segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Um artigo de Tiago Mendes, no Diário Económico

O dever do próximo PR
O próximo Presidente da República deverá contribuir – no quadro das suas actuais competências – para a “mudança de paradigma” de que o país precisa. Trocar o apelo recorrente “a todos os portugueses” pelo singular “a cada português” seria um bom começo.
Há uma coisa que faz acreditar que o Natal pode ser todos os dias: os discursos presidenciais. Eles são presença certa todo o ano. Sabemos que o carácter não-executivo do PR e a sua eleição por voto directo concorrem para um quadro ideal de influência na esfera política - acima das questões partidárias e menos dependente dos ciclos eleitorais. Hoje, o dever do próximo PR é simples: contribuir para a “autonomização” do cidadão perante o Estado. O português médio é uma criança que vive à sombra do pai-Estado. Depende e gosta de depender dele. Mais: não pondera que isso possa algum dia mudar. Fala – sempre confiante e em alta voz – nos “direitos adquiridos”. No que concerne à esfera económica, esta forma de pensar enferma de um erro básico: pensar na riqueza como um “dado garantido”. Sucede que a riqueza precisa de ser criada para poder ser redistribuída. Não cai do céu. É estranho que para muitos candidatos presidenciais isto seja tão incompreendido, passadas que estão quase duas décadas sobre 1989.
A sabedoria popular diz-nos que “a necessidade aguça o engenho”. O português médio, que não é estúpido, compreenderá que com tantas garantias estatais, e sem sentir necessidade de arriscar ou precaver o seu futuro, o engenho resultante não poderá ser grande. É preciso soltar amarras. O paternalismo estatal exagerado compromete o nosso futuro. Reduzir o peso do Estado não chega. Urge discutir e implementar uma nova “matriz relacional” que tenha por base a liberdade e a responsabilidade individuais. Isto não é – ao contrário do que alguns querem fazer crer – incompatível com uma visão contratualista e (razoavelmente) solidária da sociedade.
Esse “meio termo” ideal não é fácil de encontrar nem certamente de agradar a todos. Nele, para além da responsabilidade individual, a liberdade anda de mãos dadas com o risco – duas coisas que desagradam o português que gosta do papel de “vítima” e que é tão avesso ao empreendorismo. Mas ninguém disse que o desafio era fácil. Apenas urgente. Por isto, o próximo PR deverá deixar uma mensagem simples a cada português: “não perguntes pelo que o país pode fazer por ti, pergunta pelo que tu podes fazer por ti próprio”. O que se joga no dia 22 é muito claro: contribuir, ainda que mitigadamente, para a mudança de paradigma de que Portugal precisa, ou deixar que tudo continue na mesma. O resto são pormenores.
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tiago.mendes@st-catherines.oxford.ac.uk

PINTURA DE AMADEO DE SOUZA-CARDOSO

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Cozinha de Manhufe
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AMADEO FOI FIGURA CENTRAL
DO MODENISMO PORTUGUÊS
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Amadeo de Souza-Cardoso nasceu em Manhufe, Amarante, em 1887, e faleceu em Espinho, em 1918, vitimado pela pneumónica. Em Paris, frequentou cursos de preparação para a Escola de Belas-Artes e estudou pintura em várias academias livres e na oficina do pintor espanhol Anglada Camarasa.
Relacionou-se, na capital francesa, com alguns dos grandes nomes da pintura, em especial com Modigliani, e em 1914 fixou-se em Manhufe, onde continuou a pintar.
Amadeo de Souza-Cardoso foi uma figura central do Modernismo, devendo-se à sua intervenção a inserção portuguesa na grande aventura da arte moderna europeia.

ENCONTRO NACIONAL DE APOIO SOCIAL AO IMIGRANTE

É URGENTE VALORIZAR A EDUCAÇÃO
PARA A INTERCULTURALIDADE
E PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO
Decorreu em Fátima, de 13 a 15 deste mês, o VI Encontro Nacional de Apoio Social ao Imigrante, à volta do tema “Outras culturas, a mesma cidadania”. Participaram técnicos e voluntários das Cáritas Diocesanas e dos Secretariados das Migrações, tendo sobressaído destes três dias de reflexão a importância da educação para a interculturalidade e do diálogo inter-religiosos. Na abertura dos trabalhos, D. António Vitalino, Bispo de Beja e Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, valorizou o enriquecimento que resulta do encontro com os outros povos e com outras culturas, enquanto lembrou a exigência do diálogo ecuménico e inter-religioso. :
(Para ler as conclusões, clique aqui)

domingo, 15 de janeiro de 2006

Um artigo de Anselmo Borges, no Diário de Notícias

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Anselmo Borges
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Pastores e magos,
cristianismo e dignidade
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Como tudo o que é finito, a quadra natalícia está marcada pela ambiguidade. Somos "obrigados" a escrever, a telefonar, a este e àquela. Temos de avançar para visitas que nos maçam. Espera-se que se faça o jeito de comer uns pratos e uns doces segundo as convenções. Há uma procissão de presentes que é preciso dar e receber, com alegria disfarçada. Mas também é verdade que há encontros que nos dão o sentimento de plenitude. Parece que nos tornamos melhores durante esses dias. Acontece o pequeno presente de alguém que estimamos sinceramente e que julgávamos definitivamente ausente. Há aconchegos reconfortantes. No meio daquela agitação paralisante, também há ilhas de exultação criadora.
Agora, tudo isso é passado. Regressou o quotidiano, prosaico, baço, exaltante. Já à distância, talvez possamos ir ao que é mais essencial daquela festa mágica, que nos mimou a infância e que alguns dizem que devia ser todos os dias - o Natal.
Mesmo que muitos já se não lembrem disso, o que é facto é que o Natal se refere ao nascimento de Jesus Cristo, figura determinante da história universal. Quer se seja crente quer não, é preciso reconhecer que a ideia de pessoa enquanto dignidade intangível e sujeito de direitos invioláveis, porque divinos, se impôs por causa dos debates à volta da tentativa de compreensão do mistério de Cristo.
Embora, historicamente, os Direitos Humanos tenham tido de abrir caminho contra a Igreja oficial, há quem lembre, não sem razão, que eles têm na sua raiz também a mensagem bíblica, não sendo por acaso que "nasceram" em sociedades marcadas pelo cristianismo.
Pensadores da estatura de Hegel, Ernst Bloch e Jürgen Habermas reconheceram que foi pela fé no Deus feito homem em Jesus Cristo que se explicitou no mundo a consciência da dignidade infinita de ser homem.
Hegel afirmou expressamente que na religião cristã está o princípio de que "o homem tem valor absolutamente infinito".
E. Bloch, o ateu religioso, repetia que foi pelo cristianismo que veio ao mundo a consciência explícita do valor infinito de ser homem, de tal modo que nenhum ser humano pode ser tratado como "gado".
Mais recentemente, J. Habermas, agnóstico e um dos maiores filósofos vivos, escreveu que a democracia se não entende sem a compreensão judaico-cristã da igualdade radical de todos os homens, por causa da "igualdade de cada indivíduo perante Deus".
O núcleo da mensagem de Jesus é este todo o ser humano tem uma dignidade que não pode ser violada, porque o seu fundamento é Deus.
O Deus que Jesus anuncia é aquele cuja causa é a causa do homem e a sua plena realização. Por isso, os Evangelhos proclamam que, logo no nascimento de Jesus, esta mensagem foi anunciada a todos os homens de boa vontade, a começar pelos mais pobres e fracos, concretamente pelos pastores, malvistos porque "impuros" e se encontravam à margem da prática da religião.
Mas esta boa nova é para todos, portanto, para lá do chamado povo eleito ela abrange os pagãos.
É inútil procurar possíveis acontecimentos astronómicos em ordem a esclarecer a estrela dos reis magos, que surge no Oriente, como não tem sentido investigar quantos eram e donde vinham.
De facto, aqui utiliza-se linguagem simbólica para transmitir o essencial do Evangelho Deus manifestou-se como favorável a todos os homens e está do seu lado, também dos pagãos, e sobretudo dos mais fracos, marginalizados e abandonados.
Foi no quadro da influência cristã que Immanuel Kant apresentou como núcleo da moral o respeito para com a humanidade "Trata a humanidade na tua pessoa e na pessoa de todos os outros sempre como fim, nunca como simples meio.
"As coisas são meios e, por isso, compram-se e vendem-se e têm um preço. O homem, porém, não tem preço, porque é fim e não meio. Ele tem dignidade.
Aí está a razão por que é discutível que Portugal seja um país católico.
De facto, a maioria da população declara-se católica nas estatísticas. Ora, talvez seja católica, mas cristã não é com certeza. Se o fosse, não haveria dois milhões de pobres e 200 mil pessoas que lutam com a fome.
Por outro lado, uma sociedade equilibrada e justa caminha para um tipo de figura que se aproxima da do ovo a parte do meio é vasta e as pontas (os ricos e os pobres) são arredondadas. Entre nós, porém, cava-se cada vez mais fundo o abismo entre os muito ricos e os pobres e muito pobres: a ponta da pirâmide aguça-se e a base é cada vez mais ampla.
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Nota: Anselmo Borges é padre católico
e docente de Filosofia na Universidade de Coimbra.

Um poema de Fernando Echevarría

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Fernando Echevarría
É DOCE ENVELHECER É doce envelhecer quando o que avança é ir recrudescendo a inteligência. Entra-lhe o mundo no vagar. Decanta o seu volume inteiro de contenda. Transporta-se. E entrega na palavra a inteligível criação. Entrega o desenvolvimento. O pulso. A trama que ajustam sua refundação aberta. E a doçura de se ir vendo alarga o envelhecimento a quase ciência. Uma ciência onde o enigma é alma. E onde o mundo contunde. Insiste. E pesa.
: In “Observatório da cultura”, número especial,
Dezembro de 05.
Edição do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura “Fernando Echevarría nasceu em 1929. Estudou Filosofia e Teologia. Viveu muitos anos em Paris, onde se ocupou na área do ensino. A sua poesia começou a afirmar-se nos fins dos anos 50, marcada inicialmente por uma grande concentração metafórica que acompanhava uma espécie de respiração polifónica dos motivos. Para abrigar-se progressivamente numa admirável depuração verbal, tirando partido das elipses, das sugestivas contracções dircursivas, das suspensões diante do sentido. A palavra de Echevarría é um idioma decantado quase até ao limite da abstracção. Mas pelas cesuras dessa língua o fulgor brilha, recôndito e intensamente presente." : Das suas obras mais recentes destacamos: “Introdução à Filosofia” (Poesia), “Geórgicas” (Poesia), “Uso da Penumbra” (Poesia), “Introdução à Poesia” (Poesia).”
In “Observatório da cultura” :: Nota: Fernando Echevarría recebeu o “Prémio de Cultura – Padre Manuel Antunes”, na sua primeira atribuição, prémio anual instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

PORTUGAL É O PAÍS MAIS DESIGUAL DA UE

Fosso que separa
pobres dos ricos
agrava-se em Portugal
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Portugal é o país mais desigual e mais pobre da União Europeia, com a diferença entre os mais ricos e os mais pobres a acentuar-se desde 2001, sendo actualmente cerca de dois milhões o número dos que vivem com menos de 350 euros por mês, segundo dados do Eurostat hoje divulgados pelo Público. Portugal é, de acordo com os últimos dados do Eurostat (Gabinete de Estatística da UE), o país da União Europeia (UE) onde é maior a desigualdade de rendimentos entre os dois grupos de pessoas situados nas extremidades da pirâmide social. A comparação entre os rendimentos acumulados pelos 20% mais ricos e os 20% mais pobres revela que, em Portugal, esse rácio atingia, em 2003, os 7,4, o que significa que os mais abonados detêm 7,4 vezes o rendimento dos mais necessitados. Esta tendência para uma maior desigualdade não é portuguesa, é mundial. O último relatório da ONU regista que, nas últimas duas décadas, num grupo de 73 países, os níveis de desigualdade aumentaram em 53 deles, adianta o Público. Outros sinais pouco famosos para Portugal são a descida de 26.º para 27.º na última lista ordenada do desenvolvimento humano da ONU; a pior taxa de abandono escolar da UE (38,6%), o maior índice europeu de pobreza persistente (15%), e uma das maiores percentagens de crianças pobres (15,6%), só ultrapassada pela Irlanda e pela Itália. Portugal acumula a condição de país mais desigual da UE com o de portador de maior índice de pobreza relativa, com um valor que há anos estabilizou nos 20/21%. Significa isto que dois milhões de portugueses têm rendimentos inferiores a metade do rendimento médio nacional, ou, em termos mais práticos, que vivem com menos de 350 euros por mês. Os níveis de desigualdade em Portugal conheceram, na última década, uma evolução contraditória. Em 1995, a relação entre os 20% mais ricos e os mais pobres era de 7,4 e foi caindo até 2000, situando-se nesse ano nos 6,4. Entre 2001 e 2003 a desigualdade voltou a disparar, recolocando-se a fasquia no nível de 1995. Especialistas em questões de pobreza e exclusão social explicam este retrocesso como o resultado do «abrandamento das políticas sociais correctoras que vinham sendo realizadas desde 1995», em consequência de uma focalização governamental no problema do défice público por via de «uma argumentação fundamentalista orçamental», como refere Rogério Roque Amaro, professor do ISCTE, adianta o jornal.
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IN "DIÁRIO DIGITAL"

A Cultura é uma dimensão fundamental da evangelização

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Padre Tolentino
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As pessoas olham para os tempos livres como uma "possibilidade de realizar os sonhos mais profundos da sua vida" - disse à ECCLESIA o Padre Tolentino Mendonça, Director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
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“A cultura é um campo de acção pastoral indispensável” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Tolentino Mendonça, Director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, no encerramento do Encontro de Referentes (delegados) da Pastoral da Cultura, realizado ontem (14 de Janeiro), em Fátima.
A cultura é uma realidade envolvente de toda a vida dos homens em comunidade. Tudo o que é expressão criadora da liberdade, busca inteligente e generosa de soluções, expressão gratuita dos mais nobres sentimentos, são componentes da cultura de um povo. “A cultura é feita de culturas, de micro realidades culturais” – sublinhou.
Durante a manhã, as duas dezenas de referentes da Pastoral da Cultura aproveitaram para partilhar as experiências realizadas nas dioceses, Movimentos, Congregações Religiosas e Centros Culturais. “Um cruzamento de experiências que nos dão o retracto de uma grande vitalidade da presença da Igreja no mundo da cultura”. A cultura é uma “dimensão fundamental da evangelização” e da “própria presença da Igreja no mundo” – apurou o Padre Tolentino Mendonça.
Numa sociedade onde o ter ganha vantagem ao ser, o Padre Tolentino Mendonça salienta: “não podemos hierarquizar em alta cultura e baixa cultura”. É urgente potenciar as várias dimensões da cultura visto que esta não anula as culturas. “Os poetas também gostam de futebol.” Ao construirmos uma pirâmide cultural corremos o perigo da “banalização e de ficarmos somente numa vivência epidérmica da realidade, mesmo nos aspectos lúdicos e criativos”. Perante esta realidade, os delegados estão “motivados” a fazer da cultura um lugar onde “a Igreja se encontra consigo mesma”. A cultura permite que a igreja “se olhe, reconheça e se compreenda a si mesma” – confessou o director deste secretariado.
Depois do I Encontro Nacional da Pastoral da Cultura, teve como tema «Entretenimento - valores e contradições», nos dias 24 e 25 de Junho, este sacerdote admitiu que “ficámos mais convencidos que o entretenimento prende-se com a procura da felicidade e o desejo do encontro. Os tempos livres falam do tempo interior que é necessário trabalhar e iluminar”.
As pessoas olham para os tempos livres como uma “possibilidade de realizar os sonhos mais profundos da sua vida” – concluiu.As próximas jornadas Nacionais da Pastoral da Cultura realizar-se-ão em Fátima, dias 16 e 17 de Junho, e terão como tema “Do tempo livre à libertação do tempo”.
Fonte: ECCLESIA

GOTAS DO ARCO-ÍRIS

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Bateiras na Ria de Aveiro
:: ARCO-ÍRIS NUM BERBIGÃO…
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Caríssimo/a:
Janeiro vai frio, daquele frio de rachar…
Ali, à minha frente, na cabeça do Cão, o Jorge esgravata com as mãos, à procura de berbigões….Há muitos, mas o frio faz com que interrompa a tarefa de quando em vez, esfregue as mãos uma na outra e atire os braços contra o corpo, como que se abraçando e batendo com as mãos nas próprias costas… Recomeça e vai enchendo o cesto que bom governo fará para o aconchego dos dois porquitos comprados na feira dos 13, na Vista Alegre. Porém, reparo agora que está a olhar fixamente para algo que aperta nos dedos. Que será? E a pergunta, espontânea:
- Jorge, algum caranguejo te mordeu?
- Não! Olha, vem cá ver!
O berbigão, talvez por adivinhar a nova maré, como que segregava uma espuma e o Jorge, feliz, encantou-se com o arco-íris que nessa espuma descobriu e me mostrava todo sorridente!...
Imagem bonita, para aí com uns bons sessenta anos, como aquela que se observou no outro dia na televisão: as embarcações eram às dezenas a caminho de Aveiro. Mas uma ostentava o encantamento do arco-íris num berbigão acariciado entre os dedos; enquanto que a outra se sobrepunha aos problemas que os homens têm de resolver para dar o pão aos filhos.
Como recordo o ti Quim e a sua bateira, com o seu rancho de Mulheres na apanha do berbigão e do mexilhão. Elas, mergulhadas na água até à cintura, até ao peito as mais baixas, para desenterrar o pão que matasse a fome dos filhos. Nós brincávamos, à sua volta, no nosso parque de meninos ricos de liberdade, e íamos abrindo o berbigão e retirando das cascas o fruto que nos regalava e fazia esquecer as hora do relógio do estômago…
Boa semana
Manuel

Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

Em todo o lado...
Talvez por curiosidade, alguns quiseram saber onde morava Jesus; não obtiveram palavras, mas uma proposta de fazer caminho e ir ver; foram, viram e ficaram, e foram chamar outros para que também fossem celebrar o encontro; também sabemos que foram, viram, ficaram e aceitaram missões.
Hoje não precisamos de perguntar onde mora Jesus, onde é a Sua casa, onde está; Ele simplificou respostas. E disse-nos que está no pobre, no doente, no preso, no que sofre de qualquer mal, no que é rejeitado, no que se sente excluído. Já não precisamos de fazer caminhadas físicas, porque o caminho a percorrer é interior, carregado de fé e de humildade.Não é fácil ver e identificar o Mestre na pessoa desajeitada, que não tem senão a mão para estender; é preciso uma fé grande para O reconhecer, e dizer: “entra e serve-te”...
Jesus passa e chama; Ele quer pôr-nos a participar das Suas tarefas e missão. Escolhe quem quer, mesmo os que nunca imaginaram poder partilhar tais objectivos.
É urgente estar atento, para ver e ouvir; e responder com a vida; não basta ouvir e perceber os problemas, teorizar sobre eles ou pô-los apenas em equação; é preciso resolver ou, ao menos, ajudar a encontrar respostas.
É preciso, sobretudo, perceber que os problemas estão em pessoas e, para os cristãos, as pessoas fragilizadas são o Cristo, Senhor, presente por aí, em todo o lado!
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In "Diálogo", 1057 - II DOMINGO COMUM - Ano B

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

PADRE LUÍS KONDOR CONDECORADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

JORGE SAMPAIO CONDECORA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
DE CANONIZAÇÃO DOS PASTORINHOS
O Presidente da República, Jorge Sampaio, atribuiu a Ordem de Comendador ao Padre Luís Kondor, svd. A insígnia será entregue por Frei Vítor Melícias, ofm, na qualidade de Magno Chanceler das Ordens Honoríficas Portuguesas, em cerimónia pública que terá lugar no próximo dia 18 de Janeiro, às 19 horas, no Grémio Literário, em Lisboa.
Na cerimónia estarão também presentes, entre outros o Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira da Silva; o Bispo Auxiliar de Évora, D. Amândio Tomás; o representante da Nunciatura Apostólica, Mons. Jean-François Lantheaume; o Reitor da Universidade Católica Portuguesa, Manuel Braga da Cruz; os embaixadores da Áustria e da Hungria; o Presidente da Câmara de Ourém, David Catarino; Acácio Catarino, da assessoria social da Presidência da República, e o provincial dos Missionários do Verbo Divino, Pe. José Augusto Leitão.
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(Para ler mais, clique aqui)

Um poema de Reinaldo Matos

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O CÃO E O LOBO Ia, uma vez, um lobo por um monte abaixo, Quase a cair de fome e a tiritar de frio, Na forma do costume descendo ao riacho Que sempre lhe molhava o ‘stômago vazio. Nisto, encontrou um cão, nutrido, luzidio, Vaidoso da coleira que lhe pôs o dono. Conversaram … Por fim, diz o cão: – Tem lá brio; Não precisas de andar por ‘í ao abandono. Concordou nisso o lobo: – Parece castigo, P´ra aqui eu sem jantar’s, nem ceias, nem almoços. – Pois é, tornou-lhe o cão, não há necessidade. Vou arranjar-te um dono. Vem daí comigo. Terás uma casota, e côdeas, caldo e ossos. Mas a resposta foi: – Prefiro a liberdade! :: In “Sinfonia de Poemas de Reinaldo Matos” : NB: Poema sugerido por Fernando Martins (Filho)

"EUREKA" NA TSF, no sábado

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Em 107.4 FM ou 105.3 FM
"Eureka" na TSF este sábado
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Eureka - o programa de rádio sobre ciência e tecnologia, lançado em Outubro pela TSF em parceria com a Universidade de Aveiro, e agora também disponível em formato podcast, passa este Sábado, 14 de Janeiro, na TSF, logo depois do noticiário das 13h30.
O projecto Casa do Futuro, uma fórmula que permite transformar lixo num material semelhante ao granito ou ao mármore, e as facilidades concedidas pela incubadora de empresas da UA aos jovens empreendedores são os três temas em foco neste segundo programa Eureka. Em 15 minutos, o Eureka vai começar por lhe dar a conhecer o projecto da Casa do Futuro, orçado em quatro milhões de euros, que promete quebrar todas as regras da habitação, e cuja primeira fase deverá estar concluída em 2007. Logo depois, conta-lhe como uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro e da Universidade Nova de Lisboa descobriram a fórmula que permite transformar lixo num material muito semelhante ao granito ou ao mármore. A aplicação deste produto está recomendada para o exterior dos edifícios, em revestimentos e pavimentos. Por último, fala-lhe sobre a Incubadora de Empresas que funciona no Campus Universitário de Santiago, em Aveiro, para dar apoio a professores e antigos alunos que queiram criar uma empresa. Durante três anos estas empresas nascidas no meio académico aprendem a dar os primeiros passos no mundo dos negócios com o apoio da incubadora.

Fonte: "Site" da Universidade de Aveiro

Efeméride aveirense: Bairro do Albói

DOMINGOS JOÃO DOS REIS,
UM ALTRUÍSTA AVEIRENSE ESQUECIDO
No dia 13 de Janeiro de 1933 faleceu Domingos João dos Reis que, apesar de oriundo de família humilde, conseguiu meios de fortuna e tornou-se notável em obras altruístas. Fundou o Bairro de Albói, fazendo edificar aí sessenta moradias, que arrendou a casais de modesta economia, apenas pelo prazo de vinte anos. No fim do prazo estabelecido, os arrendatários ficariam proprietários dos edifícios. Também concorreu para a transformação do Bairro do Rossio, adquirindo os barracões da Companhia do Braçal.
Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

FAMÍLIA: UM VALOR A PROTEGER

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PRIMEIRA CONFERÊNCIA:
20 DE JANEIRO, NO SALÃO
DAS FLORINHAS DO VOUGA

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A Pastoral Familiar da Paróquia De Nossa Senhora da Glória - Sé promove um ciclo de conferências sobre a temática, FAMÍLIA: UM VALOR A PROTEGER.
A primeira conferência acontece já no dia 20 de Janeiro, pelas 21h15m, no Salão das Florinhas do Vouga, (entrada pela R. Batalhão Caçadores Dez, nº 69).Esta primeira comunicação vai ter por orador o Dr. José Dias da Silva que vai desenvolver o tema: É BOM VIVER EM FAMÍLIA apontando os valores e as dificuldades desta convivência. Está também acertada a participação do Eng. Roberto Carneiro para o dia 14 de Março que irá falar sobre: “Pais Educadores”. A Dr.ª Laurinda Alves, directora da Revista Xis, falará sobre "Firmeza e coerência na educação dos filhos", no dia 24 de Maio, no mesmo local. Estas conferências estão abertas a todos com incidência para as famílias, nomeadamente os pais das crianças das nossas catequeses. Além do estacionamento disponível no local, a organização oferece o café.
Fonte: "Site" da Paróquia da Glória - Sé de Aveiro

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

ALI AGCA, QUE ATENTOU CONTRA A VIDA DO PAPA, JÁ ESTÁ EM LIBERDADE

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Turco que tentou matar
o Papa João Paulo II
já está em liberdade
O turco Mehmet Ali Agca, o homem que em 1981 tentou assassinar o Papa João Paulo II, foi hoje posto em liberdade condicional na Turquia. Agca, de 48 anos, saiu hoje pela porta da prisão de Kartal, em Istambul, onde era esperado pelo irmão Adnan, o seu advogado, Mustafa Demir, e cerca de 200 jornalistas.Também o esperavam outras pessoas, algumas das quais lançaram flores sobre o veículo que transportou Agca.
O destino imediato do extremista turco será agora o hospital militar Gata Haydar Pacha Egitim, de Ancara, onde terá de se submeter a um exame médico de rotina."Agca quer cumprir o serviço militar, mas também vai fazer uso dos seus direitos", afirmou o advogado à imprensa, referindo-se ao facto do cidadão turco não ter cumprido o serviço obrigatório aos 18 anos.
Agca disparou contra João Paulo II a 13 de Maio de 1981 na Praça de São Pedro, em Roma, ferindo o Sumo Pontífice no abdómen. Capturado, foi condenado a prisão perpétua em Itália. Em Julho de 2000 Ali Agca foi extraditado para a Turquia, onde tinha um processo pendente com a justiça pelo assassínio, em 1979, de um conhecido jornalista de esquerda.
O Papa João Paulo II viria a manifestar publicamente o seu perdão ao turco pelo seu acto. A 2 de Abril, data da morte de João Paulo II, o turco pediu autorização para estar presente nas cerimónias fúnebres do Papa, que não lhe foi concedida.
Fonte: PÚBLICO on-line

NO CUFC, NO DIA 1 DE FEVEREIRO

Posted by Picasa CUFC
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“Fórum::Universal”,
com o
Prof. Adriano Moreira ..
Nas primeiras quartas-feiras de cada mês, o CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) oferece, na sua sede, junto ao Campus Universitário, pelas 21 horas, um projecto de encontros abertos, dirigidos a toda a comunidade académica e demais interessados. Fórum::Universal, assim se chama o projecto, pretende debater opiniões diversas que exprimam dimensões essenciais da vida da sociedade global, em especial europeia e portuguesa, como desafio às nossas inquietações. Depois de Rui Marques, Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, e de Laurinda Alves, directora da revista XIS, que se publica aos sábados, com o PÚBLICO, o CUFC já agendou e organizou, para o próximo dia 1 de Fevereiro, mais um debate, desta feita com a participação do Prof. Adriano Moreira.

PASCAL: Citação

"Há duas espécies de homens: os justos, que se julgam pecadores e os pecadores que se crêem justos" : Pascal (1623 - 1662), francês, filósofo e matemático : In Citador

Um poema de Eugénio de Andrade

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Eugénio de Andrade
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É urgente o amor. É urgente um barco no mar. É urgente destruir certas palavras, ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos, muitas espadas. É urgente inventar alegria, multiplicar os beijos, as searas, é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras. Cai o silêncio nos ombros e a luz impura, até doer. É urgente o amor, é urgente permanecer.

Efeméride aveirense

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Belém do Pará
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AVEIRO E BELÉM DO PARÁ
SÃO CIDADES IRMÃS
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Faz hoje anos que Aveiro e Belém do Pará firmaram o convénio de amizade fraterna. Foi em 12 de Janeiro de 1970 que aquelas cidades se tornaram irmãs, tendo o convénio sido assinado pelas autoridades civis respectivas, conforme referiu o jornal Litoral de 17 de Janeiro de 1970.
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Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

Um artigo de D. António Marcelino

QUALIDADE DE VIDA DOS MAIS IDOSOS

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“Explique-me lá, porque eu não consigo entender. Criei sete filhos na minha casa. A casa é a mesma. Agora, o meu filho que lá vive tem apenas um filho. Trouxe-me aqui para o Lar dizendo-me que não tinha lugar para mim lá em casa…Como é que isto pode ser?” Os olhos eram ainda vivos, mas muito doridos pela dúvida para a qual procurava explicação e a procurou também em mim, assim à queima roupa. Era um idoso inconformado. Como eu o entendi!... Vivera com sua esposa uma luta contínua e morosa, por amor. Não foi fácil, por certo, criar sete filhos. Mas o amor venceu dificuldades e o sonho de os criar e educar e de os preparar para a vida era uma força interior que derrubou muros. Essa força que se cola ao coração dos pais e não os deixa adormecer, nem desistir. No momento de receber a recompensa por parte dos beneficiados de sempre, apenas sentiu o eco dos incómodos que provocava a sua idade com as normais limitações. A dívida do amor nunca prescreve. É preciso proclamá-lo. Por todo o lado, materialmente, os idosos estão hoje como nunca. Assim o verifico, agora numa zona que visitei, casa por casa, há menos de dez anos e onde estou de novo fazendo o mesmo peregrinar. As casas estão mais limpas e aconchegadas, muitas instituições a acolher e a fazer apoio domiciliário, centro de dia e de convívio por todo lado, passeios, a torto e a direito, por esse Portugal fora, grupos de voluntários que visitam com tempo para ouvir, festas umas atrás das outras. Porém, nada disto substitui a família que sabe amar e agradecer, porque tem nos seus idosos a sua riqueza e a referência que nunca esquece: “Filho és, pai serás, o que fizeres, encontrarás.” Vi a senhora há meses. Anda pelos noventa e tantos anos. Então, no horizonte, já não havia vida normal, nem esperança dela. Mudou de situação e a atenção, o carinho, a comunicação constante passaram a envolvê-la as vinte quatro horas do dia. Agora já fala, canta, responde, faz perguntas. Mostra uma serenidade que não parecia possível. Fiquei a contemplá-la e conclui que o amor constante é o grande milagre e sempre o melhor remédio para dar e conservar a vida dos idosos, que não têm outra doença além dos muitos anos. Abundam os casos a dizer que é assim. Quando os filhos e os familiares não andam por este caminho, e isso acontece tantas vezes, então quer dizer que só desejam que a morte venha quanto antes, para que termine o pesadelo de uma ingratidão, sempre difícil de digerir? Está aqui a qualidade de vida dos mais idosos: envelhecerem em lugar que seja familiar e a sentirem-se amados, acarinhados, ouvidos por todos, mas muito especialmente por aqueles nos quais corre nas veias o mesmo sangue. Um idoso de muitos anos já dispensa muita coisa, não o amor, nem o carinho, nem o calor de uma visita gratuita ou de uma presença viva. Os lares são uma necessidade para alguns casos, nunca razão para que a família se demita da dívida que tem e terá até ao fim. Chega da mentira de montanhas de flores e de vistosas lágrimas no funeral, quando, em vida, não houve uma hora por semana para visitar, acarinhar, sorrir, ouvir e dizer, nem que seja sempre a mesma coisa.A sociedade pensa mais nos idosos e faz por eles o que há anos nem se sonhava. Ainda bem. Muitas famílias, porém, tendem a desresponsabilizar-se cada vez mais. Uma maldição de resultados dolorosos. É sempre tempo para acordar e inverter o processo. Não se faz por decreto, faz-se por consciência assumida de uma dívida nunca saldada e pela experiência vivida por todos, ao longo dos anos, que ninguém, seja novo ou velho, pode viver sem amor.

Um texto de Alexandre Cruz

“Coisas” da nossa democracia
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Democracia é uma das palavras mais caras. Ainda em muitos povos, a democracia é uma das lutas mais sofridas. Às suas custas, para que ela venha à luz do dia, muitos foram e são perseguidos, silenciados, torturados, mortos. Das tentações do domínio do outro, do poder absoluto, da autoridade exacerbada, da ditadura que não reconhece a diferença, tudo é possível, pois, no limite, não se olha a meios para atingir fins. E são, infelizmente, muitos os retratos de desumanidade que flagelaram milhões de vidas, cujo rio sangue foi abrindo o sentido da igual dignidade entre todos os seres humanos. Em épocas políticas especiais, como a que atravessamos, é sempre interessante entreabrir o dicionário e repararmos mais na palavra “democracia”. Fala-nos da ideia de “povo que é soberano”, ideal que nasceu também como reacção ao poder só de alguns (oligarquia); desperta-nos para um nível de responsabilidade colectiva, onde ninguém está a mais (o Estado é de todos!), mas onde todos têm deveres para com a comunidade (como o dever cívico de votar, a sociedade precisa mesmo de todos!).
Talvez, neste contexto, faça sentido mesmo perguntar se a democracia, simplesmente, anda por si própria? Ou se precisará mesmo dos cidadãos? Que sentido de pertença e construção democrática vai reinando na sociedade portuguesa, e como interagem os diversos actores numa ideal respeitabilidade social recíproca? Bastará dizer “democracia” e está tudo feito?!... De modo algum. Quanto maior é a liberdade maior será a responsabilidade. Uma responsabilidade que deve perpassar, no máximo possível, permanentemente na vida social, em tudo quanto se diz, escreve, fotografa, gere.
Na presente caminhada de discernimento sobre o futuro próximo em termos de presidência da República alguns factos continuam a demonstrar algumas “coisas” menos felizes da nossa democracia, sinal de que há sempre caminho para andar. Se é certo que, numa linguagem inclusiva e com respeito, é essencial o debate sobre projectos do que poderá estar em jogo nas funções da presidência da república, contudo, tantas vezes, o ambiente em vez do saudável debate passa à luta feroz do ataque pessoal ao outro, espelhado por vezes mesmo nas generalidades da ausência de projecto. Mas esta relativa “falta” democrática, sintoma de carácter ideológico de forças silenciosas que têm o seu interesse próprio, passa também pelo desigual tratamento de imprensa, sendo claramente no mínimo de desconfiar até da escolha fotográfica para as capas de jornais, em que tendo um candidato ao longo do dia muitos rostos…porque é que se escolhe uma pose e não outra?! Mas se olharmos aos conteúdos em debate, de todos os lados, pouco têm de presidência e muito mais têm de governo. (E todos criticam o facto, mas todos o fazem.) O que é que estará em causa nestas eleições? Andamos desfocados! E quando se fala de crise, porque é que se leva logo para a crise económica…quando essa área é da responsabilidade do governo? E quando vemos que todos os candidatos falam de economia…porque é que não se acusam todos de economicismo? E se é mesmo a eleição da primeira figura de Estado, em que numa democracia madura o debate entre todos os candidatos seria um pressuposto lógico… para quando os debates com o sexto candidato? Há democracia para todos, ou é só para alguns?!
Há qualquer coisa de esquisito e de condicionado que turba a pureza democrática (sinal de que há muito caminho a andar em sensibilidade de acção política como serviço autêntico e generoso ao bem comum), sendo logo de reparar nas questões das “máquinas” e nas gritantes desigualdades entre os candidatos. Há algo que se sente que torna inútil o debate aberto, o que é mau demais para ser verdade. Estaremos a perder a capacidade de conversar sobre o que somos e que queremos ser? E não esqueçamos que às novas gerações de cidadãos políticos cada campanha é uma escola…

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA

CONSELHO PERMANENTE DA CEP
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NOTA SOBRE A PROCRIAÇÃO
MEDICAMENTE ASSISTIDA
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, reunido a 10 de Janeiro de 2006, em Fátima, tomando conhecimento de um debate parlamentar relativo ao projecto de Lei que regulará a procriação medicamente assistida, decidiu manifestar a sua posição.
Reconhecendo o anseio sério de muitos casais em solucionar o seu problema de infertilidade ou de esterilidade, após impossibilidade de recurso a outros meios, bem como acolhendo a necessidade de uma lei que regule e estabeleça as fronteiras entre o cientificamente possível e o eticamente aceitável, consideramos, pelo serviço à dignidade da pessoa humana a que nos obrigamos, que este método deve atender ao direito da criança que irá nascer, como fim em si mesma e não resultado de um direito paterno ou materno sem limites.
Para além das exigências morais que recomendamos aos cristãos, julgamos ser nosso dever alertar a sociedade para alguns limites que a futura lei não deveria ultrapassar, a saber:
1. As técnicas de Procriação medicamente assistida devem ser reservadas a casais heterosexuais, para assegurar o dever ético de oferecer ao novo ser um homem como pai e uma mulher como mãe. Não admita o recurso a gâmetas fora do casal em virtude da grave dissociação entre paternidade genética e social.
2. Não considere aceitável o recurso a mães portadoras porque atinge a interacção profunda entre a criança e a mãe e porque experiências noutros países têm gerado muitas situações intoleráveis de conflito entre os pais biológicos e a mãe portadora, com enorme prejuízo para a criança a gerar.
3. Sendo o embrião uma vida humana dotada de dignidade, as técnicas usadas devem evitar a existência de embriões excedentários, mesmo destinados a uma segunda gravidez do casal. De nenhum modo estes embriões sejam utilizados para a investigação, enquanto vivos.
Fátima, 10 de Janeiro de 2006

Um artigo de Jorge Pires Ferreira, no Correio do Vouga

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Jorge Pires Ferreira
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A persistência da linguagem religiosa
nas páginas dos jornais
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A questão dos crucifixos na sala de aulas fez correr muita tinta, mas ficou esvaziada num ápice. Uma frase certeira de D. Carlos Azevedo, secretário da conferência dos bispos portugueses arrumou a polémica: “A Igreja Católica não vai exigir que os crucifixos permaneçam nas escolas, porque não foi ela quem exigiu que eles lá fossem colocados”.
Porém, por ter surgido, despertou a minha atenção sobre o uso e a presença de sinais especificamente religiosos na linguagem de todos os dias e principalmente nas páginas dos jornais. Podemos retirar os sinais religiosos das paredes, mas não podemos tirar a religião da cultura.
As expressões de origem religiosa abundam na imprensa “laica” portuguesa, em usos que nada têm a ver com a religião. Afinal, os jornalistas, cronistas ou fazedores de opinião sabem bem que essas metáforas e expressões podem abrir as portas da compreensão dos leitores. Vou dar alguns exemplos dos últimos dias. O espaço não me permite referir as dezenas de recortes de jornais que tenho em mãos, nem o uso que os políticos têm feito de termos ou figuras religiosas.
* “Bastaram duas missas para converter os incrédulos. Na primeira, celebrou-se o aeroporto da Ota, na segunda, o Plano Tecnológico. Os chamados agentes económicos, que, na sua grande maioria, pareciam rebeldes sem fé, perante anúncios, miraculosos do Governo, acabaram rendidos às evidências”, escreveu Vicente Jorge Silva, no Diário de Notícias (26-11-05).
* “Quem nos liberta desta cruz”, pergunta Henrique Monteiro (Expresso, 19-12-05), a propósito das reformas sobre reformas na educação, sem resultados aparentes. “Religião baseada num incontrolável relativismo é o «eduquês»”, diz o agora director do Expresso.
* “O país e a paróquia” é o título de um texto de João Miguel Tavares (Diário de Notícias, 07-10-05), a propósito da campanha das eleições autárquicas. “O que temos visto é Portugal no seu pior: um país paroquial e desconfiado”, escreve o cronista. (De onde terá vindo o sentido pejorativo da palavra paróquia e seus derivados? Porque é cada vez mais comum usar o adjectivo “paroquial” para dizer que algo/alguém é mesquinho, tem vistas curtas, é irrelevante? Seria interessante que um linguista se debruçasse sobre esta questão.)
* “O bom pastor”, afirma, num título, Eduardo Prado Coelho sobre o médico João Lobo Antunes e o seu livro “Sobre a Mão e Outros Ensaios” (Público, 31-12-05). O mesmo Prado Coelho escreve sobre o corpo do doente acamado num hospital e invoca a expressão “corpo glorioso” (Público, 03-01-16), que tem necessariamente conotações religiosas (alguém ainda se lembra dos “dotes do corpo glorioso”?).
* Finalmente, no suplemento económico do jornal Público (Dia D, de 2 de Janeiro de 2006), afirma-se: “Os sete pecados capitais foram enunciados para os males do corpo e do espírito, mas são igualmente bons para descrever os males da sua vida financeira. A cada um destes pecados financeiros corresponde uma virtude que, quando praticada, o coloca no caminho para a multiplicação do seu dinheiro. Em cinco anos, estas virtudes podem levá-lo a acumular até 100 mil euros. E olhe que isto não é só conversa”. Os sete pecados financeiros são aqueles que se aprendiam na catequese embora por outra ordem: luxúria, gula, avareza, preguiça, ira, inveja, vaidade. As sete virtudes financeiras: castidade, temperança, liberalidade, diligência, paciência, caridade e humildade. Um exemplo de luxúria: uso e abuso do cartão de crédito, gastando aquilo que se tem e o que se há-de ter. Ao longo de dez páginas o leitor tem imensas sugestões para gerir as suas finanças com base em pecados/virtudes.
Quem diria que aquelas quase lenga-lengas outrora memorizadas na catequese serviriam para sugerir uma boa administração do dinheiro?

HISTÓRIA DE SUCESSO

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Jorge Sampaio
:: ORIANA E ANDREIA
ESTUDAM
NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
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Eu não sei se os meus amigos ainda se lembram da Oriana e da Andreia, duas meninas, irmãs gémeas, de Mafomedes, concelho de Baião, que estavam condenadas a engrossar a lista dos alunos que abandonavam a escola, por falta de condições. A história, recordada ontem pela revista “Pontos nos ii”, que aqui divulguei, lembra-nos que Oriana e Andreia, em 1998, mereceram do Presidente da República, Jorge Sampaio, uma intervenção, no sentido de diversas entidades se envolverem para resolverem o caso. Era importante que todas, de mãos dadas, criassem condições para as gémeas continuarem a frequentar a escola. Sublinha a revista que as separava da escola “uma distância intransponível, a pé, mas não só: também um quadro cultural de acordo com o qual saber ler e escrever é suficiente para cada um – e tanto mais se for mulher – fazer a sua vida. Transporte camarário para a escola mais próxima não havia. Sampaio soube da situação. As gémeas retomaram a escolaridade, desta vez em Baião, concluíram o Secundário, rumaram ao Superior”. Agora estudam na Universidade de Coimbra, uma Direito, outra Radioterapia. Esta história, que comoveu o País mais sensível, mostra que, quando há convergência de vontades, “não há casos incontornáveis de insucesso”, frisa a “Pontos nos ii”, que acrescenta: “Por arrastamento, mais 14 crianças da mesma região, eventualmente condenadas ao mesmo destino de abandono escolar, retomaram os estudos.” Esta é uma história que nos deve fazer pensar a todos. Fernando Martins

João Paulo II, estrela em filme de animação

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"O AMIGO DE TODA A HUMANIDADE"
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Os mais de 26 anos de pontificado de João Paulo II foram tempo mais do que suficiente para vários “recordes” e curiosidades, mas mesmo após a sua morte, o Papa polaco continua a fazer história.
A produtora catalão Cavin Cooper Productions está a preparar um filme animado, com cerca de meia hora, sobre os momentos mais desconhecidos e significativos da vida de Wojtyla, sobretudo durante a sua infância e juventude.
A intenção dos autores é mostrar uma visão mais próxima do Papa mais carismático do último século a crianças e adultos.
Intitulado “O amigo de toda a humanidade”, o filme conta com a supervisão explícita do Centro Televisivo Vaticano (CTV). Os desenhos animados irão iniciar-se com a visão de um Karol Wojtyla ainda criança, na sua Polónia natal, prosseguindo com o seu trabalho durante a guerra, os seus estudos clandestinos durante o comunismo e a entrada no Conclave de que saiu Papa, mostrando ainda afeições pessoais, como o futebol, o esqui e, sobretudo, o teatro.
Em entrevista à Agência Zenit, o produtor deste filme de desenhos animados, José Luis López-Guardia, explica que o objectivo é “chegar a toda a família”.“Nós mostramos a faceta mais humana do Papa, revelando ao mundo aspectos da sua vida desconhecidos para a grande maioria, incluindo também os grandes meios de comunicação”, assegura.
Este responsável assinala ainda que a colaboração com o CTV “foi decisiva, cordial e excelente”. A língua original da produção será o inglês. A produção aparecerá em sete idiomas de base: inglês, italiano, espanhol, francês, alemão, português e polaco.
Fonte: Ecclesia

Um artigo de António Rego

A coragem da mudança
Onde está afinal o problema? Na igualdade ou na diferença, na diversidade ou no unanimismo, no global ou no parcial?
Podemos, com ligeiros jogos de palavras, arranjar justificações para uma afirmação e para o seu quase oposto. E isso não é uma doença das mentes modernas. É o resultado da complexidade objectiva de todas as coisas que se não abarcam, num momento apenas, em todos os seus ângulos.
Mas o melhor é concretizar um pouco, apesar do risco do simplismo na redução para generalizar cada situação, ou no afunilamento dum todo amplo em fragmento pragmático. Andamos um pouco estonteados pelas rajadas de palavras de mais uma campanha eleitoral. E tanto nos cansamos para descobrir semelhanças como diferenças. A tentação mais imediata seria não haver debates, nem entrevistas, nem comícios, nem a fastidiosa repetição de perguntas e respostas de jornalistas e candidatos, que fogem ao pavor da saturação e do nada de novo para dizer. E se tivéssemos apenas um só, imposto de cima, sem saber quem impõe? E se, para sossego dos cidadãos, se reprimisse o direito à diferença, expressão, à escuta, à festa, à manifestação, ao passeio pelo bairro, ao desabafo directo, ainda que primário? E se se negasse o direito à recusa, à indiferença, ao voto em branco ou à abstenção?
Deixemos por momentos a política e entremos no terreno religioso, em vésperas da celebração pela unidade dos cristãos. Que questões nos colocam as profundas e insignificantes diferenças religiosas que hoje existem com visibilidade na praça pública? Entre nós, mesmo com as distinções de praticantes ou talvez não, cerca de 90 por cento dos portugueses se afirmam católicos quando a estatística os aborda a frio e pergunta que religião professam… Estamos em bom tempo de questionar: que há, nas diferenças, de divisão? Que há, no igual, de doutrina, harmonia, património, tradição, psicológico, circunstancial, teológico?
As divisões que hoje existem, entre cristãos, são fruto, em última análise, de quê? De opções teológicas, medidas disciplinares, desvios históricos, medos de mudança, fidelidade às tradições, clubismo irrenunciável?
Quando entramos nesta intrincada floresta de razões percebemos melhor que defender a diferença nem sempre é defender a fé. Como nem sempre da fé brotam alguns conceitos de unidade. Os novelos doutrinais e emocionais, são mais complexos do que parecem. Por isso, na oração pela unidade dos crentes nunca se pode deixar de pedir a Deus a coragem da mudança.
Muitas das divisões históricas não passam de fantasmas, edificados em castelos artificiais por decisões que depois se fizeram dogmáticas. Com muitas igrejas surgidas do nada, o mesmo é dizer, de birras religiosamente institucionalizadas.

PROCRIAÇÃO ASSISTIDA

BISPOS PORTUGUESES VÃO PUBLICAR
UMA NOTA PASTORAL SOBRE
PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) vai publicar nos próximos dias uma nota sobre a procriação medicamente assistida, numa altura em que o país discute mudanças legislativas nesta matéria. Quatro projectos de lei sobre procriação medicamente assistida foram aprovados em Outubro e estão agora em discussão na especialidade. Apesar de praticada desde 1986, a procriação medicamente assistida nunca foi regulamentada em Portugal.
Após a reunião do Conselho Permanente da CEP, que ontem decorreu em Fátima, D. Carlos Azevedo referiu à Agência ECCLESIA que a Nota Pastoral procura “estabelecer limites éticos para a prática existente”.
O secretário da CEP confirmou que os Bispos não estão inclinados para um referendo sobre esta matéria, reconhecendo que “é necessária uma lei, que regule, mas que tenha certos limites”. “Como cristãos, estamos sensíveis a limites que desejamos propor, desde já, para que a nova lei não seja desumanizadora”, acrescenta. Os Bispos prosseguem, assim, a sua reflexão sobre as questões ligadas aos problemas da vida.
A Conferência Episcopal Portuguesa já manifestara a sua “estranheza” pela ausência de debate em torno da nova Lei sobre as técnicas de procriação medicamente assistidas.
No comunicado final da última assembleia plenária da CEP, que decorreu em Novembro de 2005, lamentava-se que “o projecto de Lei que visa regular as técnicas de procriação medicamente assistida tenha sido introduzido no Parlamento sem a suficiente sensibilização pública, tratando-se de um tema de tanta importância e delicadeza, e de tão elevada exigência ética”.
A encíclica “Evangelium Vitae”, de João Paulo II, condenou explicitamente “o sistema que explora os embriões e os fetos humanos ainda vivos — às vezes «produzidos» propositadamente para este fim através da fecundação in vitro — seja como «material biológico» à disposição, seja como fornecedores de órgãos ou de tecidos para transplante no tratamento de algumas doenças” (nº 63).
Da reunião do Conselho Permanente da CEP saiu ainda o tema para a próxima assembleia plenária de Abril, centrada na “Iniciação Cristã”, na perspectiva da transmissão da fé.
Nesta reunião, os Bispos já deverão ter um primeiro projecto relativo às novas instalações da CEP e dos seus serviços.A CEP deverá também elaborar um texto de reflexão pastoral sobre a visita das Relíquias de Santa Teresinha ao nosso país, a partir da colaboração de cada Bispo.

Fonte: Ecclesia

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

VATICANO DENUNCIA DRAMAS DE CRIANÇAS

NO MUNDO, HÁ 860 MILHÕES
DE CRIANÇAS DESNUTRIDAS,
TRAFICADAS, EXPLORADAS E DOENTES
A agência Fides, do Vaticano, acaba de publicar um dossiê sobre as 860 milhões crianças “desnutridas, traficadas, exploradas e doentes” no mundo, para quem o futuro não passa de uma grande incógnita.
Num trabalho intitulado “Herodes: a matança dos inocentes continua”, a agência do mundo missionário (www.fides.org) deixa vários alertas para as situações de trabalho forçado, prostituição, fome, Sida, abandono e guerra.
Para a Fides, estas situações são “o maior escândalo do nosso tempo” e afectam as vítimas mais indefesas da globalização: 2,2 mil milhões dos habitantes do planeta são crianças e metade delas vive na pobreza.
Os números apresentados espantam pela sua grandeza: 211 milhões de crianças entre os 5 e os 14 anos são obrigadas a trabalhar, e 120 milhões fazem-no em “full-time”. Entre estas crianças há situações particularmente chocantes, como a dos “intocáveis” de Tamil Nadu, na Índia, que trabalham dia e noite num verdadeiro regime de escravatura.
Igualmente brutal é a situação das 300 mil crianças-soldado, transformadas em máquinas de guerra treinadas para matar sem piedade, muitas vezes em frentes de guerra esquecidas que ensanguentam mais de 40 países.
Das histórias de guerra, a Fides destaca a situação de Rosy, raptada pelo LRA no Uganda e obrigada a transformar-se em “esposa” da savana para os guerrilheiros. Uma história que conheceu um final feliz quando a rapariga decidiu fugir, numa noite de lua cheia.
Outras 120 milhões de histórias poderiam ser contadas pelas “crianças de rua”, metade das quais vive na América do Sul. Em destinos que são apresentados como paraísos turísticos, uma criança morre de fome a cada nove horas.
É a fome, aliás, que se assume como a força mais devastadora: 11 milhões de crianças morrem antes de ter completado cinco anos. A desnutrição afecta 800 milhões de pessoas, mais de metade das quais são crianças, mas os números não ficam por aqui: uma em cada cinco crianças não tem água potável e uma em cada sete não tem nenhuma forma de assistência sanitária.
Os números da Sida assemelham-se, por outro lado, a um balanço de guerra: três milhões de mortes, meio milhão das quais crianças, e dois milhões e meio de seropositivos com menos de 14 anos. A cada minuto, uma criança é infectada com o HIV e uma morre por doenças relacionadas com a doença.
Quanto ao tráfico de seres humanos, a Fides lembra que, no mínimo, 1,2 milhões de menores de 18 anos estão envolvidos nessas redes. O tráfico de órgãos também estará na origem de vários desaparecimentos de menores em países subdesenvolvidos: um rim, o órgão mais requisitado, pode render de 2 mil a 10 mil Euros, segundo o país.
A situação geral agrava-se quando analisada no feminino: quatro milhões de meninas são compradas e vendidas para matrimónios forçados, prostituição e escravatura. O quadro dos horrores não acaba aqui: em cada ano são praticadas mutilações genitais em dois milhões de crianças, com especial relevo para a África, onde esta prática chega a atingir 98% das mulheres.
Fonte: ECCLESIA

NOVA REVISTA SOBRE POLÍTICA EDUCATIVA

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:: pontosnosii ::
pontosnosii é uma nova revista de política educativa, que o jornal PÚBLICO edita uma vez por mês. Tem como director o professor universitário Santana Castilho, sendo o projecto da responsabilidade de uma parceria entre aquele diário de referência e a Texto Editora. O primeiro número saiu hoje e foi oferecido aos leitores do PÚBLICO. No seu estatuto editorial, sublinha-se que pontosnosii “pretende dinamizar o debate das grandes questões educacionais que se colocam à sociedade, com a convicção de que só a informação e o saber geram sociedades plurais, intervenientes, abertas e solidárias e de que só destas podem emanar democracias fortes”. Refere-se, ainda, que a revista “é rigorosamente independente de poderes políticos e de interesses privados e tem apenas por limites os princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa, particularmente no que respeita ao espaço privado dos cidadãos”. Por sua vez, o Presidente da República, Jorge Sampaio, num texto em que saúda o aparecimento da revista, lembra que “precisamos de uma escola muito exigente” e que não defende “uma perspectiva passadista, mas maior responsabilidade sobre a aprendizagem”. E acrescenta que “é necessário mais estudo por parte dos alunos, e mais apoio e trabalho de equipa por parte dos professores”. Neste primeiro número, são oferecidos aos leitores temas tão diversos como, para além do artigo do Presidente da República, “Carta aberta aos professores do meu País”, de David Justino; “Manuais escolares: controlados e limitados”, de Margarida Maria; uma entrevista a Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; “A culpa dos políticos”, de Gabriel Ribeiro; uma entrevista a Maria Filomena Mónica, socióloga e investigadora; entre outros textos e notícias. pontgosnosii destina-se, obviamente, a pais, professores e demais educadores. F.M.

INSUCESSO ESCOLAR É PREOCUPANTE

Posted by Picasa Sala de aula :: No Ensino Básico e Secundário, insucesso escolar atinge 16 em cada 100 alunos
No ano lectivo de 2003/2004, num universo de quase um milhão e 400 mil matriculados no ensino regular, 223.676 alunos não conseguiram transitar de ano. Ou seja, 16 por cento dos estudantes do básico e secundário chumbaram ou desistiram. São estes os últimos dados disponibilizados pelo Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE) relativos às taxas de aproveitamento. No essencial, confirmam que poucos progressos tem havido desde meados da década de 90. E que os anos correspondentes à transição de ciclo - 5.º, 7.º e 10.º - continuam a ser dos que mais dificuldades causam.
Se em 1995/1996 a taxa de retenção no ensino básico se situava nos 13,8 por cento, oito anos mais tarde a percentagem está ainda nos 12 por cento. Ainda assim, desce pelo segundo ano consecutivo.
Ao nível do ensino secundário não houve qualquer progresso. Em 1995/1996, chumbaram 33,1 por cento dos matriculados. Oito anos mais tarde e algumas oscilações depois, o insucesso chega a ser ligeiramente maior: 33,8 por cento.
Dentro da escolaridade obrigatória, o nível de ensino mais problemático continua a ser o 7.º ano, com quase um quarto dos estudantes (31 mil ao todo) a ficarem retidos ou a desistir.
Mas o insucesso começa logo no 2.º ano da escola (a lei não permite que haja retençõe no 1.º). Em 2003/2004, não transitaram 12,3 por cento dos alunos matriculados. O caso dos Açores destaca-se das demais regiões do país por apresentar uma taxa de retenção invulgarmente elevada: praticamente 1500 alunos num total de 3400 chumbaram no 2.º ano de escolaridade.
Globalmente, a situação melhora à medida que se avança no 1.º ciclo, para voltar a piorar no início do 2.º ciclo. O aumento do número de disciplinas e de professores e a maior complexidade das matérias parecem trazer dificuldades acrescidas e o certo é que a taxa de retenção/desistência duplica de 7,8 por cento no 4.º ano para 14 por cento no 5.º.
Isabel Leiria
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(Para ler mais, clique PÚBLICO on-line)

UNIDADE DOS CRISTÃOS

Igrejas cristãs de Portugal
lançam apelo
à Oração pela Unidade
De 18 a 25 deste mês vamos, mais uma vez, elevar ao Senhor da Igreja as nossas preces pela Unidade dos Cristãos, com base num programa elaborado por um grupo ecuménico da Irlanda sob a égide do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e a Comissão “Fé e Constituição” do Conselho Mundial de Igrejas.
Na celebração da Semana de Oração somos chamados a reconhecer que a unidade é uma graça que Deus, na sua infinita misericórdia, nos concedeu em Jesus, pelo que assim e incessantemente a devemos invocar. Este ano, ao reflectirmos sobre o tema “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (S. Mat. 18,20), somos chamados a exercitar em actos concretos a unidade espiritual que já possuímos pela graça de Cristo vivo nos nossos corações. Na verdade, o que de mais importante existe na nossa unidade é a presença de Cristo ressuscitado, que prometeu aos seus discípulos que estaria com eles até ao fim dos tempos.
A Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e as Igrejas Lusitana, Metodista e Presbiteriana do Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC), envolvidas em compromisso e confiança na peregrinação pela unidade, à luz da oração de Jesus ao Pai “que todos sejam um” (S. João 17,21), apelam aos seus fiéis e demais cristãos de boa vontade à participação activa neste movimento de oração em união com o Espírito Santo, “para que o mundo creia” que Jesus é o Senhor.
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D. António Marto, Presidente da Comissão para a Doutrina da Fé
D. Fernando Soares, Presidente do COPIC
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Fonte: Ecclesia

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

TENHO UM ALUNO COM SIDA. E AGORA?

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Módulo de formação
«Tenho um aluno com Sida. E agora?»
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A linha de investigação Promoção do Desenvolvimento Pessoal e Educação para a Saúde e Bem-Estar no Ensino Superior do LEIES - Laboratório de Estudo e Intervenção no Ensino Superior promove no próximo dia 16 de Janeiro, pelas 10h00, na Sala 23.3.7 do Complexo Pedagógico, o Módulo de formação «Tenho um aluno com Sida. E agora?». Com a realização deste módulo, a Unidade de Investigação Construção do Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação do Departamento de Ciências da Educação pretende contribuir para a reflexão e sensibilização de futuros professores e educadores sobre a temática Sida São destinatários desta iniciativa alunos (graduação e pós-graduação), docentes e funcionários da Universidade de Aveiro e comunidade.
Mais informações: Sara Monteiro, Ext.: 24226, E-mail: smonteiro@dce.ua.pt

UE PRECISA DE IMIGRANTES

A UE PRECISA DE 30 MILHÕES
DE IMIGRANTES
A União Europeia calcula que, entre 2010 e 2030, sejam precisos 20 a 30 milhões de imigrantes para compensar o envelhecimento da população. Propõe a criação de quotas e encoraja a contratação dos mais qualificados.
As expectativas apontam para uma diminuição de 1,5% da população da Europa comunitária nos próximos 45 anos. Por outro lado, as baixas taxas de natalidade levam ao envelhecimento dos países membros, calculando-se que sejam necessários mais 20 a 30 milhões de imigrantes até 2030 para colmatar as lacunas, adianta o Diário de Notícias.
As novas ideias, discutidas recentemente em Bruxelas, pelos comissários europeus da Justiça, Franco Frattini, e do Emprego, Vladimir Spidla, prevêem o estabelecimento de um "Cartão Verde" - à semelhança do green card, utilizado nos Estados Unidos - a pensar em imigrantes altamente qualificados e que, através deste sistema, obteriam autorização de residência em qualquer Estado membro da União Europeia.
Pretende-se intensificar a concorrência em relação a outros países, como os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália, que se têm mostrado bem sucedidos na atracção de "cérebros", especialmente nas áreas da Tecnologia da Informação e investigação científica. Os EUA atraem 54 % de estrangeiros com níveis de qualificação elevados, enquanto a UE capta 84% dos não qualificados.

ASTROS NÃO TÊM NENHUM ELEMENTO DIVINO

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Astros não têm nenhum
elemento divino,
lembra Bispo do Funchal
1. O homem criado por Deus é um ser livre, tem o destino em suas mãos e o dos seus irmãos, não depende do movimento das estrelas nem dos horóscopos. A noção de destino é contrária à liberdade de Deus e do homem. Para salvar a liberdade humana os padres da Igreja refutaram a astrologia, da qual conheciam a teoria e os métodos. Uma das narrações do Evangelho da Infância mais conhecida e sempre representada nos presépios é a dos Magos que vêem até Belém adorar o Rei nascido da Virgem Maria. O centro da narração é o encontro com Jesus, a Luz do mundo, para judeus e pagãos. Mas o elemento cénico mais conhecido é a estrela misteriosa e brilhante que conduz os pagãos a Belém, e à fé. A narração dos magos e da estrela é a idealização da Igreja dos gentios que ocupa um lugar da maior importância no Reino de Cristo.
(Para ler mais, clique aqui)

BUSS MORA EM www.bussocial.org

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Juan Carlos Martins
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BUSS - BALCÃO ÚNICO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL

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As Instituições precisam de cultivar,
também entre si,
a Solidariedade
O BUSS - Balcão Único de Solidariedade Social, que nasceu em 2004 no âmbito do projecto Aveiro Digital, pretende ajudar as pessoas e instituições a serem mais solidárias, mesmo sem saírem de casa. Sendo certo que "toda a gente tem um pouco de solidário dentro de si", como referiu ao SOLIDARIEDADE Juan Carlos Martins, gestor do balcão, também é verdade que nem sempre há tempo para mostrar essa faceta. Agora, por um simples clique no "site" do BUSS, todos podem partilhar bens e serviços com quem precisa. O BUSS, que mora em www.bussocial.org, está à espera da sua visita.
(Para ler todo o texto, clique SOLIDARIEDADE)

UNIDADE DOS CRISTÃOS

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Bento XVI
Apelo de Bento XVI
à unidade dos cristãos
Um novo apelo para que seja procurada a unidade de todos os cristãos, dando um impulso ulterior ao diálogo ecuménico foi lançado neste sábado por Bento XVI na audiência reservada à delegação da Aliança Mundial das Igrejas Reformadas. Rezo - disse o Papa dirigindo-se aos membros da delegação - para que este encontro, dê ele próprio frutos de um renovado empenho no trabalho para a unidade de todos os cristãos.
O Papa agradeceu antes de mais pela participação de representantes da Aliança no funeral do seu predecessor João Paulo II, e na inauguração do seu pontificado. “Nestas manifestações de recíproco respeito e amizade - afirmou o Papa – vejo com prazer um fruto providencial do diálogo fraterno e da compreensão empreendidos nos últimos 40 anos, e um sinal de segura esperança para o futuro”.
Recordando a recente efeméride dos 40 anos do encerramento do Concilio Vaticano II que viu a promulgação do decreto sobre o ecumenismo Unitatis Redintegratio, o Papa sublinhou como o diálogo entre os católicos e os membros das igrejas reformadas que iniciou dali a pouco, tenha dado um importante contributo para a necessária obra de reflexão teologia e pesquisa histórica, indispensável para superar as trágicas divisões que nasceram entre os cristãos no século XVI.
Bento XVI deteve-se depois ,tanto sobre as palavras da Unitatis Redintegratio ( não pode haver ecumenismo digno deste nome sem conversão interior) quanto sobre a figura de João Paulo II que em tema de diálogo ecuménico muitas vezes falou da necessidade de uma purificação da memória, no sentido de abrir os nossos corações para receber a plena verdade de Cristo.
O meu predecessor - observou ainda Bento XVI- especialmente por ocasião do Jubileu de 2000 deu um poderoso impulso a este esforço da Igreja católica e eu tenho a alegria de saber que muitas das Igrejas reformadas pertencentes à Aliança Mundial empreenderam iniciativas análogas - Gestos como estes - concluiu – são tijolos da construção para uma relação mais profunda que deve ser consolidada na verdade e no amor.
A Aliança Mundial das Igrejas Reformadas congrega 215 igrejas nascidas após a reforma protestante, com cerca de 75 milhões de fiéis em todas as partes do mundo.
Fonte: Ecclesia

domingo, 8 de janeiro de 2006

CANTAR AS "JANEIRAS"

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Violas e gargantas bem afinadas
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GRUPO ETNOGRÁFICO DA GAFANHA
DA NAZARÉ CANTA AS JANEIRAS
Esta noite, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré veio a nossa casa, como sempre o tem feito de alguns anos a esta parte. Veio cantar as "Janeiras", para manter a tradição, com melodias interpretadas com alma. Bonitas e ritmadas, recolhidas entre o povo mais velho das Gafanhas, que os membros do Grupo Etnográfico cantaram com alegria e no espírito de que quem corre por gosto não se cansa, apesar do frio cortante que se fez sentir.
Vieram não só para preservar a tradição, mas também para desejar Festas Felizes. E ainda para recolher os fundos possíveis, fundamentais para poderem continuar a estudar e a divulgar marcas indeléveis do passado dos povos das Gafanhas.
Amanhã, conto divulgar a letra de um ou outro cântico que o Grupo Etnográfico nos ofereceu nesta noite fria do Dia de Reis.
F.M.