terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Penalizar quem poupa?

"É tão importante exigir consolidação aos países com desequilíbrios nas contas públicas como exigir aos que têm excedentes que coloquem esse dinheiro para dinamizar o consumo interno e estimular o sector exportador de países como Portugal", disse António José Seguro numa conferência do "DE". Este raciocínio está errado."
Ler mais aqui

Há sempre um tempo para chegar e um tempo para partir


O TEMPO
António Rego

Tinha praticamente acabado de ser ordenado Padre quando surgiu o Decreto do Concílio sobre os Meios de Comunicação Social. O próprio título era novo e pensávamos que longo e pouco fácil de divulgar e assimilar. E foi afinal o grande batismo do cinema, da imprensa, da rádio e da televisão no século XX. A expressão latina Media surge quase cinquenta anos depois quando se dá o fantástico cruzamento com as plataformas digitais que prolongam quase até ao infinito as autoestradas da comunicação do nosso tempo. Na narrativa diária do Concílio, foi meu companheiro e mais tarde colega, um jornalista e escritor espanhol, que me ensinou a ver, julgar, agir e contar factos e dizeres muito complexos, numa linguagem simples e próxima. Agradeci-lhe, por escrito, em pleno Concílio.

Nuno da Paula apresenta livro sobre Carlos Paião

(Clicar na imagem para ampliar)

Dia Nacional do Voluntariado



Vontade de ajudar
Os desvalidos da sorte
Limitados pela doença
Uma incapacidade
Não segrega
Traz, isso sim
A determinação
Resignação, não
Ir em frente
Ao encontro
Do amigo
O irmão!

Mª Donzília Almeida
05.12.2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Bagão Félix apresenta livro de D. António Marcelino



“Pedaços de vida que geram vida”


“Pedaços de vida que geram vida” é o título do livro que reúne “experiências e vivências em missão” de D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro.
A obra será apresentada publicamente no dia 12 de Dezembro, na Biblioteca Municipal de Aveiro, pelas 18h, contando com a intervenção do economista António Bagão Félix.
Neste livro das edições Paulinas, D. António Marcelino relata memórias que são “desafios e graças”, acumuladas ao longo de 56 anos de padre e 36 de bispo. “Há acontecimentos e situações que vivemos, mas não nos pertencem só a nós. Há vidas destinadas a ser berço de acolhimento de graças para as repartir pelos outros. Não se é padre nem bispo para si próprio”, escreve na abertura da obra.
Ao longo de 116 páginas, surgem casos com origem na família de sangue, “experiências contagiantes” do jovem padre António, situações “onde o bispo é discípulo”, experiências colhidas em visitas pastorais, relatos de encontros com jovens ou com mestres “de muita virtude, coragem e saber”.
“O que recordei e aqui deixo – escreve na página 8 – são experiências de vida. Todos os que servem outros têm as suas vivências próprias. A questão é dispormo-nos a confiá-las, com simplicidade e verdade, a quem também pertencem e quantos delas queiram beneficiar”.
D. António Marcelino, 81 anos, natural de Lousa, Castelo Branco, está na diocese de Aveiro desde 1980, primeiro como bispo coadjutor (1981-1988) e depois como bispo residencial (1988-2006). Actualmente colabora com a diocese e a igreja portuguesa em geral, mantendo uma coluna de opinião no semanário “Correio do Vouga” e em diversos outros jornais regionais.

Jorge Pires Ferreira

António Capão na Academia Portuguesa de História



António Capão, homem da cultura, com estudos e publicações ligados à Literatura e Língua Portuguesa, Etnografia, Geografia Linguística, Antroponímia e Toponímia, foi eleito membro da Academia Portuguesa de História em 13 de julho, onde foi recebido solenemente na instituição a 12 de outubro. Assim li no Correio do Vouga, órgão oficial da Diocese de Aveiro, no qual colaborou inúmeras vezes, respondendo sempre a qualquer convite que lhe fosse dirigido nesse sentido. 
No seu discurso de agradecimento, sublinhou, conforme o referido semanário: «Ora, esta criança que nasceu há mais de 80 anos, que descalça pisou solos macios e barros gretados, que atrelou bois aos tradicionais instrumentos agrícolas e os guiou, que pegou nas arrabelas da charrua e na rabiça do arado, que estudou  e se licenciou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que investigou, registou e escreveu milhares de páginas, essa criança, sou eu: António Tavares Simões Capão que, se Deus me der vida e saúde, continuarei a contribuir para o prestígio da Academia.» Aqui fica, com os meus modestos parabéns, esta referência a um mestre, que foi e é também um cidadão exemplar, um professor ilustre e um estudioso incansável, merecedor de todas as honras.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Poesia para este tempo de Mário Dionísio




Complicação

As ondas indo, as ondas vindo
— as ondas indo e vindo sem
parar um momento.
As horas atrás das horas, por mais iguais
sempre outras.
E ter de subir a encosta
para a poder descer.
E ter de vencer o vento.
E ter de lutar.
Um obstáculo para cada novo passo
depois de cada passo.
As complicações,
os atritos para as coisas mais simples.
E o fim sempre longe, mais longe,
eternamente longe.

Ah mas antes isso!

Ainda bem que o mar não cessa
 de ir e vir constantemente.
Ainda bem que tudo é
infinitamente difícil.
Ainda bem que temos
de escalar montanhas e que elas vão
sendo cada vez mais altas.
Ainda bem que o vento
nos oferece resistência
e o fim é infinito.

Ainda bem.
Antes isso.
50 000 vezes isso
à igualdade fútil da planície.

Mário Dionísio,
Complicações

Por sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

UMA REFLEXÃO PARA ESTE DOMINGO




MAIS FORTE DO QUE EU
Georgino Rocha

Que estranha figura nos vem trazer tão alegre notícia! Que protagonista desconcertante escolhe Marcos para abrir o cenário do início à narração do Evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus! Que multidões, dos campos e de cidades, cheias de expectativas, acorrem a ouvir João Baptista e os seus exigentes apelos de conversão! Estas exclamações contêm interrogações que encontram resposta na proclamação da mensagem que nos chega dos cristãos de Roma e que redigida nos anos 67/67 da nossa era.
A figura de João é estranha, desconcertante, irreverente, subversiva. A sua retirada para o deserto assemelha-se à de Elias: contestação dos critérios imperantes nas classes dirigentes, políticas e religiosas, denúncia do sistema social estabelecido, apelo veemente à transformação da estruturação da sociedade e do estilo de vida sóbria, reduzida ao essencial. O deserto surge como espaço de encontro com Deus, propício para escutar a voz da consciência em suas aspirações fundamentais, distante dos interesses e dos privilégios dos poderosos, liberto de temores e de represálias.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 266


DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 49 



GRÃO DE BICO COM BACALHAU 

Caríssima/o: 

De facto a bicicleta não anda a grão de bico com bacalhau, mas ... 
Uma noite, de regresso das aulas que frequentavam na Escola Comercial de Aveiro, numeroso grupo de ciclistas ansiavam por chegar a casa para matar a fome depois de um dia de trabalho seguido das tais lições (que seguiam voluntariamente com a mira de uma valorização pessoal e... profissional). 
Como dá para imaginar, as energias não seriam muitas e as bicicletas deslizavam suavemente quase ao passo de carneiro mal morto. Não havia pressas, o luar espraiava o horizonte, a conversa corria entre risos. 
Nada fazia prever que, de repente, se aproximasse um que partira mais tarde e os ultrapasse a todos. Espanto! Podia lá ser que o António Vareta estivesse com tanta pressa que nem lhe permitia saudar os companheiros!... Mas era verdade: ele já ia bem lá à frente! 
- António! Eh António! Que se passa, homem? Vais a fugir de alguém?!- gritou-lhe em ar de troça um deles. 
Sem se voltar para trás e a pedalar cada vez com mais intensidade, o nosso jovem ainda arranjou forças para responder: 
- Eh, pá tenho que ir e depressa... 
- Tem calma. 
- Não, não! Tenho que me despachar!... Hoje a ceia é grão de bico com bacalhau e eu gosto muito... mas tem de ser quente!... 
Mais não se ouviu e rapidamente fugiu da vista dos outros companheiros não fosse a ceia ficar fria! 

Manuel

sábado, 3 de dezembro de 2011

O país suspirou de alívio




HOMENAGEM A MÁRIO DE ALMEIDA
Maria Donzília Almeida
O país suspirou de alívio, com a notícia do resgate, com sucesso, dos náufragos das Caxinas, no dia de ontem. Na verdade, foi com comoção que assisti, pela televisão, à notícia detalhada, do salvamento de 5 pescadores que andaram à deriva, durante três dias. Quase tinham chegado ao limite das forças, quando um helicóptero da aviação portuguesa conseguiu essa brilhante façanha: um resgate total de todos os cinco pescadores. Ponho-me no papel dos familiares, nas horas de angústia que viveram, aqueles que trazem sempre o coração nas mãos!
Ainda, hoje, na rádio, se falava no caso e o que mais me tocou, foi ter ouvido que o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Dr Mário Almeida, esteve no terreno, a falar com os náufragos e a inteirar-se da sua situação. Ocorreu-me de imediato um enorme sentimento de gratidão e confirmei como este é um grande homem!

Um retrato de Portugal e dos portugueses

António Barreto em entrevista ao i



"Uma indisciplina que foi ganhando requintes?
Estou a lembrar-me do governo a que eu pertenci, em que o doutor Medina Carreira já grunhia contra a despesa pública excessiva, contra a despesa desnecessária, contra a despesa inútil, e eu aprendi muitíssimo com ele. Ele dizia, dado que os políticos portugueses, de todos os partidos, são irresponsáveis e gastam por conta sem se importarem com nada, que parece que não têm filhos, que não vão ter netos. Gastam, gastam, gastam com tudo e mais alguma coisa, os políticos nacionais e os políticos autárquicos. E isto é uma infelicidade, parece que fomos pobres durante 40 anos e, de repente, passámos a ser ricos, novos-ricos, falsos ricos! E eu convenci-me da disciplina do euro, liderada pelo Banco Central Europeu, com um grande contributo dos alemães, que são absolutamente fanáticos pela estabilidade da moeda.

E o que descobriu?
Convenci-me de que os portugueses se iam portar bem e dei-me conta, para meu grande desgosto, que durante o período do euro os dirigentes portugueses continuaram tão irresponsáveis quanto eram, ou mais e, curiosamente, com a cumplicidade europeia. Os europeus queriam exportar para cá, queriam mandar dinheiro para depois receber, e são absolutamente co-responsáveis e cúmplices com a indisciplina portuguesa.
E desta vez aprendemos a lição?
O desespero europeu em que vivemos é tão fundo, tão grave, tão grave, a crise é tão absolutamente histórica, que isto talvez seja de molde a dar-nos uma lição. E tanto os portugueses como os europeus se virem menos para a indisciplina e para a demagogia financeira."
Ler mais aqui

Planta que vive na pedra




Esta planta de interior resolveu, um dia, já lá vai muito tempo, sair de casa e estabelecer morada na escadinha que dá acesso à minha residência. No tempo próprio, brota a flor para saudar quem vem. Gosto de a ver ali, alimentando-se nem sei de quê e resistindo a todas as crises. Belo exemplo de sobrevivência nos dá esta planta em época difícil.

O Advento na pintura


Juízo Final, Frei Angélico

O Juízo Final é o que desejamos 
do mais profundo de nós próprios

«Os ortodoxos têm o costume de pintar o “Juízo Final” sobre a porta de saída da igreja. As pessoas ouvem a palavra, contemplam os ícones de Cristo, da Virgem Maria e dos santos, e ao regressarem para a sua vida levam impressa na sua mente a imagem do Juízo Final.» 
«Infelizmente, ao longo dos séculos, foi utilizada de uma forma um pouco “terrorista” para assustar as pessoas», quando «para nós, cristãos, o Juízo Final é o que desejamos do mais profundo de nós próprios.» 
O cónego João Marcos, pintor e diretor espiritual do Seminário dos Olivais, em Lisboa, explica ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura algumas das expressões da arte e da espiritualidade do Advento na pintura cristã do Ocidente e do Oriente. 
O Advento, que este ano começou a 27 de novembro, data que marcou o início de um novo ano lítúrgico para os católicos, compreende os quatro domingos anteriores ao Natal.

TERTÚLIAS À QUARTA: Onde está Deus quando morre um inocente?