quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Será que somos capazes de escutar o clamor dos pobres?


Verdade nas palavras e nos gestos

Por António Marcelino


Dói e incomoda ver a Igreja dizer que “As alegrais e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo” são as suas e as dos discípulos de Cristo e “que nada existe de verdadeiramente humano que não encontre eco no seu coração”. O bem não tem história, é verdade, e o que se faz de bem considera-se normal na linha do Evangelho de Cristo. Mas qual deve ser a leitura das omissões, das indiferenças, das insensibilidades que levam a não considerar as prioridades das pessoas, quando não mesmo a esquecê-las ou menosprezá-las? As épocas de crise que afetam a vida das pessoas são especialmente propícias para considerarmos as nossas atitudes, gestos de partilha, prioridades pessoais e comunitárias. É verdade que as instituições da Igreja estão, em todo o lado, na fila da frente no apoio às vítimas das crises sociais. Mas elas não agem por procuração e, em muitos casos, pouco podem contar com os diversos membros e instâncias da Igreja, mormente quando programam e gastam como se vivêssemos no melhor dos mundos.
Será que todos nós, cristãos, somos capazes de escutar o clamor dos pobres, como grito que não permite delongas e nos convida a rever, com coerência, o que fazemos e o que deixamos de fazer? 

Pablo Picasso nasceu neste dia

25 de outubro de 1881

Guernica (da rede global)

Picasso, um dos maiores génios da pintura universal, nasceu neste dia de 1881. Faleceu em 1973. 
As efemérides que celebramos servem para nos recordarem aqueles que da lei da morte se libertaram, no dizer sábio e poético do nosso Camões. 

Sobre Picasso, por ler aqui

Congresso da Região de Aveiro 2013

27 e 28 de fevereiro




O Conselho Executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) deliberou marcar o Congresso da Região de Aveiro de 2013 para os dias 27 e 28 de Fevereiro, estando neste momento a ultimar alguns pormenores do seu programa, que será apresentado publicamente até final de Novembro 2012. 
A CIRA pretende que, à semelhança do Congresso da Região de 2011, seja criado um momento de apresentação, discussão e debate dos principais assuntos e projectos da Região de Aveiro.

Fonte: CIRA

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Santuário de Schoenstatt acolhe peregrinação diocesana

Domingo, 28 de outubro, 15.30 horas


«No próximo domingo, dia 28, o Santuário de Schoenstatt, na Gafanha da Nazaré, acolhe a já habitual peregrinação diocesana para celebrar a festa do Santuário. 
A peregrinação tem o seguinte programa: 15h30 – Acolhimento; 15h45 – Apresentação do momento celebrativo, em Schoenstatt (Alemanha), da coroação de Mãe Peregrina como Rainha da Nova Evangelização, presidido pelo Arcebispo Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização. 16h20 – Oração do Terço; 17h00 – Eucaristia presidida por D. António Francisco, Bispo de Aveiro.

Tabaco: Plano de desabituação


Encontrei, em tempo que já lá vai, estes avisos num café de Buarcos. Numa época, como a atual, de apertar o cinto, vem mesmo a propósito. Deixar de fumar sempre deixa uns euritos no bolso por mês. E também faz muito bem à saúde. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Maneiras de ver a vida

"Há duas maneiras de se ver a vida: Uma é pensar que não existem milagres e a outra é acreditar que tudo é um milagre."

Albert Einstein (1879–1955)


Nota: O sábio chama a nossa atenção para o problema dos milagres. É como ele diz. Uns pensam que há milagres nas suas vidas a toda a hora; outros pensam precisamente o contrário, isto é, que os milagres são muitas vezes o fruto do nosso empenhamento, do nosso trabalho, da nossa persistência. Eu alinho mais nesta forma de vida. Estarei enganado?

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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Igreja de Aveiro em Missão Jubilar

A Igreja Aveirense abriu ontem as portas para celebrar os 75 anos da restauração da Diocese de Aveiro, que aconteceu em 11 de dezembro de 1938. Até lá, vai vigorar entre nós, nesta diocese de mar e serra, o espírito de missão, com um programa dinamizador multifacetado e abrangente, capaz de renovar mentalidades e de acolher contributos que nos estimulem na construção de um mundo mais fraterno.
Diz o nosso bispo, D. António Francisco, que chegou a hora de levantar as amarras deste barco que é a Igreja Aveirense. Oxalá saibamos todos remar na mesma direção, em sintonia com as verdades que nos unem e com as certezas que nos animam, enquanto batizados.




«Hora de levantar as amarras deste Barco que é a Igreja, que queremos renovada na caridade, educadora da fé, Igreja orante, família de famílias, rosto de esperança para o mundo, para que saibamos colocar Deus nos novos mares da família, da escola, da profissão, da vida pública e da cultura e em tantos espaços humanos desertos, sem vida, sem fé, sem esperança e sem amor.

Hora para erguer e alargar a tenda de Deus, nas areias das nossas praias, nas planícies dos nossos campos, nas colinas das montanhas da nossa terra, nesta nova geografia da missão e neste tempo único da evangelização, uma tenda onde Deus envolva a nossa humanidade e aconchegue as feridas de tantas dores e as ânsias causadas por todos os medos.

Hora de mensagem levada às crianças e aos jovens, que lhes fale, em linguagem, por eles entendida, e em exemplos de vida, de que estão ávidos, da alegria de acreditar e do testemunho feliz da vocação que se refletem na beleza do nosso ministério, na diversidade dos carismas da vida consagrada e no amor das famílias.

Hora de oração, de celebração e de formação da fé, de vivência em comunidade cristã e em movimentos apostólicos, de abertura a novas compreensões do mundo e de diálogo com os não crentes, neste território comum de procura de sentido, onde a fé se faça companheira da vida e do futuro da humanidade.

Esta é a hora para edificar um santuário de gratidão aos sacerdotes, ali bem perto do Seminário, coração da Diocese, para que à esperança acrescida de novas vocações, que já vemos surgir, se alie o testemunho abençoado de tantas vidas dadas a Deus nesta Igreja de Aveiro.»

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Neste dia nasceu Franz Liszt

22 de outubro de 1811





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Não deitem a perder um património de esperança

No PÚBLICO de ontem



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Chegada do outono: 23 de setembro

Por Maria Donzília Almeida


Couve-galega


O Outono pachorrento,
Com seus matizes de cor.
Abre a porta à chuva, ao vento
E à paleta do pintor!

Ainda há dias, referi as estivais temperaturas da estação cessante, a imiscuírem-se neste Outono incipiente e eis que a chuva e o vento, característicos da nova época, se fazem anunciar e entram em força!
Nunca, como hoje me senti tão agradecida ao Criador, na pessoa do seu assessor S. Pedro. Quando, no seu dia, 29 de Junho, plantei, na horta, a que os Ingleses, poeticamente, chamam, kitchen-garden, um punhado de couve-galega, entreguei nas mãos do santo a supervisão celeste da minha plantação!
Passaram três meses de pleno verão, com temperaturas altas a contrariar a vontade das couves de crescerem e ficarem viçosas, na promessa de um saboroso caldo verde.

domingo, 21 de outubro de 2012

Dia Mundial das Missões - 21 de outubro

Papa quer Igreja em «estado de serviço»

Bento XVI

«Bento XVI apelou hoje no Vaticano a uma Igreja em permanente “estado de serviço” à humanidade e a Deus, elogiando o testemunho de vida dos novos santos que proclamou no Dia Mundial das Missões.
O Papa falava durante a cerimónia de canonização de sete beatos católicos, entre os quais a primeira beata indígena norte-americana, Kateri Tekakwitha, nascida em 1656 no que é hoje o Estado de Nova Iorque (EUA) e falecida em 1680, no atual Canadá.
“Com coragem heroica eles consumiram a sua existência na consagração total a Deus e no serviço generoso aos irmãos. São filhos e filhas da Igreja, que escolheram a vereda do serviço seguindo o Senhor”, precisou.
Diante de milhares de pessoas reunidas para a celebração, Bento XVI apresentou detalhes sobre a vida de cada um dos novos santos, pedindo que os mesmos sejam “um encorajamento e um modelo” para os fiéis.
Falando de Tekekwhitha, o Papa elogiou “a firmeza na sua vocação tão particular na sua cultura. Nela, fé e cultura se enriqueceram mutuamente”.»

Fonte: Ecclesia

sábado, 20 de outubro de 2012

Um livro de Domingos Cardoso: Trabalho pioneiro no nosso país


Rita Marnoto na apresentação do livro 
“Pedras sem Tempo do Cemitério de Ílhavo” 

O Cemitério de Ílhavo 
faz parte do nosso brio, dos nossos afetos 

Rita Marnoto na apresentação do livro com Domingos Cardoso

«O nosso cemitério é único, não há outro, faz parte do nosso brio, dos nossos afetos, com as campas sempre arranjadas», disse Rita Marnoto, investigadora e responsável pela área de Estudos Italianos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, na apresentação do livro “Pedras sem Tempo do Cemitério de Ílhavo”, de Domingos Cardoso. A sessão decorreu no Hotel de Ílhavo, hoje, pelas 16 horas, com animação musical da Academia de Saberes de Aveiro e com a presença de muitos ilhavenses e outros amigos do autor. 
Rita Marnoto, numa autêntica lição de história, referiu que há quem venha a Ílhavo para apreciar o cemitério e «o seu silêncio», frisando que «o homem começou a celebrar os mortos antes de saber escrever». Disse que os monumentos mais antigos da humanidade são os monumentos funerários, havendo registos do século XVIII antes de Cristo. 

Na hora dos autógrafos

Reconhecendo que «na hora da morte somos todos iguais», sublinhou que «nem sempre foi assim». E se há túmulos de reis e bispos, a verdade é que o povo era ignorado na hora da morte e os seus restos mortais não tinham lugar na história; talvez fossem enterrados envoltos num simples lençol. Até Camões terá sido sepultado sem um simples lençol, lembrou a apresentadora da obra de Domingos Cardoso. 
A investigadora ilhavense afirmou que o livro “Pedras sem Tempo do Cemitério de Ílhavo” reflete um trabalho aturado do autor, com investigação e estudos a condizer, mas também com «magníficas fotografias» e excelente papel. E questionou-se: «Como é que uma relação tão íntima passa para um livro?» Trata-se de um trabalho pioneiro no nosso país, garantiu Rita Marnoto, salientando que nele se regista o modo como as pessoas vivem e morrem, sejam pobres ou ricas, mas também como se organiza um cemitério, «que é como uma cidade». 
A apresentadora da obra refletiu sobre os símbolos que mereceram uma atenção especial do autor, sendo assinalável a simbologia marítima, com âncoras e cordas. Afirmou, entretanto, que no cemitério contactamos com o sagrado, bem representado nos familiares que ali estão sepultados. Afinal, lembrou, «os cemitérios mostram-nos como estamos perto de Deus». 

Coral da Academia dos Saberes

Domingos Cardoso contou como lhe surgiu a ideia de abordar este tema. Foi há três anos, quando participava nas cerimónias de 1 de novembro. Olhou com atenção um túmulo da família Malaquias e nele contemplou «a densidade das pedras». E o trabalho começou com a pesquisa em arquivos e a leitura aturada para descobrir a história do cemitério de Ílhavo. Encontrou relatos extraordinários relacionados com os nossos antepassados, sobre as suas vidas e sobre o crescimento da nossa cidade. E reconheceu «que o que está no cemitério está à vista de todos, mas nem todos veem». O autor ainda homenageou neste trabalho  aos seus pais e demais antepassados.
O livro, que foi uma edição de autor, pode ser pedido a Domingos Cardoso pelo telefone (234185375) ou por e-mail dfc46@gmail.com
Sobre o livro “Pedras sem Tempo do Cemitério de Ílhavo” direi mais quando o ler. 

Fernando Martins

O otimismo

"O otimismo é a força de esperar quando os outros se desesperam, a força de ter a cabeça levantada quando parece que tudo acabou"

Dietrich Bonhoeffer (1906-1945)

Nota: Face às dificuldades sentidas e anunciadas, se não cultivarmos o otimismo não chegaremos a lado nenhum.


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Missão Jubilar: da Diocese de Aveiro

Abertura: Amanhã, domingo, 
na Sé de Aveiro, pelas 14.30 horas




Amanhã, domingo, 21 de outubro, vai acontecer na Sé de Aveiro, pelas 14.30 horas, a abertura da Missão Jubilar, uma iniciativa que visa celebrar os 75 anos da restauração da nossa Diocese, que ocorreu em 11 de dezembro de 1938. A partir de domingo, por esse motivo, a Igreja Aveirense vai viver, até dezembro de 2013, um ano pleno de atividades, num espírito de abertura ao mundo e em missão, com o envolvimento de todos os católicos que assumiram a sua condição de batizados. 
Importa, por isso, que todos os católicos estejam atentos à dinâmica da Missão Jubilar, animados pelo desejo de colaborar e na esperança de que a Boa Nova de Jesus Cristo venha a contribuir, realmente, para a construção de um mundo melhor, assente na verdade, na justiça, na caridade e na fraternidade.

A economia é tudo menos uma ciência exacta.

O monoteísmo do capital financeiro e a felicidade

Por Anselmo Borges


De finanças o meu conhecimento é praticamente nulo. De ciência económica, quase. Mas não fico muito aflito, pois o que noto é que entre os economistas a confusão é imensa, tornando-se cada vez mais claro que, afinal, a economia é tudo menos uma ciência exacta.
Mas vamos ao capital, que é mesmo capital, como diz o étimo: caput, capitis (cabeça), necessário e até essencial para a existência humana. Seguindo em parte uma taxonomia de P. Bourdieu, X. Pikaza apresenta os diferentes sentidos de capital.
Nos capitais simbólicos, encontramos o capital sócio-cultural - o conjunto das riquezas simbólicas dos grupos e da humanidade, começando na língua e continuando nas tradições, nas esperanças de futuro, nas artes e tecnologias, nos saberes tradicionais e nos novos saberes científicos e técnicos - e o capital ético, incluindo os diferentes domínios da vida, no plano social, laboral, jurídico, abrangendo, portanto, o capital político, jurídico, religioso...

Ninguém nasce para a mediocridade

O CAMINHO DA GLÓRIA

Por Georgino Rocha


A aspiração a alcançar a meta dos seus sonhos e a ver-se reconhecido constitui um dinamismo vital do coração humano. Ninguém nasce para a mediocridade, nem é feliz ficando a meio do caminho. A desconsideração de si mesmo é um atentado à dignidade e à vocação ao crescimento. O apreço das capacidades e o reconhecimento dos limites, bem geridos, abrem as portas à realização do desejo original que sempre nos acompanha. As circunstâncias em que vivemos condicionam e podem potenciar esta realização. O esforço pessoal e o apoio solidário, incluindo a graça de Deus, completam as “ferramentas” a ter em conta no peregrinar constante da vida ascendente.

“Todo o nosso estilo de vida – afirma Henri Nowen no seu livro “O estilo desinteressado de Cristo” – está estruturado em torno à subida pela escala do êxito e pelo triunfo na cúspide. A nossa própria sensação de vitalidade depende de ser parte do impulso ascendente e do gozo proporcionado pelas recompensas usufruídas no caminho para o cume”.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Morreu o escritor Manuel António Pina

A minha singela homenagem





Em breve partirei de novo
e caminharei por desertos e por desastres
e por leituras exasperadas e citações,
entre palavras, sem ninguém real que me espere e me abra a porta.

O jantar arrefecerá na mesa,
os meus livros desesperarão
e não haverá sentido que os conforte
e o meu nome, se tiver um nome, não me responderá.

E no entanto um fio de tempo ou um fio de sangue,
ou então algo ainda menos palpável,
o que partiu e o que ficou regressando um ao outro
por galerias intermináveis e sonhos desfigurados,
ausentes um do outro, desaparecendo um no outro
como se esgota a água no fundo de um poço.

Manuel António Pina,

Em “Como se desenha uma casa”

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Moby Dick de Herman Melville

Por Maria Donzília Almeida




Para os apreciadores de literatura norte-americana, como eu, aqui vai uma notinha alusiva ao escritor e sugerida pela Google através dum Doodle. Quem não se lembra das aventuras de Mobby Dick de Herman Melville?

Herman Melville (August 1, 1819 – September 28, 1891) was an American novelist, short story writer, essayist, and poet. He is best known for his novel Moby-Dick. His first three books gained much contemporary attention (the first, Typee, becoming a bestseller), and after a fast-blooming literary success in the late 1840s, his popularity declined precipitously in the mid-1850s and never recovered during his lifetime.

When he died in 1891, he was almost completely forgotten. It was not until the "Melville Revival" in the early 20th century that his work won recognition, especially Moby-Dick, which was hailed as one of the literary masterpieces of both American and world literature. He was the first writer to have his works collected and published by the Library of America.


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Manuel Capitolino Pata: Ação Católica e Bíblia


Manuel Pata

Tudo o que sou o devo à Ação Católica 

Manuel Capitolino Pata, 79 anos, casado com Angelina Ribau, seis filhos e sete netos, é militante da Ação Católica desde praticamente a infância, por influência de seu irmão António Pata, um dos fundadores da JOC (Juventude Operária Católica) na Gafanha da Nazaré. Por volta dos dez anos, começou a ler o jornal “O Trabalhador” de que seu irmão era assinante e distribuidor nos ambientes de trabalho e não só. Defendia este jornal, onde pontificava o Padre Abel Varzim, a aplicação da Doutrina Social da Igreja no mundo do trabalho e da vida em geral. 
Desde essa altura e ainda hoje o Manuel Pata mantém-se nos quadros da Ação Católica, agora na LOC (Liga Operária Católica), neste caso depois do seu casamento. Presentemente é coordenador da secção daquele organismo na Gafanha da Nazaré e membro da equipa diocesana. Há anos, porém, a LOC ligou-se ao Movimento de Trabalhadores Cristão, ao assumir uma perspetiva mais ampla, já que os trabalhadores não se enquadram na sua generalidade no operariado. 
Quando nos falou das suas leituras de menino e jovem, sobretudo do jornal “O Trabalhador”, frisou a importância da ação do Padre Abel Varzim, formado em sociologia na Bélgica, onde se apaixonou pela defesa dos operários. Defendia os sindicatos livres e a aplicação da Doutrina Social da Igreja na vida toda, como essencial à promoção da dignidade do ser humano. 
A partir das leituras, a curiosidade instalou-se no espírito do Manuel Pata, ainda menino e jovem. Daí surgiram um sem-número de perguntas que dirigia ao irmão António, muitas delas sobre a situação dos trabalhadores que «viviam miseravelmente, sem nenhumas condições de vida, sem liberdade, sem higiene e sem direitos no trabalho». E quem olha para o presente, em que os trabalhadores têm liberdade de falar e de reivindicar os seus direitos, não faz a mínima ideia do que era antes do 25 de Abril, frisou o nosso entrevistado. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ronaldo - Ostentação é hoje Provocação

Situações tabu, com laivos de escandalosas

Por António Marcelino

Há sempre coisas na sociedade que não as vemos apreciadas, como seria normal, na comunicação social, sempre pronta para descobrir ou inventar escândalos. No contexto nacional, elas têm picos que podem sempre magoar, por isso apenas se noticiam. Disseram os jornais que o nosso “superman” do futebol comprou agora mais um automóvel por 400 mil euros, para a sua coleção, que já havia sido aumentada, em fevereiro passado, por mais um outro de igual teor. Também, em notícia discreta, se dizia de quantas casas luxuosas, espalhadas por aí fora, ele era já proprietário. Aparece assim, com todo o seu valor desportivo, como o herói do ter, do poder e do gozar, que por outras razões, o não esquecem os “media”. A tal ponto que os miúdos da escola já dizem que, quando forem grandes, querem ser como o Ronaldo…

Há mesmo quem ganhe muito dinheiro

Garante o EXPRESSO 

Veja os rendimentos de 15 políticos portugueses antes e depois de passarem pelo Governo. E se calhar alguns ainda se queixam. Não terá grande interesse ser ministro, mas que vale o sacrifício, lá isso vale. O melhor vem depois. Pois claro. 


Aprecie  aqui

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza: 17 de outubro

Por Maria Donzília Almeida


Com a situação económica, calamitosa, que se vive, hoje, em Portugal, está a emergir um fenómeno social, sobre o qual se têm vindo a debruçar os sociólogos.
A classe média portuguesa, que vinha conquistando terreno e na qual se posicionavam os professores, conhece hoje um amargo da pobreza. Há fome envergonhada e não assumida, que leva a um índice preocupante de suicídios. São fruto do desemprego e do endividamento crescentes.
O alarme vem das instituições de solidariedade social, como a Cáritas ou o Banco Alimentar contra a Fome. À porta do Centro de Emprego, acorrem, diariamente, homens e mulheres que depois de terem perdido o emprego, ficaram sem casa, que pagavam ao banco, a prestações, dependendo do ordenado que auferiam. Vêem-se obrigados a pedir guarida em casa de familiares e chegam a confessar que pouco mais comem que pão com manteiga! É triste a situação, tanto mais que isto está a acontecer a licenciados, uma classe que noutros tempos, tinha emprego garantido. Os pais são a última instância a que recorrem.

Um livro de Domingos Cardoso


Texto de Cardoso Ferreira, 
no Correio do Vouga


Pedras sem Tempo do Cemitério de Ílhavo



A apresentação do livro “Pedras sem Tempo do Cemitério de Ílhavo”, da autoria de Domingos Freire Cardoso, pela investigadora ilhavense Rita Marnoto, responsável pela área de Estudos Italianos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, terá lugar no Hotel de Ílhavo, no próximo sábado, pelas 16 horas.
Foi no dia 1 de novembro de 2009, no decorrer da tradicional romagem ao cemitério do Dia de Todos os Santos, que Domingos Freire Cardoso teve a ideia de escrever um livro sobre o Cemitério de Ílhavo, um espaço “sobre o qual ninguém se debruçou para o estudar”. “O cemitério é um bem de todos e, como tal, precisa de ser estudado, preservado e entendido”, afirma o autor. O livro também surgiu como “uma homenagem aos antepassados que lá estão sepultados e também às pessoas que criaram o cemitério e contribuíram para o seu melhoramento”.
Até à grande epidemia de 1833, que vitimou milhares de pessoas em Portugal, as pessoas, principalmente as mais ricas e as do clero, eram enterradas dentro das igrejas, e as mais pobres nos adros das igrejas. No dia 21 de setembro de 1835, foi publicado um decreto que proibia o enterramento dentro das igrejas. Domingos Freire Cardoso sublinha que “grande parte do povo não compreendeu essa medida, importante, até sob o ponto de vista de higiene e saúde pública, medida que também foi mal explicada por alguns membros do clero, de que resultou a Revolta do Minho”.
No entanto, em Ílhavo, “o povo acatou muito bem essa medida. Em 4 de maio de 1836 deu-se início à construção do cemitério de Ílhavo e, no dia 4 de janeiro de 1839 ocorreu o primeiro enterramento no cemitério”. A rapidez com que a nova lei foi aceite em Ílhavo leva Domingos Freire Cardoso a admitir que “as pessoas que estavam à frente da Câmara de Ílhavo ou eram liberais ou simpatizantes do liberalismo”.
O livro apresenta uma resenha histórica da evolução do cemitério, desde a sua criação até ao presente, passando pelas ampliações e melhoramentos. De realçar a compilação dos excertos de todas as atas da Câmara Municipal de Ílhavo, da Câmara Municipal de Aveiro (durante alguns anos, Ílhavo integrou o concelho de Aveiro), da Junta da Paróquia e da Junta de Freguesia, alusivas ao Cemitério de Ílhavo.

A crise chegou ao Futebol. Até com a bola gostamos de brincar

Uma equipa de bons rapazes foi capaz de empatar um grupo de pseudo-estrelas.

A crise chegou ao Futebol dos craques bem pagos. Os mesmos jogadores, o mesmo treinador, o nosso ambiente. Tudo certo. Mais ainda:: o nosso espírito de deixar para a última hora, de adiar as decisões, do improviso, do desenrascanço, de se brincar com coisas sérias. É uma tristeza! No futebol e não só! Venham daí os sociólogos dizer porquê.

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Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

Mensagem do Presidente da Cáritas Portuguesa




«Esta realidade não resulta da falta de bens mas de uma escandalosamente injusta distribuição dos mesmos. Sem se erradicar esta injustiça não será fácil construir a paz. Sem a redução das desigualdades sociais gritantes, jamais se conseguirá ter tranquilidade pessoal e coletiva.»




«Assinalar, este ano, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que é antecedido pelo Dia Mundial da Alimentação, redobra de sentido e torna-se um desafio mais exigente e clamoroso quando o empobrecimento de milhares de famílias portuguesas, que jamais julgariam cair nesta condição de penúria, levou muitas delas a ficarem privadas do acesso a tantos direitos, humanamente inalienáveis, como é o da alimentação.»

Ler a mensagem aqui