domingo, 1 de dezembro de 2013

O advento inesperado

Sem a participação activa das mulheres 
não há Igreja de Jesus Cristo

Bento Domingues



1. Hoje, é o primeiro Domingo do Advento, um tempo dedicado a preparar a celebração do nascimento de Jesus. A selecção de leituras bíblicas está feita, os cânticos escolhidos. É previsível o que será dito nas homilias. Se alguma surpresa surgir só poderá vir do Papa Francisco.
Tinha acabado de escrever este parágrafo, quando me telefonaram do Diário de Notícias a pedir um primeiro comentário à Exortação papal Evangelii Gaudium. Acabava de chegar de Ponta Delgada, onde tinha ido participar naXIX Semana Bíblica Diocesana. Cheguei sem saber absolutamente nada acerca dos últimos atrevimentos do Bispo de Roma que, como li depois, se confessa aberto a novas sugestões, pois não se deve esperar do magistério papal uma palavra definitiva ou completa sobre todas as questões que dizem respeito à Igreja e ao mundo (16). 
A crónica que tinha preparado era provocada pelo crescimento dos nossos multimilionários e pelos da ilha Hainan (China), nas suas faustosas e ridículas exibições. Um deles, Xing Libin, gastou no casamento da filha, 8.455 milhões de euros, e além desta miséria só lhe ofereceu seis Ferraris. Esta humilhação, esta ofensa directa ao mundo da pobreza e da miséria enojou-me. A indignação do Papa brota da mesma fonte donde vem a sua alegria: a intimação do Evangelho a mudar as comunidades católicas e o mundo.
Esta tentativa de mobilização de toda a Igreja para uma evangelização nova é também o enterro do estilo rançoso que, vindo de muito antes, lançou e acompanhou, durante anos, a chamada “nova evangelização”.
Não resisto a transcrever algumas passagens deste longo documento - nunca enfadonho - sobre o tema que eu tinha destinado para esta crónica. Tentarei, em breve, partilhar outra leitura deste conjunto de notas franciscanas unidas pela alma que em todas palpita e dá ritmo ao conjunto.
A necessidade de resolver as causas estruturais da pobreza não pode esperar (202).

ADVENTO

NATAL: Ponto de partida para uma vida nova



Inicia-se hoje o Advento, período para ser vivido no sentido de espera e na certeza da chegada de Jesus que vem rejuvenescer a nossa fé. A fé não é estática e definitiva; é caminhada de crescimento na convicção de que culminará no encontro com a plenitude de Deus. 
Neste meu espaço pretendo enriquecer todos os dias com motivos que alimentem aquele crescimento, venham eles de onde vierem e tenham a expressão que tiverem. Em prosa ou poesia, em fotografia do real e do imaginário, em gestos de partilha do bem e do belo, de coração aberto à dinâmica do espírito, de tudo um pouco que nos fale do amor, da paz, da liberdade, da justiça e da fraternidade. Sempre até ao Natal de Jesus que nos trouxe a humildade como ponto de partida para a construção de um mundo renovado e solidário. 
Já sei que não faltará quem diga que Natal é quando o homem quiser, o que pressupõe que é discutível a abordagem do tema em época própria. Não acredito tanto nessa máxima. Mas acredito que os dias com data fixa servirão para nos levar a pensar no essencial da felicidade que sonhamos, mas da qual andamos desligados quantas vezes por futilidades e projetos sem sentido. 
Bom Advento para todos, com um Natal que seja ponto de partida para uma vida nova.

sábado, 30 de novembro de 2013

"Pássaro de Seda" em Aveiro


Aposta de Maria João Cravo


A Maria João Cravo inaugurou hoje, envolvida pelo carinho de muitos amigos, o seu ateliê, no n.º 2, 1.º andar, do Largo Dr. Jaime de Magalhães Lima, mesmo ao lado da Biblioteca Municipal de Aveiro. Ali vai ter a sua tebaida de criação artística, com o sugestivo nome de “Pássaro de Seda”, que é ainda um espaço para receber gente jovem e menos jovem,  com sensibilidade e bom gosto.  
Em nota  inserida na sua página do Facebook, a artista sublinha que, «Depois de ter partido à conquista de recantos dentro e fora do país, pousando em vários ninhos amigos, o “Pássaro de Seda” chegou à conclusão que está na altura de voar também sozinho». A partir de hoje, «abriu as asas para começar a conquistar outros céus!», com a certeza de que poderá contar com todos os que apreciam artesanato de muita qualidade, assente em diversas vertentes, nomeadamente, na cerâmica, na pintura e na bijutaria.
Confesso que aprecio e valorizo quem ousa lutar contra a maré, com fluxos e refluxos provocados pela crise económica e social que nos quer manietar. A Maria João mostra deste modo à saciedade que é possível viver fazendo aquilo de que mais gosta, no respeito pelo provérbio que nos ensina que o trabalho por gosto não cansa. 
Felicito a Maria João na esperança de que o seu exemplo contagie muitos jovens à procura de oportunidades para singrar, vencendo procelas, com mão firme no leme. 



As perguntas do Papa Francisco. 2

Anselmo Borges


Embora sensível ao raciocínio de Vasco Pulido Valente, que, reflectindo, no "Público", sobre os caminhos que ficam para o Papa Francisco, concluía: "Apesar da sua imensa popularidade, e mesmo por causa dela, Francisco acabou numa velha armadilha, em que esbraceja em vão. O inquérito não o ajudará.", não creio que, desde que superemos a análise sociopolítica e nos coloquemos na perspectiva cristã, que é a sua, Francisco tenha caído numa armadilha.

Então, qual é o maior problema de Francisco? Ele é um cristão convicto. O que o move é o Evangelho enquanto notícia felicitante da parte de Deus para todos. Assim, o seu problema é que todos se convertam realmente ao Evangelho, começando pelos cardeais, continuando nos bispos e nos padres e acabando nos católicos, que devem converter-se a cristãos.

Uma certeza de fé

VIGILANTES, ACOLHEMOS O SENHOR QUE VEM


Georgino Rocha

A exortação de Jesus aos discípulos e, por eles, a todos os cristãos ao longo da história é a da vigilância activa para acolher o Senhor que vem, a de estar despertos e preparados, a de ver os sinais que indiciam a sua chegada, a de entender o que acontece e não se deixar enganar pelas aparências. De contrário, a sonolência, o ramerrame das rotinas, a obsessão das preocupações e tantos outros estados de espírito provocam a inadvertência ou semeiam a confusão e o distanciamento. Assim, as pessoas são apanhadas pela surpresa que pode ser fatal.

“O Senhor vem” constitui uma certeza de fé, uma promessa de esperança, uma garantia da caridade. Como podia ser de outra maneira, se Ele nos ama tão radicalmente? Como “sonhar” uma ausência permanente, uma separação definitiva, se Ele anuncia o feliz regresso, embora não marca local nem dia, e a sua palavra é eficaz? Como descobrir e apreciar os vestígios da sua presença num mundo caótico e necessitado de fazer dos escombros ruinosos uma construção digna da condição humana que prefigure o gérmen do Reino de Deus? 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

AVEIRO: Um ano em Missão Jubilar

 Grande projeto envolvente 
e mobilizador de toda a Igreja


A Diocese de Aveiro celebrou ao longo dos últimos 12 meses uma Missão Jubilar que assinalou os 75 anos da sua restauração. Uma dinâmica que movimentou as comunidades paroquiais e que deixou satisfeito o bispo diocesano, D. António Francisco dos Santos, que evoca ainda o seu antecessor, D. António Marcelino, falecido neste período.

Agência ECCLESIA (AE) - Que preocupação teve e tem esta Missão Jubilar?

D. António Francisco dos Santos (AFS) - A Missão Jubilar é o desenvolvimento de um projeto pastoral que nasceu há cinco anos. Cheguei à diocese há sete anos e senti que, na perspetiva dos 75 anos da restauração da diocese, no contexto dos 50 anos do Concílio Vaticano II, e no espírito de uma Igreja jovem que se quer renovar cada vez mais, pudesse lançar um grande projeto envolvente e mobilizador de toda a Igreja.
Fomos no sentido da Nova Evangelização ao encontro de todos e de cada, nas suas casas e na sua vida concreta. Aqui chegámos e daqui partiremos, agora com renovado vigor, aumentado entusiasmo, e com um sentido de alegria dado à Missão Jubilar, para nos sentirmos uma Igreja feliz, porque somos discípulos de Jesus Cristo, porque vivemos nesta terra abençoada que Deus quis para nós e também porque temos um projeto de construção de um mundo melhor a que a Igreja tem de se lançar com alegria, com renovado entusiasmo e com sentido de um mundo novo, de encontro com todos para levar o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo.

Ler mais em Ecclesia


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Banco Alimentar apela à solidariedade


30 de Novembro e 1 de Dezembro 
Bancos Alimentares  recolhem alimentos


«Os Bancos Alimentares Contra a Fome vão realizar uma campanha de recolha de alimentos nos supermercados das zonas onde desenvolvem atividade no próximo fim-de-semana, 30 de Novembro e 1 de Dezembro, com a qual querem mobilizar toda a sociedade para ajudar quem mais precisa.»

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NOTA: Sabe-se que a generosidade dos portugueses não tem limites. Por mais dificuldades que estejam (estamos) a viver, conseguem ainda repartir o pouco que têm com quem mais precisa. E desta vez, como das outras, os homens e mulheres de boa vontade não faltarão à chamada, porque, por mais incrível que pareça, no século XXI, no nosso país e pelo mundo fora, há multidões a passar fome. 
Para além da nossa contribuição, contudo, penso que teremos de apostar na educação, levando os mais jovens a poupar e a não estragar comida.
Um dia destes, no Fórum, onde esperava a minha mulher, a Lita, não pude deixar de ver uma cena que me chocou. Uns jovens foram abastecer-se na área da restauração. Cada um com o seu tabuleiro, todos se sentaram  para degustar o que traziam. Nenhum comeu por completo o que tinha adquirido. Depois de petiscarem umas coisitas, deixaram os pratos bem abastecidos. Levantaram-se e saíram. A empregada da limpeza vem entretanto e atira para o saco do lixo as sobras. Era a sua obrigação.
Não sei se é gente rica ou pobre. O que sei é que não há noção do valor da comida, da importância de poupar. Muito menos saberão, penso eu, que há tanta fome por aí.

FM 

MARESIAS — Poesia de Senos da Fonseca


Foi lançado em Ílhavo, no anfiteatro do Museu Marítimo, no dia 22 de novembro, mais um livro de Senos da Fonseca, desta feita de poesia que ele tem vindo a publicar no seu blogue “Terra da Lâmpada”. O livro — MARESIAS —, há muito por mim  esperado, veio enriquecer, sobremaneira, o currículo bibliográfico de um ilhavense que à cultura das nossas  terras tem dado o seu melhor, que muito é.
Sei que Senos da Fonseca não costumava dar grande importância à sua poesia, dizendo até que não se considerava poeta que merecesse os escaparates das livrarias, mas a verdade é que saltava à vista de quem o segue regularmente no seu blogue a expressividade da sua arte, capaz de manifestar de forma bela sentimentos e emoções em estilo poético. Lia-o e continuarei a lê-lo com prazer, porque sou sensível à maneira como se expressa sobre amor, angústia, liberdade, solidariedade, saudade e amizade, tudo, ou quase tudo, embalado pela ria e mar, com vida e saudade. 
Soube no lançamento da obra que a sua relutância em se assumir como poeta foi vencida pela cuidada recolha dos poemas agora publicados feita  por outra ilhavense que muito estimo, Ana Maria Lopes, também permanentemente envolvida na cultura do nosso povo, e não só. Ainda bem que o fez. Contudo, Senos da Fonseca, que ficou agradado com a recolha dos poemas, não deixou de reconhecer, em “Confidências…”, a sua surpresa,  tendo sublinhado: «Quisera eu, que bem menos fossem, mas muito melhor fossem. Fiquei além do desejado. Como habitualmente.» Eterno insatisfeito, decerto como qualquer artista, mas notoriamente acima do muito que se publica, às vezes com grande parangonas publicitárias, que enganam os incautos.
Senos da Fonseca confessa que os seus poemas nascem «quase sempre» no fim da noite, considerando-os até «um pouco vagabundos, apesar da ordenação». Sem saber como nasceram, o poeta garante que sabe por que razões nasceram, o que é, para o leitor, a certeza de que saltaram da sua vida para a vida de quem os lê. E refere, como homem livre que é, sem peias de qualquer espécie, a não ser, por certo, as ditadas pela sua consciência, que a sua liberdade está na «capacidade de isolamento», onde parece que se esquece de tudo.
MARESIAS é um livro para ser lido ao ritmo das marés, meditado ao sabor da tranquilidade da laguna, de vez em quando ao som do mar revolto e sempre saboreando o amor e a solidariedade. 
Com edição do autor, a obra estende-se por 283 páginas. Recolha de Ana Maria Lopes e  ilustrações de João Batel. 

Fernando Martins

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O mais antigo templo das Gafanhas



A Capela de Nossa Senhora dos Navegantes 
completa 150 anos de existência 



Em 3 de dezembro de 1863, completam-se agora 150 anos, deu-se início no Forte da Barra à construção da capela de Nossa Senhora dos Navegantes, conforme escreve o Padre João Vieira Resende no seu livro “Monografia da Gafanha”. Diz o primeiro prior da Gafanha da Encarnação que as obras decorreram «sob a direção do engenheiro Silvério Pereira da Silva, a expensas dos Pilotos da Barra, sendo então piloto-mor um tal senhor Sousa». 
As obras importaram 400 mil reis e na parede, refere o Padre Resende, tem uma lápide que diz “Património do Estado”, acrescentando: «Há de interessante e invulgar nesta capela as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal, de pedra de Ançã, lavrada em espiral com arco de ogiva. Celebra-se a sua festa na última segunda-feira de setembro com enorme concorrência de forasteiros das Gafanhas, de Ílhavo, Aveiro e Bairrada. Nesse dia, Aveiro é um deserto por se terem deslocado para ali muitos dos seus habitantes. A procissão ao sair do templo segue por sobre o molhe da Barra e regressa pela estrada do sul que vem do Farol. A festa é promovida pela Junta Autónoma da Barra.»
A Capela do Forte da Barra foi reconstruída em 1996, mantendo-se ainda ao culto a cargo da paróquia da Gafanha da Nazaré. Antes da reconstrução e mesmo depois celebrava-se a eucaristia vespertina, quer para os residentes, quer para os demais gafanhões, que nutriam, certamente, alguma devoção por Nossa Senhora dos Navegantes. 

Fernando Martins

NOTAS: 

1.Tenho estado a averiguar quem é o «tal senhor Sousa», que era ao tempo piloto-mor da Barra. Quem souber, pode dar-me uma ajuda,  para eu evitar algum esforço nas pesquisas;

2. No dia 3 de dezembro, se Deus quiser, passarei por lá, em jeito de homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, ao tal piloto-mor e a quem contribuiu para a sua construção e manutenção;

3. Permitam-me que evoque o senhor Germano e sua família, que durante muitos anos cuidaram da capela. Certamente, outros o fizeram, mas julgo que não há registos. Se conheceram alguém que desempenhou essa tarefa, seria interessante que mo comunicassem, para complementar estas notas. 



Sem alegria a Igreja desfigura o rosto de Cristo

A ALEGRIA DO EVANGELHO



O papa Francisco oferece à Igreja a exortação apostólica com o título de “A alegria do Evangelho”. Faz esta oferta na celebração final do Ano da Fé e entrega-a a representantes do povo de Deus na diversidade das suas situações e idades. De facto, o Evangelho é para todos.

O titulo da exortação prolonga e actualiza o estilo novo que João XIII inaugurou na 1.ª sessão do concílio Vaticano II e fica consignado na Gaudium et Spes – a constituição pastoral sobre a presença e acção da Igreja no mundo actual. Foi prosseguido por Paulo VI em várias circunstâncias, designadamente no documento sobre a alegria. Os seus sucessores continuaram esta senda. Realmente, sem alegria a Igreja desfigura o rosto de Cristo e os cristãos não vivem o espírito pascal. 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Padre Miguel Lencastre já está no Brasil

Padre Miguel num registo do meu arquivo

Fui informado por uma sobrinha-neta do Padre Miguel Lencastre que o nosso querido amigo e antigo prior da Gafanha da Nazaré partiu para o Brasil, na companhia de outra sua sobrinha-neta, médica naquele país irmão, onde vai continuar a ser tratado da doença que o tem incomodado. Desejo, como todos os seus amigos, que o Padre Miguel se restabeleça, para continuar a entusiasmar-nos com o seu testemunho de fé. Também me informaram que já chegou ao Recife, mantendo-se otimista.




Exortação Apostólica do Papa Francisco



A ALEGRIA DO EVANGELHO enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos.

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Primeiro-ministro da Letónia demite-se


O primeiro-ministro da Letónia, Valdis Dombrovskis, demitiu-se nesta quarta-feira devido à derrocada do tecto de um supermercado em Riga. Morreram 54 pessoas.

“Tendo em conta a tragédia do supermercado e as suas circunstâncias, é preciso um governo que tenha uma maioria clara no Parlamento. Anuncio a minha demissão e assumo as responsabilidades políticas da tragédia”, disse Dombrovskis depois de uma reunião com o Presidente Andris Berzins. Foi a maior tragédia no país desde a independência da União Soviética, em 1991.



NOTA: Em Portugal, tal seria impensável. Nem que caísse o Carmo e a Trindade.


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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Uma boa reflexão de João César das Neves


Um povo ama intensamente as suas ilusões. Poucos querem saber a verdade acerca do que repetem com convicção sabendo, no fundo, ser falso. A sociedade moderna é aberta e tolerante, aceitando com bonomia multidões de heterodoxos e rebeldes. Mas revelar a realidade é intolerável, merecendo insulto e agressão, pois nada é tão repudiado como a voz da consciência.
A triste situação dos últimos anos é disso prova evidente. Portugal viveu décadas de grandezas a crédito, que só podia acabar numa crise terrível. Agora, quando a inelutabilidade da dívida nos apanhou, inventamos novas ilusões para nos eximirmos às responsabilidades e justificarmos a raiva contra os cortes inevitáveis. E ai de quem desmascarar essas tolices!

Ler a crónica no DN

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A família: a felicidade controversa?

No PÚBLICO de hoje

A Pastoral da Família não se destina a restaurar 
uma herança em ruinas e algo idealizada, 
por isso é ainda mais necessária e urgente.


1. Não há só um modelo de família. Ao longo dos tempos e segundo a diversidade de povos e culturas, os historiadores e os antropólogos podem testemunhar tanto a pluralidade das suas formas como a sua presença constante.

Mesmo hoje, em Portugal, apesar da maior fragilização dos laços conjugais, o aumento dos divórcios, a diminuição dos casamentos e dos filhos, a família apresenta-se, do ponto de vista da realização e da estabilidade emocional, a grande referência. Mais de 70% dos portugueses continua a associar a felicidade à vida em casal. O fim de uma relação não põe em causa esse ideal, embora seja vivido em novos cenários (1). É sugestiva a descrição que alguns sociólogos espanhóis fizeram do ciclo vital dos nascidos no ano 2000. Antigamente, o ciclo vital constava de três ou quatro etapas, agora, de modo mais complexo e diluído, pode estender-se a nove.