segunda-feira, 13 de julho de 2020

Aveiro no Top10 de locais a visitar



O jornal britânico @guardian coloca Aveiro no Top10 de locais a visitar em todo o mundo, sublinhando: “Canais bonitos, Casas coloridas e Moliceiros pintados à mão.”
Os meus parabéns.

Notas:

1.Neste mundo, onde há um certo hábito de dizer mal, é muito agradável ler notícias destas;
2. A foto é do referido site.

Pandemia – Estímulo à renovação da Igreja




A Conferência Episcopal Alemã revelou, nos finais de junho, que, em 2019, cerca de 270 mil alemães abandonaram a Igreja Católica, um número que cresceu 26% em relação ao ano anterior. Também na Diocese de Aveiro, um inquérito revelou que, desde 2001, a prática dominical caiu 44%, o que corresponde a cerca de 30 mil pessoas. No nosso caso, o Pe. Licínio Cardoso, coordenador da pastoral da diocese, relacionou o facto com a demografia e taxa de natalidade, reconhecendo ainda que as assembleias estão cada vez mais envelhecidas, o que o leva a considerar a premência de um trabalho de recuperação, a vários níveis, a começar pela formação cristã. 
Tenho dito e lido que a presente pandemia conduzirá a Igreja, não a uma porta sem saída, mas à descoberta de novas portas que a reposicionem na caminhada urgente, rumo a desafios pastorais inovadores, talvez nunca pensados, mas capazes de vencer barreiras jamais tentadas em profundidade, de que são exemplo as transmissões televisivas de Eucaristias e outras cerimónias. 

domingo, 12 de julho de 2020

Memórias de aniversário da Rádio Terra Nova

A nossa Rádio completou 
hoje 34 anos de vida 



Foi no já distante 12 de julho de 1986, que, ao final da manhã, os primeiros sons foram emitidos. Ao passar pelas antigas instalações da Cooperativa Cultural e Recreativa, outrora Cooperativa Eléctrica da Gafanha da Nazaré, vi concluir os trabalhos de colocação de um poste para fixação da primeira antena emissora, ainda de baixa potência. 
A curiosidade e a vontade de comunicar fizeram o resto: após o almoço, vi o que se passava e tornei a entrar lá à noite, para conhecer melhor as pessoas e perceber o que poderia ser feito para melhorar a emissão. 
Com muito material técnico cedido pelo Paulo Caçoilo (Misca) e por outros amigos que quiseram intervir na causa, de que lembro a cedência (sem reservas) da eclética discografia do meu irmão Dinis Casqueira, os programas foram nascendo e o éter foi sendo ocupado com muita imaginação e alguma experiência, como foi o caso do saudoso Álvaro Morgado (Almor da Costa, para rememorar tempo idos em Moçambique, em que trabalhou em inúmeros programas). 
À falta de melhores conteúdos, e ainda sem grelha definida, passar apenas música não era suficiente, de modo que o acesso à Biblioteca Popular instalada no salão da Cooperativa Cultural ajudava a preencher parte da emissão. Da poesia que líamos, recordo Silva Peixe, nosso conterrâneo, bem assim alguns contos de autores mais consagrados, como Torga e Vergílio Ferreira, sendo deste autor um dos mais complicados de adaptar ao microfone.

Ódio e Violência no Espaço Virtual


«O Governo prevê lançar até ao final do Verão o concurso para a contratação de cinco projectos científicos, com diferentes universidades ou centros de investigação, que permitam caracterizar o fenómeno da propagação de discursos de ódio e do incitamento à violência no espaço virtual, anunciou ao PÚBLICO o gabinete da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.»

NOTA: É público e notório... Violência e Ódio no espaço virtual porque vêm de covardes. Cara a cara não são capazes, penso eu. Estou curioso para ver o que sai desses estudos. 

A luta das mulheres e as reformas na Igreja

Crónica de Bento Domingues 


1. Depois de muitas controvérsias, o Caminho Sinodal da Igreja católica alemã arrancou no começo deste ano, mais precisamente, a 30 de Janeiro. Em Portugal, o 7Margens tem ajudado a seguir o que vai acontecendo nessa importante caminhada. 
Um relatório divulgado a 26 de Junho 2020, pela Conferência Episcopal Alemã, revela que, em 2019, cerca de 270 mil alemães abandonaram a Igreja Católica, 26% superior ao do ano anterior. Recebido pelo Papa Francisco, o representante dos bispos do país, Georg Bätzing, não escondeu a sua preocupação. Em audiência privada, o bispo de Limburgo falou ao Papa do caminho sinodal na Alemanha e encorajou a continuação do processo de reforma. 
Segundo o citado relatório, entre os factores que mais influenciaram o abandono do catolicismo incluem-se a não identificação com os ensinamentos da Igreja a respeito das questões de moral sexual, a recusa do acesso das mulheres à ordenação sacerdotal e o celibato obrigatório dos padres. 
Retenho sobretudo as informações sobre a situação eclesial das mulheres, considerada a parte mais numerosa e mais fiel à Igreja. 
Chegam-nos, cada vez mais, notícias acerca do que está a acontecer na Alemanha, em França, em Inglaterra, nos EUA e não só. Importa não esquecer que o mal-estar é muito mais vasto do que aquele que é expresso por algumas figuras feministas e pelos grupos mais ruidosos de alguns países. 

sábado, 11 de julho de 2020

Dar sangue é preciso


No dia 21 de julho, a Câmara Municipal de Ílhavo promove, em parceria com o Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra, uma sessão de dádiva de sangue, na Galeria do Edifício dos Paços do Município, entre as 9h00 e as 13h00. A dádiva exige marcação prévia pelos telefones 234 329 625 ou 234 329 649, até ao dia 17 de julho.
Não será preciso sublinhar a importância de dar sangue... Todos sabem que, momento a momento, há sempre alguém a necessitar de sangue. Daí que sinta ser minha obrigação divulgar esta iniciativa. Já dei sangue  quando era mais novo e saudável, mas presentemente já não posso contribuir para salvar vidas. Os que puderem... não se esqueçam de telefonar.

Boa recordação - Livraria Lello



Já lá vai um certo tempo... Na Livraria Lello (Lello & Irmão), onde era preciso pagar bilhete para entrar, que depois seria abatido na despesa ali feita, saboreei um centro turístico de projeção internacional, ou não seja ela uma das mais famosas livrarias do mundo. Tanto quanto era fácil de perceber, não faltava gente a apreciar, tecto e escadarias, estilo arte nova, fotografando sem cessar. Hei de voltar, se Deus quiser. 

Furadouro: Arte na praia


A arte fica  bem em qualquer sítio e é sempre inspiradora. Que este caso sirva de exemplo a muitos autarcas. São os meus votos.

Desconfinar a Igreja. 3

Crónica de Anselmo Borges 



“Quando sairmos desta pandemia, não poderemos continuar a fazer o que fazíamos e como vínhamos a fazer. Não. Tudo será diferente.”

Papa Francisco 

1. A crise pandémica faz-nos tomar consciência de outras crises: crise económica, crise social, ecológica, crise moral... E, fala-se pouco dela, mas a crise mais profunda é a crise de Deus. Já Karl Rahner, um dos maiores teólogos do século XX, perguntava: O que aconteceria, se a simples palavra “Deus” deixasse de existir? E respondia: “A morte absoluta da palavra ‘Deus’, uma morte que eliminasse até o seu passado, seria o sinal, já não ouvido por ninguém, de que o Homem morreu.” Váklav Havel, o dramaturgo e político, pouco tempo antes de morrer, surpreendeu muitos ao declarar que “estamos a viver na primeira civilização global e também vivemos na primeira civilização ateia, numa civilização que perdeu a ligação com o infinito e a eternidade”, temendo, também por isso, que “caminhe para a catástrofe.” 
Citando G. Gusdorf, G. Minois conclui a sua História do ateísmo “com um quadro implacável e lúcido” da Humanidade do ano 2000: “Vive no Grande Interregno dos valores, condenada a uma travessia do deserto axiológico de que ninguém pode prever o fim.” Já nos finais do século XX, houve a tomada de consciência de “ao eclipsar-se, Deus levou consigo o sentido do mundo”. Continua: o futuro é imprevisível, porque o ateísmo e a fé enquanto compreensão global do mundo andaram sempre juntos. A ideia de Deus era um modo de apreender o universo na sua totalidade e dar-lhe, de forma teísta ou ateia, um sentido. Assim, a divisão hoje não está tanto entre crentes e descrentes como entre “aqueles que afirmam a possibilidade de pensar globalmente o mundo, de modo divino ou ateu, e os que se limitam a uma visão fragmentária em que predomina o aqui e agora, o imediato localizado. Se esta segunda atitude prevalecer, isso significa que a Humanidade abdica da sua procura de sentido.”

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Ainda o naufrágio do Ilhavense II

Memória - Um texto de Helder Ramos 

Manuel Ramos Casqueira, num dóri do Ilhavense II
1954, Terra Nova, no Virgin Rocks

A propósito do testemunho de António Tomé da Rocha Santos, publicado na Agenda Viver em Julho, ocorreu-me evocar memórias do meu pai, Manuel Ramos Casqueira, que, à época a que a memória reporta, era escalador especial no lugre Ilhavense II. 
Ainda não tinha sete meses de matrimónio cumpridos, quando, naquele fatídico 15 de agosto de 1955, ocorreu o seu segundo naufrágio, desta vez causado por um incêndio vindo das máquinas. 
Essas memórias nunca mais saíram do seu «álbum», por terem felizes cálculos que a vida se foi encarregando de fazer pelo tempo fora. É que o naufrágio deu-se num dia bem lembrado para os católicos, daí as manifestações de profundo reconhecimento da tripulação, quando chegados a bordo do USCGC Mendota, uma embarcação preparada para manobras militares, mas que fazia vigilância marítima às embarcações no Atlântico Noroeste
Recordava o meu pai que as manobras de acostagem deixaram o pessoal bastante receoso, já que a idade de certos homens não lhes permitia arrojarem-se lestamente para a rede que o navio da guarda-costeira lançara na direção do Ilhavense II. E as quase 11 horas de espera pelo navio-patrulha já não dava grandes esperanças de salvamento.