sábado, 25 de setembro de 2010

Confraria Gastronómica do Bacalhau nas Noites Brancas em Coimbra


A convite da Agência de Promoção da Baixa de Coimbra, esteve recentemente na cidade do Mondego uma delegação da Confraria Gastronómica do Bacalhau, para participar num evento de gastronomia, com a colaboração de 25 restaurantes de Coimbra, integrado nas Noites Brancas da cidade.
Com o apoio do cozinheiro oficial da Confraria, que demonstrou como se cozinha o Bacalhau à Confraria, de um industrial de transformação do “fiel amigo” e de outros Confrades, foi a Confraria recebida por diversas entidades Coimbrãs com quem visitaram a maioria dos estabelecimentos de restauração, onde o Bacalhau foi prato obrigatório.

Papa defendeu diálogo entre a razão e a fé



Bento XVI no Reino Unido
Anselmo Borges

Contra todas as previsões, a visita de Bento XVI ao Reino Unido foi um êxito. Os próprios media britânicos foram unânimes nesse reconhecimento. Até a sua imagem pessoal saiu suavizada: já não "Rottweiler de Deus" nem um intelectual frio, mas um ancião sábio e simpático.
Porquê? Explica o teólogo José M. Castillo: "Porque, nesta viagem, o Papa não condenou nada nem ninguém. Não proibiu nem censurou. Pelo contrário, reconheceu as suas falhas, pediu perdão, mostrou-se próximo das pessoas. Fê-lo por política, diplomacia ou talvez outros interesses? Fê-lo. E basta. É isso que as pessoas esperam, é disso que as pessoas precisam. O que todos queremos que os outros tenham connosco: respeito, tolerância, humanidade, compreensão e bondade."
De qualquer modo, a figura do intelectual eminente não deixou, mais uma vez, de impressionar. "Obrigado por ter-nos feito sentar e reflectir", disse-lhe o primeiro- -ministro, David Cameron, ao despedir-se no aeroporto. "Foram quatro dias incrivelmente emocionantes para o nosso país", garantindo-lhe que "foi escutado por um país de 60 milhões de cidadãos". E foi mais longe: "A fé é parte integrante do tecido do nosso país."

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Visita do Presidente da República ao Município de Ílhavo

Ainda a visita de Cavaco Silva


Santa Maria Manuela

Na próxima segunda-feira, 27 de Setembro de 2010, o Município de Ílhavo recebe a visita do Presidente da República, Cavaco Silva, numa ambiência de reforço da importância da aposta no conhecimento e economia do Mar.
Sendo este o Município que tem “O Mar por Tradição”, a visita do Presidente da República inicia-se pelo Museu Marítimo de Ílhavo, marco incontornável na história e cultura de um povo ligado à pesca do bacalhau, com um almoço de recepção oferecido pela CMI a toda a comitiva e demais convidados.
Sempre tendo como tema o Mar, o Presidente Cavaco Silva fará uma visita à Universidade de Aveiro, tomando conhecimento dos projectos de investigação científica desenvolvidos e de todo o trabalho realizado na temática do Mar.

Baptismo de Ria e Mar para algumas crianças


Pequenos gestos, com pequenas despesas,
podem ter um valor incalculável



Ontem, Dia Mundial do Mar, algumas crianças puderam viajar de barco pela ria, podendo ver, não muito perto, o oceano. A iniciativa pertenceu à APA (administração do Porto de Aveiro) e contou com a prestimosa colaboração da UIPSS, da EcoRia e da CMI. As crianças vieram do interior do Distrito, nomeadamente dos concelhos de Santa Maria da Feira e Anadia, privilegiando quem nunca andou de barco ou nem sequer viu a ria e o mar. Foram, certamente, momentos de muita alegria para todas as que participaram.
Depois da viagem pela ria, com os coletes salva-vidas enfiados à cautela, as crianças visitaram o Porto de Aveiro e o Navio-museu Santo André, tendo ficado com algumas histórias para contar.
Importa agora sublinhar a importância da iniciativa, que proporcionou vivências raras em crianças que, por viverem longe ou oriundas de famílias de mais baixos recursos, ainda não tinham sentido o gosto de apreciar paisagens diferentes das que as enquadram no dia-a-dia.
Fez bem a APA em promover esta iniciativa. Porém, lembro que outras entidades também poderiam contribuir para a valorização das nossas crianças e até de adultos que, certamente, não têm hipóteses de fazer experiências fora do comum. Pequenos gestos, com pequenas despesas, podem ter um valor incalculável.

FM

Centenário da República: acontecimento para aprender e reflectir


As comemorações de qualquer data histórica suscitam-nos sempre a virtude de revisitar acontecimentos com o distanciamento que os anos nos oferecem. É assim com as celebrações da República, instaurada entre nós em 5 de Outubro de 1910. Já lá vão 100 anos. Oficialmente foram programadas acções diversas para todo o país, que nos levam a aprofundar conhecimentos ou, para muitos, a estudar o assunto. E do muito que tem sido escrito e dito, sobre a República portuguesa, é justo verificar que há um sem-número de pontos de vista, leituras as mais diversas, tendo sempre em conta os vários ângulos de observação e as análises feitas por ideólogos e historiadores de muitas cores.
O observador normal, como é o meu caso e o caso de muitos, só tem a ganhar com a riqueza da diversidade da oferta.

Veja aqui e aqui

Presidente da República na Gafanha da Nazaré

Presidente da CMI em visita ao novo centro escolar, na Cale da Vila,
 para se inteirar do andamento dos trabalhos de conclusão das obras


No próximo dia 27 de Setembro, segunda-feira, o Presidente da República, Cavaco Silva, presidirá, a convite do autarca ilhavense, Ribau Esteves, à inauguração do Centro Escolar Santa Maria Manuela, na Cale da Vila, Gafanha da Nazaré. Este Centro Escolar tem a particularidade de ter o nome de um lugre bacalhoeiro reabilitado para uma nova vida ligada à actividade marítimo-turística, no início de um Ano Lectivo dedicado ao tema “A Cultura do Mar e as Actividades Náuticas”.
Motivo de festa para todos os que acreditam e apostam na Educação e no Ensino, como molas reais de uma sociedade mais livre, mais culta e mais feliz.
Depois desta inauguração, outras se sucedem: Centro Escolar da Coutada (28 de Setembro), Centro Escolar de Vale-de-Ílhavo (29), Centro Escolar da Légua (1 de Outubro), Centro Escolar N.ª Senhora do Pranto (5).
Em nota da CMI, sublinha-se que os centros escolares a inaugurar «permitem que as nossas crianças e profissionais da educação possam trabalhar em melhores condições e, por essa via, alcançar melhor realização e sucesso, verdadeiros catalisadores para o desenvolvimento da nossa terra». A nota refere ainda que já se preparam novos investimentos no Parque Escolar do Município.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Papa conseguiu superar ódios seculares

Europa, terra de missão

Francisco Sarsfield Cabral

A visita de Bento XVI à Grã-Bretanha correu muito bem, melhor do que se esperava. O Papa conseguiu superar alguns seculares ódios anti-católicos dos britânicos. Uma das raízes da hostilidade britânica ao catolicismo está no protestantismo, ali tornado religião oficial há cinco séculos. Outra, e porventura mais importante, é a quebra da prática religiosa. Mais de metade dos cidadãos britânicos não frequenta qualquer serviço religioso.
É manifesta a preocupação deste Papa com o crescente abandono da religião nas democracias europeias. Em França, um velho país católico, a percentagem dos que não vão à igreja (qualquer igreja, incluindo mesquitas) é superior à britânica. Na República Checa quase dois terços não frequentam serviços religiosos, excepto em ocasiões especiais, como casamentos.
Bento XVI tem desenvolvido um notável esforço para mostrar que a fé se articula com a razão. E para tornar claro como os valores éticos do Evangelho são importantes para as sociedades modernas.
Daí o empenho que manifesta no diálogo com não crentes. A Europa é, hoje, uma terra de missão.

In RR

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

«Não temos o direito de pedir nada aos portugueses»

«Paulo Bento afirmou, na sua primeira conferência de imprensa como seleccionador nacional, que depois dos recentes resultados de Portugal para o apuramento do Euro2012, a equipa de Portugal não tem o direito de pedir nada aos adeptos portugueses mas sim a obrigação de devolver o orgulho aos portugueses na sua equipa.»

Veja mais aqui

Criança parodia ministra da Educação, com graça

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré: "Retratos de Gentes da Terra e do Mar”

No próximo dia 26, domingo, pelas 17 horas, vai ter lugar no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré um espectáculo dinamizado pelo grupo de cidadãos seniores do Espaço de Convívio da Junta de Freguesia, subordinado ao tema "Retratos de Gentes da Terra e do Mar", que tem por inspiração o centenário da freguesia e paróquia.

Dia Europeu Sem Carro


Mais carros na rua que gente a caminhar
na marginal da Figueira da Foz

Celebra-se hoje, quarta-feira, o Dia Europeu Sem Carro.  Logo de manhã, da varanda da minha residência, olhei e vi que estava tudo como dantes, isto é, como se tal dia nem existisse. É verdade. Fala-se imenso da necessidade de utilizarmos menos o automóvel, por razões várias, mas a dependência desse meio de transporte está-nos no sangue. É sabido que, se pudéssemos ir de carro para a cama, não deixaríamos de o fazer. Até para tomar café a umas curtas dezenas de  metros não dispensamos o carrinho. Então, como alterar esta dependência? Não sei. Julgo que somente teremos juízo se a gasolina for para preços exorbitantes. Eu cá por mim vou tentar utilizá-lo menos. Se me virem a caminhar, tomem-me como exemplo a seguir. Bom Dia Europeu Sem Carro é o que desejo a todos.

23 DE SETEMBRO – DIA MUNDIAL DO MAR

Jardim Oudinot, com Santo André ao fundo

Baptismos de mar no Porto de Aveiro

Esta quinta-feira, 23 de Setembro, em iniciativa integrada nas comemorações do Dia Mundial do Mar, o Porto de Aveiro vai proporcionar baptismos de mar a quatro dezenas de crianças e jovens carenciados, residentes em Instituições Particulares de Solidariedade Social do interior do distrito.
O passeio terá a duração aproximada de uma hora, com partida do Rossio, Aveiro (10:00), junto às instalações da Eco Ria e paragem intermédia no cais do Jardim Oudinot.
A escala servirá para uma aliciante visita ao Navio-Museu Santo André. O regresso far-se-á com destino ao local de partida, no Rossio.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Barcos Mutilados - 2

A propósito do meu texto intitulado Barcos Mutilados, o meu amigo Armando Cravo enviou-me um comentário pertinente. Ele aqui fica:

Sobre o artigo do teu blogue “Barcos Mutilados”, quero dizer-te que nos meus tempos de criança, eu  às vezes andava na ria com o meu pai na sua bateira mercantel; cheguei a ver o cimo da proa de alguns, com umas dobradiças, que permitiam a sua dobragem para resolver essas situações de maré alta e pontes baixas.

Cavaco Silva alerta para a deficiente exploração económica do mar

Porto de Aveiro

«O Presidente da República alertou hoje para a deficiente exploração económica do mar, sublinhando o trabalho que ainda há a fazer em muitos domínios, nomeadamente, no caso dos portos.
Cavaco Silva desvaloriza o TGV ou o novo aeroporto, defendendo que o transporte marítimo pode e deve ser uma alternativa viável ao transporte rodoviário. “Dada a importância estratégica dos nossos portos, que possamos discutir meses e anos a fio o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa, sem que paremos um pouco para pensar nos portos do futuro”, afi rmou o Presidente da República numa intervenção na abertura do Congresso dos Portos e dos Transportes Marítimos, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa.
O Chefe de Estado defende que é necessário “identificar um conjunto de soluções concretas que possam ser aplicadas aos sectores dos portos e dos transportes marítimos, impulsionando estas actividades económicas em benefício das empresas e da economia portuguesa no seu todo”.»
Ler mais aqui

Figueira da Foz: Fotos de Casimiro Madail no CAE

Roda do Leme

Até 3 de Outubro vai estar patente ao público, no CAE (Centro de Artes e Espectáculos), Figueira da Foz, uma exposição de fotografias, a preto e branco, de Casimiro Madail.
Quando entrei na sala de exposições de fotografias, fiquei agradavelmente surpreendido com a arte deste nosso concidadão, natural do concelho de Aveiro, mas radicado no nosso. Artista amador, não pode ser ignorado, pela riqueza das expressões com que nos brinda.
No cartaz de divulgação e apresentação da exposição, o historiador Álvaro Garrido, responsável pelo Museu Marítimo de Ílhavo, diz: «Quando do mar se avista a terra, prenunciam-se eternos retornos. Mais do que partidas e viagens, é de regressos que as narrativas marítimas se alimentam. De regressos consumados e imaginários, de viagens concretas e fabulosas.»
Pelos meus olhos e pela minha alma passaram imagens e mais imagens que me são familiares, tal a beleza de que se revestem. Roda do Leme e seu enquadramento, “Sagres” e “Creoula” com toda a sua história, Jardim Oudinot e Forte da Barra, Praia da Barra e Costa Nova, regata de moliceiros e rostos de gente da beira-ria e do mar, proa enfeitada e arte da xávega, a “Bruxa” de tantas conversas e vivências…
Valeu a pena passar hoje pelo CAE, visita frequente nas minhas andanças pela Figueira da Foz.

BENTO XVI no Reino Unido



Bento XVI
- uma viagem quase impossível

António Rego

Cinco meses depois de vir a Portugal, Bento XVI empreende uma viagem completamente diferente ao Reino Unido. Foi Chefe de Estado, Sucessor de Pedro, Pastor, ecuménico, penitente, corajoso, cordial, amigo. Tal como aconteceu em Portugal a Comunicação Social não foi benigna antes do acontecimento. Profetizou um fracasso, um pretexto para protestos e até uma oportunidade para o Papa receber ordem de prisão. O balanço final nada teve a ver com os agoiros.
A Inglaterra é indiscutivelmente uma referência no nosso tempo, de história, cultura, liberdade e comunicação. Mas raramente se diz que no Império de Sua Majestade ser católico é ter um estatuto menor, como que infiel a um país que há quinhentos anos escolheu o seu "Papa" e lhe presta fidelidade, onde o político e o religioso se misturam com ar benigno e natural. Noutro país seria considerado subdesenvolvimento ou terceiro-mundismo.

Barcos mutilados


Na Festa da Ria de domingo vi estas embarcações tradicionais da nossa laguna com o pescoço cortado. Ficaram sem vida. Tive pena de ver isto. Disseram-me que esta degola foi executada para permitir a passagem, em maré cheia, por debaixo das pontes. Penso que poderiam estudar o assunto, recolocando o que foi cortado, com a aplicação de uma qualquer sistema que permita mostrar as embarcações na sua plenitude. Vejam isso, amigos, porque assim enganam os turistas e ofendem os que gostam de manter as nossas belezas intactas.

Os trajes tradicionais dos árabes

Os povos do mundo inteiro criaram as suas formas de vestir e de viver. É um direito que lhes assiste e que temos de respeitar, na sociedade pluralista em que vivemos. Não me choca, por isso, ver chegar a uma escola, aqui na Figueira da Foz, uma muçulmana com os seus dois filhos pela mão. Ela toda de preto, apenas se via o rosto em parte. As crianças apresentavam-se como as portuguesas, com roupas normalíssimas para os nossos costumes. Gostei de ver. Incomoda-me é que um qualquer Estado da Europa possa pôr, e ponha,  restrições ao uso dos trajes tradicionais de qualquer pessoa, seja ele de onde for.
Já imaginaram o que seria se nos obrigassem a andar com os trajes dos outros, quando viajamos?

Uma brochura de João Gonçalves Gaspar


“Fernando Oliveira – Um Humanista Genial”

“Fernando Oliveira – Um Humanista Genial” é uma brochura de 82 páginas da autoria de João Gonçalves Gaspar, publicada como separata da Universidade de Aveiro, coordenada por Carlos Morais. Inserido no enquadramento do V Centenário do nascimento do autor da primeira gramática da linguagem portuguesa, este trabalho de João Gaspar oferece aos estudiosos e demais interessados por personagens históricas uma súmula muito bem documentada sobre um dos nossos maiores, com raízes aveirenses.
Como é timbre do autor, João Gaspar não escreveu de cor, mas buscou fontes credíveis, onde se baseou para nos caracterizar, passo a passo, com transcrições sempre oportunas, este padre e humanista, que se destacou «como pioneiro na sistematização dos princípios gramáticos da nossa linguagem, na descrição da táctica militar marítima, na divulgação da arquitectura náutica e na história portuguesa». E diz mais: «Se a sua vida de sacerdote dominicano, de escritor, de filólogo, de cartógrafo, de historiador, de diplomata, de marinheiro, de soldado, de aventureiro e de perseguido é tão cheia de episódios díspares e de aventuras diversificadas, os seus conhecimentos surgem-nos multiformes e manifestam uma invulgar sabedoria, com base tanto em conhecimentos humanistas e cristãos, como na experiência vivencial, colhida de muitas maneiras.»

domingo, 19 de setembro de 2010

Senhora dos Navegantes: A Grande festa da Ria

Na hora na partida



Milhares de pessoas viveram
a festa da Senhora dos Navegantes



A Ria em festa foi um espectáculo. Foi e é sempre, como válvula de escape para as agruras da vida de cada um. Milhares de pessoas encheram as margens da laguna aveirense durante a procissão da Senhora dos Navegantes que hoje se realizou entre o porto de Pesca Longínqua, na Cale da Vila, e o porto Comercial, no Forte da Barra. Mas do outro lado, em S. Jacinto, o entusiasmo não foi menor, também com milhares de pessoas com fanfarra e música, o que levou, segundo a tradição, o barco “Jesus nas Oliveiras”, de mestre Adelino Palão, que transportava o andor de Nossa Senhora dos Navegantes, a fazer uma aproximação oportuna, com o cortejo de todas as embarcações acompanhantes, para que a Mãe de Deus abençoasse aquela gente toda. E dela e de quantos estavam nos barcos não faltaram os aplausos.


A procissão em andamento moderado



A Ria, com todos os seus encantos, de águas límpidas e serenas e paisagens únicas, merece que esta alegria perdure no tempo. Gente houve que fez o seu baptismo de laguna, em ambiente de alegria. Olhos fixos em horizontes diferentes, ilhas desertas e sem vida humana de um lado, e vida industrial e urbana do outro, com secas, casario, Porto de Aveiro, Forte da Barra e Farol a ver tudo, lá ao longe, assim viveram os que em boa hora aproveitaram a oportunidade de conhecer melhor esta riqueza ímpar que possuímos.


Barcos cheios com gente feliz

Manuel Serra e Margarida Alves, presidente da Junta e presidente da Assembleia de Freguesia, respectivamente,  manifestaram o seu regozijo pela festa que estavam a reviver e a experimentar , enquanto chamaram a atenção para a riqueza inexplorada que é a Ria de Aveiro.
O presidente da Junta ainda lembrou que toda esta festa se deve ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré e ao seu fundador, Alfredo Ferreira da Silva, repetindo o que tantas vezes tem dito que urge «valorizar as potencialidades da nossa Ria», aproveitando turisticamente as «ilhas que têm estado ao abandono». Também referiu que o povo participou activamente nesta procissão «com intensidade, sem que fosse intimado a vir».


S. Jacinto presente

Paulo Costa, vereador da CMI, frisou «a espontaneidade do povo de S. Jacinto ao associar-se a esta festa», sublinhando que «só a religião consegue esta unidade». Conhecedor da Ria que usufruiu desde menino, Paulo Costa adiantou que, de facto, esta movimentação e esta partilha são extraordinárias.


O Farol viu tudo

No Forte da Barra, na missa campal que se celebrou frente à Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, o Padre Francisco Melo, prior da Gafanha da Nazaré, assentando a sua homilia nos textos deste domingo, afirmou que «vivemos num mundo em que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, indefesos e incapazes de saírem da sua miséria». Denunciou que os sistemas financeiros e económicos deixaram de ter rosto e nome neste mundo globalizado, permitindo que «em qualquer gabinete do outro lado do mundo se possa decidir o destino de milhões de pessoas», cuja dor e miséria nunca irão conhecer.

Povo em todo o lado

O Prior da Gafanha da Nazaré fez a apologia «da revolta da solidariedade e da fraternidade», alicerçada «no trabalho e na responsabilidade pessoal e colectiva», não na praça pública, mas no «coração e na vida de cada um de nós».


Nossa Senhora dos Navegantes chega à sua residência

A mole de gente, bem visível em terra, em todos os recantos possíveis voltados para a laguna, e nos barcos que se incorporaram na procissão, mostrava frequentemente a sua satisfação. E tenho cá para mim que no próximo ano todos e outros voltarão à procura de um lugar para esquecer mágoas ou para partilhar emoções temperadas pelos odores salinos da Ria de Aveiro. Tudo sob a bênção de Nossa Senhora dos Navegantes.

Depois da missa, houve música pela Filarmónica Gafanhense, seguindo-se o Festival de Folclore, como havia sido anunciado. O arraial estava em marcha, com bolos festeiros a despertarem-nos o apetite. Um folar e uma regueifa mostraram-me em casa que estavam saborosos. No Jardim Oudinot os farnéis abriram apetites, até mais não. Para o ano há mais...

Fernando Martins