quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A caridade mudará o mundo


“Não a ciência, mas a caridade é que mudará esse mundo”.

Giuseppe Moscati
(1880-1927)

NOTA: Também acredito neste pensamento de Giuseppe Moscati, médico, cientista e professor universitário, que foi canonizado pela Igreja Católica em 1987. Diz que a caridade mudará o mundo e diz muito bem. Importa saber que caridade, no sentido bíblico e eclesial, significa amor, desprendimento, disponibilidade para os outros, tal como são, independentemente da sua posição social, religião ou credo político. Caridade é servir, sem esperar ser servido. É amar, mais do que esperar ser amado. É lutar pela verdade e pela justiça. É ajudar e promover o outro, quando a política, o estado e a sociedade se esquecem dele.


A sociedade está mais empobrecida e sem alma



Um apelo que frequentemente fica sem resposta 
António Marcelino 

António Marcelino


«Faltam educadores que sintam e tomem consciência de que, pela sua ação diária, passa o futuro de muita gente e a construção ou não de uma sociedade humanizada e fraterna. Há muitos educadores que sabem o caminho, lutam por segui-lo e se doem por verem que o muito que fazem é destruído por outros colegas, e, também, pela família, pela rua, pela comunicação social, que não olha a meios para conseguir quem compre os seus produtos viciados.» 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Reforma do Estado: Oposição deixa PSD e CDS sozinhos


«O líder da bancada parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, assegurou que os socialistas não vão participar na comissão eventual proposta pela maioria PSD/CDS para debater a reforma do Estado. "Essa comissão é uma cortina de fumo para o Governo tapar o buraco orçamental", disse Carlos Zorrinho ao início da tarde desta quarta-feira aos jornalistas, no Parlamento. BE e PCP também já disseram que não iriam participar, o que deixa a maioria isolada.
Os líderes parlamentares do PSD/CDS propuseram nesta quarta-feira a criação de uma comissão eventual para debater a reforma do Estado.»

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Nota: Sempre tive dificuldade em entender a recusa do diálogo político e outro. Todos sabemos que a maioria tem capacidade parlamentar para decidir o que quiser, competindo ao povo, na hora da verdade, premiar ou castigar os partidos da coligação. Mas isso não justifica, a meu ver, a recusa de dialogar sobre assunto tão importante. Distanciando-se da comissão proposta pela coligação, os partidos da oposição ficam sem autoridade moral para contestar seja o que for. Aconteceu o mesmo aquando das reuniões iniciais com a Troika. PCP e BE recusaram encontrar-se com os economistas que vieram para mandar na governação de Portugal. Depois, claro, alguns arrependeram-se. E fala-se tanto em Governo de amplo consenso partidário para endireitar este pobre e depauperado país! Mas com os políticos que temos alguma vez isso será possível? Penso que não. Faltam-nos políticos com estatura muito acima da média. Com personalidade e saber fortes. Faltam-nos, enfim, homens de Estado!

Cristão consciente e irmão sem fronteiras

Donos ou administradores fiéis?
António Marcelino


António Marcelino


Não tinha esse hábito, nem preocupação. Adquiri-o agora quando a vida nos obriga a revisão. Fechei há dias as minhas contas do ano. Contas de euros, claro. De poucos ou muitos, no caso, mais poucos que muitos, não sou dono, mas simples administrador. Recebo, gasto… Mas gasto em quê? Privo-me para partilhar com pessoas e instituições? Se penso que tudo é meu, tudo deixa de me pertencer. Não sou mais que um recetor distribuidor. Não importa, por isso, se por mim passa muito ou pouco. É preciso que apenas passe. Por isso tenho de anotar, fazer, contar, saber os que esperam, legitimamente, pela verdade das contas. Depois, há os que durante o ano solicitam a minha atenção e os que no fim do ano a esperam, e até me recordam.
Cheguei depressa à conclusão de que fazer isto é um dever e o que se deve tem muita força. Não apenas de bispo emérito, mas de cristão consciente e de irmão sem fronteiras.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Família condenada a 15 anos de prisão por conversão ao Cristianismo



«Um tribunal egípcio condenou uma mulher e os seus sete filhos a 15 anos de prisão por terem tentado alterar os seus documentos para reflectir uma conversão ao Cristianismo. 
De acordo com a agência católica AsiaNews, Nadia Ali Mohamed nasceu numa família cristã, mas converteu-se oficialmente ao Islão para poder casar com um muçulmano. Depois de enviuvar, contudo, procurou converter-se novamente ao Cristianismo, juntamente com os filhos. 
Uma vez que a religião está registada nos documentos de identidade dos egípcios, para o fazer foi necessário tentar alterar a documentação, algo que já estava a ser feito, quando a polícia tomou conhecimento do caso. Levados a tribunal, tanto a mulher como os filhos foram condenados a 15 anos  de prisão. 
A lei egípcia dificulta ao máximo a conversão do Islão para qualquer outra religião. Já o processo inverso é permitido e, frequentemente, até encorajado.»

Transcrevi da RR online

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

NOTA: No Ocidente, as pessoas são livres de poderem ou não manifestar a sua fé, declarando, em privado ou publicamente, a religião que têm ou não têm. Também podem declarar-se ateus, agnósticos ou indiferentes. Ainda podem aderir ou mudar de religião quando lhes apetecer, não tendo que prestar contas seja a quem for. E mais: Em Portugal e na Europa, por exemplo, qualquer religião pode erigir os seus espaços de culto, em pé de igualdade com os cristãos. Não foi sempre assim, infelizmente, mas depois de instaurada a democracia não há qualquer problema nessa linha. 
Em certos países árabes, sobretudo de governos ligados ao Islão mais radical, é expressamente proibido construir templos cristãos ou outros e até se condenam os que, sendo islamitas, resolveram converter-se ao cristianismo. Isto dá que pensar. 
Não sou dos que pregam o direito à reciprocidade, isto é, o direito de pagarmos na mesma moeda em relação aos países que proíbem a prática religiosa cristã, nas suas diversas variantes. Mas defendo negociações ao mais alto nível, entre a UE e os países islâmicos. Ficarmos calados perante injustiças como a que se verificou no Egito é pura covardia e crime de lesa-civilização cristã. 

FM

Lance Armstrong: A queda de um mito



Lance Armstrong


Lance Armstrong terá reconhecido que se dopou para competir ao mais alto nível, tendo conseguido diversas vitórias na volta à França. O ciclista americano,  porventura mais famoso de sempre, acaba derrotado por tudo quanto fez em prol do desporto, em especial do ciclismo. Um mito dos últimos tempos sai de cena, com o carimbo de desonesto no mundo do desporto. Ter-se-á arrependido e confessado o seu crime. Crime, sim, porque enganou, para não utilizar outro termo mais duro, meio mundo, desde colegas a dirigentes, desde técnicos a simples apaixonados pelo ciclismo. 
Prova-se, à evidência, que a mentira vem sempre à tona, se a entrevista que virá para a ribalta um dia destes  for conclusiva. Os especialistas do doping já garantiram que ele usou drogas e os tribunais também já o condenaram. Os amantes do desporto ficarão tristes e desiludidos. A queda de um ídolo deixa marcas tristes em todo o lado. 

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sábado, 12 de janeiro de 2013

A fé em Deus regressa docemente


Que futuro para Deus?
Anselmo Borges

Anselmo Borges

É sobre o tema em epígrafe que Marie Drucker publicou uma entrevista com Frédéric Lenoir, da École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. Faz parte do livro Dieu (Deus).
Alguns indicadores estatísticos. Actualmente, dois terços da população mundial confessam acreditar em Deus. O outro terço reparte-se entre as religiões sem Deus (religiões chinesas, budismo, animismo, xamanismo...) e uma pequena parte que se declara sem pertença religiosa (menos de 10% da população mundial, principalmente na China e nos países europeus descristianizados).
Mesmo se a fé está a diminuir progressivamente desde há várias décadas, cerca de 90% dos americanos e dois terços dos europeus acreditam em Deus. A França e a República Checa constituem excepção, pois são os países que contam hoje com a taxa mais elevada de ateus na Europa. De qualquer modo, mesmo na França, a fé em Deus resiste melhor do que a pertença religiosa e permanece estável: 52%.

A festa do baptismo de Jesus é a festa do nosso baptismo.

JESUS, A TERNURA DE DEUS PAI
Georgino Rocha

Batismo (rede global)

O baptismo de Jesus oferece-nos uma bela e cativante mensagem. Após o rito das águas no Jordão, uma série de ocorrências manifestam o alcance dos gestos e, sobretudo, a “categoria” do baptizado. Abre-se o Céu, desce o Espírito, ouve-se uma voz que diz: “Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência”. Entretanto, Jesus permanece em oração.
A conjunção destes sinais evidencia a realidade profunda do que acontecia: Deus, trindade de pessoas, esta presente e actuante no início da “vida pública” de Jesus de Nazaré, envolve-se na sua missão, compraz-se nas suas opções e credencia o seu estilo de vida. Deixa-se ver e ouvir de forma eloquente e envolvente. Mais tarde, voltará a manifestar-se no silêncio confiante do agonizar no Calvário: “Pai, nas tuas mãos, entrego o meu Espírito”. Silêncio e palavra, ocultamento e manifestação, constituem modos humanos de comunicação divina e convidam-nos a mergulhar nos ensinamentos que a mensagem comporta: A ternura do Pai que se compraz no Filho, bem-amado, a atitude filial de Jesus que se recolhe em oração, a suavidade da presença do Espírito que desce em forma corporal, como uma pomba. A voz que proclama, o silêncio que escuta, a mansidão que acolhe.

É verdade que todos os paraísos são paraísos perdidos?

A esperança ativa
José Tolentino Mendonça

Tolentino Mendonça

É verdade que todos os paraísos são paraísos perdidos? A julgar pela aparência todas as histórias, até a história bíblica, nos garante que sim. De facto, no livro do Génesis, o primeiro casal humano acaba lançado para fora do paraíso, depois de uma breve e atrapalhada permanência. E as portas do paraíso ficam interditas aos humanos. Contudo, a linguagem simbólica e a natureza teológica daquele relato exigem uma atenção a investimentos de sentido que se podem sintetizar assim: o tempo da salvação não é narrado como nostalgia de uma época de ouro passada, mas, o que se procura afirmar é que, através de vicissitudes e contradições, o tempo não deixa de avançar para uma plenitude. De certa forma, o homem descobre que está fora do paraíso para que possa encaminhar-se para ele. A expulsão bíblica não é, portanto, uma perda, mas o primeiro, e misterioso, passo para o caminho da promessa. O que não se escamoteiam são as tensões e desvios que o homem vai introduzindo. Reconhecer, porém, que mundo e a história não são propriamente lugares paradisíacos não nos deve fazer cair os braços, nem desesperar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O filho pródigo


Um conto de Maria Donzília Almeida

O Scott


Apareceu abatido, escanzelado, cabisbaixo. Esta atitude de prostração, contrastava com a sua natural energia, diria até, uma euforia que marcava a sua personalidade. Era um jovem cidadão, neste mundo cão, em que nos encontramos, no nosso dia-a-dia. 
Metia dó contemplar o aspeto de alguém que sofrera os reveses da vida! 
Da vergonha resultante do destino que lhe fora traiçoeiro, nem sequer ousava enfrentar a família e olhar os seus entes queridos, de cara a cara. As forças e a humilhação pela derrota sofrida, retiravam-lhe a coragem e a firmeza do olhar. 
Partira, na véspera de ano novo, enfeitiçado pelo barulho das luzes e pelo estrondo dos foguetes! Deixara para trás o lar acolhedor que o adotara como filho legítimo e partiu à procura da aventura, do desconhecido. Vagueara, sem rumo certo, por ruas e becos esconsos, aproximara-se de restaurantes de luxo, onde saciava a sua fome de imprevisto e...deambulara-se, por uns intermináveis quatro dias, sem rei, nem roque! 
A família de acolhimento, já chorava a perda e desaparecimento do seu ente querido e contactara as forças de segurança, para se porem no encalço do foragido. 
Apareceu, encaminhado por outra criança, que ouvira o apelo lancinante da sua teacher....que perdera o seu cãopanheiro. Sensíveis que são a estes problemas, rapidamente se puseram em campo e eis que o Scott se reencontrou com a dona, no seu jardim das delícias! 
De tão maltratado, exibia, no dorso um enorme ferimento, em carne viva, resultado das lutas que travou, com qualquer assaltante de estrada! 
Mas...não ouviu ralhetes, imprecações, censuras! O coração da família, ali estava aberto, recetivo, cheio de perdão e de amor para compensar a dor da derrota, da vergonha, da transgressão. 
O melhor manjar foi dispensado a “Mr Scott”, que não se fez rogado e uma semana após o bem-aventurado regresso, readquiriu toda a sua energia incontida, bem manifesta nos despojos do seu velho edredão de penas!!! 
Até um casaquinho, de tecido tigrado, saltou da gaveta onde se guarda o enxoval canino e foi vestido a sua eminência, o lorde cá de casa! 
Saber perdoar...é a virtude, que a dona demonstrou, para com os atos irrefletidos desta criança imatura! 
E...a parábola do filho pródigo, agora em contexto canino, repetiu-se, sempre nova, sempre atual! 

10.01.2013