segunda-feira, 11 de abril de 2005

"Artes de Pesca - As Pescas na Arte" no Museu Marítimo

No Museu Marítimo de Ílhavo há mais uma exposição que não pode ficar esquecida, sobretudo pelos que gostam das coisas ligadas ao mar. Desta feita trata-se das artes da pesca e das pescas na arte. A informação veio no Diário de Aveiro e aqui a ofereço a quem não lê este jornal.
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A Sala de Exposições Temporárias do Museu Marítimo de Ílhavo tem patente o primeiro módulo da exposição «Artes de Pesca - Pescas na Arte» até dia 30 de Junho. O segundo módulo pode ser apreciado entre 20 de Julho e 16 de NovembroFoi inaugurada no passado sábado, na Sala de Exposições Temporárias do Museu Marítimo de Ílhavo, uma exposição de pinturas a óleo, aguarelas e esculturas em gesso e bronze subordinado ao tema Artes de Pesca - Pescas na Arte (1.º Modulo).A exposição apresenta obras dos primeiros 25 anos do século XX de pendor naturalista, estando patentes trabalhos de Carlos Pinto Ramos, Simões de Almeida, Juan Avalos, (pertença do Museu de José Malhoa), Sousa Lopes, Carlos Bonvalot, e Silva Porto (da Casa Museu Anastácio Gonçalves) e do espólio do Museu Marítimo de Ílhavo, pinturas de António Vitorino, Bayard, D. Carlos de Bragança, Carlos Fragoso e Palmiro Peixe.Presentes na inauguração, o vereador da Cultura, Neves Vieira, o Comandante do porto de Aveiro, João Velez, o presidente da Associação dos Amigos do Museu, Aníbal Paião, o director do Centro de Saúde de Ílhavo, Pereira da Silva, antigos e actuais tripulantes da frota pesqueira e convidados.
(Para ler o texto na íntegra, clique aqui)

Em Aveiro: Projectos de Solidariedade Universitária

Se há quem pense que os estudantes universitários de Aveiro se dedicam apenas ao estudo e a diversões nem sempre com algum sentido utilitário, engana-se. Há muitos que se envolvem em acções de solidariedade, ocupando os seus tempos livres a fazer o bem. As iniciativas nessa linha começaram há anos, no âmbito de uma parceria que envolveu o Centro Universitário Fé e Cultura, a Associação Académica da Universidade de Aveiro e os Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro, com o apoio da Reitoria. Presentemente, os alunos da UA dão explicações no Bairro de Santiago. Apoiam crianças com dificuldades de aprendizagem, colaborando desta forma com as Florinhas do Vouga. Outros, depois de um curso de formação, integram a equipa de Voluntariado no Hospital Infante D. Pedro, ajudando, sob várias formas, os doentes mais carentes de afecto. O Voluntariado em Lares de Idosos funciona integrado no Projecto Vida Mais – Voluntariado Diocesano. Os universitários recebem formação específica, para melhor prestarem apoio aos utentes de Lares, que aceitam esta forma de ajuda a quem precisa de uma palavra amiga, enquanto outros necessitam mais de ser ouvidos do que de falar. Depois, há os jovens que colaboram com a capelania da Cadeia, através de visitas pontuais e de tarefas na realização de actividades e ateliês destinados aos reclusos. Na CERCIAV – Cooperativa para a Educação e Reabilitação do Cidadão Inadaptado de Aveiro, também os universitários marcam presença periódica, integrando-se em equipas de apoio a pessoas que tanto dele precisam. Ainda colaboram com a Cáritas Diocesana, nomeadamente no Projecto Senda Gitana e na animação sociocultural. E com Perdidos e Achados – Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Aveiro, desenvolvem iniciativas que visam o respeito pelos animais. Como facilmente se compreende, afinal, entre os alunos da UA ainda há quem se envolva, com regularidade, no Voluntariado direccionado para quem mais precisa. Quem estiver interessado em colaborar, pode dirigir-se ao CUFC – Centro Universitário Fé e Cultura, onde há sempre alguém para bem receber. O CUFC fica mesmo em frente à UA, em edifício que facilmente se identifica.
F.M.

No sábado, no Seminário de Aveiro

No próximo sábado, pelas 21.30 horas, no Seminário de Santa Joana Princesa, vai ter lugar um Sarau Missionário, organizado pelo Secretariado Diocesano de Acção Missionária. O tema, “Muitos mundos... um só Mundo: A MISSÃO”, pretende alertar os cristãos para a urgência de se empenharem, directa ou indirectamente, na acção missionária da Igreja Católica. Do programa faz parte uma peça de teatro, “Gota de Mel”, e um Conto de Mato Africano. Há ainda uma intervenção do responsável por aquele secretariado, padre Georgino Rocha, e um intervalo com chá e biscoitos. Vale a pena participar, quanto mais não seja para se ficar mais esclarecido sobre um tema tão importante.

domingo, 10 de abril de 2005

Poema de Daniel Faria

 
Daniel Faria (1971 - 1999) 

Homens que são como lugares mal situados 
Homens que são como casas saqueadas 
Que são como sítios fora dos mapas 
Como pedras fora do chão 
Como crianças órfãs 
Homens sem fuso horário 
Homens agitados sem bússola onde repousem 
Homens que são como fronteiras invadidas 
Que são como caminhos barricados 
Homens que querem passar pelos atalhos sufocados 
Homens sulfatados por todos os destinos 
Desempregados das suas vidas 
Homens que são como a negação das estratégias 
Que são como os esconderijos dos contrabandistas 
Homens encarcerados abrindo-se com facas 
Homens que são como danos irreparáveis 
Homens que são sobreviventes vivos 
Homens que são como sítios desviados 
Do lugar 

In "Homens que são como lugares mal situados", 
Fundação Manuel Leão, 2ª edição, 2002 

Daniel Faria nasceu a 10 de Abril de 1971, em Baltar, Paredes, tendo-se licenciado em Teologia na Universidade Católica Portuguesa. Depois, obteve a licenciatura em Estudos Portugueses, na Faculdade de Letras do Porto. 
Recebeu vários prémios literários relativos a inéditos de poesia e conto. 
De entre os seus escritos dispersos incluem-se "Oxálida", "A Casa dos Ceifeiros", "Explicação das árvores e de outros animais", "Homens que são como lugares mal situados" e "Dos Líquidos", publicado depois da sua morte. 
Colaborou nas revistas "Atrium", "Humanística e Teologia", "Via Spiritus" e "Limiar". 
Quando faleceu, a 9 de Junho de 1999, era noviço no Mosteiro de Singeverga.

Haverá uma beleza que nos salve?

Não, não há uma beleza que nos salve. Só a bondade nos salva. E a bondade manifesta-se, por vezes, no meio da maior fealdade. Explico-me. Uma pessoa capaz de actos de bondade, uma pessoa com bom coração, pode ter uma cara que é considerada feia, pode vestir-se de uma maneira que é considerada pirosa, pode ter tido notas medíocres, pode ser um artista medíocre. Quando visitamos um museu com obras belíssimas, como o Louvre ou o Prado, podemo-nos esquecer de que as pessoas, os visitantes e os funcionários que estão lá connosco, são obras mais belas do que as mais belas obras expostas que andamos a ver. Um artista torturado pela beleza que consegue, ou que não consegue, dar ao que pinta e que se autodestrói está equivocado. Seria preferível deixar de pintar ou pintar obras medíocres. Como dizia o meu avô materno, que era médico, “mais vale burro vivo do que sábio morto”. Se a busca da beleza nos impede de viver, então há é uma beleza que nos perde. E há. Penso que não nos devemos enganar sobre a beleza. Se a nossa obra artística, ou outra, não implica a renúncia às coisas inúteis e a partilha, então é bastante inútil. E as coisas inúteis, para uma poetisa, são o desejo de escrever obras perfeitas e de ser reconhecida pelos seus pares. Roubei à Irmã Emmanuelle a expressão “renúncia às coisas inúteis e partilha” (“renonce aux choses inutiles et partage”, in “Famille chrétienne”, Numéro hors série, été 2004, p. 6). Se não há partilha, o artista é quase tão aberrante como um padre que celebrasse a missa só para si. Os artistas são, às vezes, muito egoístas. É verdade que as suas obras, apesar disso, podem comunicar – mas será involuntariamente? – bons sentimentos. A arte está cheia de ódio, de maus sentimentos. Parece que estou a dizer mal da arte e não queria fazer isso. No Natal, uma amiga mandou-me um cartão de boas festas da Unicef com um Anjo da Anunciação de Fra Angelico. Tenho-o em exposição no meu quarto e, quando quero rezar, olho para ele. Mas não sou contemporânea de Fra Angelico. Não posso tomar café e tagarelar com ele nos cafés como posso fazer com a amiga que me enviou o anjo dele pelo Correio. Por isso o Anjo da Anunciação de Fra Angelico, que é tão bonito, pode também ser doloroso. Fra Angelico já morreu. E não é a beleza do anjo de Fra Angelico que me garante que Fra Angelico ressuscitará. Um poema de Rimbaud está cheio de violência. Há muita beleza na expressão dessa violência. E isto é terrível. Preferia que Rimbaud não estivesse ferido a ponto de escrever daquela maneira? Preferia. Mas não posso dizer isto assim. A arte é feita para construir a paz. Não é um esgrimir no vazio. Não pode ser. Olho para o Anjo da Anunciação de Fra Angelico. Parece-me belíssimo. É vermelho e dourado. É verde e azul. Mas, ao escrever assim, parece-me que estou a evocar o poema de Rimbaud intitulado “Vogais”. A arte é um modo de lidar com a ausência. E por isso é tão preciosa e tão perigosa. Nunca é a alegria da presença. Adília Lopes, poetisa in Observatório da Cultura on line (www.ecclesia.pt/cec)


Adília Lopes
Poetisa


(In "Observatório", do "site" da Comissão Episcopal da Cultura)

Semana das vocações de consagração

Nós somos co-responsáveis pela acção da Igreja
Começa hoje a semana de oração pelas vocações de consagração. Será uma semana que nos convida a reflectir sobre a nossa vocação de serviço aos outros, quer como clérigos, quer como leigos. Uns deixando tudo, aceitando o chamamento de Deus para se dedicaram totalmente ao serviço do Reino, outros assumindo em pleno, na vida, as suas condições de baptizados. Os consagrados, aqueles que se dão sem limites - os bispos, os padres, os diáconos e os membros das Ordens e Institutos Religiosos e alguns leigos -, têm esta semana, de forma especial, para se debruçarem sobre até que ponto estão a cumprir o mandato que receberam de Cristo para servir a Igreja e as mulheres e homens seus irmãos, numa doação de entrega total. Os não consagrados, que são a maioria dos leigos, não podem deixar de examinar a sua consciência para descobrirem se o seu empenhamento no apoio aos que estão na linha da frente do serviço é, de facto, positivo. Todos, afinal, têm ainda de meditar sobre o seu envolvimento na descoberta de vocações de consagração, indispensáveis na Igreja, que anseia por chegar aos quatro cantos da Terra, em resposta ao mandato de Cristo. A Igreja precisa de gente consagrada, mas a maioria das vezes pensamos que isso é tarefa para outros, como se não fôssemos membros de pleno direito e com obrigações nas comunidades cristãs. Fingimos ignorar, quantas vezes, as responsabilidades que temos na descoberta de jovens e menos jovens que possam servir a Igreja, olvidando a obrigação que os crentes têm de apoiar os que estão em caminhada vocacional. Penso que esta semana deveria servir para os cristãos pensarem nestas coisas, não delegando em ninguém a tarefa de o fazer. Nós somos, de facto, co-responsáveis pela acção da Igreja. Fernando Martins

Ouvindo Evard Grieg

Evard Grieg
Neste fim-de-semana, foi um prazer muito grande ouvir Evard Grieg, compositor norueguês que viveu entre 1840 e 1907. As Suites nº 1 e nº 2 e o Concerto para piano e orquestra envolveram-me com melodias que mostram uma sensibilidade muito própria. As primeiras obras foram compostas para ilustrar um drama do seu compatriota Ibsen. O herói do drama, Peer Gynt, é uma personagem bastante irreal, cujas aventuras mostram um orgulho egoísta. As Suites são compostas por quatro cenas cada uma, correspondentes a outras tantas melodias, que se interligam com uma simplicidade que encanta, enquanto nos transportam a ambiência facilmente compreensíveis: A Manhã, A Morte de Ase, Dança de Anitra, Na Gruta do Rei das Montanhas, Regresso de Peer Gynt, Canção de Solveig, Lamento de Ingrid e Dança Árabe. O Concerto para piano e orquestra, que esteve muito em voga em França, é uma obra magnífica. O primeiro andamento acorda-nos, se não estivermos concentrados, com uma introdução de piano que todos os melómanos bem conhecem, tal é a sua beleza. Depois vem o segundo andamento em que o piano oferece ornamentos cheios de arabescos inesquecíveis. E o último, uma evocação das danças norueguesas, é uma conclusão majestosa. Ouçam e apreciem, com calma, se puderem, para ficarem a gostar, se é que não conhecem já Evard Grieg. Fernando Martins

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello "Bonito Dia": Foto de Crixtina, pseudónimo artístico da ilhavense Dora Bio

sábado, 9 de abril de 2005

Fotografia de José Carlos Sá em exposição

Foto de José Carlos Sá
Hoje, dia 9 de Abril, foi inaugurada na Casa Municipal da Juventude de Aveiro a exposição "Os Palcos da Bola", com fotografias da autoria de José Carlos Sá, aluno da disciplina de Fotojornalismo, do 4ºano da licenciatura em Comunicação do Instituto Superior das Ciências da Informação e da Administração de Aveiro. A mostra pode ser apreciada até 30 de Abril, de segunda a sexta-feira, entre as 9.30 e as 19 horas, e aos sábados, entre as 10 e as 13 horas e entre as 14 e as 18 horas.
... O plural de Palcos da Bola só tem cinco minutos de distância. Ou uma eternidade. São dois mundos nos antípodas, unidos pela bola mágica.O Estádio Municipal de Aveiro é o palco opulento, garboso nas suas cores novinhas em folha. É bonito, apresenta-se bem, era preciso pôr gravata para receber o 2004. Vão lá jornalistas, até aos treinos, quando muda o treinador dá nas notícias, há VIP's e saídas de emergência, parabólicas que levam a redondinha ao mundo, e ondas nas bancadas porque às vezes vai lá gente que dá para fazer as ondas. Tem apanha-bolas contratados, é enorme de tão grande, tem um painel "Você está aqui". Porque é grande, do tamanho dos sonhos de quem delira com vitórias opulentas, garbosas nas suas cores novinhas em folha... ... Fonte: Blogaveiro (Para ler mais, clique aqui)

Sócrates avança com medida acertada

O primeiro-ministro, José Sócrates, vai avançar com uma medida acertada, medida essa que vai pôr fim aos políticos que se eternizam no poder. Assim, a proposta de José Sócrates, a ser aprovada pelo Governo, limitará a três mandatos os cargos de presidentes de Câmara, das Juntas de Freguesia e líderes regionais, bem como do próprio primeiro-ministro. Os que exercem funções há mais de 12 anos, só poderão recandidatar-se mais uma vez.
Sempre pensei que os cargos políticos devem ser assumidos como um serviço à sociedade. Depois disso, os cidadãos que os desempenham teriam de regressar às suas anteriores profissões. O que acontece é que alguns ficam de tal modo agarrados ao poder que até acabam por ter medo de sair dele. São os tais profissionais da política, que se tornam, muitas vezes, incapazes de singrar noutras áreas profissionais.
Além disso, o poder pode acabar por criar vícios, podendo levar os políticos a caírem em situações de estagnação a vários níveis. A mudança, na política como em qualquer outra área, pode gerar inovação e estimular novos desafios, à partida sempre bons para o progresso das sociedades e bem-estar das populações.
Nunca compreendi a razão por que é que os eleitores contribuem para a manutenção no poder de autarcas, votando muitas vezes nos mesmos. Será que vêem neles pessoas insubstituíveis e únicas? Será que não vislumbram outros políticos, porventura mais dinâmicos e melhores? Será que não acreditam nas vantagens de mudanças e de outras ideias? Será por comodismo? Será por medo de assumirem a responsabilidade de novas experiências? Confesso que não sei.
Fernando Martins
(Achegas, concordantes ou discordantes, podem ser dirigidas para o meu e.mail: rochamartins@hotmail.com)

Testamento do Papa

Testamento de 06.03.1979 e sucessivos acrescentos Totus Tuus ego sum Em nome da Santíssima Trindade. Amen. "Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor" (cf. Mt 24,42) - estas palavras recordam-me o último chamamento, que acontecerá no momento em que o Senhor quiser. Desejo segui-Lo e desejo que tudo aquilo que faz parte da minha vida terrena me prepare para este momento. Não sei quando isso acontecerá, mas, como em tudo, também neste momento me coloco nas mãos da Mãe do meu Mestre: Totus Tuus. Nas mesmas mãos maternas entrego tudo e Todos aqueles com os quais a minha vida e a minha vocação me ligou. Nessas mãos entrego, sobretudo, a Igreja e também a minha Nação e toda a humanidade. Agradeço a todos. A todos peço perdão. Peço também a oração, para que a Misericórdia de Deus se mostre maior do que a minha fraqueza e indignidade. Durante os exercícios espirituais reli o testamento do Santo Padre Paulo VI. Esta leitura impulsionou-me a escrever o presente testamento. Não deixo atrás de mim nenhuma propriedade da qual seja necessário dispor. Quanto às coisas de uso quotidiano de que me sirvo, peço que sejam distribuídas como parecer oportuno. As notas pessoais sejam queimadas. Peço que dom Stanislaw, a quem agradeço pela colaboração e pela ajuda tão prolongada ao longo dos anos e tão compreensiva, vele por isto. Todos os outros agradecimentos, em contrapartida, deixo-os no coração diante do próprio Deus, pois é difícil exprimi-los. No que diz respeito ao funeral, repito as mesmas disposições que o Santo Padre Paulo VI deu (numa nota à margem: a sepultura na terra, não num sarcófago, 13.3.92). "Apud Dominum misericordia et copiosa apud Eum redemptio" João Paulo pp. II Roma, 06.03.1979 (Para uma leitura de todo o texto, clique ECCLESIA)

HORIZONTES DA FÍSICA

Por iniciativa da FISUA - Associação de Física da Universidade de Aveiro, os Horizontes da Física estão a ser alargados a quem gosta de saber mais. Assim, nos próximos dias 14 e 28 de Abril, no Grande Auditório do Centro Cultural e de Congressos, haverá duas conferências para todos, pelas 21.30 horas, seguidas de Concerto. A primeira, a apresentar por José Fernando Mendes, da UA, versará o tema "Das pontes de Konigsberg ao Genoma", e a segundo, a cargo de Carlos Herdeiro e Miguel Costa, da FCUP, sobre "Viagens no tempo". No dia 12 de Maio, no Grande Auditório da Reitoria da UA, à mesma hora, João Lopes dos Santos, da FCUP, falará sobre "Teleportação: magia ou ciência?". Estas três boas oportunidades de podermos abrir os nossos próprios horizontes, no âmbito da ciência, não podem ser desperdiçadas.

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Posted by Hello PESCADOR do artista aveirense Gaspar Albino

sexta-feira, 8 de abril de 2005

O mundo despediu-se de João Paulo II

As imagens e os sons do mundo na hora da despedida do Papa João Paulo II, que partiu para o seio do Pai, ainda ocupam o meu espírito. E hão-de permanecer, tenho a certeza, como momento único e jamais sentido.
Povos de todas as raças e condições, representados pelos seus Reis, Presidentes e Chefes de Governo, diplomatas e governantes, líderes das mais diversas religiões do planeta e gente e mais gente, todos vindos de vários quadrantes da Terra, prestaram a maior e mais expressiva homenagem de todos os tempos a alguém que marcou indelevelmente a História. Responsáveis por isso, unicamente, a vida e o carisma de um homem e a missão de um Papa que, durante quase 27 anos, se deu à proclamação da Boa Nova de Jesus Cristo, numa tentativa de aproximar homens e mulheres em torno de projectos de fraternidade e de amor. Fraternidade e amor que gerassem paz, liberdade e respeito pela dignidade do ser humano. E, consequentemente, que acabassem com a fome, com os marginalizados, com os espoliados e com os perseguidos por causa da sua fé e de sonhos de liberdade. João Paulo II foi o Bom Pastor que incansavelmente nos convidava a levantar e a andar rumo ao Senhor de todos os dons, mas também a permanecer "no amor de Cristo", como sublinhou o decano dos Cardeais, Cardeal Joseph Ratzinger, que presidiu, hoje mesmo, ao funeral do Papa. Um caixão simples, apenas com uma cruz e com o M de Maria, sobre o qual foram colocados os Evangelhos, acolheu os restos mortais da maior personalidade do século XX. Com os restos mortais de João Paulo II humildemente pousados no chão da Praça de São Pedro, Deus recebeu as orações e as homenagens da Igreja e do mundo, as lágrimas e as palmas de uma multidão, como nunca se viu, bem como os agradecimentos e o entusiasmo de uma juventude magnetizada pelo carisma ímpar deste Papa que agora nos deixou. O seu corpo ficará em campa rasa, na terra, "como semente de eternidade", garantindo o futuro e a esperança da Igreja, disse o Cardeal Ratzinger, para logo acrescentar que o Papa "procurou o encontro com todos", enquanto deu a sua vida, até ao último momento, "por Cristo e por nós".
"O Santo Padre foi sacerdote até ao fim, porque ofereceu a sua vida a Deus pelas suas ovelhas e por toda a família humana, numa doação quotidiana ao serviço da Igreja e, sobretudo, nas difíceis provas dos últimos meses", salientou o Cardeal Ratzinger. E acrescentou: "Podemos estar seguros de que o nosso amado Papa, agora na Casa do Pai, nos vê e abençoa." A beleza e a sobriedade da liturgia, os cânticos e o significado profundo dos textos bíblicos escolhidos e proclamados em diversas línguas, como símbolo da universalidade da Igreja, envolveram a cerimónia que as televisões e rádios levaram em directo a todos os recantos da Terra. Os demais órgãos de comunicação social hão-de mostrar, amanhã, a toda a gente que está em sintonia com o mais mediático e mais viajado de todos os Papas, outros pormenores, vistos de vários ângulos. Que tudo sirva para nos convocar a uma reflexão sobre o exemplo do Papa João Paulo II e sobre a mensagem da sua vida de entrega a Cristo e aos homens de boa vontade. Tão-só para construirmos um mundo muito melhor. Fernando Martins

quinta-feira, 7 de abril de 2005

Obra do Apostolado do Mar

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Acolhimento cristão junto dos portos
deve ser dinamizado
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O Director Nacional da Obra do Apostolado do Mar, padre Carlos Augusto Noronha, também pároco de Buarcos, na Figueira da Foz, é um profundo conhecedor das necessidades dos pescadores e marinheiros. E defende, por isso, na linha do que propõe o Papa João Paulo II, que as dioceses ligadas ao mar devem dinamizar o acolhimento cristão a todos os que demandam os portos. Também defende que nas paróquias piscatórias se criem pontos de encontro, os Stella Maris, onde os valores do homem do mar sejam cultivados e defendidos. (O texto completo pode ser lido no SOLIDARIEDADE)

Bispos portugueses apresentam princípios de acção social

Princípios e Orientações da Acção Social e Caritativa da IgrejaPreâmbuloEm Portugal, uma boa parte da acção social e caritativa da Igreja exerce-se através de um amplo e diferenciado leque de instituições sócio-caritativas, designadas oficialmente Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e apoiadas pelo Estado. A institucionalização da acção social proporcionou-lhe estabilidade, contribuiu para melhorar a qualidade dos serviços prestados e tem ajudado a definir o quadro de cooperação entre os parceiros sociais. Porém, em paralelo com os aspectos positivos, também originou alguns inconvenientes que não podemos ignorar.A Conferência Episcopal Portuguesa, atendendo às recentes alterações legais e pretendendo aperfeiçoar os parâmetros de cooperação com o Estado e com outras entidades, considera chegado o momento de definir alguns princípios gerais que ajudem a clarificar a perspectiva eclesial das instituições sócio-caritativas e contribuam para optimizar o estilo de cooperação entre os parceiros sociais.A Igreja, realidade humana de instituição divina, distinta de qualquer outra comunidade humana, identifica-se, manifesta-se e realiza-se quando Cristo se torna presente, no seu seio, pela palavra anunciada e testemunhada, pela celebração da fé e pelo serviço fraterno, três realidades unidas de forma indissolúvel e insustentáveis quando separadas umas das outras. (Ver texto completo na Ecclesia)

Papa: publicações para guardar

Penso que nunca se escreveu tanto sobre um Papa como agora. João Paulo II foi, sem sombra de dúvida, um Papa mediático, como jamais houve na história da Igreja. O seu longo pontificado e as inúmeras viagens apostólicas que fez, a par de um grande interesse por temas sociais, sempre na defesa dos homens sofredores e da denúncia das injustiças, terão contribuído para isso. Os aspectos teológicos, a procura do diálogo ecuménico e inter-religioso, a capacidade de perdoar e de pedir perdão, bem como o seu carisma para atrair os jovens, também ajudaram a que João Paulo II fosse respeitado e amado por todo o mundo. Como legado, deixou-nos imenso para ler e para meditar, que todos haveremos de aproveitar, quando a comoção nos deixar. Penso até que, em torno da sua memória e da herança que nos legou, não deixarão de surgir centros de estudos e de reflexão. Hoje, contudo, gostaria de recomendar aos meus leitores que fossem recolhendo algumas publicações que têm estado a aparecer no mercado, muitas delas de iniciativa dos grandes órgãos de comunicação social. Grandes jornais e revistas fizeram edições especiais, recheadas de elementos históricos ligados a Karol Wojtyla, o Papa que veio de Leste, com toda uma experiência de luta e de sofrimento provocados pelo regime comunista, para incutir um novo ânimo à Igreja. Tenho lido muito do que se tem publicado e permito-me destacar a edição especial da revista SÁBADO, com a indicação de que é "para guardar". A vida de Karol Wojtyla, a relação com Portugal e a devoção a Fátima, a sua influência na queda do comunismo, as melhores fotografias e o sofrimento dos últimos anos são títulos da revista que procura fazer um retrato de João Paulo II, "Um Papa Notável". Nesta revista, há de tudo um pouco: a vida, as visitas, os atentados, as doenças, a influência, a política, as polémicas, os números, as viagens, os poderes e os Papas, entre outros temas. Depois, há os comentários de Francisco Sarsfield Cabral, Vítor Feytor Pinto, Jaime Nogueira Pinto, Aura Miguel, Peter Stilwell e Marcelo Rebelo de Sousa. As fotografias são excelentes. É, de facto, uma revista para guardar. Fernando Martins

quarta-feira, 6 de abril de 2005

O prazer de ler

Desde que foi anunciada a morte do Papa, os órgãos de comunicação social não pararam de mostrar, de dizer e de escrever sobre João Paulo II. Jornalistas, cronistas e convidados têm-se multiplicado em elogios ao Santo Padre, enquanto recordam, pelas formas mais diversas, o que foi a sua vida de pastor universal. E se é verdade que a grande maioria sublinha o muito de bom ele fez, ao longo de um pontificado de mais de 26 anos (o terceiro mais longo da história de Igreja), também é certo que um ou outro destoa. Curiosamente, os que mais destoaram, a meu ver e por aquilo que li, foram dois teólogos, que me dispenso de divulgar por uma questão de princípio, nesta hora de dor para o mundo. Confesso que as leituras que tenho feito sobre o Papa João Paulo II me têm enriquecido sobremaneira. Por me lembrarem a vida de muita fé de um Papa, por me recordarem pormenores que tinham caído no esquecimento, por enaltecerem aspectos doutrinários que havia guardado na gaveta, por me contarem curiosidade sempre agradáveis de saber, por sublinharem a capacidade de amar de alguém que fez da sua vida uma doação aos outros. Dessas muitas leituras comovem-me imenso as que vêm de gente sem fé ou que a perdeu na labuta do dia-a-dia, as que vêm de quem declara não o seguir, as que vêm de quem não se identifica com os valores do cristianismo. Mas também me comovem as que vêm de quem um dia foi "apanhado" pela mensagem acutilante e desafiante de João Paulo II, pelo seu ardor apostólico, pelo seu testemunho de amor a Deus e aos homens e mulheres do nosso tempo, pelo defensor da justiça, da verdade, da paz e da harmonia entre povos e nações. Quando me dirijo para este meu espaço de partilha, quase diário e quantas vezes, como hoje, longe de casa, apetece-me remeter os meus leitores para esses escritos, o que tenho feito quando tal é possível. Acontece que nem todos os órgãos de comunicação social têm as portas abertas para isso, o que se compreende, por os serviços on-line custarem muito dinheiro. Hoje, por exemplo, gostaria de encaminhar os meus leitores para um artigo de Fernando Ilharco, "Nunca mais", publicado no PÚBLICO. Como não é possível, aqui ficam, apenas, três frases: "O Papa João Paulo II uniu o mundo, uniu-o entre tempos, uniu-o entre os homens e uniu-o entre nós e Cristo. Para muitos, João Paulo II foi e é o nosso próprio tempo, a modelação da nossa vida, a vontade divina, ela mesma, nas nossas pequenas mãos"; "Numa época de tantas e tão radicais transformações, nas quase três décadas de pontificado, na sua presença e com seu exemplo até ao fim da vida, João Paulo II mostrou aos homens que a humanidade, os valores cristãos que são o ser que somos, é o caminho para Deus"; "É nesta dimensão humana oferecida por Cristo que se nos abre o futuro possível desta Terra, no qual, todos dias e até mais não ser necessário, ouvindo as palavras tantas vezes ditas por João Paulo II, renovadamente nos vamos ouvindo dizer: nunca mais, nunca mais guerra, nunca mais miséria, nunca mais ódio". Fernando Martins

terça-feira, 5 de abril de 2005

Comentários de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o Papa

... João Paulo II foi sempre radical
Amorte do Papa está naturalmente a dominar toda a semana. Foi o grande acontecimento da semana. É sobre a morte que eu gostaria de fazer alguns comentários. Primeiro, como é que o mundo católico e não católico reagiu perante este fenómeno? Não falo, naturalmente, do fenómeno. Eu diria que o mundo católico reagiu, como é natural, com um sentimento de orfandade. Eu, católico, e os demais católicos sentimos a perda do pai. A juntar a essa orfandade o facto de ele ter corrido o mundo todo - gostava de dizer na sua autobiografia que se sentia mais Paulo do que Pedro; São Paulo correu o mundo e escreveu cartas em que se via que conhecia cada uma das comunidades. E, ao correr o mundo, quis identificar-se com as pessoas de todo o mundo, praticamente durante todo o pontificado. E isso acentua quer a ideia de orfandade dos católicos quer alguma orfandade, no sentido de uma falta, dos não católicos. Uma segunda reacção, ainda relacionada com os católicos - quem acredita na vida eterna acredita que, para além desta vida terrena, depois da morte, a morte não é o fim, é o começo da parte mais importante da vida. E sobre isso encontrei num artigo lindíssimo de João Bénard da Costa, que é um homem da esquerda, um católico de formação, que tem um artigo num livro chamado Um Papa entre dois séculos sobre os 25 anos de pontificado do Papa em que cita um filósofo não católico, cristão luterano, chamado Kierkegaard, que foi para muitos um precursor do existencialismo, que tem esta frase que é um bocadinho o que nós sentimos "Deus vê no segredo, conhece a aflição, conta as lágrimas e não esquece nada." Quer dizer, neste sentido não acaba aqui, e há uma realidade que Deus acompanha nesta vida, e que prossegue na vida eterna. (Para ler todo o artigo, clique DN)

Artigo de António Ribeiro Ferreira, no DN

... 'Não tenhais medo'
As primeiras palavras de Karol Wojtyla quando foi eleito Papa em 1978 foram, e muito bem, lembradas por várias personalidades na hora da morte do líder da Igreja Católica. Seria bom que esta mensagem, e em especial o exemplo de vida de João Paulo II nos seus 26 anos de Pontificado, não fique perdida na imensa floresta de registos sobre a obra do Santo Padre à frente da Igreja. Particularmente em Portugal, um país que teve o privilégio de ter recebido o Papa três vezes, viu Fátima consagrada como um verdadeiro Altar do Mundo e dois dos pastorinhos de 1917 elevados a beatos da Igreja Católica. (Para ler o artigo todo, clique aqui)

KAROL - o Homem e o Crente

É sabido que a Barca não sossobra. O Mestre estará até ao fim dos tempos. Vai emprestando o leme, de quando em vez adormece, de cansaço, e até parece não notar as tempestades. É preciso que os discípulos lhe gritem que a barca está a afundar-se. “Porque temeis, homens de pouca fé?”Entregou as chaves a Pedro que as foi passando a outro, depois a outro. A Igreja, até Wojtila, foi recebendo e outorgando essas chaves. Naquele primeiro dia, na varanda de Pedro, Karol estava mais nervoso do que parecia. Honrosas e pesadas são estas chaves. Para cúmulo, não aplicáveis a todas as portas. As pequenas comunidades – as Igrejas locais – receberão por sua vez chaves de segredo, adaptadas às singularidades de cada história, continente e cultura. Até porque Ele disse: “Eu sou a porta”.Mesmo na expectação de um novo sucessor de Pedro, vivemos pela emoção, o rasto de luz de Karol Woytila, Papa. As ressonâncias vindas de todos os quadrantes acentuam o sulco que este homem abriu em tantos caminhos onde muitos homens e mulheres se sentiam perdidos, sem pão nem importância, dignidade ou direitos. Ou mesmo inseguros na fé e abalados na esperança. Ele reacendeu a chama de Deus em muitos corações sombreados pela neutralidade, indiferença ou sobrelotação de efemérides e insignificâncias. Na Europa, juntou valores adormecidos do Oriente e do Ocidente. Falou duro e forte a alguns. Com uma convicção próxima da teimosia. Mas com um afecto incontido diante de raças, culturas e crenças e situações. De pessoas. Nada proclamou em abstracto. Inundado pelos media foi repercutido até aos confins da terra nas suas palavras e gestos, mas sobretudo na sua humanidade incontida e a sua fé inabalável.Todos estão desconcertados, sem saber o que merece primeira homenagem: o homem ou o crente. Foi um Homem fascinante e um Crente inquebrantável. Por qualquer ponto se começa bem.
António Rego
Fonte: ECCLESIA

PAPA para a vida de muita gente

A minha geração foi marca indelevelmente pela vida e exemplo do Papa João Paulo II. Durante mais de 26 anos, o nosso dia-a-dia não pôde ignorar a sua intervenção, com apelos que foram moldando os nossos comportamentos e definindo o rumo das nossas atitudes. Os testemunhos disso mesmo estão bem patentes nos inúmeros escritos e declarações vindos de todos os quadrantes. E de tal modo, que me deixam impressionado, pela autenticidade que revelam. Leio-os e escuto-os com indisfarçável comoção. Nos últimos tempos, porém, o carisma do Papa projectou-se no mundo dos crentes e não crentes, sobretudo pela força que imprimia à defesa dos valores em que acreditava. Fragilizado pela idade e pela doença, exausto por uma entrega sem limites à missão que recebeu, sempre sem notarmos no seu semblante ou nas suas palavras qualquer gesto de enfado, de cansaço ou queixa, João Paulo II ensinou ao mundo que os velhos, afinal, têm direito a estar entre nós, com as suas experiências de vida, com os seus dons, com a sua sabedoria. E mostrou isso, precisamente numa altura em que, por esta ou por aquela razão, em especial económicas, se marginalizam pessoas, pelo simples facto de serem velhas. O mundo inteiro continua a curvar-se perante a memória deste Papa que contribuiu para mudanças radicais que se alargaram da Europa a outros continentes, colocando o homem, com toda a dignidade que lhe é devida, no centro do universo. Os regimes totalitários ruíram como castelos de areia, mas nem assim o Papa fez a apologia do capitalismo, como muitos esperavam, antes o condenou pelas injustiças que levavam, também, à exploração do homem pelo homem, transformando-o, em imensas situações, apenas no elo de uma máquina ou cadeia de produção. João Paulo II soube deixar os salões do Vaticano para ir ao encontro do homem todo e de todos os homens, em especial dos que sofrem no corpo e na alma, não para simplesmente os consolar, e já não seria pouco, mas fundamentalmente para clamar por justiça. E fê-lo sem constrangimentos junto dos poderosos, assumindo afirmações nem sempre politicamente correctas, que logo mexiam com o mundo, levando gente de bom senso a pensar e a decidir pela dignificação do ser humano. Outros, foram-se calando, ao sabor dos seus interesses egoistas. A sua morte, perante a qual todos os povos da Terra se curvaram, quantas vezes com lágrimas nos olhos, ainda vai acicatar-nos mais. Estou disso convencido. É que o testamento de João Paulo II ainda tem muito por descobrir. Os seus inúmeros escritos, encíclicas, cartas pastorais, homilias, exortações apostólicas, livros de teologia e de filosofia, poesia e discursos, entre muitos outros, precisam de ser mais lidos. E eu estou mesmo convencido de que tal vai realmente acontecer, porque são um património inestimável que não pode cair no esquecimento. Fernando Martins

"Furos" escolares vão acabar

Toda a gente sabe que as faltas dos professores são uma alegria para os alunos. Os "furos" ou "feriados" oferecem aos estudantes a oportunidade de nada fazerem de útil, normalmente, trazendo aos mesmos atrasos nos estudos e tempos livres indesculpáveis nos tempos de hoje. As escolas deviam, desde há muito anos, organizar-se para responder a este problema, já que legislação nesse sentido não falta. Tem faltado, isso sim, vontade para ocupar os alunos com actividades úteis, quer ao nível dos estudos curriculares, quer ao nível da aquisição de conhecimentos gerais, que são a base da cultura das pessoas. O primeiro-ministro José Sócrates anunciou ontem que essa triste realidade dos "furos" vai acabar, tendo sublinhado que as Escolas vão ter de ultrapassar esse problema, com uma organização adequada. É natural que os professores existentes nas escolas não sejam em número suficiente para dar resposta a todos os "furos", mas a verdade é que o assunto vai ser resolvido. Pelo menos foi essa a impressão que me ficou, depois de ouvir José Sócrates. F.M.

segunda-feira, 4 de abril de 2005

CEP rende homenagem ao Papa de Fátima

Os Bispos portugueses, reunidos em Fátima para a assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), prestaram hoje homenagem à figura do Papa João Paulo II, falecido no passado sábado.“Foram quase 27 anos em que percorremos os caminhos da Igreja, conduzidos por essa grande figura de Pastor. Aqui em Fátima disse-nos em 1982 que o Pastor é aquele que vai à frente, para identificar os perigos e apontar os novos caminhos da peregrinação do Povo de Deus. Ele foi, para toda a Igreja, esse Pastor, que decididamente, com passada larga, tomou sempre a dianteira, apontando obstáculos a vencer mas, sobretudo, rasgando novos caminhos, alguns nunca andados nem imaginados”, disse o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, na abertura dos trabalhos da reunião magna do episcopado.“A sua morte provocou uma invulgar unidade da humanidade, de cristãos de todas as confissões, de homens crentes de outras religiões, de Governos e de Instituições, de degelo de posições rígidas, na manifestação do que de melhor está guardado no coração do homem e no âmago das culturas. Esta unidade universal, verdadeiro sinal de uma esperança nova, tornou-se no ‘ex-libris’ deste pontificado”, acrescentou. Considerando que a morte de João Paulo II “foi salvificamente fecunda”, o Patriarca disse que “a nossa comunhão com ele é também uma recolhida acção de graças ao Senhor da Igreja, pelo Pastor que nos deu e uma prece, a ele que já está na comunhão dos Santos, que continue a interceder pela Igreja, que precisa de continuar o seu caminho no tempo, não rejeitando nada da grandeza do drama humano”. (Para ler mais, clique ECCLESIA)

Arcebispo de Braga é o novo presidente da CEP

D. Jorge Ortiga
O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, é o novo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Foi eleito hoje, dia 4 de Abril, na Assembleia Plenária da CEP, que está a decorrer em Fátima. O vice-presidente é D. António Montes, Bispo de Bragança e Miranda, e o secretário passou a ser D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa. O Conselho Permanente é composto por D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa (por inerência), D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, D. António Marto, Bispo de Viseu, e D. José Alves, Bispo de Portalegre e Castelo Branco. As eleições para as diversas comissões realizar-se-ão posteriormente. A Assembleia Plenária da CEP prolonga-se até dia 7 de Abril.