segunda-feira, 9 de março de 2009

“Andar Solidário” no Arciprestado de Ílhavo

Dando e dando-se sem esperar recompensa 



No fim-de-semana, 60 jovens do Arciprestado de Ílhavo participaram numa experiência de voluntariado social, programada com o título “Andar Solidário”. A experiência teve como painéis de fundo instituições do concelho, nomeadamente, a Obra da Criança, o CASCI e os Lares de São José, do Divino Salvador e de Nossa Senhora da Nazaré. A acção culminou na eucaristia dominical, às 11 horas, na Gafanha da Nazaré, presidida pelo Prior Francisco Melo, que coordenou o projecto. 
Para o Prior da Gafanha da Nazaré, esta iniciativa, que se inseriu no Plano Pastoral do Arciprestado de Ílhavo, onde se concretiza o Plano Diocesano, teve, como objectivo, “despertar nos cristãos o sentido da caridade e da solidariedade”. 
Este projecto envolveu 60 dos 300 jovens ligados à Pastoral Juvenil das seis paróquias do arciprestado, sendo certo que, vivências como esta, hão-de repetir-se, também noutras faixas etárias.
O Padre Francisco adiantou que o voluntariado, “dando e dando-se sem esperar recompensa”, é fundamental no mundo em que vivemos, onde “tudo se paga e tudo tem um preço”. A Sara, que cumpriu a sua tarefa no Lar Nossa Senhora da Nazaré, garantiu-nos que estava a ficar “mais informada”, acrescentando que assim se “construía como pessoa, recebendo mais do que dava”. Para a Irmã Donzília, do Lar de São José, a presença dos jovens junto dos idosos é muito gratificante. Embora neste lar haja voluntários mais velhos, a realidade é que a juventude consegue “dar outra vida” a toda a gente. “Sinto no rosto dos idosos a alegria de ver os jovens com esta boa disposição”, disse. Informou que nesta casa o aspecto da animação está assegurado por uma técnica, mas aos fins-de-semana fica tudo muito parado. Era interessante, por isso, que houvesse mais voluntários para suprir carências a este nível. “No Natal e no Carnaval, há sempre grupos que aparecem, porém, depois… durante o resto do ano, todos se esquecem…”, 
O Luís, que jogava basquetebol na Casa da Criança, considerou esta acção muito enriquecedora. Aqui, “encontramos a fragilidade da vida de muitos jovens acolhidos pela instituição; às vezes, nem nos apercebemos dos problemas por que passaram”, disse. Mas logo acrescentou que os viu felizes. Ao sublinhar a importância de sairmos dos nossos aconchegos para viver momentos como este, o Luís, questionou-se: “Nós, que temos tudo, como é que reagiríamos, se vivêssemos situações como as que alguns jovens da Casa da Criança viveram?” 

Fernando Martins

Texto publicado em 9 de março de 2009, com nova foto e ortografia atualizada. 

domingo, 8 de março de 2009

O Deus antigo e o Deus novo

"Tudo o que é grande e belo na vida exige sacrifícios. Que o digam os que se dedicam ao desporto, às artes, à investigação. A busca do prazer imediato mata o prazer diferido, aquele que vem da perfeição que se vai realizando. O amor do sacrifício é uma doença. Sacrificar-se por amor é expressão de boa saúde humana e espiritual."
Vale a pena ler a crónica de Frei Bento Domingues, aos domingos, no "Público". Pode lê-la aqui.

The White Ship

Santa Maria Manuela
O Marintimidades já publicou o documentário The White Ship, que é, de facto, um bocado de todos nós. Ana Maria Lopes diz mesmo que é uma relíquia. Também o recebi, enviado por vários amigos e leitores do meu blogue. Agradeço a gentileza e a insistência. Eles sabem que gosto destas coisas boas. Aqui fica, então, para todos.

... Todas as coisas deste mundo têm outra, por que se possam trocar

... Todas as coisas deste mundo têm outra, por que se possam trocar. O descanso pela fazenda, a fazenda pela vida, a vida pela honra, a honra pela alma; só a alma não tem por que se possa trocar. E sendo que não há no mundo coisa tão grande, por que se possa trocar a alma, não há coisa no mundo tão pequena e tão vil, por que a não troquemos e a não demos. Ouvi uma verdade de Séneca, que por ser de um gentio folgo de a repetir muitas vezes: Nihil est homini se ipso vilius: não há coisa para conosco mais vil que nós mesmos. Revolvei a vossa casa, buscai a coisa mais vil de toda ela, e achareis que é vossa própria alma. Provo. Se vos querem comprar a casa, o canavial, o escravo ou o cavalo, não lhe pondes um preço muito levantado e não o vendeis muito bem vendido? Pois se a vossa casa, e tudo o que nela tendes, o não quereis dar, senão pelo que vale, a vossa alma, que vale mais que o mundo todo, que custou tanto como o sangue de Jesus Cristo, porque a haveis de vender tão vil e tão baixamente? Padre António Vieira

Dia Internacional da Mulher

Tanto se tem escrito sobre este dia, tanto se tem discutido, que eu acho, na minha modesta opinião, que não precisamos de nenhum dia especial do calendário, para nos sentirmos MULHERES! O nosso protagonismo social, político, familiar é por demais evidente, que dispensaria a "caridade" dos homens, para que nos sintamos reconhecidas no nosso esforço, no nosso sacrifício, na nossa abnegação. Falo por mim e por tantas mulheres sem voz, que todos os dias dão à sociedade e ao mundo, a prova do seu precioso contributo, para uma vida harmoniosa, equitativa, de qualidade. Nunca me arroguei o direito de lutar pela igualdade, já que esta, a conquistar-se, seria pela participação activa nos problemas concretos e não pelo enfileirar em demonstrações mais ou menos glamourosas de espectacularidade. Igualdade? Nunca a desejei! Os homens são aquelas criaturas maravilhosas de que as mulheres tanto gostam! Para quê manifestar o contrário? Equiparação de direitos, de benefícios, de reconhecimento social e político, isso sim! Igualdade, para mim, seria monotonia! Nunca pretendi ser igual aos homens! Na diversidade e na diferença é que está a riqueza, a harmonia! É muito mais interessante o convívio entre seres diferentes, com a s suas especificidades, do que tudo igualzinho, como algumas feministas apregoam. Reportando-me aos meus tempos de estudante, na Lusa Atenas, em que completava a minha formação académica, evoco aquela socióloga americana, de seu nome Ângela Gillian, (a minha memória ainda não foi para a reciclagem!). Comemorava-se, nesse ano da Graça de 1977, de forma ruidosa, o Bicentennial americano, com pompa e circunstância, como é próprio da sociedade americana. Era uma jovem nação, com apenas dois séculos de história, comparada com a longevidade dos nossos oito séculos, mas que já se tinha imposto ao mundo. A minha atracção por esta sociedade fez-me optar por uma licenciatura, na vertente Norte-Americana, quiçá por algum mecanismo secreto de gratidão a alguém! Recordo a forma inflamada, como a Professor nos falava dos movimentos sociais dos Estados Unidos, aquele melting pot, tão instável quanto fomentador de rebelião social! E... no meio da exposição dos assuntos da cadeira "História das Ideias e da cultura na América", tomámos conhecimento, entre outras coisas, dos movimentos de luta pela igualdade das mulheres na sociedade americana. E eu... que não quero a igualdade!!! Foram tão longe nos seus objectivos igualitários, que não sei se a sério se a brincar, nos foi transmitido o seu propósito de mudar o nome à História! Dito em Língua Inglesa, tem realmente efeitos "especiais"! As mulheres americanas pretenderam que a History, se passasse a chamar Herstory! Só para finalizar, e porque a referida Professor era mulata, deve estar a regozijar-se com a eleição deste jovem e "colorido" presidente afro-americano, de seu nome Barak Obama! Devo dizer que também nutro grande simpatia por ele... apesar de ser homem, de cor, mais tudo o resto que as feministas querem "abater"!!!
M.ª Donzília Almeida
06.03.09

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 121

BACALHAU EM DATAS - 11
PESCA ERRANTE NA TERRA NOVA
Caríssimo/a:
Como vimos de uma “pesca é abundante”, façamos uma pausa e saboreemos uma descrição de mão de mestre... Não será causa de calafrios (tão longe estamos no tempo e no espaço!...),mas dará aso a alguns abanões de cabeça já que ficamos a saber que... uma barrica podia ter várias utilizações!... «...[D]eixou de haver bons fundeadouros para todos, começando então a assistir-se a uma verdadeira guerra de usurpação de lugares já ocupados, onde prevalecia a lei do mais forte, lei que tem a idade do mundo. E surgiam disputas frequentes que descambavam em confrontos violentos e muitas vezes terminavam em tragédia. Ora foi na sequência destes conflitos que os Portugueses, sempre em menor número, se viram desalojados dos seus lugares em terra, pela pressão de Ingleses, Franceses, Bretões e Normandos. Não se deram no entanto por vencidos, e numa atitude típica da nossa gente, "desenrascaram-se", arranjaram solução para o grave problema, ocorrido tão longe da mãe-pátria: viram-se obrigados a pescar de bordo dos seus navios. Foi pois por força das circunstâncias que os Portugueses foram os pioneiros da pesca praticada nos bancos, modalidade que muitos outros viriam a adoptar por idênticas razões, ou porque ao chegarem à Terra Nova encontravam as baías ocupadas pelo gelo. Vejamos agora como se processava a pesca nos bancos, ou seja, de bordo dos navios. Durante a travessia para os pesqueiros, toda a gente se empenhava na preparação das artes de pesca - linhas, anzóis, zagaias, etc. - a que no seu conjunto os pescadores chamavam estrafego. A viagem, mais ou menos morosa, dependia da força do vento e do lado de onde este soprava; de feição, só os de popa, com singraduras mais confortáveis, já que ventos de proa obrigavam os navios a bolinar, tipo de navegação em ziguezague, encanto dos grandes mestres velejadores, que bordada após bordada, se vão a pouco e pouco aproximando do seu destino. Posições exactas não as havia nesses tempos recuados, o habitual era a prática da navegação estimada, com a inevitável acumulação de erros, que muitas vezes atingiam muitas milhas. O cálculo da latitude, por observação do sol ao meio-dia, ou da Estrela Polar ao crepúsculo vespertino, já era conhecido, embora o seu método dc obtenção, de tão simples que era, não fosse de grande rigor. Mas era suficientemente bom para dar uma ideia aproximada, para desfazer ambiguidades. E quanto à longitude do navio, cujo cálculo não era ainda conhecido, era problema secundário, com que pouco se preocupavam, pelo menos durante a maior parte da longa viagem, às vezes de três semanas, às vezes de um mês. Eles sabiam que no momento próprio, as primeiras indicações da sua aproximação ao imenso planalto continental da Terra Nova lhes Seriam fornecidas de forma graciosa e natural. A mudança da cor da água, o aspecto da atmosfera, o abaixamento da temperatura, , tudo isso lhes dizia que já não estavam longe. Por fim, o aparecimento das primeiras aves marinhas, gaivotas e pombaletes, cuja aparição ocorre normalmente a cerca de 25 a 30 milhas da orla dos Grandes Bancos; poucas a princípio, mas gradualmente mais numerosas, eram indicador infalível da distância a que se encontravam. A partir de então, os cuidados com a navegação redobravam. Agora o importante era ganhar a latitude do local onde se pretendia iniciar a pesca, e uma vez atingida esta, navegava-se em longitude, ou seja, ao longo desse paralelo. Depois prevalecia a prática, a experiência acumulada ao longo dos anos, os registos pessoais acerca da profundidade e natureza do fundo na área pretendida, o que se conseguia com o prumo de mão, em cuja base existia um cavado que se enchia com sebo ou sabão, de modo a que ao bater no fundo do mar, este pudesse colher amostras. Nos últimos dias de viagem, caso o tempo o permitisse, ou mesmo já dentro dos bancos, o carpinteiro de bordo, ajudado pelos companheiros, montava sobre a borda falsa, mas exterior a esta, uma espécie de estrado largo e corrido onde eram encastradas barricas de fundo duplo e reforçado, a certa distância umas das outras. Era de dentro destas barricas, espécie de púlpitos acanhados que davam total garantia de segurança e estabilidade aos seus movimentos, que os pescadores exerciam a sua actividade, de linha na mão, do nascer ao pôr do sol, com um breve intervalo para a refeição do meio dia. Protegiam-se do frio vestindo grossas camisolas de lã e calças de surrobeco, e calçavam as tradicionais botas de cabedal até ao joelho, com sola de madeira para lhes manter os pés quentes. Sobre o corpo usavam um amplo avental de couro em forma de poncho mexicano, que enfiavam pela cabeça e pendia depois por fora da barrica, de modo a protegê-los da água que escorria dos peixes que iam alando, e também das surriadas, quando as vagas batiam no costado. Na cabeça um gorro de lã com protecção para as orelhas, e sobre este, o inseparável sueste. Ao lado de cada barrica, suspenso de um gancho, havia um pequeno cesto onde eram guardadas as línguas que os pescadores logo retiravam do peixe, forma expedita de contabilizar no fim do dia o número de peixes capturados. Quando a pesca se iniciava, deixava-se que o navio atravessasse, oferecendo ao vento ou à ondulação o bordo preparado, normalmente o de estibordo. Deste modo o navio ia derivando ao sabor do vento ou da corrente, mantendo por conseguinte as linhas sempre afastadas do costado. Ao pôr-do-sol largavam a âncora, amarrada a um forte cabo de cânhamo, que iam deixando correr até terem fora cerca de cinco vezes a profundidade. Dada a forma como era praticada, esta modalidade de pesca era conhecida por "pesca errante". A linha de pesca que cada um utilizava tinha na extremidade um triângulo de ferro suspenso por um dos vértices; e de cada um dos outros vértices saíam os estralhos a terminar no anzol. O isco utilizado era variadíssimo, tudo servia. De terra traziam cavala e arenque salgado em barricas, mas sendo a sua quantidade insuficiente, recorriam a tudo o que pudesse atrair o bacalhau, cuja voracidade é tal que o leva a comer os seus próprios congéneres mais pequenos. E assim iscavam por vezes os anzóis com vísceras do próprio peixe, com pedaços de aves marinhas que apanhavam com uma linha fina e um anzol coberto com um pedaço de fígado, com pedaços de búzios apanhados com nassas que lançavam para o fundo do mar, quando o navio se imobilizava no fim do dia. Caso aparecesse lula, não havia direito a descanso: todos os pescadores, mesmo que já estivessem deitados, eram acordados e de toneira na mão tentavam apanhar o máximo que pudessem, conhecendo a preferência que o bacalhau tinha por esta espécie, um dos seus petiscos favoritos.» Bem haja, capitão Valdemar, por nos brindar com imagens tão perfeitas e verdadeiras. Estas encontram-se no seu livro Histórias Desconhecidas dos Grandes Trabalhadores do Mar, na página 30.
Manuel

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Maternal… Uma heroína! Luz que ilumina Homens divinos, Enlevados, Reconhecidos!
Donzília Almeida 08-03-09

sábado, 7 de março de 2009

Um Magalhães que esqueceu o Português

Ó Magalhães, volta à escola portuguesa!
Eu não sei se todos os meus visitantes sabem que Magalhães foi um navegador português que deixou Portugal para trabalhar para os Reis Católicos, nossos vizinhos na Península Ibérica. Não chegou a concluir a volta ao mundo, mas ficou na história como tendo sido o autor da iniciativa. E ao serviço dos nossos vizinhos terá esquecido a Língua que Camões imortalizou. É que, meus caros, agora metido num portátil, adaptado aos alunos das nossas escolas, o Magalhães (que me perdoe o autêntico, onde quer que ele esteja) ainda não reaprendeu o Português, sem erros, que tinha a obrigação de utilizar nos seus diálogos com as nossas crianças. Ouvi dizer, no entanto, que ele, o computador, foi ensinado por quem sabe pouco da Língua Pátria, razão por que tem baralhado tanta gente jovem e menos jovem. Cá para mim, o Magalhães devia apanhar uma palmadas para não brincar com coisas sérias... Pode lá um Magalhães destes, nado e criado neste rectângulo ibérico, ainda agarrado à fama de ser bom navegador, andar por aqui a usar palavras que terá aprendido nem se sabe como nem onde, baralhando alunos que deviam, desde tenra idade, ouvir e falar um Português escorreito! Ó meu caro Magalhães, deixa-te de brincadeiras e volta quanto antes à escola portuguesa, para aí aprenderes o que desaprendeste enquanto trabalhaste para os Reis Católicos.
FM

Ontem como hoje: O drama do primeiro emprego

O drama do primeiro emprego é terrível nos tempos que vivemos. Os jovens, na ânsia de conseguirem alguma independência económica, passam às vezes por situações difíceis. Nas últimas férias grandes, um desses jovens lá foi em busca de trabalho. Bateu a diversas portas e todas se mantiveram fechadas. Mas uma abriu-se. "Que sim, que podia começar no dia seguinte, para substituir um empregado em férias. O ordenado via-se depois. Teria alimentação na própria casa (café-bar dos arredores da Gafanha) e o horário de trabalho seria o normal." Tudo certo. Ao fim do primeiro mês, foi informado de que seria melhor receber no fim do contrato verbal, nunca oficializado. E assim aconteceu. - Muito obrigado pelos teus serviços. Foste um trabalhador dedicado - disseram-lhe os patrões. Toma lá 30 contos pelos três meses. - Fiquei desolado, senhor professor. Fui competente, dedicado, trabalhei em média 12 horas por dia e no fim recebi por três meses o que esperava receber por cada um. Eu comia, é verdade, mas também trabalhava 12 horas ou mais por dia. E sabe uma coisa? Na sua freguesia são tidos por gente de respeito, cristã e honesta.
Fernando Martins
TIMONEIRO, Fevereiro de 1990

Universidade de Aveiro: Fé e Ciência em debate

António Marcelino e Carlos Fiolhais

ATÉ ONDE PODE IR O INFINITO?

Na próxima quarta-feira, 11 de Março, pelas 17 horas, na Livraria dos Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro, vai haver debate sobre “Até onde pode ir o infinito?”. As intervenções principais ficam a cargo do Prof. Carlos Fiolhais, Físico da Universidade de Coimbra, e de D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro. Este debate é aberto a toda a comunidade.

Um Poema de Eugénio Beirão

ANSEIO Anseio a frescura de cada manhã e o orvalho de cristal a brilhar na planura cor de romã. Anseio a luz ressuscitada em cada madrugada, o calor reconfortante e a face iluminada do sol de diamante. Anseio a plenitude do corpo e da alma, a alegria perfeita dos sentidos, o céu gostoso da mágica calma e a volúpia dos sonhos consentidos. Eugénio Beirão In Pétalas de Rubis
Ilustração de Afonso Henrique

SÃO PAULO E AS MULHERES

Nos casamentos, constato com satisfação que as noivas rejeitam como leitura da Missa um dos textos propostos, da Carta aos Efésios, atribuída a São Paulo. Diz assim: "As mulheres submetam-se aos seus maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher. Como a Igreja se submete a Cristo, assim as mulheres, aos maridos, em tudo." Na Carta aos Colossenses, também se lê: "Esposas, sede submissas aos maridos, como convém no Senhor." E na Primeira Carta a Timóteo: "A mulher receba a instrução em silêncio, com toda a submissão. Não permito à mulher que ensine, nem que exerça domínio sobre o homem, mas que se mantenha em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva." Na Primeira Carta aos Coríntios: "As mulheres estejam caladas nas assembleias, porque não lhes é permitido tomar a palavra e, como diz também a Lei, devem ser submissas." Aí estão os textos fundamentais a partir dos quais São Paulo foi julgado como misógino e responsável pela situação de submissão das mulheres na Igreja e na sociedade. No entanto, tornou-se hoje claro que este preconceito repressivo e negativo é injusto. Quando comparamos a imagem que Paulo tem da mulher com a dos seus contemporâneos, concluímos mesmo, como escreve Stephen Tomkins, que Paulo é dos "escritores mais liberais da Antiguidade e que dificilmente merece uma crítica tão dura". Na Grécia e em Roma, as mulheres não eram consideradas pessoas, não tendo, portanto, direitos. "Calar é a grande honra de uma mulher." Aristóteles escreveu que "o homem é por natureza superior e a mulher, inferior; ele domina e ela é dominada". Os homens judeus agradeciam diariamente a Deus não os ter criado mulher, e o testemunho de uma mulher não era aceite em tribunal. Lê-se no livro bíblico de Ben Sira: "Menos dano te causará a malvadez de um homem do que a bondade de uma mulher." São Paulo fez uma experiência avassaladora, que transformou, de raiz, a sua vida: Deus não abandonou à morte Jesus crucificado. Que vale um morto? Que vale um crucificado? Então, se Deus o ressuscitou, não foi pelas suas qualidades. Assim, Deus está do lado dos abandonados e excluídos e, portanto, todos valem diante dele. Paulo intuiu e experienciou a dignidade infinita do ser humano, seja quem for. Daí ter escrito esta palavra decisiva, na Carta aos Gálatas: "Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo." E tirou as conclusões práticas. Formou comunidades cristãs carismáticas. Reuniam-se em casa de um cristão para celebrar a Eucaristia. Quem presidia era o dono ou dona da casa, de tal modo que nada impede pensar que, no princípio, mulheres presidiram à celebração eucarística. O facto de Paulo se dirigir também a mulheres casadas com não cristãos indica que as recebia na comunidade enquanto autónomas, como os homens, independentemente dos maridos. No último capítulo da Carta aos Romanos, saúda 16 homens e 8 mulheres. Lá aparecem Febe, que "também é diaconisa na igreja de Cêncreas"; Priscila, "minha colaboradora"; Maria, "que tanto se afadigou por vós"; Trifena e Trifosa, "que se afadigam pelo Senhor"; "a minha querida Pérside, que tanto se afadigou pelo Senhor". Merece menção especial uma apóstola: Júnia, "tão notável entre os apóstolos". Do confronto destes textos, conclui-se que Paulo não pode ser acusado de misoginia. O que se passa é que das 13 cartas que lhe são atribuídas, ele só é autor de 7: Primeira aos Tessalonicenses, 2 aos Coríntios, aos Filipenses, a Filémon, aos Gálatas, aos Romanos. As outras 6 - aos Colossenses, aos Efésios, Segunda aos Tessalonicenses, 2 a Timóteo, a Tito - são pseudopaulinas, isto é, dependem da "escola paulina", mas ele não é o seu autor. Ora, os passos citados, exigindo a subordinação e o silêncio da mulher, pertencem às pseudopaulinas. Quanto ao passo da Primeira Carta aos Coríntios, aceita-se hoje que é uma interpolação posterior, pois só assim se percebe que antes refira "a mulher que reza e profetiza". O comportamento misógino e subordinado da mulher não se deve a Paulo, mas a outras lutas e influências.
Anselmo Borges In DN

sexta-feira, 6 de março de 2009

Olimpíadas do Ambiente

Jorge Manuel de Sousa, da Gafanha da Nazaré,
entre os 200 melhores de todo o País
As Escolas Básica dos 2.º e 3.º Ciclos José Ferreira Pinto Basto de Ílhavo e Secundária da Gafanha da Nazaré participam neste importante desafio Ambiental Nacional, cuja edição, de 2009, conta com mais de 38 600 alunos inscritos. Os resultados da 1.ª eliminatória colocam o aluno da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré - Jorge Manuel N. M. de Sousa - entre os 200 melhores de todo o País. Este evento tem como objectivos motivar nos Jovens e Docentes de todas as Escolas Nacionais uma Educação preocupada com o Desenvolvimento Sustentável, de forma a aprofundar o conhecimento sobre a situação ambiental Portuguesa e Mundial e a desenvolver ainda competências na investigação e possível resolução dos problemas ambientais locais, adoptando comportamentos mais amigos do Ambiente. Fonte: CMI

Derrapagem na ampliação do Aeroporto Francisco Sá Carneiro

A ampliação do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, demorou o dobro do tempo a ser dada por concluída, havendo uma derrapagem de 100 milhões de euros, qualquer coisa como 32 por cento do valor-base. Chama-se a isto, em meu entender, um escândalo que, parece, faz parte da nossa "cultura" empresarial, a nível das Obras Públicas. Quem denunciou a situação foi o Tribunal de Contas. Mas que é "norma", em Portugal, lá isso é. E o mais engraçado é que ninguém é culpado. Será que os nossos técnicos, os que fazem os projectos e calculam os custos e o tempo de execução, ainda não aprenderam, com rigor, a fazer contas? Ou há manobras para alguns ganharem mais uns dinheiros?
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NB: Entretanto, o ministro Mário Lino já veio esclarecer que tudo isto se ficou a dever a novas obras e alterações, em relação ao projecto inicial. Pergunta-se: Por que razão não se pensou tudo de uma vez, para se evitarem especulações e dúvidas? E por que motivo não informaram, atempadamente, o Tribunal de Contas?
FM

D. Nuno Álvares Pereira: Apelo a uma cidadania exemplar

A vida de D. Nuno é força de mudança
"Vivemos em tempo de crise global, que tem origem num vazio de valores morais. O esbanjamento, a corrupção, a busca imparável do bem estar material, o relativismo que facilita o uso de todos os meios para alcançar os próprios benefícios, geraram um quadro de desemprego, de angústia e de pobreza que ameaçam as bases sobre as quais se organiza a sociedade. Neste contexto, o testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da promoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários e de iniciativas de partilha de bens. Será também um apelo a uma cidadania exemplarmente vivida e um forte convite à dignificação da vida política como expressão do melhor humanismo ao serviço do bem comum."
Fonte: Nota Pastoral dos Bispos Portugueses

Secundária de Ílhavo: Semana da Leitura

Na Escola Secundária de Ílhavo encerra hoje a Semana da Leitura. Iniciativa louvável, essencialmente por poder estimular o gosto pelos livros. Quando se sabe que as pessoas, sobretudo os jovens, estão mais voltadas para as novas tecnologias de comunicação (NTC), é bom saber que há escolas que insistem em educar para a leitura. E se é verdade que as NTC oferecem enormes saberes, de mistura com lixo, também não é menos verdade que os livros ainda são, julgo eu, a primeira e mais consistente fonte da cultura e da aprendizagem. Daí, portanto, o mérito de projectos como este.
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Na Revista LER, de Março, António Barreto aborda a questão dos livros e da leitura. Assim:
António Barreto não poupa nas palavras quando fala de uma das principais bandeiras do governo de José Sócrates: o computador Magalhães. «Da maneira como o Governo aposta na informática, sem qualquer espécie de visão crítica das coisas, se gastasse um quinto do que gasta, em tempo e em recursos, com a leitura, talvez houvesse em Portugal um bocadinho mais de progresso. O Magalhães, nesse sentido, é o maior assassino da leitura em Portugal», considera o sociólogo e presidente da nova Fundação Francisco Manuel dos Santos, em entrevista à revista LER, nas bancas a partir de amanhã. «Chegou-se ao ponto de criticar aquilo a que chamaram “cultura livresca”. O que é terrível. É a condenação do livro. Quando o livro é a melhor maneira de transmitir cultura. Ainda é a melhor maneira. A coroa de todo este novo aparelho ideológico que está a governar a escola portuguesa – e noutras partes do mundo – é o Magalhães. Ele foi transformado numa espécie de bezerro de ouro da nova ciência e de uma nova cultura, que, em certo sentido, é a destruição da leitura.» Temas da longa conversa com Carlos Vaz Marques foram também as suas primeiras leituras, a «tentação do romance», os novos projectos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, as temporadas em Oxford (onde lê ficção «para a desbunda»), a relação com Portugal a partir da década de 60 («tive alturas em que Portugal me interessava e vivia frustrado por não poder voltar e houve momentos em que era exactamente o contrário e eu não queria nem ouvir falar de Portugal. Cheguei mesmo a pôr a hipótese de me naturalizar suíço») e a radiografia da escola portuguesa: «Passaram 50 anos e, por razões diferentes, a escola hoje destrói a leitura. Seja com a análise estruturalista linguística dos textos, seja pela ideia de que escola tem de ser mais a acção e tem de ser mais projecto e mais mil coisas que fazem a nova escola. A leitura na escola é a última das preocupações.»

Solidariedade no Arciprestado de Ílhavo

Casa da Criança em Ílhavo
PARA UMA SOCIEDADE MAIS FRATERNA
A partir de hoje e até domingo, vai decorrer uma acção com a marca da pedagogia social. Uma equipa do Arciprestado de Ílhavo, constituída por 60 jovens, vai participar em tarefas de solidariedade, junto de diversas instituições do concelho. O mérito, como facilmente se compreenderá, está em proporcionar a alguns jovens uma experiência decerto muito enriquecedora para todos. Quem dera que iniciativas como esta viessem a repetir-se, no sentido óbvio de levar os jovens, e não só, a olharem o mundo com o espírito da solidariedade, rumo a uma sociedade mais fraterna. A acção termina no domingo, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com uma eucaristia, às 11 horas.

O TEMPO QUE PASSA E A MEMÓRIA QUE PERDURA

Alguém, já nem sei quem, escreveu que “uma pessoa só morre depois de morrerem todos aqueles que a conheceram”. É este um dizer de sabedoria normal, que faz com que perdure, para além do tempo e capaz de o vencer, a memória do coração. Aquela que sempre guarda, envolvidos em amor, os que fazem parte da mesma vida ou que partilharam os mesmos ideais. Como se fala hoje muito das doenças do coração e das suas consequências, vamos encontrando razões para perceber que também ele vai perdendo a memória e, deste modo, deixa morrer muita gente antes de ela se ter despedido de vez. É o mundo incontável dos não-amados, dos idosos a reclamar cuidados e a exigir despesas sem lucros, das vítimas, como tantas crianças, depressa esquecidas por decisões loucas. São ainda todos os que vivem do outro lado da barricada, se evitam na vida e a quem se pôs um rótulo definitivo de cariz politico, religioso ou qualquer outro, marcado pela desafeição, e de quem de diz, com normalidade, que é como tivessem já morrido…. No tempo actual tudo parece ter referência obrigatória ao económico e ao poder. Quem perdeu cotação nestes campos, põe-se simplesmente de lado ou já morreu. A menos que teime em contrariar, permanecendo vivo, para gáudio de uns e incómodo de outros. Ser incómodo, a qualquer título, hoje é um perigo. Os afectos, as emoções, a liberdade sem peias passaram a ser o mais poderoso fundamento das leis e das relações sociais. Estas vão-se encarregando de aliviar o terreno, para que nem os gerados não nascidos, porque “ainda não são gente”, nem os que já não merecem ser vivos, porque oneram o tesouro e roubam tempo aos apressados, incomodem cada vez manos quem quer ser livre de responsabilidades e, mais ainda, do pesado ónus de ter de amar e de respeitar. O amor, essa dívida nunca paga por quem dele beneficiou! Aqui, entra a memória do coração, grande teimoso que não deixa morrer nem quem já partiu Entra o espaço necessário da gratidão, o reduto sempre aberto do respeito e do apreço, o sentimento maravilhoso de quem diz “nunca morrerás porque eu te amo”. Entra a vida. Só os vivos fazem parte da história e dela continuam eternamente protagonistas. Aos que apenas se olham a si próprios e aos seus interesses, o tempo os leva consigo na onda do esquecimento. Aos que fazem do cuidado e do bem dos outros o seu caminho diário, a vida não os deixa morrer, nem esquecer. Redimem os tempos povoados de egoísmo, servem de estímulo aos que optaram por ser solidários e dar lugar aos outros, com gestos feitos de amor fraterno e de reconhecimento da sua dignidade. A memória apaga-se facilmente, por incómoda e desnecessária, se não é guardada por um coração que sente e persiste em ser lúcido e agradecido. Há pessoas que, da sua memória, resta a placa na rua. Põe-se-lhes, por debaixo, a indicação de quem foram, porque já ninguém os conheceu. Quase sempre homens da política, promovidos por correligionários. Poucas ruas com nome de mulheres. Outras pessoas, que podem nem ter nome nas ruas, serem até de terras, povos e línguas diferentes, os que viveram ontem e vivem hoje bem os conhecem. É o que se passa com quem viveu fazendo o bem, por ele soube dar sentido à história e à sua vida em sociedade. São esses os que nunca morrem. Sempre conhecidos de quem lhes está grato por uma vida que gerou vida, por um testemunho que anima a fazer igual caminho. O tempo apaga tudo, menos a memória do bem, a que o amor deu sentido. Com gestos de bem-fazer, é preciso dar memória ao coração, dar lugar aos que ninguém lho deu. Assim, vale a pena viver, se abre caminho ao alcance de todos, se dá sentido ao tempo. António Marcelino

quinta-feira, 5 de março de 2009

RECONFIGURAR O DESFIGURADO

A arte moderna privilegia a representação do ser humano com figuras fragmentadas e desconexas. Realça o valor do fragmento e mostra o efeito contrastante da desconexão. Deixa intuir a beleza do todo e a harmonia dos conjuntos. Afirma, pela negativa, a necessidade de reconfigurar a pessoa e, nela, com ela e por ela, o mundo e toda a biodiversidade. Atesta na linguagem que lhe é própria a urgência de se criar uma consciência social e política, amiga do ser humano na sua integralidade e favorável ao seu autêntico desenvolvimento. É publicamente reconhecida esta necessidade e proclamada esta urgência. Vozes sem conta e de todos os quadrantes ideológicos e religiosos se erguem e insistem na importância de tomar a sério a situação à beira do limite. Um outro mundo é possível, mundo em que à pessoa humana veja reconhecido o protagonismo a que tem direito e esta o assume como dever de reciprocidade. Reconfigurar o ser humano desfigurado por tantos atropelos que geram adormecimento de capacidades e sentimento de impotência e inutilidade constitui, sem dúvida, um desafio colossal que a todos diz respeito, especialmente aos agentes educativos e aos responsáveis culturais, políticos e religiosos. No processo de humanização, ninguém se pode demitir ou fazer substituir, ninguém deve ocupar o lugar do outro ou impor-se a ele. Cada um é protagonista do seu próprio crescimento que só se faz em relação de reciprocidade com os demais e beneficiando de circunstâncias favoráveis. Cada um afirma-se como porta-voz de todos e do que há de melhor no seu conjunto: o respeito e a estima pela dignidade pessoal; o cuidado recíproco pelos bens que são propriedade gratuita de todos, sobretudo quando os bens são escassos e estão ameaçados; o amor privilegiado aos mais frágeis e indefesos, amor que se faz serviço humanizado, cheio de ternura e solicitude; a esperança consistente, ousada e firme em que um mundo à medida humana é possível. E sendo possível é imperioso que novos valores orientem consciências, presidam a opções, provoquem decisões, originem políticas, reencaminhem comportamentos e atitudes, façam surgir um estilo de vida solidário, confiante, sóbrio, feliz. A começar pela família que por natureza constitui o espaço e a escola em que se faz a primeira educação para este tipo de vida. A interagir com outros dinamismos culturais, lúdicos e religiosos. A acolher informação e a dialogar sobre o "mundo" de sentimentos que provoca. A proporcionar a abertura a novas dimensões. Sempre em nome do ser humano chamado a reconfigurar-se pessoalmente, tendo como referência e modelo Jesus Cristo e os valores que brilham no seu estilo de vida e se vão cultivando, como se de viveiro se tratasse, nas comunidades que lhe são fiéis.
Georgino Rocha

Ria de Aveiro vai ter mais um operador turístico

Li no Correio do Vouga que a Ria de Aveiro vai ter mais um operador turístico. Trata-se da empresa "Douro Acima", que já adquiriu três barcos moliceiros, os quais vão agora ser restaurados e adaptados para o efeito. A empresa, entretanto, assegurou que também vai promover passeios turísticos por terra, devendo utilizar autocarros panorâmicos.

10 de Junho

Instituições Públicas não podem ficar
reféns do poder económico O Presidente da República nomeou o sociólogo António Barreto para presidir à comissão das comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Tratando-se de personalidade competente, aplaudo a escolha. Em entrevista à Visão, António Barreto manifestou o desejo que as celebrações estimulem a "consciência nacional". E eu acrescento que, se o povo não for motivado, com a colaboração das mais diversas instituições, nomeadamente, escolas, associações, clubes e comunicação social, corremos o risco de mais uma vez assistirmos ao desinteresse dos nossos compatriotas, que ficam, apenas, a viver um dia de folga, que os liberta das tarefas quotidianas. Nesta entrevista, o conhecido sociólogo referiu, ainda, que "A relação entre o Estado, a Nação e a Europa é um elemento essencial para o nosso futuro próximo e que tem de ser debatido", sem que as instituições públicas fiquem "reféns do poder económico", como "parecem estar", sublinhou.
FM

Preto no Branco: Eleições e Acordo Ortográfico

"Linguistas e políticos, havendo de ambos nos dois lados da disputa, vão terçando armas por causa do acordo ortográfico. Vasco Graça Moura, liderando os contra, entra pela via da impossibilidade imediata de aplicação, dizendo que é necessário dar formação aos professores, substituir a maioria dos títulos nas bibliotecas escolares e ainda que o Governo assuma que vai pôr em causa a substituição dos manuais não de seis em seis anos como pretende, mas a meio da sua vigência. Em boa verdade, os argumentos a favor do acordo parecem mais consensuais. Ainda ontem, Fernando Cristóvão defendia que o acordo ortográfico valida a lusofonia e que ninguém é proprietário único da língua e esta pertence a todos que a falam. O acordo "é uma base comum de entendimento". Sem querer reduzir a discussão ao folclore dos exemplos, ocorre perguntar porque deixámos de escrever farmácia com ph ou por que razão hão-de os brasileiros continuar a colocar um trema em sequência?"
José Leite Pereira

Lúcia Seabra - Pintura no Salpoente

No restaurante Salpoente, em Aveiro, a partir de amanhã, 6 de Março, e até 14 de Abril, pode ser apreciada pintura de Lúcia Seabra. A inauguração da mostra será pelas 18 horas, com a presença da artista.
A exposição pode ser visitada de terça a sábado, das 12.30 às 14.30 horas, e das 19.30 às 22.30 horas.

quarta-feira, 4 de março de 2009

FUTEBOL: Alguns clubes podem acabar

O presidente do Sindicato dos Jogadores de Futebol, Joaquim Evangelista, disse, na Rádio Renascença, que, face à actual crise económica, está em perspectiva o “fim da linha para alguns clubes”. Clubes sem capacidade para pagarem regularmente aos seus atletas, entre outras despesas, podem acabar no final da temporada. É sabido que alguns craques ganham fortunas astronómicas e que, até em clubes modestos, há jogadores que auferem vencimentos muito superiores à média dos melhores vencimentos de qualquer técnico superior, de cientista ou profissional altamente qualificado. A loucura e a irresponsabilidade de dirigentes e a ganância e as “jogadas” de outros tantos intermediários do mundo do futebol acabarão por destruir muitos clubes, arrastando na queda os jogadores. É claro que eu não ando pelos meios futebolísticos para conhecer todos os seus meandros, mas não deixo de ler as notícias, de ouvir alguns comentadores e de tirar as minhas conclusões. Quem vive acima das suas capacidades económicas, tarde ou cedo cai no charco. FM

Mensagem para o Dia Cáritas

"A Cáritas é chamada a ser expressão estrutural da Igreja, forma organizada, operativa e dinâmica do modo cristão de viver, junto dos mais pobres e excluídos da sociedade. Em cada diocese, em comunhão com o Bispo, a Cáritas é órgão integrador e dinamizador da pastoral sócio-caritativa. Através da Caritas, o Bispo pode promover e garantir a atenção da sua Igreja particular aos irmãos mais necessitados."
Carlos A. Moreira Azevedo,
Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social
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