quarta-feira, 25 de julho de 2018

Fogos na Grécia: perguntas sem sentido

Desolação 

A catástrofe que varreu Portugal no ano passado repetiu-se agora na Grécia. O mundo até parece que está a ferro e fogo. E tanto em Portugal como agora na Grécia multiplicaram-se os gestos de generosidade e de solidariedade fraterna. É nestas ocasiões que se veem os amigos. 
Ora, acontece que há atitudes que não compreendemos. Em Portugal, tanto quanto se sabe ou julga saber, houve quem quis aproveitar-se para conseguir apoios indevidos para a reconstrução de casas, alterando a residência. Os poderes da Justiça e do Estado estão a averiguar. Os chicos-espertos tentam tirar partido, mas desta vez foram apanhados, se a Justiça confirmar que houve, realmente, tentativa de fraude.
No caso da Grécia, ainda me chocou a forma indecorosa como alguns jornalistas se comportaram, com perguntas dirigidas a meros assistentes da tragédia e a comentadores, impróprias de quem tem a obrigação de conhecer a ética profissional. Do género: Que explicação tem para estes fogos? Como vai contribuir para ajudar este povo? Acha oportuna a solidariedade do Estado português? Francamente!

Fernando Martins

terça-feira, 24 de julho de 2018

Dia dos Avós na Biblioteca Municipal de Ílhavo



A Câmara Municipal de Ílhavo convida todos os avós e netos a participarem na comemoração do Dia dos Avós que terá lugar na Biblioteca Municipal, na quinta-feira, dia 26 de julho, pelas 14h30. Nesta comemoração, não hão de faltar atividades para serem vivenciadas por todos os que se associarem à festa. Realmente, quando avós e netos se juntam, há sempre uma festa de franco e salutar convívio.

À descoberta da natureza



Blocos para dominarem o mar

As férias são, sem dúvida, se quisermos, um convite para descobrirmos a beleza da natureza. Diz-se, por vezes com calor, que essa é uma obrigação que carregamos no espírito durante o ano de trabalho, enquanto aguardamos, ansiosos, pelo tempo de descontração. Contudo, se é verdade que a descoberta da natureza nos deve preocupar e enriquecer, também é verdade que o homem, com toda a sua arte e inteligência, nos delicia com o muito que nos oferece. Hoje e aqui mostro blocos que a sabedoria humana criou para dominar a força do mar.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Gaivotas em terra, tempestade no mar





Hoje acordei cedo. Penso que este madrugar, dia a dia repetido, é próprio da idade. Quanto mais velhos, menos dormimos. Dizem que os idosos não dormem… dormitam. Se calhar, é isso mesmo. 
Para ver como estava o tempo, abri uma janela, ainda o sol não tinha acordado. E vi então, na casa de vizinhos, quatro gaivotas que ali, decerto, passaram a noite. Diz um ditado que “gaivotas em terra, tempestade no mar”. Confesso que nunca averiguei esse facto. E fotografei-as. Elas olharam para mim, de soslaio, espreguiçaram-se e foram à vida delas. E eu fui à minha.

Academia de Belas Artes de Ílhavo

A mostra pode ser visitada até ao final do mês

Pedro Santos e família

André Capote e família

Alunos e convidados

Vereadora Fátima Teles com convidadas

No passado sábado, 21 de Julho, foi inaugurada, na Galeria Nuno Sacramento, em Ílhavo, a IV exposição coletiva de pintura dos alunos da Academia de Belas Artes daquela cidade. A mostra, intitulada “CORAÇÃO”, pode ser visitada até final deste mês. 
Os alunos foram desafiados a criar uma obra com a mesma dimensão e tema obrigatório. O resultado foi uma magnífica exposição com 21 telas, 80 X 80, com alunos dos 8 aos 80 anos, onde a criatividade andou à volta do referido tema.

domingo, 22 de julho de 2018

Nem nas férias há sossego

Bento Domingues

«Estamos perante a sacralização de uma grande instituição civilizacional. O ser humano não existe só para trabalhar. Precisa de tempo para viver e exprimir muitas outras dimensões da sua vida. A abertura a Deus revela a transcendência de todos os seres humanos, sujeitos de direitos e deveres continuamente ameaçados.»

1. A narrativa bíblica do mito da criação não pertence ao mundo da ciência, mas ao da poética teológica. Não se situa, por isso, em competição com nenhuma teoria da origem e do desenvolvimento do universo. Confessa que de Deus apenas pode vir o bem e a beleza. Apresenta o Criador encantado com a sua obra, ritmada pelos dias e pelas noites, cheia de tudo o que é bom. Nesse poema, o ser humano – homem e mulher – é a coroa da terra, imagem do infinito mistério do amor. Ao sétimo dia, Deus repousou para celebrar a obra admirável da vitória sobre o caos [1]. 
É uma astuciosa metáfora da legitimação religiosa do descanso semanal: “Não farás trabalho algum, tu, o teu filho e a tua filha, o teu servo e a tua serva, os teus animais, o estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que há neles, mas no sétimo dia descansou” [2].
Estamos perante a sacralização de uma grande instituição civilizacional. O ser humano não existe só para trabalhar. Precisa de tempo para viver e exprimir muitas outras dimensões da sua vida. A abertura a Deus revela a transcendência de todos os seres humanos, sujeitos de direitos e deveres continuamente ameaçados.
Nada, porém, está automaticamente garantido na Casa Comum, como lembrou o Papa Francisco na Laudato Si.

sábado, 21 de julho de 2018

Cirurgião Manuel Antunes sai do SNS por limite de idade

45 mil cirurgias cardíacas e pulmonares 
e 385 transplantes de coração 


Ouço falar do cirurgião Manuel Antunes há bastantes anos. Com 45 mil cirurgias cardíacas e pulmonares e 385 transplantes de coração deve ter evitado a morte a muitos compatriotas nossos. Mas também melhorou a qualidade de vida de outros tantos. Retirou-se por limite de idade, no dia em que completou 70 anos. No jornal diário que li, só teve direito a texto, com foto, de duas colunas, no interior. 
Eu sei que as notícias são, para os órgãos de comunicação social dos nossos dias, mercadoria de venda ao público, como garrafas de vinho, detergentes que lavam mais branco, bananas da Madeira ou peixe fresco do nosso mar. Se forem produtos bons  e do agrado dos consumidores terão venda garantida.  O mesmo se passa com as notícias. Crimes, futebol, adultérios e políticos corruptos terão "venda" certa. O mérito, a capacidade de liderança, o exemplo cívico, a dedicação e a competência inovadora não "vendem" neste país multissecular. 
Um cirurgião como Manuel Antunes não teve honras de primeira página. O mesmo acontece com outros profissionais, por mais exemplares e competentes que tenham sido, a nível do interesse geral da sociedade. 
Se fosse um jogador de futebol que marcasse 45 golos (não são 45 mil) num campeonato, teria direito a texto e foto — grande plano! — na primeira página. E nas televisões não faltariam as mais profundas análises com a presença de conceituados analistas da praça nacional, daqueles que sabem tudo e mais alguma coisa. Há, realmente, uma inversão de valores inaudita no mundo em que vivemos. 

Fernando Martins

Perguntas e respostas sobre questões de religião

Anselmo Borges

Hoje, vou tentar responder a perguntas que me fizeram sobre alguns temas que têm que ver com a religião.

1. A primeira pergunta é sobre a legitimidade ou não de baptizar as crianças. Há pais católicos que não baptizam os filhos, argumentando que são eles que devem decidir quando forem grandes. Recentemente, a ex-presidente da Irlanda Mary McAleese, uma católica influente no seu país, declarou que a prática do baptismo de crianças viola os Direitos Humanos. "Não se pode impor obrigações a pessoas com apenas duas semanas e não se lhes pode dizer aos 7 ou 8 anos ou aos 18-19: 'isto é o que contraíste, o que assinaste', porque a verdade é que o não fizeram." Para ela, o actual modelo de baptismo "funcionou durante muitos séculos, porque as pessoas não entendiam que tinham o direito de dizer que não, o direito de o não fazer". Embora vivamos agora "em tempos em que temos direito à liberdade de consciência, à liberdade de culto, à liberdade de religião e à liberdade de mudar de fé", a Igreja Católica "ainda não aceitou plenamente esta posição".

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Papa Francisco felicita Pe. Georgino Rocha


O Papa Francisco, por meio de Mons. Paolo Borgia, seu assessor, enviou felicitações ao P. Georgino pela publicação de “Rostos de Misericórdia: Estilos de vida a irradiar”. A carta afirma que o livro foi recebido como prenda de aniversário, e refere a “carinhosa dedicatória” a par de tantas “outras provas de apreço, agradecimento e adesão aos desafios e apelos do Evangelho de Jesus Cristo que ele não se cansa lembrar…”.
Também o Cardeal Pietro Parolin, dá os parabéns ao P. Georgino pela obra publicada “onde se sente vibrar de modo particular o coração do Evangelho como o vê e tem vindo a propor, incansavelmente, à Igreja e ao mundo o nosso querido Papa Francisco”… E o Secretário de Estado do Vaticano conclui dizendo: “Reconhecido, pois, pelas delicadas expressões e atenções havidas para com a minha e serviço eclesial, subscrevo-me, com fraterna estima”.

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Pe. Georgino Rocha


No próximo sábado, dia 28, às 16 horas será apresentado o livro “Rostos de Misericórdia: Estilos de vida a irradiar” no salão da Junta da freguesia de Calvão. A sessão é organizada em parceria pelo Colégio de Nossa Senhora da Apresentação e pela Junta e faz parte do programa das festas comemorativas da criação da freguesia, em Julho de 1933.
Além da apresentação da obra, a cargo de Filipe Jorge, presidente da Junta, e de Luís Oliveira e do P. Querubim, do Colégio Diocesano, há a actuação do Coral de Santa Cecília de Calvão, a que se seguirá um porto de honra.


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Felicito o Pe. Georgino Rocha pelas distinções de que foi alvo, quer do Papa Francisco quer do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano.

Sobre o livro "Rostos de Misericórdia: Estilos de vida a irradiar" escrevi aqui


Aprender a descansar e a servir

Georgino Rocha


Jesus acolhe os discípulos no regresso do trabalho missionário. Vêm exultantes. Querem estar uns com os outros e com o Mestre. Trazem boas notícias do que havia ocorrido. Nem era para menos! Sentiram-se com autoridade sobre as forças do mal que lhes obedeciam, sobre as doenças que eram curadas ou suavizadas. Sentiram a eficácia da mensagem que anunciavam. Agora, reconhecem que vale a pena o risco assumido e a pobreza de recursos usados. Agora reconhecem a sensatez dos conselhos dados de gerir bem o tempo face à reacção de quem os recebe. Agora reconhecem que o cansaço é o preço de tão bom desempenho apostólico. E nós, como nos sentimos após os trabalhos que Jesus nos confia e a Igreja, a paróquia ou movimento, reconhece? Com quem fazemos a partilha dessa experiência? Oxalá saibamos procurar e encontrar quem nos acolha, disponha de tempo para nos ouvir e para nos dar o eco da alegria da missão.
Jesus, enquanto ouve os relatos, presta mais atenção aos mensageiros recém-chegados. Dá conta que estão fatigados. E diz-lhes prontamente: “Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco”. Merecidas férias, diremos nós. Vamos ver de que estilo, segundo o Evangelho de Marcos 6, 30-30.