quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Santo André regressou ao cais do Oudinot


Cerca de sete meses duraram as intervenções de manutenção e reabilitação do Navio-museu Santo André nos Estaleiros da Naval Ria, tendo já voltado ao cais do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, como polo do Museu Marítimo de Ílhavo.
O Santo André vai agora ser dotado de nova proposta para uma narrativa museológica mais dinâmica, anunciou Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo. O autarca ilhavense sublinhou que novos equipamentos vão permitir inovadoras experiências aos visitantes, garantindo que vai ser dinamizado e potenciado o «valor patrimonial e histórico» daquele Navio-museu, que ficará, também, com «maior autonomia e diferenciação».
Fernando Caçoilo disse que vão ser criadas «novas e melhores condições para a preservação das memórias da Faina Maior, no período da pesca de arrasto do Bacalhau, a partir do final da década de 60 e início da década de 70 do século passado, referindo que o Navio-museu dignifica um dos importantes símbolos que o Município de Ílhavo possui, sendo ainda uma expressiva referência da sua identidade e das suas gentes.
Para a concretização de todo o processo, será aberto, após aprovação em reunião de Câmara Municipal, o concurso público para a construção da nova área de receção ao Navio-museu, com um espaço envolvente requalificado.
O autarca frisou que tudo será feito para que o Navio-museu abra portas aos visitantes no próximo Verão.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O nosso Cristo Negro


Não tenho por hábito comprar ou selecionar ícones, mas não deixo de admirar alguns que temos em casa, por mais simples e baratos que eles sejam. Este Cristo Negro, que nos acompanha há muito, está bem perto de mim. Quando me sento à secretária, não posso deixar de antes o contemplar. Não tem qualquer registo nem sinal do autor. Mas basta a sua expressão para me tocar profundamente.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O Sol brilha para nos animar

 Neve no Alentejo este ano

Apesar das temperaturas baixas próprias da época, o Sol brilha para nos animar. Toda a semana vai ser assim, nem outra coisa seria de esperar. O Inverno também tem a sua beleza como bem o provam as belíssimas imagens de neve em regiões não muito habituadas a isso. Na Gafanha também já a vi há muitos anos e até gostei. 
Com ou sem neve, a vida continua com o tempo que a época determina e o importante é sabermos viver com otimismo e gosto por aquilo que fazemos, por aquilo que sonhamos e projetamos, e também pela aceitação de alguns dissabores que nos obriguem a pensar e a agir em conformidade. Boa semana para todos.

Fernando Martins

domingo, 10 de janeiro de 2021

Já sei o destino do meu voto


No dia 24 de janeiro, vamos votar para escolher o Presidente da República de Portugal, que não é o mesmo que República das Bananas. República de Portugal que já tem mais de um século, com muitos anos, é certo, a dever muito à democracia. Aqui afirmo que vou votar, a não ser que a saúde não mo permita. É que nunca sabemos como estaremos amanhã, tão sorrateiramente costuma atacar o Covid-19 ou um dos seus parentes mais próximos,  que terá nascido não se sabe como nem porquê. 
Vou votar por dever de consciência e para tentar assumir o meu papel de cidadão responsável pelo futuro do nosso país que nasceu pela vontade indomável dos fundadores e de  quantos, ao longo de tantos séculos, souberam preservar com galhardia a nossa independência. É natural, pois, o que tenciono fazer. 
Ainda estamos no período da chamada campanha eleitoral, com os candidatos a correrem riscos de contágios, pela proximidade a que se veem obrigados. E como manda a lógica do bom senso tenho tentado ouvir o que dizem os diversos candidatos. A partir daí e daquilo que deles conheço e vou descobrindo, já sei o destino do meu voto. Jamais cairá no saco de vendedores de banha da cobra. 

Fernando Martins

Um mergulho no mar de Deus

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

O Cristianismo está confrontado com imensos desafios. Onde encontrar inspiração e energia para lhes fazer face?

1. É um prazer ler um texto político com a qualidade da Carta aberta, editada com o título: Convite aos cidadãos e líderes para um novo poder democrático europeu [1]. Espero que suscite um movimento de experiências, estudos e debates fecundos “para enfrentar os imensos desafios ecológicos, económicos, sociais, de saúde e de segurança que incumbem às nossas sociedades”. Desejo que este convite encontre um grande eco entre os cristãos, para que a Europa não ceda à tentação de levantar muralhas, mas de tecer pontes entre continentes. Sem a lucidez da ética da compaixão, a Europa perder-se-á na vontade de dominar e de excluir, tanto no interior de cada país, como na relação entre os membros da União e no acolhimento aos que fogem de guerras, da miséria e dos que procuram um futuro melhor para as suas famílias.
O grande teólogo protestante, W. Pannenberg, tocou, em 1994, num ponto que conserva, ainda hoje, toda a sua pertinência: a Europa não pode, sem mais nem menos, desembaraçar-se das suas origens cristãs, se pretende conservar o que é especificamente europeu na sua tradição cultural. Mas isso pressupõe que o Cristianismo não se apresente sectário, embora também não se possa dissolver na acomodação ao secularismo. Deve, antes, prosseguir no caminho de preservar, em si próprio, o melhor da herança da Antiguidade clássica – e assim a abertura à Razão –, mas também as verdadeiras conquistas da cultura moderna e contemporânea [2].

Cortejo dos Reis - Evocação da minha meninice

Quando eu e o meu irmão participámos no Cortejo






No domingo, 11 de Janeiro [2009], vivi o Cortejo dos Reis experimentando a proximidade com as pessoas, muitas delas envolvidas na vivência desta antiga e sempre renovada tradição. Para quem gosta da sua terra, o encontro com alguns conterrâneos proporcionou-me a oportunidade de voltar aos tempos em que eu, menino, com meu irmão, mais novo três anos, participámos no Cortejo dos Reis, de uma ponta à outra, cada um com a sua cana às costas. Na ponta da cana lá ia a prenda para o Menino Jesus. Não consigo recordar toda a pequena carga, mas dela fazia parte um chouriço, um pequeno bacalhau e umas laranjas. Tudo o mais se varreu. Mas também é verdade que os nossos frágeis ombros não suportariam muito mais. 
O meu pai levou-nos até Remelha, de bicicleta, como era hábito na altura, entregando-nos ao cuidado de pessoa sua conhecida. Ainda me lembro de ouvir a minha mãe dizer que estaríamos assim a pagar uma sua promessa, coisa que na altura não compreendi. Mas se ela dizia que tínhamos de ir no Cortejo, não haveria razões para discordar.
Recordo-me, com que saudade, de que, mal o cortejo chegou à igreja, eu e o meu irmão corremos para casa com os presentes ao ombro. Estava terminada a promessa. Quando entrámos na cozinha, os meus pais ficaram admirados e logo nos questionaram:
- Então não deixaram os presentes para o Menino Jesus, como vos recomendei?
Respondemos com o silêncio.
A minha mãe, mulher prática, resolveu a situação.
- Vai lá, Armando, e paga os presentes.
E assim foi.
Afinal, as tradições são sempre excelentes motivos para reconstruirmos as nossas histórias de vida.

Fernando Martins

NOTA: Cortejo de 2009 

sábado, 9 de janeiro de 2021

Para preservar a memória - Salina



Marinha de Sal ou Salina para turista ver. Ainda bem. Numa visita, há sempre quem possa explicar as diferentes fases da produção do sal.