terça-feira, 18 de outubro de 2005

Ainda a pobreza entre nós

SOCIEDADES EGOISTAS E INCAPAZES DE OLHAR PARA OS SEUS POBRES
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, várias organizações portuguesas lançaram na segunda-feira um apelo para que o País coloque a pobreza e as desigualdades sociais e económicas no centro do debate público. O problema é grave e há muito tempo que está identificado e estudado, não se vislumbrando indícios de se avançar na luta contra a pobreza extrema que atinge mais de um milhão de portugueses. No manifesto tornado público, as organizações que se inquietam com esta problemática denunciam que um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza e que mais de 12 por cento da população activa ganha apenas o salário mínimo nacional. Por outro lado, as 100 maiores fortunas portuguesas representam 17 por cento do Produto Interno Bruto, sendo certo que o nosso País tem a pior distribuição de riqueza no seio da União Europeia, com os 20 por cento mais ricos a controlarem quase 46 por cento do rendimento nacional. Por isso, as organizações apelam ao poder político e económico para que reconheça o fenómeno da pobreza como um terrível problema social e para que, com a sociedade civil, encontre soluções adequadas para a sua progressiva erradicação. Em pleno século XXI, em que os sinais exteriores de riqueza de alguns são bem visíveis por todos, é incrível como a nossa sociedade, com economistas, políticos, empresários e instituições, não consegue organizar-se para acabar, de uma vez por todas, com a pobreza que nos devia envergonhar a todos. Um dia questionaram Madre Teresa de Calcutá sobre a forma como podíamos acabar com a fome no mundo. Muito simplesmente, disse Madre Teresa: Se cada um de nós distribuir algo do que tem com o pobre que encontrar na rua, não haverá mais fome nas nossas sociedades.
O problema está, então, em cada um de nós, os que construímos sociedades egoístas e incapazes, por isso, de olhar para os seus pobres.
Fernando Martins

Um artigo de Sarsfield Cabral, no DN

Posted by Picasa RIGIDEZ
A redução do défice prevista no Orçamento para 2006 exige um esforço brutal, mas indispensável, pois daí depende a reconquista da confiança dos agentes económicos. Um esforço dificultado pelo fraco crescimento da economia, finalmente previsto com realismo.
Excepto o PCP e o BE, todos concordam que o ataque ao persistente défice orçamental português tem de ser feito sobretudo reduzindo a despesa. Os impostos já subiram de mais. Mas é muito rígida a despesa corrente, aquela não destinada a investimento. Apenas se pode mexer em cerca de 10 a 15% dessa despesa quando se elabora o Orçamento.
A chave do problema está, então, em diminuir o grau de rigidez da despesa antes do Orçamento. O mérito deste Governo foi ter avançado nessa via, pela primeira vez entre nós. Pena é a insistência nas auto-estradas sem portagem e nos grandes investimentos, cuja justificação em termos de custos/benefícios continua escandalosamente por aparecer.
As alterações nos regimes de segurança social e saúde de vários corpos do Estado e a redução das comparticipações nos medicamentos são exemplos desse ataque estrutural ao desequilíbrio das contas públicas. Mas este é apenas o princípio. Para baixar a sério o elevado custo salarial da função pública portuguesa não basta congelar progressões automáticas nas carreiras, limitar a entrada de novos funcionários (necessariamente com contratos individuais de trabalho) ou não deixar subir os vencimentos na função pública acima da inflação.
O despedimento dos actuais funcionários não é legalmente viável - e não se podem fazer leis retroactivas. A solução será utilizar em escala significativa o mecanismo do quadro de supranumerários, encerrando serviços inúteis após as prometidas auditorias aos ministérios. Veremos até onde chega a coragem do Governo.

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

Cinema de Aventuras – O Regresso
Dentro dos diversos géneros que povoaram o cinema desde os primeiros tempos o filme de aventuras inclui-se entre os mais populares. Logo no início, em pleno cinema mudo, sucediam-se as correrias, os assaltos aos comboios, as perseguições e lutas corpo a corpo que, sem o apoio do sonoro, obrigavam a uma expressão muito viva.Com o passar dos anos foi o western que veio a ocupar a parte de leão, primeiro no cinema americano, estendendo-se depois à Europa pelas produções alemãs dos anos 60, pelo “Western Spaghetti”, italiano e, a reboque deste, pelas co-produções e produções espanholas. Até a Jugoslávia invadiu a área dos índios e cowboys com relativo sucesso.
A partir dos anos 70 o western entrou num progressivo declínio, sendo hoje um género anacrónico que só reaparece em produções de grande envergadura, vencendo assim a falta de continuidade na sua produção.
Mas o cinema de aventuras vivia também de heróis populares, vindos ou não da banda desenhada. E, entre estes, contava-se Zorro, com sucessivos filmes desde 1920, caindo também a sua presença na 7ª Arte a partir de meados dos anos 70.Em 1998 o lendário herói foi retomado pela Columbia Pictures, recorrendo aos actores bem cotados Antonio Banderas e Catherine Zeta-Jones, produzindo «A Máscara de Zorro» com meios mais abundantes dos que eram tradicionais e com o apoio das técnicas mais recentes, obtendo o êxito que se procurava.
Uma sequela foi inevitável e, no ano corrente, com os mesmos actores, podemos ver «A Lenda de Zorro», que nos transporta de novo ao reino da fantasia, com uma dose maciça de ingenuidade, maniqueísmo e inverosimilhança, despertando o gosto pelo desenvolvimento da imaginação e suportando-se numa moral infalível, mesmo que discutível quando aprofundada em todo o seu contexto.
Mas, em qualquer caso, regressa assim o filme de aventuras tradicional.

Um artigo de António Rego

Posted by Picasa Luta de vida e morte
Continua, invencido, o mais antigo combate do mundo. A vida e a morte debatem-se ferozmente nas formas mais subtis e nas fases mais surpreendentes de todos os seres vivos. Com a temporalidade no horizonte, com a hora marcada de chegada e partida. Sempre no duelo pela sobrevivência se foi operan-do o evoluir da terra, na convicção planetária, ainda hoje não desmentida, de que apenas na Terra existe vida.
Contam-nos as mais antigas histórias e fábulas que a espada da morte sempre vigiou todas as portas de emergência da vida e, no duro combate, sobreviveu o mais forte, oportuno e sagaz. A história de todas as vidas é uma vitória única sobre milhões de hipóteses de morte.
Até que a inteligência humana sobrepassou todas as etapas do instinto e, na compreensão de si mesma e do cosmos, começou a organizar os seus campos de combate contra todos os inimigos sérios e irracionais. A medicina, instintiva primeiro, racionalizada depois, começou a compreender os elementos de vida e morte que compõem o universo. Assim, a vida humana, ápice de todas as vidas, ganhou estatuto senhorial sobre todas as outras. A esperança de vida foi e vai crescendo à medida que os povos e civilizações compreendem e enquadram o todo da saúde como um bem primário das comunidades.
Mas nem assim a morte fica afastada. Apenas adiada mais alguns meses ou anos. E acabamos por compreender, como nos diz a Bíblia, que a vida é um breve sopro. De vez em quando surgem fenómenos que tornam isso mais evidente: catástrofes que dizimam milhões de vidas, guerras que absurdamente ceifam o melhor da juventude de tantos povos, epidemias que varrem milhões de seres no grande combate do microcosmos que rodeia e habita todos os seres humanos. Quantos vírus terão de ser vencidos para que a vida humana triunfe da morte. E mesmo assim, descobertas vacinas e antídotos, nunca a vida cantará total vitória pois uma inteligência subversiva de sobrevivência continua a vigiá-la e, esgotados os recursos, vencê-la. Exames, rastreios, diagnósticos, imunizações, ressonâncias, bioquímicas, cirurgias e transplantes, têm sempre inimigos à espreita, prontos para atacar qualquer inadvertência. E com toda a nova tecnologia de prevenção e cura, novas doenças, aparentemente invencíveis, vão surgindo.
O que se passa com as epidemias periódicas, feitas pandemias, encaixa-se nesta lógica de luta entre a vida e a morte. Sabendo que uma não sobrevive sem a outra.Até ao momento em que, definitivamente, a morte será vencida. Aqui entramos no campo da Fé que nos coloca num patamar de visão do mundo muito para além das análises, fármacos, mesmo nas tecnologias deslumbrantes que hoje conseguem verdadeiros milagres de “ressurreição”.
Estamos perante milagres passageiros. A Ressurreição e a Vida ultrapassam de longe todos os cálculos do homem.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

POBREZA EM PORTUGAL

Posted by Picasa Governo promete mais dinheiro para combater pobreza
O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social garantiu hoje que o Orçamento de Estado para 2006 vai incluir "recursos mais significativos" para o combate à pobreza, que em Portugal atinge uma em cada cinco pessoas. Numa cerimónia para assinalar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, Vieira da Silva manifestou-se "chocado" com os níveis de pobreza em Portugal, que incide sobretudo sobre as crianças, os idosos e as mulheres.
No dia em que está prevista a entrega do Orçamento de Estado para 2006, o ministro disse que, apesar dos "momentos difíceis" que o país atravessa, vão ser destinados "recursos mais significativos para os instrumentos de combate à pobreza" que terão, no entanto, de ser "geridos com muito rigor".
Para tal, o Governo aposta no reforço dos mecanismos já existentes, como o Rendimento Social de Inserção (antigo rendimento mínimo), e no complemento de reforma para os idosos mais pobres – uma medida anunciada no programa de Governo e que começará a ser aplicada em 2006.
O Executivo pretende que, até ao final da legislatura, nenhum reformado receba menos de 300 euros por mês, estando previsto que os idosos com mais de 80 anos sejam os primeiros a beneficiar desta medida.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

PAPA DÁ VOZ AO "GRITO DOS POBRES"

Posted by Picasa
É PRECISO INTENSIFICAR A LUTA CONTRA A MISÉRIA Bento XVI deu ontem voz ao “grito dos pobres”, pedindo que a comunidade internacional os ajude “a minorar este flagelo global”, intensificando a “luta contra a miséria”. “A pobreza é um flagelo contra o qual a humanidade tem de lutar sem parar”, referiu o Papa, que recordou que cada pessoa “é chamada a uma solidariedade cada vez maior para que ninguém seja excluído da sociedade”.
O apelo surgiu na véspera do Dia Mundial de Luta contra a Pobreza, criada em 1987 pelo padre Joseph Wrensinski, e assumida em 1992 pelas Nações Unidas. “Somos chamados a uma solidariedade cada vez maior, para que ninguém fique excluído da sociedade”, sublinhou o Papa, perante milhares de peregrinos reunidos na praça de São Pedro.
Bento XVI assegurou a sua oração “aos pobres que lutam com coragem por viver com dignidade, com a preocupação da sua família e as necessidades dos seus irmãos”, saudando “todos os que se colocam ao serviço da pessoa necessitada”.
Portugal é o país da União Europeia onde há mais desigualdade entre ricos e pobres, uma situação que é característica dos estados em vias de desenvolvimento, segundo dados revelados ontem pela associação Oikos.
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, várias organizações portuguesas lançam hoje um apelo para que o País coloque a pobreza e a desigualdade no debate público, deixando de se concentrar apenas na discussão sobre crescimento económico e redução do défice do Estado.
Fonte: ECCLESIA

DIA INTERNACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA

Posted by Picasa Portugal desafiado a reflectir sobre a pobreza que há entre nós e no mundo
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, várias organizações portuguesas lançam hoje um apelo para que o País coloque a pobreza e a desigualdade no centro do debate público.
A campanha mundial "Global Call for Action Against Poverty", que em Portugal tem o nome de "PobrezaZero" (www.pobrezazero.org), assinala a data com a publicação de um “Manifesto”, no qual afirma que “o relegar para o passado da pobreza no mundo, passa necessariamente pela sua erradicação em Portugal”.
“A pobreza, em Portugal, é um problema social grave e o seu não reconhecimento tem-se revelado, ultimamente, um dos maiores entraves à sua erradicação”, refere o documento.
O texto refere que um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza e que 12.4 por cento da população activa (5531.6) ganha o salário mínimo, entre outros dados. Por outro lado, as 100 maiores fortunas portuguesas representam 17 por cento do Produto Interno Bruto Nacional – 22,4 mil milhões de Euros. O país tem a pior distribuição de riqueza no seio da União Europeia com os 20 por cento mais ricos a controlarem 45.9 por cento do rendimento nacional!
“Apelamos ao poder político e económico que reconheça o fenómeno da pobreza como um terrível problema social e que, com a sociedade civil, encontre soluções adequadas para a sua progressiva erradicação”, referem as organizações sociais.
O “manifesto conclui-se com a proposta de criação de um Grupo de Trabalho Permanente, entre a Sociedade Civil organizada, empresas e grupos parlamentares, “para o cumprimento dos direitos e garantias consignadas, não só na Constituição Portuguesa, mas também nas Convenções internacionais”.
As organizações subscritoras pedem ainda a criação de um Grupo de Trabalho Permanente, entre a sociedade civil organizada e os Meios de Comunicação Social, “de forma a debater, já no próximo ano, a situação dos 20 por cento mais pobres, em Portugal, e a distribuição da riqueza, em Portugal e no mundo”.
Fonte: Ecclesia

Um texto de Alexandre Cruz, do CUFC

Posted by Picasa Alexandre Cruz, do CUFC Uma fronteira de justiça e Paz
ESTADO LAICO, MAS UMA SOCIEDADE DE PESSOAS COM SONHOS, TRADIÇÕES, CULTURA
1. O fundamental separar das águas
“A César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Eis a resposta sábia de Jesus, manifestação da vontade visionária de Deus em Pessoa que proporciona ambiente para a essencial liberdade religiosa nas sociedades. É um separar das águas que Cristo propõe diante da malícia da interpelação apresentada pelos matreiros fariseus que Lhe armavam a cilada. Perguntar se “é lícito ou não pagar tributo a César” e aguardar silenciosamente a resposta do Senhor, sabendo que não podia dizer nem “sim” nem “não” é, o que poderíamos chamar de, colocar à prova a inteligência de Deus. Num quadro de abordagem ao estudo das relações entre Religião e os Estados, numa compreensão purificadora das sociedades teocráticas entre Serviço Religioso e Serviço Político (não dizemos Poder, pois só Deus pode tudo!), esta tem sido uma das passagens mais estudadas da Escritura. Cristo inaugura um tempo novo, a fim de haver lugar para todas as convicções de consciência na vida social. Ou seja: ‘cada coisa no seu lugar’, mas todas as realidades da ordem do espiritual dando também o seu contributo à vida da sociedade.
:
2. Futuro, na corresponsabilidade pelo bem comum
Ao lançarmos o olhar sobre os séculos de história escrita ou sobre os extremismos que persistem na história humana, dos políticos aos religiosos, das ditaduras que impedem ambientes de liberdade e dignidade humanas, aos fundamentalismos religiosos que impedem o acesso purificado ao Rosto Belo de Deus…então apreciamos a maravilha que Cristo hoje nos oferece no Evangelho. A Sua Escola é o serviço, o Seu exemplo é dar a vida pelo bem de todos. Foi há dias apresentado o Relatório Internacional sobre a Liberdade Religiosa no Mundo (o ideal que Deus mais aprecia). O panorama continua bem complicado! Numa maturidade que a Humanidade procura, nem deve haver imposição de Religião, nem a liberdade deve ser usada como argumento (onde estamos no ocidente laicista da rejeição) a ponto de querer banir da vida pública a convicção profunda das pessoas. Perguntemo-nos: Como vão os valores humanos /educação?
: 3. FERMENTO, é a palavra do equilíbrio
Tal como na massa, assim o fermento comparado ao CRISTÃO NA SOCIEDADE, deve ir persistindo e semeando os valores mais nobres até ao Evangelho. O mundo actual, mesmo o que nos rodeia, porventura (em dimensões que vamos vendo e num certo atraiçoar da autêntica “liberdade”) quase que tem alergia à transferência da visão pessoal da vida para o bem comum. É por isso que ao cristão de hoje o desafio é SER FERMENTO. Como vai a qualidade do nosso fermento? Actuamos ou deixamos que o mundo aconteça? Cuidado que entretanto já pode ser tarde…

Ainda a procissão em honra de Nossa Senhora dos Navegantes

Posted by Picasa Foto de Dinis Manuel Alves
Apontamento fotográfico da peculiar Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, na Gafanha da Nazaré. Um trabalho de Dinis Manuel Alves. Para ver em SOLIDARIEDADE.

domingo, 16 de outubro de 2005

Uma reflexão do pároco da Glória, para este domingo

Duas forças Deus e o mundo não podem pôr-se em pratos da mesma balança; não são forças de igual nível para poderem ser comparadas; nem sequer são princípios concorrentes ou antagónicos; muito menos com pesos iguais ou igualáveis.
As nossas limitações tentam-nos, a muitos de nós, a pôr em confronto o Criador e as coisas por Ele criadas; e, então, valorizamos um, com exclusão do outro, correndo-se o risco de ficarmos de fora, ou de Deus ou do Mundo.
O Homem, pensante e livre na procura da verdade, tendo os pés misturados com a poeira da terra, sabe que cresce e se torna grande quando não tem medo de pôr os olhos mais para o Alto.
Estamos, de facto, entre duas forças, ambas a merecer e a exigir o nosso compromisso, o nosso respeito, o nosso amor; saber encontrar a coragem de dar a Deus e de dar a César o que a cada um pertence e tem direito, é um acto de grande humildade; só os pequenos sabem fazê-lo com grandeza! E, por isso, se tornam grandes e primeiros.
O melhor de tudo é fazer aproximações: empurrar, com respeito, carinho e delicadeza, o mundo para Deus; e, com palavras e acções, pôr Deus nos espaços e lugares por Ele mesmo criados.
P. João Gonçalves in "Diálogo", 1043 - XXIX DOMINGO COMUM

JUSTIÇA: PORTUGAL EXIGE AQUILO QUE NÃO TEM

Em Salamanca, onde está a decorrer a Cimeira Ibero-Americana, o Presidente Sampaio pediu ao Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, que diligenciasse junto dos tribunais venezuelanos, para que o piloto português, detido há um ano naquele país por alegadamente estar envolvido no tráfico de droga, fosse julgado o mais depressa possível. Hugo Chavez prometeu, segundo os jornais, que iria interessar-se pelo assunto. Penso que é legítima a actuação do Presidente Jorge Sampaio, ao procurar defender um cidadão português, detido no estrangeiro, que se declara inocente. No entanto, também não posso deixar de pensar que em Portugal há centenas de compatriotas nossos na mesma situação, em prevenção preventiva, e com julgamentos atrasados há imenso tempo, sem que tenha havido quem interceda por eles. E com que moral é que o nosso País protesta no estrangeiro contra a prisão e falta de julgamento seja de quem for, se entre nós se passa, precisamente, o mesmo? Não há portugueses e estrangeiros anos e anos à espera que os nossos tribunais se decidam? Não há em Portugal 40 venezuelanos em prisão preventiva, sem que a Justiça se apresse? Isto de se exigir aos outros o que não oferecemos aos nossos concidadãos e aos estrangeiros que temos presos não pode passar pela cabeça de ninguém. Antes de se exigir, temos de dar o exemplo. Fernando Martins

CIMEIRA IBERO-AMERICANA PEDE AOS EUA FIM DO BLOQUEIO A CUBA

A Cimeira Ibero-Americana, que está a decorrer em Salamanca, aprovou, por unanimidade, uma declaração em que pede aos EUA o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro a Cuba. Esta decisão, justíssima, só perde por tardia, mas não é, de modo algum, um qualquer sinal de concordância com o regime ditatorial de Fidel Castro. Há muito que vários países, unilateralmente, têm vindo a pedir o fim do bloqueio a Cuba decretado pelos EUA, uma vez que, no fundo, quem mais sofre com ele é o povo cubano. O regime, esse só lucrará com ele, por ficar na posição de vítima face às populações. E a prova está aí, com Fidel no poder há tanto tempo, poder que ele vai mantendo à custa também da repressão que exerce sobre todos os que ousam criticar a ditadura que lidera. Pessoalmente, estou convencido de que o regime castrista só acabará com a morte de Fidel. Nessa altura, não haverá qualquer personalidade cubana com o poder carismático do ditador Fidel Castro, capaz de eternizar o regime opressor nascido do derrube do também ditador, de direita, Fulgêncio Baptista. F.M.

ABORTO: Referendo só depois de Setembro de 2006

Tudo indica que o Tribunal Constitucional vai chumbar o referendo sobre o Aborto, por considerar inconstitucional a aprovação da proposta na Assembleia da República no passado mês de Setembro, no sentido de o mesmo se fazer, como queria o PS, em 27 de Novembro, entre as eleições autárquicas e as presidenciais. Isto mesmo adiantado ontem pelo jornal “PÚBLICO”, com chamada à primeira página. Segundo este diário, a verificar-se o chumbo, uma outra proposta sobre o referendo só poderá voltar a ser apresentada a partir de Setembro de 2006, altura em que se iniciará, em princípio, a segunda sessão legislativa da X Legislatura.

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

AVEIRO: Fábrica da Ciência reabre amanhã

Posted by Picasa EXPOSIÇÃO "SENTIR.COM", a partir das 11 horas
Amanhã, sábado, pelas 11 horas, a Fábrica da Ciência, na antiga Moagem Aveirense, vai reabrir as portas a todos os amantes da ciência com uma exposição, "Sentir.com". Trata-se de uma mostra com produção do Centro da Ciência Viva de Coimbra, que se tem revelado um sucesso digno de registo.
Agora em Aveiro, com inauguração prevista para as 12.30 horas, vai estar patente ao público até 11 de Dezembro. Um concerto juvenil, às 11 horas, e a assinatura de um protocolo com uma empresa patrocinadora, às 12, antecedem a abertura da exposição.
Fonte: Rádio Terra Nova

SOLIDARIEDADE DA DIOCESE DE AVEIRO

Posted by Picasa Sé de Aveiro Apoio diocesano às vítimas dos incêndios
Também na zona diocesana de Aveiro os incêndios provocaram vítimas e foram motivo de grandes preocupações humanas e perdas materiais. Várias freguesias foram atingidas, mas foi em Avelãs de Cima onde pessoas humildes foram mais atingidas nos seus bens, ficando na total dependência, por terem perdido a sua casa e todos os demais haveres.
A autarquia e a paróquia deram as mãos para ajudar os mais atingidos e pedem auxílio a quem generosamente queira e possa manifestar a sua solidariedade efectiva. Na freguesia de Avelãs de Cima, concelho de Anadia, foram vítimas dos incêndios 10 dos seus lugares. Desapareceram, por via de um fogo destruidor, florestas inteiras, máquinas de agricultores e madeireiros, palheiros, currais, vinhas e hortas. Trata-se de uma zona onde a maioria das pessoas vive da floresta e da agricultura. Um manto preto cobre toda a freguesia, em virtude dos mais de 10 mil hectares ardidos.
A tragédia maior foi no lugar do Corgo de Baixo, onde três famílias, de gente idosa, ficaram desalojadas e absolutamente sem nada: casa, animais e outros haveres.
Convoco os diocesanos para a partilha fraterna e generosa, como se cada um de nós fosse vítima desta catástrofe e necessitasse da ajuda dos outros. Se algum pároco, ouvido o Conselho Económico Paroquial, entender que, para além da sensibilização dos cristãos, pode ter outras iniciativas de apoio, não deixe de o fazer.
Os donativos podem ser enviados para Caritas Diocesana - Rua do Carmo, 42 - 3800-127, Aveiro; para a Secretaria Episcopal, Rua Cândido dos Reis, 107 – Apartado 541 – 3801-960 Aveiro; para Padre Manuel Dinis Tavares, S. Pedro, 3780-351 Avelãs de Cima; para a Junta de Freguesia de Avelãs de Cima.
Nestas horas e circunstâncias, podemos todos auscultar o que nos vai no coração e qual o peso do nosso amor. Para as vítimas, saber que outros se preocuparam com elas, é já um lenitivo. Tanto que se gasta inutilmente e que a outros faz falta! Serão precisas calamidades para que acordemos para um dever de solidariedade que diariamente nos acompanha?
António Marcelino,
Bispo de Aveiro

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Um artigo de Helena Garrido no DN

A pobreza racional
Uma em cada três mulheres será, durante a sua vida, espancada, coagida a manter relações sexuais ou maltratada, em geral por um membro da família ou um conhecido. No Egipto, 94% das mulheres conseguem encontrar pelo menos uma justificação para o marido lhes bater. Catorze milhões de adolescentes, com idades entre os 15 e os 19 anos, dão à luz todos os anos. Um número que corresponde a quase uma vez e meia a população portuguesa. Não se conhece a dimensão do problema das que têm filhos ainda mais jovens. As raparigas que pertencem a grupos mais pobres têm três vezes mais hipóteses de ser mães adolescentes do que as de estratos económicos superiores. E as adolescentes têm o dobro da probabilidade de morrer de parto.
São verdadeiras imagens de terror. Inimagináveis por serem desumanas, inacreditáveis pela sua irracionalidade. Estão no relatório sobre Igualdade das Nações Unidas.
O outro lado do espelho deste mundo está na educação. O número de mulheres analfabetas é o dobro do registado entre os homens. E nas regiões mais pobres há mais raparigas que não frequentam a escola do que rapazes.
É conhecimento adquirido pela prática que a educação das mulheres tem um efeito multiplicador de desenvolvimento muito significativo. São as mulheres que acompanham em geral os filhos. Se tiverem ido à escola, sabem valorizar a sua importância orientando os filhos para a escolarização e conhecem os cuidados de saúde e alimentação que devem ter com as crianças. Em linguagem económica, contribuem para a subida do capital humano, aumentando o potencial de crescimento da economia.
Educação e mais educação, a par de iniciativas como as dos microcréditos, são as soluções conhecidas. O Nobel Amartya Sen é uma referência neste assunto.
A razão por que o mundo permite que se continue a assistir à degradação das condições de vida dos países pobres, com as mulheres em posição ainda mais grave, é inadmissível. Todos sabem que há políticas eficazes de combate à pobreza e os seus custos seriam muitíssimo inferiores aos proveitos do desenvolvimento. A diferença é que alguns perderiam as rendas que exploram com a pobreza das mulheres e da população em geral. É por esses que vamos lendo o que acontece no mundo. E vemos o horror que se vai passando em Ceuta.

Associação de Apoio ao Imigrante lança programa de apoio à iniciativa empresarial

AJUDA IMPORTANTE À CRIAÇÃO DE EMPRESAS PELOS IMIGRANTES
A Associação de Apoio ao Imigrante, em S. Bernardo, lançou um programa de «acções de formação e posterior apoio a iniciativas empresariais».
Este programa consiste numa série de acções de formação que passam por campos tão vastos como o marketing e a contabilidade, entre outros. Do plano de formação consta também uma explicação de todo o processo que é necessário para abrir uma empresa. Ao longo da formação, serão convidados vários imigrantes a relatarem as suas experiências no mundo empresarial.
Apesar da associação ser conotada com os imigrantes do Leste europeu, esta acção de formação está aberta a todos os cidadãos imigrantes, independentemente do seu país de origem.
O objectivo deste programa é ajudar a organizar, implantar e desenvolver todo o tipo de iniciativas que permitam à população imigrante criar empresas.
Isto porque a partir de cinco anos de permanência autorizada no nosso país, qualquer imigrante pode abrir uma empresa.Este programa insere-se no plano de actividades para este ano e que foi apresentado ao Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME). As acções de formação decorrerão nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro.
Os interessados podem-se inscrever na Sede da Associação de Apoio ao Imigrante, localizada na Junta de Freguesia de S. Bernardo, ou pelo telefone 234342890 e fax 234342367.
Fonte: Diário de Aveiro

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino Astrólogos, bruxos e cartomantes, mestres e videntes...
Há um fenómeno na nossa sociedade a precisar de atenção e de estudo. Todos os dias, páginas nos jornais, programas na televisão e na rádio, papéis na rua e nos automóveis, oferecem, por arte e saber de “praticantes do ocultismo” e outros mestres, remédio infalível para todos os males, solução para todos os problemas, alívio para todas as dores, ajuda para todos os desconfortos, conselho para todas as dúvidas, perplexidades e desgostos da vida. Dão-se, ao mesmo tempo, indicações de um caminho eficaz para pragas e desgraças, amarrações e feitiços, bruxarias e maus olhados, ciúmes e desgostos, bons e maus negócios. Tudo com resultado assegurado e garantia de seriedade e de êxito.
Uns riem-se de tudo isto, outros ignoram-no ou depreciam-no; mas não falta quem se decida seguir, de modo cego, na senda da esperança de todas estas ofertas. Fala-se que por aí vão, frequentemente, políticos e empresários, gente humilde e gente culta, futebolistas e dirigentes de clubes, “mulheres” simples e “senhoras” distintas, pessoas, enfim, das cidades, vilas e aldeias. Se a publicidade é tão aguerrida e abundante, certamente é porque os frequentadores e consumidores o justificam e os tempos que vivemos o recomendam.
Os tempos correm, de facto, ao jeito de se aceitar tudo, porque cada um vai onde quer e faz o que quer, sem que tenha de dar razões para as suas opções pessoais.. De há muito, o povo diz que quem sofre e tem problemas para os quais os senhores doutores e conselheiros espirituais não encontram solução, não lhe resta senão ir à bruxa…É verdade que culturas e tradições de gente vinda de outras terras e agora a viver entre nós, devem ser respeitadas. Muitos dos “mestres” que se oferecem e publicitam são africanos e brasileiros. A língua, apesar das diferenças introduzidas e das dificuldades de uma boa aprendizagem, é mais que suficiente para facilitar a comunicação e proporcionar a abertura do coração nos encontros, regulares ou ocasionais, com quem tanto promete. Mesmo que as expressões e ofertas em praça não tenham igual valor.
Há gente com muitas dúvidas permanentes nunca esclarecidas e com problemas diários não solucionados, de mistura com uma forte nostalgia do religioso, e uma ânsia, não superada, do transcendente, uma perda não assumida, por completo, das raízes culturais tradicionais.
A procura emotiva não dá tempo a raciocínios, nem lugar a explicações. É um atirar de cabeça para o mais fácil, o mais prometedor, o mais ansiado e desejado. Hoje, dá tranquilidade interior encontrar quem ouça pacientemente e não contradiga desabafos, saiba entrar no mundo dos desejos e dos sonhos, para os alimentar e não volatilizar, prometa, serenamente, o céu e a terra, sabendo, embora, muitas vezes, que o que tem para dar cabe numa das mãos cheia de vento. Gente que nunca tem dúvidas no que diz e no que faz, porque, no fim, há sempre resposta bem acolhida, para o que não resultou.Não obstante uma generalizada escolaridade, há uma forte regressão de raciocínio, mesmo sabendo que a inteligência não tem resposta para tudo. Há uma tendência para as respostas fáceis, mesmo sendo elas expressões vazias, embora cativantes para os ouvidos. Proliferam, assim, as formas de ocultismo e outras mais ou menos iguais, num mercado desencontrado do que seria legítimo esperar do tempo em que vivemos.
As Igrejas têm alguma responsabilidade em tudo isto. Parece terem preferido as vias eruditas do ensinamento e da lei, em vez da comunicação simples, ainda que profunda, frente a pessoas concretas e ao seu mundo real. Se no lugar próprio esmorece o afecto, abrem-se e forçam-se portas novas para o procurar, ainda que à revelia do elementar bom senso. Ninguém dispensa o profeta; seja ele humano e fale a verdade, com amor..

PORTUGAL DEVE EVITAR TENDÊNCIAS ANTICATÓLICAS

Posted by Picasa Marcelo Rebelo de Sousa RESPEITAR A LIBERDADE RELIGIOSA É NÃO A LIMITAR AOS TEMPLOS
Marcelo Rebelo de Sousa preveniu contra os excessos “anticlericais” e “anticatólicos” que se vivem no nosso país, que pretendem limitar o âmbito da Liberdade Religiosa à esfera do privado.“É redutor da Liberdade Religiosa dizer que ela pode ser vivida a sós ou em comunidades fechadas”, disse ao apresentar, ontem, o Relatório 2005 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
“Há hoje, mais do que no passado, a ideia de que nos Estados sem Religião – os Estados democráticos – os crentes tenham a sua fé e a pratiquem, mas não venham invocar a sua fé para pronunciar-se sobre questões políticas, culturais, morais ou sociais”, lamentou, em declarações aos jornalistas.
Falando sobre os fundamentalismos religiosos e anti-religiosos retratados no Relatório, Rebelo de Sousa frisou que “a Liberdade Religiosa implica que cada um possa viver a sua fé, numa comunidade onde há problemas: se essa fé passar por tomar posições de denúncia, isso é um exercício da Liberdade Religiosa, como foi, durante a ditadura, a denúncia do regime político invocando princípios religiosos, éticos e morais”. “Respeitar a Liberdade Religiosa é não a limitar aos templos onde as comunidades crentes praticam os actos de culto, é permitir que elas se manifestem em toda a vida social”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que o Tratado Constitucional Europeu esqueceu “o papel das Religiões na construção da Europa” e que esta “é uma comunidade de gente que tem Religiões e a Religião faz parte da vida dessa Europa”.
(Para saber como está a Liberdade Religiosa no Mundo, clique ECCLESIA)

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

BISPOS PORTUGUESES NAS CAMPANHAS CONTRA O ABORTO

Posted by Picasa D. Carlos Azevedo MOVIMENTOS PRÓ-VIDA VÃO TORNAR-SE MAIS ACTIVOS
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, revelou ontem que cada bispo diocesano irá coordenar e reforçar o apoio aos movimentos cívicos que defendem o "não" no referendo ao aborto.
No entanto, D. Carlos Azevedo explicou que a Igreja só irá tomar uma posição pública depois da marcação da data do referendo, que a hierarquia espera ver agendado para depois das eleições presidenciais de Janeiro próximo. "Parece-nos que isso é consensual na opinião pública", disse.
Contudo, o apoio aos movimentos católicos pró-vida vai começar desde já e "será cada bispo a acolher e a dinamizar" esses grupos em cada diocese. "Os movimentos cívicos estão já no terreno e aqueles que se identificam com alguns dos valores que a Igreja defende estão em coordenação connosco", acrescentou D. Carlos Azevedo. E sublinhou que, "se houver um referendo, os movimentos tornar-se-ão mais activos e combativos".