quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Miguel Torga para começar o dia


NATAL

Menino Jesus feliz
Que não cresceste
Nestes oitenta anos!
Que não tiveste
Os desenganos
Que eu tive
De ser homem,
E continuas criança
Nos meus versos
De saudade
Do presépio
Em que também nasci,
E onde me vejo sempre igual a ti.

Miguel Torga

Bandeiras Verdes para premiar Escolas do Município de Ílhavo

A Câmara Municipal de Ílhavo vai entregar, hoje, dia 10, pelas 10.30 horas, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal, as Bandeiras Verdes aos Estabelecimentos de Ensino, premiando, desta formar, o excelente trabalho desenvolvido pelas Escolas nas áreas ambientais. Refira-se que este empenho de professores,  funcionários e alunos contribuiu para que o Município de Ílhavo passasse a ser o 2.º Melhor Município do País, no âmbito da dinamização do  projecto das Bandeiras Verdes, com 30 Escolas galardoadas, em 2008 / 2009.
Esta cerimónia mais significado tem, por neste dia se comemorar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ao mesmo tempo que decorre a Cimeira sobre o Clima, em Copenhaga.

A instalação cómoda entorpece os ossos, não os revigora




Chicotadas do Papa e seu sentido verdadeiro

O taxista que, pelas ruas do Porto, me levava à estação de Campanhã, percebendo pela conversa dos que me acompanhavam que eu era homem da Igreja, lamentou-se da notícia publicada no jornal desse dia, que dizia que o Papa João Paulo II, segundo o testemunho de uma freira polaca, se chicoteava a si próprio, no seu quarto privado e na calada da noite. E comentava: “O senhor já morreu há tanto tempo, porque vêm agora os jornais com esta conversa. Ele fazia o que entendia, e ninguém tem nada com isso”. Pôs-me nas mãos o jornal do dia onde vinha o que se dizia do Papa. Lá lhe expliquei o que significavam essas chicotadas e que o que dissera a religiosa fora para justificar a santidade e a virtude de João Paulo II.
Compreende-se que, num tempo em que se idolatra o corpo, se fique chocado ao saber que alguém, ainda por cima o Papa, o chicoteava de quando em quando.
Cilícios, disciplinas, jejuns eram formas ocasionais de penitência pessoal, frequentes em tempos passados, não muito longínquos, e, ainda hoje, ao alcance de quem livremente as quiser usar. Consideram-se meios de ascese cristã, porque de apelo à purificação e ao fortalecimento interior. Destes permanece ainda, na Igreja, como conselho de livre acolhimento e preceito duas vezes por ano, o jejum, como apelo à partilha com os pobres. Na sociedade, ele pratica-se, por vezes com exageros prejudiciais à saúde, por razões estéticas. As disciplinas e os cilícios foram progressivamente esquecidos, como se se tratasse de instrumentos desumanos, capazes de envergonhar gente evoluída.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Declaração Universal dos Direitos Humanos: Ideal comum a ser atingido por todos os povos



Praça Marquês de Pombal


O hino de Ser Humano

1. Foi a 10 de Dezembro de 1948 que a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou o “ideal comum a ser atingido por todos os povos”, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DH). Daí para cá este documento vivo que celebra 61 anos, foi sendo desdobrado em muitas outras declarações aplicando ao concreto os valores humanísticos universais nela contidos. Algumas diferenciações claras de fundo importará salientar: primeiro, que a presente Declaração dos DH não contém só “direitos” mas compreende-os numa leitura transversal de deveres e responsabilidades partilhadas; segundo, no exercício do diálogo desta Declaração com a (anterior) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), da Revolução Francesa e do erguer do Estado de Direito, esta última (um avanço em alguns domínios para a época) apresenta-se orientada para mais para os direitos de cidadania que para os direitos humanos.

O mais recente livro de Monsenhor João Gaspar vai ser apresentado em Eixo


"Guerra Peninsular
- Invasões Francesas"

No dia 13 de Dezembro, às 11 horas, na sala da Assembleia de Freguesia de Eixo, será apresentado o mais recente livro de Mons. João Gaspar, “Guerra Peninsular - Invasões Francesas”, comemorativo do segundo centenário da 2.ª invasão que se fez profundamente sentir nas terras do Baixo-Vouga.
A apresentação será feita por Ana Amália Horta, professora de História na Escola Básica Integrada de Eixo.

ORBIS abre loja de comércio solidário no CUFC


CUFC

A ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento, organização não governamental,  abriu a Loja de Comércio Solidário e Comércio Justo no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura).
A loja está aberta de quarta a sexta, das 10 às 17 horas, e ao sábado, as 10 às 13 horas. Trata-se de uma iniciativa destinada a apoiar projectos de desenvolvimento em África e no Brasil, sendo os produtos vendidos segundo as regras do “comércio justo”.
Os que puderem, e há muitos que podem, certamente, podem ali fazer as suas compras de Natal, levando à prática a marca da solidariedade.

Gafanha da Encarnação – Vila


Árvore do Outono

Escola Básica da Gafanha da Encarnação

Havia o sentido comunitário da partilha

Comemora-se no dia 9 de Dezembro, quase na mesma altura em que o Universo (!?) proclama o aniversário desta criatura, a elevação a vila, da Gafanha da Encarnação.
Quem atravessou já dois séculos de existência e recorda a vida pachorrenta destas gentes, tem na memória cenas bucólicas dum enorme pitoresco. Carros de vacas a chiarem sobre o asfalto da rua principal, a rua de cima, em que o condutor da viatura lhe seguia o ritmo, às vezes com a pessoa mais velha esparramada no estrado da carroça, eram um espectáculo recorrente. Os excrementos eram lançados na via pública sem que ninguém se importasse com isso, pois não havia a concorrência dos automóveis que hoje enxameiam nas artérias da vila. Eram poucos os proprietários de automóveis e quem os possuía era detentor de um estatuto económico-social privilegiado.
As casas de habitação eram modestas, poucas delas possuindo água sanitária canalizada e por consequência as instalações sanitárias eram quase inexistentes. O banho era um ritual de fim-de-semana, antes do dia do Senhor e não consta que tivesse havido alguma epidemia, muito menos pandemia, com esta parca higiene.
O comércio reduzia-se a meia dúzia de mercearias/tabernas, onde o povo se aviava e os homens passavam o tempo excedentário dos seus empregos, tagarelando, jogando as cartas, bebericando uns copitos! Quase todos ligados à agricultura e pesca.
Havia o sentido comunitário de partilha, em que o forno que cozia a boroa dava para mais de uma família e as pessoas vizinhas cooperavam nos momentos altos da faina agrícola –as sementeiras, as colheitas e a matança do porco.

Para preparar o Natal




Advento

Nem medo nem recusa perturbaram
A graça que em Ti cumpre a sua obra:
Ofereceste a Deus aquele silêncio,
Onde habita a Palavra.

Em Ti desponta a aurora da justiça,
O mistério do reino que há-de vir;
A sombra do Espírito que desce
Teu coração preserva.

Por Ti, Maria, Mãe imaculada,
Ao Céu se eleve o nosso humilde canto:
Louvor e glória a Deus três vezes santo,
Por toda a eternidade.

Liturgia das Horas

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Efeméride:Concílio Vaticano II encerrou a 8 de Dezembro



Começa a fazer falta o Vaticano III

O Concílio Vaticano II, iniciado por João XXIII e concluído com Paulo VI, revolucionou a Igreja Católica, que entrou no mundo com outros olhares. Foi em 1965, na Praça de S. Pedro, que os trabalhos conciliares foram  dados por encerrados. A partir daí, as constituições, decretos e declarações passaram a ser lei a seguir por todos os católicos do mundo. Porém, há quem diga que o Vaticano II ainda não entrou, em força, em muitos sectores da Igreja e mesmo da vida dos crentes. E também se diz, decerto com alguma lógica, que começa a fazer falta o Vaticano III.

Papa Bento XVI em Portugal: 11 a 14 de Maio de 2010





D. Carlos Azevedo em entrevista
à Agência Ecclesia sobre a visita do Papa

D. Carlos Azevedo é o coordenador, a nível eclesial, da visita de Bento XVI a Portugal, cujo programa foi apresentado esta Segunda-feira. Em entrevista à Agência ECCLESIA, destaca os momentos fundamentais da estadia papal no nosso país e sublinha a “responsabilidade” que a Igreja tem no acolhimento do Papa.


Agência ECCLESIA (A.E.) – No próximo mês de Maio, Bento XVI visitará o nosso país. Um momento de festa para os católicos portugueses?

D. Carlos Azevedo (C.A.) – A visita do sucessor de Pedro a uma Igreja particular é sempre momento de festa e uma grande responsabilidade. É um júbilo sentir perto de nós aquele que tem a missão na Igreja de presidir à caridade e de confirmar na fé. Sentir que ele está perto das comunidades. É uma responsabilidade porque a vinda dele obriga-nos, certamente, a fazer um exame de consciência e acolher uma mensagem que nos mobilizará como igrejas.

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Achado arqueológico na Ria de Aveiro: navio ainda sem data de nascimento

As notícias sobre mais um achado arqueológico na Ria de Aveiro, mais concretamente no Rio Boco, na Gafanha da Nazaré, já andam nas bocas dos mais curiosos por estas coisas.

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No i de hoje: Subida do mar. Parte de Portugal pode desaparecer até ao final do século


Costa aveirense

Saiba o que ficará debaixo de água!

Viana do Castelo, Aveiro, Vila Franca de Xira, linha de Cascais. O mapa de Portugal pode mudar nos próximos anos com a subida do nível médio do mar. Novos cenários publicados ontem na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS) revêem em alta as últimas previsões do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), numa semana em que as atenções estão viradas para as negociações da cimeira de Copenhaga.
No pior cenário - que tem em conta as actuais dinâmicas da camada de gelo do planeta e o aumento das emissões de gases com efeito de estufa - o planeta aquece 4.º C até 2100 e o mar sobe 1,90 metros. Desaparecem dezenas de pequenas ilhas e a Baixa de Manhattan, em Nova Iorque, encolhe consideravelmente. Trindade e Tobago e parte da costa brasileira são engolidos pela água. O Sul do Vietname deixa de estar no mapa.
O impacto de uma subida desta magnitude sente-se ao longo de toda a costa portuguesa, com maior intensidade na zona Oeste de Lisboa e na Península de Setúbal. Através de uma ferramenta da Universidade do Arizona - disponível em geongrid.geo.arizona.edu -, é possível ver as zonas onde o mar poderá galgar a terra nos próximos anos, caso não sejam feitas adaptações, como a construção de novos diques ou barragens, ressalvam os investigadores.

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O milagre do Natal universal

Para que seja Natal

1. Já há longas semanas que os brilhos típicos da quadra de Natal estão nas ruas e avenidas por onde correm as gentes. Esta corrida reveste-se também da preocupação preparadora das festividades que se aproximam… Em termos de efemérides, o próprio mês de Dezembro mostra-se sensibilizante em termos de causas e valores natalícios a assumir: dia 3 de Dezembro foi dia (para que o seja todos os dias) dedicado à pessoa com deficiência, dia 5 enaltecedor dos Voluntários (Dia Internacional dos Voluntários) e dia 10 será o grande dia dos Direitos Humanos, também em Aveiro assinalado com um conjunto de iniciativas e sensibilizações. Já em finais de Novembro, início de Dezembro, havia ocorrido a campanha do Banco Alimentar contra a Fome.

2. Torna-se importante, no mundo especializado em tantas ligações tecnológicas, ligar o que de humano e bom existe; promovê-lo e enaltecê-lo para que cresça cada vez mais e diminua aquilo que são as “ervas daninhas” de qualquer comunidade social. As referências de iniciativas em rede multiplicam-se e procuram interpretar o mês do Natal como um eco para todos os dias dos meses e dos anos. Querendo esta quadra no plano das ideias, a partir da raiz única do Natal de há 2000 anos, gerar a vivência da igualdade em termos de dignidade humana (que reflecte a divina), a verdade é que a persistência prática das desigualdades faz com que o contraste se avolume na época do Natal. Todos os gestos tão sensibilizantes para tantas situações de “frio social” acabam por ser sempre pequenos para problemas tão grandes e problemáticas…

3. Verificam-se nestes dias essas preocupadas corridas de preparação do Natal gordo em que não há tempo para o gesto (seja global!) que suavize e promova para a autonomia e dignidade a magreza do sem lar, sem pão, … A autenticidade do Natal verdadeiro será sempre desconcertante; este tem mais dificuldades em conseguir fazer passar a mensagem. Quem dera que a grandeza de tantos gesto de tanta gente fosse o milagre do Natal universal. Preparemo-lo, melhor, sejamo-lo! É essa a maior luz!

Para preparar o Natal




AVE, MARIA

– Ave, Maria! Estrela matutina,
Porta do céu, Jardim Fechado: ó pura,
E delicada e angélica menina!

Cheia de graça! Tímida brandura
Mais forte do que o sol e a neve linda
Que nem o sol derrete a arder na altura!

É contigo o Senhor. Ele há de, ainda,
– Pois foi castigo, – ser perdão também:
O Pai nos dá seu Filho… E a hora é vinda.

Bendita és tu, entre as mulheres. – Mãe:
Bendito o Fruto do teu ventre, agora,
E por todo o sempre, e por Jesus. Amém.

António Correia d’Oliveira

In Verbo Ser e Verbo Amar



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Universidade Sénior visita a Casa Gafanhoa









Azulejos da Casa Gafanhoa

A Casa Gafanhoa precisa de mais apoios


Um grupo de pessoas que frequentam a Universidade Sénior visitou hoje a Casa Gafanhoa, onde foi possível recordar vivências de tempos que já lá vão. Uns conheceram os antigos proprietários, Vergílio Ribau e Maria Merendeiro, e outros deles ouviram falar. Mas todos preservam na memória estórias do viver antigo, de gente que fez a Gafanha, com tenacidade indesmentível.



Alunos da Universidade Sénior

O fundador e presidente da direcção do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, Alfredo Ferreira da Silva, teve a gentileza de acompanhar os visitantes, prestando os esclarecimentos que se impunham, para quem gosta de saber. Em cada compartimento da Casa Gafanhoa sublinhou o que era de sublinhar, mas não escondeu que este espaço museológico precisa de ser mais dinamizado e acarinhado por toda a gente.
Apontou as peças expostas pela casa que vieram do tempo dos proprietários, referiu as que foram adquiridas e lembrou as que foram oferecidas. Há algumas que, por falta de espaço, aguardam que o Grupo possa usufruir de outro edifício, anexo à Casa Gafanhoa ou outro, para as apresentar aos que apreciam o que resta do tempo dos nossos avós.



Pintura das paredes (interior)

Durante a visita foi sublinhado que esta iniciativa da Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo se apresenta como estímulo para novos desafios, à volta da identidade dos nossos avoengos, que o mesmo é dizer, dos actuais gafanhões.

FM