domingo, 11 de fevereiro de 2018

VICIADO EM BOAS NOTÍCIAS

Crónica de Frei Bento Domingues 

Frei Bento Domingues


1. Leio, todos os dias, textos dos Evangelhos. A palavra evangelho é a tradução do grego evangelion. Significa boa notícia. Não é o culto daquela atitude preguiçosa que espera que tudo há-de acabar por dar certo, sem mexer uma palha. Jesus interpretou a sua missão como resposta aos desafios que ia encontrando na sua intervenção pública: eram pedidos de socorro de pessoas afectadas por todo o género de doenças físicas, psíquicas, de exclusão religiosa e social. As mais insólitas e as mais correntes
Quando se proclama o Evangelho na Celebração da Eucaristia, não é para lembrar o que Jesus fez há mais de dois mil anos. É para dizer à comunidade cristã o que é preciso fazer hoje. Quando usamos as palavras de Jesus na chamada Última Ceia: fazei isto em memória de Mim, não é para cumprir um ritual, mas para intimar os cristãos a continuarem hoje o Evangelho. Uma missa que não dá notícias das transformações que a comunidade realizou na semana anterior e das que se compromete a realizar na semana seguinte, não celebra o Evangelho. As notícias cristãs de há dois mil anos, se não provocarem hoje transformações nas Igrejas ao serviço das alterações que a sociedade precisa, comem e bebem a sua própria condenação, segundo a expressão de S. Paulo [1].
A repetição dos textos, só por si, mata a novidade do movimento cristão. Quando não se entra no espírito que animava a vida de Cristo, a repetição não é caminho. Sem a ciência da interpretação estamos sempre a resvalar para o fundamentalismo ou para a banalidade. A letra mata, o espírito vivifica.

EUCARISTIA, O AMOR FAZ-SE SERVIÇO

Reflexão de Georgino Rocha


A Eucaristia é a celebração da ceia do Senhor, ceia que Jesus realiza com os discípulos a quem deixa este mandato: “Fazei isto em memória de mim”. É a ceia do lava-pés, da entrega livre por amor que vem a ser consumado no sacrifício da cruz. É a ceia do avental de serviço mantido como distintivo do Mestre que quer ver perpetuado em gestos de humanização progressiva e qualificada: “Felizes sereis se o puserdes em prática”.
A Igreja assume esta missão e vê na eucaristia o centro e o vértice da sua acção pastoral. Como centro, supõe um percurso que une os lados, as “periferias”, e encaminha para esse núcleo. Em linguagem consagrada é a iniciação cristã. O centro ergue-se até ao cimo, em figura de pirâmide ou poliedro. São as subidas à perfeição da vida ética e moral pela construção do “homem interior” e as descidas para o quotidiano do viver cristão marcado pelas bem-aventuranças e pelos sacramentos de serviço.
Esta síntese pode ajudar a configurar a pastoral em torno à eucaristia, e que o programa diocesano se propõe assumir este ano. Sem as virtudes teologais e morais, quer dizer, sem fé-esperança-caridade; sem prudência-justiça-fortaleza-temperança, o humano cristão não tem alicerces seguros nem o exercício da cidadania tem qualquer marca diferenciadora da novidade que brilha nas bem-aventuranças. Sem os dons do Espírito Santo desabrocharem em frutos visíveis de comportamentos éticos adequados, a maturidade espiritual fica longe, muito longe.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Senos da Fonseca defende pólo museológico na Gafanha da Nazaré



POSSO?

Venho insistir: o espólio de Manuel Bola merece um espaço condigno para ser mostrado ao público.Não pode, de modo algum, perder-se no tempo.
Hoje ao passar junto de um edifício (frigorífico?), sito no porto de pesca longínqua, edifício inaugurado com pompa e circunstância, mas em que não entrou, nem um bacalhau (!), totalmente abandonado, lembrei-me do seguinte:
Porque não aproveitar o edifício soberanamente colocado, no local certo, e nele construir um pólo museológico para memória futura que, integrasse:

1- Uma antiga seca de bacalhau (em escala apropriada).
2- Um sala (ou cais) onde se mostrasse a construção naval em madeira (recordando os "Mónicas" e muitos outros)
3- Uma sala em que o espólio do gafanhão Manuel Bola (e quem sabe outros..) pudesse ser mostrado e preservado .

A localização do edifício, impossível é, encontrar outro mais apropriado.Na mouche...
O edifício,parece-me, poder ser facilmente adaptável.E diga-se bonito...
A Gafanha da Nazaré ficava, assim, com um apelativo e atrativo local,de grande interesse na preservação de memória da indústria da pesca do bacalhau: a montante e jusante . De um ineditismo flagrante.
A fazer jus a homens geniais na arte de construir navios; e a mulheres que labutaram na feitura dos "sóis" necessários, para nos darem o bom fiel amigo.E porque não ali depositar os arquivos das Empresas que deram corpo à história.
Porque a Faina Maior não foi feita apenas por capitães,nem é privilégio,único, de Ílhavo.
Deixo mais este recado.Haja vontade e espírito de inovação e criatividade.

SF

Sobre Manuel Mário Bola ler mais   aqui 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Mudança da hora tem os dias contados?


Li no Diário de Notícias que o "Parlamento Europeu questionou a necessidade de adiantar e atrasar relógios e convidou a Comissão Europeia a estudar os efeitos da mudança". Acho bem que se questione a obrigação de todos os anos sermos obrigados a alterar, atrasando ou adiantando, a caminhada dos nossos relógios. Nunca achei graça a esta lei que exige a nossa adaptação às circunstâncias. Cá para mim, preferia que voltássemos, definitivamente, ao chamado horário de verão. 

ONDE A TERRA SE ABRE AO MAR

FOTO DE RICARDO VILAVERDE


Vi no Porto de Aveiro e copiei para o meu blogue, com a devida vénia, porque divulgar o que é bonito é muito importante. 

AS MULHERES NA IGREJA E NA SOCIEDADE

Crónica de Anselmo Borges 

Anselmo Borges 


1- Devemos a vida a uma mulher, à mãe. Claro que também ao pai, mas a nossa mãe poderia ter-nos rejeitado e não nasceríamos. Se alguém se sacrificou e nos amou e ama é a mãe. Dá, pois, que pensar o modo como as mulheres são tratadas ao longo da história e, nessa história, também as religiões são acusadas, pois, com excepção do taoísmo, tendem para a misoginia. Ficam aí alguns textos universais significativos. "A mulher deve adorar o homem como a um deus" (Zaratustra). Um texto antigo budista diz que "a filha deve obedecer ao pai; a esposa, ao marido; por morte deste, a mãe deve obedecer ao filho". "A natureza só faz mulheres quando não pode fazer homens. A mulher é, portanto, um homem falhado" (Aristóteles). "Toda a malícia é leve, comparada com a malícia da mulher" (Bíblia, Ben Sira). "Dou-te graças, Senhor, por não ter nascido mulher" (oração dos judeus ortodoxos). "As mulheres estão essencialmente feitas para satisfazer a luxúria dos homens. Não permito à mulher ensinar nem ter autoridade frente ao homem, mas estar em silêncio" (São João Crisóstomo). "A ordem justa só se dá quando o homem manda e a mulher obedece" (Santo Agostinho). "Nada mais impuro do que uma mulher com a menstruação. Tudo o que toca fica impuro" (São Jerónimo). "No que se refere à natureza do indivíduo, a mulher é defeituosa e mal nascida, porque o poder activo da semente masculina tende a produzir um ser perfeito parecido, do sexo masculino, enquanto que a produção de uma mulher provém de uma falta do poder activo " (Santo Tomás de Aquino). "Os homens têm autoridade sobre as mulheres em virtude da preferência que Deus deu a uns sobre outros" (Alcorão, que permite desposar duas, três ou quatro mulheres e também bater nas que se rebelem).

JESUS COMPADECIDO CURA O LEPROSO. APRECIA

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha

Um leproso vem ter com Jesus. Ousa transgredir regras muito rigorosas de higiene pública. Expõe-se e corre riscos de morte. O contágio era fácil e perigoso. A sociedade protegia-se. Além disso, a lepra como outras doenças, tinha conotação religiosa. Fazia a pessoa impura, com uma relação negativa com Deus, culpada por algo que tivesse feito, amaldiçoada. Devia ser evitada a todo o custo.
Que experiência dolorosa e humilhante! Apesar disso, expõe-se e transgride, avança no desejo de recuperar a dignidade perdida e a liberdade cerceada. Ousa o inacreditável e, cheio de coragem e confiança, aproxima-se, ajoelha e suplica: “Se quiseres, podes curar-me”. Que força interior move as suas energias e alenta a sua esperança. Que firmeza de convicções manifesta e transmite. Que expectativas alimenta nos passos que dá para realizar o seu sonho: Ser alguém com nome próprio, ir ao culto religioso na sinagoga, ser membro da sociedade e poder andar em público sem restrições.
O leproso é também um símbolo de grandes maiorias humanas que se arrastam na vida por carências sem conta: desnutrição por fome, migrações forçadas por guerras impostas e alterações climáticas, falta de água e de outros bens indispensáveis à saúde, conflitos e violências, perseguições étnicas e religiosas. Ou ainda nas sociedades de “bem-estar” o isolamento e a solidão, as desigualdades irritantes, o individualismo egoísta, a exclusão e marginalização das minorias, a “ditadura” das ideologias e, por vezes, da opinião publicada. Tudo isto, e muito mais, apesar dos avanços admiráveis em tantas áreas da nossa humanidade.
Marcos, o autor do relato (Mc 1, 40-45), adopta um estilo diferente do habitual na narrativa. Deixa em aberto a identidade do leproso. Não se sabe quem é, nem donde vem, nem o local do encontro. Para ele, o importante é a atitude de Jesus, a força sanadora que possui, a compaixão que sente e o gesto que faz. Para ele, o importante é que os discípulos saibam que a lacuna não é esquecimento, mas oportunidade, para cada um fazer o encontro pessoal com Jesus, nas situações mais sofridas da vida, sem medo prudente a “sujar as mãos”, nem a perigos de contágio.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

P.e TOLENTINO VAI PREGAR AO PAPA

P.e  Tolentino (Foto do meu arquivo)

“Todo o ser humano tem sede. Sede de amor, sede de reconhecimento, sede de relação, sede de dignidade, sede de diálogo, sede de encontro, sede de Humanidade, e muita sede de Deus” 

O P.e José Tolentino Mendonça, poeta, biblista, escritor, cronista e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, vai pregar exercícios espirituais, nesta quaresma, ao Papa Francisco e seus colaboradores. Congratulo-me com o convite feito ao P.e Tolentino, porque tive já, várias vezes, o privilégio de o ouvir, sendo leitor assíduo dos seus livros e das crónicas que publica semanalmente no EXPRESSO.
Do que conheço do P.e Tolentino, sei, dentro das minhas capacidades de análise, que se trata de um padre de uma cultura multifacetada e profunda, capaz de se pronunciar sobre os temas mais diversos, com saber e arte. Mas também sei que se trata de uma pessoa capaz de enfrentar desafios, por mais exigentes que se apresentem. 
O tema das suas reflexões, segundo admito, está sintetizado no texto, entre aspas, que abre esta minha mensagem.

Ler entrevista aqui 

FM

NOTAS DO MEU DIÁRIO: Hoje acordei assim...

Do meu quintal

Hoje acordei tarde. Incómodos de saúde próprios da idade. O sol coado pela vidraça e pelas cortinas inundou o meu quarto, voltado para o astro rei, desde o despontar da aurora até ao seu mergulho no oceano. 
Uma volta pelo quintal, galinhas à cata de tudo, árvores de folha caduca ainda adormecidas, um sol acalentador, nada de ventanias, enfim, tudo dentro da normalidade esperada, mostrando que a vida, bonita quanto baste, me enche a alma, animando-me para a luta quotidiana. 
É muito agradável cirandar por aqui, sem preocupações de maior, ouvindo cães a ladrar como que a avisar que gostariam da liberdade plena, que isto de morar numa varanda fechada não dá alegria a ninguém, nem mesmo aos animais. 
A liberdade é uma sensação muito bonita, que os homens souberam conquistar ao longo de séculos, mas ainda há quem lute por ela sem êxito. Os tiranos, sádicos por natureza, ainda hoje bloqueiam os sonhos de quem quer voar para lá das fronteiras, físicas ou ideológicas, criadas com muros intransponíveis. 

08-II-2018

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Gestão de resíduos do Porto de Aveiro

Plano de Receção e Gestão 
de Resíduos do Porto de Aveiro 
2017-2019 



No respeito pelo artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 165/2003, de 24 de julho, a APA (Administração do Porto de Aveiro) efetuou mais uma revisão do Plano de Receção e Gestão de Resíduos do Porto de Aveiro. que tornou público. 
Quem gosta de viver num ambiente sadio, obviamente sem poluição, tem de ficar satisfeito com a decisão da APA. Ficamos na certeza de que os responsáveis pelas estruturas portuárias saberão estar atentos, porque as pessoas e a natureza precisam mesmo de viver tranquilas.

Ler planos aqui