terça-feira, 14 de outubro de 2014

Licínio Cardoso é padre há 25 anos



Licínio Cardoso é padre há 25 anos. Natural da Gafanha da Encarnação, tem servido a Igreja com todas as suas capacidades, alimentadas pela fé que o anima. Conheço-o desde a juventude e sempre apreciei a sua paixão, pela forma como se envolvia nos mais diversos projetos abertos a todas as faixas etárias. E também aprecio a sua cultura e a sua simplicidade no contacto com toda a gente.
Estava eu com minha esposa de férias em Vilamoura, Algarve, por gentileza de um amigo que já faleceu, quando me lembrei que o Licínio trabalhava na Quarteira. Um simples telefonema, e tanto bastou para que viesse ao nosso encontro, de bicicleta, para uma simples cavaqueira, que entretanto passou disso. De carro, andou a mostrar-nos, de forma até minuciosa, a Quarteira, paróquia da qual fazia parte Vilamoura. E percebi, nesse deambular, quanto se empenhou nos trabalhos paroquiais, colaborando afincadamente em tarefas de uma igreja matriz nova, na juventude, na catequese e noutros serviços. Recebidos pelo pároco, compreendi quanto era estimado e apreciada a sua ação. cheia de dinamismo.
Nas visitas de reconhecimento, pude perceber que, sem ele, eu e minha esposa ficaríamos a leste da realidade concreta daquela zona turística.
Na despedida, o padre Licínio teve um desabafo que me tocou: — Isto é muito bonito, gosto de trabalhar nesta paróquia, sinto-me muito bem com o pároco [cujo nome não consigo recordar], mas a minha Diocese é Aveiro e é para lá que eu quero voltar. Como aconteceu.
Parabéns, meu caro Licínio.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ARES DE OUTONO: PORTO


Em qualquer recanto há sempre ares de outono. Como este que encontrei no Porto, no sábado, ao princípio da tarde. As folhas semeadas a esmo mostram um tapete ainda de fundo verde, que sublinha o castanho caraterístico da época, que muito tem ainda para nos dar. Vamos esperando e vendo.

LUGRE COM MOTOR LUIZA RIBAU

Depois de ter provado as águas lagunares

Muito da nossa história marítima e lagunar passa, indubitavelmente, pelo blogue Marintimidades de Ana Maria Lopes, que não me canso de ler, já que esse gesto simples me traz recordações enriquecedoras. Eu sei que há livros que falam das nossas frotas, de artes de pesca, de acontecimentos marcantes, de estaleiros e navios neles construídos, da ria,  de oficiais e pescadores, de naufrágios e mágoas, mas também de alegrias e heroísmos. Contudo, frequentemente esquecemos essas múltiplas ofertas por razões várias: trabalhos inadiáveis, canseiras profissionais, compromissos que nos absorvem, cansaços, etc. Porém, se nuns momentos de lazer pudermos consultar aquele blogue, mesmo de fugida, é certo e sabido que encontraremos novidades. Hoje, por exemplo, encontrei e li notas curiosas sobre o lugre com motor Luiza Ribau,   e não só. Vejam aqui

FILARMÓNICA GAFANHENSE CELEBRA 178 ANOS DE VIDA


Tiago, Luz Beleira e Armando

A Filarmónica Gafanhense celebrou ontem, 12 de outubro, o seu 178.º aniversário, sendo, porventura, a mais antiga associação cultural do concelho de Ílhavo, presentemente com sede na Gafanha da Nazaré.
Das cerimónias do aniversário, registamos a romagem ao cemitério da Gafanha da Nazaré, gesto simbólico de homenagem a quantos faleceram, sejam dirigentes, sócios, maestros, professores, executantes e alunos, e estão sepultados nos cemitérios da área municipal e noutros. Seguiu-se a participação na eucaristia das 11.15, na igreja matriz, com a parte musical a cargo da filarmónica, com músicos e coral. 
Pelas 14 horas, no Stella Maris, houve uma quermesse com comes e bebes e às 16 realizou-se um concerto musical, com apresentação de novos alunos, no recinto daquele espaço, anteriormente aberto ao Apostolado do Mar.
No final da missa, tivemos oportunidade de conversar com dois jovens executantes, os irmãos Tiago e Armando, que seguiam acompanhados pela avó, Maria da Luz Vilarinho, mais conhecida por Luz Beleira, que não escondia o seu orgulho pelos netinhos fardados a rigor. Deles disse o que só as avós sabem dizer, com um sorriso largo a emoldurar-lhe o rosto de felicidade.
O Tiago toca trompete e o Armando trompa. E quando perguntei o que era a trompa, o Tiago esclareceu logo que é um instrumento com quatro metros. Só depois é que fiquei a saber que os quatro metros correspondem ao comprimento das voltas que a trompa tem.
Sobre qual daqueles instrumentos é o mais bonito de ouvir, ambos concordaram que são os dois, mas o Amando adiantou que, apesar de haver solistas de todos os instrumentos, o melhor seria ouvir o conjunto, num concerto. 
Felicito a Filarmónica Ilhavense, desejando-lhe os maiores êxitos musicais, sempre em prol da cultura e da formação integral das nossas gentes, nomeadamente dos jovens.


FM

domingo, 12 de outubro de 2014

RELIGIÃO REFLEXIVA

CRÓNICA DE FREI BENTO DOMINGUES
NO PÚBLICO

1. As sociedades modernas foram fundadas sobre a excomunhão política de qualquer referência religiosa. Embora com vários desenhos, o cenário está identificado.
A institucionalização da autonomia da esfera secular fez-se para suspender a intolerância e a violência associadas às guerras de religião e ao poder absoluto em nome de Deus. A intervenção política ficaria, em princípio, entregue à responsabilidade de todos os cidadãos. Pertencia-lhes escolher as instituições em que desejavam viver. Os indivíduos poderiam ter convicções religiosas, mas estas deveriam cingir-se ao domínio privado e não poderiam ser invocadas na configuração das instituições próprias do agir político ou militar. Era urgente mandar para a reforma o “Deus dos Exércitos” do Antigo Testamento, do regime de Cristandade e do Islão.

sábado, 11 de outubro de 2014

O QUE SE DECIDE NO SÍNODO

Crónica de Anselmo Borges 
no DN

A palavra sínodo vem do grego e significa caminho comum. Bispos de todo o mundo encontram-se em Roma desde o passado dia 5 e até ao próximo dia 19, para, em sínodo, debaterem questões relacionadas com a família, célula fundamental da sociedade e da Igreja. Como disse o Papa Francisco, "a comunhão de vida entre os esposos, a sua abertura ao dom da vida, o cuidado recíproco, o acompanhamento educativo e a transmissão da fé contribuem para uma sociedade mais justa e solidária".

CONVIDADOS PARA A FESTA NUPCIAL

Reflexão semanal de Georgino Rocha


A sala enche-se de convidados para a festa nupcial. (Mt 22, 1-14). Esteve em risco de ficar vazia, contrariando todas as expectativas. Salva a situação, a insistência paciente do pai do noivo que resulta em pleno. O amor desdobra-se em convites, face às recusas recebidas. A lista convencional tem de ser profundamente alterada. Quem, segundo a praxe, estava em primeiro lugar, dá preferência a outros interesses e não quer participar, sobrepõe as preocupações reais ou fingidas, liberta-se de incómodos, dá largas a velhos ressentimentos, exercendo violência e eliminando os portadores do convite. 
A praxe é rigorosa. Antes de aceitar, o convidado procura informar-se, cuidadosamente, sobre os possíveis participantes. A escala social é padrão de referência e introduz níveis de oscilação no apreço e na consideração de cada um. Entre os comensais e entre estes e quem organiza a festa.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

MARIA LAMAS: UMA MULHER DE FIBRA

Crónica de Maria Donzília Almeida



Foi após ter conhecido Angela Gillian, no último quartel do século XX, mais precisamente em 1976, que fiquei mais sensível ao papel da mulher na sociedade. Foi aquela socióloga americana convidada pela Faculdade de letras da Universidade de Coimbra para ministrar a cadeira de “História das Ideias e da Cultura na América” aos licenciandos em Literatura Norteamericana.

Era uma mulher vanguardista de ascendência negra que personificava a luta, dos seus congéneres americanos, pela igualdade de direitos e a sua inserção ativa na sociedade e na política. Vivia-se, nos Estados Unidos, o Bicentenário da Declaração da Independência, proclamada em 1776. Desde que as feministas americanas quiseram mudar o nome à história, propondo Herstory em vez de History…eu fiquei mais atenta à problemática da mulher!
Uma que mereceu a minha atenção e interesse foi Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas nascida em Torres Novas, a 6 de outubro de 1893, que ficou para a história como Maria Lamas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ARES DO OUTONO: PEDRAS TRISTES


O outono, nestes dias, está assim: triste como estas pedras. Não há volta a dar. Resta-nos esperar, com calma. Sem desânimo. Eu sei que o outono, por natureza, é tristonho, melancólico, enfadonho. Mesmo assim, há quem aprecie a chuva a cair, o vento a zoar e o frio a convidar-nos ao aconchego do lar. Pois é. Afinal, cada estação tem a sua beleza.

ILHAVENSES NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA




«A Câmara Municipal de Ílhavo encontra-se a realizar um trabalho de pesquisa para levar a efeito a comemoração do centenário da 1.ª Grande Guerra Mundial, homenageando os ilhavenses que nela participaram.» Assim começa a Nota Informativa da nossa Câmara Municipal, Trata-se, a meu ver, de uma excelente iniciativa que tem pairado na minha cabeça há bastante tempo, sem que tivesse assumida a labuta para descobrir quem sofreu no corpo e na alma os horrores da guerra, longe das suas famílias. Ainda dei alguns passos, pequenos, tentando consultar o Arquivo do Exército português, mas nada de concreto adiantei. Aqui ficam os meus votos de que haja sucesso desta feita.