sábado, 31 de dezembro de 2005

FÁBRICA DE CIÊNCIA VIVA DE AVEIRO


Em Janeiro com novas propostas


Em Janeiro, a Fábrica – Centro de Ciência Viva de Aveiro volta a estar animada com um conjunto de actividades que aguardam a sua visita. 
De Terça a Domingo, junte a família, apareça na Fábrica (antigo edifício das moagens de Aveiro) e conheça as exposições «Sentir.com» e «Jogos do Mundo», assista às projecções 3D «Viagem ao interior da célula» e «5000 metros debaixo do mar» e ponha as mãos na massa nas duas actividades que o espaço a Cozinha, que é um Laboratório, lhe propõe este mês.

Nova Iorque dedica uma rua a João Paulo II

JOÃO PAULO II HOMENAGEADO EM NOVA IORQUE


Depois da aprovação legal, o presidente da câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg, disse , para justificar a homenagem, que João Paulo II, falecido a 2 de Abril deste ano, "deixou uma marca indelével" na cidade. 
A câmara de Nova Iorque também tem previsto renomear outras ruas como "reconhecimento a personalidades e cidadãos comuns que contribuíram para a vida da cidade". Assim, está previsto que receba igualmente esta distinção o jornalista e apresentador da televisão ABS Peter Jennings, que morreu de cancro no pulmão no passado mês de Agosto.
Também terão os seus nomes nas ruas nova-iorquinas os bombeiros e polícias que morreram nos atentados de 11 de Setembro de 2001 contra as Torres Gémeas, tal como como os soldados nova-iorquinos que perderam a vida na guerra no Iraque.

Fonte: RR

PORTO DE AVEIRO: Perspectivas para 2006



PORTO DE AVEIRO EM 2006

2006 ficará marcado, desde logo, pela abertura dos concursos da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro - Plataforma Multimodal de Cacia.
Prevê-se que a REFER avance com a abertura dos concursos já em Janeiro do próximo ano.
No segundo semestre de 2006 ficará concluída a dragagem das bacias de navegação dos novos cais.
Navios de maior calado passarão a escalar o Porto de Aveiro.
A APA vai iniciar, entretanto, a infraestruturação das áreas logísticas anexas ao Terminal de Granéis Sólidos (TGS) e ao Terminal de Granéis Líquidos (TGL).
Este é um passo decisivo para a fixação de indústrias na área sob a jurisdição da APA.
A empresa continuará a apoiar as diligências tendentes à implantação do Porto Seco de Salamanca, e do Centro Integrado de Mercadorias desta cidade espanhola.
Estas duas estruturas constituir-se-ão como a mola impulsionadora da cooperação entre operadores logísticos do Porto de Aveiro, do Porto de Leixões e de Castilla/León, criando linhas regulares de transporte de mercadorias entre as duas regiões, potenciando dessa forma o transporte marítimo.
Por decisão do Conselho de Administração da APA, a partir de 2006 passará a comemorar-se o Dia do Porto de Aveiro. A efeméride será assinalada a 3 de Abril, atendendo ao facto da abertura oficial da Barra se ter verificado a 3 de Abril de 1808. O programa dos festejos será anunciado oportunamente.
A institucionalização do Dia do Porto de Aveiro, com início já em 2006, tem também em linha de vista as comemorações dos 200 anos da abertura da Barra, em 2008.
É intenção do C.A. da APA envolver a Comunidade Portuária e a sociedade em geral nestas comemorações.

Fonte: "Site" do Porto de Aveiro

"UMA EUROPA SEM A UE SERIA UM LUGAR PERIGOSO"

Timothy Garton Ash, historiador britânico, afirmou, em entreevista ao DN, que "Uma Europa sem a UE seria um lugar perigoso". Para o influente académico britânico, "é urgente redescobrir um sentido de objectivo para o projecto europeu".

sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

MISSIONÁRIOS CATÓLICOS ASSASSINADOS

Vinte e seis bispos, padres, religiosos ou leigos missionários católicos 
foram assassinados, em todo o mundo, ao longo do ano de 2005

Os dados foram revelados pela agência do Vaticano para as Missões, a Fides, e mostram um aumento de quase o dobro, em relação a 2004. Umas das piores situações é a da Colômbia, onde morreram quatro padres e uma religiosa, “que pagaram um pesado tributo pelo seu compromisso em favor da reconciliação e da justiça social, em nome do Evangelho”. 
Na República Democrática do Congo perderam a vida seis padres e um leigo. México, Brasil, Jamaica, Congo Brazzaville, Nigéria, Índia, Indonésia, Bélgica e Rússia constam entre os países referenciados pela Fides. O caso mais mediático aconteceu no Quénia, a 14 de Julho, com o assassinato do Bispo italiano D. Luigi Locati. Alguns destes assassinatos foram fruto de um contexto social marcado “pela violência, a miséria humana e a pobreza”.
Em entrevista à Rádio Vaticano, o Cardeal Crescenzio Sepe, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, homenageia a coragem e a serenidade destes missionários, que partem para outros países “conscientes dos possíveis sacrifícios que lhes serão exigidos, indo até à morte”.“Quem dá a sua vida, semeia sempre alguma coisa, as pessoas não ficam indiferentes perante estes testemunhos”, indica.
O Cardeal lembra que, em 2005, houve casos em que a morte dos missionários gerou uma onda de comoção de “grandes multidões, envolvendo crentes ou não crentes, cristãos e não cristãos”.

Fonte: Ecclesia

Um artigo de António José Teixeira, director do DN

Hibridismo
Dêmos as voltas que dermos, há razões de sobra para que não nos orgulhemos muito do rumo do mundo. Ou da falta de rumo. Há sempre muitos candidatos ao leme, mas rareia clarividência, lucidez estratégica, sentido de civilização.
A Europa está parada, ocupada na contabilidade corrente, pouco ou nada empenhada em qualquer desígnio de futuro. E isso não acontece por acaso. Acontece em boa parte porque a Europa está velha, cansada, não tem dirigentes à altura das circunstâncias, mas também porque em tempo de impasses, de transição, tudo se torna fluido, híbrido. O filósofo e engenheiro Salvador Pániker dizia esta semana que vivemos na era do hibridismo "Os valores são cada vez mais relativos, móveis, provisórios." A plasticidade humana, a flexibilidade, as identidades múltiplas que cada um de nós pode assumir, os sentidos de pertença quantas vezes contraditórios, vão originando um mundo descaracterizado. Por vezes, mais rico, mais adaptável, desinteressado, mas interesseiro, quase nunca mais autêntico.
O caso do homem de negócios Silvio Berlusconi, que se envolveu na política para resolver os seus problemas com a justiça e foi eleito primeiro-ministro, demonstra bem até que ponto se relativizam valores mínimos de ética. Berlusconi chegou ao poder quando se avizinhava o cerco da justiça por inúmeras suspeitas de crimes graves. Depois de o socialista Bettino Craxi, seu protector, ter fugido para a Tunísia, Il Cavaliere conseguiu alterar leis a seu favor, obteve prescrições de processos graves e nem por isso foi beliscado na sua legitimidade democrática. Custa a dizer e a escrever "democracia"quando o voto popular tem permitido fazer do estado de direito gato-sapato. Mas essa é a realidade nua e crua com que a respeitável Europa se confronta há muito sem aparentar grande desconforto. Berlusconi não é o único num tempo em que tudo se vai relativizando, a palavra não vale grande coisa, a lei serve para se mudar ou cumprir às vezes, todos os que se interessam pelo poder são olhados pelo crivo do "mal necessário". Não espanta que Berlusconi continue a ser primeiro- -ministro, sempre sob suspeita, sempre a contornar a lei. Ao olhar dos híbridos, Berlusconi é um vencedor. Safa-se bem. Assim vai o mundo. Como diria um conselheiro tão arguto como malvado "As coisas estão tão mal que até parecem as do próximo ano..." É difícil ter esperança.

Espanha em luta contra o tabagismo

  

Espanha endurece guerra contra os fumadores 


O Governo espanhol está a endurecer a luta contra o tabagismo, que mata, por ano, naquele país, cerca de 56 mil pessoas com mais de 35 anos. O tabaco, para além das mortes que provoca, é ainda o primeiro responsável por doenças e por muita situações de invalidez. 
A guerra, que vai começar a partir de domingo, 1 de Janeiro, pretende reduzir, nos próximos dois anos, em cinco por cento, o consumo do tabaco, que Cristóvão Colombo introduziu na Espanha, quando regressou de uma das suas viagens pelas Américas.
A partir de domingo, será proibido fumar nos locais de trabalho, em bares e restaurantes, nos Hospitais e Centros de Saúde, nas Escolas e Universidades, em espectáculos que não sejam ao ar livre, nos centros comerciais e grandes superfícies, nos museus e espaços culturais, nos transportes públicos e nas estações de serviço, enfim, nos recintos fechados e onde houver menores que possam vir a sofrer as consequências do tabagismo. As multas para quem transgredir serão pesadas.
Os nossos irmãos espanhóis alinham, com esta medida, com a Irlanda, a Noruega e com a Itália, países que, no entanto, têm leis mais leves. 
E em Portugal? 
Em Portugal, com legislação mais branda, continua a haver medo de dar passos corajosos. E assim, em qualquer restaurante e noutos ambientes sem salas próprias para fumadores, qualquer pessoa que preze a saúde e goste de comer sem fumos arrisca-se a ter de suportar os fumadores que não respeitam nada nem ninguém. Exige-se, por isso, que o Governo tenha a coragem de imitar os países que olham, com olhos de ver, para os malefícios do tabaco.

Fernando Martins

Concerto de Ano Novo no Teatro Aveirense

Posted by Picasa Filarmonia das Beiras FILARMONIA DAS BEIRAS APRESENTA O SEU TRADICIONAL PROGRAMA DE ANO NOVO E REIS
Para este início de ano de 2006, a Orquestra Filarmonia das Beiras, sob a direcção do maestro António Vassalo Lourenço, apresenta o seu já tradicional programa de Ano Novo e Reis, no Teatro Aveirense, no próximo domingo, às 18 horas. A música de Johann Strauss, tão característica e apropriada para esta quadra, preenche, em conjunto com duas obras do compositor português seu contemporâneo Augusto Machado, a primeira parte do programa. No concerto irão ser apresentados as valsas O Danúbio Azul e Sangue Vienense e as polcas Numa Caçada e Raios e Trovões entre outras.A segunda parte será constituída com música de filmes para todas as idades e inclui algumas das principais obras de John Williams e Andrew Lloyd Webber, entre outros. A música de filmes como Harry Potter, 007, O Feiticeiro de Oz, A Lista de Schindler e Evita constam do programa.

Porta-voz do Papa comenta 2005

Joaquin Navarro-Valls comenta ano marcado pela mudança de pontificado
Joaquín Navarro-Valls, o homem que o mundo se habituou a ver nos últimos dias de João Paulo II e após a eleição de Bento XVI, considera que 2005 ficará marcado na história da Igreja e do mundo por causa destes acontecimentos.
O director da sala de imprensa da Santa Sé, que tantas vezes assume as funções de “porta-voz do Vaticano”, considera que os momentos vividos em volta da morte de João Paulo II envolveram um número “inestimável” de pessoas, um pouco por todo o globo. “Recordo com enorme intensidade esses dias, as circunstâncias que ganharam uma dimensão extraordinária na opinião pública. Foram momentos em que quase se vê agir fisicamente o Espírito de Deus, não tanto nas multidões que se concentraram na Praça de São Pedro, mas na intensidade que se via nessas pessoas, que viviam um momento verdadeiramente religioso”, disse Navarro-Valls em entrevista à Rádio Vaticano.
O homem de João Paulo II e Bento XVI para a informação confessa que viveu, “como todos, a surpresa de ouvir anunciar o nome do Papa que fora eleito”. Sobre a mudança de pontificado, este responsável assegura que as pessoas já começaram a ver, sobretudo desde a viagem a Colónia, “a paternidade universal de um Papa, a percepção da unidade da doutrina católica no tempo, na passagem de uma pessoa à outra”.
“Há, naturalmente, diferenças de estilo e pessoais entre João Paulo II e Bento XVI, mesmo mudanças nas prioridades pastorais. Cada pontífice depende um pouco do seu tempo, das suas exigências e necessidades espirituais”, acrescenta.Em relação à relação entre o novo Papa e os fiéis, o director da sala de imprensa da Santa Sé admite que o número de pessoas que tem participado nos vários encontros com Bento XVI (cerca de 3 milhões) é “verdadeiramente surpreendente”.
Fonte: Ecclesia

quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

POSTAL ILUSTRADO: Praia da Barra - Farol

 


Mesmo no Inverno, é sempre agradável passear por recantos bonitos, como este da Praia da Barra, onde o Farol, dos mais altos de Portugal, é o centro de muitas atenções.

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

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ESTADO
Anda toda a gente preocupada com o futuro da protecção social. Mesmo nos Estados Unidos, onde é baixo o nível da protecção, há recuos nos benefícios da segurança social e da saúde. Em Portugal, com uma economia bem mais pobre, temos redobrados motivos para receios. O fraco crescimento económico e o envelhecimento da população, com cada vez menos activos a pagarem as reformas de cada vez mais pensionistas, ensombram o horizonte. Mas pouco se fala do reforço da autoridade democrática do Estado, condição de igualdade e protecção essencial dos mais desfavorecidos. E até não envolve muito dinheiro.
A esquerda tem esquecido essa frente decisiva da justiça social. Talvez pela sua alergia à ideia de autoridade. Ora um Estado fraco, como o nosso, está à mercê das pressões dos poderosos, à custa dos mais fracos. É o terreno ideal para as corporações fazerem vingar os seus interesses sectoriais contra o interesse geral. E para o esbater das fronteiras entre negócios e política. Quando a corrupção é grande, como infelizmente é o caso português, lucra quem tem meios - dinheiro e influência política e social. Perdem os que são pobres e não dispõem de recursos para pressionar a máquina estatal, incluindo as autarquias. Exemplo desta iniquidade está no facto de termos uma justiça para ricos e outra para pobres.
Por isso reforçar o Estado não deveria ser apenas uma ideia para discursos de circunstância. Ao encerrar o debate orçamental, o ministro das Finanças prometeu "mudanças profundas na forma como o Estado se organiza e funciona". Mas parece que o Governo tem vergonha de proclamar, e assumir, o imperativo de dotar o País de um Estado digno desse nome. Esta deveria ser a prioridade. Não é apenas uma questão financeira e política. É sobretudo uma exigência de justiça social.

PELA-POSITIVA aposta em novos colaboradores

A partir do próximo domingo, 1 de Janeiro, PELA-POSITIVA vai contar com mais um colaborador. É ele Manuel Olívio da Rocha, um amigo que se mantém fidelíssimo desde a juventude e que é dono de uma escrita muito saborosa, ou não fosse ela cheia de optimismo.
Radicado no Porto há muitos anos, nunca esqueceu as suas raízes gafanhoas, que tantas vezes recorda com graça e arte, por escrito ou de viva voz, quando evoca a sua meninice ou juventude, passadas no lugar da Cambeia da Gafanha da Nazaré, com o esteiro da Ria a acariciá-lo tantas vezes.
Um bem-haja pela sua disponibilidade para oferecer a todos os meus leitores as suas reflexões, os seus comentários, as suas memórias, os seus gostos e as suas opções espirituais, mas não só. Todos os domingos aqui vai estar, entre nós, sempre pela positiva, porque só assim dá gosto viver, neste mundo onde o pessimismo teima em ficar. Outros colaboradores, por certo, hão-de surgir neste espaço, porque acredito que ainda há quem sinta prazer em partilhar ideias e impressões, sentimentos e emoções.
O futuro o dirá. Fernando Martins

Ética ao serviço da competitividade

José Roquette traça um breve balanço do projecto de Código de Ética da ACEGE
Mentiria se dissesse que esperava uma tão grande receptividade e uma tão pronta adesão ao Código de Ética dos Empresários e Gestores que em boa hora a ACEGE promoveu junto da comunidade empresarial portuguesa.
De facto, centenas de empresários e gestores assumiram já, de forma totalmente voluntária, o compromisso público de respeitar os princípios orientadores enunciados no Código, abrindo assim a reconfortante perspectiva de as nossas empresas verem melhorada a qualidade do seu quotidiano, com reflexos positivos evidentes no seu relacionamento com a comunidade envolvente.
Como coordenador do trabalho que conduziu à elaboração deste Código, sinto-me desde já amplamente recompensado pelo movimento de adesão espontânea que o projecto mereceu, na certeza de que os principais interessados e beneficiados serão os empresários portugueses, cuja imagem é tantas vezes apresentada de forma injustamente distorcida, nomeadamente através de uma generalização de aspectos negativos que a realidade não confirma.
Mas, afinal, o que é este Código de Ética e qual a sua importância no contexto actual do mundo dos negócios?
Em termos muito simples, direi que o Código é um conjunto formador de princípios que deve estimular cada empresário e cada organização a criar o seu próprio código de ética, aquele que melhor se adapte às suas especificidades, na certeza de que a ética empresarial significa confrontar, permanentemente, a procura de uma maior rentabilidade com a defesa intransigente do Homem.
Estamos pois perante um conjunto de normas de conduta que têm o Homem e a Empresa como principais pilares, tentando orientar a resposta dos decisores perante as várias situações de conflitos de interesses que o quotidiano empresarial coloca e que implicam opções complicadas nos mais diversos planos, incluindo o moral e o ético.
(Para ler mais, clique aqui)

Um texto de António Pinheiro



2005 – o ano em revista Janeiro


: 2005 iniciou-se com a celebração do XXXVIII Dia Mundial da Paz, à volta do tema “Não te deixes vencer pelo mal, vence antes o mal com bem”. Neste ano assinalavam-se os 60 anos da libertação dos prisioneiros dos campos de concentração de Auschwitz e, mais adiante, os 40 anos da promulgação da declaração Nostra aetate que, de facto, abriu caminho ao diálogo entre judeus e católicos. O Papa não podia deixar de sublinhar os dois aniversários: fá-lo publicando uma mensagem. Fevereiro 


: No início deste mês começou a dramática sequência que em menos de noventa dias levaria à morte de Karol Wojtyla, e à eleição de Bento XVI, absorvendo, praticamente, toda a actividade da Santa Sé. Entre os dois internamentos de João Paulo II, é publicada a carta apostólica «O rápido desenvolvimento» que celebra, o 40º aniversário do decreto conciliar Inter Mirifica, dedicado aos meios de comunicação social. O mês regista também a morte de duas personalidades da Igreja muito ligadas, por razões diferentes, a João Paulo II: a Irmã Lúcia, a última vidente de Fátima, no dia 13 e Mons. Luis Giussani, fundador de Comunhão e Libertação, no dia 22.~ Março 


: O internamento de João Paulo II, até ao dia 13, mostra à Igreja e ao mundo a possibilidade de que a longa batalha do Papa com a doença tenha entrado numa fase crítica. Um facto que se pode observar com maior clareza quando, após o regresso ao Vaticano, não se conseguiu ouvi-lo falar em público, não obstante as repetidas tentativas. No dia 31 de Março, pouco depois das 11 horas, o Papa, na capela para a celebração da Missa, é colhido por um arrepio devastador, ao qual se segue uma subida de temperatura com febre a 39,6º. É uma complicação, bastante temida para os doentes como ele, uma infecção das vias urinárias, com gravíssimo choque séptico e colapso cardio-circulatório. Abril 


: O dia 1 de Abril contou com três declarações do director da Sala de Imprensa da Santa Sé: o Papa está muito sereno. Mais tarde, as suas condições gerais e cardio-respiratórias agravam-se, ao ponto de se difundir nos ambientes do Vaticano a convicção de que dificilmente João Paulo iria superar a noite. No dia 2, às 07h30 é celebrada a Missa na presença de João Paulo II, que no fim da manhã recebe a visita do Cardeal Sodano. Por volta das 15h30 com voz muitíssimo débil e palavras quase incompreensíveis, em polaco pede : «deixem-me ir para a casa do Pai». Entra em estado de coma antes das 19 horas: segundo uma tradição polaca uma pequena vela acesa ilumina a penumbra do quarto. Ás 20 o secretário D. Dziwisz, o Cardeal Jaworski, Mons. Rylko e Mons. Mokrzycki celebram, aos pés da cama do Papa, a Missa da festa da Divina Misericórdia. Às 21h37 João Paulo II adormece no Senhor. A 18 de Abril, 112 Cardeais eleitores entram em Conclave para eleger um novo Papa, o que acontece no dia 19: é eleito o Cardeal Joseph Ratzinger, desde 1981 prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, como 264º sucessor de São Pedro, assumindo o nome de Bento XVI. Maio 


: A primeira e, até agora, mais importante decisão de governo do novo Papa foi tornada pública no dia 13, e refere-se à nomeação do seu sucessor como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. A escolha caiu sobre D. William J. Levada, norte-americano de origem portuguesa, 69 anos, arcebispo de São Francisco desde 1995. No dia 14 celebram-se em São Pedro as primeiras beatificações do novo pontificado, mas não são presididas por Bento XVI, antes pelo seu delegado o Cardeal D. José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Junho


: O empenho que Bento XVI quer reservar à promoção da unidade entre os cristãos encontra uma confirmação no dia 16, quando recebe o Secretário do Conselho Ecuménico das Igrejas, pastor Samuel Kobia. No dia 28 é apresentado o Com-pêndio do Catecismo da Igreja Católica, fruto de uma iniciativa que Bento XVI, quando ainda era Cardeal, tinha patrocinado junto de João Paulo II. 


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Um artigo de António Rego, na Ecclesia

Posted by Picasa Adivinhações?
Sobre o futuro, tudo se pode dizer. Mas, pergunta-se, como é possível que sobre a mesma névoa do porvir alguns vejam estrelas a brilhar e outros apenas cometas em fim de carreira, ou até borrascas em aproximação de alta velocidade? Andam os astrólogos e cartomantes no encalço de notícias tranquilizantes e passes de magia para apaziguar corações inquietos. Andam investigadores à procura de antivírus que travem doenças humilhantemente incuráveis, ou sustenham ameaças de pandemias que podem abalar os esquemas adquiridos por civilizações inteiras. Tentando adiar a morte para os limites do quase impossível.
E continua por encontrar a pedra filosofal que transforme em felicidade de oiro, os metais perecíveis de todas as inquietações que, em tempos obscuros ou iluminados, nos ameaçam. E assim se olha o futuro: como equação cega e sem dados, ou como somatório inteligente e sequencial, que vai polvilhando a história de factos absurdos ou coerentes, pelo menos na sua leitura imediata ou no possível encaixe das suas múltiplas peças. Como se a história fosse um puzzle feito de acasos com encaixe forçado pelos grandes senhores do poder, da economia, ou das modas preponderante de cada época. Assim se foram construindo compêndios de história que, mais do que um aglomerado de factos, se transforma em edifício humano onde todos têm o seu lugar e o seu dinamismo. É no todo ultra-racional que encaixa o lugar de Deus. Na leitura do tempo em banda larga, na contagem dos séculos e milénios por uma outra escala de densidade, pormenor ínfimo, atómico, ou por milhões de anos luz dum qualquer asteróide dum sistema desconhecido tanto pelos amadores de astronomia como pelos sábios apetrechados dos mais sofisticados instrumentos de observação. Prestar atenção apenas aos dados sociais, económicos ou técnicos do mundo é um erro. As intuições dos artistas e a profecia dos crentes é mais definitivo que todas as adivinhações.
A fé, apenas a fé, consente um sorriso sereno ao olhar da história e ao vislumbrar das estrias do futuro. Sem desresponsabilizar o homem pela feitura do passado e pela configuração do futuro (antes pelo contrário),somente com um olhar benevolamente emprestado por Deus se pode ler o que aconteceu e intuir o que há-de vir. A ciência e a fé completam-se neste dueto de notas sublimes e algumas desafinações. A crendice e a adivinhação apenas complicam as evidências e despistam o peregrino no encalço da montanha.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Um texto de Francisco Sarsfield Cabral, na Ecclesia

O ano do pessimismo
Ao longo do ano predominou em Portugal um clima de pessimismo, decorrente sobretudo da má prestação da economia, ao que se somaram uma terrível seca e uma série de devastadores incêndios florestais. Depois de nos termos aproximado das médias europeias, desde há anos que voltámos a afastar-nos delas. As nossas empresas perderam competitividade e o desemprego naturalmente aumentou.
No ano que agora finda ainda pouco se avançou no sentido das indispensáveis mudanças estruturais. Só estas poderão levar-nos a escapar à tenaz que nos estrangula: já não somos capazes de competir com base nos baixos salários (porque outros países, a começar pela China, dispõem de mão-de-obra muitíssimo mais barata) e ainda não produzimos em escala significativa bens e serviços tecnologicamente evoluídos.
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Maioria absoluta
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Com a nossa atávica dependência do Estado, esperamos dos políticos que nos resolvam este problema. Em 2005 o Partido Socialista teve a primeira maioria absoluta da sua história.
Concorde-se ou não com aquilo que os socialistas preconizam para o País, é bom que um partido possa governar sem ter de fazer acordos mais ou menos pontuais com outras forças políticas, pois só assim poderá ser plenamente responsabilizado. E o Governo de Sócrates tomou já algumas medidas corajosas na redução de certos benefícios em matéria de segurança social e de saúde, em particular dos servidores do Estado.
Mas ainda não se vê no horizonte a viragem que nos coloque, de novo, na rota de aproximação aos níveis médios de bem estar na União Europeia. Quase no final do ano, Portugal conseguiu um bom resultado na negociação dos dinheiros comunitários para o período 2007-2013.
Os fundos que iremos receber apenas ficarão 10 por cento abaixo dos que vieram nos sete anos anteriores, não obstante a União Europeia ter agora mais dez Estados membros, de modesto nível de riqueza. Mas o dinheiro fácil não induz geralmente a boas apostas de investimento. Não será daí que virá a tão desejada recuperação económica.
(Para ler mais, clique aqui)

BOM ANO DE 2006 PARA TODOS

As festas natalícias que agora terminaram foram riquíssimas em manifestações de solidariedade e de confraternização. De solidariedade para com os mais pobres, através de gestos que mostraram, mais uma vez, que os portugueses são pessoas generosas e sempre disponíveis para apoiar quem mais precisa. Os sem-abrigo e os sem pão certo para todos os dias puderam sentar-se a mesas fartas, onde nada faltou, desde o tradicional bacalhau até aos doces típicos, onde também o bolo-rei marcou presença. Também empresas, instituições e grupos profissionais souberam confraternizar, mostrando à saciedade que, apesar dos problemas e dificuldades sociais, é sempre possível, quando há boa vontade, juntar dirigentes, empresários e trabalhadores para partilharem sentimentos de amizade. A ternura do Deus-Menino, que tanto propicia a alegria, também é capaz de nos ensinar a viver com os olhos postos na paz, na compreensão mútua, na delicadeza para com os que nos cercam, na busca da fraternidade. Por isso, o Natal é sempre esperado com uma certa ansiedade, como quem aguarda a chegada de um tesouro de incalculável valor, que o é, de facto. Porém, terminadas as festas, tudo volta à normalidade, quantas vezes de gestos frios e de indelicadezas, de indiferenças perante os que sofrem e de guerrinhas entre uns e outros, quando poderíamos, muito bem, se todos quiséssemos, prolongar o espírito natalício por todos os dias do ano.
Agora que um novo ano se aproxima, já começamos a formular votos de um 2006 próspero e cheio de paz. E é bom que o façamos. No entanto, apetece-me lembrar, hoje e aqui, que o próximo ano poderá ser, em grande medida, aquilo que nós quisermos que ele seja. Não são os outros que o hão-de fazer melhor. Somos nós todos que temos de lutar, no dia-a-dia, no pequeno mundo que nos rodeia, para que ele seja, realmente, muito melhor do que os anos que já passaram. Um ano de prosperidade para todos, com menos desigualdades e mais justiça social, um ano de mais paz e de mais partilha com os que menos têm, um ano com menos barracas e com habitações condignas para todos os nossos compatriotas, um ano em que não haja portugueses de primeira e de segunda classe.
Então, Bom Ano, com a colaboração de todos os homens e mulheres de boa vontade. F.M.

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Um poema de José Saramago

  


É TÃO FUNDO O SILÊNCIO 


É tão fundo o silêncio entre as estrelas. 
Nem o som da palavra se propaga, 
Nem o canto das aves milagrosas. 
Mas lá, entre as estrelas, onde somos 
Um astro recriado, é que se ouve 
O íntimo rumor que abre as rosas. 

n “Provavelmente Alegria”

DIRECTORA DA "XIS" no CUFC

Posted by Picasa Laurinda Alves Laurinda Alves em Aveiro com cinco ideias para se ser feliz
A jornalista Laurinda Alves vai estar no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), em Aveiro, em mais uma sessão do “Fórum Universal”, um espaço mensal de debate e encontro de ideias com figuras de relevo. O encontro está marcado para o dia 4 de Janeiro de 2006, quarta-feira, às 21 horas, e tem entrada livre.
Laurinda Alves, que vai estar no CUFC pela segunda vez, é directora da revista “XIS", onde propõe sempre ideias para pensar. "XIS" é uma revista que sai com o jornal "Público", ao sábado, apostando num jornalismo pela positiva, que dá gosto ler semana a semana.
No CUFC, a jornalista vai partilhar os seus projectos sobre “escrever pela vida, o gosto de existir”, esperando-se que ofereça, ainda, aos que comparecerem, cinco ideias para se ser feliz.

Morte de João Paulo II marcou o ano televisivo

Posted by Picasa JOÃO PAULO II: o Papa mais mediático
O “ano televisivo” que está prestes a terminar foi marcado pela morte do Papa João Paulo II, ocorrida no início do mês de Abril, personalidade a quem todos os canais portugueses deram grande destaque, quer no acompanhamento informativo da sua doença, que se agravou consideravelmente no primeiro trimestre de 2005, quer durante o longo período da sua agonia e morte. As exéquias do Papa polaco mereceram, inclusivamente, uma das mais prolongadas emissões da história da televisão. Desde a sua morte até ao momento da sepultura na Basílica de São Pedro, todos os canais nacionais deram ainda grande destaque à vida e à mensagem do “Papa Peregrino”, apresentando diversos documentários, reportagens e entrevistas relacionadas com a personalidade do Sumo Pontífice.
Considerado por muitos como “a mais importante figura do século XX”, João Paulo II é tido como o “Papa mais mediático” da História da Igreja, sendo acompanhado, no seu sofrimento e morte, por biliões de telespectadores em todo o planeta. Não admira, pois, que durante esta semana, em que as televisões fazem um “balanço” dos acontecimentos mais importantes ocorridos durante o ano de 2005, a figura de João Paulo II esteja de novo em destaque. Mas se o Papa polaco marcou o “ano televisivo”, também outros acontecimentos mereceram realce nos canais portugueses ao longo dos últimos doze meses, acontecimentos que durante esta semana serão recordados por todas as estações televisivas.
De entre esses eventos, evidenciamos, no que diz respeito ao mês de Janeiro, a morte do actor português Henrique Canto e Castro, falecido aos 74 anos de idade.
No mês de Fevereiro, outra morte marcou os espaços informativos das televisões: o falecimento da Irmã Lúcia, ocorrido dias depois da morte de Adriano Cerqueira, um dos rostos mais conhecidos da televisão portuguesa e bracarense de origem.
O mês de Março ficou marcado, sobretudo, por um sismo ocorrido na Indonésia, na sequência do qual morreram cerca de duas mil pessoas e que, pela sua intensidade (8,7 graus na escala de Richter) fez temer por uma “reedição” do tsunami ocorrido em Dezembro de 2004 no sudeste asiático, e que matou 280 mil pessoas.
Em Abril, para além da morte de João Paulo II, o destaque televisivo foi para a eleição do novo Sumo Pontífice (Bento XVI), que recaiu sobre o Cardeal alemão Joseph Ratzinger, de 78 anos, que ocupara, durante o pontificado do Papa polaco, o cargo de Prefeito da Congregação da Fé.
Ainda durante o quarto mês do ano, a televisão deu especial realce à morte do Príncipe Rainier, do Mónaco, embora o facto de este óbito ter ocorrido aquando do falecimento de João Paulo II lhe tenha retirado grande parte do “impacto mediático”.
Fonte: Ecclesia, citando Diário do Minho

ANTÓNIO GUTERRES eleito personalidade do ano

Posted by Picasa IMPRENSA ESTRANGEIRA QUE TRABALHA EM PORTUGAL ESCOLHE ANTÓNIO GUTERRES PARA PERSONALIDADE DO ANO NO NOSSO PAÍS
A Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) escolheu António Guterres como personalidade portuguesa do ano de 2005, informou a TSF. Segundo o presidente daquela associação, Ramón Font, a escolha ficou a dever-se, sobretudo, à nomeação do ex-primeiro-ministro de Portugal para a missão de Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A AIEP sublinha que “A nomeação para este cargo representa um reconhecimento do prestígio internacional e do perfil humanista do ex-primeiro-ministro e ex-presidente da Internacional Socialista”. E diz, também, que a chegada de um português ao cargo da ACNUR “eleva ainda mais o prestígio e a notoriedade internacional de Portugal”. Quando é certo que nem sempre somos justos para com os nossos compatriotas que se distinguem pelo seu trabalho em prol dos outros, esta escolha da Imprensa Estrangeira que trabalha no nosso País veio mostrar que, por vezes, os que estão de fora vêem melhor os nossos valores do que nós próprios. Permitam-me que enalteça esta escolha pela justiça que representa para um homem que, para além de político, nunca deixou de ser um cristão com enormes preocupações sociais, sendo hoje considerado um grande humanista, de quem depende o futuro de milhões de refugiados em todo o mundo. F.M.

CÁRITAS PORTUGUESA e as vítimas do 'tsunami'

Cáritas agradece solidariedade dos portugueses para com as vítimas do sudeste asiático
No dia 26 de Dezembro assinalou-se o primeiro ano da tragédia que assolou o sudeste asiático. Foi um acontecimento que marcou a humanidade devido ao número de vidas ceifadas e à miséria que espalhou, mas também pelo “tsunami” de solidariedade que inundou todos os recantos do mundo.
Os portugueses deixaram-se envolver nesta enorme onda de solidariedade, manifestando, de novo, não serem indiferentes perante o sofrimento dos seus semelhantes, mesmo que não lhes conheçam o rosto e o nome. Nessa ocasião, sentimos a confiança que os portugueses depositam na Caritas, tendo-nos entregue os seus donativos que totalizaram a importância de 5.272.659,35€.
Com esta expressiva solidariedade realizámos, e continuamos a realizar, sob a coordenação da Caritas Internationalis, acções de socorro às vítimas e de reabilitação de habitações, de postos de trabalho e de equipamentos públicos.
É tudo isto que queremos dar a conhecer a todo o país, agradecendo tão generosa solidariedade. Não só é um dever, como um imperativo decorrente da necessidade de grande transparência que impõe a utilização de recursos que nos são confiados.
Nesta data não podemos esquecer todos aqueles que pereceram em consequência desta tragédia. Deste modo, no dia 26 de Dezembro, pelas 18 horas, foi celebrada uma Eucaristia, em todas as Dioceses de Portugal, de sufrágio pelas vítimas e de acção de graças pela solidariedade de todo o mundo, em particular dos portugueses.

sábado, 24 de dezembro de 2005

NATAL: Um texto do biblista Joaquim Carreira das Neves

Posted by Picasa Madona e o Menino, de Rafael O nascimento de Jesus segundo os Evangelhos
Todos os anos, ao celebrarmos o Natal de Jesus, nos encontramos com figuras e factos que evocam a memória desse Natal de há dois mil anos. Vivemos de memórias e somos uma memória viva. Não há história sem memória nem memória sem história. Ao lermos o Evangelho de S. Mateus, nos dois primeiros capítulos, cheios de encanto e significado, passam por nós os reis magos, a estrela, o encontro dos magos com Herodes, a adoração do Menino, a fuga para o Egipto, o massacre dos inocentes, o regresso do Egipto e a vinda para Nazaré, dois anos e tal depois de se refugiarem no Egipto. Porém, ao lermos o Evangelho de S. Lucas, também nos dois primeiros capítulos, deparamos com figuras e factos completamente distintos dos de S. Mateus: o anúncio do nascimento de S. João Baptista a seu pai Zacarias, o anúncio do nascimento e Jesus a sua mãe, através do arcanjo S. Gabriel, a visita de Maria a Santa Isabel, o nascimento e circuncisão de Jesus no Templo de Jerusalém, juntamente com Simeão e Ana, o regresso da Sagrada Família a Nazaré, apenas uns quinze dias depois do nascimento, e, finalmente, o encontro de Jesus no Templo.A apresentação destas figuras e factos tem um objectivo: fazer com que o leitor perceba que as figuras e factos narrados em S. Mateus não são os mesmos que em S. Lucas. De comum, os dois evangelistas só têm a conceição virginal de Jesus e o nascimento em Belém. Não seria mais normal que ambos apresentassem as mesmas figuras e factos? Não podemos, de modo algum, estabelecer uma concordância entre os dois evangelistas, pois o concordismo bíblico é mau conselheiro. Assim sendo, temos de concluir que o evangelista S. Mateus não conhecia S. Lucas e vice versa. Por outro lado, partindo do princípio que S. Marcos foi o primeiro a escrever um Evangelho, onde não aparece o “evangelho da infância”, significa que nas primeiras comunidades cristãs o problema não era abordado. S. Paulo é o primeiro a escrever, cerca de quinze anos antes de S. Marcos, e deixa-nos apenas dois breves apontamentos sobre o nascimento de Jesus. Na carta aos Romanos 1,3 escreve que Jesus “nasceu da descendência de David segundo a carne, constituído Filho de Deus em poder, segundo o Espírito santificador pela ressurreição de entre os mortos”, e na carta aos Gálatas 4,4 escreve que “Deus enviou o seu filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adopção de filhos”.
(Para ler todo o texto, clique ECCLESIA)

NATAL: Um poema de Fernanda de Castro

Posted by Picasa NATAL Natal. Nasceu Jesus. O boi e a ovelha deram-lhe o seu alento, o seu calor. De palha, o berço, mas também de Amor. Desce luz, desce paz de cada telha. Nem um carvão aceso nem centelha de lume vivo. A dor era só dor, até que a mão trigueira dum pastor floriu em pão, em leite, em mel de abelha. Natal. Nasceu Jesus. Dias de festa. Até o cardo é hoje rosa, giesta, até a cinza arde, como brasa. E nós? Que vamos nós dar a Jesus? Vamos erguer tão alto a sua Cruz que não lhe pese mais que flor ou asa. In “Natais… Natais”

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Um Natal diferente



Com a chegada de Dezembro, o Zé Maria era outro. Mais alegre, mais comunicativo, mais solidário, mais delicado. Todo ele era disponibilidade para os outros, conhecidos e desconhecidos. Em casa, no trabalho, na rua, no café. E muitos estranhavam esta mudança brusca num homem humilde, sempre tão preocupado com o trabalho e com a família. Fui um deles. 
— O que é que se passa, Zé Maria? Saiu-te o Totoloto? Foste promovido na empresa? Andas tão diferente…
— Nada disso — respondeu-me, com um sorriso aberto e franco. — O Natal mexe comigo. Basta ouvir as melodias natalícias, ver os enfeites das ruas, apreciar os presépios das montras ou… simplesmente recordar-me da festa da família que a quadra nos lembra. 
O Zé Maria fazia parte do grupo sem fim dos “católicos não praticantes”. E disse-mo um dia em que conversámos, como velhos amigos da infância. Ainda lhe retorqui que isso de “católicos não praticantes” me custava aceitar. E até acrescentei que seria interessante ver um mecânico não praticante, na oficina em que ele trabalhava como especialista de motores diesel. 
Riu-se o Zé, sem acrescentar palavra. Nascido numa família católica, recebeu a educação tradicional. Doutrina na Senhora Mestra, onde aprendeu a papaguear orações, a toque de canada ao mais pequeno deslize, fez a primeira comunhão, confessava-se e comungava, enquanto jovem, pela Páscoa, casou pela Igreja. E pouco mais. 
O mundo do trabalho foi-o afastando do culto religioso. Muitas vezes me repetiu que a religião ficava à porta da oficina. Patrões, encarregados e trabalhadores, que até iam à missa ao domingo, alguns, esqueciam-se da fé, se é que a tinham, quando chegava a hora da labuta diária. Num ambiente do “salve-se quem puder”, das competições desenfreadas, da luta por cargos de chefia, facilmente se embrutecem os homens, desligando-se dos laços do Evangelho. 
No seu íntimo, no entanto, o Zé guardava algumas tradições. Na Quaresma não comia carne às sextas-feiras, na Páscoa recebia a Cruz em sua casa, no dia dos defuntos assistia a três missas. Mas o Natal, para o Zé Maria, tinha um sabor especial, que ele sentia sem saber explicar. Talvez a ternura que o Menino-Deus inspira, envolvida por cânticos que enchem a alma, o comovesse. 
— Ó Zé Maria, porque é que não descobres o porquê desta tua simpatia pelo Natal? 
— Mas como? — indaga ele, com cara de quem está um pouquinho interessado. 
— Penso que nas missas de Dezembro o nosso prior te poderá levar a compreender o sortilégio da espera e do encontro com o Menino que é luz que ilumina o mundo, de forma única, na noite de 24 para 25. 
O Zé ficou a olhar para mim. Era um homem maduro, com idade que convida a pensar bem no caminho que tem de traçar, para chegar com segurança às metas desejadas. Neste caso, metas de paz interior e de fraternidade, sonho que continuamente lhe bailava no espírito, como confessou, com uma expressão que denotava uma certeza próxima e bonita. 
Na missa de um domingo de Dezembro, quando pelo corredor central regressava ao meu lugar depois da comunhão, vi o Zé Maria. Olhei para ele e sorri. Ele sorriu também. Tempos depois, toca o telefone. Era o Zé. Não cabia em si de contente. E falou, falou sobre o Natal desse ano vivido na família e voltado para os vizinhos mais sós. 
— Foi um Natal diferente, que não pode ter fim. 
— Porquê? — questionei-o. 
— Porque descobri que tenho de o viver, com alegria, com optimismo, com esperança num mundo melhor, todos os dias da minha vida! — sublinhou o meu amigo Zé Maria. 

Fernando Martins