terça-feira, 18 de março de 2014

Estar próximo das pessoas é cada vez mais importante

Carlos Rocha,
presidente da Junta de Freguesia,
em entrevista que me concedeu

«Estar próximo das pessoas é cada vez mais importante.» Foi com estas palavras, cheias de sentido, que o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré (JFGN), Carlos Rocha, nos recebeu na sede da autarquia, reformulada interiormente e preparada para acolher de forma personalizada e com espírito de proximidade quem chega para ser atendido. O gabinete do presidente fica no rés-do-chão, para facilitar a vida aos mais idosos, que nem sempre conseguem subir as escadas. O salão nobre, no piso superior, mostra a mesa da presidência no lado oposto à porta da entrada, ficando o público e os deputados da Assembleia de Freguesia em semicírculo, com um corredor central.
Carlos Rocha, sublinha, na abertura da entrevista que nos concedeu, que o cariz social não pode ignorar o sentido solidário, porque a Junta de Freguesia «vai ter em conta, fundamentalmente, os pequenos problemas das pessoas, dentro do que é possível, no âmbito das competências da autarquia», mas não deixará de as encaminhar, sendo caso disso, para as entidades competentes, «em sintonia com a Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) e com os seus serviços, que operam em rede com as instituições da área do município».
À pergunta que lhe lançámos, sobre a natureza dos problemas que afetam as pessoas, sobretudo as mais frágeis, Carlos Rocha adianta que na sua maioria estão ligados à crise social e económica que atravessamos, concretamente, os provocados pelo desemprego, realidade que a Junta conhece pelo número de pessoas sem trabalho que passam pela sede da autarquia. E sobre esta situação, o presidente esclareceu que foi estabelecido «um protocolo com o Centro de Emprego, que permite fazer quinzenalmente a avaliação do que foi feito e do que é preciso fazer, o que nos permite perceber que o número de desempregados tem crescido».
A JFGN organizou-se, desde a tomada de posse, 16 de outubro de 2013, para visitar as instituições e empresas da área da freguesia, «por desejar inteirar-se das dificuldades vividas pelas mesmas», disponibilizando-se para lhes ceder, na área do emprego, «os registos de pessoas desempregadas, evitando, se o desejarem, a consulta ao Centro de Emprego».
Dessas visitas, Carlos Rocha reconhece «que muita coisa o surpreendeu, quando ficou claro a dificuldade com que algumas se debatem; e disso foi dado conta à CMI».
Na hora de abordar temas de que se fala há muito, o presidente da JFGN garante que a autarquia está a tentar, com a Câmara, «antecipar a elaboração do projeto da Casa da Música, para que em 2015 a execução da obra possa entrar no terreno». E esclareceu que tudo se perspetiva no sentido de que aquela estrutura sonhada há tanto tempo «ocupe a sede da antiga Cooperativa Humanitária», para compensar os apelos da Filarmónica Gafanhense, Grupo Etnográfico e Escola de Música Gafanhense.
Defendendo uma natural autonomia, dentro da lei, para responder com celeridade a questões do dia a dia, questões que as pessoas ao sair de casa logo identificam, o autarca da Gafanha da Nazaré entende que a CMI pode e deve delegar a execução de trabalhos em quem está mais próximo das populações. «Propusemos à Câmara a gestão do alcatrão e já houve acordo; cada junta passa a intervir dentro do seu espaço, de forma mais célere e mais atenta do que a Câmara; estou a falar de tapar buracos, porque não temos hipótese de trabalhar a tapete quente», disse. E acrescentou: «Temos milhentos buracos para tapar, pelo que foi preciso comprar uma máquina de corte de alcatrão e uma placa para o bater, para podermos intervir bem.»
Garantiu-nos, por outro lado, que as negociações apontam para outras competências, por delegação, especialmente o tratamento das vias públicas, espaços verdes, passeios, licenciamentos e demolições, entre outras.
A propósito do saneamento, frisou que esta obra está a dar-lhe «um gozo incrível, mesmo não sendo da responsabilidade da Junta». Há inúmeras dificuldades para ultrapassar, provocadas pela natureza dos terrenos que são planos. Nestas circunstâncias, são indispensáveis as estações elevatórias. Porém, «não se pode fazer uma estação elevatória, que é caríssima, por causa de três ou quatro casas», sublinhou. E a finalizar, afirmou que em 2015 o saneamento ficará concluído na Gafanha da Nazaré.


Porto de Aveiro e o problema das areias

É público e notório que há sinais de poluição a partir do Porto de Aveiro. Areias acumuladas e manuseamento de produtos diversos incomodam seriamente os habitantes da Gafanha da Nazaré, provocando incómodos e gerando protestos legítimos. Carlos Rocha não foge à questão e diz que esta realidade «não é de agora; é de há longos anos», adiantando que «a Junta não está ao lado da APA (Administração do Porto de Aveiro) se a APA tiver comportamentos que sejam incorretos». E afiançou que a Junta quer a APA como parceira na procura de soluções boas para os movimentos que tem na área portuária».
O presidente da JFGN atalhou que «há quem pense que a APA só faz coisas más, esquecendo-se que o Porto de Aveiro é gerador de riqueza». Realçando que «não é possível tirar dali o porto», afirmou que «temos, todos unidos (Junta, população, APA), de arranjar soluções que possam colocar bem o que está mal, ou minimizar os impactos que possam ter as movimentações de carros no Porto de Aveiro com areias ou outros produtos».
Ainda esclareceu que o IDAD — Instituto do Ambiente e Desenvolvimento, de que é responsável o conhecido professor catedrático da Universidade de Aveiro Carlos Borrego, faz o controlo ambiental relacionado com o Porto de Aveiro, recebendo a Junta relatórios pormenorizados. Mas aquele instituto sugere que se façam mais análises, mais testes, para «se chegar a conclusões mais concretas», frisou. «Porém — salienta o presidente da JFGN —, as empresas que utilizam materiais que provocam alguma poluição também estão convidadas a colaborar para minimizarem os riscos e para ficarmos todos descansados».
Sobre a utilização das areias depositadas na área portuária para repor o areal da Praia da Barra, Carlos Rocha afirma que a Direção Geral do Ambiente terá todas as condições para «garantir a condução do processo ligado à erosão costeira», bem como para analisar a qualidade da areia que permitirá bons banhos de sol na nossa praia, já no próximo verão.


Fernando Martins

segunda-feira, 17 de março de 2014

Mais um livro de João Gaspar

"Diocese de Aveiro 
– Subsídios para a sua história"

João Gaspar

Na próxima quarta-feira, 19 de março, pelas 21 horas, no auditório da Reitoria da Universidade de Aveiro, vai realizar-se a sessão pública de agradecimento a D. António Francisco, de partida para a Diocese do Porto, para a qual foi nomeado pelo Papa Francisco. Na mesma sessão, vai ter lugar o lançamento de mais um trabalho de Mons. João Gaspar, desta feita a 2.ª edição do livro a Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua história, cuja primeira edição remonta ao ano de 1964, integrando a celebração dos vinte e cinco anos da restauração da Diocese. A nova edição, revista e atualizada, coroa, de algum modo, as comemorações jubilares dos setenta e cinco anos da nossa restaurada Diocese de Aveiro.
Esta obra de Mons. João Gaspar, da Academia Portuguesa de História, é, sem sombra de dúvidas, um precioso trabalho de referência, quer para os diocesanos quer para os estudiosos da nossa história contemporânea, mas também para quantos, pelas suas investigações de mestrado ou doutoramento, necessitam de elementos relacionados, direta ou indiretamente, com a vida das organizações católicas radicadas na área diocesana.


domingo, 16 de março de 2014

Conversão da Igreja ao serviço da transfiguração do mundo

Crónica dominical 
de Frei Bento Domingues 

Estamos no Domingo das Transfigurações. 
Celebramos o 1º aniversário da eleição do Papa Francisco, 
que já começou a transfigurar o Vaticano.




1. Há quem diga que a melhor atitude perante as tentações é não lhes resistir. Como piada, não está mal.
Tanto no sentido moral como religioso, tentar é induzir ao mal ou pôr alguém à prova. É neste último sentido que se fala das tentações diabólicas que assaltaram Jesus, durante o seu retiro no Deserto. Foi solicitado a assumir, de forma milagrosa e espectacular, o poder económico, político e religioso de um país ocupado pelo império romano, provando assim, a sua divindade messiânica. Essas propostas já foram evocadas na Eucaristia do passado domingo. As suas versões são diferentes em cada um dos Evangelhos sinópticos, mas coincidentes no essencial (Mc 1, 12-13; Lc 4,1-13;Mt 4,1-11). Para alguns autores do Novo Testamento (NT), as tentativas para fazer de Jesus o líder de uma insurreição nacionalista nunca o abandonaram, tendo encontrado cúmplices activos entre os apóstolos mais chegados. Jesus chegou a considerar Pedro como um diabo.

sábado, 15 de março de 2014

O MAIOR AFRODISÍACO

Crónica de Anselmo Borges 




1 Soube que era chamado por Deus a uma missão essencial para o mundo. Para decidir, foi, como fazem todos os que na história são grandes, meditar. E então Jesus foi tentado. Três tentações, todas à volta do mesmo: o poder. O que ele tinha de decidir era entre um Messias do poder enquanto dominação e um Messias do serviço e da criação.
O diabo colocou-o sobre o pináculo do templo em Jerusalém e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, deita-te abaixo, pois os anjos tomar-te-ão nas mãos." Esta é a tentação do domínio pelo espectáculo do poder.
Pela sua própria dinâmica, o poder quer ser total. Por isso, o demónio levou-o a um monte muito alto, mostrando-lhe todos os reinos do mundo e a sua magnificência e disse-lhe: "Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares." O que a gente faz, quantas prostrações, para poder dominar! Dominar todos os reinos do mundo.
Se há fascínio, é o do poder. A volúpia do poder! Porque subjugar a vontade de outros ao domínio próprio surge como redenção e bênção. Disse quem sabe, Henry Kissinger: o poder é "o maior afrodisíaco." E, no limite, o poder total. Porque, no fundo, há a ilusão de que, com o poder total, se teria o poder de todos os poderes: matar o poder da morte. Ser imortal.
Daí, por princípio, Deus ser concebido e apresentado como todo--poderoso, omnipotente. Como se a omnipotência fosse a característica mais própria de Deus. A tentação primeira, logo no início, foi a da serpente: "Sereis como Deus." A omnipotência seria agora nossa.

LEVANTAI-VOS E VAMOS EM FRENTE

Uma reflexão de Georgino Rocha 
para esta semana



Jesus proporciona aos seus amigos mais íntimos uma experiência surpreendente e gratificante. “Que bom estarmos aqui” – diz Pedro em nome do grupo. A experiência inicia-se quando Jesus os toma consigo e, na sua companhia, sobe à montanha. Que terão pensado no percurso, eles que não se haviam refeito do susto do anúncio da paixão e permaneciam abatidos perante o desabar das suas encantadas ilusões! Confiam mais uma vez no Mestre, acolhem o convite/apelo e lançam-se na aventura. Acontece algo de extraordinário que lhes provoca tal satisfação que Pedro se propõe “armar” tendas para assim continuarem indefinidamente. Da desilusão ao encantamento!

Era o coração humano a falar, a expressar o desejo intenso de felicidade, a antecipar o sonho de estar sempre com o Senhor. Era a voz da consciência a libertar as aspirações mais profundas que, tantas vezes, permanecem caladas ou são mesmo silenciadas. Santo Agostinho salienta esta marca indelével do ser humano que vive inquieto e peregrino enquanto não encontra Deus e se senta no seu colo de Pai.


sexta-feira, 14 de março de 2014

Sessão de agradecimento a D. António Francisco

Na Universidade de Aveiro, 
19 de março, 21 horas


POSTAL ILUSTRADO - JARDIM OUDINOT

SALA DE VISITAS
DO NOSSO CONCELHO

Portas d'Água (foto anterior às obras)


Quem visita a Gafanha da Nazaré não pode deixar de passar pelo Jardim Oudinot, um ex-libris da nossa terra e região e o mais completo, aprazível, arejado e luminoso espaço de lazer da Ria de Aveiro, que usufrui, por direito próprio, o proveito de ser uma expressiva sala de visitas do município ilhavense. É também, presentemente, o mais amplo acesso livre que o povo da Gafanha da Nazaré e visitantes têm para saborear a laguna, em caminhadas de manutenção, em parques de treino físico e desportivo, na pequena praia com vista para os restos das famosas portas-d’água, degustando, se assim o desejarem, um café ou um refresco à medida do tempo.
No dia 10 de Agosto de 2008, o Jardim Oudinot, renovado e ampliado, foi restituído ao povo da região, substituindo, com novo figurino, o velho jardim das merendas de domingo ou dias assinalados das gentes das Gafanhas e redondezas. Enriquecido pelo navio-museu Santo André, velha glória da pesca do bacalhau por arrasto, de que foi campeão nacional do seu tempo e com lugar de destaque nos registos internacionais, o Jardim Oudinot merece, indubitavelmente, uma visita de quem por aqui vive ou de turistas à procura de belezas naturais e de ares puros, mas ainda de sinais da nossa história marítima.

Fernando Martins

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AVEIRO: Exposição de pintura e fotografia

"Máscaras, Rituais e Ficção Oculta"
Museu da Cidade de Aveiro
15 de março a 7 de maio


"Máscaras, Rituais e Ficção Oculta” é o nome da exposição de pintura e fotografia de Balbina Mendes e Mariana Delgado que estará patente no Museu da Cidade de Aveiro, de 15 de março a 7 de maio.
Promovida pelo Município de Aveiro, a mostra será inaugurada no próximo sábado, dia 15.00 horas, com a presença das autoras. Haverá um momento musical com guitarra clássica de Dinis Meirinhos.
Balbina Mendes é natural do norte do país e através da pintura quer apresentar a milenar forma de arte popular que são as máscaras executadas pelos antepassados ou pelos próprios rapazes. Estes artefactos são utilizados nas Festas dos Rapazes e no Carnaval vivido no Douro e Trás-os-montes.
Natural de Aveiro, Mariana Delgado expõe diversas fotografias que representam momentos da sociedade e espaços comuns, numa perspectiva quotidiana que nem sempre é vista por todos.
A exposição poderá ser visitada de terça a sexta-feira, das 9.00 às 12.30 horas e das 14.00 às 18.00 horas e aos sábados e domingos das 14.00 às 18.00 horas, no Museu da Cidade de Aveiro.

Fonte: Site da CMA


quinta-feira, 13 de março de 2014

D. José Policarpo marcou a sociedade portuguesa

Um pouco mais sós




«Sendo um homem de fé, sou por natureza e feitio anticlerical. Mas habituei-me a ouvir e a respeitar D. José Policarpo. Um homem que soube projectar uma outra dimensão da Igreja portuguesa, pontuando o seu discurso pela lucidez. Sinal da sua atenção aos problemas do seu tempo e que, ao contrário do que alguns teimam em rejeitar, são também os do seu templo. Marcou a sociedade portuguesa com a oportunidade da sua intervenção cívica, com a autoridade do conhecimento e da razão, e tentou renová-la à medida das suas possibilidades. Muitas vezes discordei do clérigo, poucas do homem, porque respeitar é também compreender o outro na discordância. Talvez que o facto de ser um fumador contribuísse para marcar a diferença num mundo que aceita sem resistência o cada vez maior número de espartilhos à liberdade individual em nome de uma sociedade asséptica e amorfa.»

Sérgio de Almeida Correia


Li no blogue Delito de Opinião 

A PRIMAVERA




Está hoje um lindo dia de sol que, a repetir-se com alguma frequência, nos garante estarmos com a primavera tão colorida e amena. Anseio por ela como quem anseia pelo céu, que deve ser assim...Ou melhor, está bem de ver.
Com este ambiente, depois de um inverno rigoroso e castrador, capaz até de nos incomodar o corpo e a alma, dá gozo saber que tudo será diferente nos próximos meses: andaremos mais felizes, podemos sair para passear com mais frequência, olharemos com outro espírito o que nos cerca e os sonhos voltarão à tona. Estava cansado do frio, da chuva, do vento, das imagens horríveis de tempestades... do sofrimento. Eu sei que tudo isto, por aqui e por ali, vai continuar, mas ao menos que o sol benfazejo nos dê ânimo para suportar as inclemências do tempo e da vida. 

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