quinta-feira, 23 de outubro de 2014

DIÁLOGOS COM DEUS EM FUNDO

Um livro de António Marujo



Na próxima segunda-feira, 27, pelas 18.30 horas, na Livraria Bucholz (R. Duque de Palmela ), vai ser lançado um livro do jornalista António Marujo, que inclui entrevistas que foi fazendo a pensadores do fenómeno religioso. A sessão conta com a presença do prof. Carlos Fiolhais. 
Diz o autor que os entrevistados são apresentados no livro pela ordem da publicação dos referidos textos. Assim, com esta obra, passaremos a ter acesso ao que pensam e dizem José Tolentino Mendonça, frei Bento Domingues, Joaquim Carreira das Neves, Mário Soares, Isabel Allegro de Magalhães, João Resina Rodrigues, José Augusto Mourão, Armindo Vaz, Horácio Araújo, Peter Stilwell, Maria de Lourdes Pintasilgo, Alfredo Bruto da Costa, Manuela Silva, D. Manuel Clemente, Alberto Azevedo, Teresa Toldy, Alfredo Teixeira, Anselmo Borges, Luís Archer, Dimas Almeida, D. Januário Torgal Ferreira, Laura Ferreira dos Santos, Joaquim Guerra e José Mattoso.
António Marujo sublinha que «Há um problema velho de décadas no catolicismo português: a quase ausência de uma reflexão, e de uma reflexão pertinente, sobre a sociedade, a experiência cristã e a própria questão de Deus». E acrescenta que um dos seus propósitos «tem sido o de dar expressão de cidadania à teologia, à reflexão sobre Deus, ao debate sobre a vida a partir da experiência crente. O debate cultural não pode continuar a remeter para a clandestinidade essas vozes que, pela sua diferença, podem ser um contributo fundamental também para a definição das escolhas sociais. Pelo contrário: religiões e cultura têm que se abrir mutuamente, para permitir que a condição humana seja mais dignamente vivida por todas as pessoas».

"A MÃE E O MAR"

Um documentário de Gonçalo Tocha




Nós, os litorâneos, facilmente nos apaixonamos por tudo o que diz respeito ao oceano, ao qual estamos ligados umbilicalmente. Uns mais do que outros, está bem de ver. E dentro destes últimos, destaco, permitam-me, Ana Maria Lopes que, no seu blogue, nos vai dando conta do que surge de interesse. Desta feita, um documentário, "A MÃE E O MAR", realizado por Gonçalo Tocha, filmado na praia de Vila Chã, em Vila do Conde.
Como gostei de ler, que não de ver o filme ainda, apresso-me a recomendar a descrição que dele faz Ana Maria Lopes,  no seu Marintimidades.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

COLÓNIA AGRÍCOLA DA GAFANHA

Subsídios para a sua história

Homenagem ao Colono

Placa com nome do autor da escultura

Lista de colonos

Um dia destes andei pela Mata da Gafanha, de que já falei neste meu blogue. Uma vez mais, reparei e fotografei, na rotunda central da Colónia Agrícola, a homenagem prestada aos colonos, cuja chegada registei na minha juventude. Vieram para agricultar areais inóspitos preparados para os receber. Depois, assisti à queda do projeto, que, julgo eu, não deu o que tinha sido sonhado. Mas a vida continua.

Em 2010 escrevi o que se segue:

«É pertinente sublinhar, meio século passado, a importância da Colónia Agrícola da Gafanha para a região. Dezenas de famílias nela se estabeleceram, criando raízes que perduram. Mas não foi fácil a vida de muitos colonos que aceitaram o desafio do Governo.
Compará-los com os primeiros gafanhões que desbravaram as dunas, criando riqueza agrícola à custa de muita tenacidade e coragem, é injusto. Os gafanhões não tinham, nos seus horizontes, outros estímulos para além da terra que a natureza lhes ofertava. Não tinham outra saída, que não fosse cavar e cavar, semear e voltar a semear, colher pouco, que muito só por milagre…
Os colonos, aqui chegados, não puderam deixar de mirar ao largo o que havia: secas, oficinas, navios, ria, mar, indústrias várias, mais perto ou mais longe, com acessos fáceis e com meios de transporte.
Os colonos gozavam de apoios variados: técnicos, sementes e gado selecionados, equipamento agrícola, incentivos, casa para viver. Mas nem isso os impediu de rumar a outras atividades. A Colónia entrou em degradação e hoje é uma pálida ideia do projeto inicial.»

Um pouco da história da Colónia Agrícola pode ser lido aqui

terça-feira, 21 de outubro de 2014

UMA QUESTÃO PARA PENSAR UM POUCO

Greve ou terrorismo? 

«Com efeitos já sentidos no dia de hoje, inicia-se mais uma greve dos trabalhadores do Metro de Lisboa, uma das empresas que mais tem contribuído para as dificuldades de consolidação, destinatária de vultosas transferências e senhora de uma gigantesca dívida. Fundamenta-se a greve na oposição dos trabalhadores à intenção de privatizar a gestão do negócio do Metro, bem como em razões que se prendem com condições de trabalho.
Leio, estupefacto que, entre estas últimas avulta a reivindicação do pagamento de um subsídio de assiduidade. Isto é, um subsídio devido a quem compareça para trabalhar!»

Ler  aqui

POSTAL ILUSTRADO: MATA DA GAFANHA

 A Mata da Gafanha merece mais atenção 




A Mata da Gafanha, que se estende da parte norte da Gafanha da Nazaré até à Gafanha da Boa Hora, é, indiscutivelmente, um ex-líbris da nossa região, porém, nem sempre reconhecido como tal. Talvez por isso, raramente se fala da mata e da sua real importância, como zona verde com imensa capacidade de purificar o ar e útil na fixação das areias dunares, para além de cortar a ação dos ventos, fortes quanto baste, que outrora, tal como hoje, prejudicavam as culturas das povoações vizinhas Para além disso, não será nunca de menosprezar o seu interesse económico. 
Por outro lado, a Mata da Gafanha não tem sido suficientemente aproveitada a nível paisagístico, turístico e mesmo de lazer, apesar de possuir algumas infraestruturas conhecidas e espaços convidativos ao descanso.
O padre João Vieira Resende diz, na segunda edição, de 1944, do seu livro “Monografia da Gafanha”, que «A sementeira do penisco, começada a norte em 1888, tem sido muito morosa, ultrapassando somente depois de 1939 o sítio da capela de N. Senhora-da-Boa-Hora. Hoje [1944] está ligada com a Mata de Mira.»
A sementeira do penisco, como se compreenderá, necessitou de mão-de-obra de muitos gafanhões e não só.
Todos sabemos que há moradores, serviços, equipamentos sociais, culturais desportivos e religiosos, bem como algumas festas que dão vida àquela zona verdejante, mas realmente há espaço para muito mais. De qualquer forma, aqui fica o convite para que a visitem e a usufruam. 

Fernando Martins

ARES DE OUTONO: ROLAS EM RAMOS SECOS


O verão acordou estremunhado, mas acordou mesmo. Pode ser um desabafo de arrependimento pela falta que nos fez, mas vamos tê-lo por uns dias. Depois se verá. Contudo, as marcas do outono estão aí, como bem o demonstra este casal de rolas que descansa em ramos secos. Boa semana de trabalho, e não só, para todos.

ESPERANÇA OU MORTE


"O fim da esperança é o começo da morte." 
Charles André Joseph Marie de Gaulle
(1890- 1970)

NOTA: Se não quisermos morrer não podemos perder a esperança. Bom conselho para começar o dia.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

CENTENÁRIO DE SCHOENSTATT CELEBRADO NO SANTUÁRIO

Ser cristão implica  ter Deus na vida

Santuário Diocesano de Schoenstatt

Participei, no sábado, 18 de outubro, na eucaristia celebrativa do centenário da fundação do Movimento de Schoenstatt, que nasceu em 1914, por inspiração do Padre José Kentenich. Presidiu o nosso bispo, D. António Moiteiro, que, à homilia, sublinhou a importância de todos fazermos «uma experiência da presença de Deus na vida». O salão de Schoenstatt estava repleto de fiéis, schoenstattianos, envolvidos nos mais diversos grupos de espiritualidade, mas ainda peregrinos e amigos do Movimento.
D. António Moiteiro recordou, com muita oportunidade, as graças que podem e devem ser recebidas no Santuário Diocesano de Aveiro, réplica do original e, por isso, igual a muitos outros espalhados pelo mundo, graças que se consubstanciam no Acolhimento, na Transformação Interior e na Missão Apostólica. «É esta tríplice graça que vai dar vida a todas as obras e a todos os movimentos que nascem deste carisma», frisou o nosso bispo.

domingo, 19 de outubro de 2014

A CULPA É DE CRISTO?


CRÓNICA DE BENTO DOMINGUES
NO PÚBLICO


1. Encontrei, na escadaria da Igreja de Santo Ildefonso (Porto), um senhor que, de costas para o templo, aproveitou para descarregar sobre mim não só o habitual anticlericalismo nortenho, mas também o seu desprezo agressivo pelas religiões, frutos do medo, da ignorância e da sacralização da maldade humana.
O Islão é um ninho de criminosos, o Judaísmo, uma rede dos bancos norte americanos, o Cristianismo, um mundo caótico de divisões em cascata, piorando sempre a configuração anterior. O papa Francisco chegou demasiado tarde para salvar a face de um catolicismo que a própria Europa já rejeitou. Etc.! Se as instituições e os serviços sociais da Igreja ajudam muita gente a aguentar a pobreza e a miséria, não revelam nem combatem as suas causas reais. Pelo contrário, ajudam-nas a sobreviver.
Estranhei que não terminasse a sua diatribe com a fórmula habitual, em circunstâncias análogas: Cristo, sim; Igreja, não! No caso referido, foi Cristo que pagou todas as despesas à base de especulações teológicas e cristológicas.

sábado, 18 de outubro de 2014

LANÇAMENTO DO LIVRO DO PADRE PEDRO JOSÉ

“É Mesmo uma Boa Nova”

Padre Pedro e editor Jorge Pires Ferreira

A beleza da densidade de uma vida

Na apresentação do livro do padre Pedro José, “É Mesmo uma Boa Nova”, que teve lugar no salão Mãe do Redentor, na Gafanha da Nazaré, na sexta-feira, pelas 21.30 horas, o nosso prior, padre Francisco Melo, louva «o homem, o cristão e presbítero que em boa hora decidiu compilar os escritos e estudos que foi fazendo durante nove anos de serviço nas paróquias de Mata Roma e Chapadinha, no Brasil. Com a publicação desta obra, podemos agora «aproveitar a profundidade das suas partilhas e saborear a beleza da densidade de uma vida», referiu o padre Francisco,
Ao agradecer tudo quanto o padre Pedro nos tem dado, o nosso prior salienta a densidade e simplicidade da sua vida, mas ainda «o seu silêncio tantas vezes eloquente, que nos faz sentir a grandeza do que somos». E citando o autor, acrescenta: «Procuro a densidade porque a intensidade não me permite o pensar reflexivo (…) Amar é difícil. Perdoar é um modo de sacrifício incruento. Viver é mais do que existir.»

Na hora dos autógrafos

Jorge Pires Ferreira, diretor-adjunto do Correio do Vouga e responsável pela editora Tempo Novo da Diocese de Aveiro, pouco conhecida porque a obra do padre Pedro José foi a primeira que publicou, frisa que foi «com uma alegria imensa que fez este livro», que apenas pôde incluir um terço dos textos inicialmente previstos pelo autor.
Jorge Ferreira adianta que “É Mesmo uma Boa Nova” inclui escritos, estudos e vivências de um padre no Brasil, cujos textos são «para ser lidos, aos poucos», tendo destacado que o autor «é uma pessoa que lê muito e que está a par do que dizem os filósofos, teólogos e intelectuais». Refere que se trata de um trabalho «interessante que enriquece as relações entre fé e cultura» e que a obra ora publicada valoriza «generosidades, vivências de textos feitos noite dentro sobre a amizade, a dor, o amor, a vida e a morte, partilhados em homilias e no seu blogue (http://pedrojosemyblog.wordpress.com/).
O padre Pedro José explica que escreve sobre tudo, como aconteceu recentemente quando  abordou o problema do vírus Ébola, adiantando que no Brasil chegou a ter problemas pela frontalidade com que aborda questões que afetam a sociedade. Nunca, porém, se sentiu perseguido, mas «algumas pessoas deixaram de lhe falar». Afirma que este é o primeiro livro publicado, mas garante que tem outro na gaveta, sobre o humor teológico. Ainda não viu a luz do dia, embora reconheça que, «de facto, tem mais interesse do que este». Não foi editado porque, ao pedir parecer a um teólogo brasileiro, este lhe terá dito que «lhe faltava um fio condutor», que, julgamos, estará em vias de o encontrar. Como promessa, afirma ter em mente escrever um outro sobre a Santíssima Trindade. 
A apresentação de “É Mesmo uma Boa Nova” saiu enriquecida com a leitura de dois textos do livro e com um momento musical a cargo do grupo Maresia (ver entrevista no Timoneiro deste mês), que interpretou temas originais dos seus dois CD já publicados.

Fernando Martins


A VITÓRIA SUBTIL DE FRANCISCO

Crónica de Anselmo Borges no DN

Na sua loucura lúcida, Nietzsche escreveu que cristão só houve um, Jesus, mas morreu na cruz, e o Evangelho tornou-se um Disangelho. Evangelho é palavra grega que quer dizer notícia boa, feliz e felicitante. Essa foi a mensagem de Jesus, que arrastou multidões em busca de saúde, libertação, vida expandida, salvação. Depois, tornou-se, tantas vezes e para muitos, uma má notícia, uma notícia de desgraça, um Disangelho. Só quem anda distraído ou não pode ou não quer saber é que não sabe disso.

O Papa Francisco pugna pelo regresso ao Evangelho do Jesus da vida, como notícia felicitante, por palavras e obras. Também na família. Ele sabe que, no meio das transformações culturais profundas, a sociedade e a Igreja continuam a precisar de "famílias felizes". E o contributo da Igreja é fundamental.

Assim, quis que, no Sínodo, com bispos de todo o mundo, casais, peritos e observadores, se falasse com liberdade e sem tabus. No relatório-síntese da primeira semana, é já possível antever o essencial dos novos caminhos, que, apesar das oposições, estão na linha pastoral de Francisco, que é a do Evangelho da alegria, antepondo a pessoa e a misericórdia ao dogma e à lei.

MAIS QUE UMA QUESTÃO DE IMPOSTOS


Reflexão semanal de Georgino Rocha


A armadilha não pode falhar. Há que pôr cobro ao agitador Nazareno que se movimenta tão livremente na esplanada do Templo e desafia o mais sagrado das práticas judaicas. O conflito crescia em intensidade e ostentação. A situação tornara-se intolerável. Por isso os chefes religiosos urdem a trama e aliam-se aos líderes políticos, partidários de Herodes. O “caldo” era excelente. (Mt 22, 15-21)

A delegação parte com uma missiva muito clara: surpreender Jesus em algo ilícito para ser acusado e condenado. Leva consigo uma estratégia aliciante: tecer elogios que, se não fossem hipócritas, eram verdadeiros e reconheciam o agir correcto do Mestre. Pagar ou não o tributo, eis a questão crucial. Se dizia sim, era colaboracionista com o ocupante romano e, por isso, insolidário com o povo oprimido. Se respondesse não, caía sob a alçada da lei e podia ser acusado de subversivo e revolucionário. E o exército imperial não tardaria a fazer-lhe o que havia feito a Judas, o Galileu, aquando da sublevação por ocasião do censo destinado a conhecer a população e a introduzir nova carga de impostos, cerca de seis anos antes de Cristo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A NOSSA GENTE: PADRE LÉ

Um bom amigo 
que faz parte das minhas memórias



O tempo escoa-se e nem sempre temos ocasiões para recordar bons amigos e tantas estórias que com eles partilhámos ao longo da vida. Vida que frequentemente atafulhamos com inutilidades. Pois hoje, em maré viva de recordações, evoquei um bom amigo que tive o privilégio de entrevistar uns meses antes de falecer [24 de maio de 2010]. Já se pronunciava  com dificuldade, mas falou depois de estimulado, não mostrando cansaço. Até chegou a entusiasmar-se. 

Ver aqui

POBREZA E DIREITOS HUMANOS

Solidariedade: 
Erradicação da pobreza em defesa dos direitos humanos


«A jornada internacional pela erradicação da pobreza vai ser assinalada hoje em Lisboa com a apresentação do projeto ‘Impossible – Passionate Happenings, que pretende declarar a pobreza como ilegal.“Salvaguardar e promover a dignidade de tudo quanto existe, enquanto gratuidade, ou ser sem razão” é a missão da ‘Impossible – Passionate Happenings’ que vai ser apresentada na Rua Augusta, em Lisboa, explica o comunicado enviado à Agência ECCLESIA.»

Ler mais aqui

NOTA: Este desafio, que devia ser seguido em Portugal e no mundo, por todo o canto e esquina, bem merecia ser levado à prática por todas as gentes. Há pobrezas que são escandalosas ofensas aos direitos humanos, nem sempre ao nosso alcance de as combater. A denúncia, que não deixa de ser importante, precisa de ser acompanhada de intervenções concretas de entidades oficiais e comunidades, mas também de gestos de partilha com os mais desfavorecidos. Sabe-se que há muitos pobres que são extremamente  generosos  e alguns  ricos que gostam de ajudar, mas também é certo que há pobres muito ricos e ricos muito pobres,  na hora da caridade e da solidariedade.

VAMOS EVITAR OS SACOS DE PLÁSTICO?



«A partir do próximo ano, os sacos de plástico vão passar a custar dez cêntimos, informou o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva.É criada pela primeira vez uma taxa sobre os sacos de plástico leves, de oito cêntimos, que com IVA dará dez cêntimos”, informou hoje o ministro do Ambiente, em conferência de imprensa para a apresentação da proposta do Governo de Fiscalidade Verde.»

Li aqui 

NOTA: Para bem do ambiente, está bem de ver. Que os usamos muito, indiscriminadamente, também é verdade. Sabe-se que o plástico é inimigo da natureza, já que não é biodegradável. E não haverá forma de os evitar? Em muitos casos há. Basta adquirirmos uns tantos, de longa duração, ou preparar uns de pano ou de outros produtos. A questão está no nosso querer.