sábado, 8 de novembro de 2014

FALAVA DO TEMPLO DO SEU CORPO

Uma reflexão semanal 
de Georgino Rocha



O gesto de Jesus, usando o chicote de cordas para expulsar os vendilhões do templo, seguido de diálogo que pretende ser esclarecedor, provoca tal “confusão” que é preciso o autor do texto vir dizer que “falava do santuário do seu corpo”. (Jo 2, 13-25). E não era para menos. O chicote do Messias, segundo uma expressão rabínica, constitui um símbolo da chegada dos tempos messiânicos: Pela purificação das intenções dos corações e pela reposição da função das coisas que, necessariamente, comportam aflição e sofrimento.

Ao ver o espectáculo do que acontecia – o mercado havia dominado o glorioso Templo de Jerusalém – enche-se de coragem e liberta os sentimentos mais impulsivos e vibrantes. E segue-se a acção demolidora das mesas de comércio, o menosprezo pelo dinheiro e a expulsão dos cambistas, a retirada dos animais e das aves. “Não façais da casa de meu Pai um covil de ladrões” – adianta como exortação e denúncia.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

CHÁ COM HISTÓRIAS

Escola Básica da Gafanha da Encarnação, 
Bar dos Alunos, 
14 de novembro, 
18 horas



A equipa da Biblioteca Escolar, com a colaboração dos docentes de Educação Musical e Educação Especial, convida toda a comunidade educativa a participar em mais uma edição do nosso Chá com histórias, a realizar a 14 de novembro, pelas 18 horas, no bar dos alunos da escola sede.
Contará com a declamação de poemas por parte dos alunos do Clube de Escrita e  de todos os que o queiram fazer. Haverá um apontamento musical da responsabilidade de Educação Musical.
A docente Donzília Almeida fará a apresentação do seu livro, "Crónicas de um professor". Depois será servido um chá com bolinhos.


DIA NACIONAL DO MAR

Museu Marítimo de  Ílhavo, 
15 de novembro



«O Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) assinala o Dia Nacional do Mar com diversas atividades ao longo do dia. Uma visita especial e restrita aos bastidores do Aquário ou uma sessão de Histórias e Novelas Marítimas dinamizada por Miguel Horta são duas propostas para o público familiar. Na Sessão Comemorativa destaque para a apresentação do número 2 da Revista do MMI, a ARGOS, esta edição dedicado à museologia marítima e à herança cultural que os museus que assim se definem procuram preservar e transmitir, e a sessão de entrega de prémios da segunda edição do Prémio Octávio Lixa Filgueiras do Museu Marítimo de Ílhavo. No final da tarde, convidamos para uma Conversa de Mar, com Pedro Adão e Silva e João Catarino, autores do guia "Tanto Mar - Á descoberta das melhores praias de Portugal".»

A SOLIDÃO

«A solidão buscada é o lugar onde melhor aprendi a encontrar-me»

Nélida Piñon, escritora brasileira 
citada por José Tolentino Mendonça no livro 
"A mística do instante — O tempo e a promessa"

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

NO MOLHE SUL DA PRAIA DA BARRA



NA RUA COMPRIDA

Na rua comprida
há gente que passa
e para
Há gente que corre
e conversa
Há gente de olhares distantes
e frios

Na rua comprida
há gente sozinha
e acompanhada
Há gente que procura
no murmúrio
a paz há tanto perdida

Na rua comprida
há gente triste
e alegre
Há gente que sonha
e acredita
que a vida
com alguém
é sempre mais bonita

CÂMARA DE ÍLHAVO COOPERA COM BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

Tudo quanto se faz 
pelos nossos bombeiros 
é de louvar




O Executivo Municipal deliberou aprovar o Acordo de Cooperação 2014 com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, do qual se destaca uma transferência financeira de 50 mil euros, sendo 30 mil para a atividade corrente e 20 mil para comparticipação na aquisição de um veículo ligeiro de combate a incêndios.
A Câmara Municipal considera meritório o trabalho desenvolvido pelos Bombeiros, assumindo ainda o custo respeitante aos seguros do Pessoal dos Bombeiros, cujo valor ronda os oito mil euros, bem como um apoio financeiro de 33 mil e 200 euros, respeitante à Equipa de Intervenção Permanente.
Tudo quanto se faz pelos nossos bombeiros é de louvar, ou não estejam eles permanentemente na linha da frente na ajuda a quem mais precisa, mas também no combate a incêndios e no socorro durante as catástrofes naturais. Sempre sem regatearem esforços e sem medirem os perigos que correm.

Fonte: CMI

BISPOS VAIDOSOS

É triste ver quem faz tudo para ser bispo 
e depois só vive para a sua vaidade, 
afirma o  Papa Francisco



«O papa Francisco criticou hoje, no Vaticano, os padres que procuram por vários meios serem bispos, mas que, após receberem a ordenação episcopal, se dedicam sobretudo a exibirem-se.
"É triste quando se vê um homem que procura este ofício e que faz muitas coisas para lá chegar, e quando lá chega não serve, pavoneia-se, vive apenas pela sua vaidade", afirmou Francisco, citado pela Rádio Vaticano.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de S. Pedro para a audiência geral das quartas-feiras, o papa dedicou a sua intervenção às virtudes e missão de um bispo: "Não é fácil, não é fácil, porque nós somos pecadores."»


Ler mais aqui

 NOTA: Eu teria muita dificuldade em  fazer uma afirmação semelhante, tanto sobre os bispos como sobre os cardeais, padres e diáconos. Mas se o Papa o declara, tão explicitamente, é porque é verdade. E sendo verdade é muito grave. Mas o Papa Francisco põe água na fervura, quando diz que somos todos pecadores.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

VISITA À TORREIRA PARA MATAR SAUDADES


Bateiras à espera do Porto de Abrigo

Uma peregrinação 
religiosamente cumprida

A Lita vai provar o vinho


Todos os anos, em dia incerto, impõe-se uma visita à Torreia. A praia da minha mulher, que na infância e juventude frequentava, ou não fosse ela natural de Pardilhó, faz parte do seu imaginário. Quando lá chegamos, é certo e sabido que da sua memória saltam, em catadupa, recordações que por ali vivenciou. As casas onde ficou hospedada, as pessoas com quem conviveu, as colegas e amigas que entretanto se dispersaram, as brincadeiras no areal, o São Paio, as passagens de barco da Bestida para a Torreira depois da viagem de bicicleta e tantas outras. 
Por tudo isso, lá vamos, em jeito de peregrinação, religiosamente cumprida, apreciar o casario, olhar o mar, contemplar a laguna, admirar a paisagem e os pescadores na safra dos seus quotidianos. Rostos e gestos sempre iguais, de quem, com canseira e esforço, granjeia no mar e na ria o pão de cada dia.

Casas  (contrastes)
Com as nossas digitais registámos algo do que vimos. E muito foi. Rotundas, arruamentos, ciclovias, zonas ajardinadas, casario novo em contraste, nem sempre feliz, com o antigo. Passámos pelo Bar do Guedes (é assim que o conheço), proprietário que foi de uma casa de fotografia no Monte, Murtosa. E fomos almoçar ao restaurante A Varina. Desta feita não amesendámos na esplanada, mas no interior, mais sossegado e acolhedor, onde fomos bem servidos. Bem servidos pelo acolhimento e solicitude, com comida saborosa e à medida dos nossos gostos caseiros. Bacalhau no ponto, com broa tostada, para a minha esposa; e carne de porco à alentejana, onde a ameijoa marcava presença generosa. Vinho bom que, nestes pratos, não se pode brincar com a bebida. 
O restaurante A Varina já era nosso conhecido, é certo, há bons anos, mas foi-nos sugerido por uma jovem mãe que passeava perto com o seu bebé. Tenho este hábito de perguntar onde se come bem. E a resposta que a jovem nos deu foi clara: Vá ao Varina que não se arrependerá. E bateu certo.

Fernando Martins

CONFRATERNIZAÇÃO DE EX-ACÓLITOS DA GAFANHA DA NAZARÉ

Encontro de confraternização, 
29 de novembro, 
eucaristia das 19 horas





Estão abertas as inscrições para o VI Jantar de Confraternização dos Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré, marcado para o dia 29 deste mês, num restaurante da mesma cidade.
Momento especial de reencontro, é uma ocasião para manter vivos os laços de amizade e de enorme camaradagem dos adolescentes e jovens que pertenceram ao grupo das décadas de 70, 80 e 90, anos marcantes pela presença ativa na comunidade e pelos serviços prestados à Paróquia da Gafanha da Nazaré.
No sentido de tornar a vivência da confraternização espiritualmente mais enriquecedora, a organização conta com a participação dos convivas na celebração eucarística desse sábado, pelas 19h, em dedicação especial pelos acólitos falecidos, bem pelos que se encontram em países distantes, sobretudo por razões profissionais.
As inscrições podem ser formalizadas até ao dia 27 de novembro, e os interessados podem proceder à inscrição por correio electrónico, utilizando o endereço nuvempositiva@gmail.com .

A organização.

NOTA: É sempre com gosto que divulgo iniciativas deste género, por compreender a importância das confraternizações. Aliás, este VI Jantar de Confraternização prova à evidência que os convivas têm saído enriquecidos, decerto pelas recordações que evocam e pela alegria da partilha. Os meus parabéns.

TÉCNICOS DE CONTAS PAGAM DÍVIDA A VIÚVA

O Estado é uma entidade
sem alma, sem sentimentos




A propósito de uma notícia que informava estar uma viúva em dificuldades, por dívida ao Fisco, que levaria à penhora da habitação, gerou-se uma onda de solidariedade no Facebook, muito típica do povo português. E porventura de outros povos de coração sensível. Li, aqui ao lado, em notícias de Ílhavo, terra da viúva, que tudo se resolveu, graças aos Técnicos de Contas que liquidaram a dívida. Ainda bem que há pessoas boas e atentas às necessidades de quem sofre. Poderemos perguntar se o Estado não devia resolver o assunto, levando as instituições oficiais a analisarem a  situação ou situações como esta. Poder podia. Mas eu já tenho dito e nunca me cansarei de dizer que o Estado é uma entidade sem alma, sem sentimentos. Logo, daí não podemos esperar compaixão, mas apenas o cumprimento cego da lei. Cego, digo eu! 

Ler a notícia na margem direita deste blogue ou aqui




PORTO DE ABRIGO DA TORREIRA

Obras em curso vão garantir 
a proteção de todas as embarcações 
dos pescadores

Porto de Abrigo em construção

Confirmei no local aquilo que já é notícia há muito, isto é, que as obras do Porto de Abrigo da Torreira estão em curso. Ainda bem para os pescadores da nossa laguna. Depois de muito badalada, com razão, a pertinência da implantação de um porto para bateiras e não só, é justo sublinhar que tudo está em andamento. 
Tanto quanto me informou no local um pescador, a muralha de proteção vai prolongar-se mais um pouco, ficando garantida a defesa dos barcos. Na sua ótica, não será necessário um fechamento muralhado para criar uma bacia, na minha opinião mais aconchegante, porque o perigo está nas correntes e na ondulação que vem do mar. Assim, segundo o mesmo pescador, não haverá mais destruição de barcos e apetrechos de pesca. E o Porto de Abrigo tem espaço para todas as embarcações que estão junto ao bar do Guedes, incluindo as que estão,  atualmente, ancoradas a norte.  Estas obras importam em mais de um milhão de euros e foram programadas para 150 barcos.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

NOTA PASTORAL DO BISPO DE AVEIRO PARA A SEMANA DOS SEMINÁRIOS

Servidores da alegria do Evangelho 
— Do discípulo ao apóstolo 



«A Igreja, continuadora da missão de Jesus, deve ser também libertadora de tantas escravidões que o homem de hoje sofre. Todos devemos deixar-nos imbuir de um autêntico sentido profético, o Espírito de Cristo Ressuscitado, que nos dá força para denunciar o mal e conquistar um verdadeiro espírito de liberdade interior.» Isto mesmo afirmou o Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, na Nota Pastoral dedicada à semana dos seminários, que decorre de 9 a 16 de novembro. A Nota Pastoral, que tem por título, para a sua e nossa reflexão, ”Servidores da alegria do Evangelho — Do discípulo ao apóstolo”, salienta que «A prova decisiva que torna o discípulo em apóstolo consiste na capacidade que tem em amar a Deus e amar os irmãos». E o nosso bispo explica que «A pesca aparece muitas vezes no Evangelho como alusão à captação de seguidores do Reino».
D. António Moiteiro lembra que «A raiz da fé é a aceitação da pessoa de Cristo», frisando que «Os discípulos entram em contacto com Jesus com a ajuda de outras pessoas», estando nós por isso «chamados a pôr outras pessoas em contacto com Jesus, através do nosso testemunho e da evangelização».

PRAIA DA BARRA: MARÉGRAFO



Confesso que neste momento não sei há quantos anos existe este marégrafo na Praia da Barra. Julgo, no entanto, que será fácil descobrir. Logo vejo. O que sei, ou penso que sei, é que o marégrafo funciona 24 horas sobre 24 horas para medir e registar as marés, que depois constam nos registos científicos. Talvez esses registos tenham qualquer ligação direta aos serviços portuários e pilotos, para se saber que navios podem entrar no Porto de Aveiro. Alguém me elucidará sem eu ter que gastar tempo na procura de informação certa.
O marégrafo está protegido com grades de bicos aguçados para evitar os vândalos que têm prazer em danificar seja o que for.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

GAFANHÕES NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA

Os meus amigos podem enviar-me 
as informações que possuírem

Há tempos, dei comigo a pensar nos gafanhões que participaram na Primeira Grande Guerra de 1914-1918. Tinha ouvido rumores de que não foram poucos os que tiveram de partir, forçados, para a guerra. Tentei algumas diligências, através de serviços que eu supunha terem registos de quem foi e de quem regressou, mas dei com o nariz na porta. Em Lisboa, por exemplo, para confirmar o que quer que fosse, tinha que levar elementos identificativos dos eventuais combatentes naturais da nossa terra. Não os tinha. Ainda tentei, mas pouco encontrei.
Em contacto com alguns amigos, ao sabor do vento, nomeadamente, com o antigo presidente da Junta de Freguesia Mário Cardoso, lá se conseguiu registar um ou outro nome, alguns ainda sujeitos a confirmação.
Aqui ficam os seus nomes, na esperança de outros se consigam com a ajuda dos meus amigos:

João Maria Garrelhas, n. 19-8-1891; f. 23-10-1977;

João Ramos Luzio;

João Maria Ferreira (o Bicho);

Manuel Maria Nunes;

Bernardino Soares;

Manuel da Cruz Ramos;

Manuel Palhais Cravo (o ti Catarréu). Nasceu em 1893 e faleceu, repentinamente, a 7/11/1960. Fez as campanhas de África durante a 1.ª Guerra Mundial e foi dado com inapto para continuar, devido à perfuração dos tímpanos provocada pelo troar dos canhões, regressando então a casa, tendo casado entretanto! Depois de terminada a guerra, emigrou para França para participar na sua reconstrução. (Dados fornecidos por Armando Fidalgo Cravo, seu filho)

José Filipe, conhecido por Guincho. Faleceu pouco depois do regresso de França, com perturbações provocados pelos gases que o atingiram. 

José Francisco da Rocha Júnior



O Rubem da Rocha Garrelhas teve a gentileza, que agradeço, de me enviar a foto do seu avô materno, José Francisco da Rocha Júnior que participou na primeira Grande Guerra de 1914-1918, e que eu conheci pessoalmente. Tratava-se de um meu vizinho e parente, embora afastado, como o atesta o apelido Rocha. Haverá mais fotos de outros gafanhões, porventura guardadas nas arcas, que também participaram nessa guerra e que eu gostaria de recolher para memória futura. Fico à espera que mas enviem.

O Avô de Manuel Cardoso Ferreira, da Gafanha da Encarnação, cuja foto aqui incluo, também participou na Guerra.

Mais notas sobre o avô do Cardoso Ferreira:

«Augusto Roque nasceu na Gafanha da Encarnação, no dia 13 de Dezembro de 1895, e faleceu nessa mesma localidade no dia 5 de Outubro de 1980. Integrou o corpo expedicionário português que participou na Primeira Guerra Mundial em terras francesas. Era meu avô.




O avô do Cardoso é o sentado ao  centro

DIÁRIO DE BORDO DA BATEIRA ÍLHAVA: A CONSTRUÇÃO

Um livro de Ana Maria Lopes




“Diário de bordo da bateira ílhava: A construção” é mais um livro de Ana Maria Lopes, com coordenação editorial de Álvaro Garrido e edição da Câmara Municipal de Ílhavo/Museu Marítimo de Ílhavo. Trata-se de um trabalho de 36 páginas, em bom papel e muito ilustrado, sobre um barco «associado à lendária diáspora dos ílhavos por ter sido embarcação de migrações litorâneas», como se informa na contracapa.
A bateira Ílhava, muito da nossa laguna e seus canais, chegou a navegar «nas praias e portinhos do sul há mais de um século», lê-se naquele espaço, mas desapareceu de cena há bastante tempo. Daí a boa ideia de a trazer até aos nossos dias, graças a uma louvável iniciativa da Associação dos Amigos do Museu (AMI), «que ousou desafiar o mestre António Esteves a construir uma Ílhava no seu estaleiro da ribeira, em Pardilhó».