sexta-feira, 1 de março de 2013

Casamento marcado pela unidade e pela fidelidade mútua

Casamento dos não crentes 

D. António Marcelino


Em 26 de janeiro de 2013, Bento XVI, falando aos membros do Tribunal da Rota Romana, trouxe ao de cima um problema que se arrasta na Igreja há muitos anos: é válido o matrimónio quando os noivos não têm fé? Não deu uma resposta definitiva, mas abriu caminho que, por certo, levará mais longe. 
No Sínodo dos Bispos de 1980, um bispo francês levantou este problema, que foi longamente discutido na sala sinodal, dando ocasião a uma proposição votada quase por unanimidade. A Comissão Teológica Internacional, já antes, em 1977, se pronunciara de maneira cautelosa, mas já com alguma abertura. Da Comissão fazia parte o teólogo Ratzinger. 


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Liberdade, liberdade, cada um chama-lhe sua


D. António Marcelino


O espetáculo não é nem interessante, nem edificante. Sobretudo quando se trata de políticos a divergir entre si e a discutir tricas. Não só no Parlamento. Os outros nunca têm razão, não sabem o que estão a dizer, devem demitir-se uns e calar-se outros.
Um político do velho regime dizia que os portugueses são incapazes de viver em democracia. Exagero, claro. Mas talvez se possa dizer isso de alguns políticos da nossa praça. Pela ânsia do poder e limite de horizontes de bem comum, tornaram-se incapazes de ouvir os outros, de respeitar a sua opinião, de captar o que nela pode enriquecer. Uma série de dogmáticos, ditos democratas, que não devem nada à humildade. Essa sim, é a verdade e o caminho para progredir nela. Quando os que estão na ribalta temperarem, com o respeito pelo outro, as suas opiniões livres, a sociedade fica mais rica e mais habitável.
Na política abundam os pequenos e escasseiam os de dimensão normal, que outra não é precisa. Mas, também, nos aficionados do futebol, nos debates públicos sobre temas diversos, nos fanáticos religiosos, que ainda os há por aí. 
Liberdade nunca é direito a agredir e ser diferente não é o mesmo que ser adversário. Uma sociedade, toda da mesma cor, é monótona e pobre.

António Marcelino

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O Transcendente Presente no Museu de Aveiro




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Bento Domingues escreve sobre um novo Papa



Não basta um novo Papa 
Bento Domingues

1. A preocupação única com o perfil do próximo Papa é ambígua. Pode dar a ideia de que as qualidades do novo Papa, humanas e sobrenaturais, irão resolver, por si só, as questões com que se debatem as comunidades católicas no mundo inteiro. 
Na memória de muitos católicos, e não só, a eleição de João Paulo II era uma primavera de promessas: novo, desportista, actor, assistente de movimentos juvenis, com uma capacidade de comunicação espantosa, confessava que o caminho da Igreja era a do ser humano e vinha de um país de Leste. 
Quando ficou irremediavelmente doente, as suas grandes qualidades foram celebradas, de novo, na sua capacidade sacrificial. Para esta mentalidade, renunciar seria uma traição ao vitalício carisma papal. Veio Bento XVI e, de repente, o importante era o Papa teólogo, capaz de dialogar com o pensamento moderno e, para alguns devotos, o maior pensador do século XX. O cardeal Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, não tinha mostrado grande respeito pelos seus colegas teólogos, nem capacidade ou vontade de diálogo com todos aqueles que tinham uma hermenêutica diferente do Vaticano II. Ele defendia a da continuidade, dizendo que os outros eram por uma hermenêutica da ruptura. Reduziu, de facto, a teologia a um comentário do Magistério. 
Tendo, porém, criado um vazio à sua volta, no mundo teológico, não associou ao seu governo as Conferências Episcopais, nem valorizou o papel dos Sínodos dos Bispos. Acabou por ficar confinado ao mundo da Cúria, com ferrugem de séculos, segundo D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro. 
Seja como for, pelo que consta, o seu legado na reforma da Cúria não parece brilhante, nem sequer aos olhos de Bento XVI. 

"Presente e Memória” no Museu de Aveiro

Encerra a 7 de abril 

Nossa Senhora do Rosário (séc. XVII)

Sonho de um futuro novo para a Igreja 


Integrada na Missão Jubilar, comemorativa dos 75 anos da restauração da nossa Diocese, está patente ao público, gratuitamente, no Museu de Aveiro, mais conhecido por Museu de Santa Joana, uma exposição de arte sacra, com obras provenientes das diversas paróquias. Trata-se de uma iniciativa de muito mérito denominada “Diocese de Aveiro: Presente e Memória”, que deve ser visitada por todos os diocesanos e pelos amantes da cultura, em geral, e da arte sacra, em especial, até 7 de abril, de preferência com o catálogo como cicerone. 
No texto de abertura do catálogo, que precisa de ser refletido, D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, afirma, com propriedade, que esta exposição foi pensada como «elemento essencial da Missão Jubilar», e que teve como objetivo «trazer para novos átrios de contemplação o valor da arte e o testemunho da fé». 
D. António sublinha que esta mostra nos permite contemplar «as marcas do tempo», enquanto «nos revela a geografia da nossa terra, através deste olhar comum e simultâneo pelas cento e uma paróquias da Diocese», sendo «uma forma de evangelizar e um testemunho de missão». 
Mais adiante, no expressivo texto do nosso Bispo, pode ler-se que «O diálogo entre a Igreja e Sociedade passa necessariamente pelos caminhos abertos da Cultura, em que a Igreja soube tantas vezes ser pioneira». E acrescenta, em jeito de desafio: «Estejamos também nós disponíveis para fazer deste diálogo franco um serviço e um tesouro sem esquecer nunca que a arte transporta em si um mistério profético.» 
No final da sua mensagem, D. António Francisco dos Santos manifesta o desejo de «Que este valioso património da Igreja de Aveiro ofereça a todos os visitantes um momento de contemplação da beleza da terra, da memória do tempo e do sonho de um futuro novo para a Igreja e para a nossa terra, trabalhado pelo talento humano e abençoado por Deus!». 

Moliceiros no Canal Central

Moliceiros 

O Canal Central é, para quem vai ou passa por Aveiro, o ponto de encontro com a ria. É uma atração mágica sempre experimentada. E os moliceiros lá estão ao serviço do turismo, uns de crista ao alto e outros degolados. Pouco movimento, que o frio não permite tudo. Mas desta vez quero chamar a atenção dos serviços que superintendem na ria e que passam as licenças necessárias. Acho que devia haver um esforço para exigir o respeito pela imagem dos moliceiros. Mas hoje quero ainda acrescentar um pormenor. As ilustrações da proa e da ré deviam ser aprovadas pelas autoridades. É da história dos moliceiros que as ilustrações e respetivas legendas costumam ser feitas por artistas populares, com a malícia que só eles sabem transmitir. Pintura NAIF, é certo, com o seu encanto,  mas as legendas têm muito que se lhe diga, apesar da simplicidade. Em resumo: Qualquer moliceiro ao serviço do turismo teria de passar por um crivo que obrigasse ao respeito pelas tradições. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Bento XVI deixa a cadeira de Pedro



Bento XVI deixa a cadeira de Pedro, mas continua com a Igreja. Direi que continua a sofrer com os que sofrem e com os que, dentro dela, não conseguem fugir às tentações, mas também se alegrará com as alegrias dos heróis, dos santos e de todos os homens de boa vontade, que lutam pela verdade, pela justiça e pela paz.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

“Aveiro deve muito a Orlando de Oliveira”

Li no DA





Maria Filomena Moreira, filha de Orlando Oliveira, escreveu sobre a vida do pai que, nos 15 anos que passou em Aveiro, muito fez pela cidade

"A sessão de apresentação da obra, escrita pela filha de Orlando de Oliveira - Maria Filomena Moreira -, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, e do director do Conservatório de Música, Carlos Marques, que procedeu a uma descrição sintética das marcas deixadas por este aveirense na sua passagem pela cidade.
“É, com certeza, um privilégio ter sido filha de Orlando de Oliveira, mas também é um privilégio para ele ter alguém que escreva para perpetuar a sua vida”, afirmava Carlos Marques, felicitando a autarquia aveirense por ter patrocinado a iniciativa. “Esta cidade é o que é hoje muito devido à passagem de Orlando de Oliveira por Aveiro”, sublinhava o director do Conservatório."


sábado, 23 de fevereiro de 2013

A dor e a morte não são a última palavra

As bem-aventuranças de um crente afável e crítico

José Gómez Caffarena

Era um homem muito educado, afável e atencioso. Invulgarmente penetrante e culto, um dos maiores especialistas em Kant, foi o filósofo da busca do enigma do Homem. Morreu, lúcido até ao fim, no passado dia 5, o dia em que fazia 88 anos. O jesuíta José Gómez Caffarena.
Falei várias vezes com ele, sempre amável e atento, esclarecendo dúvidas e problemas. A última vez que o vi, há dois anos, sabia que era a despedida. Convidei-o uma vez para vir a Portugal para um Colóquio. E falou sobre dois temas, com textos, excelentes: "Antropologia Filosófica: fenomenológica ou objectiva?" e "A Filosofia da Religião, uma mediação teórica importante". O que aí fica são apenas dois apontamentos e quer prestar uma homenagem a quem passou a vida dedicado à procura da verdade, no diálogo aberto, leal e crítico: pelo seu Instituto Fe y Secularidad, em Madrid, passaram todos os grandes intelectuais espanhóis, crentes ou não, como Pedro Laín, J. Aranguren, J. Sádaba, F. Savater. É preciso dar razões da própria fé e da esperança, o que implica a escuta das razões do outro. "Se um crente afirma na sua fé que existe uma verdade absoluta, afirma com isso que ele não a possui nem a pode possuir, pois está sempre a uma distância infinita dela. Deve admitir que, onde quer que um ser humano alcance algo de verdade, nessa medida também participa da Verdade Absoluta."

Caminhada quaresmal

DESPERTA E VERÁS A GLÓRIA DE JESUS

Georgino Rocha


É o que acontece a Pedro, Tiago e João, os amigos de Jesus que o acompanham na subida ao monte da Transfiguração. É o que acontece àqueles que aceitam o convite para fazerem a caminhada quaresmal e celebrar a Páscoa da ressurreição. É o que acontece a todos os que, de coração sincero e consciência (in)formada, progridem no apreço pela vida humana digna e aberta a ideais nobres e felizes.
A tríada de testemunhas é atacada pela sonolência que lhe provoca o adormecimento. “Estavam a cair de sono” – afirma Lucas, o narrador do episódio que reveste características de manifestações solenes de Deus noutras passagens bíblicas. Jesus mantém-se em oração e sente que todo o seu aspecto se altera, ficando com um brilho refulgente. Ao mesmo tempo, aparecem Moisés e Elias, protagonistas maiores e símbolos máximos do Antigo Testamento, e conversam com ele sobre o que iria acontecer em Jerusalém.
Despertos, os amigos de Jesus vêem a glória que o envolve e dele irradia, dão conta que aquelas duas figuras vão desaparecendo, manifestam a sua alegria pela experiência gozosa que estão a viver e querem prolongar, sentem medo perante a nuvem que os cobre com a sua sombra e ouvem uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o meu eleito: escutai-O”.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Poesia para este tempo


Domingos Cardoso


Resistência

A vida já me deu e me tirou
Tais sonhos, tanta fé, tanta ilusão
Que,às vezes, me parece provação
O viver a que, inteiro inda me dou.

Renasço a cada dia no que eu sou,
Desperto pela luz, em tal clarão,
Que saio para o mundo, em turbilhão,
Na esp’rança de saber para onde vou.

Não deixarei morrer esta certeza,
De ser, de mim mesmo, a última riqueza,
Vivendo de alma simples, insubmissa.

Insisto em ser sobreiro resistente
A quem roubam a pele, impunemente,
Mas não se nega, nunca a dar cortiça!...

Domingos Freire Cardoso

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José Manuel Fernandes escreveu sobre Bento XVI

No PÚBLICO de ontem


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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Concurso: Santa Joana Princesa





Diocese de Aveiro lança concurso
para dar a conhecer Santa Joana Princesa

A Diocese de Aveiro acaba de lançar um concurso para dar a conhecer a vida da sua Padroeira, Santa Joana Princesa. Inserido na Missão Jubilar dos 75 anos da Restauração da Diocese, o concurso “O ideal de uma princesa” admite, até ao dia 15 de Abril, trabalhos inéditos na vertente de banda desenhada e texto narrativo com ilustração.
Segundo o regulamento agora divulgado, o concurso, aberto a todos os residentes em Portugal, entre os 6 e os 26 anos, premiará os melhores trabalhos que integrarão, depois, uma exposição virtual no site da diocese.
Recorde-se que, nos dias 11 e 12 de Maio, toda a Diocese de Aveiro vai ser desafiada e motivada a peregrinar até ao Túmulo de Santa Joana Princesa, para conhecer melhor a sua vida, para a contemplar como modelo de discípulo de Jesus Cristo e para a sentir como padroeira e intercessora. Trata-se da segunda grande concentração diocesana em tempo de Missão Jubilar, que decorrerá na cidade aveirense.

Fonte: Diocese de Aveiro

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Porto de Aveiro aposta na internacionalização

NOVO PORTAL DÁ ACESSO A 635 VÍDEOS 
E A MAIS DE MEIO MILHAR DE NOTÍCIAS 


O reforço das versões em espanhol e inglês é uma das marcas do novo portal do Porto de Aveiro, com apresentação pública marcada para amanhã, sexta-feira, dia 22 de fevereiro, pelas 15 horas, na Sala Coutinho de Lima, na sede da Administração do Porto de Aveiro (APA, S.A.). 
A presença da administração portuária na web surge reforçada, através de um grafismo mais apelativo e da disponibilização de três sites independentes, um para cada uma das línguas disponíveis: para além do português, a APA disponibiliza informação institucional em espanhol e inglês. 

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