quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Telemóveis como cartão de crédito

"No México, as operadoras de comunicações e bancos estão a implantar um sistema que permitirá fazer pagamentos (em restaurantes ou táxis, por exemplo) através do telemóvel. A tecnologia estará disponível já nos próximos meses. A ideia de usar o telemóvel para pagamentos não é, aliás, novidade. No Japão, é frequente usar-se o aparelho para fazer algumas compras. Em alguns países africanos, a escassez de agências bancárias faz com que o telemóvel seja o equipamento usado para muitas transacções. E há já algum tempo que a Nokia está a desenvolver protótipos com o objectivo de transformar um telemóvel numa espécie de cartão de crédito."
João Pedro Pereira
In PÚBLICO de hoje, 2.º caderno
Nota: Não há dúvidas sobre a importância dos telemóveis, na vida dos nos nossos dias. Tenho para mim que este aparelhozinho se transformou numa das mais extraordinárias invenções. De tal forma, que até está a gerar uma autêntica revolução social, com toda a gente a depender dele. Sair de casa sem o telemóvel, pode ser uma dor de cabeça para qualquer pessoa. Já agora, conheço uma jovem que é capaz de enviar mensagens, sem sequer olhar para o teclado do seu telemóvel.
FM

terça-feira, 26 de agosto de 2008

AINDA O JARDIM OUDINOT

Reparos justos merecem sempre resposta atempada


Sou dos que entendem que as obras públicas devem ser louvadas, quando oportunas e válidas, e criticadas quando acontece o contrário. Ao longo dos anos, sempre defendi a reposição, possível, do Jardim Oudinot. Critiquei alguma inoperância e bati-me por uma reconstrução digna do nosso povo.
Com o renovado Jardim Oudinot, não me cansei de aplaudir o trabalho feito. É óbvio que um projecto desta envergadura e de real interesse público não pode ser considerado obra acabada e perfeita. Como me dizia o meu amigo Gaspar Albino, o Jardim Oudinot tem de continuar a merecer trabalhos de manutenção e de valorização, para que o povo sinta que vale a pena andar por lá. 
Pessoalmente, estou convencido de que assim vai ser. Por seu lado, o também meu amigo Armando Cravo, por e-mail enviado ao presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, apressou-se, e bem, em dar-lhe os parabéns pelo trabalho feito, mas acrescenta, sublinhando um reparo: “'Esqueceram-se’ das pessoas da Gafanha da Nazaré, que sempre se deslocaram a pé para a ‘Praia dos “ Tesos’ e que agora serão cada vez mais!... É necessário traçar um pequeno corredor pedonal, a partir da rotunda das portas de água, logo a seguir à barreira de protecção metálica do acesso ao Sto. André, para que as pessoas e velocípedes não pisem a relva como já está a acontecer. Certamente não acredita que as pessoas para não pisar a relva, se sujeitam a fazer um percurso ‘desnecessário’, que rondará os 100 metros.” 
A esta observação pertinente, o autarca ilhavense adiantou, depois de agradecer os parabéns pela obra levada a cabo, de parceria com a APA: “No que respeita ao seu reparo, devo dizer que estamos a fazer a definição (as equipas da CMI e da APA) sobre a solução técnica mais adequada para a travessia (da Via Portuária) de peões e ciclistas entre a Av. José Estêvão e o Jardim Oudinot, procedendo-se à execução da solução escolhida acto imediato a essa definição (o que queremos seja breve), e por essa via melhorar as condições de circulação em segurança nessa zona e dissuadindo o pisar da relva.” 
Ora aqui está a prova evidente de que a falar (neste caso a escrever) é que a gente se entende.


FM

FÉRIAS: Notas do Meu Diário

"Venenos de Deus, remédios do Diabo"

Hoje concluí a leitura de um livro de férias. “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”, de Mia Couto, ofereceu-me o imaginário deste grande escritor moçambicano, um dos maiores da Língua Portuguesa, que já conheço há muito de outras obras. Este livro é um romance carregado de poesia, com retratos do seu país, que ele tão bem sublinha. 
Não sei que mais admirar neste escritor. Se o enredo cheio de mistérios, se a filosofia que sai da boca das personagens, se a descrição das reais ou imaginárias paisagens, se o mistério tecido à volta das estórias com que nos envolve, se a criação ou recriação de palavras e expressões, se, afinal, tudo isto e mais o que nem consigo exprimir. 
Sei que gosto de Mia Couto, porque me prende aos livros, me obriga, em cada frase, a sonhar com paragens e paisagens onde dificilmente chegarei, a não ser pelos quadros que tão expressivamente ele pintou. “A idade é uma repentina doença: surge quando menos se espera, uma simples desilusão, um desacato com a esperança. Somos donos do Tempo apenas quando o Tempo se esquece de nós.” Frases como esta fazem-me pensar e até filosofar, comigo próprio e com quem me rodeia, nos calmosos dias deste Verão. 
Em cada página e mesmo em cada fala das personagens deste livro encontro motivos para sonhar com viagens para além do real. Ao ler “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”, vieram até mim vidas da era colonial, agarradas a um passado de interesses sombrios, algumas marcadas por tradições e saberes ancestrais, que o escritor, biólogo e jornalista muito bem projecta para os dias de hoje. 
Os mistérios da família dos Sozinhos nesta obra se fixaram, através de uma escrita cuidada e poética, para que o leitor vá procurando e descobrindo, paulatinamente, até à última frase, os segredos que Vila Cacimba esconde há tanto tempo.


12 de Agosto
Fernando Martins

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Chaves candidata a Património Mundial da Humanidade

Balneário termal romano descoberto no largo do Arrabalde
A Câmara de Chaves anunciou a candidatura da cidade a Património Mundial da Humanidade, pelo seu património cultural e histórico, essencialmente legado pelos romanos que construíram a ponte e a termas descobertas este ano, segundo informou o PÚBLICO. O presidente da Câmara de Chaves, João Batista, referiu que o ano de 2008 marca uma viragem para a cidade, permitindo-lhe reunir as condições necessárias para a candidatura a Património Mundial da UNESCO. O autarca explicou que apenas este ano foi reconhecida a existência de um balneário termal romano, descoberto no decorrer de escavações arqueológicas realizadas no largo do Arrabalde, que é "considerado como um dos maiores da Europa". O balneário já foi alvo de uma candidatura a monumento nacional. "Também só este ano foi aprovada a candidatura, no valor de dez milhões de euros, com vista à regeneração do centro histórico, o que vai permitir uma melhor funcionalidade desta zona da cidade", frisou. Estes dois factos juntam-se aos vários monumentos nacionais e de interesse histórico existentes na cidade, desde a ponte romana, as termas de Chaves, o castelo, as muralhas medievais ou os fortes de São Francisco e de São Neutel. "Tudo isto junto permite-nos pensar que reunimos todas as condições para a nossa cidade ser classificada como Património Mundial da Humanidade", afirmou o autarca. O grande objectivo da câmara é, segundo João Batista, o "reconhecimento internacional da cidade e do património de Chaves, o reforço da identidade e o desenvolvimento sustentável", adianta o PÚBLICO.
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Nota: Congratulo-me com esta candidatura, ou não estivesse, pessoalmente, tão ligado à cidade e região de Chaves. A importância do seu património histórico, que remonta ao império romano, bem merece um reconhecimento mais universal.
FM

SANTO ANDRÉ: Museu há sete anos

RIA COM TODA A SUA PUJANÇA
O Navio-Museu Santo André está de parabéns. Está a celebrar sete anos, como espaço museológico, tendo batido recordes de visitas. Espera-se que durante 2008 chegue aos 28 mil visitantes, o que é verdadeiramente significativo. Isto quer dizer que, quando devidamente sensibilizadas, as pessoas vão mesmo a museus. Importa, agora, continuar a motivar as nossas gentes, publicitando as nossas riquezas, ao nível da cultura. E se é verdade que o Jardim Oudinot representa uma mais-valia, só por si capaz de chamar turistas, então há que apostar em dar vida ao que temos de bom. A Ria, que estava a perder algum impacto, por força das instalações portuárias que o envolvem, na frente para a Gafanha da Nazaré, mostra-se presentemente com mais pujança, em toda a marginal do Jardim Oudinot.

OFICINA DA FORMIGA: Artesanato com Arte






Sendo certo que a cerâmica “é a sublime arte de fabrico de objectos, tendo como elemento fundamental o barro”, como se sublinha no “site” da Oficina da Formiga, de Jorge Saraiva, de Ílhavo, a verdade é que, nem sempre, as pessoas da nossa região se dão conta das riquezas que, nesta área da cultura, temos entre nós. Daí que eu veja, com gosto, a apresentação pública dos nossos artistas, sobretudo dos artesãos. Neste Festival do Bacalhau, encontrei-me, entre outros, com o Jorge Saraiva, da Oficina da Formiga, que vale a pena ver e ouvir.


FM

FESTIVAL DO BACALHAU

Presidente da Câmara de Ílhavo aprecia o trabalho de Anabela
Anabela Capucho pinta uma narceja
Nestes certames, para além da mola real que os anima, tem havido, com muita frequência, mostras de artesanato. Ontem contactei com Anabela Capucho, que ocupava um lugar especial no recanto atribuído à Fábrica da Vista Alegre. Pintava uma narceja, ave pernalta de arribação, que encontrou, ao longo dos tempos, ambiente propício na nossa ria. Anabela é pintora na Vista Alegre há 28 anos, dedicando-se no dia-a-dia a reproduzir peças-modelo criadas pelos mestres pintores da fábrica, de tantas tradições a nível nacional e com assinalável projecção internacional. Uma narceja, como a que vi ontem, leva quatro dias a pintar pela Anabela, trabalhando oito horas por dia, valendo, no mercado, 1750 euros, cada uma. Mas a pintora, que gosta muito do que faz, pinta tudo o que os mestres têm em carteira, fazendo-o com muita serenidade e sensibilidade. Com mão firme e olhos que reproduzem uma atenção muito grande. Trata-se de peças de coleccionadores ou de simples apreciadores da arte que sai da famosa Fábrica da Vista Alegre.
FM

FESTIVAL DO BACALHAU

Ribau Esteves procede ao sorteio de um bacalhau
FESTA FOI GRANDE SUCESSO
O Festival do Bacalhau, que ontem terminou no renovada Jardim Oudinot, foi um sucesso, que ultrapassou todas as expectativas, referiu Ribau Esteves, o autarca ilhavense . A grande enchente aconteceu no sábado, com a actuação da artista Mariza, o que prova que a artista merece bem o lugar de destaque que ocupa ao nível da canção. O bacalhau, o rei das tasquinhas, também atraiu inúmeros visitantes e apreciadores da gastronomia local, onde as padas de vale de Ílhavo foram rainhas, para quem gosta de pão sem qualquer aditivo. Como consequência de tudo isto, há já a garantia, por parte da Câmara Municipal de Ílhavo, de que o Festival do Bacalhau acertou com o sítio certo para os próximos anos.

domingo, 24 de agosto de 2008

JOGOS OLÍMPICOS: A Festa Terminou

A festa dos Jogos Olímpicos terminou em Pequim, com um espectáculo memorável. A festa dos Jogos Olím-picos, a maior do universo, com variedade e amplitude, com emoções e entusiasmos, com tristezas e alegrias, com vitórias e derrotas, atraiu milhões de pessoas, mostrou-se a todo o mundo, uniu continentes, aproximou povos de todas as latitudes, espalhou compreensões e mostrou a todos os homens e mulheres dos nossos tempos que a paz é possível, que a harmonia é desejável, que o entendimento entre nações é meta para a qual todos temos a obrigação de correr. Mais alto, mais longe, mais forte e mais rápido podem ser e são, se todos quisermos, ideais nobres para as presentes e futuras gerações. Se todos quisermos!

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 91

A LÍNGUA PORTUGUESA
Caríssima/o: O livro da primeira classe estava dividido em duas partes: a primeira, de letra grada, era para aprender a ler; a outra, de letra miudinha, para praticar a leitura. A fase inicial, depois do aeiou, consistia em “juntar as letras” - um t e um a...ta; e por aí adiante, percorrendo todos os sons; praticando de seguida os ditongos e os casos especiais... Quando se dava o X e a seguir vinha a letra miudinha, era um alívio e uma satisfação de arromba! Ponhamos a ressalva de que era norma repetir integralmente toda a primeira parte, embora de forma mais rápida, de modo a que, chegando o Carnaval, se estava apto para o tal salto: estar capaz para a tal letra miudinha! A minha memória, que por vezes me vai atraiçoando, fez-me presente que nesses tempos havia a “primeira dos cartões” - espécie de maldição: criança que encalhasse e não ultrapassasse os malfadados cartões, quase certo, não chegava a fazer exame da 3.ª classe! A escrita ia acompanhando a leitura, na aprendizagem das letras e depois a copiar as palavras que se aprendiam. Na 2.ª classe, continuava-se o treino da leitura, agora acompanhada pela cópia e de alguns ditados; iniciava-se a escrita de frases com respostas a perguntas, como iniciação à redacção. A 3.ª era já uma classe de franca transição: apostava-se na redacção e no ditado, intercalados com a introdução de noções gramaticais. Atingida a 4.ª classe, o treino era mais intensivo quer na leitura, quer no ditado e o maior cuidado também na gramática (na qual, se a quarta fosse “bem feita” se apreendiam noções que seriam válidas até ao 5.º ano do liceu, o actual nono ano! Só como cheirinho: conjugações pronominais e reflexas, vozes activa, passiva e perifrástica, sem esquecer a divisão de orações aos saltos e o nome predicativo do complemento directo...) Como se vê era um programa exigente e que dava bem que entender, principalmente no ditado (onde o número de erros era muito limitado...). [Certo que agora com o novo acordo ortográfico!...] Manuel

sábado, 23 de agosto de 2008

FÉRIAS: Notas do Meu Diário

AMIZADES PARA A VIDA


Praia do Barril

Ao longo da vida criamos muitas amizades, algumas das quais crescem com o tempo, apesar das distâncias que nos separam uns dos outros. Uma dessas amizades, das tais que se consolidam com o decorrer dos anos, nasceu há décadas com uma família de Chaves, que viveu perto de nós, na Gafanha da Nazaré. Refiro-me aos meus amigos Nazaré e António Fernandes e aos seus filhos, Pedro, José Carlos e Vítor. Depois, o grupo alargou-se às noras e aos netos, Erika e Paula, Mariana, Alexandra, Rita e Francisco. 
Quando o encontro, programado ou ocasional, acontece, experimentamos, naturalmente, uma renovada alegria. Este ano nada fazia prever o reencontro com a família flaviense. Que não era fácil uma estada, para gozo de férias, naquela altura do mês de Agosto, no Algarve, diziam-me. Mas eu, que acredito ou penso que acredito no sexto sentido, tinha cá um palpite de que tudo seria possível. Um fim de tarde, quando deambulava pelo aldeamento, reparei que na casa dos nossos amigos havia janelas entreabertas, como sinal de gente amiga à vista. Os amigos Nazaré e António, ao simples toque da campainha, surgiram na minha frente, para o abraço fraterno. 
Tinham acabado de chegar e estavam a arrumar as malas. Julgo que, ao saberem que estávamos por ali, não resistiram e quiseram fazer-nos uma surpresa. Que agradável surpresa, de pessoas que tanto estimamos! 
Para pôr a conversa em dia, com recordações e mais recordações, com preocupações e anseios, com alegrias e projectos, de tudo um pouco se falou durante os dias em que estiveram no Algarve. Mas o que mais me apetece sublinhar é a forma amiga, mais que fraterna, como partilhamos sentimentos e emoções, vivências passadas e sonhos ainda por realizar. Com esta família partilhámos, ao longo das nossas vidas, algumas férias. 
Foram estes amigos que um dia, já um pouco longínquo, nos convidaram para conhecer Chaves, e nos entusiasmaram pelo conhecimento de Trás-os-Montes. Com eles calcorreámos vilas e aldeias daquela região, saboreámos os melhores petiscos (pastéis, bola e folar de Chaves), com destaque para o presunto que nos esperava, fresquinho, na cave de sua casa, e que comíamos com o pão de centeio, tão famoso por aquelas bandas. 
No frigorífico havia um vinho não muito forte, que temperava o presunto comido às lasquinhas. Foi com eles que aprendi a gostar da feijoada transmontana e do leitão à moda da terra, dum cozido mais completo do que o tradicional à portuguesa. E fico-me por aqui, com a certeza de que muito haveria a dizer. 
Com eles conheci monumentos, li e reli história e tradições de Chaves, dei um salto até Espanha, ainda no tempo do contrabando consentido, provei em Boticas o vinho dos mortos e assisti em Montalegre à “chega dos bois”, de que hei-de falar um dia destes, se encontrar as fotografias que na altura registei.
Subi montes e vales para apreciar castros e conhecer aldeias típicas. E, ainda, como experiência rara, para a época, trocámos as nossas casas para viver as férias com mais comodidade. Afinal, as amizades são assim, quando, desinteressadamente, as cultivamos e as enriquecemos em horas boas e menos boas.

 Fernando Martins

A QUESTÃO DO HOMEM COMO QUESTÃO DE DEUS

" Quando no século XXI.. falamos de céu, inferno e paraíso, utilizamos metáforas. Não cre-mos que Deus, na sua infinita sabedoria, tenha criado um universo em que realmente existam estes domínios ultra-terrenos. Tão-pouco pensamos que a vida seja uma peregrinação que conduz a Deus. Nisto nos diferenciamos de Dante, o maior poeta da Idade Média." Aí está, com esta serenidade, a afirmação de entrada de uma breve introdução de Ch. Zschirnt à leitura de A Divina Comédia de Dante. Reconhecendo, evidentemente, a perplexidade toda destas questões e que Dante se encontra no mundo das metáforas, será assim tão universal e transparente esta declaração de evidência na abolição de Deus e do seu mistério? Ainda recentemente, o famoso antropólogo René Girard, por exemplo, à pergunta: "Crê que há algo para lá da morte?", respondia: "Espero, é a minha fé, um acto de vontade e de esperança. O cristão afirma que não pode reduzir-se tudo ao universo no qual se encontra. Que seja tudo como se nada tivesse sido parece-me demasiado abominável para ser real. Aposto na Realidade." António Lobo Antunes também disse ao DN que se zanga com Deus porque permite o sofrimento. "O sofrimento sempre me foi incompreensível porque nascemos para a alegria." E não é a morte "uma puta"? Mas acredita. "A minha relação é a de um espírito naturalmente religioso, cada vez mais, não no sentido desta ou daquela igreja mas porque me parece que a ideia de Deus é óbvia." Não tem dúvidas? "Acredito sempre, mas a dúvida e pôr constantemente em questão é próprio da fé. Muitas vezes pergunto-me: será que existe? É óbvio que sim." "Mas reza ou não?" Com as cruzes no horizonte, Eduardo Lourenço pensa e sorri. E responde ao Expresso: "Pode-me acontecer!" Quem pode negar que as religiões também trouxeram ao mundo barbaridade, superstição, guerras, infantilismo? Afinal, o mundo seria melhor sem elas? A causa da indignidade está nas religiões ou nos seus crentes e funcionários que delas se servem de modo rasteiro e blasfemo para seus propósitos desumanos?
Anselmo Borges
Leia todo o artigo aqui

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

FORTE DA BARRA EM VIAS DE RECUPERAÇÃO?

Reabilitação do Forte da Barra no bom caminho? 


Na sequência de algumas denúncias sobre o mau estado de conservação do Forte da Barra, a que neste meu espaço dei a devida cobertura, por considerar um crime de lesa-património a situação em que se encontrava o Castelo da Gafanha, como também é conhecido aquele imóvel de interesse público, acabo de receber o ofício que foi enviado ao nosso concidadão António Angeja, em resposta a diligências suas, no sentido de se resolver o assunto. 
O ofício, assinado pela Eng.ª Lúcia Pessoa, Directora de Bens Culturais, reza assim: “Sobre este assunto acusamos a recepção da comunicação, via e-mail de 7 do corrente mês. Assim, informa-se V. Exa que no passado mês de Maio foi efectuada deslocação ao imóvel e verificada a necessidade duma intervenção de conservação e reabilitação do mesmo, tendo-se comunicado a situação à Administração do Porto de Aveiro, entidade a quem se encontra afecto o Forte da Barra. Nessa sequência a APA informou que encetará a curto prazo os procedimentos para a requalificação do núcleo de construções na área do Forte da Barra, através de projecto, que por se tratar de área abrangida por servidão administrativa no âmbito do Património Cultural Classificado, será obrigatoriamente objecto de parecer vinculativo do Ministério da Cultura, nos termos da Lei n.º 107/01, de 8 de Setembro.” 
Resta-nos esperar, agora, que ao velho Forte da Barra seja dada a atenção e a dignidade que ele merece. Com esta resposta, a diligências de António Angeja, fica provado que mais vale agir, batendo às portas certas, do que insistir em protestos, batendo a portas erradas. 
Congratulo-me, pois, com o trabalho deste nosso conterrâneo, felicitando-o por isso. Também hoje, em conversa com o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra, ele me garantiu que tudo estava encaminhado para que o problema do Forte da Barra fosse resolvido. Ainda bem. 

FM

MIKE DAVIS/PORTO DE AVEIRO vence "I TRIÂNGULO ATLÂNTICO"

A Associação Naval de Lisboa com apoio do Clube Naval da Horta, Angra Iate Clube e Clube Naval de Ponta Delgada asseguraram a organização do I Triângulo Atlântico, o qual integra duas regatas: Atlantis Cup-Regata da Autonomia. Com partida de Lisboa e passagem em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, navegou uma frota de veleiros que passou por condições atmosféricas adversas. A embarcação aveirense MIKE DAVIS/PORTO DE AVEIRO foi a que melhor se adaptou às condições climatéricas adversas, vencendo com largas horas de vantagem para os seus adversários. Segundo Delmar Conde, líder da equipa, o sucesso foi conseguido devido a uma opção estratégica acertada: "tomámos uma opção táctica arriscada relativamente à restante frota, à saída da Horta, onde tinhamos que decidir o rumo a tomar para Lisboa", revela. E ainda acrescenta: "numa regata oceânica desta dimensão é fundamental acertar com as opções tomadas a bordo de acordo com as previsões meteorológicas." E diz mais: "O desempenho de toda a tripulação, o espírito a bordo, a camaradagem e a concentração, durante uma viagem de 6 dias, foram muito importantes para o sucesso." A comunidade Portuária de Aveiro felicita toda a tripulação constituída por Delmar Conde, Renato Conde, Daniel Vasconcelos, Pedro Paião e José Amaral.
Fonte: Texto e foto do Porto de Aveiro

Os Nossos Poetas

Lua Dourada As mãos de fogo na cintura A respiração sem tréguas contra o choque da água As pedras nos pés indecisos e o medo em fuga nas marés proibidas A lua nos olhos cadentes desmaiou na boca do mar entre dedos ardentes
Turíbia

Os Eleitos dos Portugueses

Bombeiros, carteiros e professores
ocupam as posições cimeiras
Um estudo sobre a confiança atribuída a 20 profissões, realizado este ano em 22 países, revela que 90% dos portugueses confiam nos bombeiros, carteiros e professores da escola primária e secundária. Desenvolvido pela GfK, em parceria com o Wall Street Journal, a análise mostra que políticos e publicitários são os "menos confiáveis", com pouco mais cerca de 14% de respostas abonatórias. Nas funções mais desacreditadas surgem, ainda, os grandes empresários, segundo 59% dos portugueses, e os jornalistas, com 49%.
Leia mais em DN

Origem do Vocábulo Gafanha

Qualquer estudo que se faça sobre a nossa terra, leva, inevitavelmente, os seus autores a debruçarem-se sobre as origens do vocábulo Gafanha, sem que até hoje alguém tenha chegado a qualquer verdade absoluta. A palavra Gafanha não escapa à dificuldade natural e ainda hoje não é possível saber-se concretamente qual a sua origem. Sobre ela, falei várias vezes com o tio João, o primeiro gafanhão que me falou da “Monografia da Gafanha”, escrita pelo Padre João Vieira Rezende, antigo pároco da Gafanha da Encarnação e bem conhecido do meu amigo. Não conhecia a obra do Padre Rezende, mas não descansei enquanto não a li. Ainda hoje, agora com edição da Câmara Municipal de Ílhavo, se mantém como ponto de partida ou de referência para diversos estudos sobre esta região. Clique aqui para ler mais

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Nelson Évora: Medalha de Ouro

Nelson Évora
Somos assim: Da depressão saltámos para a euforia
Fomos para os Jogos Olímpicos com muita euforia. Confiávamos, mdesmedidamente, nos nossos atletas, al-guns com fibra de campeões. Os resultados, com medalhas, não surgiram. Frustrações! Depois da depressão, que espoletou críticas e mais críticas, com acusações direccionadas para atletas, dirigentes e outros responsáveis pelo desporto nacional, saltámos para a euforia, com a conquista, por Nelson Évora, da Medalha de Ouro, no triplo salto. Agora, sim, com a comoção de todos, já somos bons. Venham outros jogos, e verão, então, do que havemos de ser capazes! Sim... somos poucos, mas temos alguns atletas bons. Ainda bem! A depressão destes dias ficou guardada no saco do esquecimento.

Voluntários Aumentam no Verão

"Quando partimos, levamos uma migalha,
no regresso trazemos um saco cheio de pão"
O Diário de Notícias trouxe hoje uma reportagem sobre voluntários portugueses que, no Verão, deixam tu-do para ajudar comunidades muito pobres. Este ano, 283 leigos missionários partiram para ensinar, apoiar e tratar as populações. Voluntários garantem que recebem mais do que dão. São gente jovem, mas também há aposentados que se enriquecem, dando muito de si aos mais pobres.

Construções na Areia

Arte na Praia



Hoje foi dia de "Construções na Areia", uma iniciativa de décadas do Diário de Notícias. Quando passei, a criançada lá estava a enfrentar um desafio interessante, dando asas à sua imaginação. Outros aguardavam a sua vez, já que o concurso é para diversas idades. Ainda bem que a arte invade, no bom sentido, a nossa Praia da Barra, envolvendo tantas crianças e jovens. Afinal, praia não é só tostar a tez ao sol, brincar na água ou jogar à bola. Praia também pode ser cultivar o espírito, nem que seja com a areia molhada, que logo se esboroa com a quentura do astro rei ou com a maré.

FÉRIAS: Notas do Meu Diário

Planura alentejana Na planura alentejana se reflecte o braseiro escaldante de um verão sem vento Rebolam anseios de fugas na tarde longa onde estendo lentamente um grito dolente para além de horizontes que não alcanço nesta tarde calmosa de Agosto Na planura amortecida em sono de estio vai renascer cada manhã fresca cândida e leve a paz sonhada em cada madrugada Na planura ressequida do Alentejo tão esquecido há-de voltar aos olhares de quem passa a esperança de vida nova sempre tão apetecida Agosto de 2008 Fernando Martins

ÍLHAVO EM FESTA: Nossa Senhora do Pranto

TRADIÇÃO DE 208 ANOS REPETIU-SE
A tradição de 208 anos repetiu-se, com o Arco Alegórico a ser erguido de novo. Sem a grandiosidade de anos anteriores, já que a crise financeira e a falta de quem queira ajudar são as principais razões dessa crise que também se reflecte nas festas tradicionais, muitas delas com várias centenas de anos, os festejos decorreram de 9 a 17 destes mês, em honra da Nª. Srª. do Pranto, em Cimo de Vila. Na entrada da Rua Arcebispo Pereira Bilhano, foi erguido o bicentenário Arco Alegórico após uma cuidada recuperação de milhares de peças em madeira, devidamente pintadas, feita por António Rocha e Fernando Castro, com ajuda de moradores de Cimo de Vila. Com a colocação do Arco Alegórico, deram-se início às festas com o festival de aniversário do Grupo Floclórico O Arrais, que contou com a presença de grupos de S.Pedro da Palhaça, Vale Domingos e de Belazaima. Nas festas actuaram a Música Nova e a Fanfarra da Costa do Valado. À noite houve arraial com música. O povo, como de costume, participou em grande número. Na missa solene também participou a Música Nova. E a festa terminou com os jogos tradicionais, o espectáculo com Nely Correia e missa por alma dos irmãos da respectiva Irmandade, já falecidos.
Carlos Duarte

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Festival do Bacalhau

O melhor bacalhau do mundo 
come-se aqui

No renovado Jardim Oudinot, iniciou-se hoje o Festival do Bacalhau, que se prolongará até domingo, com bons petiscos e muita animação. Petiscos maioritariamente com sabor a bacalhau, ou não fosse o concelho de Ílhavo, como sublinhou o presidente da Câmara Municipal, Ribau Esteves, “a verdadeira capital nacional” do fiel amigo. 
Como salão nobre deste espaço de lazer, frisou o autarca ilhavense, teremos neste evento o Navio-Museu Santo André, que está a comemorar 60 anos de vida, com sete como pólo museológico. Ribau Esteves recordou que este festival é um “gesto cultural”, em torno da história e das actividades económicas ligadas ao bacalhau, tendo como mais-valia as padeiras de Vale de Ílhavo e a louça da Vista Alegre, que “todo o mundo conhece”. O autarca sugeriu, ainda, que os visitantes apreciassem a restaurada ponte que faz a ligação às praias, agora com iluminação que a torna mais bonita. 
Agradeceu, por fim, o contributo de entidades, empresas e associações, estando garantido que nas tasquinhas se pode comer, até domingo, o “melhor bacalhau do mundo”, graças ao esforço de todos, em especial da Associação dos Industriais do Bacalhau. O bacalhau que já provei, numa tasquinha, deu sinais evidentes disso. A animação musical, e outra, começou. Até domingo, aproveite.

FM

A RIA É SEMPRE BONITA

A Ria é sempre bonita, em qualquer dia e de qualquer ângulo. De Verão e de Inverno, no Outono e na Primavera. Mas com velas ao vento, desafiando equilíbrios e espalhando reflexos, então o encanto é muito maior. Quem o diz é o meu amigo Carlos Duarte, que teve a gentileza de me enviar esta foto.

Cavaco Silva veta nova lei do divórcio

De acordo com o site do chefe do Estado, "o Presidente da República decidiu devolver hoje à Assembleia da República o Decreto nº232/X que aprova o Regime Jurídico do Divórcio, solicitando que o mesmo seja objecto de nova apreciação, com fundamento na desprotecção do cônjuge que se encontre em situação mais fraca - geralmente a mulher - bem como dos filhos menores a que, na prática, pode conduzir o diploma, conforme explica na mensagem enviada aos deputados".
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