quarta-feira, 25 de abril de 2018

XXII Festival de Folclore Primavera

Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo 
Senhora  dos Campos 
1.º  de maio 
15h30



Grupos participantes:

- Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo
- Rancho Folclórico da Serra do Brunheiro - Chaves
- Rancho Folclórico de Vinhó - Gouveia
- Rancho Folclórico doa Marceneiros de Rebordosa - Paredes
- Rancho Folclórico Sampaense - Oliveira do Hospital
- Rancho da Região de Leiria - Leiria

Evocações



Evoco hoje no meu blogue o 25 de Abril de 1974, data que restituiu a liberdade aos portugueses, com o propósito de descolonizar, democratizar e desenvolver o país. Faço-o para que não caia no esquecimento e para honrar os que tiveram a coragem de avançar há 44 anos.
Evoco também uma figura do nosso município, arrais Gabriel Ançã, um “herói” que ficou na história pelo seu altruísmo. Quando passar pela Costa Nova, não se esqueça de apreciar o seu busto. 
Ainda lembro as origens do espaço que habitamos, sugerindo às gentes que fizeram da nossa terra sua terra também que descubram as nossas raízes. 
No cimo do blogue Pela Positiva, há agora rubricas que procurarei atualizar com a regularidade possível.
Que o espírito de Abril continue a abrir-nos a novos horizontes do bem, do belo, da justiça e da fraternidade.
Bom 25 de Abril para todos. 

Fernando Martins

terça-feira, 24 de abril de 2018

Rumo ao Congresso Eucarístico

ESPERANÇA, EUCARISTIA, MISSÃO 3

Georgino Rocha



A terapia da esperança, fruto da Palavra de Deus

A pedagogia da esperança brilha na atitude de Jesus com os discípulos de Emaús: Faz-se com eles peregrino da aldeia do coração dominado pelo peso da realidade, aproxima-se, sintoniza com o seu passo, dá conta do que falam e mostra o seu interesse, tomando a iniciativa de perguntar: “Que conversais pelo caminho?” E começa um diálogo de libertação interior, uma catequese de iluminação do sucedido, uma nova compreensão da Palavra da Escritura.
“O encontro de Jesus com aqueles dois discípulos parece ser totalmente casual: assemelha-se a uma das numerosas encruzilhadas que se encontram na vida. Os dois discípulos prosseguem pensativos e um desconhecido caminha ao lado deles. É Jesus; mas os seus olhos não são capazes de o reconhecer. E então Jesus começa a sua “terapia da esperança”. O que acontece nesta estrada é uma terapia da esperança. Quem a faz? Jesus”, esclarece o Papa Francisco nas referidas catequeses.
Os discípulos adoptam atitudes marcantes: param, fazem perguntas, dialogam, escutam atentamente, acompanham Jesus na releitura do que aconteceu, revêem critérios, evoluem interiormente “sentindo o coração a arder enquanto nos explicava as Escrituras”, desejam continuar com o peregrino desconhecido, agora amigo, convidam-no com solicitude: “Fica connosco, pois já é tarde e a noite já se aproxima”.

domingo, 22 de abril de 2018

José Estêvão e a estação de Aveiro


NOTA: Aquando da recente e singela homenagem prestada a José Estêvão na estação de Aveiro, realcei, de forma simples, que ele lutou para que a via férrea passasse pela nossa região. Hoje, apresento um texto com alguns pormenores interessantes que vale a pena ficar a conhecer. Texto publicado na revista Arquivo do Distrito de Aveiro.

Arquitectos e memória do futuro

Frei Bento Domingues no PÚBLICO


1. A memória viva nasce da preocupação com o futuro, do desejo de viver, de uma discreta insurreição contra o niilismo. Sem o horizonte do futuro, deixaríamos morrer o passado: foi e acabou. Como já tentei mostrar, várias vezes, nestas crónicas, o ser humano nunca está feito, acabado, é uma realidade aberta, em permanente devir, nostalgia e aventura.
Gostei de ouvir o filósofo Massimo Cacciari, em diálogo com o teólogo Enzo Bianchi, sobre Repensar o humanismo [1], mostrando que é uma quimera procurar definir o “homem”, esquecendo que somos um mundo de possibilidades. Definir é limitar. Estabelecer a lista completa das suas possibilidades, mediante a tecnociência, é o desejo da morte do desejo. É, no entanto, este que a oração acende:
"Conduz-nos, Deus,/ de questão em questão,/ de fogo em fogo,/ sem satisfações que ao tempo bastem/ e a nós assombrem// que passemos da catalogação/ do que julgamos conhecer/ ao poço dos enigmas infindáveis/ onde o rosto é para sempre fundo,/ desmentido, diferido// não nos mure a estrutura em espelho/ que escamoteia a procura da verdade,/ mas que o dom da tua palavra nos visite/ como o cantar do galo,/ a lembrar o dia novo,/ o perdão e a graça." [2]
Em 2015, publiquei aqui uma crónica com o título 800 anos é muito tempo! [3], para evocar o começo das celebrações do Jubileu do VIII Centenário da Ordem dos Pregadores (Dominicanos). Entretanto, em várias cidades do país, foram realizados congressos, conferências e eventos ligados a esta vasta história com os seus altos e baixos.
No dia 14 deste mês, foi lançada, na bela igreja do Alto dos Moinhos, uma obra importante para o conhecimento do percurso dos Dominicanos, desde a sua chegada a Portugal, em 1217, até à actualidade [4].

sábado, 21 de abril de 2018

Ria de águas mansas

Aveiro com salinas à vista (foto da rede global)

Esteiro e Jardim Oudinot (Foto da rede global)



“E voltando-se então, verá as águas mansas da extensíssima ria fulgurando de todos os lados: e, entre elas, as salinas, recticuladas pelos tabuleiros em evaporação, com os seus montes cónicos de sal novo dando a impressão de um largo acampamento de tendas imaculadamente brancas espalhadas a perder de vista pela vastidão dos polders. Para o sul, terá o braço da ria que segue para Ílhavo e Vagos e que margina os pinhais e campos arenosos da Gafanha; a seguir, em sentido inverso, o outro braço que se alonga para as Duas Águas e vai dar à Barra, e donde emergem as mastreações das chalupas e iates ancorados; ao poente, a linha fulva das dunas da costa, vaporizadas pela tremulina; e para o norte a imensa ria da Torreira, onde o arquipélago das ilhas baixas, formadas pelas aluviões, a Testada, o Amoroso, a dos Ovos, a das Gaivotas, Monte Farinha, verdejam nas suas extensas praias de junco. E nessa vastidão de águas tranquilas, nesse gigantesco pólipo fluvial que por todos os lados estende os seus fluídos tentáculos, entre a rede confusa dos esteiros e canais, bordados de tamargueiras e de caniços, velas sem conta, velas às dezenas, às centenas, vão, vêm, bolinando em todos os sentidos, e pondo no verde das terras ou no azul das águas a doçura do seu deslizar silencioso e a graça da silhueta branca.” 

Luís de Magalhães 
“A arte e a natureza em Portugal”, 
citado por Orlando de Oliveira, no seu livro 
"Origens da Ria de Aveiro"

Um poema para o Dia da Terra




MÃE TERRA

Bendigas Terra
os teus filhos,
quais sejam
as suas pátrias,
e que reines tu também
nos nossos corações
tal mãe que ilumina.

Dá-nos a visão
de que todos
aqui neste planeta
são irmãos
diante do Universo
para assim não
prejudicarmos ninguém
para obter
as fontes de água,
energia,
alimento,
enriquecimento
ou pedaço de chão.

Mostra-nos como criar
as ferramentas
materiais,
intelectuais,
emocionais
e virtuais
que derrubem
as nossas diferenças
de origem,
raça ou credo,
podendo assim
olharmos um para o outro
sem outro sentimento
a não ser o de amor.

Amor que distribuis
hoje fartamente
com essas fontes
e que no amanhã
a densidade demográfica,
poluição,
degelo
e tantos outros problemas
nos unam a todos do planeta
num mesmo esforço
ao invés de promover
guerras e desuniões.

Dalila Balekjian


Nota: Poema encontrado na rede global.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

A farmácia: Confiança, Respeito, Gratidão



Na farmácia que frequento e que conheço desde que me conheço — Farmácia Morais — está encaixilhado este poema, que leio sempre que posso. Terá sido publicado em alguma revista da especialidade, mas não consegui localizá-lo nas buscas a que procedi. Gosto dele e aqui o deixo para poder ser lido. As marcas do tempo estão bem patentes no papel em que foi publicado. 

A Farmácia Morais está na Gafanha da Nazaré desde 1940, ano em que montaram consultório na nossa terra os doutores Joaquim António Vilão e Maximiano Ribau.

Para longe vá o agoiro!

Portugal em risco de catástrofes iguais ou piores a 2017



O risco de incêndios catastróficos iguais ou piores aos de 2017 é real e tem tendência para aumentar, alertaram hoje peritos norte-americanos que defendem que "não há tempo a perder" em Portugal.
O pior cenário antevisto no relatório apresentado hoje no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, é claro: "sem uma intervenção séria e imediata, Portugal pode esperar uma situação pior do que em 2017".

Li aqui 

NOTA: Todos sabemos que o Governo está a trabalhar, no sentido de todos contribuirmos para limpar a floresta a tempo e horas. O aviso da urgência de nos empenharmos no esforço de darmos as mãos, na luta que é de todos, para evitar mais dramas, terá, certamente, base científica.

O discurso de Macron

Anselmo Borges no DN 

Emmanuel Macron

1 O Collège des Bernardins tornou-se um lugar de cultura para grandes encontros e debates em Paris. Foi lá que, no passado dia 9, o presidente francês, Emmanuel Macron, falou, a convite da Conferência dos Bispos de França, para 400 personalidades representando o mundo católico francês. E fez um discurso inédito, verdadeiramente histórico, sobre a relação da Igreja e do Estado, digno de quem, para lá de toda a sua outra preparação académica, estudou Filosofia com um dos grandes filósofos do século XX, Paul Ricoeur. Um discurso obrigatório para qualquer político que, acima da intriga política e do enredo em estratégias rasteiras de interesses pessoais e partidários, tenha aspiração a estadista. Precisará de conseguir mais de uma hora de silêncio e reflexão, pois o discurso é longo. Uns breves apontamentos.

2 O discurso é perpassado pela necessidade de "reparar" o vínculo entre o Estado e a Igreja que "se deteriorou", o apelo a maior empenhamento dos católicos na política, a reflexão sobre a união do temporal e do espiritual.

2.1. As raízes cristãs da Europa são uma "evidência histórica". Aliás, "não são as raízes que nos importam. O que importa é a seiva", e está "convencido de que a seiva católica deve contribuir ainda e sempre para fazer viver a nossa nação" e a Europa. Aqui, coloca-se a questão nuclear das relações entre a Igreja e o Estado, e Macron foi exemplar: "Eu considero que a laicidade não tem certamente por função negar o espiritual em nome do temporal nem arrancar das nossas sociedades a parte sagrada que alimenta tantos dos nossos concidadãos. Como chefe do Estado, eu sou o garante do direito de crer ou de não crer, mas não sou nem o inventor nem o promotor de uma religião de Estado que substitui a transcendência divina por um credo republicano." Já em Janeiro, na apresentação de cumprimentos às autoridades religiosas, tinha criticado uma concepção de laicidade confundida com laicismo, que pretende uma espécie de "vazio metafísico" e confina a religião à esfera privada: "A República não pede a ninguém que esqueça a sua fé", disse então.