje o Dia da Europa com uma mensagem, onde se recorda o 60º aniversário do final da II Guerra Mundial e se assinala que "o processo de unificação europeia nasce da vontade de nunca mais voltar a cair no abismo da guerra". O documento, assinado por D. Amédée Grab, presidente do organismo, observa que a ausência de conflitos armados não implica a ausência de "guerra", porque "a verdadeira paz, a justiça e a estabilidade social ainda faltam em muitas partes do nosso Continente". Nesse sentido, os Bispo da Europa apontam para os recentes conflitos nos Balcãs para sublinhar que a paz é "frágil". "Temos a responsabilidade de fazer memória dos acontecimentos desumanos que caracterizam qualquer conflito, em particular junto das novas gerações, que não conheceram estes horrores", sentenciam. Ainda hoje a Europa celebra o 55º aniversário da Declaração do 9 de Maio de 1950 e o presidente da CCEE lembra que, com esta declaração, "os países aderentes comprometeram-se a respeitar objectivos de paz, de progresso social, de desenvolvimento económico e de solidariedade". Frisando que o final desta guerra europeia significou o fim da guerra mundial, os Bispos indicam que "hoje somos responsáveis para que a paz na Europa se transforme em paz mundial". "Celebrar com coerência a Europa de hoje significa assumir o compromisso de fazer cessar as guerras que ensanguentam a Terra e que geram desespero, desastres ambientais, desagregação social, injustiça e pobreza", observam. Moscovo acolhe hoje as comemorações do 60º aniversário da capitulação da Alemanha nazi com um intenso programa que conta com a presença de alguns dos mais destacados dirigentes mundiais.
Fonte: ECCLESIA

HERA precisa de voluntários

Posted by Hello Porto de Pesca
A Hera - Associação para a Valorização e Promoção do Património precisa de voluntários que possam colaborar na salvaguarda da natureza e valorização do património histórico, e não só, da região da Ria.
Os interessados podem dirigir-se por e.mail a esta associação cultural (hera.avpp@katamail.com).

Teatro no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré
"Cuidado, Chegou o Inspector!" No próximo dia 21 de Maio, sábado, pelas 21.30 horas, vai ser apresentada a peça "Cuidado, Chegou o Inspector!", no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, pelo Grupo de Teatro do Orfeão de Águeda. Esta peça é uma adaptação de "O Inspector Geral", de Nicolai Gogol, e a encenação é de José Júlio Fino. ciativa é da Juventude Apostólica de Schoenstatt e destina-se a angariar fundos para a participação de rapazes e raparigas do Movimento de Schoenstatt nas Jornadas Mundiais da Juventude, que decorrerão em Agosto, em Colónia, Alemanha. E também num grande encontro da juventude schoenstattiana, que terá lugar junto ao Santuário original, em Schoenstatt, perto da cidade alemã de Coblença, uma semana antes. A organização recomenda o seguinte: "Se tens cara torta, não te vejas ao espelho."
Mesmo assim, vale a pena assistir, com alegria, a esta peça de teatro.

POSTAL ILUSTRADO - 3

Posted by Hello Forte, na Praça Luís de Albuquerque, com a seguinte inscrição (mantenho a ortografia da época):
"Padrão commemorativo do 1º centenario do inicio da lucta dos povos deste concelho contra o jugo napoleonico os quais sob o comando do academico Bernardo Antonio Zagalo e associados aos voluntarios academicos e aos povos de Motemor e Tentugal puzeram cerco a este forte no dia 26 de Junho obrigando-o a render-se no dia seguinte.
Mandado fazer pela Comissão Administrativa
Figueira da Foz, 26 - 6 - 908
A Comissão Administrativa"

POSTAL ILUSTRADO - 2

Posted by Hello Figueira da Foz: Centro de Artes e Espectáculos, à esquerda, e Museu, com Biblioteca Municipal, à direita

POSTAL ILUSTRADO -1

Posted by Hello Figueira da Foz: Praia do Relógio

Figueira da Foz não é só praia

Figueira da Foz há muito que ver, 
para além das praias


Oásis na praia 


Diz-se que a origem do nome Figueira da Foz está ligada a uma figueira que existia no cais da Salmanha, onde os pescadores amarravam os barcos. No entanto, Nelson Correia Borges afirma que figueira deriva de "fagaria" (abertura, boqueirão), foz deriva de "fauces" (Embocadura). Também Mondego, o célebre rio que na Figueira da Foz desagua, vindo da Serra da Estrela, resulta do pré-romano "moud" (boca) e "aec" (rio). Assim, ao pronunciar-se Figueira da Foz do Mondego, repetimos "boca da boca da boca do rio". Isto mesmo pode ler-se no "Guia EXPRESSO das Cidades e Vilas históricas de Portugal". 
Deixemos estas curiosidades, para entramos noutras: os romanos deixaram por estes lados marcas da sua presença, como o atesta uma inscrição relativas ao imperador Octávio Augusto. Também se sabe que os sarracenos arrasaram a povoação em 717, muito antes da nacionalidade. Quem hoje, porém, visita a Figueira da Foz talvez nem queira saber do seu passado, que está carregado de história e de estórias, o que faz pena. 
Da pré-história e da sua história, por exemplo, podem falar-nos o Museu Santos Rocha, que não dispensa uma visita. Arqueologia e peças orientais, etnologia africana, cerâmica e vidro, escultura religiosa e outra, pintura de várias épocas, de tudo um pouco pode ser apreciado neste museu. Ao lado, com programação de qualidade, está o Centro de Artes e Espectáculos. 
Passe ainda pelo Palácio Sotto Mayor, mandado construir em 1900 e só terminado em 1920. É um edifício de cinco pisos, ao estilo parisiense, que mostra o modo de vida de gente endinheirada e de bom gosto. Há muito mais para ver, mas hoje fico-me por aqui. 
Depois temos a praia, de areal enorme e convidativo, com decoração ajardinada, ao jeito de oásis, junto à Marginal, por onde caminham, habitualmente, os visitantes. É que a Figueira atrai muita gente pelas suas famosas praias, onde no Verão há lugar para todos. 

Fernando Martins

domingo, 8 de maio de 2005

Mais de 15 mil idosos à espera de vaga

Cerca de 15 mil idosos estão em lista de espera para entrar nos lares das Misericórdias de todo o País, nos quais existem 11.500 camas, actualmente ocupadas, revela um estudo divulgado hoje pela União das Misericórdias Portuguesas. Para saber mais, clique SOLIDARIEDADE.

Um poema de Nuno Júdice

PASSADO Passou o vento, passou o dia, passou a noite e a manhã, passou o tempo, passou a gente, passou cada hora de amanhã; passou um canto esquecido nos cantos de cada passo, passou ao dizer que passo sem se lembrar do compasso; passou a vida como se nada fosse, só passou e foi-se embora, passou à pressa, sem demora, e passou tudo a quem ficou; e se mais não passou no fim de tudo ter passado, foi porque algo se passou no último passo que foi dado In Geometria Variável, da Editorial Dom Quixote

Dia Mundial das Comunicações Sociais

Posted by Hello
João Paulo II Celebra-se hoje, 8 de Maio, o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Por proposta de João Paulo II, o Papa de saudosa memória, os jornalistas católicos e todos os outros que acreditam nos valores cristãos podem reflectir sobre o tema que ele nos propôs: “Os meios de comunicação aos serviço da compreensão entre os povos.” Quem vive o dia-a-dia da comunicação social percebe bem que nem sempre tem tempo para reflectir sobre o que faz ou não faz para mudar o mundo para melhor. Daí a importância de um dia especial para parar, para meditar e para avançar com novos e mais eficazes comportamentos jornalísticos, de modo a contribuir para uma sociedade mais justa. Não é fácil, mas vale sempre a pena tentar. João Paulo II disse na mensagem que nos deixou, com data de 24 de Janeiro de 2005, festa de São Francisco de Sales, que os media, “o primeiro areópago do tempo moderno”, são, para muitos, “o principal instrumento informativo e formativo, de orientação e inspiração para os comportamentos individuais, familiares e sociais”. Também promovem a compreensão, dissipam os preconceitos e despertam o desejo de aprender mais. Noutra passagem, João Paulo II lembra que os órgãos de comunicação social podem unir as pessoas, enquanto impulsionam mobilizações de ajuda em resposta a desastres naturais ou outros. “A velocidade com que as notícias viajam hoje aumenta a possibilidade de se tomarem medidas práticas em tempo útil para oferecer a melhor assistência. Desta maneira, os media podem conseguir um bem muito grande”. Referiu ainda que “os comunicadores têm a oportunidade de promover uma autêntica cultura da vida, distanciando-se da actual conjuntura contra a vida, transmitindo a verdade sobre o valor da dignidade de toda a pessoa humana”. Fernando Martins

sábado, 7 de maio de 2005

Bênção dos Finalistas na Universidade de Aveiro

Festa na Alameda para finalistas e familiares Posted by Hello
Estudantes da Universidade de Aveiro e de Escolas Superiores associadas vão viver amanhã, pelas 11 horas, a Festa da Bênção dos Finalistas. A cerimónia será presidida pelo Bispo aveirense, D. António Marcelino, esperando-se a participação de cerca de nove mil pessoas, entre estudantes e familiares.
Na mensagem que dirigiu aos finalistas, D. António Marcelino frisou que "um curso que se termina não pode deixar de ser um curso que continua ou um novo curso que se começa. Curso é sempre caminho, marcha, movimento. A morte está no parar. A vida está na esperança e na decisão que faz ir mais longe".
A organização desta festa, liderada pelo CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), convida toda a gente a participar na eucaristia da Bênção, que terá lugar na Alameda da Universidade de Aveiro, pelas 11 horas.

Bandeira Azul

Praias do Distrito de Aveiro continuam a ser contempladas Posted by Hello Praia da Barra
Praias do Distrito de Aveiro continuam a ser contrempladas com a Bandeira Azul, símbolo de qualidade. Isto significa que os veraneantes podem apostar, no próximo Verão, nas praias aveirenses. Para registo, aqui ficam as premiadas: Espinho (Frente Azul e Baía), Ovar (Esmoriz, Cortegaça e Furadouro), Ílhavo (Barra e Costa Nova) e Vagos (Vagueira).

Exposição de fotografia na Casa Municipal da Cultura, em Coimbra

Posted by Hello
Coimbra não tem nenhum "e", mas É dos Estudantes, não tem nenhum "u", mas, dizem, a Universidade dá-lhe vida, dizem que também a embalsama. Não tem nenhum "f", mas gosta de se pavonear com Fitas, de preferência muitas, todas da cor da alegria que carapaça as dores da Saudade. Coimbra não tem nenhum "s"...
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Na Casa Municipal da Cultura, em Coimbra, António Costa Pinto e Dinis Manuel Alves expõem fotografias artísticas. Pelo nível dos trabalhos apresentados e pelos seus autores, que dominam como poucos esta forma de expressão, vale bem um passeio à cidade dos doutores.
Para ver algumas fotos, clique Algumas Fitas.

sexta-feira, 6 de maio de 2005

Um artigo de António Rego, na Ecclesia

O grande abraço dos media

Há factos que não vale a pena reter. Outros que convém não deixar fugir sem lhes saborear toda a essência. Refiro-me ao significado da história, mesmo da que fazemos, e se torna, por nossa arte, mestra da vida. Tudo ganha um tom para além das aparências.
Ao celebrar o Dia Mundial das Comunicações Sociais temos presente o cruzeiro planetário que os media proporcionam estreitando o mundo num abraço familiar, dando significado ao enlace de culturas, raças, valores e projectos que são património comum da humanidade. A mega reportagem que o mundo inteiro seguiu sobre a fase final de João Paulo II e eleição de Bento XVI veio de novo centrar o próprio universo secular e laico num fenómeno religioso que é muito mais que uma máquina burocrática de poder. Percebeu-se, nesse todo, a proposta espiritual de uma comunidade unida e dispersa em todo o mundo – a comunidade cristã - que tem algo de decisivo a dizer ao homem de hoje, por vezes marcado por vezes pela angústia de tudo realizar, sem o conseguir, na estreiteza do tempo e na pressa do imediato.
Três documentos eclesiais marcam a celebração deste ano do Dia Mundial das Comunicações Sociais: a mensagem de João Paulo II sobre os Media como ponte cultural do nosso tempo; a Carta Pastoral escrita na mesma data dobre o “Rápido Desenvolvimento” do mundo e dos media, e um terceiro documento já do punho de Bento XVI dirigido as profissionais da comunicação, na primeira grande audiência que o actual Papa concedeu nos primeiros dias do seu Pontificado.
Um elemento une as três reflexões: a importância e a responsabilidade face ao mundo inteiro de quem constrói pontes de comunicação. É mais que uma viagem ocasional entre as margens do rio. É a ligação em rede da humanidade dispersa, marcada por milénios de diferenças, distâncias e incomunicabilidades. Eis o desafio: da dispersão fazer unidade, das diferenças, partilhas de enriquecimento mútuo, da aparente incapacidade de comunicação, a linguagem universal do encontro e conhecimento. Os media, hoje, mais que nunca têm ferramentas para essa construção. As grandes comunicações planetárias a partir de Roma foram disso prova inequívoca. A mensagem mais que proclamada em letra foi demonstrada… em directo.

O ABORTO, de novo

Diz Maria José Nogueira Pinto, política e provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que “O referendo ao aborto seria urgentíssimo se as prisões estivessem cheias de mulheres condenadas por esse crime. Mas não. Estão cheias de toxicodependentes com doenças incuráveis e contagiosas”. De facto, é verdade. Quando há tantos problemas sociais a exigirem uma atenção especial, não se compreende lá muito bem que a comunidade nacional, com muitos políticos na liderança da causa do aborto, não tenha olhos para mais nada. Argumentam que há muito abortos clandestinos e que é preciso acabar com esse estado de coisas. Como se isso fosse possível, assim de pé para a mão. Com a lei actual ou com outras, os abortos clandestinos vão continuar, apenas porque se trata de uma questão cultural. Penso que muitas mulheres que abortam o fazem na clandestinidade, simplesmente porque não têm coragem de o fazer às claras e por, no fundo, saberem que estão a cometer um erro grave. A lei em vigor dá-lhes a liberdade de pedirem o aborto, em casos especiais e bem definidos, mediante acompanhamento médico e psicológico, mas nem assim as mulheres procuram estabelecimentos de Saúde para fazerem o aborto. Não compreendo, por isso, tanto barulho. A não ser que esse barulho se faça para atrair clientela e para confundir as pessoas. Sabe-se que a Igreja Católica condena o aborto, como condena a eutanásia e a pena de morte, e que propõe a cultura da vida, contra a cultura da morte. Mas também se sabe que não pode nem vai impedir ninguém de pôr em prática a Interrupção Voluntária da Gravidez, muito menos os não católicos. Os católicos, porém, sabem que o não podem fazer, sob pena de pecarem gravemente. Fernando Martins

"A felicidade dos idosos é um assunto nacional"

Está a decorrer, em Lisboa, o VII Congresso Nacional das Misericórdias, que terá por tema “Envelhecimento – Novos desafios do século XXI”. A propósito desse acontecimento, que trará, decerto, novos estímulos às instituições que apoiam os idosos, o Padre Vítor Melícias, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, defendeu, em entrevista ao “PÚBLICO” de ontem, conduzida pela jornalista Andreia Sanches, que “a felicidade dos idosos é um assunto nacional”. Depois de afirmar que já se deram passos importantes na melhoria dos serviços aos idosos, Vítor Melícias sublinhou que ainda há muito a fazer, em especial ao nível dos cuidados continuados. Mas também se torna urgente formar técnicos, apostar na investigação de doenças e criar um espírito de cooperação entre Estado, famílias e instituições sociais, disse. Vítor Melícias lembrou, nessa entrevista, que vamos ter uma sociedade cada vez mais idosa, e sublinhou que se torna importante que as pessoas, tendo mais anos, “Tenham condições para participar mais na vida da sociedade”. E acrescentou: “É preciso ter também consciência de que é um fenómeno positivo as pessoas durarem mais tempo. Só é negativo se não nos precavermos para que esse período seja bem vivido. O envelhecimento precisa de ser encarado como assunto nacional. A felicidade dos idosos é um assunto nacional.” Disse que “é preciso que as famílias criem a consciência daquilo que é inevitável: que é preciso que tenhamos os nossos idosos mais tempo em casa, na família, em condições...”, tendo frisado que cada cidadão “tem o direito fundamental de não ser abandonado ou deixado sozinho perante a morte, a doença, a angústia, o sofrimento, como dizia François Mitterrand. Só quando não há condições para que esse direito seja exercido com dignidade é que se deve recorrer à institucionalização”.
Fernando Martins

quinta-feira, 5 de maio de 2005

AVEIRO adere à Tarifa Familiar da Água

É com grande alegria que a APFN ( Associação Portuguesa das Famílias Numerosas) comunica a adesão da Câmara de Aveiro à Tarifa Familiar da Água , juntando-se, assim, aos Municípios de Lisboa, Porto, Coimbra, Sintra, Portimão, Ribeira Grande e Condeixa. Trata-se de uma excelente prenda às famílias numerosas de Aveiro, nas vésperas da celebração do Dia Internacional da Família, que se comemora em todo o mundo no próximo dia 15 de Maio . Esta medida não permite as famílias numerosas terem a água mais barata, mas, tão-só, poderem pagar a água ao mesmo preço que as famílias menos numerosas, uma vez que os escalões, com esta modalidade de tarifário, são em função da dimensão da família . Mais pormenores sobre este tipo de tarifário, que está a ser promovido pela APFN junto das diversas autarquias, poderão ser consultados no Caderno 7 - Tarifa Familiar da Água para Consumo Doméstico, em http://www.apfn.com.pt/Cadernos/caderno%207a4.PDF. A APFN espera que o exemplo de Aveiro, Lisboa, Porto, Coimbra, Sintra, Portimão, Ribeira Grande e Condeixa seja seguido rapidamente por bastantes mais autarquias como contributo para combater a baixíssima taxa de natalidade portuguesa, a que o governo central tem mantido absoluta indiferença. A APFN recorda, a propósito, que 2005 é ano de eleições autárquicas, e esta medida é bem mais importante que a proliferação de rotundas, com ou sem estátuas no meio, que estão a surgir como cogumelos em todas as localidades. Apesar de existirem, apenas, 7% de famílias com três ou mais filhos, 20% da população, ou seja 2.000.000 de portugueses, pertencem a famílias numerosas, que saberão, com toda a certeza, distinguir os autarcas que se preocupam com os verdadeiros problemas das famílias dos "outros".
A Direcção da APFN

Dia da Cortesia ao Volante

Comemora-se, hoje, o Dia da Cortesia ao Volante, uma iniciativa que pretende contribuir para a formação cívica dos condutores. Se todos fossem corteses no dia-a-dia, em todos os momentos da vida, as relações entre as pessoas seriam, sem dúvida, mais humanas. Costumo dizer que, corteses corteses, só o somos, por tradição, nas vésperas de Natal. Aí, todos damos prioridade aos outros, automobilistas e peões, com um sorriso nos lábios, de satisfação, por conseguirmos ser delicados. Se é assim nessa altura do ano, por que razão não o somos todos os dias do ano? Pretende-se, com este Dia, levar os condutores a terem mais calma quando andam nas estradas, a cultivarem o civismo e a aproveitarem as sinergias geradas pelo novo Código da Estrada, para se tornarem mais conscientes e mais responsáveis, já que os condutores portugueses têm sido considerados como dos mais transgressores das regras de trânsito, na Europa. Este Dia da Cortesia ao Volante celebra-se pela primeira vez em Portugal e a ideia partiu da Associação de Cidadãos Automobilizados e da Liga contra o Trauma, através de uma campanha que tem por lema “A estrada não é um ringue de boxe”. A campanha também está a divulgar os 15 mandamentos do condutor, que apelam à calma, aos comportamentos de segurança, à não utilização do telemóvel e ao não consumo de bebidas alcoólicas, entre outros. Aquelas associações propõem, muito simplesmente, que se comece hoje a pôr em prática estes mandamentos, para que, paulatinamente mas com garantias, possamos viver este espírito cortês durante todo o ano. Fernando Martins

O estranho caso dos ateus


Já toda a gente ouviu falar dos católicos não praticantes, aqueles que, como já alguém disse, são “ciclistas não pedalantes”. Acreditam que vale a pena andar de bicicleta, mas não pedalam.
Com a eleição de Bento XVI, revelou-se uma outra espécie de pessoas: os ateus praticantes. Não acreditam em Deus nem na Igreja (ateus...), mas têm opiniões contundentes sobre os seus chefes e as suas questões internas (...praticantes). O Bispo de Aveiro referiu-se a eles na última semana: “Quando vemos pessoas que se dizem agnósticas a opinar sobre quem e como devia ser o papa e a mostrarem-se desiludidas com a eleição, estamos perante um contra-senso que se respeita, mas não se entende. Nostalgia, apreço pela acção da Igreja...?”

Ainda o Centro Geriátrico da Figueira da Foz

Ontem, quando entrei neste meu espaço, disse que não sabia quanto iriam pagar, mensalmente, os utentes do Centro Geriátrico da Fundação Bissaya Barreto, da Figueira da Foz, que o primeiro-ministro considerou como um hotel, tal é o luxo e tais são as valências que oferece aos idosos. Hoje, posso dizer, em adenda, que este centro se destina a qualquer cidadão com mais de 65 anos, altamente dependente, sendo as mensalidades “inferiores aos dos lares de idosos”. A garantia veio do director da Fundação, Luís Viegas do Nascimento, filho homónimo de Luís Viegas do Nascimento, sucessor do médico Bissaya Barreto, criador da Fundação. Referiu, ainda, que 11 das 80 camas do Centro Geriátrico ficam reservadas para a Segurança Social. Trata-se, em suma, de uma instituição que pode vir a estimular muitas outras, no nosso País. F.M.

PORTUGAL em maus lençóis

Em artigo publicado no “PÚBLICO”, ontem, Medina Carreira, especialista em assuntos fiscais, garante que, “Com a economia ‘possível’, queremos manter um Estado ‘impossível’. O aumento previsível da riqueza, na próxima década, não suportará o ritmo do agravamento actual das despesas públicas. Continuando ‘tudo’ como no período de 1995 a 2004, precisaríamos de atingir, em 2015, um ‘nível de fiscalidade’ de 50 por cento. Ou de crescer economicamente, durante uma década completa, à taxa real e anual média de 4,5 por cento. Nem os mais optimistas esperam tanto”. Temos de reconhecer que o nosso país está em maus lençóis, na óptica de Medina Carreira, que há anos anda a denunciar os caminhos errados que as políticas têm seguido. O que mais me espanta é que ninguém o oiça, ao que parece, embora todos saibam que o que ele diz está certo. Para a elaboração deste escrito, Medina Carreira baseou-se em “fontes abertas, conhecidas e identificadas”, de economistas de renome e de estudos credíveis, da “esquerda” e da “direita”, de “socialistas” ou “neoliberais”, de “conservadores” ou “progressistas”, de “revolucionários” ou “reaccionários”. Depois de algumas considerações e análises, traça um quadro muito negro, porque, em sua opinião, “a economia portuguesa não crescerá a taxas médias anuais suficientes”, a fiscalidade “não atingirá os níveis indispensáveis” e não são prováveis “novos e felizes acasos, como os da baixa do custo do petróleo”. Assim, as prestações sociais “só poderiam manter o ritmo de expansão da última década, e até 2015, se houvesse o congelamento de todas as demais despesas correntes primárias, no seu montante actual”. Não sei se este estudo de Medina Carreira vai cair em saco roto ou se vai aparecer por aí alguém que faça uma leitura diferente da realidade portuguesa. Ou ainda, se os nossos políticos serão capazes de estudar soluções que contribuam para tirar Portugal da situação delicada em que se encontra, sem “ferir” muita gente, principalmente a que costuma pagar a factura dos erros dos governantes. "Saco de pedras" Entretanto, no Editorial do “PÚBLICO” de hoje, o Director José Manuel Fernandes apresenta imagens interessantes para explicar o défice aos menos esclarecidos. Diz assim: “Três por cento do défice orçamental correspondem, mais ou menos, a três pontes Vasco da Gama. Seis por cento correspondem a seis pontes Vasco da Gama. Por cada ano que o Estado português gastar mais do que recebe acrescentará, por cada ponto percentual de défice, o custo de uma Ponte Vasco da Gama à dívida pública. Há outra forma de apresentar estes números: por cada ponto percentual de défice cada português ficará corresponsável, pelos serviços que o Estado lhe presta ou não presta, por mais 135 euros da dívida pública. Este ano serão mais de 800 euros por que cada um de nós ficará responsável. Isto quando a dívida do Estado, a dividir por cada cidadão, deverá ultrapassar os nove mil euros. O que corresponde a um pouco menos de dois anos de salários mínimos. É carregando este ‘saco de pedras’ às costas que o país enfrenta o futuro ...” Fernando Martins

Acidentes rodoviários

O Presidente da República, Jorge Sampaio, tem andado em Presidência Aberta nas estradas portuguesas. Se há assuntos que a mereciam, há muito, os acidentes rodoviários eram um deles. Eram e são, porque no nosso País os acidentes na estrada continuam em alta, representando já três por cento do PIB (Produto Interno Bruto). Das reportagens que os órgãos de comunicação social publicaram, sobressaem como principais causas dos acidentes rodoviários o excesso de álcool e o excesso de velocidade. A juntar a estas, apontam-se ainda a falta de civismo dos condutores portugueses, a irresponsabilidade de outros tantos e o incumprimento das regras de trânsito. É conhecido que depois de obtida a carta de condução, garantidamente a grande maioria dos condutores nunca mais releu ou estudou o Código da Estrada, nem há aulas, que eu saiba, para actualização de conhecimentos. Jorge Sampaio alertou para a necessidade de se intensificarem as campanhas de sensibilização para o cumprimento das regras de trânsito, denunciando as infracções que se cometem nas estradas portuguesas. Mas ainda frisou que as campanhas não podem limitar-se a 15 dias, repetindo-se apenas seis meses depois. É preciso que se tornem constantes, para se acabar com os acidentes rodoviários e para que Portugal deixe de ocupar um lugar cimeiro nas listas dos países com mais acidentes na Europa. F.M.

quarta-feira, 4 de maio de 2005

Um artigo de Sarsfield Cabral no DN

PATERNALISMO
O Governo criou uma task force de apoio à reestruturação de empresas em dificuldade e a sectores com problemas de competitividade. É a concretização da chamada política de proximidade anunciada pelo primeiro-ministro, que quer salvar o maior número de empregos que puder. A intenção é louvável, sobretudo porque muita gente está a ficar desempregada e precisa de ajuda. Resta saber se esta ajuda é a mais adequada
Por muito que se esforce, o Estado não tem capacidade para apoiar individualmente cada empresa em dificuldade e com défice de competitividade é um universo enorme. Depois, as intervenções governamentais para salvar empresas não se têm mostrado entre nós muito eficazes - basta lembrar o caso Bombardier. E as intervenções salvadoras arriscam-se até a piorar as coisas, em vez de as melhorarem. É verdade que o Governo garante que só apoiará unidades com "potencial económico". Mas seria ingénuo pensar que o dinheiro público não irá, muitas vezes, prolongar artificialmente a vida de empresas inviáveis, atrasando a reaplicação dos recursos de forma mais produtiva. Mais: esta atitude paternalista do Governo tende a reforçar a tradicional dependência das nossas empresas em relação ao Estado, criando a ilusão perigosa de que o poder político tudo deve resolver.
Melhor seria que o Estado ajudasse as empresas naquilo que é essencial e constitui a sua missão básica. Que reformasse a administração pública, desburocratizando-a. Que pusesse a justiça a funcionar. Que pagasse a tempo e horas aos fornecedores. Que combatesse a economia paralela ou "informal", grande factor do nosso atraso segundo um célebre relatório da McKinsey. Daí, sim, deveria vir uma enorme ajuda às empresas e à modernização do País. Mas é mais fácil e mais mediática a via do paternalismo.

Florestas contam com mais 120 "vigilantes"

A iniciativa já vem de longe, desde 1989, dá pelo nome de «Eu sou vigilante da floresta» e é promovida pelo Lions Clube de Santa Joana Princesa. Uma vez por ano, por ano, este clube reúne várias dezenas de alunos na Quinta de São Francisco, em Eixo, e proporciona-lhes uma aula viva de como se deve respeitar a natureza e preservar as florestas. O encontro deste ano aconteceu ontem, e cerca de 120 alunos das escolas da Taipa, Eirol, Requeixo e Azurva foram recebidos por Margarida Casqueira, do Instituto Raiz, parceiro nesta iniciativa. Depois de uma introdução a noções de como as florestas são essenciais para o planeta, os factores de risco e regras básicas para a sua preservação, o grupo foi levado a percorrer um trilho da Quinta de São Francisco, dando especial atenção à colecção de mais de 120 espécies de eucaliptos ali existentes, grande parte deles plantados por Jaime Magalhães Lima e também várias espécies de acácias.
Para ler o texto na íntegra, clique Diário de Aveiro

Um artigo de D. António Marcelino

O espírito das leis e a democracia
Ouvimos, cá dentro e também lá fora, que as leis mais discutíveis que os governos vão propondo e se promulgam depois, são muitas vezes resposta a promessas de programas e campanhas eleitorais.
Todos sabemos que o tempo de eleições visa, acima de tudo, a conquista de votos e, nesse contexto, prometer é sempre fácil. O drama surge quando, em clima de maior serenidade e apreciação da realidade, há que dar ao povo uma resposta que implique novas leis. Drama ainda maior, quando a matéria em causa exige que se prevejam e apreciem, de modo responsável, as consequências negativas que podem advir de tais leis.
Um governo e um parlamento não legislam para os seus apoiantes e correligionários. Legislam para um país concreto, para todos, sem excepção. Isto obriga a que se procure a justiça e a perfeição possíveis, para que as leis visem o bem de toda a comunidade, não sejam fracturantes, ajudem a união possível de todos os cidadãos, sejam respeitadoras e promotoras de valores que a todos dizem respeito.Montesquieu, o famoso autor de “O espírito das leis”, deixou escrito que “ Tal é o efeito das más leis que são precisas leis ainda piores para travar as desgraças das primeiras.” Assim o vamos verificando. Podia-se romper o ciclo vicioso do “mal a atrair mal maior”, se se prestasse maior atenção à comunidade e se procurasse, com leis justas e inteligentes, não a satisfação dos pequenos grupos de pressão, mas o bem possível para o conjunto.
Não se poderá nunca dizer, a menos que se deturpe e degrade o sentido da democracia, que quem tem o poder em maioria o pode exercer de modo arbitrário e conforme o seu mundo de interesses e valores. Quem governa não é dono do povo, nem pode, por ter ganho eleições, desconhecer a história, apagar ou desprezar valores comuns, interpretar a seu modo os direitos humanos fundamentais, mudar a natureza das pessoas e das coisas, ganhar adeptos e conquistar as simpatias, à custa do sacrifício de muitos e da destruição do património cultural e moral. Governar é sempre servir.
Hitler, que agora é trazido à memória de todos nós, também ganhou, democraticamente, o poder. Foi uma maioria parlamentar que lhe deu azo a manchar de sangue e de ódio a história. Pode dizer-se que o nazismo foi fruto de uma democracia desvirtuada. E não só o nazismo.
Será que as consequências trágicas de leis de maiorias, como a actual lei do divórcio, a que se pretende para o aborto, as discricionárias em relação à família, só se poderão resolver com outras leis ainda piores?
Quem chega ao poder, qualquer que seja o tempo da chegada, ontem e hoje, não pode mostrar sabedoria mudando tudo. Às vezes, só o nome, mas já nem isso é inócuo. A democracia, que não é um regime perfeito, pode, como a história, proporcionar saber cívico a quem desejar aprender.

"BÍBLICA": Onde a Bíblia se faz vida

A revista “BÍBLICA”, editada da Difusora Bíblica, dos Franciscanos Capuchinhos, está no 51º ano de publicação. Como o nome indica, trata-se de uma revista que se dedica essencialmente a temas bíblicos ou com eles relacionados. Sai seis vezes por ano, tendo como Director Fernando Ventura e como Chefe de Redacção Lopes Morgado. São 50 páginas dedicadas às Sagradas Escrituras, em bom papel e com ilustrações excelentes. No seu Estatuto Editorial, pode ler-se que tem por objectivo a iniciação e formação permanente dos leitores no livro da Bíblia, não beneficiando de quaisquer apoios económicos do Estado, incluindo o Porte Pago. É suportada apenas pelos seus assinantes e amigos, com quem quer manter uma relação de fidelidade e justiça, procurando servir-lhes um produto credível a todos os níveis.
O nº 298, relativo a Maio-Junho, oferece temas tão diversos como “Figuras Bíblicas” (Mical: do amor apaixonado à desilusão), “A Bíblia responde” (É possível perdoar sempre aos inimigos?) e “Movimento Bíblico” (Missão Bíblica em Gondomar, XXVIII Semana Bíblica Nacional e Já estamos em Timor-Leste), entre notícias e outros assuntos. Quem, como eu, a lê desde 1961, não pode deixar de realçar a importância da revista BÍBLICA na formação dos crentes. Número a número, os seus leitores têm acesso a diversos temas de uma actualidade indiscutível, que reflectem a exegese mais recente. Além disso, há sugestões litúrgicas e o estímulo para que muitos participem em cursos que os Capuchinhos organizam todos os anos. A tiragem da “BÍBLICA” é de 15 750 exemplares, mas merecia ter muitos mais assinantes, que se tornassem, de verdade, leitores e estudiosos assíduos da Palavra de Deus. O custo da assinatura anual é de 7, 50 euros, para Portugal, 11, 50 euros para a Europa, Macau, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe. Para os países fora da Europa, a assinatura é de 14 euros. Há ainda os benfeitores que pagam mais do que está estipulado. Para se tornarem assinantes, basta dirigirem-se à Administração, Rua São Francisco de Assis, Apartado 208, 2496-908 FÁTIMA. Fernando Martins

Centro Geriátrico na Figueira da Foz

Por iniciativa da Fundação Bissaya Barreto, foi inaugurado hoje, na Figueira da Foz, um Centro Geriátrico, com capacidade para 80 utentes. Esta obra só foi possível graças a um protocolo assinado com a Segurança Social e representa um investimento de quatro milhões de euros. Por aquilo que li, não se trata de um simples Lar de Idosos, onde os mais velhos por ali ficam a repousar, a comer e a dormitar nas salas de espera, com pouco ou nenhum envolvimento em actividades, que os faça sentirem-se gente. Um Centro Geriátrico não será assim. Este, por exemplo, além das estruturas normais de alimentação e higiene, possui restaurante, biblioteca, fisioterapia e reabilitação, serviço de ocupação de tempos livres, circuito de manutenção e Internet, entre outras valências, sendo os utentes acompanhados por pessoal especializado. Não sei qual será a mensalidade que cada idoso terá de pagar. Porém, nem assim deixo de sublinhar a inauguração deste Centro, por me parecer que pode servir de estímulo a tantos lares que não passam de depósitos de velhos, muitos deles conformados com uma vida sem sentido. Os nossos idosos precisam, a meu ver, de muito mais, porque a vida tem de continuar, apoiada continuamente em motivações que os façam rejuvenescer. F.M.

Banco Alimentar Contra a Fome precisa da colaboração de todos

No próximo fim-de-semana, dias 7 e 8, o Banco Alimentar Contra a Fome vai proceder a mais uma recolha de alimentos junto das superfícies comerciais. À entrada dos super e hipermercados lá estarão voluntários, devidamente identificados, para entregarem os sacos para as pessoas generosas neles depositarem os géneros alimentícios que deixarão à saída. Para este peditório, o Banco Alimentar indica, como alimentos mais necessários, arroz, bolachas, farinha, feijão, grão, açúcar, leite, salsichas, atum, óleo e azeite. Tudo produtos não perecíveis a curto prazo. O Banco Alimentar Contra a Fome continua a trabalhar para que muitos milhares de portugueses tenham o que comer. E para que isto seja uma realidade, a ajuda de todos é essencial. Num tempo marcado por uma certa indiferença perante o que nos cerca, seria bom que ao menos de vez em quando olhássemos, com mais atenção, para os que pouco têm para sobreviver. E não há dúvida de que estas campanhas nos ajudam a ser generosos, porquanto nos facilitam a nossa dádiva para quem mais necessita. Aqui fica o meu apelo, na certeza de que muitos irão colaborar. F.M.

terça-feira, 3 de maio de 2005

Ajudar a escolher o futuro

Cerca de 2500 estudantes do terceiro ciclo ensino básico e secundário do distrito deverão passar hoje, amanhã e na quinta-feira na Feira de Formação Vocacional, no Parque de Exposições de Aveiro. A terceira edição da feira abre hoje e tem como grande objectivo «divulgar toda a oferta educativa que existe nesta região a nível secundário, universidades e politécnico», disse ontem Óscar Brandão, do Centro de Área Educativa, que organiza a feira com a Direcção Regional de Educação do Centro, apoiada pela Câmara e Governo Civil de Aveiro.
A organização parte para a terceira edição com um balanço positivo das últimas duas. Foram «iniciativas plenamente conseguidas», uma avaliação que decorre do crescente aumento dos participantes na feira, que já ultrapassa a fronteira do distrito. A feira é, acima de tudo, um ponto de orientação vocacional e uma fonte de informação das opções possíveis a tomar sendo que a organização visa ajudar a fazer «a escolha mais acertada», segundo Óscar Brandão. Na feira encontram-se alunos com «dúvidas, incertezas e angústias», tratando-se de jovens à beira da decisão do curso a seguir, que assume particular importância nos alunos que se encontram a concluir o 9º ano e prepararam a entrada no ensino secundário, os do 12º ano à beira da entrada no ensino superior e outros que seguem outras vias.
Para ler o texto na íntegra, clique Diário de Aveiro.

Presidente da República não vai convocar Referendo sobre o Aborto

O Presidente da República, Jorge Sampaio, tornou público, ontem, ao fim da tarde, um comunicado, em que anunciou não estarem garantidas as condições mínimas de participação dos portugueses para se proceder ao Referendo sobre o Aborto, que lhe foi sugerido por proposta da Assembleia da República. O Partido Socialista, que prometeu no seu programa eleitoral referendar a Interrupção Voluntária da Gravidez, vulgo aborto, aceitou a decisão do Presidente Sampaio, mas já garantiu que volta ao tema, no início da próxima legislatura, em princípios de Setembro. Penso que esta nota do Presidente da República foi oportuna e sugere uma mobilização geral do povo português, para que se estude, com profundidade, a questão do Aborto, pelas implicações que a medida acarreta. A vida é um dom com o qual não se pode brincar. E muito menos deixá-lo ao critério das pessoas, dando-lhes o direito de pôr termo a um ser humano, indefeso, que só espera que o deixem nascer tranquilamente. Abrir a porta ao Aborto e depois à Eutanásia é o mesmo que liberalizar a morte, por simples vontade ou decisão das pessoas, sem qualquer respeito pela vida, que a nossa civilização cristã nos ensinou a considerar como um valor sagrado e absoluto. O Presidente Sampaio deu-nos uma boa oportunidade para todos nos mobilizarmos, no sentido de procurarmos saber o porquê de tantos condenarem o Aborto e a Eutanásia, os católicos, por exemplo, e de outros os aceitarem, por norma os que privilegiam só o prazer, em todas as circunstâncias. F.M.

PRAXIS: Uma revista para quem gosta de saber

O nº 2 da revista PRAXIS, referente ao ano de 2004, saiu há pouco tempo, com um conteúdo centrado no NATAL, tema intemporal. Quem gosta de se debruçar, na época natalícia, com mais acuidade, sobre as implicações do nascimento de Jesus Cristo na vida de todos os cristãos, tem nesta revista matéria mais do que suficiente para meditar ao longo do ano. Ou até que venha a público, pelo menos, a revista nº 3, editada pelo ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro). Li já alguns subtemas e posso dizer que eles encaixam bem na formação contínua que nos deve animar, para não perdermos a carruagem do conhecimento, sempre apressada e em constante ebulição. Revistas como esta fazem, por isso, muita falta. Normalmente, não são as publicações de grandes tiragens e por vezes cheias de banalidades que nos preparam para a vida. As que nos formam e nos enriquecem espiritualmente ficam à margem do grande público, infelizmente, sobretudo do que não perde tempo com propostas que façam pensar. Caindo na literatura de cordel, por sistema, cai-se num fosso de onde é difícil sair. E como abismo atrai abismo, estou em crer que revistas com a PRAXIS só raramente chegarão às mãos de quem muito precisaria de as ler. Ao divulgá-la aqui, neste espaço pessoal de opinião, faço-o com o intuito de dizer aos meus leitores que vale a pena ler a PRAXIS (não como quem lê uma revista dessas que vão logo depois para o cesto dos papéis), porque se trata de uma publicação para ler, reler e guardar, como se de livro digno de estante se tratasse. Como desafio, indico os colaboradores e os subtemas que abordaram: Maria Armanda Saint-Maurice (... só duas palavras), António Marcelino (“Os homens de boa vontade” – uma visão lavada da fé em relação ao “outro”), João Duque (Natal e pós-cristianismo), Georgino Rocha (Comunicação de bens – uma epifania de Natal), Joaquim Martins (Falar de Natal hoje – ensaio catequético), J. M. Marques Pereira (Advento: uma espiritualidade da esperança), Henrique Pinto Rema (Natal contado e cantado por Santo António de Lisboa), Clara Menéres (Natividade), Maria Armanda Saint-Maurice (Cristificação e “marianização”: breves considerações sobre a maternidade divina), Carlos H. do C. Silva (Renascer para uma vida nova...) e Júlio Franclim do Couto Pacheco (Código Da Vinci). A assinatura anual (2 números) custa 15 euros. Cada número, avulso, custa 10 euros. Pedidos ao ISCRA, Edifício do Seminário de Santa Joana Princesa, Rua João Jacinto de Magalhães, Apartado 323, 3811-901 AVEIRO. F.M.

Debate no CUFC: "Família e Eutanásia"

No contexto do Dia Internacional da Família, vai realizar-se no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), no dia 14 de Maio, sábado, pelas 21.30 horas, um colóquio, subordinado ao tema “Família e Eutanásia”. Intervirão, como convidados, o Prof. João Loureiro, da Universidade de Coimbra, a Prof. Edna Gonçalves, do IPO do Porto, e a Dra. Emília Carvalho, do Centro Regional de Segurança Social de Aveiro. A organização é da ADAV (Associação para a Defesa e Apoio à Vida) e a APFN (Associação Portuguesa das Famílias Numerosas). Numa altura em que alguns tão veementemente se declaram favoráveis ao aborto e à eutanásia, em nome do direito da liberdade de escolha de cada qual, muitas vezes sem bases para os argumentos que apresentam, é muito pertinente este colóquio, que terá lugar no seio da comunidade universitária. Admitindo que muitos falam convictos de que estão na verdade, sugiro que venham, de espírito aberto, ouvir a opinião dos que defendem a vida em todas as circunstâncias, como é o caso dos que se identificam com a posição da Igreja Católica. O colóquio é aberto a todos os interessados por estes temas. F.M.

segunda-feira, 2 de maio de 2005

DN entrevista D. Jorge Ortiga

Igreja fará campanha pelo 'não' ao aborto
O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, garante que a Igreja fará campanha pelo "não" ao aborto e rejeita ainda o uso da pílula do dia seguinte. Também reforça oposição ao casamento entre homossexuais e adopção por estes de crianças.
(Para ler a entrevista, clique DN)

Um artigo de João César das Neves no DN

O Orçamento e a dispensa do indispensável
Toda a gente sabe que uma das medidas mais indispensáveis hoje em Portugal é a solução do desequilíbrio nas contas públicas, que cria endividamento, sobrecarrega a economia, atrasa o progresso. Mas muitos cometem, em seguida, um erro simples mas fatal procuram os malfeitores que geraram tal situação. Esquecem assim o princípio da velha sabedoria que diz que um mal deste tamanho não pode ser causado apenas pela maldade de alguns, mas nasce da conivência de todos. Roubos ou assassínios são cometidos por bandidos, mas uma guerra só existe com a participação das boas pessoas. Também o descalabro financeiro português é tão grande que só pode ser feito por toda a gente. É precisamente por causa disto que o problema é tão difícil de resolver. Se fossem criminosos os culpados, há muito que o défice estava controlado.
É difícil compreender que o nosso pior drama possa ser causado por cidadãos sensatos e empenhados, que apenas pretendem o bem do País. No entanto, todos conhecemos este mecanismo. Quando, por exemplo, convidamos amigos para uma festa ou planeamos um fim-de-semana livre, se não tomarmos cuidado, em breve a dimensão do indispensável ultrapassa em muito os lugares ou o tempo disponíveis. É precisamente o mesmo que se dá no Orçamento de Estado. O País está cheio de justas reinvindicações, gastos imprescindíveis, despesas incompressíveis. Todas estas exigência são boas, mas a sua soma é muito superior às receitas.
A lista é infindável. Na Saúde, por exemplo, que dizer do direito inalienável de todos os portugueses a cuidados dignos e acessíveis? E na Educação, como esquecer este instrumento vital do desenvolvimento e formação da personalidade das nossas crianças e jovens? A Polícia precisa imediatamente de mais meios, porque está em causa a segurança de pessoas e bens. Da Defesa, nem se fala, pois é a própria dignidade nacional que se joga nos recursos para as nossas forças armadas. O mesmo se diga, aliás, dos diplomatas, representantes nacionais no mundo, da Cultura e Património, fundamentos da alma lusa, do Ambiente, suporte da sobrevivência populacional. E ainda não falámos de Justiça, sectores produtivos, etc, etc. Mas todas estas coisas empalidecem perante o gravíssimo problema dos pobres, idosos, marginalizados, das injustiças sociais. A lista é mesmo infindável.
Qualquer estimativa, mesmo comedida, destas despesas exigiria um produto nacional várias vezes superior ao que existe. Mas onde cortar? Cada uma delas é, sem dúvida, vital, basilar, insubstituível. Como é possível não acudir a cada uma destas urgências e a mais miríades de outras de igual gravidade? No entanto, ainda há poucos anos nós gastávamos muito menos e, dispensando esses "indispensáveis", conseguíamos sobreviver. O total da despesa pública portuguesa mais que duplicou em termos reais nos últimos 20 anos. Mas isso, em vez de resolver os problemas, aumentou ainda mais as necessidades. Quanto mais temos, mais queremos. Portugal entrou neste círculo vicioso, onde as despesas geram mais necessidades "indispensáveis", que crescem mais depressa que os recursos disponíveis.
É curioso que os debates comuns nunca falem deste elemento. A eterna discussão é à volta da evasão fiscal, da corrupção de funcionários, da azelhice dos ministros. Estes abusos são reais e influentes, mas mesmo que fossem milagrosamente resolvidos esta noite, o défice permaneceria descontrolado. As críticas mais violentas e as políticas mais vigorosas foram sucessivamente anunciadas contra esses facínoras, acompanhadas por sucessivos agravamentos do défice. Porquê? Porque a questão é outra. Temos critérios europeus e recursos portugueses. Assim, por mais ricos que sejamos, haverá sempre desequilíbrio orçamental.
É preciso mudar radicalmente o debate sobre o nosso défice. Os portugueses têm de modelar as suas exigências ao seu nível de vida. O senhor ministro das Finanças tem de dispensar o indispensável para atingir o equilíbrio que, esse sim, é mesmo indispensável.