sábado, 28 de outubro de 2017

Paulo Costa na hora de deixar a política partidária

Paulo Costa

Ao cessar funções na Câmara Municipal de Ílhavo, como vereador, Paulo Costa teve a gentileza de me enviar um texto de despedida e de agradecimento. «Após 16 anos de intensa actividade, que me envolveram de uma forma total e me realizaram completamente, entendi que, apesar de gostar imenso daquilo que faço, chegou a hora de fazer outras coisas fora da Câmara e fora da política partidária», disse. 
Paulo Costa, que sempre me honrou com a sua amizade, foi, realmente, um vereador com uma capacidade muito grande para dialogar com toda a gente, independentemente da cor partidária dos seus interlocutores, o que diz muito do seu caráter e do seu modo, franco e aberto, de participar na política e na vida, sem sectarismos nem complexos. 
As suas palavras de agradecimento, ao fim de 16 anos de entrega total à comunidade, como vereador, vão, obviamente, para todos os que com ele privaram, mas não deixa de reconhecer que viveu, na autarquia ilhavense, «momentos verdadeiramente memoráveis» que o «ajudaram a crescer e a amadurecer como político, como profissional, mas acima de tudo como homem». E acrescenta: «O que sou hoje, devo-o aos bons momentos, assim como aos menos bons, mas sobretudo às pessoas com quem tive o privilégio e a felicidade de conviver». 
Gosto, francamente, de políticos que não se deixam levar pela «vã glória de mandar», tendo a coragem de procurar outras vias de enriquecimento pessoal e de serviço à comunidade, na certeza de que a vida nos oferece outros horizontes de empenhamento social e profissional, tão válidos e importantes como os do mundo da política partidária.
Um abraço amigo para o Paulo Costa, com votos das maiores venturas.

Fernando Martins

Os blogues continuam

Lita e Fernando em passeio 
Os blogues, que hoje são aos milhões pelo mundo, nasceram há poucos anos. Em Portugal entraram em 2003 e logo foram adotados e seguidos também por milhões de portugueses. O meu Pela Positiva nasceu em Dezembro de 2004. Como é sabido, eles conseguem ser, nos tempos que correm, um grande desafio à nossa forma de comunicar, distinguindo-se alguns por terem mais influência que outros meios de comunicação social. 
Eu sei que o Facebook lidera presentemente a forma de comunicar de milhões e milhões de pessoas de todo o mundo, com desabafos, trocas de informações e desinformações, partilha de saberes e sabores, fotografias, comentários, vídeos e artes, mas também com provocações e aplausos. Tem como inconvenientes, na minha ótica, a certeza de que o imediato se esquece minutos ou dias depois.
Os blogues, naturalmente atualizados com mais cuidado, permanecem no tempo. Por experiência própria, posso testemunhar que frequentemente recebo comentários e pedidos de informações sobre textos que publiquei nos meus blogues. Por isso, a minha opção ainda vai para a blogosfera, onde diariamente me dou ao cuidado de marcar presença no ciberespaço.
Permitam-me que dirija uma palavra de gratidão a todos os meus leitores e amigos.

Fernando Martins

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Georgino Rocha: Onde está o padre, meu irmão?


Esta pergunta é pertinente para todos, sobretudo para os cristãos. Sempre, especialmente nos períodos em que a realidade do clero se mostra em mudança tão acentuada. Sempre, mas mais ainda quando os sinais de alarme disparam um pouco por todo o lado.

O padre, pessoa com um perfil tão identificado na Igreja e na sociedade, vive em si as alegrias e as perplexidades da mudança de época que caracteriza a nossa civilização. Alegrias, resultantes dos novos contornos da missão pastoral na Igreja centrada em Jesus Cristo, o amigo dos pobres e dos silenciados, a quem é preciso restituir a voz da dignidade. Alegrias, polarizadas na comunhão dos padres no único presbitério da Igreja diocesana presidida pelo Bispo local e no seio das comunidades e movimentos que a configuram. Alegrias, vividas ao ritmo dos passos de humanização que se vão registando sempre que a relação solidária prevalece sobre o casulo do egoísmo.

A pergunta inicial tem sabor bíblico e surge no contexto em que o ciúme prevalece sobre o respeito pela diferença do outro, o convite do passeio é trespassado pelo desejo de desforra, o campo tem as cores do sangue derramado pelo crime praticado e clama por justiça. A referência que passa em “pano de fundo” é o episódio de Caim e Abel, episódio que vem a repetir-se em muitos outros passos da nossa história comum. Mais do que saber onde está, o autor narra traços de como está. E assim ilustra bem a situação do outro, meu irmão.

O programa diocesano de pastoral pretende alcançar esta objectivo. Sucedem-se iniciativas. Congregam-se pessoas. Apontam-se situações. Esboçam-se estados de ânimo. Tudo a querer convergir em conhecer melhor a realidade que se nos depara e na qual se encontra a voz do Espírito em gemidos inenarráveis. Sintonizar com esta voz e criar condições para que se liberte e diga o que tem para dizer à nossa Igreja, como outrora às comunidades da Ásia Menor, é serviço pastoral de relevo humanizante que evangeliza.

O padre, meu irmão, está envolvido neste dinamismo absorvente. O zelo de pastor solícito leva-o a reprogramar continuamente a sua agenda, a reexaminar a gestão do seu tempo, a reequacionar a escala de prioridades, a dialogar com colegas e leigos, a abrir-se à corresponsabilidade, a repartir tarefas que em si se foram concentrando, a cuidar das emoções e afectos, do mundo interior e espiritual, a confiar mais visivelmente no Espírito Santo que mantém aberto o tesouro dos seus dons para quem os queira receber e valorizar.

O padre, meu irmão, está sujeito às contingências de todos os seres humanos: surpresas de cada dia, energias a gastarem-se, idade a pesar progressivamente, cansaço a espreitar uma “entradinha” e a querer abrir a porta a outras situações preocupantes, recurso ao silêncio solitário e mais expedientes, assaltos de angústia depressiva. A revista “Família Cristã” vem dedicando a sua atenção a estes estados evolutivos em ordem a fazer atempadamente a indispensável prevenção e recuperação.

A saúde do padre não é apenas um bem pessoal. Como homem da comunidade, diz respeito também aos cristãos, paroquianos ou não. A gratificação como reconhecimento da doação feita pela felicidade dos outros constitui um suporte emocional de qualidade. A companhia, quando desejada, reconforta e estimula à superação. A relação de ajuda espiritual é sempre um arrimo de valor incalculável. A preocupação dos cristãos, sempre necessária, mostra a qualidade da fé no vínculo que os une e a firmeza da esperança que os irmana. Sempre, mas ainda mais nas épocas de encruzilhada pastoral em que que se misturam, frequentemente, critérios de sabor contrastante, e muitos fiéis cristãos afirmam a sua determinação subjectiva que pretendem fazer prevalecer na comunidade cristã. E o ricochete vai para o padre, o irmão mais próximo e rosto da instituição eclesial.

O magistério do Papa Francisco tem sido luminoso, a este propósito, e rasga horizontes de sã inquietude evangélica. Abre caminhos que, em sintonia com os nossos Bispos, somos convidados e percorrer. Aproveitemos a oportunidade aberta pelo programa pastoral 2017/2018.

Georgino Rocha

Miguel Torga - PORTUGAL

Portugal
Consultório em Arganil

Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.

E eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço:

Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.

Miguel Torga, in 'Diário X' 

Anselmo Borges - Onde estarei, quando deixar de existir?

Anselmo Borges


1 A pergunta do título é feita, textualmente, por Ivan Ilitch, nas vésperas de morrer. Uma pergunta de abismo e de calafrio, que abala até à raiz do ser, terrível e lancinante.
Há muitos anos, tinha lido A Morte de Ivan Ilitch, uma das obras-primas de Tolstoi, pequena em volume, mas imensa em humanidade: vai até aos abismos da nossa condição. Recentemente, o livrinho vinha acoplado, gratuitamente, a uma revista. E reli. E lá está a pergunta, que retomo, para algumas reflexões, em vésperas do Dia de Todos os Santos e do Dia dos Finados (1 e 2 de Novembro), os dias em que as nossas sociedades, que fizeram da morte tabu - disso não se fala - permitem alguma abertura à pergunta que está na raiz de todas as perguntas: onde é que eu estarei, quando já cá não estiver?
Ivan Ilitch, o conselheiro do Supremo Tribunal, sabia que ia morrer e estava apavorado, desesperado. "No fundo da sua alma, estava bem certo de que ia morrer mas não só era incapaz de se afazer a essa ideia, não a compreendia sequer, era incapaz de a compreender." Ele também tinha estudado lógica e lá estava um exemplo de silogismo: todos os homens são mortais, Caio é homem, logo Caio é mortal. Isso era evidente. Mas Caio era um homem em geral e, claro, tinha de morrer, era natural que morresse. Ivan Ilitch, porém, não era Caio, era ele mesmo, único, irrepetível. E estava perante o abismo sem fundo do incompreensível. Como compreender que morresse? Era simplesmente horrível, apavorante, paralisante, incompreensível. Impossível. Tentava, pois, escorraçar aquela ideia, "como coisa falsa, anormal, doentia, tentando substituí-la por outras ideias, normais e sãs". E, contudo, era assim mesmo: ia morrer. Essa realidade bruta erguia-se, impenetrável e certa, diante dele.
Ivan Ilitch tinha um tormento maior, que consistia na mentira, admitida por todos: afinal, ele apenas estava doente e não era um moribundo. Mas ele sabia bem que o esperavam sofrimentos terríveis e a morte. Essa mentira atormentava-o e sofria por não quererem admitir a realidade bruta, tendo ele próprio de participar naquela intrujice. "A mentira que cometiam para com ele nas vésperas da sua morte, essa mentira que rebaixava o acto formidável e solene da sua morte até ao nível das suas visitas, dos seus jantares, era atrozmente penosa a Ivan Ilitch. E, coisa estranha! Esteve muitas vezes quase a gritar-lhes, quando eles exibiam à volta deles as suas histórias da carochinha: "Basta de mentiras! Bem sabeis e eu bem sei que vou morrer! Acabem ao menos com essas mentiras!" Mas nunca teve coragem de agir assim. O acto atroz da sua agonia era rebaixado pelos que o rodeavam, bem o via, ao nível de um simples dissabor." Aliás, outros pensamentos ocupavam agora alguns colegas: o aborrecimento de terem de ir ao funeral, mas, com a morte dele, também poderia estar mais próxima a sua promoção e a dos amigos, tinham sobretudo um sentimento de alegria: era ele que estava a morrer e não eles. Ivan Ilitch, esse, gemia de angústia, porque os dias e sobretudo as noites eram intermináveis: "Se isto pudesse acabar mais depressa. Mais depressa? O quê? A morte, as trevas!... Não, não! Tudo é melhor do que a morte!" E chorava e gritava por causa da sua situação, "pela horrível solidão, pela crueldade dos homens, pela crueldade de Deus, que o tinha abandonado".

2 Philippe Ariès chamou a atenção para o facto de esta obra de Tolstoi ser dos primeiros avisos de que estava a caminho a "mentira" sobre o morrer e a morte. Na atitude tradicional, a morte era natural e quase familiar, mas, entretanto, ela tornou-se tabu, o último tabu. Não é de bom tom referir-se-lhe. Disso pura e simplesmente não se fala. O próprio luto é ocultado.
O que se passou? Evidentemente, a "morte" de Deus e a desafeição pela religião deixaram as pessoas no desamparo. Vive-se numa sociedade da produção e do consumo, do êxito, do hedonismo, uma sociedade tecnocrática, poderosíssima nos meios mas paupérrima nas finalidades humanas, posta em causa precisamente pela morte. A morte não deixou, portanto, de ser problema; pelo contrário, de tal modo é problema, o único problema para o qual este tipo de sociedade não tem solução, que a única solução é ignorá-la, como se não existisse. Vive-se então na banalidade rasante, na superfície de uma existência agitada e fragmentada, na vertigem do tsunami (des)informativo e na busca do êxito a qualquer preço e no espectáculo indecoroso de um poder interesseiro, sem atenção ao essencial e decisivo, ignorando os outros, numa solidão atroz.
Não sou de modo nenhum partidário do pensamento mórbido sobre a morte, que foi muitas vezes utilizada, também pela Igreja, para dominar e tolher a vida. Mas estou convicto de que, sem o pensamento são da morte, se perde o essencial. Porque é ele que obriga a distinguir, como sublinhou M. Heidegger, entre a existência autêntica e a existência inautêntica, entre o justo e o injusto, entre o que verdadeiramente vale e o que realmente não vale, e a abater tanta vaidade ridícula e a pouca-vergonha. Esse pensamento não envenena a vida, pelo contrário, leva a viver digna e intensamente cada momento e a abrir-se aos outros. Já perto da morte, o filósofo H. Marcuse voltou-se para o amigo, também filósofo, J. Habermas: "Sabes, Jürgen? Agora sei onde se baseiam os nossos sentimentos morais: na compaixão."
A curto, a médio, a longo prazo, todos iremos estando mortos. Com a morte, acaba tudo? É tão próprio do ser humano saber da sua morte como esperar para lá dela. Para a eternidade vamos: a eternidade do nada ou a eternidade da vida plena em Deus. É razoável esperar e confiar em Deus, e a razão está em que, no próprio acto de confiar, se mostra a razoabilidade desse acto, porque então, contra o absurdo, o mundo e a existência encontram sentido, sentido último, a salvação.

Anselmo Borges no DN

Georgino Rocha — AMAR: Critério único da vida



Jesus manifesta uma paz de espírito admirável, transmite uma liberdade interior brilhante, reage serenamente à provocação dos fariseus em busca de uma prova acusatória. O episódio narrado por Mateus ocorre nas imediações do Templo. A provocação surge na forma de pergunta sobre o maior mandamento. Pergunta fundamental não apenas para os Judeus, mas para nós, os seres humanos, chamados a realizar a nossa vocação ao amor. Mt 22, 34-40.

O amor é a energia vital que nos humaniza e enobrece, tem a sua fonte em Deus e manifesta-se em opções e critérios, atitudes e gestos concretos. É dinamismo de relação que revigora o laço solidário que nos une e recheia a consideração que nos dispensamos. É alimento de esperança no futuro e força de envolvimento no presente. Sem ele, a pessoa enclausura-se no egoísmo e a sociedade empobrece no tecido por onde flui a seiva do desenvolvimento integral. Sem ele, o coração faz-se insensível e a vontade indiferente, a inteligência rígida e o desejo fantasioso, as leis espartilhos e os mandamentos imposições insuportáveis. A vida entrincheira-se no reduto autorreferencial e perde horizontes de sentido, cultivando apenas o jardim da zona de conforto individualista.

Os fariseus dirigem-se a Jesus e querem saber qual é o maior mandamento, pois tinham 248 preceitos e 365 proibições, ou seja 613, tal era o seu empenho em prever todas eventualidades na vida e assim cumprir a vontade divina. Preocupação legítima para um regime de religião controlada, de sistema vigiado, de segregação de “puros e impuros”. Mateus, porém, adverte que a pergunta entranhava certa malícia, pois era para apanhar Jesus em algo acusatório. A resposta surge diáfana e serena como se nada de especial estivesse a acontecer: Amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo. E para não haver dúvidas, acrescenta: Nestes dois mandamentos se encerra a Lei inteira e os profetas, ou seja toda a revelação conhecida da vontade de Deus. Resposta sublime. Deixa desarmados os inquisidores. Terão ficado satisfeitos ou amargurados, esclarecidos ou intrigados? Tudo é possível. Mas não desarmam e as próximas cenas apontam para a retaliação, a prisão e a condenação.

Jesus põe a claro que há um só amor que se manifesta em intensidades diferentes. Concretamente, a resposta indica três: Amar a Deus com doação total, pois Ele toma a iniciativa de vir ao nosso encontro, amar os outros sem reservas, tendo como referência o bem que cada um deseja para si. Ou dito de outro modo: Aprecia o teu bem com o critério de Deus, respeita e solidariza-te com o próximo com a medida que usas para ti mesmo, reconhece que o amor te faz entrar e viver no circuito de amor próprio de Deus, comunhão das três pessoas divinas.

O amor abre-nos a Deus de quem procedemos e com quem nos relaciona, faz-nos ver os outros humanos como irmãos empenhados no mesmo bem, e impele-nos a apreciar as criaturas e a criação, o ambiente e a natureza como herança a valorizar e a transmitir às próximas gerações. Por isso, o amor abrange a pessoa toda e deve ser cuidadosamente apreciado como valor maior e educado como dimensão superior da nossa comum humanidade. Outras dimensões que certa imprensa “cor-de-rosa” difunde e de que se alimenta serão sempre pirilampos de luz intermitente a brilhar na noite escura do gosto instantâneo, do prazer descartável, do biblô de satisfação imediata.

O amor de Deus é derramado em nossos corações e quer irrigar as veias da humanidade e fazer surgir a correspondente civilização, espelho da nossa dignidade. A construção do sociedade passa por aqui. Só o amor edifica, garante São Paulo ( 1Co 13, 4-7) . Escala de valores, opções de vida, critérios de acção, atitudes, sentimentos e palavras hão-de ser reflexo acessível nos ambientes da família e da convivência social, do lazer e da profissão. Hão-de ser veiculados pela educação e pela comunicação, pela relação de proximidade benevolente e pela atenção solícita a tudo o que diz respeito ao que acontece a todos, sobretudo aos mais pobres, como recomenda o livro do Êxodo na 1ª leitura deste domingo.

Inicia-se, hoje, a semana dedicada à educação cristã. Os nossos Bispos enviam-nos uma mensagem com o título expressivo: «A Alegria do Encontro com Jesus Cristo». É dela que retiramos alguns parágrafos que nos fazem sentir o realismo do amor, sentido único da vida.

A alegria do encontro é, antes de mais, a alegria de nos sentirmos amados, de modo pleno e incondicional. Mesmo no pecado? Então ainda mais!... já que a carência é maior... É também a alegria pelo “novo horizonte” e o “rumo novo” que esse amor dá à nossa vida… É, enfim, a alegria de vermos a nossa vida a prolongar-se nas vidas daqueles a quem a damos: os pais nas dos filhos; os catequistas nas dos catequizandos; os professores nas dos alunos; todo o educador nas dos educandos (cf. CEP “Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo”, IV). Uma alegria que cresce, quando também eles se dão – a partir do encontro com Cristo, mediado por cada um de nós, que então pode, por isso, dizer: É Cristo que vive em mim (Gl 2, 20)… Acolhamos, por tudo isso, o convite do Papa Francisco a “todo o cristão, em qualquer lugar que se encontre, a renovar (…) o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de o procurar no dia-a-dia sem cessar” (A Alegria do Evangelho, n. 3).

Georgino Rocha

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Agostinho da Silva sobre os políticos



«Nenhum político deve esperar que lhe agradeçam ou sequer lhe reconheçam o que faz; no fim de contas era ele quem devia agradecer pela ocasião que lhe ofereceram os outros homens de pôr em jogo as suas qualidades e de eliminar, se puder, os seus defeitos.»

Agostinho da Silva

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Tempo de Outono — Árvores depenadas



Anda não chegou o frio outonal? Não. Mas os seus sinais já estão à vista. À vista nas roupas que usamos à medida do tempo que faz. As árvores e arbustos começam a ficar nus, depenados, como que a anunciar que vão hibernar. Daqui a uns tempos, já a vida vegetal estará em sono profundo. Mas nós, enfrentando o frio corajosamente, continuaremos por cá a pôr a conversa em dia, nem que seja ao calor da fogueira. Bom outono para todos.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Presidente da República condecora Navio escola Sagres



O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou hoje, terça-feira, o NRP Sagres com a insígnia de membro honorário da Ordem Militar de Avis, classificando o Navio escola como uma verdadeira instituição nacional e “expressão da alma portuguesa”.  O PR afirmou, na cerimónia, que decorreu a bordo da Sagres, que este navio é “uma escola de bem formar e bem servir”, reconhecida por todos, nos seus 80 anos de vida, 55 dos quais ao serviço de Portugal. 

Ler mais no Observador e aqui 

Nota: Foto do meu arquivo 



GNR alerta idosos para o perigo dos burlões




«Dê uma aparência de ocupação à sua residência e não divulgue que vai de férias; feche bem as portas e as janelas, mesmo quando sair apenas por alguns minutos; guarde os seus objetos de valor num lugar seguro e quando se ausentar de sua casa, por vários dias, informe a força de segurança da sua zona.» Estas foram algumas recomendações dadas a poucos idosos que participaram no encontro promovido pela GNR (Guarda Nacional Republicana), no dia 19 de outubro, à tarde, no salão nobre da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré.
O “Programa de Apoio 65 — Idosos em Segurança” é uma iniciativa do Ministério da Administração Interna e tem por objetivos apoiar a camada da população mais vulnerável, «como é o caso dos idosos, principalmente os que vivem mais afastados ou isolados», sendo uma resposta ao nível da segurança e apoio social, «dentro desta nova filosofia de servir socialmente». E porque a segurança «é responsabilidade de todos» deve começar por cada um de nós.
Para falar aos idosos presentes, a equipa da GNR, que apresentou o programa “Idosos em segurança 2017», era constituída por Pedro Guedes (coordenador) David Dias e José Sá. Esclareceu que apoia idosos, escolas e comércio, exercendo um policiamento de proximidade, porta a porta, enquanto estabelece parcerias com as Juntas de Freguesia. No fundo, trabalha, fundamentalmente, numa perspetiva de prevenção. 
A equipa da GNR recomendou aos idosos que não deixem entrar pessoas desconhecidas em casa, «sem terem a certeza de quem são», fingindo que está acompanhada de um familiar ou amigo e «chamando por ele». 
Na rua, os idosos devem sair acompanhados e circular por vias bem iluminadas e movimentadas, mas nunca podem ser portadores de quantias elevadas. Se levarem bolsas, têm de as trazer fechadas e junto ao corpo. Nos passeios, as pessoas têm de transportar os seus sacos do lado oposto às ruas e estradas ou bem junto ao peito.
Importa ainda ter em conta que os burlões se apresentam, normalmente, bem vestidos, fato e gravata, são afáveis, têm conversas convincentes e cativantes, com artes de levar as vítimas a fazerem o que não querem. Alguns apresentam-se como membros de instituições públicas e procuram ajudar junto das caixas do multibanco, sendo importante recusar qualquer auxilio.
A equipar da GNR considerou de muito interesse a presença de cães junto dos idosos, em casa, por darem sinais de quem chega, distinguindo os conhecidos dos estranhos.
Os mais velhos precisam de ter à mão os telefones da GNR ou de outra força de segurança, dos Bombeiros e o número de emergência, que é o 112. 

Fernando Martins