domingo, 2 de outubro de 2005

HERA na Sérvia, em representação de Portugal

HERA ASSUME NOVOS DESAFIOS
A HERA-Associação para a Valorização e Promoção do Património foi seleccionada para integrar a delegação portuguesa (formada por representantes de apenas quatro organizações nacionais) que irá participar na Visita de Estudo de Curta Duração à Sérvia que terá lugar de 17 a 23 de Outubro de 2005 em Novi Sad.
O objectivo da HERA será representar Portugal, da melhor forma possível, através da apresentação das suas experiências, não só com base no trabalho desenvolvido no Concelho de Ílhavo e no Distrito de Aveiro, mas em todo o País.
Encara, portanto, esta honra como mais um desafio e como um ponto de partida para novas iniciativas na área da defesa da valorização e promoção do património natural e cultural.

sábado, 1 de outubro de 2005

GAFANHA DA NAZARÉ: V FESTIVAL DE BANDAS DE MÚSICA

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A Filarmónica Gafanhense promove este domingo o V Festival de Bandas Filarmónicas da Gafanha da Nazaré. A iniciativa faz parte do programa das comemorações do 169º aniversário daquela associação e serve, também, para assinalar o Dia Mundial da Música.
O espectáculo vai decorrer no Jardim 31 de Agosto. Participam a Banda Musical de Arouca, a Filarmónica Ressurreição de Mira, a Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Arrifana e a Filarmónica Gafanhense.
Começa, às 14.30 horas com uma arruada. Meia hora depois, inicia-se o concerto. O encerramento está marcado para as 18 horas.
Fonte: Rádio Terra Nova

AVEIRO: CASA MAJOR PESSOA

Recuperação que tardava
A Casa Major Pessoa, em Aveiro, no Rossio, sempre vai para obras de recuperação, depois de tantos anos de espera. Trata-se de um edifício típico da Arte Nova, construído entre 1907 e 1909, e de uma beleza rara.
Segundo notícias que têm vindo a lume, a autarquia aveirense vai apostar em criar ali um espaço museológico dedicado à Arte Nova, espaço esse que será enriquecido por uma casa de chá e por um "laboratório de ideias", conforme noticia o "PÚBLICO" de hoje.
O mesmo diário sublinha que o arquitecto Mário Sarabando, responsável pela obra, garante que a intervenção preservará, no máximo, a traça original, repondo "as cores alegres e vivas" que o imóvel ostentava inicialmente.

Dia Mundial da Água

Texto da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Aveiro



A Água para a Vida

“Não é culpa minha se o corpo humano não pode resistir três dias sem beber. Não me sabia assim tão prisioneiro das fontes. Não suspeitava uma tão curta autonomia. Uma pessoa acredita que o Homem pode ir sempre em frente. Uma pessoa pensa que o Homem é livre... e não vê a corda que o amarra ao poço, que o amarra, como um cordão umbilical, ao ventre da Terra. Se dá um passo mais, morre.”


in Terres des Hommes,
Antoine de Saint-Exupéry

A água... A água, esse bem precioso que nos foi dado/emprestado por Deus como um recurso natural deste Planeta Azul, está, tal como outros bens, a ser utilizado irresponsavelmente pela civilização ocidental. Apesar de 70% da superfície do Planeta Azul ser água, apenas 2,5% desta é doce e menos de 1% está, de facto, disponível. Porém, esta seria suficiente para a vida humana, se não insistíssemos no seu consumo desenfreado — não fosse esta a considerada sociedade de consumo! — e num desenvolvimento não sustentado.
As actividades agrícolas e industriais são as que mais consomem, mas o uso residencial não deve ser esquecido. Cada cidadão europeu gasta, em média, entre 110 a 250 litros de água por dia. No terceiro mundo, esse consumo não ultrapassa os 10 litros por dia. Actualmente, 223 milhões de pessoas de 26 países vivem sem água potável, 400 milhões de pessoas consomem água a um ritmo superior à renovação do recurso e 3,5 milhões de pessoas (sobretudo crianças) deverão morrer, em África e Ásia, com doenças associadas à água. Retratam estes números um Planeta em equilíbrio ou reflectem as assimetrias que todos nós já conhecemos?
No ano 2025, dois terços da população mundial viverá em países com grandes problemas de água, se não mudarem as políticas em relação ao seu consumo e, cada vez mais, se referem potenciais conflitos pelo ouro azul, a água. A União Europeia, como um todo, não apresenta problemas de falta de água, mas alguns estados-membros, incluindo Portugal, revelam algumas fragilidades. A seca prolongada que temos vindo a sofrer ilustra claramente a situação do nosso país, face à necessidade de melhor gerir o recurso água.
Em 15 de Setembro de 2005, todo o território continuava em situação de seca, com intensidade de moderada a extrema, verificando-se o desagravamento da intensidade da seca em parte das regiões do Norte e Centro. Estas regiões estão numa situação de seca de moderada (7%) a severa (34%). No restante território, mantinha-se a situação de seca extrema (59%). As previsões de alteração climática indicam uma diminuição da precipitação em Portugal, nomeadamente no período do Verão. Já pensámos nas consequências da diminuição da precipitação e no que poderemos fazer? Com certeza que sim! Mas, passámos à prática? Provavelmente em Aveiro, apesar da intrusão salina crescente que coloca em risco os nossos aquíferos, nem por isso.
Não tivemos, tal como no sotavento algarvio, racionamento e mesmo escassez de água, pelo que continuamos a falar da seca com um ar preocupado, mas com os mesmos hábitos de consumo. Achamos sempre, numa atitude tão cómoda, que a nossa acção individual não vai alterar nada. Pois bem, é do somatório de várias acções individuais que resulta a mudança, e não devemos, não podemos!, ficar à espera, passivamente, que os outros, o Governo, a Câmara Municipal, o Instituto da Água ou o Instituto do Ambiente, ajam.
São os pequenos gestos que fazem a diferença:
- Se uma torneira estiver a pingar, feche-a bem; se estiver avariada, mande consertá-la logo. Poupará cerca de 25 litros de água por dia;
- Num banho de imersão gasta cerca de 180 litros de água; num duche gasta 60 litros, se demorar apenas 5 minutos;
- Enquanto escova os dentes ou se barbeia, feche a torneira; assim poupará 10, 20 ou mesmo 30 litros de água;
- Em cada descarga de autoclismo gasta 6 a 10 litros de água; utilize-o só quando for necessário;
- Use as máquinas de lavar loiça e roupa só com a carga máxima;
- Há plantas que necessitam de pouca água; evite regá-las sem necessidade; se possível, reutilize água da lavagem de fruta ou legumes; regue de manhã cedo ou à noite;
- Seja cuidadoso com a rega do seu jardim. Há que mudar de atitude e de hábitos; e isso custa. Talvez precisemos, para nos ajudar, de relembrar a água como símbolo purificador e regenerador. Talvez assim, mais conscientes, consigamos interiorizar a importância deste bem comum e sejamos mais responsáveis na sua utilização.
O Dia Mundial da Água — que ocorre a 1 de Outubro próximo — é um bom dia para (re)começar esta mudança e assumir esta responsabilidade.

Um artigo de Proença de Carvalho, no DN

Soberania como prioridade
O País tem vivido nos últimos dias uma situação muito preocupante, mais ainda do que a situação financeira do Estado e da economia em geral.
O clima de indisciplina que afecta a instituição militar, as forças de segurança e as magistraturas, instigado pelas associações sindicais, atinge os fundamentos do Estado de Direito, pondo à prova a autoridade, respeitabilidade e credibilidade dos órgãos democráticos do Estado e, portanto, a governabilidade do País.
Como se já não bastasse, os episódios que envolvem alguns candidatos às eleições autárquicas com o sistema de Justiça agravam o sentimento de desconfiança dos cidadãos relativamente aos políticos mas também aos agentes da Justiça. Se os eleitores nas próximas eleições autárquicas vierem a escolher os candidatos independentes arguidos ou mesmo acusados em processos-crime relacionados com o exercício de funções em anteriores mandatos, é difícil saber se é a imagem dos políticos que será mais afectada se a imagem da Justiça.
O que equivale a perguntar em quem confiam mais os eleitores; nos candidatos ou nos magistrados que os acusam?
Esta simples interrogação que se colocou em Itália com a candidatura vencedora de Berlusconi a primeiro-ministro, é terrível para a imagem da Justiça.
Em Itália, o desprestígio do sistema de justiça levou os eleitores a confiarem mais no acusado do que nos acusadores.
Convém ter bem presente que estão em causa funções de soberania do Estado, vitais para um normal funcionamento da sociedade. Sem forças armadas e de segurança coesas e disciplinadas, que garantam o cumprimento das leis e sem um sistema de justiça que cumpra a sua função de fazer respeitar os direitos e sancionar o incumprimento dos deveres, o Estado de Direito seria uma ficção constitucional.
(Para ler mais, clique DIÁRIO DE NOTÍCIAS)

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino A vida e os desencontros da sociedade
Num encontro que muito me marcou e em que participei, em Berlim, no fim da década de setenta, ouvi os delegados alemães dizerem que, no seu país, a maior pobreza residia nos casais jovens que não queriam filhos, porque estes lhes estragavam a vida cómoda e os projectos de férias nas zonas mais apetecíveis do mundo. Nessa altura, o índice demográfico na Alemanha era já baixíssimo e crescia a xenofobia em relação aos emigrantes turcos, indispensáveis no país, por garantirem trabalhos que os naturais já não faziam. A média de filhos por casal turco era então de seis ou sete filhos. Uma ameaça nacional.
O jornal Público de 16 de Setembro trazia, a propósito da Alemanha, um artigo de arrepiar. Escrito por uma jornalista estrangeira, era titulado “No país dos sem-crianças”. Aquilo que há vinte anos parecia um desabafo de jovens aos quais os filhos podiam incomodar e por isso não os queriam, deu lugar, com os mesmos argumentos de então, agora acrescentados por outros de pior sentido, a associações de militantes que lutam para acabar de vez com as crianças no país. A tal ponto vai este ódio aos bébés que os casais que os têm e remam contra esta maré destruidora, procuram lugares para viver, longe de Berlim, onde esperam maior segurança e paz.
“Recusar crianças, diz a jornalista, é recusar a vida”. O egoísmo é sempre suicida. Por este caminho, dizem sociólogos preocupados, que a Alemanha está à beira de se tornar um país sem crianças. Em 2002, 3 % dos homens alemães, em idade de procriar, foram voluntariamente esterilizados. O nazismo fez perder a identidade e as catástrofes incontroláveis levaram à conclusão de que gerar crianças é uma irresponsabilidade. Os poderes políticos estão altamente preocupados e tentam contrariar o processo, mas os resultados parecem ser nulos.
Entre nós, fecham-se escolas porque não nascem crianças, nem esperança de que venham a nascer. Continuam a construir-se moradias sociais que só desaconselham ter filhos. As creches para bebés são poucas, por vezes bem caras, e as listas de espera para encontrar um lugar são também elas de desespero. O índice demográfico não mostra qualquer sentido de mudar para melhor e o horizonte está carregado de negro.
E o que vemos? O partido do governo, preocupado cada vez mais em que seja votada, quanto antes, a despenalização do aborto, que, embora com restrições, não é senão a porta aberta à sua liberalização. Assim o anunciaram já outros partidos que fazem coro a favor do mesmo projecto. E, mais do que fomentar e proteger a natalidade, com medidas positivas e urgentes, o Ministro da Saúde, segundo notícia de fim de semana (Público 24.9), quer que “ a partir de Janeiro do próximo ano, todos os centros de saúde e hospitais estejam abastecidos com quantidades suficientes de anticoncepcionais (pílula, preservativo e dispositivo intra-uterino), para serem dispensados a quem recorre às consultas de planeamento familiar” O “planeamento familiar” de há muito goza de especial acolhimento e apoio dos nossos governantes de ontem e de hoje...
Já tenho indagado sobre o que se faz nos referidos lugares para estimular a natalidade, dado que a nossa situação é demograficamente preocupante, como está à vista. Nada, porque não é isso que as pessoas procuram, dizem-me.
Andamos todos distraídos ou o que mais interessa a este país é mesmo que se extinga a conta gotas? Há quem queira que seja por garrote, mais fácil e mais rápido.
A Alemanha entrou num declive que parece imparável. De nós, o que se poderá esperar? Que, sem os exageros ideológicos da Alemanha, venhamos também a ser um dia, não muito longínquo, por este caminho, “um país sem crianças”?
Acordem os avós, já que aos filhos não falta quem se encarregue de os anestesiar.

NA LOUSÃ, mais uma exposição do BlogAveiro

Posted by Picasa "A VOZ DO SILÊNCIO"
"A Voz do Silêncio", uma exposição do Projecto BlogAveiro, está patente ao público entre 7 e 29 de Setembro no Átrio da Biblioteca Municipal da Lousã.
A exposição, da autoria de Isabel Henriques, apresenta fotos em torno de um livro, uma praia e as chamas que devoram estórias contadas, muitas outras por contar:
"Vidas são estórias,
Estórias são livros,
Livros são páginas cheias de vidas.
O fim do livro é a morte.
Nesse dia,
Queimam-se as páginas de um livro cheio,
Porque a estória acabou...",
refere a autora na apresentação do seu trabalho. A exposição conta com o apoio do ISCIA - Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração, da FEDRAVE - Fundação para o Estudo e Desenvolvimento da Região de Aveiro, da Delegação de Coimbra do Instituto Português da Juventude, e dos Parceiros Jornal da Bairrada, On Line News, Notícias de Aveiro, Rádio Terra Nova e Solidariedade Online.

HERA promove visitas guiadas

ROTEIRO DE ARQUEOLARIA
A HERA anuncia que estabeleceu uma parceria com a Câmara Municipal de Aveiro para a realização da VII BIENAL INTERNACIONAL de CERÂMICA ARTISTICA.
Neste âmbito, está a promover o seu roteiro ARQUEOLARIA, que será realizado nos seguintes dias:
1, 8, 15, 22 e 29 de Outubro (das 14 às 18 horas).
Roteiro:
Visita guiada aos vestígios arqueológicos do forno cerâmico em Eixo;
Olaria para observação da criação artesanal de peças cerâmicas;
Antiga Fábrica Jerónimo Pereira Campos (arqueologia industrial, início séculoXX).
Inscrições nos locais da exposição.
Informações: 969145152.

COLABORAÇÃO DOS LEITORES: FAMÍLIA DOMINICANA EM FÁTIMA

Posted by Picasa Jovens dominicanas em Fátima PEREGRINAÇÃO DO ROSÁRIO E DA FAMÍLIA DOMINICANA AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA
A “50º Peregrinação do Rosário e da Família Dominicana” ao Santuário de Fátima realizou-se no fim-de-semana de 24 e 25 de Setembro. O grupo LSJ (Luz e Semente de Jesus - Aveiro) também esteve presente. O encontro começou no sábado, pelas 15 horas, com o acolhimento às diversas dioceses presentes no Centro Paulo VI, seguido de uma saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições. Depois, todos participaram nos ensaios dos cânticos para a Eucaristia, que foi presidida pelo Bispo D. Tomaz, às 22.30 horas. Iniciou-se a celebração com uma encenação por vários jovens pertencentes aos diferentes grupos presentes, encenação que abrangeu a representação dos povos dos cinco continentes e explicava a Eucaristia. No domingo de manhã, o dia começa logo com um workshop, pelas 9 horas, sobre “Oração e Eucaristia em S. Domingos”. Uma sessão esclarecedora organizada pelo grupo de S. Domingos de Benfica mostrou as várias formas de rezar de S. Domingos dramatizadas pelo grupo de Castro d’Aire. Às 10 horas começou a Celebração do Rosário, que incluiu Eucaristia, procissão e despedida. Inês Monnet

sexta-feira, 30 de setembro de 2005

FILARMONIA DAS BEIRAS REGRESSA AOS PALCOS

Teatro Aveirense abre com 
"Festival de Outono

No dia em que se comemora o Dia Mundial da Música – 1 de Outubro -, a Orquestra Filarmonia das Beiras recomeça a sua actividade regular com o Concerto de Abertura do «Festivais de Outono». No palco da sala principal do Teatro Aveirense vão estar, a partir das 21h30, os elementos da Orquestra para, juntamente com a orquestra de sopros e o Coro do Departamento de Comunicação e Arte da UA, executarem «As Estações», de Franz Joseph Haydn. Este concerto assinala o regresso aos palcos da Orquestra Filarmonia das Beiras que, depois de um interregno de 11 meses, está agora praticamente apta a brindar toda a região centro do país com uma série de espectáculos de qualidade inquestionável. 
A Orquestra integra actualmente os 20 músicos que quiseram continuar no projecto e, de acordo com o Maestro António Vassalo Lourenço, deverá estar a funcionar em pleno até ao final do ano, não só com a integração dos músicos necessários ao modelo artístico que se pretende para uma orquestra com as características da Filarmonia das Beiras, mas também com a agenda de concertos mensais restabelecida.
Em Fevereiro de 2006, a Orquestra Filarmonia das Beiras vai retomar o programa «Música nas Escolas», pretende avançar para um conjunto de concertos comentados e vai associar-se às três grandes efemérides musicais que assinalam o ano: as comemorações dos 250 anos do nascimento de Mozart e os 100 anos de nascimento dos compositores Fernando Lopes Graça e Armando José Fernandes.

António Rego - Os fabricantes de ciclones




Amanhã temos bom tempo? Eis uma pergunta que sempre irritava o meu amigo meteorologista.”Mas o que é o bom tempo? ”, perguntava. E logo vinha uma dissertação sobre o sol e a chuva, o calor e o frio, o vento e a bonança. E como se entrejogam estes elementos com acertos geológicos tecidos em milhares de milhões de anos, dentro duma harmonia que se não concilia com as nossas contagens nervosas e apressadas.
Para nosso pragmático uso consideramos bom tempo os dias de sol, de estrada seca e visível para que o nosso carro deslize à velocidade confortável, sem recursos a abs de emergência. Possivelmente a nossa concepção optimizada de meteorologia integra-se na nossa comodidade imediata, sem nos interessarmos minimamente com o equilibro de conjunto em que se enquadra o nosso planeta e a pequena aldeia que habitamos. 
Esquecemos a nossa pertença a um sistema complexo, e a nossa responsabilidade directa no equilíbrio ou desequilíbrio da morada das nossas vidas.Fomos aprendendo, ao longo deste ano, que o bom tempo não é o que parece. 
Mesmo estimando o nosso céu azul, a maravilhosa luz que nos embala e as suaves brisas que inebriam o nascer e o declinar de cada dia, olhamos com desolação para as nossas terras ressequidas, as albufeiras rebaixadas e sem brilho, os rios sem alegria no seu curso e os jazigos de água impotentes para matar a sede das populações. Nada se recomporá sem uma chuva intensa e um vento capaz de a gerar e mover, sem uma espécie de toque de violência que sempre acompanha os ritmos descompensados da terra.Que podemos fazer?
Pedir a Deus que olhe por nós. E tentar compreender a complexidade das cadeias que envolvem o nosso planeta e em cuja coerência se encontra o conjunto de equilíbrios que desejamos. Mas há um terceiro ponto que é de consciência. Que responsabilidade tem cada um de nós no contributo para os equilíbrios necessários do sistema que nos sustenta a vida? Até que ponto somos fabricantes de ciclones nas nossas opções de consumo, na nossa ignorância interesseira sobre as causas de aquecimento do planeta, e que contribuem, como se sabe, para um progressivo aumento das catástrofes naturais. E a nossa maneira de construir cidades, ocupar leitos de rios, violar sequências geológicas que funcionariam muito melhor no respeito pelas leis internas da sua harmonia?
Nem sempre o benefício imediato é o melhor. O equilíbrio da Terra é um problema político, económico, cultural e ético. Mesmo que a nossa assinatura não esteja no Acordo de Quioto, está nas nossas mãos o presente e o futuro do Planeta.

CNIS preocupada com alargamento dos horários

Medida pode levar ao encerramento 
de equipamentos sociais 

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) está preocupada com o alargamento dos horários de funcionamento escolar, imposto pelo Despacho da Ministra da Educação. De acordo com o organismo, as implicações da medida no funcionamento dos Centros de Actividades Tempos Livres (ATL’s) da rede solidária podem provocar o encerramento de equipamentos sociais e a consequente perda de mais de 5000 postos de trabalho. 
Em entrevista ao programa Ecclesia, o presidente da CNIS, Pe. Francisco Crespo, explica que “a medida foi anunciada em Maio, pelo que não nos apanhou de surpresa”, mas não esconde a “preocupação”.“O que está em causa é o despacho do Ministério da Educação que anuncia o alargamento do horário escolar para as crianças do 1º ciclo, com o ensino do inglês e actividades extra-curriculares que deveriam ser feitas nos estabelecimentos escolares”, explica.
Apesar de esta ser uma medida a que as IPSS “não se opõem, em princípio”, a discussão relaciona-se com o esquecimento “de quem vive no terreno há dezenas de ano, a trabalhar, a fazer aquilo que o despacho vem agora propor”.
O Pe. Crespo lembra que as Instituições de Solidariedade desempenham um trabalho fundamental “nas actividades extra-curriculares e mesmo no ensino do inglês e outras línguas, para além do transporte, sempre em ligação com a família e pensando no bem-estar das crianças”.

(Para ler mais, clique ECCLESIA)

Século XXI: pobreza extrema inexplicável

Mãe e cinco filhos morrem numa barraca em chamas Século XXI. Ano 2005 depois de Cristo. Mais de 30 anos de democracia. Ano 20 da entrada de Portugal na UE. Mãe e cinco filhos morrem numa barraca em chamas, no Bairro do Fim do Mundo, no Estoril, Cascais, onde vive gente chique e onde há muita riqueza. Era uma família guineense que tinha vindo para Portugal à procura de uma vida melhor. Por ironia do destino, estava à espera de realojamento num bairro social. Seria para breve. Mas foram todos para o cemitério, perante a dor dos seus familiares e compatriotas que vivem no mesmo bairro. Nas mesmas condições. Sem água, sem luz, sem saneamento. Na miséria que a sociedade portuguesa lhes ofereceu. Isto tudo dá que pensar. Que gente somos, que comunidades criamos, que condições de vida oferecemos a quem vem viver connosco. A quem é dos nossos. Que justiça social queremos, que justiça social construímos, que justiça social pregamos, que justiça social ensinamos aos mais jovens, que justiça social defendemos para um futuro próximo. Os nossos políticos prometem tudo e mais alguma coisa, sobretudo agora, que temos eleições à porta. Novos arruamentos, novos espaços de lazer, novos apoios a instituições. Mas o povo pobre, o que vive na miséria extrema, o que não têm água, nem luz, nem saneamento, nem pão para comer, esse vai continuar esquecido, perdido nos bairros do fim do mundo. Até que venha um incêndio e destrua tudo. E atire para o cemitério quem teve a ousadia de sonhar com uma vida melhor. Fernando Martins

Um poema de Sebastião da Gama: Canção Inútil


Nunca o Mar me quis ter nas suas ondas

enrolado e perdido.

Sou o Poeta das manhãs fecundas:

vivo me quer o Mar, para cantá-las

Ó Mar, onde se acaba

tudo que é vão!

Ó Mar feito do nada dos regatos

e dos rios efémeros!

Saibam minhas manhãs a maresia!

Haja ranger de cordas de navios

e searas de limos e de peixes,

haja a violência harmónica das ondas

nas manhãs que dão cor aos meus poemas!



Tudo fala verdade ao pé do Mar.

Mesmo as nuvens são velas que se rompem,

castigadas de um Sol que é vento puro

e que tem o direito de passar.

Andam gaivotas tontas à deriva

(acenos da ternura da Manhã…).

Tinem, nos estaleiros, marteladas.

E os motores monótonos, os gritos

dos homens e das aves, o inquieto

verbo do Mar, nas rochas espalmado

a todos os minutos, desde há séculos,

tudo revela a esplêndida verdade

de ao pé do Mar, em tudo que é do Mar,

a Vida estar desperta.



É o ar da Manhã, hálito alegre

do Mar, que enfuna as velas orgulhosas

desta canção poético-marítima.

Religiosamente aqui desfio

meu rosário de vagas.

Canção inútil!

Clarim que anunciou a Madrugada



depois de a Madrugada ter florido…

Sebastião da Gama 

In "Cabo da Boa Esperança"

Faleceu a Dra. Cecília Sacramento

Cecília Sacramento



Cecília Sacramento, 
professora e escritora de muito mérito, 
continuará com os seus admiradores e amigos

Na segunda-feira, pouco antes das quatro da tarde, amigos e familiares deram-me a triste notícia, via telemóvel, do falecimento e funeral da Dra. Cecília Sacramento, professora e escritora a quem tantos devem muito. 
Conhecida e respeitada por todos os que com ela privaram de perto, alunos, professores, intelectuais, políticos e gente anónima, Cecília Sacramento cativava pelo seu porte sóbrio, mas elegante, pelo trato afável que aproximava as pessoas, pelo sorriso sereno, pela cultura que possuía, e pela capacidade de diálogo, aberta a todos, independentemente das posições políticas, sociais e religiosas de cada um. 
Pessoalmente, jamais esquecerei esta minha professora de Português, que me soube incutir, com que arte e paciência!, na meninice e na juventude, o gosto pelos livros, pela leitura e pela escrita. Ficará para sempre comigo a sua palavra doce, o seu sorriso que reflectia tranquilidade, a atenção que dispensava a todos e a forma como sabia ouvir, mas ainda a sua cultura superior e em especial a sua bondade. 
A Dra. Cecília Sacramento, que personificava a delicadeza em todas as circunstâncias, também foi uma mulher sofredora, mas nunca nas aulas mostrou abertamente o que lhe ia na alma, quando seu marido (o médico, escritor e político Mário Sacramento) era perseguido e preso pela PIDE. Apenas um semblante mais tenso, que denotava a tristeza que de todo não conseguia esconder dos alunos, revelava o drama tantas vezes sentido e calado. 
Com Cecília Sacramento, morreu também a escritora que mais profundamente se mostrou ao público depois de se aposentar do ensino. Aos seus admiradores, que os vamos encontrar entre os muitos alunos que teve e que acompanhou ao longo da vida, mas também entre quantos apreciam a arte de bem escrever, Cecília Sacramento legou obras como Uma flor para Manuela, Apenas uma luz inclinada, O rasto dos dias, Por terra batida e Palavras de luz, entre outras. Nelas, a escritora mostra a sua inquietação pelas injustiças sociais e a procura de um mundo melhor, enquanto retrata vivências pessoais (decerto reais, umas, e ficcionadas, em parte, outras), cenas escolares e alunos que com ela se cruzaram e a quem ensinou caminhos de cidadania e de fraternidade. 
Cecília Sacramento foi ainda uma mulher crente, não ligada oficialmente a qualquer Igreja, e muito generosa, sobretudo atenta aos que mais precisam. Nessa linha, doou, por exemplo, às Florinhas do Vouga, o produto da venda de um livro que escreveu. Nesta curta evocação, em que não posso nem quero esconder a minha gratidão pelo muito que me ensinou e pelas marcas que incutiu no meu espírito, peço a Deus que dê à minha querida professora a paz eterna que ela bem merece. 

Fernando Martins

Cá estou, de novo

Depois de uma curtas férias, cá estou de novo para recomeçar os contactos diários com os meus leitores, se Deus quiser. De todos, continuo a esperar a dedicação habitual, bem como as sugestões e as colaborações que acharem oportunas, mas sempre pela positiva.
Fernando Martins

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Ausente, mas sempre presente

Em descanso, por uns dias
Durante uns dias estarei em descanso, que nem só de trabalho vive uma pessoa.
Se motivos e oportunidades tiver, mas também se houver boa disposição, cá estarei, mesmo de fugida, em contacto com os meus amigos leitores, neste mundo maravilhoso da blogosfera.
Cumprimentos
Fernando Martins

domingo, 25 de setembro de 2005

CONGRESSO: "Responsabilidade por um ensino de qualidade"

A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DO DIREITO DA EDUCAÇÃO vai realizar o seu 1º Congresso de Direito da Educação nos próximos dias 14 e 15 de Outubro de 2005, no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, dedicado ao tema "RESPONSABILIDADE POR UM ENSINO DE QUALIDADE".
(Para mais informações, clique aqui)

Um soneto de Reinaldo Matos

Posted by Picasa CÂNTICO DAS FLORES Reserva tempo p’rás pequenas coisas E pequenos prazer’s de cada dia: P’ra ouvir o doce cântico das flores No canto singular dum passarinho. Reserva sempre tempo, dia a dia, P’rás mais humildes e pequenas coisas, E canto singular dum passarinho Far-se-á ouvir num cântico de flores. Sim, tira tempo p’rás pequenas coisas: Reserva tempo, quando não tens tempo, E ocupa o tempo, quando o tempo abunda, – P´ra descobrir’s e conquistar’s o mundo Nas coisas ínfimas que dão prazer, Autêntica alegria, paz e amor.

BISPOS DA EUROPA E DOS EUA CONTRA OS MEDOS DE HOJE

Episcopados da Europa e dos EUA debateram "O desafio da segurança global e a governação"
Os Bispos da UE e dos EUA, reunidos em Bruxelas para um encontro sobre as relações transatlânticas, pediram que a Igreja Católica assuma responsabilidades para dissipar “os medos de hoje”.“Há muitos medos que atravessam o mundo de hoje.
O horizonte não parece sereno e as incertezas aparecem não só aos cidadãos, mas também aos políticos de elevada responsabilidade”, alertam os membros da Comissão dos episcopados católicos da UE (COMECE) e da Conferência Episcopal dos EUA (USCCB).
Numa mesa redonda consagrada ao tema “O desafio da segurança global e a governação”, os prelados referiram que “neste contexto crescem as responsabilidades da Igreja, chamada a favorecer o diálogo e a sustentar a paz e a esperança no mundo.D. John Ricard, presidente da USCCB, explicou que “após os atentados do 11 de Setembro, passámos por uma fase difícil de confrontos crescentes, com as guerras que se lhes seguiram, e assistimos a um paradoxo: no nosso país respira-se um forte sentido de vulnerabilidade, apesar de sermos a única superpotência que existe no plano político e militar”.
O prelado lembrou que a Igreja Católica levantou a sua voz “contra a guerra preventiva e o unilateralismo político”, referindo que agora “é tempo de promover a paz, que não é só ausência de guerra, mas também tutela dos direitos humanos e compromisso pela justiça”.
Os participantes sublinharam o papel fundamental da ONU para prevenir conflitos e manter a paz, apesar de reconhecerem nela “limites e dificuldades nesta fase política”.
Relativamente à luta contra o terrorismo, os episcopados pedem “um compromisso no plano político e pedagógico, para remover as causas que estão na origem de situações de injustiça”.
Fonte: Ecclesia

MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DE TURISMO

Viagens e transportes: do mundo imaginário de Júlio Verne à realidade do século XXI
A celebração do Dia Mundial do Turismo, fixada para 27 de Setembro próximo, oferece ao Sumo Pontífice Bento XVI a oportunidade de transmitir um cordial pensamento a quantos fazem parte do vasto mundo do turismo, e de lhes demonstrar a solicitude pastoral da Igreja. É interessante o tema escolhido pela Organização Mundial do Turismo para esta ocasião: Viagens e transportes: do mundo imaginário de Júlio Verne à realidade do século XXI.
Consultar o novo atlas geográfico
Júlio Verne, homem de letras, viajante e escritor de ardente imaginação, inteligentemente soube conjugar nos seus escritos fantasia e conhecimentos científicos do seu tempo. De facto, as suas viagens, reais ou imaginárias, constituíram um convite a consultar o novo atlas geográfico e um desafio à responsabilidade humana ao enfrentar os limites que não podiam mais ser dissimulados.
No final do século XIX, na sua incrível viagem, Verne superava estes limites impostos pela cultura dominante e por uma visão que fazia do Ocidente europeu o todo. Também hoje existem obstáculos a superar se se quiser que a oferta turística, fruto de viagens e transportes, seja alargada a todos. Novas e inéditas possibilidades de viagens, com meios de transporte cada vez mais modernos e velozes, podem transformar o turismo numa providencial ocasião para compartilhar os bens da terra e da cultura. Um século após a morte de Júlio Verne muito do que ele imaginou tornou-se acessível e assumiu forma concreta. Está a realizar-se o sonho de um turismo sem fronteiras, que poderia contribuir para criar um futuro melhor para a humanidade.
Exigências éticas conexas com o turismo
Contudo, é necessário ter sempre em consideração as exigências éticas conexas com o turismo. É importante que quantos têm responsabilidade neste âmbito políticos e legisladores, homens de governo e das finanças se empenhem a favorecer o encontro pacífico entre as populações, garantindo segurança e facilidade de comunicação. Os promotores, organizadores e quantos trabalham no sector turístico estão chamados a produzir estruturas que o torne saudável, popular e economicamente sustentável, tendo sempre bem claro que em cada actividade, e portanto também no turismo, a finalidade principal deve permanecer sempre o respeito pela pessoa humana, no contexto da busca do bem comum. Quem viaja por turismo deve ser motivado pelo desejo de encontrar os outros, respeitando-os na sua diversidade pessoal, cultural e religiosa; deve estar pronto a abrir-se ao diálogo e à compreensão e com os próprios comportamentos veicular sentimentos de respeito, solidariedade e paz.
O papel das comunidades cristãs
Além disso, de notável realce é o papel das comunidades cristãs: ao acolher os turistas devem comprometer-se a oferecer-lhes a possibilidade de descobrir a riqueza de Cristo encarnada não só nos monumentos e obras de arte religiosa, mas na vida diária de uma Igreja viva. Também as viagens, desde o início do Cristianismo, permitiram e facilitaram a difusão da Boa Nova em todas as partes do mundo.
Ao desejar que o próximo Dia Mundial do Turismo traga os esperados frutos, Sua Santidade Bento XVI garante uma recordação na oração e de bom grado envia a todos a Bênção Apostólica. Aproveito a ocasião para me confirmar com sentimentos de distinto obséquio.
Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano
Fonte: ECCLESIA

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Picasa GAFANHA DA NAZARÉ: Jardim 31 de Agosto Oferta aos gafanhões emigrantes
Estou convencido de que há muitos gafanhões dispersos pelo mundo, que não vêm às Gafanhas há bastante tempo. Alguns deles, decerto, já não terão presente na memória espaços que outrora frequentaram com assiduidade. Por isso, vou passar a oferecer a todos, com alguma regularidade, imagens deste recanto paradisíaco, beijado pela ria e pelo mar.
Fernando Martins

sábado, 24 de setembro de 2005

DIOCESE DE AVEIRO PEREGRINA A FÁTIMA

Fazei tudo o que Ele vos disser
– O amor à Palavra de Deus Dois mil diocesanos de Aveiro estão hoje, 24 de Setembro, como peregrinos no Santuário de Fátima, local onde rezaram, esta manhã, pela “graça da conversão” e “pela renovação das comunidades e da Igreja Diocesana de Aveiro”. Na Eucaristia, celebrada no Recinto de Oração, D. António Baltasar Marcelino sublinhou, durante a homilia, que a Diocese de Aveiro estava em Fátima em peregrinação, e não em turismo ou por um acaso, e convidou os seus diocesanos a encontrar no testemunho de Maria – Fazei tudo o que Ele vos disser – o exemplo para seguir Jesus Cristo, isto porque “quando fazemos o que Deus nos manda, estamos no caminho do bem”. “Tenhamos amor à Palavra de Deus porque é a maneira de saber o que Deus nos pede, nos manda e nos dá”, pediu. Fazer o que Deus nos manda, sublinhou o Prelado, é o “caminho para a graça interior, para o milagre, quando os pequenos gestos podem ser bálsamos e luz para os outros”. “A nossa Diocese precisa de cristãos a sério, de devotos de Maria que a imitem, que queiram imitar os seus caminhos”, afirmou o Bispo de Aveiro. Para D. António Marcelino o importante da vinda ao Santuário de Fátima é a tomada de decisão para a conversão. “Só vem a Fátima quem quiser ficar mais perto de Deus, quem tem vontade de se converter, quem aqui quer conhecer Jesus Cristo, porque Ele é o único salvador. (…) Fátima é para descobrir Cristo, na Sua pessoa, na Sua mensagem e missão”, disse, explicando que a conversão “é graça de Deus, mas ninguém se converte se não se quiser converter”.

Fonte: Santuário de Fátima

JN assinala mil páginas de actualidade religiosa

Posted by Picasa ESPAÇO COM SENTIDO ECUMÉNICO
O “Jornal de Notícias” (JN) publica no próximo Domingo (25/09/05) a milésima página de "Religião". Um comunicado, assinado por Rui Osório, lembra que “tudo começou na Páscoa de 1986, em 10 de Março de 1986. Na altura, o JN tinha, praticamente todos os dias, páginas temáticas”. “Não admiraria se publicasse uma dedicada à ‘Religião’, como agora se chama, sucedendo a ‘Actualidade Religiosa’, como se designava ao princípio e durante anos.
O que então se propunha, ideário que ainda mantém, era ‘a dimensão social e cultural do fenómeno religioso que interessa a crentes e mesmo a não crentes’”, acrescenta a nota.
O espaço privilegia a informação, seja no tema principal, seja nas breves notícias, e tem também espaço para a opinião, assinada, quase sempre, pelo responsável pela edição, Rui Osório. Há ainda um breve espaço, "Estante", para informar sobre livros ou revistas que os autores e editores enviam expressamente, seja os de interesse teológico-pastoral, espiritual ou cultural.
“A página acompanhou a evolução gráfica do JN, quer quanto ao tamanho do jornal quer quanto ao seu grafismo. Atenta ao fenómeno religioso, nas vertentes informativa e de opinião, nunca quis ser um tratado sobre religiões, para ajudar os leitores numa eventual escolha, mas noticiar sobre aquelas que têm mais peso na sociedade portuguesa, privilegiadamente a católica, mas sempre com sentido ecuménico e obedecendo aos imperativos do diálogo inter-religioso, visto na perspectiva de movimento de índole cultural e com reconhecido impacto na vida das pessoas e das sociedades”, escreve Rui Osório.
Fonte: ECCLESIA

Um texto do padre João Gonçalves

A hora de chegar
Deus não tem relógio; nem precisa de calendário; o tempo não conta, para Quem é Senhor de todo o tempo.
Nós, sim; temos urgência em não estragar o tempo que nos é dado; sentimos que é preciso não perder nem o tempo, nem as oportunidades; porque o tempo tem valor de eternidade; perdê-lo, pode ser motivo de outras perdas, também irrecuperáveis, tal como os minutos ou os segundos.
Por vezes estamos por aí nas praças da ociosidade; a fazer tempo, ou a estragá-lo; como se já tudo estivesse feito; ou, então, como quem só conta com o trabalho dos outros...
Deus passa; aceita a humildade de bater à nossa porta e de esperar, pacientemente, que Lhe demos licença de entrar; e, se o fizermos, Ele faz festa connosco; e no silêncio e no decorrer da “ceia”, vai-nos revelando os segredos da tranquilidade e da paz.
Ele não tem pressa; nem paga melhor aos que chegarem mais cedo. Pagará sempre, bem, àqueles que vêm, decididos, com vontade firme de ficar. Porque a lógica de Deus é diferente da nossa maneira de ver ou de julgar.
O que Ele quer é o nosso sim convicto, sincero, autêntico e generoso, com a vontade firme de acertar nos Seus caminhos, tão diferentes dos nossos.
Estamos à procura; mas Ele está perto de quantos O invocam com sinceridade.
In "Diálogo", 1040 - XXV DOMINGO COMUM