sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

CENTRO CULTURAL DA GAFANHA DA NAZARÉ, UM ESPELHO PERMANENTE






Poesia para este dia





O som do silêncio


Devagar, como se tivesse todo o tempo do dia,
descasco a laranja que o sol me pôs pela frente. É
o tempo do silêncio, digo, e ouço as palavras
que saem de dentro dele, e me dizem que
o poema é feito de muitos silêncios,
colados como os gomos da laranja que
descasco. E quando levanto o fruto à altura
dos olhos, e o ponho contra o céu, ouço
os versos soltos de todos os silêncios
entrarem no poema, como se os versos
fossem como os gomos que tirei de dentro
da laranja, deixando-a pronta para o poema

que nasce quando o silêncio sai de dentro dela.

Nuno Júdice

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

VARANDA VIVA NA FIGUEIRA DA FOZ





Numa qualquer varanda, por mais pequena que seja, é sempre possível recriar um ambiente natural, com plantas e aves, à medida do espaço. Vi esta varanda nas Abadias da Figueira da Foz.

Cavaleiro do Apocalipse

Um artigo de João César das Neves

O ensaísta britânico Christopher Hitchens faleceu a 15 de Dezembro. Estranhamente todos os seus obituários na imprensa fizeram questão de sublinhar como o autor morrera bem, rodeado pela família e amigos. Isto não costuma encontrar-se nos elogios fúnebres.
A importância da serenidade do óbito vem de Hitchens ser famoso como líder do "novo ateísmo". Pertencia até aos auto-apelidados "quatro cavaleiros do Apocalipse", com os americanos Daniel Dennett e Sam Harris e o britânico Richard Dawkins (manifestando aliás algum paroquialismo e imperialismo anglófono, ao omitir autores influentes de outras culturas). O traço principal do grupo não é o ateísmo, bastante comum, mas o violento e persistente ataque à religião. O que os marca não é aquilo em que acreditam, mas a insistência em criticar os que discordam. A própria referência aos cavaleiros (no original, como se sabe, peste, guerra, fome e morte) mostra o elemento negativo.

ACONTECIMENTO DESEJADO E ESPERADO

Um texto de António Marcelino

O Concilio Vaticano II foi, no século XX, o maior acontecimento da história da Igreja. Passados cinquenta anos, é importante voltar atrás, ver o que, então, se passou, avaliar os avanços alcançados e, ao mesmo tempo, tentar perceber porque muitas orientações conciliares estão por cumprir, e se nota um lamentável retrocesso em alguns campos pastorais importantes e concretos.
Soube-se que Pio XII já tinha pensado em convocar um concílio. Porém, os influentes da Cúria Romana, que depois se vieram a mostrar como travões nos trabalhos conciliares, levaram-no a desistir desse intento. As razões então aduzidas, traduzem-se nestes pontos: um concílio não é necessário, só viria trazer problemas à Igreja, muitas coisas controladas agora, se tornariam incontroláveis, pela dificuldade de se conseguir uma visão comum com bispos vindos de todo o mundo…

ESTICA-TE ANTÓNIO!

Jorge Wemans apresenta
"Deus vem a público", de António Marujo

"Não sei por que razão aceitei estar hoje aqui a fazer este papel de apresentador. O autor não necessita de apresentação: já são vários os livros da sua autoria que, desde há mais de uma década, temos tido o gosto de poder ler; O livro, em si mesmo, de nenhuma palavra introdutória carece: é uma compilação de algumas das centenas de entrevistas publicadas pelo António Marujo no jornal Público.
Deus, mencionado no título e em que acredito, também não precisa de mim para o apresentar: Ele antecede-me e precede-me – não como a minha má fama –, por ser amorosamente fiel ao mundo e à criatura que criou, mundo e criatura que jamais abandonou ou abandonará, mesmo quando parece terrivelmente ausente e não lhes assiste com a ternura que desloca as pedras, faz parar as engrenagens e renova o horizonte de possibilidades."
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ANIVERSÁRIO DA RESTAURAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ÍLHAVO




A Câmara Municipal de Ílhavo assinala amanhã, dia 13 de Janeiro, o 114.º Aniversário da Restauração do Município de Ílhavo dedicando a evocação desta data à sua área geográfica mais a poente: as praias da Barra e da Costa Nova, mais propriamente à sua defesa física da erosão costeira e às intervenções de qualificação urbana e valorização da atividade económica.
PROGRAMA
14.30h – Praia da Costa Nova: Cais dos Pescadores e Parque Desportivo;
15.30h – Praia da Barra: Praceta do Molhe Sul e zona do APC Offshore.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

NICOLAUS STENO HOMENAGEADO PELO GOOGLE




Nicolaus Steno foi, hoje, homenageado pelo Google, através de um doodle que assinala o 374.º ano do nascimento deste cientista e investigador dinamarquês. Steno, que nasceu em Copenhague a 11 de janeiro de 1638, foi pioneiro nos domínios da anatomia e da geologia. Tendo-se tornado um bispo católico, foi beatificado pelo papa João Paulo II, em 1988. 
Após completar a sua educação universitária em Copenhague, viajou pela Europa, entrando em contacto com cientistas e médicos proeminentes. Inicialmente, dedicou-se ao estudo da anatomia, focando o seu trabalho sobre o sistema muscular e na natureza da contracção muscular. Utilizou a geometria para mostrar que um músculo em contracção altera a sua forma mas não o seu volume.

DIA DO CHÁ NA E.B.2/3 DA GAFANHA DA ENCARNAÇÃO




Hoje, decorreu na nossa E.B.2/3, o tradicional, anual e muito desejado Dia do chá. Inicialmente, era designado como “Tea Party”, pela sua conotação britânica, pois era organizado pelo grupo de Inglês. Com a evolução dos tempos, numa nova dinâmica escolar e a junção das Línguas, Português, Francês Inglês e Espanhol, num só Departamento de Línguas, foi alargando os seus horizontes e abarca hoje as várias línguas, lecionadas na escola.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CRISE É TAMBÉM OPORTUNIDADE DE CONSTRUÇÃO




De que falamos quando falamos de crise?
José Tolentino Mendonça
Mais do que uma palavra, “crise” é uma árvore de significados urgentes e incessantes. O modo como hoje empregamos a palavra “crise” vem muito pela via da medicina. Para Hipócrates e depois para Galiano, no século segundo, o momento de crise é aquele momento em que a doença se decide: ou nos precipita na morte ou nos encaminha para a recuperação. A crise é assim o ponto de passagem, o nó de viragem, o instante da transformação.




Um livro de António Marques da Silva e Ana Maria Lopes

Esta é mais uma obra que deve figurar nas estantes 
de todos os que se interessam pelas temáticas 
relacionadas com a nossa Ria de Aveiro



“Bateiras da Ria de Aveiro — Memórias e Modelos” 

Em outubro passado veio a lume mais um livro alusivo às nossas tradições lagunares — “Bateiras da Ria de Aveiro — Memórias e Modelos” —, que saiu das investigações e do labor de António Marques da Silva e Ana Maria Lopes, especialistas nesta área. A edição foi da Câmara Municipal de Ílhavo — Museu Marítimo de Ílhavo, com o apoio da Associação dos Amigos do Museu de Ílhavo. Esta é mais uma obra que deve figurar nas estantes de todos os que se interessam pelas temáticas relacionadas com a nossa Ria de Aveiro, bem como por todos os que apreciam registos do nosso passado ligado às águas que por todos os lados nos circundam, tornando-nos anfíbios, como dizia Raul Brandão. 
Li e reli o trabalho, mas ainda não saltou para qualquer prateleira das minhas estantes, pois ele merece, sem dúvida, ser saboreado com prazer mais uns tempos, para dele usufruir o cuidado e o gosto com que foi elaborado.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

TUDO COMEÇOU NA GRÉCIA E TUDO ACABARÁ NA GRÉCIA?





«"Tudo começou há milênios na Grécia. E agora parece terminar na Grécia, uma das primeiras vitimas do horror econômico, cujos banqueiros, para salvar seus ganhos, lançaram toda uma sociedade no desespero", escreve Leonardo Boff, teólogo e escritor. Segundo ele, "estamos assistindo a agonia de um paradigma milenar que está, parece, encerrando sua trajetória histórica. Pode demorar ainda dezenas de anos, como um moribundo que resiste, mas o fim é previsível. Com seus recursos internos não tem condições de se reproduzir".»
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A VIDA É UM JOGO...






NOTA: De um e-mail que recebi

domingo, 8 de janeiro de 2012

Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré


Os reis

Muita animação, trajes mais cuidados, 
autos e melodias habituais 

Com uma participação de 60 anos no Cortejo dos Reis, Milu Sardo mostra a alegria de mais uma vez marcar presença, ativa e empenhada, nesta festa do povo da Gafanha da Nazaré, que hoje se realizou. Começou, menina, por influência do pai, Manuel Soares Sardo, já falecido, um grande animador do Cortejo e outras festas da nossa paróquia, nas quais punha em prática a sua arte de carpinteiro e de outros saberes. 
Milu garante que continuará a participar «enquanto tiver vida e saúde», porque ficou com esse «bichinho» para sempre. Como catequista não deixará de motivar as crianças para esta vivência de raízes seculares na comunidade da Gafanha da Nazaré. E sublinha que as crianças da catequese apresentaram, desta vez, um carrinho que representava o presépio.

Milu Sardo

Voltando ao seu pai, recorda que ele foi toda a vida uma «pessoa dedicada à Igreja, procurando fazer coisas que pudessem ser úteis». Para o Cortejo dos Reis, Manuel Sardo fez cinco barcos (moliceiro, saleiro, dóri e outros), maquetes da igreja matriz antiga e do farol, uma marinha com o seu monte de sal e uma padaria, «onde íamos todos a vender pão e que ainda hoje se pôde ver no Cortejo». 
Neste domingo sereno, luminoso e sem vento nem frio, o Cortejo dos Reis seguiu o tradicional percurso, desde Remelha até à igreja matriz, passando pela Cale da Vila, Chave, Bebedouro, Marinha Velha e Cambeia.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 272


PITADAS DE SAL - 2



A FEIRA DOS MOÇOS

Caríssima/o: 

Há muitos, muitos anos... 
Assim começam as histórias verdadeiras que vamos inventando. Há aí alguém que não saiba como surgiu a do sal na ria de Aveiro? 
Mais de mil anos se passaram desde a primeira notícia escrita com a doação da nossa “avó” Mumadona. (A primeira referência conhecida a Aveiro data do ano de 959, onde, no testamento da Condessa Mumadona Dias, são legadas salinas em Allavarium.) 
Quer dizer que as marinhas tinham donos (os proprietários) e havia pessoas que nelas trabalhavam: os marnotos, os moços, as mulheres...

Quando, a caminho do Liceu, passávamos na estrada junto das marinhas era certo ouvirmos umas frases , mais ou menos soltas, atiradas contra “esses malandros...”. Eram dos moços que nos “socavam” forte e feio... e nos “convidavam para irmos trabalhar pr'ò sal”! Esqueciam-se que alguns dos nossos companheiros de jornada, se nos distraíssemos, receberíamos como “prémio” o trabalho nas marinhas... 
E afinal como eram contratados estes rapazes?
Normalmente, numa feira, na “Feira dos Moços”:

«Até princípios dos anos oitenta, no dia 25 de Março — data da inauguração da secular Feira de Março — e nalguns Domingos subsequentes, os moços, que pretendiam trabalhar nas marinhas, reuniam-se, nos Arcos e na Ponte Praça — antes desta existir, o local de encontro era a ponte do lado poente —, esperando serem contactados pelos marnotos, que os poderiam contratar para toda a safra, por uma importância a acordar entre as duas partes interessadas, em função dos conhecimentos do trabalho de salinagem e da aptidão física.
O contrato era normalmente ratificado com o tradicional alborque.»
(Diamantino Dias, Glossário-Designações relacionadas com as Marinhas de Sal da Ria de Aveiro, p. 49)

Reflexão para este domingo




EPIFANIA DO SENHOR, A GRANDEZA DO HOMEM
Georgino Rocha

Fica perturbado o estado de ânimo de Herodes ao ouvir a notícia. E com ele os habitantes da cidade de Jerusalém. Nem é para menos! Um cometa a deslocar-se nos céus em direcção ao Ocidente era sinal de catástrofe iminente, de calamidades públicas, de desordem política. Este modo de pensar, de que se faz porta-voz Plínio, o Velho, na sua História Natural, não podia deixar de gerar consternação e pânico. O facto de os magos buscarem o “rei dos judeus” deixa perceber que os desacatos serão grandes e o tempo de Herodes está a expirar. Sobressalto é o mínimo que pode experimentar e a origem da força emocional da acção que vai empreender: aconselhar-se, chamar os mensageiros, dar-lhes indicações precisas, pedir-lhes informações e propor-se seguir os seus passos, logo que possível. Disfarça secretamente o móbil da sua vontade – o de evitar veleidades, matando o potencial candidato a rei – declarando querer ir adorá-lo.

sábado, 7 de janeiro de 2012

POESIA PARA ESTE SÁBADO







No caderno Economia do EXPRESSO

BISPO DE AVEIRO INICIA VISITA PASTORAL A VAGOS




Fonte: Diário de Aveiro

Ninguém sabe exactamente - saberá?- o que se passa


Segurança e insegurança de Mamôn
Anselmo Borges


Talvez nunca como hoje, no meio de uma confusão sem medida nem fim à vista, se tenham utilizado tanto as palavras confiança e crédito, palavras que vêm do mundo religioso. Confiança vem de fides (fiar-se de, confiar, fé) e crédito, de credere (crédito, acreditar, crer, Credo). O que falta e faz falta: confiança e crédito. Mas confiar em quê e em quem? E quem tem crédito e concede crédito?
O pior mesmo é essa falta e a confusão. Ninguém sabe exactamente - saberá?- o que se passa. E, quando não se é capaz de equacionar os problemas, como encontrar a solução? No labirinto, pululam sentenças, palpites, comentários, aldrabices, ataques, adivinhações... Saímos do euro? O euro vai acabar? Uma Europa a duas velocidades? A Europa desmorona-se? E quando se dá o crescimento da economia? Ah!, e os BRIC... E a crise de um mundo pela primeira vez verdadeiramente um só mundo! E um capitalismo selvagem e louco!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

BÊNÇÃO DOS FINALISTAS DA UA

No dia 6 de maio vai ter lugar, na alameda da Universidade de Aveiro, a festa da Bênção dos Finalistas, em cerimónia presidida por D. António Francisco, prelado aveirense.A preparação, necessária, vai começar. Desejo que a participação seja significativa.
Ver aqui

ADORAÇÃO DOS PASTORES



De Gerard Van Honthorst
Para nos recordarmos do nosso Cortejo dos Reis, domingo, 8 de Janeiro, todo o dia. A participação de toda a comunidade é fundamental. Pelo convívio, pela alegria e pela partilha. Mais ainda: pela aproximação e ligação ao Verbo Divino que se fez carne e habitou entre nós

S. GONÇALINHO