sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"O Último Segredo" de José Rodrigues dos Santos

Mais um livro com tema polémico à procura de leitores...



«O autor mais lido em Portugal nega que pretenda abalar a Igreja Católica com O Último Segredo. Em entrevista, garante que é Cristo o tema e pede para que, antes de o acusarem, o leiam e ponderem sobre as provas que apresenta - abundantemente - sobre as fraudes que estão na base do cristianismo.
A ficção e a realidade fundem-se perfeita e escabrosamente nas 563 páginas no novo livro de José Rodrigues dos Santos: O Último Segredo.
Livro? É melhor chamar-lhe desde já best-seller, porque é o único termo que define a edição anual das torrentes de escrita deste autor, tal é o sucesso junto dos leitores portugueses. Ficção? Parte do argumento pode ainda não ser plausível nos tempos que correm, mas, passem alguns anos, e poderá tornar-se realidade fazer que até um Jesus Cristo clonado volte ao reino dos vivos... Escabroso? A demolição que faz do cristianismo ao longo das primeiras 300 páginas deixa até o católico mais empedernido de pé atrás sobre a Bíblia...»

No DN de hoje

Nota: Não li o livro nem sei se o poderei ler tão cedo. Tenho ainda tanta literatura à espera de tempo... De qualquer forma, aqui fica uma referência a um livro que já esgotou a primeira edição. Outras se seguirão, tal como as polémicas que não faltarão, ou não mexesse o livro de José Rodrigues dos Santos em temas tão sensíveis, como é Jesus Cristo e a Igreja Católica. Para uma elucidação oportuna, o melhor é ler as considerações de Jorge Pires Ferreira aqui.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Com a morte de Khadafi, os líbios estão livres






Com a morte de Khadafi, os líbios ficam livres para uma nova vida, apostando numa Líbia sem ditadores. Espero que democrática, embora admita que tal não será fácil de conseguir de um dia para o outro. A morte de um ser humano, pela violência, não pode fazer-nos sorrir. Mesmo quando se trata de um ditador sanguinário como foi Khadafi. Preso e com vida, poderia responder pelos seus crimes, num tribunal justo.
Poderiam  alguns esperar e pensar que a morte violenta e sem julgamento do tirano viesse a servir de exemplo para os ditadores ainda em exercício. Mas não creio. Os ditadores continuarão convencidos de que estão na posse da verdade absoluta, sendo donos de um poder legitimado pelo povo ou pelos deuses. Um dia, contudo, quando o povo se cansar da opressão, da vilolência e da corrupção que os cerca, soará a hora da verdade e terão, então, o destino que os espera, como aconteceu com Khadafi. Contudo, à luz dos direitos humanos, ninguém pode fazer justiça pelas suas próprias mãos. 

Vencimentos antes e depois de estar no Governo

Só como curiosidade, já que toda a gente sabe que ter estado no Governo é muito bom para muita gente. Veja alguns exemplos elucidativos no EXPRESSO.  

No próximo domingo: Peregrinação ao Santuário de Schoenstatt


Santuário de Schoenstatt (foto de arquivo)


FRATERNIDADE DE FAMÍLIAS 
CONFIRMA A ESPERANÇA


No próximo domingo, 23,  o Santuário de Schoenstatt, situado na Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré, vai acolher cristãos de toda a diocese para mais uma peregrinação diocesana. A peregrinação, que se realiza apenas da parte da tarde, não deixará de ser uma boa razão para os crentes e devotos de Nossa Senhora se encontrarem entre si, consigo mesmos e com Deus. 
O acolhimento, pelas 14.30 horas, será animado pelo coro de jovens da paróquia da Gafanha da Nazaré e a partir das 15 haverá um painel com a participação de um casal ligado ao movimento das Equipas de Nossa Senhora, um casal de Schoenstatt e um jovem. 
Às 16.15 horas será rezado o terço e pelas 17 celebrar-se-á a Eucaristia, presidida por D. António Francisco, Bispo de Aveiro, havendo um momento de consagração das famílias. 
A peregrinação tem como lema “Família, santuário vivo, esperança no mundo”, aliando o lema diocesano (“A Igreja diocesana: fraternidade de famílias confirma a esperança”) com a preparação que o Santuário tem vindo a fazer para os cem anos da fundação de Schoenstatt, em 2014.

Um sacristão que nunca sonhou desempenhar tal função

Pedro Fidalgo

Pedro Fidalgo, um sacristão 
sereno e responsável 

Pedro Fidalgo, 49 anos, solteiro, comerciante de produtos alimentares no mercado da Praia da Barra, é sacristão da paróquia de Nossa Senhora da Nazaré desde janeiro de 2010, conseguindo conciliar as duas atividades. No mercado, de terça a sábado, das 8 às 13 horas, e da parte da tarde está disponível para a paróquia. Ao domingo está envolvido em pleno, para que as cerimónias decorram como está estabelecido. 
O Pedro, que vive com sua mãe, Maria da Conceição, de 91 anos, é uma pessoa serena, generosa, de sorriso franco e aberto, mas é, ainda, um homem disponível para os seus compromissos. Antes de ser sacristão, fez parte do Conselho Económico, com a função de tesoureiro, mas também é tesoureiro da Irmandade de Nossa Senhora da Nazaré. 
Confessa que «nunca lhe passou pela cabeça» assumir as funções de sacristão. Mas no domingo da Sagrada Família, depois da missa, o Prior da Gafanha da Nazaré, Padre Francisco Melo, chamou-o para falar com ele. «Mal podia imaginar que dessa conversa resultaria o convite para ser sacristão», garante-nos o Pedro.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A evangelização não dispensa testemunhos comunitários




O MAIOR DESAFIO FEITO À IGREJA
António Marcelino
Gostaria de perguntar a muitos cristãos, leigos e clérigos, dos mais diversos meios e idades, qual consideram ser o grande, senão mesmo o maior, desafio que a Igreja enfrenta hoje. Admito que uns falariam da crise das vocações, do desnorte das famílias, da idade avançada dos padres, da evangelização, assim em geral, como que a dizer tudo e a não dizer nada. Também se poderiam ouvir as dificuldades da linguagem usada para comunicar o Evangelho, os diminutos passos dados no diálogo com o mundo e a cultura emergente, da crise da vida comunitária das pessoas e das estruturas pastorais. Talvez ainda, apesar dos ecos favoráveis das Jornadas Mundiais da Juventude, em Madrid, falariam do desafio que os jovens constituem. Todos estes e muitos outros temas, em campo, constituem, por certo, problemas e desafios incómodos e difíceis. Mas qual o maior?

Reabilitação do Forte da Barra com carácter de urgência

Nota saída da reunião de hoje do executivo camarário 



Plano de Intervenção para a Requalificação 
do Forte da Barra

«O Executivo Municipal tomou conhecimento do inicio do procedimento de elaboração de um Plano de Intervenção para a Reabilitação do Forte da Barra, numa parceria CMI/APA e numa lógica de desenvolvimento das muitas intervenções de qualificação desta zona do Município de Ílhavo, da qual se destaca a obra do Jardim Oudinot inaugurada em Agosto e 2008, no seguimento de uma proposta da CMI e como resultado de uma reunião de trabalho entre a CMI e a Administração do Porto de Aveiro realizada a 17 de Outubro de 2011. Esta tarefa será executada por uma equipa de Gestores e Técnicos das duas entidades até ao final do mês de Janeiro de 2012, com a devida ligação ao Igespar de forma a procederse à exacta referenciação dos valores patrimoniais a salvaguardar, destacando-se desses o “Forte da Barra”, que se assume como um elemento a requalificar com carácter de urgência.»

Ler mais aqui

Forte da Barra e casario envolvente degradados


Já há bastante tempo que neste meu espaço denunciei o estado de degradação em que se encontra o Forte da Barra, edifício de interesse público devidamente registado como tal, e todo o casario  envolvente. O ilhavense António Angeja também se preocupou imenso com o assunto e disso mesmo deu conta a diversas entidades, que lhe responderam no sentido de que a questão seria analisada. Tanto quanto sei, não se passou, infelizmente, da promessa. Soube hoje que a APA e a Câmara Municipal de Ílhavo vão analisar o problema, porque o que se vê é muito triste. Não vale a pena esconder esta realidade, porque o Forte Novo ou Castelo da Gafanha merecem mais atenção. Confio no envolvimento da autarquia e da APA, para este assunto se resolver de uma vez por todas. Como aquilo está parece mal e envergonha-nos perante quem nos visita. 

MUSEU DE ÍLHAVO: 10.º Aniversário da sua ampliação e remodelação



O Museu Marítimo de Ílhavo vai ter o seu dia aberto no próximo dia 21, sexta-feira, estando previstas atividades do Serviço Educativo, relacionadas com as comemorações do 10.º aniversário das obras de ampliação e remodelação do edifício. Nesse dia, haverá a oportunidade de partilhar a história do museu e do seu património marítimo, com diversas oficinas de expressão plástica, oral e dramática, ações estas dirigidas aos alunos do pré-escolar, 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, Secundário, Público Sénior e famílias, mediante marcação prévia.
No sábado, 22, vai acontecer a sessão comemorativa do aniversário, com apresentação do programa dos 75 anos do Museu Marítimo de Ílhavo, inauguração da exposição "Os Navegadores - Pintura de Costa Pinheiro", exposição da peça "A Barca dos Apóstolos", depósito da família Pires da Rosa, apresentação do livro "Bateiras da Ria de Aveiro: Memórias e Modelos", de António Marques da Silva e Ana Maria Lopes.

Ver mais informações aqui

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mais um prémio para alunos da Universidade de Aveiro

Alunos da UA ganham Angelini University Award 2010/2011 


Portal inovador para cuidadores 
de doentes com Alzheimer

O Portal para Familiares e Cuidadores de Doentes de Alzheimer é o projeto vencedor da segunda edição do prémio Angelini University Award 2010/2011 que decorreu dia 13 de outubro. Este projeto inovador em Portugal, concebido e realizado por cinco alunos da Universidade de Aveiro do Mestrado em Biomedicina Molecular na Secção Autónoma de Ciências da Saúde, teve em especial atenção as dificuldades com que se deparam os cuidadores das pessoas afetadas com Alzheimer.


Ler mais aqui

DIÁLOGOS NA CIDADE - 22 de novembro, no Teatro Aveirense

(Clicar na imagem para ampliar)



Na Rádio Renascença: Ponto de Vista de Francisco Sarsfield Cabral



Uma perspectiva mais ampla 

Quase todos os dias somos sobressaltados por más notícias económicas e financeiras. Apetece não ler ou ouvir notícias, para não ficar deprimido. 

Mas fugir à realidade não é solução para coisa alguma. Ora uma visão cristã da grave crise que atravessamos diz-nos duas ou três coisas. 

Em primeiro lugar, indica-nos a importância de participar na discussão da res publica na perspectiva do bem comum. Valoriza a actividade política como algo que pode e deve ser nobre, por muito que os políticos nos desgostem. Depois, da fé decorre o imperativo da preocupação com aqueles que passam pior, não tendo capacidade para satisfazer necessidades básicas. 

Porventura mais importante ainda, a fé assegura-nos que Deus nos ama. E que o futuro nos levará à felicidade total de viver para sempre no amor de Deus. Esta esperança não pode ser um escape para fugir aos problemas do mundo, nem um consolo fácil. É, sim, um factor que nos leva a não desanimar perante a gravidade da crise. E também a relativizar os dramas que ela traz, colocando-os numa perspectiva mais ampla. 


Na RR

Mónicas na Figueira da Foz - 1


Os Mónicas, que nos são tão próximos, andaram muito pela Figueira da Foz, onde trabalharam, mesmo    na qualidade de sócios,  com toda a sua arte, em estaleiros da Construção Naval. Naquela ridente cidade, ainda residem alguns dos seus descendentes, tanto quanto há meses me garantiu uma figueirense que teve a gentileza de me contactar. 
Para ler alguns dos meus apontamentos que escrevi em tempo de férias, pode ver aqui e aqui.

Pensões vitalícias dos antigos gestores escapam a cortes

«A esmagadora maioria dos antigos titulares de cargos políticos vai ficar livre de um esforço especial adicional no âmbito da medida que corta pensões (regime geral e público) e salários públicos, mostra o Orçamento do Estado do próximo ano, avança o Diário de Notícias.»

Mais um lapso. Leia aqui

Património da Igreja: Conhecer e Fruir

Por Sandra Costa Saldanha


Realiza-se hoje a primeira edição do Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja. Fixado a 18 de outubro, dia de S. Lucas, padroeiro dos artistas, pretende constituir um lugar de reflexão e partilha do trabalho desenvolvido pelas dioceses portuguesas, mas também debater novas propostas de atuação, avaliar dificuldades e identificar os principais desafios enfrentados.
Dedicado ao tema "Património da Igreja: Conhecer e Fruir", promove um olhar atento sobre a necessidade de dinamização dos Bens Culturais da Igreja, como meio fulcral de partilha e fruição da experiência espiritual.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Orlando Figueiredo em "A Luz de Agosto"





Os meus parabéns para o nosso conterrâneo e poeta Orlando Figueiredo.

BENTO XVI proclama Ano da Fé





Anúncio foi feito perante cerca de oito mil responsáveis e leigos na homília da missa celebrada hoje na basílica de São Pedro. O Ano da Fé assinala quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio ecuménico Vaticano II.
Ler aqui

Painéis cerâmicos: devoções


Este painel cerâmico, dedicado a Santa Ana, mãe da Virgem Maria, em local bem identificado, denota uma devoção muito particular. Debaixo do painel há uma inscrição  algo inédita, que reza assim: SE QUERES ALEGRIA SEMEIA E CRIA.

Será possível responsabilizar criminalmente os políticos?


No i de hoje

AS OPINIÕES DIVERGEM 


«Responsabilizar criminalmente os políticos que conduziram o país à situação de crise, sim ou não? O debate foi lançado pelo líder da JSD, Duarte Marques, mas as opiniões divergem. À esquerda fala-se de “judicialização da política” e o parceiro de coligação do PSD no governo, o CDS, considera a matéria “muito complicada”. O PS acusa os sociais-democratas de quererem criar uma “cortina de fumo” para esconder a austeridade. O juiz Rui Rangel pede um referendo e legislação mais apertada enquanto o constitucionalista Jorge Miranda discorda desta criminalização dos políticos. Já Medina Carreira quer punir os políticos, mas considera que este não é o momento certo.»

Ler mais aqui

domingo, 16 de outubro de 2011

Um Orçamento do Estado com futuro sem saída numa UE sem rumo

Manifestação em Lisboa


A perplexidade apoderou-se dos portugueses, sobretudo dos que costumam pagar impostos e da chamada classe média. Estamos, pelo que posso prever, num futuro sem saída a curto e médio prazo. Esperam-nos, por consequência, dificuldades enormes, com dramas garantidos pelo desemprego em crescendo. A Troika, a defensora intransigente do poder económico que manda no mundo, atirando a política para o tapete, ainda não resolveu, com todas as suas exigências, qualquer problema de qualquer Estado. A Grécia, como está à vista de todos, anda pelas ruas da amargura, como barata tonta, à procura de uma saída digna para o equilíbrio das finanças e da economia. Portugal, por este andar, estará na calha para lhe seguir os mesmos passos.
Há anos, Jorge Sampaio lembrou e bem que «há vida para além do défice». Também julgo que sim, porque há milhões de pessoas no nosso país que têm vivido de magríssimos salários, de empregos irregulares e incertos, da esmola recebida com vergonha de familiares e amigos. O caminho para que esta situação se multiplique está a aumentar a olhos vistos.
Não tenho na manga a solução para os problemas que nos estão a afetar. Nem vejo, infelizmente, na classe política, económica e financeira quem tenha ideias inovadores capazes de nos livrar do buraco em que estamos metidos. Houve, é certo, décadas de esbanjamento, de obras inúteis, de derrapagens monstruosas nas empreitadas públicas, tudo pela incompetência dos nossos políticos, dos nossos técnicos, dos nossos empresários e dos corruptos da nossa velha nação.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

Comunicação Social, Pobreza e Exclusão

Na sede da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré



Vai realizar-se, no dia 24 de Outubro, na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, pelas 14 horas, um debate, subordinado ao tema "O Papel da Comunicação Social na criação de representações, atitudes e comportamentos face à pobreza e à exclusão social". A inscrição é gratuita e deverá ser feita no núcleo da EAPN - Rede Europeia Anti-Pobreza (234426702 ou aveiro@eapn.pt), em Aveiro, até ao dia 20 de outubro.

Uma reflexão para este domingo



MAIS QUE UMA QUESTÃO DE IMPOSTOS
Georgino Rocha

A armadilhada não pode falhar. Há que pôr cobro ao agitador Nazareno que se movimenta tão livremente na esplanada do Templo e desafia o mais sagrado das práticas judaicas. O conflito crescia em intensidade e ostentação. A situação tornara-se intolerável. Por isso os chefes religiosos urdem a trama e aliam-se aos líderes políticos, partidários de Herodes. O “caldo” era excelente.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 259

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 42 



PADEIROS E CARTEIROS 

Caríssima/o: 

A imagem de hoje fala por si. 
Convicto estou que os ciclistas da actual geração não experimentam (não podem...) o sabor a pão fresco que as nossas papilas gulosa e enganadoramente nos trazem à boca. 
Os padeiros e as padeiras, manhã cedo, pedalavam pressurosos para venderem o pão do almoço dos trabalhadores... e muitas vezes, a fiado! Se cheirava! 
Nesses tempos, como as estações do ano eram marcadas por flores e frutos, com os seus odores e sabores, assim também várias actividades nos brindavam com cheiros e paladares que nos regalavam... Tal e qual: o pão fresco do padeiro! 

Há dias em conversa amena recordaram-se estas bicicletas e um nome veio à baila: o Dionísio Padeiro. Alguém dirá melhor que eu mas a forma física obtida a pedalar raivosamente a bicicleta e o cesto permitiram-lhe competir nas corridas oficiais da época.

sábado, 15 de outubro de 2011

Um poema para este sábado






Meditação sobre os poderes


Rubricavam os decretos, as folhas tristes 
sobre a mesa dos seus poderes efémeros.
Queriam ser reis, czares, tantas coisas, 
e rodeavam-se de pequenos corvos, 
palradores e reverentes, dos que repetem: 
és grande, ninguém te iguala, ninguém. 
Repartiam entre si os tesouros e as dádivas, 
murmurando forjadas confidências, 
não amando ninguém, nada respeitando. 
Encantavam-se com o eco liquefeito 
das suas vozes comandando, decretando. 
Banqueteavam-se com a pequenez 
de tudo quanto julgavam ser grande, 
com os quadros, com o fulgor novo-rico 
das vénias e dos protocolos. Vinha a morte 
e mostrava-lhes como tudo é fugaz 
quando, humanamente, se está de passagem, 
corpo em trânsito para lado nenhum.
Acabaram sempre a chorar sobre a miséria 
dos seus títulos afundados na terra lamacenta.
José Jorge Letria, in "Quem com Ferro Ama"
Sugestão do caderno de ECONOMIA do EXPRESSO