quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

OBRA DA CRIANÇA, EM ÍLHAVO

Os tempos de hoje exigem 
um novo projecto educativo


Com estatutos de 1959, a OBRA DA CRIANÇA, em Ílhavo, ainda passa despercebida a muito boa gente. Criado pelo prior de Ílhavo, Padre Júlio Tavares Rebimbas, actual Arcebispo-Bispo Emérito do Porto, desde a primeira hora integrou o Património dos Pobres, instituição que ainda mantém outras valências, nomeadamente o Lar de S. José, para idosos; o Lar do Divino Salvador, para apoio a mães solteiras e a mulheres vítimas de violência doméstica; e 20 habitações para outras tantas famílias carenciadas. Presentemente, a OBRA DA CRIANÇA, com 36 crianças, adolescentes e jovens em regime de internato, aposta numa reestruturação que seja suporte de um novo projecto educativo, que está a ser preparado para avançar ainda este ano, como garantiu ao SOLIDARIEDADE o prior de Ílhavo, padre Fausto de Oliveira.
:
(Para ler todo o artigo, clique SOLIDARIEDADE)
:
NB: Este é artigo que saiu no SOLIDARIEDADE e que se insere na linha de colaboração que assumi com aquele mensário da CNIS.

POBREZA EM PORTUGAL E NO MUNDO

OIKOS alerta Governo para luta contra a pobreza A organização não-governamental OIKOS apelou ao Governo para ratificar internamente compromissos assumidos perante a União Europeia no âmbito da luta contra a pobreza, que abrem caminho à concretização de oito objectivos estipulados em 2000. A redução para metade da pobreza extrema e da fome e em dois terços da mortalidade das crianças, até 2015, são alguns dos designados Objectivos do Milénio.
"Estrategicamente, estão lançadas as bases políticas para atingirmos os Objectivos do Milénio. Os compromissos foram assumidos no âmbito da União Europeia e queremos agora a ratificação interna desses compromissos" em Portugal, disse o director executivo da OIKOS, João Fernandes.
João Fernandes considera que só com a ratificação desses compromissos será possível os portugueses estarem informados acerca dos planos da luta mundial contra a pobreza e sensibilizar a opinião pública para ajudar.
No ano 2000, 189 chefes de Estado e de Governo assinaram a Declaração do Milénio, onde estão estipulados oito objectivos de desenvolvimento a alcançar entre 1990 e 2015. Entre esses objectivos constam a redução para metade da pobreza extrema e da fome, a promoção da igualdade entre os sexos, a redução em dois terços da mortalidade das crianças e a redução em dois terços da taxa de mortalidade materna.
Alcançar o ensino primário universal, combater o HIV/SIDA, a malária e outras doenças graves, garantir a sustentabilidade ambiental e criar uma parceria mundial para o desenvolvimento são os restantes objectivos.
Considerando que "todos os países têm falhado, no geral, no empenho em concretizar estes objectivos", João Fernandes destacou "os fortes progressos do Uganda, que está a conseguir estagnar a SIDA, e de Moçambique na área da educação".
O director executivo da OIKOS disse que também gostava que o Governo português desse garantias de que Portugal vai "atingir o primeiro compromisso que é, em 2006, contribuir com 0,33 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)". Os países europeus comprometeram-se em ajudar, este ano, as nações mais pobres com 0,33 por cento do PIB, com 0,51 por cento em 2010 e com 0,7 por cento em 2015. Contudo, o responsável alertou que "para Portugal cumprir a meta em 2015 vai ser preciso aumentar a ajuda nos próximos anos". Apesar de considerar esta medida positiva, o director executivo "gostaria que a meta de 0,7 por cento fosse antecipada e não remetida para 2015".
Segundo a OIKOS, em todo o mundo, 1,2 milhões de pessoas vive em condições de extrema pobreza (com menos de um dólar por dia), 6,3 milhões de crianças morrem de fome por ano e há 842 milhões de pessoas subnutridas.
:
Fonte SOLIDARIEDADE

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Um artigo de António Rego

Entre a bênção
e a maldição
Tal como se não pode calcular o dia e a hora exactas dum sismo ou o minuto preciso do aquecimento global do planeta, também se não pode determinar matematicamente a evolução da esperança de vida em todos e cada um dos cidadãos. Fazem-se cálculos sobre a resistência da Segurança Social à longevidade presumível, projectam-se cenários de consistência ou rotura, desenha-se um futuro a partir duma realidade óbvia: a população, entre nós, envelhece cada vez mais, as escolas infantis vão fechando, as secundárias vão diminuindo e as próprias universidades já se ressentem desta evolução etária que altera todo o tecido social a que pertencemos.
Há muitos ângulos de observação deste facto, com análises contraditórias, algumas primárias, das causas e consequências desta realidade. O aumento da esperança de vida é um sinal dos tempos que tem a ver com toda a evolução que testemunhamos em variadíssimos aspectos da nossa vida social e do desenvolvimento que - por muito que não queiram alguns críticos – aconteceu visivelmente entre nós nos últimos anos.
Mas há perspectivas que importa repescar. O envelhecimento não é apenas uma questão de idade: tem a ver com a valorização que a comunidade dá a quem entra nos trinta, quarenta ou mais anos. Não há muito tempo, pelo trabalho árduo, subalimentação, ausência de cuidados de saúde e outras carências, as pessoas envelheciam prematuramente. Hoje também, mas por outras razões. A tecnologia, a cultura e um conjunto incontestável de novas aquisições, colocam muita gente na prateleira da vida. Facilmente as pessoas se tornam ultrapassadas, a seguir inúteis, além de sós e desencantadas. A expectativa de vida mais confortável, mais longa, mais livre, torna-se como que um pesadelo, de olhar para todos os lados e tudo se revestir dum pretérito nostálgico sem lugar para a alegria do hoje e do amanhã.
Obviamente que isto não acontece assim com todos e cada um. Há pessoas que trabalham até morrer, por necessidade. Outras por gosto ou ambição, outras por missão, nas áreas livres de entrega aos outros e de crescente amor à vida. Mas há muitos condenados a nunca assumir a profissão de idoso ou doente. Esta matéria aprende-se noutra escola, enquadra-se noutro currículo, cumpre-se com mecanismos interiores que dependem de espaços, condições físicas e sociais, perspectivas de fé, de vida e dum arrebatamento de alma de quem descobre a permanente novidade nos meandros da surpresa e do encantamento. Todo o trabalho de solidariedade social da Igreja, nesta área, revela um segredo do Evangelho com muitas traduções sociais e políticas: a aposta no contínuo rejuvenescimento da Esperança… de Vida.

Um artigo de Joaquim Franco, na SIC

Caricaturas “boomerang”
A cultura do “mundo” islâmico é diferente da cultura do “mundo” cristão, judeu, budista ou hindu. O “mundo” muçulmano é portador de uma história e tradição únicas, inseparáveis de um território social específico. A religião islâmica - no “mundo” islâmico - e o conceito de Estado ou Nação - no “mundo” islâmico - estão ligados e são interdependentes na definição de valores e liberdades, do poder e dos poderes. Radica no mesmo Deus, no mesmo Livro e no mesmo Profeta de todos os islâmicos, mas faz da “palavra última” do Alcorão a “charia” intocável e insubstituível, sob a qual tudo pode ser legitimado. Apontar o dedo a um sistema construído como aliança inquestionável, na qual milhões de pessoas se entregam honesta e abnegadamente, é não compreender o verdadeiro fenómeno do “mundo” islâmico.
Como acontece em todas as redes de poder e de cultura, o “mundo” islâmico está sujeito a manipulações entrincheiradas num “habitat” ideológico, religioso e social dominante. A guarda da tradição no “mundo” islâmico assume a dimensão do “sagrado” como reacção a um outro “mundo” que a globalização vai revelando de forma deturpada. Os “fundamentalistas” do “mundo” islâmico - “guerreiros” até ao extremo do terror - não se consideram terroristas, mas “soldados” generosos numa guerra sem tréguas, atiçada em nome de um “todo” e de um “tudo” que explica a sua própria existência. Quanto mais o “mundo” ocidental reagir em dinâmicas de confronto – seja militar ou cultural - pior. É como um pêndulo de acção/reacção.
Não é possível acabar com visões “extremistas”, embora seja possível contê-las com um cuidadoso diálogo que, antes de mais, começa na necessidade de o “mundo” ocidental se interrogar sobre as suas próprias incoerências. Não se trata de uma guerra de civilizações, mas da mais velha guerra da humanidade entre “ricos” e “pobres”, cuja táctica de parte a parte é uma equação com inúmeras e tremendas variáveis. Um jogo perigoso que, a médio prazo, pode desencadear um bloqueio civilizacional sem precedentes.
:
(Para ler mais, clique aqui)

Amigos da Ria e do Moliceiro criam novo barco

MOLICEIRO INSPIRA MOLIATE
A Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro vai avançar com um projecto de construção de um iate, que terá o perfil do célebre barco moliceiro, um ex-libris da Ria de Aveiro.
Esse iate terá condições de alojamento e conforto para estadas a bordo durante vários dias.
O projecto está à espera de autorizaçãodo Instituto Marítimo Portuário, para depois se iniciar a construção da nova embarcação, que vai chamar-se MOLIATE, uma mistura de moliceiro e de iate. Os custos rondam uma verba entre 35 e 50 mil euros.
.
Fonte: JN

DOMINGO - Fernando Echevarría



Ficou-lhe a paz. Do tempo
em que, movido o olhar à santidade,
parávamos no campo vendo
correr a água e adubar-se o caule
que abrirá sua roda de sustento
à fadiga do homem, que uma coroa de aves
reconhece no ar, de estar aberto
à cálida saúde da passagem.
Depois da missa, pelo domingo adentro,
crescia essa saudade
fresquíssima de estarmos tão atentos
à tarefa que, sem nós, a tarde
cumpre na terra. E mesmo ao pensamento
que amadurece nas árvores,
tocadas de longe, no estremecimento
que se enreda por nós e em nós se abre.
Ficou-lhe a paz. O doce movimento
que nos inclina para a primeira idade.

Fernando Echevarría
a rosa do mundo 2001 poemas para o futuro
assírio & alvim
2001

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Ainda as caricaturas de Maomé

Mais uma achega
do
Cardeal-Patriarca de Lisboa
Para o Cardeal Patriarca de Lisboa, também os católicos já foram alvo de referências jocosas de mais ou menos gosto e não tiveram a mesma atitude de procura de vingança. "O facto de estarmos num ambiente de liberdade de expressão significa que eu não me indigno com isso, mas quando acontece magoa-me. A liberdade de expressão tem desses riscos: eu sei que, às vezes, magoo os outros. A grande diferença entre o horizonte ocidental e o horizonte que estamos a assistir nos muçulmanos é que eu manifesto a minha indignação de outra maneira, não vou pôr bombas nas embaixadas, nem bater nas pessoas na rua". O Cardeal-Patriarca vai ainda mais longe, ao afirmar que este é um problema muito mais político que religioso: "tenho visto comentadores a tentar pôr isto no âmbito do diálogo e do respeito inter-religioso, mas penso que, por trás disto, há mais estratégias políticas que questões religiosas".
:
Fonte: RR

Um artigo de João César das Neves, no DN

O tempo em que o mundo ficou muito perigoso
O mundo está a ficar muito perigoso. Quando daqui a uns séculos escreverem a História da nossa era, estes anos serão certamente vistos como o momento decisivo, em que a guerra deixa de ser abominável para se tornar discutível. É este o tempo em que "Hitler" passa de nome recordado para acusação dirigida a outros. É agora que o mundo volta a ser muito perigoso. O pano de fundo é ainda, naturalmente, a maior catástrofe de sempre, a Segunda Guerra Mundial. Essa carnificina bárbara, tão bárbara como só uma civilização avançada pode ser, parecia ter mudado para sempre a nossa atitude. Pela primeira vez na História, a Humanidade tinha poder para destruir a Humanidade. Só havia uma resposta possível "Guerra nunca mais!" Esta era a certeza que todos professavam. O mundo mudara.
Mas essa mudança começou a mudar, naturalmente, no fim da Guerra Fria, o mais estúpido de todos os conflitos uma guerra que não chegava a ser guerra, porque não podia ser guerra. Quando acabou, o frio foi aquecendo: afinal, a guerra podia ser. Os primeiros embates após a queda do Muro ainda eram escaramuças à antiga: guerras coloniais, como o Iraque em 1991 e a Somália em 1993, ou guerras civis, como a arrastada destruição da Jugoslávia e a recorrente "intifada" na Terra Santa. Não eram menos sangrentas e horrorosas, mas não traziam perigo global. "Guerra mundial nunca mais!"
:
(Para ler todo o artigo, clique aqui)

Um artigo de Alexandre Cruz

Um louvável caso de estudo

O gesto fundacional
do 11 de Fevereiro –
Dia Mundial do Doente 1. É de um alcance absolutamente novíssimo o horizonte da mensagem deste VI Domingo do Tempo Comum. Para nós, hoje, viventes de tempos em que a “memória” e valoração dos achados de sentido da Humanidade se vão perdendo, poderemos considerar a “lição” de hoje um autêntico caso de estudo. A partir da doença (a “lepra”), apercebemo-nos de todo um ambiente de contextos e atitudes a salientar. Assim, a mensagem curativa do Evangelho só é bem captada na medida em que sentirmos o ambiente social do Antigo Testamento, espelhada na primeira Leitura do Livro do Levítico. São muitos os (maus) hábitos, expressão menos feliz da ideia de Deus e de Comunidade. 2. Em termos do que chamamos hoje os cuidados de saúde (simbolicamente inaugurados pelo aproximar, tocar e renovar de Cristo), o panorama da antiguidade era de absoluta exclusão social para a Pessoa do Doente leproso. É muita a literatura que testemunha a legislação hoje presente no livro do Levítico, em que se decide que aos leprosos (impuros) cabe a sorte da expulsão da comunidade, tendo de morrer fora das cidades; têm de trazer roupa que permita serem identificados à distância, sendo todo o contacto impensável, até que quando um leproso tocava numa pessoa sã era réu de morte; num ter de gritar “impuro, impuro”, ou andar de campainha ao pescoço…ainda que procurando gerir o “caso” de saúde pública, estava bem enraizada uma mentalidade de absoluta exclusão, abandono humano e, a acrescentar, uma turba imagem de Deus que atribuía como causa da doença o pecado humano. É diante deste ambiente que vem Jesus!... 3. Ao leproso que tinha a morte à vista (“a lepra era a filha primogénita da morte” Job 18, 13), e que de modo suplicante se aproxima na distância possível, e ousa dirigir a palavra a Jesus… eis que novidade completa encontramos: “Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: ‘Quero: fica limpo!’ ”. Que purificação surpreendente esta que escreveu para sempre uma aproximação exemplar de Deus à Pessoa do Doente. Que gratidão Te damos, Senhor, por não teres medo do contágio e teres arriscado tudo para tirar a “lepra” (espiritual e física) da menoridade humana! Que pura imagem de Deus-Amor que promove a total inclusão comunitária de cada Pessoa! Faz-nos entender, estudar, apreciar e viver este gesto eterno do Teu amor!

Estatuto do Santuário de Fátima

Cardeal-Patriarca de Lisboa explica mudança de estatuto
O Cardeal-Patriarca de Lisboa confir-mou este Domingo uma mudança de estatuto do Santuário de Fátima, mas garante que este é um passo que se limita a recuperar uma prática em vigor no tempo de Pio XII. D. José Policarpo afirma que esta mudança permite conciliar as dimensões diocesana, nacional e internacional do Santuário.
“São evidentes duas coisas: que o Santuário está na diocese de Leiria-Fátima, pelo que a jurisdição imediata é da diocese; por outro lado, é igualmente evidente a dimensão nacional e internacional do Santuário”, referiu aos jornalistas que o interrogaram sobre o tema.
"Aquilo que estão a ver com grande surpresa não é, porque já no tempo de Pio XII, nos anos 50, foi constituído um Conselho Superior, representando a Igreja de Portugal toda para acompanhar o Santuário de Fátima”, acrescentou.
D. José Policarpo explicou que "o que a Santa Sé fez foi, apenas e só, pedir para que esse Conselho se reactivasse". A primeira responsabilidade será, portanto, estudar um dossiê que virá a culminar, depois, “num outro estatuto para o Santuário de Fátima".
:
Fonte Ecclesia

Centenário do nascimento de Agostinho da Silva

Comemorações
começam hoje As comemorações do centenário do nascimento de Agostinho da Silva, pensador que continua controverso e enigmático, arrancam hoje no Centro Cultural de Belém (CCB) com o patrocínio da Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima. As celebrações incluem colóquios, exposições, publicação de livros a edição de um selo comemorativo, a abertura da cátedra "Agostinho da Silva" na Universidade de Brasília e o baptismo de um avião da TAP com o seu nome.
As iniciativas resultam de uma parceria dos governos de Portugal e do B rasil (onde o escritor esteve exilado) e a Associação Agostinho da Silva e incluem a projecção do documentário "Agostinho da Silva: um Pensamento Vivo" e a inauguração da mostra "Agostinho da Silva: Pensamento e Acção" em cidades portuguesas e estrangeiras.
A efeméride revela que o pensador e pedagogo continua uma figura controversa e enigmática, mesmo para os que com ele privaram.
Reconhecendo que a sua personalidade sempre o intrigou, o ensaísta Eduardo Lourenço afirmou que "não era parecido com ninguém, excepto com ele próprio" e lamentou que a sua obra ainda esteja "pouco estudada".
Por seu lado, o escritor Fernando Dacosta afirmou à Lusa que se vive "um tempo anti-Agostinho da Silva", pois "a sua filosofia e utopia" não têm eco junto dos governantes, apesar de Agostinho ter sido uma figura de "grande lucidez" .
Quanto a Nuno Nabais, professor de Filosofia em Lisboa, assegurou que "não existe um 'pensamento Agostinho da Silva'" e disse acreditar que o pensador "estaria a rir-se, ao ver-se objecto de comemorações oficiais".
O escritor Baptista-Bastos, por seu lado, declarou à Lusa que Agostinho da Silva - "um grande museu clássico com um perfume de modernidade" - representa "uma grande dose de utopia, de quimera e de esperança nas infinitas possibilidades do Homem".
O filósofo e pedagogo Agostinho da Silva nasceu no Porto a 13 de Fevereiro de 1906, esteve preso no Aljube devido a polémicas com o Estado Novo e a Igreja e optou por se exilar no Brasil, onde co-fundou as universidades federais de Paraíba e Santa Catarina e a Universidade de Brasília.
Quando morreu, em Lisboa, a 3 de Abril de 1994, Agostinho da Silva deixou uma obra vastíssima que inclui textos pedagógicos, ensaios filosóficos, novelas, artigos, poemas, estudos sobre História e cultura e as suas reflexões sobre a religião.
:
Fonte: PÚBLICO on-line
:
Nota: Para um conhecimento mínimo do pensador Agostinho da Silva, recomendo "A última conversa - AGOSTINHO DA SILVA", entrevista de Luís Machado, com prefácio de Eduardo Lourenço; e "Diálogos com AGOSTINHO DA SILVA - O Império Acabou. E agora?", um trabalho de Antónia Sousa. Obras publicadas por Editorial Notícias.

domingo, 12 de fevereiro de 2006

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Religião e 'cartoons' - caricaturar caricaturas
No momento em que escrevo ainda não é possível saber todas as consequências das caricaturas de Maomé nas relações com o mundo islâmico. Por outro lado, é evidente a dificuldade que há em pronunciar-se sobre um assunto tão amplo e polémico em espaço tão limitado.
Para salvaguardar a transcendência divina, a Bíblia impõe o mandamento de Deus "Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egipto, da casa da servidão. Não haverá para ti outros deuses na minha presença. Não farás para ti imagem esculpida nem representação alguma do que está em cima, nos céus, do que está em baixo, na terra, e do que está debaixo da terra, nas águas. Não te prostrarás diante dessas coisas e não as servirás.
"A controvérsia sobre as imagens no cristianismo durou séculos e a chamada crise iconoclasta desembocou por vezes em perseguições violentas. Foi com o concílio de Niceia II (787) que, com base na encarnação do Verbo, foi reconhecida a possibilidade da representação de Cristo e a veneração das imagens. Mesmo assim, há, neste domínio, diferença entre os católicos, pródigos em imagens, os protestantes, reservados, que se limitam à cruz, e os ortodoxos, que são mestres na arte dos ícones.
Régis Debray fez notar com humor que o ano de 787 marca a data de nascimento de Hollywood, observando de modo fino que "uma cultura que honra as imagens honra também as mulheres. Velha constante das civilizações, que atravessa os tempos e as latitudes! Os que bombardeiam estátuas são os mesmos que lapidam as adúlteras. Quem fecha os museus mantém as mulheres fechadas. A inversa também é verdadeira em toda a parte onde a imagem tem direito de cidadania, a mulher tem o direito de participar".
Entre os muçulmanos, nem sempre foi interdita a imagem do Profeta. Depois, enquanto os teólogos sunitas proibiram qualquer representação humana do Divino, os xiitas reservaram a interdição a Maomé.
Pela sua própria natureza, o Sagrado é inviolável, não pode ser profanado, deve-se-lhe respeito incondicional.
:
(Para ler todo o texto, clique aqui)

Imigrantes ilegais em Aveiro

Posted by Picasa
Praça Marquês de Pombal:
:
Os imigrantes ilegais
são o maior problema social
Os dados do Diagnóstico de Aveiro, feito pela Rede Social, são de 2003 mas a Câmara diz que corresponde à situação actual. Os imigrantes ilegais, a perda de atractividade do concelho, problemas na educação e no cuidado com as crianças e os mais velhos, fazem parte do documento
:
O primeiro problema social de Aveiro é a «tendência crescente para a fixação de imigrantes ilegais no concelho», segundo o Diagnóstico Social do Conselho Local de Acção Social de Aveiro, um órgão da Rede Social, que se assume como um novo conceito no «combate à pobreza e exclusão social». Segundo o Conselho Local, presidido pelo presidente da Câmara, a fixação destes imigrantes da Europa de Leste poderá conduzir a um «aumento da precaridade laboral por parte desta mão-de-obra, a desintegração social e cultural destes indivíduos e também a emergência de situações de vulnerabilidade social diversas, derivadas do seu próprio estatuto de ilegais». Este Diagnóstico é datado de 2003 mas é o mais actualizado que a autarquia dispõe. Segundo o vereador Capão Filipe, do pelouro dos Assuntos Sociais e Família, os dados correspondem à situação actual. Contudo, faz parte do plano da Rede Social a «actualização anual do Diagnóstico». Quanto à execução de um Plano de Desenvolvimento Social, é uma aposta de trabalho com um horizonte em 2007, no qual se pretende «valorizar memórias culturais comuns», «melhorar a qualidade de vida das populações», «abrir a escola a dinâmicas do meio», «potenciar o tecido produtivo activo», «reduzir a segregação social e espacial», e «desenvolver a capacidade de iniciativa e de participação dos cidadãos». O Diagnóstico é um dos temas do número um do boletim «Rede Activa», com outros artigos também de anos anteriores, como o «Plano de Acção 2005» e um texto, datado de Setembro de 2004, assinado pelo então presidente da Junta de S. Bernardo, Élio Maia, hoje presidente da Câmara e, por inerência, presidente do Conselho Local de Acção Social, que coordena a Rede Social. : Um trabalho jornalístico de João Peixinho, no Diário de Aveiro

RÁDIO VATICANO CELEBRA 75 ANOS

Com a Rádio Vaticano, a mensagem cristã
chega mais longe A Rádio Vaticano comemora hoje 75 anos. Criada com a finalidade de anunciar a mensagem cristã e de difundir informações sobre a actua-lidade, a rádio funciona ao serviço do Papa e está sedeada no estado da Cidade do Vaticano. Foi em 1931 que o Papa Pio XI divulgou a primeira rádio-mensagem e inaugurou a emissora, que pode ser ouvida em todo o mundo, em diversos idiomas (www.vaticanradio.org).
Para comemorar o aniversário, os correios do Vaticano vão começar a utilizar um carimbo especial, que apresenta o número 75 e a inscrição "Inauguração da Rádio Vaticano".
:
Foto: Antena da Rádio Vaticano
:
Fonte: PÚBLICO on-line

Um reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

De toda a parte
As pessoas sabiam que tinham em Jesus um Amigo e, por isso, vinham ter com Ele de todo o lado; entendiam que Jesus não era apenas o Mestre que gostavam de ouvir, mas o benfeitor que poderia respon-der a algum problema, quem sabe se uma cura ou outro qualquer bem.
Ele é o mesmo de sempre; o Amigo, o Confidente, o que estende a mão e acolhe.
O mundo está carente de mãos seguras, fortes, generosas, amigas, acolhedoras; mãos que apontem caminhos e ofereçam a segurança que não temos.
E Ele quer ser isso tudo, para todos e em qualquer lugar ou circunstância; Ele quer ser guia e Caminho; Ele quer ser o Médico que alivia ou sara as nossas feridas.
Não precisamos de Lhe dizer: “se queres, podes curar-me”; porque é isso o que Ele quer: curar a todos, e a todos apontar caminhos de cura e de salvação.
Os que se orgulham de ser Seus discípulos estão por todo o lado para que, de toda a parte, se faça caminho para o único que pode libertar e salvar.
: In "Diálogo", 1061 - VI DOMINGO COMUM - Ano B

Efeméride aveirense

ACTUAL BARRA DE AVEIRO
::
1751 - El-Rei D. José I autorizou que fossem cobrados dois réis em cada quartilho de vinho e em cada arrátel de carne, os quais seriam aplicados nos trabalhos da abertura da barra nova de Aveiro; o produto do imposto, cobrado enquanto durassem as obras, seria guardado num cofre próprio.
:
Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

Oportunidade para cortar
com Estado paternalista
Com eleições daqui a mais de três anos, parece que iremos ter um período de acalmia política. A agitação virá sobretudo da área económica. E bem necessária ela é, para sairmos da actual estagnação.
A tentativa de compra da maioria do capital da Portugal Telecom (PT) pela Sonae é um bom começo. Esta operação, inédita entre nós pela sua dimensão (equivale a mais de 10% do PIB nacional), desafia o estilo tradicional de gerir empresas em Portugal, com os empresários a inventarem mil pretextos para se encostarem ao Estado. E como os governos gostam dessa dependência, a oferta pública de aquisição (OPA) da PT é também um teste à disposição do Executivo de Sócrates para levar a sério o mercado.
A primeira preocupação de boa parte da nossa classe empresarial continua relacionada com o Estado.
Um significativo exemplo dessa atitude é a triste história de 30 anos de falhanços na união das organizações patronais, o último das quais há dias. Algumas dessas organizações têm um enorme empenho em colaborar com o Governo na distribuição dos fundos de Bruxelas. Há aí muito dinheiro e muita influência em jogo.
:
(Para ler mais, clique aqui)

EUROPEU SUB-21

Ílhavo, Mealhada e Estarreja
alojam selecções As quatro selecções que vão actuar nos estádios municipais de Aveiro e Águeda durante o Campeonato da Europa de sub-21 vão ficar alojadas nos concelhos de Ílhavo, Mealhada e Estarreja.
A Dinamarca escolheu o Hotel das Termas, na Curia (Mealhada), para estagiar, ao passo que a Ucrânia optou pelo Hotel do Luso (Mealhada) e a Holanda pelo Hotel de Estarreja. A comitiva da Itália, actual detentora do troféu, deverá ficar alojada no Hotel de Ílhavo.
Já definidos estão também os locais onde as quatro equipas vão treinar durante a competição – estádio do Gafanha (Itália), estádio municipal de Anadia (Dinamarca), centro de estágios do Luso (Ucrânia) e estádio do Avanca (Holanda) foram os equipamentos escolhidos.
Os presidentes das autarquias que vão acolher as quatro selecções mostraram-se satisfeitos com as escolhas. Para José Eduardo Matos, de Estarreja, trata-se de uma «óptima notícia» para o concelho. «É um sinal de que Estarreja oferece condições para receber selecções como a holandesa», adiantou ao Diário de Aveiro.
:
(Para ler mais, clique aqui)

Ovos moles com origem protegida

O Ministério da Agricultura atribuiu ontem a denominação de Indicação Geográfica Protegida (IGP) aos ovos-moles de Aveiro
O despacho governamen-tal foi assinado pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Rui Nobre Gonçalves, que deste modo concedeu a pro-tecção nacional a Aveiro como Indicação Geográ-fica para ovos-moles.
A marca, agora geograficamente protegida, «Ovos moles de Aveiro» foi atribuída no âmbito da legislação comunitária relativa à protecção das indicações geográficas e das denominações de origem dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios.
Com esta deliberação do Ministério da Agricultura, os ovos moles de Aveiro são o primeiro produto de padaria/confeitaria ao qual é atribuído uma protecção no âmbito da legislação comunitária.
«Trata-se de um produto com reputação amplamente conhecida, sendo determinante a qualidade da matéria-prima oriunda da região, o saber fazer e o seu modo de apresentação», justifica o Ministério da Agricultura em comunicado.
Para o Governo, a atribuição destas protecções «constitui uma mais valia significativa para os diversos agentes envolvidos nas respectivas fileiras, para os territórios abrangidos e para o consumidor, que cada vez mais procura um produto diferenciado, com garantias de segurança e qualidade alimentar». O Ministério da Tutela quer, assim, «o reforço da competitividade, dos produtos e dos territórios, ao mesmo tempo que se preservam e valorizam os nossos recursos genéticos, gastronómicos, culturais e paisagísticos».
:

DIA 19 - CORPO DA IRMÃ LÚCIA VAI PARA FÁTIMA,

Corpo da irmã Lúcia viaja para Fátima rodeado de fortes
medidas de segurança O arranque das celebrações dos 90 anos das aparições de Fátima vai estar rodeado da máxima segurança - tudo por causa da trasladação do corpo da irmã Lúcia, do Carmelo de Santa Teresa (Coimbra) para a Basílica do Santuário de Fátima (Leiria), no domingo, dia 19.
O recrudescimento dos radicalismos de cariz religioso que ensombram a Europa, a pretexto dos cartoons de Maomé, é ameaça que não é descurada, sobretudo num momento como este, de grande intensidade religiosa e concentração de pessoas. Um ano e uma semana depois da sua morte, o corpo da vidente de Fátima ruma ao santuário das aparições, numa viagem que, ao que tudo indica, será feita pela auto-estrada A1.
Há muito que as autoridades policiais e eclesiásticas estudam o percurso para consumar a trasladação, anunciada no Verão passado pelo bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira da Silva. No entanto aumentam agora as cautelas quanto à segurança deste evento, dado os mais recentes acontecimentos de agressões no mundo árabe, precisamente relacionados com os símbolos religiosos. Ao que o DN apurou, a segurança será, no entanto, bastante discreta.
:
(Para ler mais, clique DN)

GOVERNO quer reorganizar freguesias

Governo pretende
reorganizar freguesias
sem mexer nos concelhos
O Governo quer pôr fim às freguesias com poucos habitantes e prepara uma alteração à lei que vai permitir a fusão de freguesias, a começar pelas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa. O Bairro Alto, em Lisboa, é dado como exemplo da necessidade de racionalização destas estruturas de administração local: é um bairro do centro da capital que pertence a quatro freguesias distintas e o Executivo considera que uma única freguesia, do Bairro Alto, seria a solução mais lógica. Segundo disse ao "Diário de Notícias" o secretário de Estado adjunto para a Administração Local, o Governo vai alterar a Lei-Quadro de Criação de Autarquias Locais, que vai também mudar de nome e passará a chamar-se Lei Quadro de Criação, Fusão e Extinção de Autarquias Locais, para poder extinguir e fundir algumas freguesias cujas dimensões não justificam a sua existência.
O plano é começar pelas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e pelos municípios com mais de 50 mil habitantes. "Fazia todo o sentido que existisse uma freguesia do Bairro Alto", diz Eduardo Cabrita como exemplo.
O Bairro Alto pertence às freguesias de Santa Catarina, Mercês, Encarnação e Mártires e, "para a melhoria da qualidade do serviço público", a zona deveria pertencer a uma única unidade de gestão autárquica. "Não faz sentido uma unidade administrativa servir só para passar atestados e certidões", acrescentou o secretário de Estado.
Para tal, serão fundidas algumas freguesias e outras extintas. Neste caso cabem aquelas cuja circunscrição corresponda à do município, mas não está prevista a extinção de concelhos. Há sim quatro casos de concelhos com uma só freguesia - Alpiarça, São João da Madeira, Barrancos e São Brás de Alportel - que poderão ver a freguesia extinta.
O processo vai "distinguir o mundo urbano do mundo rural. Não faremos isto a régua e esquadro", promete Eduardo Cabrita no DN.Das alterações à lei fará também parte a diferenciação de competências entre freguesias, respeitando também a questão da sua dimensão.
O secretário de Estado volta a recorrer a um exemplo, dizendo que é preciso acabar com "o mito de que a freguesia dos Olivais (em Lisboa), que tem quase 50 mil eleitores, é igual a São Bento de Ana Loura (em Estremoz), que tem 38 eleitores recenseados".
O Governo pretende ainda descentralizar e regionalizar os serviços. "Até Junho de 2007 todos os ministérios têm que estar reorganizados no modelo das cinco regiões-plano", disse.
:
Fonte: PÚBLICO on-line

A foto do dia

Posted by Picasa
::
Figueira da Foz: Marina
::
Num dia como este, sereno e de sol brilhante, vale sempre a pena deixar tudo para passear à beira-mar. Se vive na Figueira da Foz ou perto, e mesmo longe, não deixe de deambular, ao sabor da maré, para desfrutar ares puros e paisagens de encantar.

XIV DIA MUNDIAL DO DOENTE

Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente
Queridos irmãos e irmãs,
:
No dia 11 de Fevereiro de 2006, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes, vai realizar-se o XIV Dia Mundial do Doente. No ano passado, este Dia teve lugar no Santuário mariano de Mvolyé em Iaundé, e nessa ocasião os fiéis e os seus Pastores, em nome de todo o Continente africano, confirmaram o seu compromisso pastoral em prol dos enfermos. O próximo Dia realizar-se-á em Adelaide, na Austrália, e as manifestações culminarão com a Celebração eucarística na Catedral dedicada a São Francisco Xavier, incansável missionário das populações do Oriente.
Em tal circunstância, a Igreja deseja debruçar-se com particular solicitude sobre as pessoas que sofrem, chamando a atenção da opinião pública para os problemas ligados às doenças mentais, que já atingem um quinto da humanidade e constituem uma verdadeira e própria emergência sociomédica. Recordando a atenção que o meu venerado predecessor João Paulo II reservava a esta celebração anual, também eu caros irmãos e irmãs, gostaria de estar espiritualmente presente no Dia Mundial do Doente, para me deter e reflectir em sintonia com os participantes, sobre a situação dos doentes mentais no mundo e para solicitar o compromisso das Comunidades eclesiais, em vista de lhes manifestar o dócil testemunho da misericórdia do Senhor.
Em muitos países ainda não existe uma legislação a este propósito, enquanto noutros falta uma política definida para a saúde mental. Além disso, há que observar que o prolongamento dos conflitos armados em diversas regiões da terra, a sucessão das ingentes calamidades naturais e a difusão do terrorismo, além de causar um número impressionante de mortos, em não poucos sobreviventes têm gerado traumas psíquicos, por vezes dificilmente recuperáveis. Depois, nos países em que o desenvolvimento económico é elevado, na origem das novas formas de mal-estar mental os especialistas reconhecem também a influência negativa da crise dos valores morais. Isto aumenta o sentido de solidão, debilitando e até mesmo comprometendo as tradicionais formas de coesão social, a começar pela instituição da família, e marginalizando os enfermos, particularmente os doentes mentais, muitas vezes considerados como um peso para a família e para a comunidade.
Aqui, gostaria de prestar homenagem a quantos, de diversas maneira e a vários níveis, trabalham para que não venha a faltar o espírito de solidariedade, mas que se persevere no cuidado destes nossos irmãos e irmãs, buscando inspiração nos ideais e princípios humanos e evangélicos.
(Para ler toda a Mensagem, clique aqui)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

PRÉMIO WORLD PRESS PHOTO 2005

Finbarr O'Reilly foi distinguido
com o prémio World Press
Photo 2005 O fotógrafo da Agência Reuters, canadiano, é autor de uma imagem que ilustra a fome no Níger e que o júri considerou "ter tudo - beleza, horror e desespero". A fotografia do ano, seleccionada entre mais de 80 mil, retrata um bebé com a mão colocada sobre a boca da mãe e foi tirada num centro de emergência alimentar de Tahoua, no Noroeste do Níger, em Agosto de 2005. "Esta imagem deixou-me assombrado desde a primeira vez que a vi, há duas semanas", comentou James Colton, presidente do júri internacional de 12 membros. "Ficou-me na memória, mesmo depois de ter visto as milhares em competição. Esta imagem é simples, elegante e comovente", salientou. : Fonte: diversos órgãos de comunicação social

Estádio Municipal de Aveiro com novas perspectivas

Município estuda
grandes alterações
no novo estádio
Jorge Greno, presidente do Conselho de Administração da empresa municipal que gere o novo estádio municipal local (EMA), admitiu que «está tudo em aberto» quanto a alterações ao modelo de exploração do equipamento desportivo.
O administrador – também vereador da autarquia aveirense – salientou ser necessário «rentabilizar o espaço», já que os anteriores gestores não deixaram «absolutamente nada» preparado.
Várias hipóteses estão actualmente a ser estudadas, admitiu Jorge Greno, aludindo à concessão dos estabelecimentos de restauração (actualmente explorados pela própria empresa), cedência de parte das instalações a associações locais, arrendamento para a abertura de espaços comerciais ou realização de eventos.
Questionado sobre a possível abertura de grandes superfícies comerciais junto ao estádio, o administrador afirmou que «nada é impossível», visto que a EMA se encontra a «estudar todas as soluções» com o objectivo de «dar vida ao espaço».
O próprio futuro da EMA (a autarquia anunciou no início do mandato alterações ao figurino das empresas municipais) também está por decidir. «Está tudo em aberto, não é em três meses que se tomam decisões», ajuizou.
(Para ler mais, clique Diário de Aveiro)

Um artigo de D. António Marcelino

UM PAÍS CADA VEZ
MAIS ESTRANHO Portugal está a tornar-se um país estranho. Cada vez mais estranho. A sorte de todos nós é que há muita gente que não desiste e continua a lutar, de muitos modos, para salvar e construir o possível, contra ventos e marés.
À medida que se destrói ou se faz tábua rasa do bom senso, do passado que justifica a nossa capacidade de não resignação, do património nacional que ainda resta, à medida que só houver lugar ao sol para o “novo” e o “moderno”, diminui o discernimento lúcido de muitos, novos e menos novos, a possibilidade de raciocínio e a vontade de crescer e de actuar, como pessoas livres e em sociedade. É então, que passam a comandar o barco os oportunistas e os grupos de pressão. Como quem dirige não tem tempo para ver o que se passa e conhecer a realidade, às vezes nem capacidade para a reflectir e valorar, gera-se a mentalidade de que cada um é rei e senhor de si próprio e que a sociedade tem de se adaptar, nas normas e leis, aos seus interesses e às manias do mercado. Não se pode contrariar ninguém em matéria de desejos e costumes, mesmo que a maioria deixe de ser respeitada. Sobram pessoas e grupos como agentes da venda do que é fácil e agradável à plebe. A hora é de quem não admite outra coisa senão ser aceite, sem condições, no que quer e no que pensa. Dentro em pouco, só será crime punível a fuga aos impostos e as transgressões ao código da estrada…Uma nova invasão de bárbaros, uma selvajaria de punhos de renda com televisão disponível para todos os planos…Um fenómeno das cidades “cultas” a tentar impor-se ao país “retrógrado”… Como tudo isto é estranho!... Deputados a dar sentenças que nos arrepiam, sobre assuntos altamente complexos, dos quais muitas vezes ainda nem entenderam o sentido; senhores ministros a olhar o país de longe e a brincar com coisas sérias, a pretexto de ciência, de progresso tecnológico e de educação alargada; políticos a subir acima do chinelo para perorar, com presumida competência, sobre assuntos que os ultrapassam; profissionais da comunicação social a julgarem-se os maiores peritos sobre temas encomendados e que apenas vêem pela única janela que lhes apontaram ou abriram… O povo paga os rótulos que os inteligentes vão distribuindo: conservadores e progressistas, direita e esquerda, amigos e críticos. É preciso corrigir os códigos legais para satisfazer interesses e gostos pessoais. A Constituição respeita-se ou contestea-se, consoante o lado dos ventos. Tudo isto vai dando lugar à subversão do valor e dimensão dos problemas que afectam as pessoas. Quem está a “educar” os políticos e a governar os governantes? A célebre contestatária holandesa do barco da Figueira; os novos grupos de minorias, os que propõem “prazeres alternativos” ao consumo das drogas pesadas; a gente desinibida para explicar o sexo sem tabus nem vergonhas nas televisões e nos jornais; os que gritam à portas dos tribunais; a gente que pensa que o país será educado e culto quando às crianças das escolas se der tudo a partir de fora… A verdade é que há pessoas com fome, o desemprego cresce, idosos sem dinheiro para medicamentos caros, jovens desesperados sem verem o futuro aberto, crianças joguete de pais desavindos, famílias sem médico, casais a deixar morrer o primeiro amor, injustiças nas diversas relações sociais, imigrantes explorados, problemas abafados… Pessoa e sua dignidade, bem comum, responsabilidade social, defesa da família, cidadania alargada, problemas actuais graves, são temas ausentes da informação e da formação. Os governantes têm sempre razão, aos jornalistas nada de censura, o povo cala-se com jogos e bombons, muitos intelectuais viraram narcisistas… Esperamos que não desista quem luta e acredita na força da verdade. Ela vencerá. Não repetindo o que não se repete, mas construindo em bases consistentes. É urgente.

Um poema de Carlos Drummond de Andrade

OS OMBROS
SUPORTAM
O MUNDO
Os ombros suportam o mundo Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando bárbaro o espetáculo prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação.
: Nota: Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902, no Rio de Janeiro, e morreu em 1987. Depois de exercer várias profissões e cargos públicos, a partir de 1950 passou a viver exclusivamente da escrita. Escreveu poesia, contos, crónicas, literatura infantil, entre outros géneros, abordando, normalmente, temas tão importantes como a vida, a pessoa, a família, a terra natal, os amigos, o amor e as lutas sociais.

PADRE LINO MAIA NOVO PRESIDENTE DA CNIS

CNIS não será força de bloqueio nem
mandatária
do Governo Esta é a primeira grande entrevista com o presidente da CNIS eleito no II Congresso, realizado em 27 e 28 de Janeiro, em Fátima. O Padre Lino Maia tem 58 anos, integrava o Conselho Directivo Nacional, sendo presidente da UDIPSS-Porto desde a fundação, em Abril de 2002. É ainda Presidente do Secretariado Diocesano de Pastoral Social e Caritativa do Porto e Capelão do Hospital (psiquiátrico) Magalhães Lemos. É pároco de Aldoar, freguesia da cidade Invicta e antes esteve em S. Romão de Coronado, Covelas e no Seminário do Bom Pastor onde foi superior. No rescaldo do Congresso o padre Lino Maia traça ao Solidariedade as orientações estratégicas para três anos de mandato.
:
SOLIDARIEDADE - Padre Lino Maia, acabou de vencer um Congresso da CNIS que, até há bem pouco tempo, nem sequer pensava disputar. Já tem a noção da missão difícil que vai protagonizar?
PADRE LINO MAIA - É difícil mas é um desafio muito interessante. Eu acredito vivamente na CNIS, sobretudo nos dirigentes das IPSS. Temos dirigentes com uma capacidade fabulosa, que acreditam, querem e sabem implementar respostas sociais. Por isso, estou confiante porque a equipa é muito boa, é gente que construiu a CNIS, são o seu suporte, são a sua memória. Acredito nesta equipa, acredito na CNIS, acredito que vamos conseguir fazer coisas muito interessantes.
(Para ler toda a entrevista, clique SOLIDARIEDADE)

CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES

Cardeal-Patriarca defende esforço conjunto contra choque de civilizações
D. José Policarpo considera que, face à onda de violência gerada após a publicação de caricaturas do profeta Maomé, “são precisas mais políticas acertadas lucidamente decididas, respeito mútuo e respeito pela identidade de cada povo”, disse hoje à ECCLESIA.
Segundo o Cardeal-Patriarca, estes acontecimentos “não se podem colocar no quadro do diálogo inter-religioso, e não há falta de diálogo inter-religioso, embora reconheça que “o diálogo inter-religioso não é fácil”.
D. José Policarpo frisou que “umas das características de cada religião é a convicção muito forte da sua doutrina e da sua perspectiva de vida”. Para os menos convictos, salienta D. José, o diálogo “é a cedência e o cair numa espécie de religião universal que todos pudessem aceitar”.
A solução para estes problemas, diz D. José Policarpo, encontra-se “num contexto sociopolítico, socioeconómico e, porventura, numa tensão entre dois grandes blocos da humanidade contemporânea”, sublinhou.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Imigrantes de Leste podem inscrever-se numa bolsa de emprego

300 mil imigrantes de Leste no centro e norte de Portugal
Os 300 mil imigrantes da Europa de leste que residem no centro e no norte de Portugal poderão, a partir de hoje, integrar uma bolsa de emprego para se candidatarem a um lugar nas empresas portuguesas dos sectores da electrónica, da construção civil, da metalurgia e têxtil. O projecto Programa FIC - Formar, Integrar, Competir, apresentado hoje no Porto será "uma mais-valia" para as empresas portuguesas e para a sua competitividade, na medida em que os imigrantes darão resposta ao défice do tecido empresarial ao nível de quadros técnicos e intermédios, de acordo com o responsável João Almeida Garrett.
"Estes homens e mulheres com qualificações de nível técnico e com hábitos de disciplina, pontualidade e cumprimento de prazos são uma mais valia para as empresas portuguesas", frisou João Almeida Garrett.
:
(Para ler mais, clique aqui)

ADOPÇÕES mais rápidas?

Governo cria Observatório para a Adopção
No ano passado foram adoptadas apenas 300 crianças em Portugal - um número que o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, considera ser demasiado baixo, tendo em conta que nas instituições permanecem 14 mil crianças à espera de um futuro melhor. É para agilizar estes processos que o Governo anunciou a criação de um Observatório para a Adopção.
Os números, de facto, são insatisfatórios: à espera de uma criança para adoptar estavam, no final de 2005, 1700 famílias, e o tempo de espera para a acolher rondava, em média, dois a três anos. "São valores que não nos permitem ainda contrariar o risco da tendência para a institucionalização excessiva", afirmou o ministro na Amadora.
Para auxiliar as crianças e jovens em risco, o Governo propõe-se agora criar mais 300 lugares nos centros de acolhimento temporário. Até 2009, serão estendidas para 2100 as vagas nestas casas onde se pretende que as crianças fiquem apenas o tempo necessário para ser traçado o seu projecto de vida. Em três anos, o objectivo é reduzir em 25% as crianças institucionalizadas.
(Para ler mais, clique aqui)

RIA DE AVEIRO E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Ria de Aveiro: Torreira
: Documento da Comissão Diocesana Justiça e Paz, a propósito do Dia Mundial das Zonas Húmidas
Com certeza que qualquer um de nós, ao observar e sentir a natureza, deu por si a entoar intimamente um salmo de louvor ao Senhor. É impossível a indiferença à beleza da nossa Ria de Aveiro, em particular naquelas horas do fim do dia, em que adquire uma luz e uma serenidade especiais. Um pequeno reflexo da Luz e da Calma do Senhor...
A Ria de Aveiro, como zona húmida* que, para além da sua beleza, é rica em peixes e aves aquáticas e possui grandes planos de água, locais de eleição para a prática de desportos náuticos. A produção de sal e os barcos moliceiros são também identificados com a tradição aveirense e estão intimamente ligados à Ria, um dos ex-libris da Diocese de Aveiro.
:
Dia Mundial das Zonas Húmidas
No passado dia 2 de Fevereiro, comemorou-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas. Também na passada semana, voltou à comunicação social o tema das Alterações Climáticas. Será que existe alguma relação entre zonas húmidas, ou seja a nossa Ria de Aveiro, e alterações climáticas? Claro que sim! As alterações previstas do clima afectarão as zonas húmidas nacionais. Os estudos científicos para compreensão e previsão das alterações climáticas e dos seus potenciais efeitos apontam para um aumento da temperatura média global do Planeta entre 1,4 e 5,8ºC, no período 1990-2100, o que implicará impactos significativos diversos, que diferem de região para região e de estação do ano para estação do ano. Na Europa, o Sul é a sub-região mais vulnerável, prevendo-se que:
• haja uma diminuição do escoamento de Verão, da disponibilidade hídrica e da humidade do solo;
• nas áreas costeiras, o risco de cheias, erosão e perda de áreas húmidas aumente substancialmente, com implicações para as estruturas humanas, indústria, turismo, agricultura e habitats naturais das zonas costeiras;
• a produtividade agrícola decresça;
• a perda de habitats importantes (zonas húmidas, habitats isolados) seja uma ameaça para algumas espécies;
• temperaturas mais elevadas e ondas de calor possam alterar os destinos turísticos tradicionais. Estará o leitor, neste momento, num dilema: por um lado, identifica alguns dos impactos descritos como algo que já constatou no nossos país e que suspeita estar já a acontecer; por outro lado, pensa que não tem muito a ver com esta problemática e que 2100 está muito longe.
(Para ler mais, clique aqui)

Um artigo de António Rego

Humor e Humores «Para os nossos lados, o desrespeito pelo religioso ganhou, nalguns meios, uma arrogância displicente»
Não é pacífica a discussão: até onde vai a liberdade de expressão? Trata-se dum luxo de alguns privilegiados - os proprietários e profissionais dos media, entre outros, - ou é um bem, por si mesmo, gerador dum dinamismo social e cultural tão decisivo, que não admite qualquer reserva ou excepção?
A democracia é um acto de liberdade. Eleger Hitler, na Alemanha, ou colocar no poder partidos políticos de ideário e prática terrorista foi um acto de liberdade. Não haverá, como referência, nada acima?
Muitas vezes, mais que do silencioso laboratório do pensamento, as questões brotam de explosões emocionais e momentâneas na opinião pública, ou de algum acontecimento levado ao extremo por qualquer situação imprevista. Como agora aconteceu com as caricaturas de Maomé.
A caricatura - porventura uma das armas mais certeiras para ofender gravemente, atenuada apenas pela hipotética vaidade dos atingidos - emerge no momento da subida ao poder dum partido com ideais terroristas, em plena discussão sobre armamento nuclear no Irão, nalgumas lutas internas no universo muçulmano, no confronto entre o mundo árabe e a Europa, para não falar nas centenas de razões discretamente enceleiradas em jazigos de petróleo. Haverá, certamente, um conjunto de situações de carácter pontual que se escondem em muitos discursos, ameaças, violências, decisões e negócios e que ultrapassam quantas razões vêm ao de cima.
Preso a isto tudo, o fenómeno religioso. Os caricaturistas exigem liberdade ilimitada. Alguns religiosos, embora impetuosamente, propõem-lhes que, em vez de caricaturarem símbolos religiosos, exibam caricaturas de si próprios, ou dos seus pais, ou de qualquer ente que considerem “sagrado”. E chegamos ao núcleo do problema: o sagrado. Não terá ele direito ao respeito, inclusive dos cartoonistas, caricaturistas e humoristas? Reconhecemos que existe uma hiper-sensibilidade no universo muçulmano face ao “seu” sagrado. Mas para os nossos lados o desrespeito pelo religioso ganhou, nalguns meios, uma arrogância displicente.
Estamos num mundo global e aberto, onde a liberdade é maior e as feridas se tornam mais expostas. O seu preço, por isso, é mais elevado.É que há humor e humores.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

D. ANTÓNIO MARCELINO: 25 anos na Diocese de Aveiro

"A única forma de vencer o cansaço é a fidelidade a Deus"
“Deus constrói tanto com os nossos êxitos como com os nossos fracassos”, afirmou o Bispo de Aveiro, na celebração da acção de graças pelos seus 25 anos na diocese de Aveiro. D. António fez um balanço da sua missão, agradeceu a Deus e pediu “lucidez até ao fim”
:
D. António Marcelino queria uma celebração modesta, ao completarem-se 25 anos da sua presença na diocese. “Pensava que ia passar despercebido”, disse, na Eucaristia do dia 1 de Fevereiro, no Seminário de Aveiro, lembrando que 2005 fora cheio de comemorações (75 anos de vida, 50 de ordenação...). Mas leigos, consagrados e padres (em parte vindos do retiro espiritual que estava a decorrer em Albergaria-a-Velha) quiseram estar com o seu bispo.
No início da celebração, Monsenhor João Gaspar assumiu o sentir da assembleia e sublinhou a “coragem e persistência intrépida” de D. António, a sua “caridade sem reticências”, o seu esforço “para o bem da Igreja e de todos nós”.
Na homilia, D. António, olhando para a sua vida e o seu ministério, sublinhou ideias sobre a identidade do ministério sacerdotal que têm sido recorrentes, por exemplo, nas ultimas ordenações. “A entrega e o esforço do padre não são um favor. São a lógica da nossa vida. O padre só se realiza quando olha para Deus. É importante que o povo perceba isto. A única forma de vencer o cansaço é a fidelidade de Deus. Ai do bispo ou do padre que perde tempo a olhar para si ou a pensar na realização humana. (...) Deus constrói tanto com os nossos êxitos como com os nossos fracassos. Deus não precisa dos nossos êxitos, mas da nossa verdade, da nossa entrega ao povo. O padre é um expropriado, alguém que Deus fez Seu e do povo que ama”, disse o Pastor da igreja aveirense.
(Para ler mais, clique aqui)

CUFC: Lição do Prof. Adriano Moreira

Cidadania com três faces: nacional, europeia e mundial
Adriano Moreira, professor de relações Internacionais, membro da Academia de Ciências de Lisboa, ministro do Ultramar em 1961-63, ex-líder do CDS e ex-vice-presidente da Assembleia da República e actual presidente do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, foi o convidado de Fevereiro do Fórum::Universal, no Centro Universitário Fé e Cultura. Em debate estiveram os temas “cidadania, política e construção social/global”.
:
Três faces da cidadania
A cidadania é das questões mais actuais. Actualmente, tem três bases: a nacional, a europeia e a mundial. Temos de aprender a exercer essa cidadania de três faces.
:
País multicontinental
O estatuto do país mudou aceleradamente. No espaço de uma geração, alterou completamente as suas fronteiras. Primeiro, foi país multi-continental, mas com fronteiras exclusivamente com soberanias ocidentais: a inglesa, a francesa, a belga, a holandesa. Nessa época, sabia quem eram os amigos e os inimigos. Depois, teve fronteiras com 10 ou 11 países que conquistaram a independência. Eram países portadores de reivindicações, contestatários do direito internacional e revisionistas. Finalmente, depois de 1974, passou a ter uma única fronteira com a Espanha.
:
Os tempos das mudanças
As mudanças aconteceram mais rápido do que a capacidade de dar resposta. A mudança cultural dá-se num tempo acelerado. A mudança de entendimento dá-se num tempo demorado. Ao mesmo tempo, co-existiram em Portugal três gerações: uma presa ao antigo e avessa à mudança, outra que assume a mudança e outra para quem o futuro é urgente.
:
(Para ler mais, clique Correio do Vouga)

A foto do dia

COSTA NOVA E A RIA SERENÍSSIMA
Em dias calmos, como o de hoje, é maravilhoso desfrutar da serenidade da Ria de Aveiro, em frente à Costa Nova, uma das salas de visita do concelho de Ílhavo. Tenho a certeza de que num barquinho à vela não há stresse que resista

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

OSCAR,
um Prémio Cobiçado Desde 1929 que anualmente a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, de Hollywood, atribui o seu Prémio anual às diversas vertentes da arte cinema-tográfica. Curiosamente designado por Oscar, por motivos acidentais, é um prémio regularmente criticado, mas que tem o prestígio que lhe faculta o processo de votação adoptado, envolvendo profissionais, e a regularidade exemplar, que nem a II Guerra Mundial interrompeu, com que é entregue há 78 anos. A atribuição dos Oscars desenrola-se em duas fases. Em Janeiro ou Fevereiro de cada ano, como aconteceu há dias, é revelada uma pré selecção, para no início de Março se entregarem as estatuetas numa sessão de gala. As nomeações, já de si importantes, recaem sobre cinco hipóteses para as categorias mais importantes e três para prémios menos relevantes ou de natureza puramente técnica. Todos os géneros são candidatos, havendo Oscars atribuídos a filmes de natureza mais ou menos cultural, como o há a obras puramente recreativas. Tudo depende da visão dos profissionais/sócios da Academia que encontram para um dado filme a qualidade global, ou, na maior parte dos casos, distinguem aspectos mais individuais: realizadores, actores, directores de fotografia, compositores musicais, etc., etc. É frequente as nomeações serem tão concentradas sobre uma só obra que esta fica, à partida, com uma forte probabilidade de arrecadar a parte de leão. Mas há anos, como este em que nos encontramos, em que a distribuição é mais equilibrada havendo a hipótese de uma ampla dispersão dos prémios. "O Segredo de Brokeback Mountain", de Ang Lee (8 nomeações); "Colisão", de Paul Haggis (6); "Munique", de Steven Spielberg (5); "Capote", de Bennett Miller (5); "Walk the Line", de James Mangold (5). Entre estes se irá decidir o grosso das atribuições... Mas só na madrugada de 6 de Março teremos a confirmação definitiva.

Fotos dentro d'água, alguns metros acima do nível do mar

De 10 A 18 DE FEVEREIRO,
NO CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE AVEIRO
CARUOSH
Esta sexta-feira, dia 10, é inaugurada no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro (antiga Fábrica Campos), a exposição de fotografias Caruosh. Iniciativa dos alunos de Fotojornalismo do ISCIA (Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração), conta com o apoio desta instituição de ensino e da Fundação para o Estudo e Desenvolvimento da Região de Aveiro (FEDRAVE). VEJA O CARTAZ DA EXPOSIÇÃO A exposição, patente até ao próximo dia 18 de Fevereiro, integra 200 fotografias da autoria de alunos de Fotojornalismo dos anos lectivos 2004/2005 e 2005/2006.

Um artigo de Alexandre Cruz

Cartoons,
a gota de água
islâmica
1. Tem sido precisa muita água para apagar as chamas ateadas pela fúria. Mas este fogo, infelizmente, já tem longos séculos de história, onde a intolerância e o fanatismo caminham a par de alguns esforços de conciliação e convivência. Estas últimas, atitudes positivas, hoje, num espírito de conhecimento e compreensão, são uma obrigação redobrada na era global, até porque, das duas uma: ou nos vamos conhecendo e entendendo, de parte a parte, ou então cava-se um fosso sem fim à vista. Sendo certo que daqui a um mês este pó já estará acalmado, fazendo correr muita tinta por este mundo fora, todavia, valerá a pena compreender mais, tirar as lições, arriscar conclusões que ofereçam luz sobre modos de agir, respeitar, começando pelo modo de pensar. Para algumas vozes trata-se claramente da continuação da ofensiva islâmica contra o ocidente, no procurar derrubar o razoável sucesso da vivência democrática, ofensiva (internacional despertada por insatisfação de Abu Laban, Imã de Copenhaga, Dinamarca) que tornou ineficiente o apelo pacífico dos próprios líderes religiosos islâmicos, sinal de que estamos bem longe de uma vivência fecunda de diálogo inter-cultural e religioso; outras ideias sublinham a grave não respeitabilidade, por incompreensão cultural nossa em relação aos valores de consciência do mundo árabe, na crítica à liberdade de imprensa sem limites que erradamente faz a sátira do sagrado, como quem brinca com o fogo. Tendo uma e outra postura claras razões lógicas pelos factos que se observam, todavia, sublinhe-se que a desproporcionalidade da reacção islâmica faz vir à luz do dia questões de fundo essenciais. 2. Do ocidente, um pouco desgarrados uns dos outros, e entretidos individualmente com as coisas que inventámos, custa-nos, com toda a razão, a compreender muitos factos vindos das arábias, realidades que ferem gravemente a dignidade da pessoa humana e os valores democráticos. Do mundo árabe, a partir dos líderes, num misto de estratégia ou também por verdade cultural, onde para despertar o valor do grupo bastará dizer uma palavra, custará a entender (em termos sociológicos) o nosso sentido de superioridade civilizacional hoje baseada na tecnologia e economia, o individualismo alienante do sentido de comunidade-cultura, a nossa liberdade (também de expressão) sem fronteiras, o cartoon que fazemos com os valores sagrados, e a própria solidão a que deixamos os nossos idosos (facto que nunca acontece no oriente). Como é claro, a nosso ver, nada justifica as embaixadas incendiadas, a manifestação pública enfurecida, o diabolizar das nações ocidentais, o queimar das bandeiras, já mesmo as vítimas deste facto. Como é certo, também, no ver de um islâmico razoável e de bom senso, o coração ficaria ferido com este brincar, satirizar e inflamar do sagrado, a que estamos habituados a chamar de “liberdade de expressão”. Que sentiríamos, por exemplo, se pegassem nos limites de uma instituição – todas os têm, e não há nenhuma civilização perfeita - ou na honrosa bandeira e com ela se fizesse o cartoon, a crítica mais baixa e depreciativa deste mundo… Que sentir? No nosso entender ocidental para isso existem os tribunais para julgar, e eles, de facto, mais coisa menos coisa, estão cheios de “liberdades” de expressão... Agora, no entender corporativo árabe, ainda que com todos os contextos e textos, quando a coisa salta para o colectivo, tudo avança, mesmo sem pensar… Talvez, no ocidente deveríamos ter percebido isto mesmo, este diferencial cultural: aquilo que para nós é brincar individualmente, para outros é coisa séria e sempre comunitária; e no que toca ao sagrado então tudo se multiplica indefinidamente, gerando reacção corporativa. 3. Neste caso, como atitude cultural, o mundo islâmico gravemente meteu água. E o facto de estarem muito pouco preocupados com isso, no consciente colectivo do povo árabe, é facto de que estamos diante do incontrolável. A comunidade islâmica é um mundo de visões do Islão, onde das visões saudáveis às moderadas é inexistente uma voz serena de conjunto. Este facto é muito preocupante. O mundo islâmico, e talvez esse seja o seu segredo no avançar pelo (indiferente e distraído nestas questões) ocidente, sabe e vai-se adaptando no silêncio de todos os dias…mas depois, no que toca ao essencial (Maomé) o espírito de existência e unidade salta acima do razoável. Nesta situação, também, a liberdade de expressão terá posto a “gota de água”. Hoje é um facto que, das fronteiras abertas, em França, por exemplo, o Islão é a segunda grande comunidade cultural e religiosa. Ou então, vamos à nossa memória e entendamos que os atentados de Londres foram realizados por jovens ingleses com ideias de fanatismo islâmico... Se quisermos mesmo ser críticos de nós próprios, então sejamos: neste caso concreto perdemos a “liberdade” porque a crítica e sátira terá sido desmedida, generalizadora, não responsável com o paradigma cultural de que fala. Sendo certo que a saudabilidade do cartoon é colocar a sua dose de pimenta…o certo é que a “expressão” terá de ter as suas fronteiras de sensibilidade para ser mesmo “livre”. Para nós, cartoonistas da nossa própria vida porque já aprendemos a lidar com os nossos próprios erros e estamos habituados com maturidade aos “nãos” de cada dia, temos de aprender mais a lidar com a diferença. Mas a diferença no que ela terá de saudável; já é absolutamente incompreensível a declaração fanática de Omar Bakri (aos microfones da BBC nestes dias): “No Islão, Deus diz, e o seu mensageiro Maomé diz, que quem quer que insulte o profeta deve ser punido e executado”. Preocupante e gravíssimo demais é, ainda, o silêncio, pois nenhuma voz oficial islâmica veio corrigir. Esta relativa indiferença (de todos os dias) dos líderes islâmicos de bom senso é muito grave. 4. Talvez a única via possível, e mesmo depois de apelos à serenidade da parte de alguns líderes, seja mesmo a unidade de voz do Islão equilibrado. Mas o que é este Islão de bom senso e qual a sua força efectiva diante das multidões? Sabemos?... Ou teremos iniciado neste caso ícone a era de poder árabe em que qualquer palavra ou imagem de consideração justamente menos positiva sobre excessos islâmicos serão gota de água para a rebelião anti-ocidente? De fora ninguém consegue obrigar ou impor, nem mesmo as comunidades islâmicas que estão espalhadas pelo mundo gozando o bem-estar ocidental (mas por vezes observadas de traidoras pelos seus…). O segredo, talvez, terá de passar por uma nova consciência de maturidades e equilíbrios na Liga Árabe (com a ajuda da ONU). Haja esperança com realismo!...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

SEMANA SOCIAL, EM BRAGA

Igreja lança pistas
para resolver problema
do desemprego
:
Jacques Delors, António Gu-terres, Marcelo Rebelo de Sousa e Vítor Constâncio são quatro dos oradores da “Semana Social” que a Conferência Episcopal Portu-guesa realiza de 9 a 12 de Março sob o lema “Uma so-ciedade criadora de emprego”
: Quando falta sensivelmente um mês para a realização da Semana Social de 2006, a realizar em Braga, o presidente da comissão coordenadora nacional das Semanas Sociais, Manuel Porto, apela à participação “de pessoas que possam ser artífices da criação de empregos”. Até ao momento, já se inscreveram centenas de pessoas nesta iniciativa.
Manuel Porto relatou que esta afluência deve-se ao facto de “ser uma iniciativa da Igreja” porque “Ela tem o melhor testemunho que pode haver na solução dos problemas sociais”. E acrescenta: “a Igreja tinha razão quando não acreditou no liberalismo puro”.
Para além do tema -“Uma sociedade criadora de emprego” -, esta Semana Social tem “excelentes oradores”, segundo os seus organizadoras. Manuel Porto destaca a presença do Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, e de Jacques Delors, “ um grande homem da Europa na segunda metade do século XX”.
:
Fonte: "Correio do Minho"

À conversa com... António Vitorino d'Almeida

A Igreja deve valorizar o seu património cultural
VP – Que grandes diferenças encontra entre a música austríaca e a nossa, para além da qualidade musical e do apoio governamental?
AVA – Respeitam-se os músicos. Existe na Universidade um curso para pessoas que gostam de música e que não têm jeito para a música, mas que têm o direito, perfeitamente lógico, de querem saber música e eventualmente a serem críticos de música e de jornal. Ora musicólogo já é diferente. Aliás, há muita gente que se chama musicólogo e sendo assim “eu vou ali e já venho”… Os cursos de Musicologia que aí se fazem e que dão esses doutoramentos são uma cadeira complementar de piano ou composição no estrangeiro. Cá se é preciso fazer-se alguma coisa a nível da música a gente do Governo é que manda na música em Portugal. Eles é que são consultados. Na Áustria não é assim. Quem é consultado é quem toca piano, é quem rege, é quem sabe de música. Na Áustria, como quem tem a palavra são músicos autênticos, a estrutura é outra.
:
VP – Fora esta lição que nos dá, foi adido cultural da Embaixada, o que lhe valeu uma condecoração do Presidente da República Austríaco. Que significado concreto teve e tem esse momento para si?
AVA – É uma condecoração normal. Não é rara, mas é sempre significativo.
:
VP – Mudando agora de área, em 1989 apresentou uma candidatura para o Parlamento Europeu. Que motivo o levou a experimentar, através dum partido de pequena dimensão? Esperava mesmo vencer?
AVA – A questão era a seguinte: em Estrasburgo não está ninguém, que eu saiba, eu não estava de certeza na altura, alguém que pudesse defender os interesses culturais portugueses. É óbvio que tinha esse objectivo. Só entrei na política por causa disso, com vista à cultura. O partido pelo qual optei tinha gente séria e só não ganhei por poucos votos.
:
VP – E hoje voltaria a tomar a mesma opção, de perfilar nessa política?
AVA – Não sei se voltaria. Na altura fi-lo convictamente. Havia uma protecção à arte e ao espectáculo na comunidade europeia. Há volta e meia uns eventos, uns Festivais de Cultura, mas não fica nada e só se gasta dinheiro. Constroem-se novos espaços mas o público não aumenta significativamente. Seria muito mais importante uma estrutura fixa e normal. Todas as semanas.
::
(Para ler mais, clique ESPECIAL, em Voz Portucalense)