quarta-feira, 5 de agosto de 2009

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE


Desejar, desejar desesperadamente 

Desejar, desejar desesperadamente 
desejar até à dor e à angústia 
até ao grande vazio amargo 
desejar que seja de outro jeito 
desejar o fim das crueldades das loucuras, da estupidez, do abjecto, 
desejar a satisfação, a luz, a ternura 
ter muita fome, ter muita sede do mundo diferente 
e de si-mesmo diferente. 

Maurice Bellet

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O GALO

D. Carlos gostava de histórias e do exemplo que são. Esta contava-a ele e, depois, contava-se dele. O rei fora visitar um manicómio. À hora marcada, chegou gordo, louro e solene. Estavam a recebê-lo ministros e médicos. Os loucos olhavam-no à distância, muitos deles não percebendo sequer quem era aquele que viam. Até que, quando cumprimentava e fazia perguntas, se chegou junto dele um doente que tinha conseguido furar o cordão que protegia o monarca. Era um homem de meia-idade. Dirigiu-se ao rei com modos reverentes (fez uma vénia) e palavras respeitosas (Majestade, Meu Senhor), pedindo compreensão e clemência. Contou que estava preso naquele hospício por uma escura maquinação da família, que assim lhe tinha ficado com os bens e lhe gastava a fortuna. Fixou D. Carlos com os olhos serenos e sinceros, exclamando: "Eu não estou louco! Sou um homem são e só Vossa Majestade me pode salvar, ordenando que se faça justiça."
José Manuel dos Santos
Leia tudo no EXPRESSO

Leituras nas Praias da Barra e da Costa Nova

Biblioteca na Praia da Barra
:
BIBLIOTECA: BOA ALTERNATIVA
AO NÃO FAZER NADA
Há iniciativas que merecem aplausos. Destaco, desta vez, a Biblioteca de Praia 2009, um projecto da Biblioteca Municipal, da responsabilidade da Câmara de Ílhavo. Boa ideia, sim senhor. E já vem de anos atrás, certamente para continuar. Passei por lá para ver o ambiente. Havia sempre alguém que procurava um livro para ler, em qualquer posição, sentado, recostado ou deitado no areal, recebendo o ar carregado de iodo e o sol benfazejo. Pelas informações que colhi, junto de uma funcionária simpática, sempre de sorriso aberto, há livros para todas as idades e dos mais variados autores, nacionais e estrangeiros. E quando algum veraneante procura um livro que não está disponível, é certo e sabido que no dia seguinte já está na Praia da Barra, porque a Biblioteca Municipal está preparada para atender as solicitações dos que optaram pelos nossos areais junto ao oceano. Disse na Praia da Barra, mas o mesmo acontece na da Costa Nova, da área do município. Entretanto, crianças desenhavam e pintavam em mesas montadas junto à Biblioteca. Outras liam, concentradas. A funcionária adiantou-me que está para chegar um contentor para proporcionar actividades lúdicas, no sentido de espevitar a criatividade das crianças, adolescentes e jovens, que frequentam as praias ilhavenses, durante este verão. Boa alternativa ao não fazer nada... FM

MAR AGOSTO '09

28 de Agosto
LUIS REPRESAS
NA COSTA NOVA
Diz um velho ditado, com alguma lógica, que “tristezas não pagam dívidas”. E um outro refere que “Mais vale rir que chorar”. Partindo destes pressupostos, vamos tentar viver as férias com a alegria possível e desejável. Para este mês de Agosto, a autarquia ilhavense fez uma programação abrangente, chegando a todo o concelho, que não é assim tão grande, geometricamente falando. Há festas para todos os gostos, para todas as idades e para todas as sensibilidades. Também não deve faltar ânimo para participar, até porque é quase tudo oferecido. Os comes e bebes, como é óbvio, têm de ser pagos. Mas como cada um pode comer à medida do seu bolso, penso que o assunto, em princípio, está resolvido. Música a rodos mais espectáculos variados enquadram uma panóplia de diversões. Mas permitam-me que destaque a I Semana Náutica do Município de Ílhavo, o Festival e Marisco na Costa Nova, as comemorações do 72.º Aniversário da Fundação do Museu Marítimo de Ílhavo, o Festival do Bacalhau, a Rota das Padeiras e o grande concerto com Luís Represas.
Ver programa detalhado aqui

Fotografias de Carlos Duarte na Costa Nova

É hoje inaugurada, às 17h, a exposição de fotografia de Carlos Duarte sobre a Ria, na Residencial Azevedo na Costa Nova. São cerca de 50 trabalhos, representando vários temas da nossa Ria, vistos pelo olhar atento deste fotografo natural de Coimbra, mas que desde 1978 tão bem tem retratado toda a região de Ílhavo e em especial a zona lagunar. Esta exposição está patente durante Agosto e Setembro.

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Barcos de Monet
Trabalhar com as próprias mãos Trabalhar com as próprias mãos em tarefas caseiras, na costura, no seu ofício, na bricolagem e fechar o rádio e todo o zunzum interior escutar o que fala sem palavras enquanto as mãos se ocupam e ocupam a superfície da alma. Ou então, conduzir um automóvel muito distendido, atento, delicado uma vez que essa ocupação deixa livre um pensamento sem pensamento que amadurece algures Maurice Bellet

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Marina no Jardim Oudinot

Será que há alguém capaz de me explicar por que razão a Marina do Jardim Oudinot, no Forte da Barra, se apresenta, normalmente, sem sinais de embarcações, que lhe dêem motivos para existir? Foi inaugurada há um ano e ainda não foi utilizada. Será que não tem condições para isso?

Ideias para um país novo

Para um país novo, proponho três ideias muito simples:
1- Aprender a gastar menos.
2- Os ricos não são os que mais têm. São os que menos precisam.
3- Viver o dia de hoje, pensando no de amanhã, e não no de ontem.
Ângelo Ribau

Crónica de férias

Madrasta
Passou-se numa das lojinhas do comércio local. Aquele que ainda permite às pessoas um breve encontro com os vizinhos, os amigos ou alguma pessoa conhecida daqui ou dali. Dois dedos de conversa e as pessoas ainda não passaram ao anonimato e à despersonalização que acontece nos grandes centros comerciais Assim aconteceu, e deu de caras com esta cena enternecedora, pouco comum nos dias que correm, dumas férias que são também para muita gente, um reencontro! A menina duns tenros dez aninhos de idade, estava tão agarrada àquela jovem senhora, que suscitou a pergunta:_ É a mãezinha, não é? Estavas com saudades dela? A cena era realmente comovente dada a intensidade com que a criança abraçava a suposta mãe! _Não, sou a madrasta, replicou a jovem, bonita, fresca na idade e na postura! O discurso foi aquele que profere uma pessoa sensível, sensata, de boa formação humana, perante uma situação delicada, mas que está perfeitamente à altura da mesma. Estava consciente do seu papel de maternal, prestadora de carinho e afecto, mesmo não sendo sua filha de sangue. Uma clara prova de inteligência, num relacionamento que se pretende válido, gratificante e duradouro! Verdadeiramente exemplar! Conhecia bem aquela menina, sua aluna lá da Escola e estava dentro da problemática da custódia dos filhos, resultante duma quebra dos laços familiares. O rendimento escolar da aluna, marcada por conflitos familiares desestabilizadores para o equilíbrio de qualquer ser humano, variava ao ritmo da instabilidade emocional em que a mesma vivia. Percebia-se ali, traduzido por gestos e palavras, uma carência afectiva profunda que perturbava a atenção e a concentração da criança. Todos os professores estavam atentos a este historial e tentavam, da melhor forma, compensar essa lacuna. Nem sempre era fácil, já que os docentes são seres humanos com as suas próprias dificuldades e que têm de gerir “n” conflitos e situações, emergentes do seu quotidiano. Aqui e sempre, o papel polivalente do Professor! Dava aqui pano para mangas, reflectir sobre as consequências para os filhos da separação dos pais. Estes tentam resolver os seus problemas conjugais, ignorando, por vezes, o enorme sofrimento que causam aos filhos. Os novos companheiros que vão ocupar o lugar afectivo e efectivo, pensa-se, junto dos progenitores, nem sempre entendem que as crianças têm um lugar importante. Devem ser tratadas como gente importante, e não é raro deparar com casais em que o papel da madrasta e aqui refere-se mesmo o elemento feminino, faz jus ao termo carregado de conotação negativa. “Madrasta, o nome lhe basta”, diz o povo e é bem verdade. É das tais palavras que, tal como outras já referidas em contextos específicos, soa mal, inspira mal e as mais das vezes tem mesmo correspondência na vida real. No caso, ora citado, acontece a meritória excepção que vem com toda a força, confirmar a regra! Mª Donzília Almeida 02.08.09

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Férias são para descansar,
mas há quem as use para servir os outros
"A Marisa Sapina recorda-se de quando esteve na Guiné-Bissau há seis anos e uma criança lhe pediu uma colher - não tinha nenhuma. "Quem entre nós não tem dezenas de colheres? Mas dar uma colher naquela situação era estragar o trabalho que estava ali a fazer. Disse ao miúdo que iria tentar arranjar. Falei com as irmãs da missão e só uns dias depois de eu vir embora elas deram a colher." Foi a primeira experiência de Marisa, professora de línguas, como leiga missionária, apoiando no terreno o trabalho das missões católicas em países mais pobres - o número dos portugueses que o fazem disparou este ano e as férias são uma altura privilegiada para colaborarem em missões nos países em desenvolvimento."
António Marujo, no PÚBLICO de ontem

domingo, 2 de agosto de 2009

Caso Joana Amaral Dias já é telenovela

Joana Amaral Dias
~.
Quem há por aí que não tenha sido convidado
para fazer parte de listas eleitorais?
O caso Joana Amaral Dias, a política que foi ostracizada no Bloco de Esquerda, passou a telenovela, com pano para continuar na pré-campanha eleitoral e na própria campanha. Tudo porque um amigo ou conhecido, do PS, a convidou para apoiante do partido do Governo, considerando que ela teria sido posta à margem no BE, em que militou. Aliás, Joana Amaral Dias, que agora se quererá fazer passar por fiel militante daquele partido, já uma vez, pelo menos, mostrou que não é assim tão fiel, quando apoiou Mário Soares, fundador do PS, nas últimas eleições presidenciais. Posto isto, apetece-me perguntar por que razão há tanta celeuma à volta de um convite, quando todos sabemos que esse gesto é repetido, até à exaustão, por todos os partidos? Quem há por aí que não tenha sido convidado pelos mais diversos partidos políticos para se tornar apoiante ou para fazer parte de listas eleitorais, sobretudo quando se sente ou pressente que os convidados estão desligados, directa ou indirectamente, dos partidos em que militaram? FM

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Pintura de Carlos Reis
Permanecer em paz Permanecer em paz que é a harmonia dos poderes para lá (certamente) do turbilhão para lá da abstenção serena para lá do abandono voluntário dos heróis na harmonia dos poderes coincidindo com a mais humilde humildade isto, na mediocridade dos dias sem altivez, sem saber e algumas vezes sem graça. Maurice Bellet

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 142

BACALHAU EM DATAS - 32

Pescador de bacalhau

A COMISSÃO REGULADORA DO COMÉRCIO DO BACALHAU

Caríssimo/a:
1934 - «De 1929 a 1934, construíram-se apenas 4 navios, sem que a sua construção representasse qualquer progresso sério nos métodos da pesca.» HPB, 77
«Em 1934 foi criada a Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau (CRCB) com a finalidade de proteger e incrementar a indústria do bacalhau. E a sua acção, de certo modo positiva, fez-se sentir até à liberalização do comércio deste peixe, o que aconteceu em 1967. Durante essas três décadas surgiram grandes grupos económicos ligados ao sector e a CRCB começou a perder capacidade de liderança. As importações subiram e as capturas, obviamente, desceram. O 25 de Abril desmantelou como é sabido, esses grupos e a CRCB passou a ter o monopólio das importações de bacalhau, alargando a sua acção aos congelados.» BGEGN[1], 1991, 7
«A criação da Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau ocorreu a 5 de Junho de 1934 (Decreto-Lei n.º 23.968), marca o arranque de um amplo processo de reorganização estatal do sector bacalhoeiro que precede as políticas de fomento da frota. A acção institucional da CRCB tinha por fim garantir a reserva do mercado à produção nacional e o condicionamento das importações de peixe estrangeiro, a estabilidade do aprovisionamento e dos preços.» Oc45, 104 n. 3
«Considerado por Henrique Tenreiro, delegado do Governo junto de todos os grémios das pescas, como “ um dos principais factores da vida portuguesa”, a pesca do bacalhau foi objecto de uma reorganização a partir de 1934. O Estado Novo encetou a reestruturação das pescas, atendendo a uma reforma financeira com o objectivo de repor os bens considerados essenciais, aumentar a produção nacional e combater as importações.» Oc45, 109
E ainda na mesma revista “Oceanos, n.º 45” se pode ler
na página 91: «1934 a 1967: Período áureo da “Campanha do Bacalhau”.»;
na página 93: «De 1934 a 1969 o total de navios que vão ao bacalhau quase que duplica. A média é de 60 navios por ano.»;
na página 99: «De 1934 a 1967, 74 % dos “navios de linha” em actividade tinham casco de madeira.»;
e na 101: « ... [E]scassas 4.726 toneladas de arqueação líquida da frota bacalhoeira em 1934.»
Manuel
[1] Boletim do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, do ano de 1991

sábado, 1 de agosto de 2009

Entrevistas a figuras públicas, todos os dias, no jornal i

Maria Cavaco Silva
Laurinda Alves está a entrevistar, para o jornal i, figuras públicas, durante todo o mês de Agosto. Começou hoje com a nossa primeira-dama, Maria Cavaco Silva. São entrevistas intimistas. Pelo que já li, parece-me que houve a preocupação, ao jeito da jornalista, de procurar o lado mais humano das pessoas convidadas.

O futuro: sem futuro?

Eles também nascem. E crescem. Também amam e esperam. São seres humanos como nós. Também sorriem, mas tristes: a alma afunda-se na negrura da impotência, da dor e da tristeza. Tentam trabalhar. Sofrem demais. Morrem cedo, demasiado cedo. De desnutrição, de falta de água e de higiene e de remédios. De fome. Faltou-lhes tudo. Eles são os pobres. Aos milhões, cada vez mais. E é uma vergonha para a Humanidade que, quando há possibilidade do mínimo para todos, tantos morram ao abandono da fome. E Deus a perguntar, como no princípio a Caim: "O que fizeste do teu irmão?" Como se pode tolerar que ao mesmo tempo que aumenta a riqueza mundial seja cada vez maior o fosso entre os ricos e os pobres, cujo número, com a crise, não cessa de crescer? São homens e mulheres, aos milhões - muitas crianças -, a quem foi negada a dignidade humana. Este é que é o problema maior da Humanidade, que tem de ter uma solução. Esperamos numa boa solução. Porque, se não for a bem, será a mal. De facto, quem julga que o tempo das revoluções acabou está enganado. Vem aí a revolução dos pobres e desesperados. Na sua última encíclica, Caritas in Veritate (A caridade na verdade), Bento XVI tentou dizê-lo, mas, segundo alguns, sem a força necessária. Daí, a par do merecido aplauso, as justas críticas ao documento. Que é demasiado longo, num amálgama para todos os gostos, o que é verdade. Que, ao falar a partir de um lugar soberano de pureza moral, ignora a necessária autocrítica da Igreja, o que também é verdade. Que a crítica do mercado e do universo financeiro tinha de ser muito mais severa e concreta. Que é equilibrista e tem míngua de análise crítica e denúncia e anúncio proféticos. Se há desafio gigantesco para a Humanidade, é o de encontrar um modelo económico que alie liberdade e justiça. De facto, com o comunismo, o que se queria era implantar a justiça, mas o resultado foi uma sociedade sem liberdade nem justiça. Com o capitalismo desenfreado, a liberdade é só para alguns e opressora. Como acaba de escrever o famoso bispo Pedro Casaldáliga, "impõe-se também uma recusa crítica do suposto 'triunfo' do capitalismo neoliberal. Porque nós, pelo menos, não vemos em lado nenhum esse triunfo, se nos referimos à imensa maioria da Humanidade. Acrescendo que o próprio capitalismo neoliberal triunfante não se sente tão seguro de si, frente às suas contradições internas. Mas, mesmo que esse triunfo do egoísmo estrutural se tivesse dado, seria um fracasso ético da família humana, pois estar-se-ia a evidenciar, mais uma vez, a impossibilidade de uma política e uma economia honestamente fraternas; ter-se-ia imposto outra vez, como única possível, a 'ética dos lobos'". A encíclica, inesperadamente, refere-se à necessidade de mais Estado, critica o neoliberalismo e diz que urge uma Autoridade política mundial reconhecida por todos. Mas não houve ousadia profética. Continua a inscrever-se, ainda que o seu fio condutor seja o do desenvolvimento humano integral, no horizonte do desenvolvimento aparentemente sem limites. Como escreveu J. Ignacio Calleja, não se colocou a questão do "decrescimento" como forma de mudar os estilos de vida. Eu próprio há muito tempo me pergunto se não continuamos inconscientemente instalados na ideia de um progresso ilimitado. Mas a pergunta é: é possível um desenvolvimento sem limites num mundo limitado? Por outro lado, não é verdade que se torna cada vez mais claro que o "trabalho" se tornou definitivamente um bem escasso e que é preciso partilhá-lo, com todas as consequências? Cá está o tal "decrescimento". Afinal, a questão é simples. O presente modelo de desenvolvimento não é universalizável. Quem tiver dúvidas pergunte o que acontecerá, quando, por exemplo, os quase três mil milhões de chineses e indianos quiserem e obtiverem os padrões de vida e consumo ocidentais. A contradição é esta: por um lado, impõe-se promover os pobres, que têm direito ao desenvolvimento, mas, por outro, no quadro do nosso modelo, isso é problemático, porque o planeta não aguenta ecologicamente. Então? Anselmo Borges

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Pintura de Van Gogh
Abrir a Sagrada Escritura Abrir a Sagrada Escritura e aí está! Não é um livro, não é o Livro, é o lugar da Palavra que se estende para além das palavras sonho sem sonho à margem do texto ressonância através de todas as espessuras da vida fonte cuja nascente é invisível, pensamentos, imagens, palavras movimentos sóbrios do coração a Letra é necessária o espírito vai porque o sentido da Escritura é a vida salva.

Maurice Bellet

Nota: Texto e foto do snpc

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Crianças austríacas na Gafanha da Nazaré

As fotos de crianças austríacas que viveram na Gafanha da Nazaré, depois da segunda grande guerra, já começaram a aparecer. Pode ver duas crianças aqui.

POR UM PORTUGAL MELHOR

SER SOLIDÁRIO
Ser Solidário. O povo português é solidário por princípios e por ideais. Sempre responde, principalmente quando as desgraça e as necessidades são divulgadas adequadamente e têm dimensões mais ou menos catastróficas, que originam necessidades extremas. E noutras de menor dimensão também responde. Veja-se o que num simples programa de televisão se pode fazer, como há semanas atrás. Fala-se em crise. Sabemo-lo e sentimo-lo. Somos cerca de 10 milhões de habitantes e se cada um desse um euro teríamos dez milhões de euros. Com estes dez milhões poderíamos minimizar as necessidades básicas de muita gente. Como quem coloca semana a semana, mês a mês, umas moedas no porquinho, seria uma campanha com continuidade periódica, devidamente divulgada, estruturada e transparente. Vamos a isto?
J. M. Ferreira

Momentos de franco optimismo

Parque de Campismo da Barra, onde passámos algumas férias juntos
Conviver com amigos é sempre uma experiência revigorante. E se um deles tem sentido alguns incómodos de saúde é, por norma, muito gratificante. Pelo prazer de marcar presença e pela convicção de que o optimismo está surtindo efeito benéfico. Foi o que aconteceu ontem, longe da Gafanha da Nazaré, de visita a um casal muito próximo. Há amizades que não desbotam com o tempo. Tal como o Vinho do Porto, costuma dizer-se a brincar. Ou a sério. De facto, o célebre néctar do Doiro vai enriquecendo com o passar dos anos. Como a amizade que nos liga a uma família, com quem, há muitos anos, valorizámos uma proximidade inseparável. Os incómodos de saúde do meu amigo, pelo que vi, já lá vão. Durante parte de uma tarde, conversas desfiadas ao sabor das nossas memórias vieram à tona, para reviver momentos inesquecíveis. De alegrias partilhadas, de estórias recontadas vezes sem conta, de projectos alcançados ou por concluir, de esperanças vivas, de férias em comum, de filhos meninos e hoje adultos. Para o casal amigo, os nossos votos de boas férias, com muita saúde e franco optimismo. Fernando Martins

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Tela de José Malhoa
Ler um livro Ler um livro de pensamento exigente com um forte desejo da verdade sem avidez em saber sem pretensão de disputar mas por gosto, por amor da verdade Abrir a porta profunda a todo o pensamento que emerge e deixá-lo permanecer em paz de modo que ele venha a dar o seu fruto. Maurice Bellet

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Hoje, em Lisboa: a cantora que quer transformar pop em jazz

O concerto, de entrada gratuita, é no espaço BES Arte & Finança, no Marquês de Pombal, e Jacinta vai adaptar Beatles, Prince ou U2 ao jazz
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Conhecida pela voz quente e a expressividade em concertos, Jacinta, que apareceu aos 22 anos num "Chuva de Estrelas" e em 1997 foi para Nova Iorque frequentar a Manhattan School of Music, está envolvida num projecto diferente: organiza actividades ligadas à aprendizagem de técnicas de jazz. O programa musical "Songs of Freedom" é apresentado hoje no espaço BES Arte & Finança, em Lisboa, e inclui temas célebres dos anos 60, 70 e 80, em versão jazz.
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Nota: Texto do jornal i
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Ler entrevista aqui

Uma Ideia nova para um país novo

Deixemos um legado à geração vindoura – o planeta azul limpo! A integridade é o alicerce da sociedade! Quer respirar ar puro? Use carros eléctricos! M.ª Donzília Almeida

O necessário rosto da verdade

São Paulo
Diz-se que são demasiadamente clericais os meios de comunicação social da Igreja. Logo se diz, também, que é esse, ainda hoje, o seu rosto mais visível e, por isso, não é de estranhar que assim seja e assim apareça. Não falta quem teime, dentro e fora, em continuar a identificar Igreja com bispos e padres, por preconceito, por falta de formação e de informação, por restos históricos que tardam em se apagar. Na Igreja, continua a ser difícil e lenta a passagem de uma classe restrita, mas dominante, o clero, a um povo diversificado, alargado e plural, a comunidade dos crentes. A Igreja de Cristo é Povo, é comunidade. Não é grupo, nem elite, nem classe. Pode acontecer, e em diversos casos acontece mesmo, que o tom clerical dos jornais, e não só, seja, por vezes, ainda o tom que prevalece. A verdade, porém, é que o trabalho que se vem fazendo, por todo o lado, com os leigos e para lhes dar consciência da sua dignidade e missão, é significativo. O seu protagonismo, em muitas comunidades paroquiais, tem crescido sempre mais. Por caminhos não reivindicativos, mas de fé. O Ano Paulino, iluminado pela Palavra de Deus e conduzido pela vida de Paulo e das suas comunidades, com suas fraquezas e méritos, foi uma lufada de ar fresco na Igreja. Muitos leigos acordaram para novos rumos, ao longo deste Ano. Pelo caminho da Palavra se vai à fonte que não deixa que a Igreja se clericalize. Um caminho que ajuda todos os membros da Igreja, leigos, clérigos e consagrados, a sentir a alegria e a graça de serem, acima de tudo, Povo de Deus, “nação santa e povo resgatado”, com uma missão comum no mundo.
Resta muito para fazer, é certo, e, desta realidade, todos devem estar conscientes. Mais difícil é o caminho, quando se trata de capacitar os leigos para o compromisso nas estruturas sociais - familiares, profissionais e políticas, onde muitos ainda não se situam, nem se declaram e, frequentemente, se escondem e se omitem. Uma situação que não pode deixar descansados os responsáveis das comunidades. Os leigos, quando passam pelo templo e aí descobrem a sua vocação específica e o seu lugar na Igreja, devem sentir-se estimulados para as tarefas a realizar na sociedade. Essas é que lhes são próprias. A sua vocação do leigo é ser “cristãos no mundo”. Esta condição prevalece sobre outras actividades na comunidade cristã, se não as pode realizar, sem prejuízo da sua missão no mundo. Uma comunidade cristã bem organizada, mas de costas voltadas para a sociedade e para o que nela se passa com repercussão na vida das pessoas está fora do sentido e do âmbito evangélico, que a devem caracterizar. As batalhas mais duras da vida não se passam no templo, mas sim na casa de família, no lugar de trabalho, sempre e onde se joga o rumo das actividades sociais e políticas. Os seus protagonistas devem ser, ao lado de outros, os leigos cristãos que estão no campo de luta. Têm, por isso, direito a sentir o apoio de retaguarda na sua comunidade de referência, que lhes propicia meios de reflexão e formação, para que a sua participação se processe e se decida, com sentido evangélico e em liberdade, pelos caminhos da justiça, humanização, verdade, solidariedade. Um mundo diferente, sujeito cada dia a mudanças que tocam na vida das pessoa e das comunidades, um mundo com problemas humanos e sociais de grande monta, não pode permitir a ninguém, e muito menos à Igreja, que se lhe passe ao lado. Os problemas não se resolvem automaticamente, mas com a participação activa nos dinamismos que os provocam. O caminho não pode ser outro senão aprender a viver numa sociedade em mudança. O diálogo Igreja – Mundo, cada vez mais exigente e urgente, não é um diálogo clerical e não se fará nunca sem leigos activos, preparados e apoiados. António Marcelino

A Terra não nos pertence

“A terra não nos pertence. Esta noção fundamental é-nos lembrada pelos ecologistas. Deixando de lado todos os fenómenos espúrios, considero que esta nova atenção consagrada ao ambiente é um acontecimento capital para a história da Humanidade.” Abbé Pierre
In Testamento

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Jardim 31 de Agosto


Centro cívico para convívio e lazer 


O Jardim 31 de Agosto evoca-nos uma data marcante para a nossa freguesia e paróquia. Nessa data, em 1910, o Bispo de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina, assinou o decreto de erecção canónica da paróquia da Gafanha da Nazaré. Na altura, a região aveirense pertencia à Diocese de Coimbra, realidade que se manteve até à restauração da Diocese de Aveiro, o que aconteceu em 11 de Dezembro de 1938. 
No mês passado, lembrámos a publicação do decreto de D. Manuel II, último rei de Portugal, que autorizou a criação da paróquia, datado de 23 de Junho de 1910, pouco tempo antes da implantação da República. Com essa autorização, e indicadas as razões que levaram o Estado a aceitar a criação de uma paróquia, o Bispo de Coimbra leva à prática o sonho dos habitantes desta terra. E diz assim:

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