quarta-feira, 15 de junho de 2011

Crónica de um Professor: Vislumbra-se já terra firme

Santa Maria Manuela

Terra à vista...

Maria Donzília Almeida

A navegar, há muito tempo, o mesmo da gestação de um aluno (!?), neste mar encapelado, que é o ensino, em que as intempéries assolam, a cada passo, a “embarcação” e a calcular pelo tempo da viagem, vislumbra-se já, para breve, terra firme, terra à vista! 
Irmanados todos, no mesmo barco, cooperando para o êxito das manobras, todos os tripulantes soltam as velas e desafiando Eolo, navegam, à bolina. 
A proximidade do mar, na geografia das Gafanhas, a banhar-nos a costa (Nova) e a espevitar a energia dos nossos alunos daí oriundos, está subjacente a esta analogia. 
Nesta fase da navegação, em que os dias de primavera se esgotam no calendário e o verão já espreita, tímido, atrás das orvalhadas da manhã e das ventanias de fim de tarde, aqui estamos, nós, os professores, a limar as últimas arestas. Os diamantes brutos que nos foram depositados, em mão, sofrem o último polimento...e em breve partirão, para o “cruzeiro” a que têm direito. Para uns, será o descanso merecido, a que podem, com toda a propriedade chamar férias, para uma seca, outros, aqueles que deixam de ter alvos a atingir com o seu tiroteio verbal e quórum para alinhar nas suas piratarias! 

Igreja Portuguesa premeia o compositor Eurico Carrapatoso

Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes 2011


Eurico Carrapatoso

A música de Deus

José Tolentino Mendonça

A Igreja Portuguesa premeia um maravilhoso criador contemporâneo, o compositor Eurico Carrapatoso. Na próxima sexta-feira, em Fátima, D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, entregará o galardão “Árvore da Vida/Padre Manuel Antunes” a um dos nomes mais importantes da nossa cena musical. Eurico Carrapatoso tem assinado um reportório de invulgar qualidade, num país como o nosso que valoriza ainda pouco o grande contributo cultural e humano que as artes, e nomeadamente as artes musicais, representam. É de toda a justiça iluminar um percurso que, além do mais, sempre tem tentado um diálogo com o nosso cancioneiro tradicional e tem procurado, de forma inspirada, a voz de poetas emblemáticos Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner ou António Manuel Pires Cabral.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ílhavo: Semana da Educação com balanço e projetos


Alegria na escola


Entre 15 (amanhã) e 25 de junho, vai realizar-se mais uma edição da Semana da Educação no Município de Ílhavo, composta por um conjunto de iniciativas de balanço do ano letivo em curso e preparação do próximo, com destaque para a apresentação pública do Plano Municipal de Intervenção Educativa, no dia 21 deste mês.
A autarquia ilhavense, ao anunciar esta Semana da Educação, lembra que este ano letivo que se aproxima do fim ficará na história do Município pela «ativação e inauguração de cinco novos Centros Escolares, que a CMI construiu aproveitando os Fundos Comunitários do QREN, num investimento total de cerca de dez milhões de euros cofinanciados em cerca de 70 por cento».
Importa sublinhar que tudo o que se investe ou venha a ser investido em prol do ensino e da educação não será perda de tempo nem de meios. Digo isto porque o futuro da sociedade passa, fundamentalmente, pela formação do homem todo e de todos os homens.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Antigamente a Escola era risonha

José de Almeida


O estudante alsaciano
 Antigamente, a escola era risonha e franca.
  Do velho professor as cans, a barba branca,
  Infundiam respeito, impunham sympathia,
  Modelando as feições do velho, que sorria
  E era como creança em meio das creanças.
  Como ao pombal correndo em bando as pombas mansas,
  Corriam para a escola; e nem sequer assomo
  De aversão ou desgosto, ao ir para ali como
  Quem vae para uma festa. Ao começar o estudo,
  Elles, sem um pesar, abandonavam tudo,
  E submissos, joviaes, nos bancos em fileiras,
  Iam todos sentar-se em frente das carteiras,
  Attenta, gravemente — uns pequeninos sabios.
  Uma phrase a animar aquelle bando imbelle,
  Ia ensinando a este, ia emendando áquelle,
  De manso, com carinho e paternal amor.
  Por fim, tudo mudou. Agora o professor,
  Um grave pedagogo, é austero e conciso;
  Nunca os labios lhe abriu a sombra d’um sorriso
  E aos pequenos mudou em calabouço a escola
  Pobres aves, sem dó metidas na gaiola!
  Lá dentro, hoje, o francez é lingua morta e muda:
  Unicamente o allemão ali se falla e estuda,
  São allemães o mestre, os livros e a lição;
  A Alsacia é allemã; o povo é alemão.
  Como na propria patria é triste ser proscripto!
  Frequentava tambem a escola um rapazito
  De severo perfil, energico, expressivo,
  Pallido, magro, o olhar intelligente e vivo
  — Mas de intima tristeza aquelle olhar velado
  Modesto no trajar, de lucto carregado...
  — Pela patria talvez! — Doze annos só teria.
  O mestre, d’uma vez, chamou-o á geographia:
  — "Dize-me cá, rapaz... Que é isso? estás de lucto?
  Quem te morreu?"
  — "Meu pae, no último reduto,
  Em defeza da patria!"
  — "Ah! sim, bem sei, adeante...
  Tu tens assim um ar de ser bom estudante.
  Quaes são as principaes nações da Europa? Vá!"
  — "As principaes nações são... a França..."
  — "Hein? que é lá?...
  Com que então, a primeira a França! Bom começo!
  De todas as nações, pateta, que eu conheço,
  Aquella que mais vale, a que domina o mundo,
  Nas grandes concepções e no saber profundo,
  Em riqueza e esplendor, nas lettras e nas artes,
  Que leva o seu domínio ás mais remotas partes,
  A mais nobre na paz, a mais forte na guerra,
  D’onde irradia a sciencia a illuminar a terra,
  A maior, a mais bella, a que das mais desdenha,
  Fica-o sabendo tu, rapaz, é a Allemanha!"
  Elle sorriu com ar desprezador e altivo,
  A cabeça agitou n’um gesto negativo,
  E tornou com voz firme:
  — "A França é a primeira!"
  O mestre, furioso, ergue-se da cadeira,
  Bate o pé, e uma praga energica lhe escapa.
  — "Sabes onde está a França? Aponta-m’a no mappa!"
  O alumno ergue-se então, os olhos fulgurantes,
  O rosto afogueado; e emquanto os estudantes
  Olham cheios de assombro aquelle destemido,
  Ante o mestre, nervoso, audaz e commovido,
  Timido feito heróe, pygmeu tornado athleta,
  Desaperta, febril, a sua blusa preta,
  E batendo no peito, impavida, a creança
  Exclama:
  — "É aqui dentro! aqui é que está a França!"
                                                                                 
  Acácio Antunes

NOTA: Poema recitado pelo meu pai, José de Almeida, mais conhecido por Zé da Rosa, da Gafanha da Encarnação, nos longos serões, à lareira, e que constava do seu livro de leitura da 4ª(?) classe, em 1929.

Maria Donzília Almeida

Santo António morreu em 13 de Junho de 1231



Já se passaram 780 sobre a morte de Santo António, um dos três santos populares. Fernando de Bulhões ou Fernando Martins, seus nomes seculares, já franciscano, assumiu o nome de António, quando entrou na Ordem dos Frades Menores. Conheceu Francisco de Assis e foi canonizado cerca de 11 meses depois de deixar este mundo. Mantém, ao que suponho, o recorde da canonização mais rápida.
A sua história é por demais conhecida, mas permitam-me que recorde alguns factos: dos três santos populares (Santo António, S. Pedro e S. João) foi o único que não conheceu fisicamente Jesus Cristo; foi o primeiro teólogo franciscano; e, que eu saiba, foi o único português a ser declarado Doutor da Igreja. 

Fernando Pessoa nasceu há 123 anos

Imagem Google de hoje


O MOSTRENGO

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar, 

E disse: «Quem é que ousou entrar 
Nas minhas cavernas que não desvendo, 
Meus tectos negros do fim do mundo?» 
E o homem do leme disse, tremendo: 

«El-Rei D. João Segundo!» 
«De quem são as velas onde me roço? 
De quem as quilhas que vejo e ouço?» 
Disse o mostrengo, e rodou três vezes, 

Três vezes rodou imundo e grosso. 
«Quem vem poder o que só eu posso, 
Que moro onde nunca ninguém me visse 
E escorro os medos do mar sem fundo?» 

E o homem do leme tremeu, e disse: 
«El-Rei D. João Segundo!» 
Três vezes do leme as mãos ergueu, 
Três vezes ao leme as reprendeu, 

E disse no fim de tremer três vezes: 
«Aqui ao leme sou mais do que eu: 
Sou um povo que quer o mar que é teu; 
E mais que o mostrengo, que me a alma teme 

E roda nas trevas do fim do mundo, 
Manda a vontade, que me ata ao leme, 
De El-Rei D. João Segundo!»

Fernando Pessoa 
“Mensagem”

domingo, 12 de junho de 2011

Moçambique: Missão Boroma


Caminho para Boroma: banca de venda



O  grande Rio Zambeze


Ainda bem que gosto de TT


O Salé pediu-me bolachinhas para a menina


Acesso à missão.
Inscrição: Borona 1885 S. José


Papaieira


Visto da Missão,  lá no alto, 
a toda a volta,  o terreno é plano


A Missão Borama ergue-se num alto o que servia de refúgio aquando das cheias. E agora,   o pior da estória, hoje, domingo, acordei sem luz e consequentemente sem água. Não pude carregar o meu telemóvel, que nestes dias tem servido mais de máquina fotográfica. Por azar, a bateria acabou quando ia a entrar na Missão, o local está semiabandonado e destruído; resta uma "escola-colégio” onde estudam rapazes. Ainda perguntei se não havia uma tomada para carregar o telemóvel, mas também aí a luz tinha faltado. Ao domingo há missa. Espero voltar lá com meios para registar esse local de culto e ensino que tinha escola de ofícios e apoiava a população em tempos idos.

Jorge Ribau, 
em Moçambique 

Alimentação errada, obesidade e sedentarismo provocam a diabetes





Enfermeira 
Madalena Cardoso 



A vida não termina 
com a aposentação 
ou reforma 

Madalena Cardoso, enfermeira, aposentada após 32 anos de serviço no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, assume a alegria de continuar, como voluntária, a fazer aquilo de que gosta. Depois de passar, como profissional de enfermagem, pelo Centro de Reabilitação de Alcoitão, fixou-se em Aveiro, onde se entregou a especialidades da sua preferência: ginecologia e obstetrícia, mas ainda, com mais fervor, à endocrinologia, na área da diabetes. No fundo, foi uma enfermeira sempre pronta para o que fosse preciso. 
Os últimos 20 anos foram em pleno dedicados à diabetes, colaborando com especialistas deste setor, envolvendo-se como enfermeira-educadora, quer nas consultas externas da Diabetologia, quer no Hospital-Dia de Diabetes. E com a aposentação não deixou o hospital abruptamente, pois por ali continuou dois anos, como voluntária, no mesmo serviço. Razões familiares, posteriores, levaram a enfermeira Madalena a suspender essa tarefa. O voluntariado na vida espera-a. E não se fica só pela diabetes. Presentemente, está a apoiar uma doente com Alzheimer, estimulando-a a manter, dentro do possível, a sua autoestima, fundamental para uma melhor qualidade de vida.

Antes & Agora, no PÚBLICO: O Jardim Oudinot voltou a honrar a sua história



(Clicar nas imagens para ampliar)

O que mudaria em Aveiro? Vassalo Lourenço, diretor da Filarmonia das Beiras, responde no PÚBLICO de hoje


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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Uma reflexão para este domingo



SUAVE FORÇA 
DO ESPÍRITO

Georgino Rocha

Há factos que valem mais do que a aparência. Sirva de exemplo a participação ou abstenção em eleições, a revolta ou resignação da geração à rasca, a renegociação ou manutenção da dívida, o entusiasmo ou esmorecimento de ânimo, o clima social saudável ou poluído pelas mais diversas confusões, as iniciativas apostólicas de renovação ou de involução, a cidadania activa ou a indiferença face ao bem de todos e de cada um.
Para crescermos em humanidade, precisamos de penetrar no sentido do que acontece, no segredo dos factos, no rumo das transformações em curso. É esta uma das funções principais da razão humana, dotada de capacidades a valorizar cada vez mais, e da fé em Jesus Ressuscitado que nos deixa o seu Espírito.
Fé e razão constituem as grandes asas do ser humano para voar em espaços de Infinito e mergulhar em regiões profundas de consciência adormecida.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 241

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 24 


A CORRENTE E OS PNEUS        


Caríssima/o:

Na década de 1880, o inventor inglês John Kemp Starley projectou uma bicicleta semelhante às actuais. Possuía guiador, rodas de borracha, quadro, pedais e correntes. 
Foram introduzidos os pedais no centro, a tracção passou para a roda traseira, através de uma corrente de transmissão, utilizando uma ideia de Leonardo da Vinci, de há 400 anos. 
Com a sua morte, o seu neto aperfeiçoou o seu desenho e criou a Rover, conhecida também como “Safety Bike”, bicicleta em que as duas rodas têm a mesma dimensão ... 
A bicicleta Rover, fabricada pela Starley & Sutton, a partir de 1885, é o que existe de mais próximo da bicicleta moderna, dando base à sua construção... 
Publicitada como bicicleta segura, a Rover entra no mercado mas tem uma péssima aceitação inicial... 
As suas rodas de igual dimensão causam rejeição aos consumidores e a tracção por corrente é uma novidade que gera cepticismo aos ciclistas conservadores, já acostumados ao Ariel...

sábado, 11 de junho de 2011

A abstenção


Tem-se repetido um certo divórcio dos cidadãos nas eleições a nível nacional. Um direito que nos foi oferecido pela democracia, mas que tem sido recusado por muitos dos nossos compatriotas. Causas? Todos falamos, mas ninguém sabe, de ciência certa, onde estará a solução. Meras conjeturas, onde todos acabam por ter razão.
Em princípio, sou contra a obrigatoriedade de votar. Muito menos a favor de multas a quem por sistema se recusa a participar. Contudo, acho que algo terá de ser feito.
Miguel Sousa Tavares avançou com a ideia, no EXPRESSO, de se eliminarem dos cadernos eleitorais, durante dez anos, os que tenham faltado ao ato eleitoral por três vezes seguidas. Julgo que sem justificação, já que uma doença ou outras razões graves podem estar na base das abstenções de muitos portugueses. Talvez resultasse.
Maria Filomena Mónica diz, ainda no EXPRESSO, que, com círculos eleitorais uninominais, sendo os candidatos bem conhecidos dos eleitores, seria uma boa solução. De facto, votar em pessoas que nada nos dizem, que vêm para os distritos por indicação dos partidos, torna-se frustrante para muita gente. Ainda nas recentes eleições, me perguntei por que motivo estiveram, como cabeças de lista, políticos nada identificados com Aveiro? Não teríamos por aqui pessoas à altura de nos estimularem e envolverem mais convincentemente na vida política? Julgo que sim.
O que se sabe é que os partidos têm medo de mudar uma lei eleitoral que provavelmente mais os favorece. Não poderemos nós, os simples eleitores, protestar, exigindo mudanças? A democracia não pode evoluir, no sentido de aproximar as pessoas de quem as representa e governa?

Fernando Martins

Os pais devem amar mais os filhos do que as filhas?



Hermenêutica feminista 
das religiões e seus textos

 Anselmo Borges

«O que diriam os fiéis (eles e elas), se na Missa, o padre iniciasse o Credo assim: Creio em Deus Mãe toda poderosa, criadora dos céus e da terra? No entanto, Deus é assexuado e Pai é apenas uma metáfora, podendo, por isso, dizer-se também Mãe. O que se passa é que o óvulo feminino só foi descoberto em 1827. Antes, seguiu-se a concepção aristotélica do hilemorfismo, continuada por São Tomás de Aquino. Nesta visão, a mulher era passiva e um macho falhado e, por isso, Tomás de Aquino afirmou que a mulher não pode ter poder na Igreja, não pode pregar, e os pais devem amar mais os filhos do que as filhas.»

DOIS CRAVOS DECAPITOU




Denúncia

O Doutor foi um algoz,
Pois um crime perpetrou
E eu clamo, de viva voz,
Essa horrenda cena, atroz:
Dois cravos decapitou!

Foi um crime premeditado
Com requintes de malvadez!
Pois, de bisturi empunhado,
E sobre os ditos debruçado,
Actuou com altivez!

Sem se comover do pranto
Que os pobres derramaram,
Avançou, p’ra meu espanto,
Mas eu achei nisso encanto,
Pois suas mãos actuaram!

Mas houve cumplicidade,
Nesse crime planeado!
Na dona, houve crueldade
Por só ver deformidade,
No cravo ali plantado!

Contratou um “profissional”
No meio do seu desatino,
Que executou por sinal
E fez limpeza radical,
Nesse “jardim” clandestino!

Foi um crime ternurento
E ao seu executor,
O meu agradecimento
E todo o contentamento
Por ter sido este Senhor!

Mª Donzília Almeida
01.06.2000

No Espírito, o cosmos é enobrecido...




A NOVIDADE DO ESPÍRITO 

Sem o Espírito Santo, Deus fica longe; Cristo permanece no passado; o Evangelho é letra morta; a Igreja é uma simples organização; a autoridade é um poder; a missão é propaganda; o culto, uma velharia; e o agir moral, um agir de escravos. 
Mas, no Espírito, o cosmos é enobrecido pela geração do Reino; Cristo ressuscitado torna-se presente; o Evangelho faz-se poder e vida; a Igreja realiza a comunhão trinitária; a autoridade transforma-se em serviço; a liturgia é memorial e antecipação; o agir humano é deificado. 

Patriarca Atenágoras

NOTA: Seleção de Georgino Rocha

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Novas tecnologias da comunicação vistas por Pacheco Pereira

«As minhas "Novas Oportunidades" começaram com o iPad. Podia ter sido apenas com o computador, podia ter sido com o iPhone, mas foi com o iPad e, quando vivemos rodeados de gadgets (desde o relógio, um gadget antigo, ao telemóvel), isso significa uma considerável melhoria da nossa capacidade de estendermos o corpo e a mente, que é para isso que servem os gadgets no Homo sapiens sapiens. Nas outras variantes de Homo, já não digo nada.»

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Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Presidente da República fala aos portugueses



Da Mensagem às Forças Armadas

«As Forças Armadas saberão encontrar os caminhos que lhes permitam superar as dificuldades, explorando as margens ainda existentes para uma maior racionalização e integração de serviços, a fim de que possam manter a capacidade de resposta militar que os Portugueses esperam e a sua missão exige.
Por isso, o contributo que lhes é pedido deverá, sem situações de privilégio, ser justo e equilibrado, envolvendo decisões bem estudadas e ponderadas que, no respeito pela especificidade que lhes é própria, as não descaracterize, e contribuam para uma desejável estabilidade, indispensável ao seu bom desempenho e normal funcionamento.
Militares,
É obrigação do Estado apoiar e dedicar uma atenção permanente às suas Forças Armadas, assegurando as condições que viabilizem a realização das suas actividades essenciais, ainda que num quadro de grande rigor e contenção orçamental.»

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Da Mensagem às Comunidades Portuguesas

«As Comunidades da Diáspora são núcleos de cidadãos do Mundo, mas também embaixadas de Portugal que, pelo valor do trabalho e pelo espírito empreendedor dos seus membros, enobrecem o nome do País e dão um contributo fundamental para o seu prestígio no estrangeiro.
Portugal atravessa hoje uma situação difícil. Todos não somos demais para ajudar a nossa terra, a terra das nossas raízes.
Mas há razões de esperança. Uma delas é, justamente, a vitalidade das Comunidades Portuguesas.
A Nação portuguesa tem mais de um terço dos seus membros no exterior. Portugal está no Mundo inteiro.
Isto constitui um capital que temos de saber aproveitar, na convicção de que o País pode contar com o apoio de todos os seus filhos para superar os desafios que enfrenta.
Apelo, assim, aos Portugueses da Diáspora, que em outras ocasiões da História nunca faltaram com o seu auxílio, a que apoiem o nosso País.
Acreditem que esta Pátria, que é de todos, constitui um destino com grandes potencialidades, para onde podem canalizar o vosso investimento, o vosso talento, o vosso espírito empreendedor.
Aquele que emigrou era, por natureza, um inconformista. Aspirava a mudar de vida, não se resignou.»

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Rua Eça de Queirós

Rua Eça de Queirós


Eça de Queirós: 
Filho de Aveiro 
e quase peixe da ria

A Rua Eça de Queirós estende-se da Rua Comendador Egas Salgueiro até à Rua de Diu, no antigo lugar da Chave. Embora todas as ruas sejam dignas, esta, por não dar tanto nas vistas, não será compatível com a grandeza do escritor Eça de Queirós, com a qual foi homenageado. Desproporções como esta acontecem frequentemente na Gafanha da Nazaré, sem qualquer menosprezo para com quem levou a cabo a tarefa de batizar as nossas ruas, pois tal é trabalho sempre difícil.
Eça de Queirós, um dos mais notáveis escritores de língua portuguesa, faleceu em 1900, com 55 anos, mas os seus livros ainda hoje povoam o imaginário de muitos dos seus inúmeros leitores. Leitura obrigatória de bastantes gerações de estudantes, a sua obra continua a merecer releituras por quantos apreciam boa prosa e o retrato da época em que viveu o escritor, bem patente em “Os Maias”, “A Cidade e as Serras”, “A Relíquia”, “O Primo Basílio”, “O Crime do Padre Amaro”, “A ilustre Casa de Ramires” e a “Correspondência de Fradique Mendes”, entre muitos outros escritos.
Para além da importância dos seus livros, Eça de Queirós ainda passou pela Gafanha, quando, de Verdemilho, onde viveu alguns anos da sua vida, em casa do avô paterno, se deslocava para a Costa Nova. Mais tarde, já escritor, por aquela praia estanciou, no Palheiro de José Estêvão, já que era amigo de Luís de Magalhães, filho do grande tribuno aveirense.
Em carta a Oliveira Martins, diz Eça, em 1884:
«… Filho de Aveiro, educado na Costa Nova, quase peixe da ria, eu não preciso que mandem ao meu encontro caleches e barcaças. Eu sei ir por meu próprio pé ao velho e conhecido “palheiro de José Estêvão”.»
Na mesma data e ao mesmo escritor, acrescenta: «Apesar de ter retardado ontem o meu jantar até às nove da noite, não pude desbastar a minha montanha de prosa. Levar as provas para os areais da Costa Nova, não é prático — ó homem prático! Há lá decerto a brisa, a vaga, a duna, o infinito e a sardinha — coisas essenciais para a inspiração — mas falta-me essa outra condição suprema: um quarto isolado com uma mesa de pinho.»

Fernando Martins

Ares do Rio Revobue - Moçambique






NOTA: Imagens do Rio Revobue, entre Tete e Moatize, Moçambique, enviadas por Jorge Ribau, com a informação de que por ali há crocodilos. Cuidado, Jorge! Não vale a pena sonhar  que estás na Ria de Aveiro!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Violência juvenil

Os mais velhos, como eu, sabem que violência sempre houve entre crianças,  adolescentes e  jovens. Há quem pense que tal só acontece agora, mas não é verdade. Quando eu era menino, assisti a alguma violência, só que não havia telemóveis nem câmaras digitais para gravar. Muito menos havia a possibilidade de publicar o que quer que fosse. 
Quando jovem, presenciei uma cena horrível. Um pobre de pedir, daqueles que andavam de porta em porta, descansava num passeio, comendo um bocado de boroa que alguém lhe havia dado. De repente, e sem qualquer explicação,   os alunos que tinham saído de uma escola iniciaram uma estúpida sessão de pedrada contra o pobre velho. Ainda perguntei porquê e para quê, mas ninguém me ouvia. Protestei e recebi ameaças. Teimei, mas ele continuaram. Uns adultos que passavam resolveram intervir para pôr termo àquele apedrejamento sem qualquer sentido. 
Quando o Padre Américo pregou que não havia rapazes maus, alguém comentou essa proposição, sublinhando que, no fundo, todos possuímos o genes da violência, que somente a educação poderá atenuar.   Concordo com isto, obviamente. Não há gente com aspeto de boa que, inesperadamente, provoca, agride e mata por  ódios escondidos?

Túmulo nos Jerónimos não conterá as ossadas de Camões



«O túmulo referente a Luís de Camões existente no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, tem grande probabilidade de não conter os restos mortais do poeta, afirmou um especialista em estudos camonianos.»


Ler no DN

AVEIRO: Casa Sacerdotal


Casa Sacerdotal (foto Ana Paula Sarabando)



«Sei que este projecto, que é de todos e para todos, se fez caminho de comunhão e de unidade no Presbitério e na Diocese. Assim, depressa esta iniciativa se tornou um belo sinal de amor de Deus pelo seu povo e uma serena certeza de bênção para os sacerdotes. 
Esta é agora a hora de começar. O projecto está elaborado e aprovado, nas suas mais diversas vertentes, cumprindo as exigências legais, acolhendo as normas das várias instâncias e obedecendo a todos os requisitos, inclusivamente para que no futuro se possa diligenciar no sentido de celebração de acordos sociais de cooperação. Construído em propriedade do Seminário de Santa Joana Princesa, será o Seminário o Dono de Obra e ao Seminário pertencerá o novo edifício construído, assim como a sua direcção e orientação no futuro.» 

António Francisco dos Santos,
Bispo de Aveiro


Ler Nota Pastoral aqui

Aveiro na História



«Oxalá que estas despretensiosas páginas, agora [maio de 1997] revistas, corrigidas e ampliadas, sirvam para ajudar os homens e as mulheres de Aveiro a serem mais aveirenses, no carinho pela sua terra, no amor pela sua tradição, no respeito pelos seus antepassados, no interesse pelo seu progresso, no rumo pela sua liberdade. Estou convencido de que, para não se perder a identidade própria, não é possível construir-se o futuro sem se ir às raízes do passado.» 

João Gonçalves Gaspar, 
em “Explicação”, a abrir o seu trabalho