domingo, 12 de março de 2017

A cada ano a sua Quaresma

Crónica de Frei Bento Domingues 





1. A Quaresma deste ano está marcada por dois movimentos opostos: o da intensificação da Reforma da Igreja, anunciada no programa do Papa Francisco e o da contra-reforma, organizada e com sinais visíveis que mostrem quem está com uma e quem está com outra. Sabíamos que o hábito não faz o monge, agora querem convencer-nos que o cabeção e a batina fazem o padre. Quem se apresentar sem estes sinais não sabemos se está com o caminho aberto por Bergoglio ou não. Terá de o mostrar pelas suas opções pastorais e de vida pessoal. Quem exige que os fiéis se ajoelhem na missa durante a consagração e para receber a comunhão parece que não gosta muito do Vaticano II nem das ousadias do Papa Francisco. Dizem-me que certos párocos tentam resgatar a memória de lugares marcados na igreja, anteriores ao Concílio, mediante genuflexórios forrados para joelhos delicados. Parece que ainda não está previsto dividir o espaço das celebrações colocando as mulheres atrás e os cavalheiros à frente.
Quando se participa em missas solenes, com bispo ou cardeal, uma das distracções possíveis é a contagem das vezes que lhes põem e tiram o solidéu, a mitra e o báculo.
As novas tecnologias, como por exemplo iPads, tablets e e-readers – coisas que me ultrapassam -, estão a substituir missais e breviários, livros antigos muito veneráveis e pouco portáteis, com muitas vantagens económicas, com recursos imagísticos e musicais e prontos a servir, sem ter de incomodar grupos ad hoc para baptizados, casamentos e funerais e, ainda, um reportório de homilias previamente adaptadas aos públicos e pregadores mais diversos. Haverá quem diga, como a nordestina brasileira, quando na missa substituíram o latim pelo português: tiraram-lhe a decência.
É muito possível que isto possa suscitar um novo debate sobre simbologia e ritualidade litúrgica e seus dignos e indignos suportes.

Oito razões a favor do Papa


Crónica de Bárbara Reis 


Francisco fala dos problemas de hoje 
com a linguagem de hoje e, para isso, 
nem precisa de ver televisão.

Uns dias depois do atentado contra o Charlie Hebdo, o Papa Francisco disse que “não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode ridicularizar a religião dos outros”. Na altura, escrevi aqui as oito razões que me levavam a discordar do Papa. Hoje, chegou o momento de fazer a crónica-espelho prometida ao Hugo Torres, então nosso editor de comunidades, que teve de gerir os leitores indignados. Crentes ou ateus, temos oito grandes razões para aplaudir este Papa.

1. Francisco é um reformista e enfrenta os católicos retrógrados. Com elegância e sem medo. Três exemplos. a) Abriu a possibilidade de os católicos divorciados e recasados poderem receber a comunhão, uma forma de reconhecer as novas família e não alienar (ainda mais) católicos. Para um ateu, os sacramentos são uma abstracção, mas esta abertura foi o que mais enfureceu os conservadores. b) Demitiu o grão-mestre da Ordem de Malta, o príncipe britânico Matthew Festing, que afastara um cavaleiro alemão que fechara os olhos ao uso de preservativos num projecto de saúde. c) E há anos faz frente ao cardeal americano Raymond Burke, um sonso e intriguista que trava um combate feroz contra os católicos progressistas. Burke é amigo de Steve Bannon (o amigo de Donald Trump), apoia a ideia de um muro a separar os EUA do México, e diz que o "feminismo radical" criou vários problemas à igreja, entre os quais os abusos sexuais de menores. É a ala radical de Burke que acusa Francisco de ter criado uma “confusão sem precedentes na Igreja Católica”. É caso para dizer: viva a confusão.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Costa Nova e Gafanhas no dia 10 de março


Ponte e  Barra

Ponte e Forte da Barra

Igreja da Gafanha da Encarnação

Gafanha da Encarnação e Estufa

Estive hoje algum tempo na Costa Nova, de seu nome completo Costa Nova do Prado. Eu sei que os nomes das povoações vêm do povo, que as batizaram  para se fazerem entender. Com o tempo, porém, a lei da simplificação dita as suas ordens. E hoje toda a gente diz Costa Nova. 
Fui lá com a Lita para encher este dia 10 de março em sua homenagem. Celebrar aniversários é norma cá de casa e de muitas outras casas. Apesar de se encontrar em convalescença, lá fomos em jeito de passeio com almoço de permeio. Porém, os incómodos da deslocação, tanto mais que a Lita se desloca com auxílio de “canadianas”, aconselharam-nos a regressar. 
Da Costa Nova vislumbrei as Gafanhas do outro lado do canal de Mira, que exibia, neste dia claro, a sua função de espelho do céu . Um céu luminoso que fez gala em nos segredar que a primavera vem a caminho com as suas cores, tonalidades, odores, alegrias e sabores. E então, para mais tarde recordar os minutos que olhámos a laguna e as Gafanhas vistas no dia 10 de março, registei umas fotos. A Lita, desta vez, ficou de fora. É que eu não quis que as “canadianas” merecessem a honra de ficar para a posteridade. Um dia destes serão atiradas para um canto. Para longe vá o agoiro. 

Fernando Martins

Região de Aveiro na Bolsa de Turismo de Lisboa



A BTL2017 - Bolsa de Turismo de Lisboa, que se realiza nas instalações da FIL, vai ter lugar de 15 a 19 de março. Como vem sendo hábito, a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), com campanha promocional “Ria de Aveiro”, participa naquele certame, englobando os 11 Municípios e integrando um espaço personalizado dentro do stand do Turismo Centro de Portugal.
Na sexta-feira, dia 17, das 11h às 13h, terá lugar o período dedicado em exclusivo ao programa de animação “Ria de Aveiro”, onde será lançada a Agenda da Primavera, projetando os principais eventos municipais e intermunicipais até ao verão.
O prato e o copo forte deste período serão as degustações das mais variadas iguarias regionais e espumantes da Bairrada, que serão devidamente acompanhadas pela presença de confrarias gastronómicas. Também não faltarão culturais e de demonstração, em que se destaca a presença de dois grupos musicais da nossa região e uma demonstração de pintura em azulejo. 
Durante o fim de semana, a Região de Aveiro estará igualmente em destaque com a presença da Escola de Samba ‘Vai Quem Quer’, vencedora do Carnaval de Estarreja deste ano, no sábado pelas 18h, e uma prova de Pão-de-Ló de Ovar, no domingo pelas 17h.

Fonte: CIRA

Hino para a Escola Secundária da Gafanha da Nazaré

Poesia para este tempo


Francisco: um quase-testamento (2)

Crónica de Anselmo Borges 


1 - Para o Papa Francisco, a definição de Deus é misericórdia, mas sem uma concepção delicodoce, pois a misericórdia é exigente. Avisa que é preciso ser coerente; não se pode ter uma vida dupla: "Sou muito católico, vou sempre à missa, mas não pago o justo aos meus funcionários, exploro as pessoas, faço jogo sujo nos negócios... É daí que vem ouvirmos tantas vezes: "ser católico como aquele?, é melhor ser ateu"."
Na frente do seu combate está a idolatria do dinheiro, como aconteceu com Jesus: o dinheiro transformado em ídolo absoluto é incompatível com a fé no Deus da Vida: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." Por isso, diz "não" a uma economia da exclusão e da iniquidade. "Essa economia mata"; vivemos "na ditadura de uma economia sem rosto e sem objectivos verdadeiramente humanos"; "a cultura do bem-estar anestesia--nos"; acusado de comunista, responde: "esta mensagem não é marxismo, mas Evangelho puro."

Escutar Jesus, o Filho amado de Deus Pai

Reflexão de Georgino Rocha

Escutar Jesus

Há momentos na vida, que põem à prova decisões tomadas de modo definitivo. Certamente por motivos sérios. Talvez porque circunstâncias diferentes tentem impor-se ou os próprios amigos o aconselhem com insistência… E vozes interiores crescem de intensidade, instalam a dúvida e a pessoa sente-se abalada.
Jesus, segundo o relato de Mateus que narra o episódio da Transfiguração no Monte Tabor, faz preceder a descrição com o diálogo de Cesareia de Filipe, em que após a resposta acertada de Pedro à pergunta “E vós, quem dizeis que eu sou”, Jesus anuncia que tem que sofrer muito, ser rejeitado e crucificado, e, só depois, é que ressuscitará. O coração de Pedro sobrepõe-se à razão da inteligência e “dispara”: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!”. A resposta de Jesus é contundente e radical: “ Afasta-te de mim, Satanás. És uma pedra de tropeço para Mim, porque não pensas as coisas de Deus, mas as coisas dos homens”. Estão em contraste dois modos de realizar a missão: servir até à cruz por amor ou impor-se com gestos espectaculares, os das tentações diabólicas.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Dia Nacional do Bacalhau — 5 de junho?

Proposta da Associação 
dos Industriais de Bacalhau 


Porto de Aveiro: Lugres e Seca do Bacalhau

A notícia veio a lume de diversas fontes. A Associação dos Industriais de Bacalhau (AIB) formalizou na Assembleia da República a proposta de instituição do Dia Nacional do Bacalhau a 5 de junho. Pretende-se, com esta iniciativa, homenagear «a epopeia lusa da pesca do bacalhau», com a autoridade que vem do facto do “Fiel Amigo” representar, desde há séculos, uma mais-valia na dimensão «socioeconómica e gastronómica» do nosso país. 
A iniciativa nasceu de visão da empresa Riberalves, a qual recebeu, à partida, o apoio incondicional do Museu Marítimo de Ílhavo, ou não fosse o município ilhavense a capital do bacalhau.
E porquê o 5 de junho? Simplesmente, mas com todo o sentido, por ter acontecido nesse dia, do ano 1942, a tragédia do afundamento do lugre Maria da Glória, torpedeado por um submarino alemão durante a II Guerra Mundial, apesar da posição neutral de Portugal no conflito, neutralidade assinalada pela cor branca da frota portuguesa. É, por esse motivo, uma homenagem justa às 36 vítimas mortais e seus familiares, alguns deles do nosso concelho. 
Acresce o facto de Portugal ser o país do mundo que mais bacalhau consome per capita, tendo-se especializado na cura tradicional e nas artes de pesca, para além do volumoso negócio que proporciona.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia Internacional da Mulher — Flores para todas as mulheres



Para todas as que riem e para todas as que choram...
Para todas as que trabalham e para as desempregadas…
Para todas as que foram mães e para as que o não puderam ser…
Para todas as que sofrem injustiças e para todas as justas…
Para todas as perseguidas e ofendidas…
Para todas as que amam e para as não amadas...
Para todas as artistas que fazem o mundo mais belo…
Para todas as que rezam pelos que não rezam...
Para todas as que sofrem com o sofrimento dos outros…
Para todas as que partilham alegrias com os tristes...
Para todas as que lutam por um mundo melhor…
Para todas as MULHERES…

 As mulheres ainda precisam do seu dia?

A mulher ainda precisa do seu dia especial com data marcada no calendário!
O homem não precisa desse dia especial para si próprio,
porque se considera o rei da criação.
O homem tem todos os dias por sua conta.
É ele que manda em quase tudo.
A mulher ainda luta por estar em pé de igualdade com o homem em muitas áreas.
Em muitas tarefas profissionais ganha menos quando faz o mesmo que o homem.
Na liderança, em vários setores, é preterida em favor do homem.
O homem é o sexo forte, mesmo sendo frágil;
a mulher é o sexo fraco mesmo sendo forte.
Na política barram-lhe a subida apesar do mérito, da sensibilidade, da persistência e da intuição.
Mas quando tem campo aberto lidera.
Nas universidades e no ensino é maioritária;
na investigação dá cartas;
nos cuidados médicos e nas artes bate-se em pé de igualdade;
no desporto agiganta-se;
e na família cuida, amamenta, espalha ternura, acarinha, estimula, abre horizontes, ama incondicionalmente.
E apesar da aparente fragilidade ainda consegue acumular duas profissões:
Uma remunerada, a do emprego; 
e outra não remunerada, a de casa,  por amor.

Fernando Martins

segunda-feira, 6 de março de 2017

Humberto Rocha continua na liderança da ADIG

Eleições na ADIG


No passado 3 de março, sexta-feira, a ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) elegeu, para o próximo biénio, a lista liderada por Humberto Rocha, constituída, na prática, pelos membros que foram responsáveis pela intervenção daquela associação, no biénio antecessor. Isto significa que vai prosseguir a linha de intervenção pelo bem-estar das populações da região, em especial da Gafanha da Nazaré.
Humberto Rocha, bem conhecido entre nós pelo seu dinamismo e entusiasmo na defesa do que considera ser útil e necessário para o bem do nosso povo, garante que a ADIG «não vai esmorecer» nos seus «esforços», porque «não há cansaço que nos vença». Refere ainda que «a Gafanha da Nazaré e as suas gentes tudo merecem!»
Felicitamos os vencedores pela confiança que neles depositaram os sócios da ADIG, enquanto esperamos determinação, certos de que muito trabalho os espera. «Cada passo em frente é uma vitória e uma grande alegria», sublinha-se no comunicado que me remeteram.

Fernando Martins