sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Um artigo de Pedro Lomba, no DN

O fim da tutela
Há 30 anos, a 25 de Novembro, os protagonistas sérios do regime, com o general Eanes à frente, puseram-se de acordo sobre aquilo que não queriam não queriam o Prec, militares com cabeleiras, governos do PCP, o dr. Cunhal, cercos à Assembleia Constituinte (que retardassem a aprovação da nova Constituição), políticos com ideias extremas ou ideologias que impedissem a adesão de Portugal à Europa, vista pelos políticos sensatos, depois da descolonização, como a nossa única saída. Em suma, queriam um país normal, uma democracia normal, homens comuns, ideias comuns. Chesterton dizia que a democracia é a forma de governo das pessoas comuns, das pessoas que escrevem as suas próprias cartas, que têm as suas motivações comezinhas, que querem que as deixem em sossego. Acabada a Revolução, ficámos então com um regime compromissório, sem perigo de guerra civil, Forças Armadas fora das ruas (embora ainda dentro da política), um militar como Presidente da República, um acordo implícito de repartição do poder entre o PS e o PSD, um Estado à disposição dos partidos e que os partidos têm aplicadamente usado, uma Constituição desequilibrada e só modificável ao fim de alguns anos. Se tirarmos os militares, que só saíram definitivamente em 1982, é ainda o que somos hoje. Havia, no entanto, que defender e tutelar este compromisso, um poder que em grande medida ficou a cargo do Presidente da República. Os portugueses elegeram Eanes, em 1976, para tutelar os militares, e escolheram Soares, em 1986, para tutelar a consolidação da democracia. Esse período terminou. E hoje, precisamente, já ninguém sente o peso e a necessidade de um tutor especial que nos trate a todos como crianças. Sampaio foi o Presidente de transição. Nas próximas eleições presidenciais teremos finalmente o fim da tutela.

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

Violência doméstica matou 33 mulheres desde o início do ano
Um artigo de Ana Cristina Pereira, no PÚBLICO Foram alvejadas a pistola ou caçadeira, golpeadas com faca ou machado, mortas à vassourada, à paulada, ao murro ou pontapé. Desde o início do ano, 29 mulheres foram assassinadas por maridos, namorados ou ex-companheiros, mais quatro por familiares. Hoje é Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. O ano, na imprensa nacional, abriu com o drama de Vânia Silva. Ao princípio da noite de 3 de Janeiro, o ex-companheiro dirigiu-se ao seu local de trabalho, regou a jovem, de 18 anos, com combustível e ateou-lhe fogo. A rapariga, hospitalizada com queimaduras de segundo e terceiro grau, sobreviveu. Desde o início de 2005, pelo menos 29 mulheres foram notícia nos jornais por terem sido assassinadas por um homem com quem mantinham ou tinham mantido uma relação íntima e outras 41 por terem sido alvo de tentativa de homicídio. Há uma que morreu ao defender a irmã e ainda mais três mortas por familiares (tio, irmão, filho). O sistema legal tipifica o homicídio em função da gravidade e do dolo (simples, qualificado, privilegiado, negligente e tentado). As estatísticas oficiais não atendem às relações existentes entre a vítima e o agressor. "É preciso que a estatística faça este caminho", considera Elza Pais, presidente da Comissão Nacional para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres (CIDM).
Os levantamentos feitos a partir da imprensa - como o que a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) divulgou ontem e que o PÚBLICO cruzou com a sua própria lista - acusam "fragilidades". Não só porque nem todos os casos chegam à imprensa nacional, mas também porque alguns homicídios noticiados como tentados podem acabar por se tornar consumados.
O ano passado, a UMAR coligiu 47 casos. Já este ano, acrescentou-lhe dois que tinham ocorrido nos Açores e outros dois que passaram de tentados a consumados, explica a dirigente Maria José Magalhães. Falta cruzar informações com a polícia.
"O país ainda não tem um observatório da violência, que é o que a Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica está a tentar criar", lamenta Elza Pais, lembrando que tomou posse há quatro meses. O organismo deverá nascer "em 2006".
Para já, há apenas um inventário que pode pecar por defeito. E que mostra que, em Portugal, o problema assume maiores proporções do que em Espanha, país que se mobilizou contra o "terrorismo doméstico", frisa Maria José Magalhães. Em Espanha, desde o início do ano, contabilizaram-se 56 vítimas de "violência machista".
As contas são fáceis de fazer: Portugal tem 10 milhões de habitantes e o país vizinho mais de 40 milhões. Elza Pais reporta-se aos números do ano passado (Espanha somou 72) para frisar que "quatro vezes 50 não é 70 nem 80". E o número nacional torna-se mais "terrífico" olhando às tentativas noticiadas, que este ano foram "bem mais do que o ano passado", torna Maria José Magalhães.
"Fiz um estudo sobre homicídio conjugal em Portugal [tendo por amostra os detidos nas cadeias portuguesas em 1994] e deparei-me com um universo muito significativo: 15 por cento dos homicídios eram conjugais", recorda a presidente da CIDM. E muitos crimes desta natureza não chegam às cadeias - são homicídios-suicídios.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

MIA COUTO: Citações - 1

"A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele."
In "PENSATEMPOS"

Renascença procura novos ouvintes

RR TEM NOVA PROGRAÇÃO A Rádio Renascença (RR) quer conquistar novos públicos e por isso tem no ar, desde o início do mês de Novembro, uma nova programação. O perfil da emissora católica portuguesa tem vindo a envelhecer nos últimos anos e por isso, referiu à Agência ECCLESIA o director de programação Nelson Ribeiro, “estava na altura de continuar um caminho que já tinha sido traçado anteriormente no sentido de rejuvenescer o canal ou seja ir buscar ouvintes mais novos acima dos 35 anos”.
O perfil do ouvinte da RR “tem vindo a envelhecer nos últimos anos”, afirmou o director de programação, e por isso a aposta da rádio vai no sentido de oferecer a música que é do gosto do perfil do ouvinte traçado por esta estação, e também a produção de uma informação com qualidade. “A nossa informação é cada vez mais credível”, salientou Nelson Ribeiro. “Não é uma aposta em termos de quantidade mas sim de qualidade”, reforçou.
Assim, segundo Nelson Ribeiro que assumiu recentemente a direcção de programação da RR, as novidades na programação estão “na introdução de um espaço de humor nas manhãs - «Memória de elefante» - produzido exteriormente a partir das efemérides do dia, e à noite, da meia noite às duas, num programa interactivo com os ouvintes, num regime mais intimista. É um tipo de programa que nenhuma outra rádio no mercado oferece neste momento”, acrescentou.
A Rádio Renascença como emissora católica tem um elemento diferenciador que a distingue das outras rádios no mercado, manter o espírito cristão e católico é “um desafio crucial - considerou Nelson Ribeiro - porque temos de saber tratar os temas numa perspectiva cada vez mais actual sem divergir no essencial da mensagem do evangelho. Tem de haver - acrescenta - alguma criatividade na forma como se apresentam os temas mas sem nunca nos desligarmos daquilo que é a mensagem cristã”.
Fonte: Ecclesia

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

UM LIVRO DE MIA COUTO

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“PENSATEMPOS” “PENSATEMPOS” é mais um livro de Mia Couto, o escritor moçambicano que é um exímio criador de palavras. É um livro com textos de opinião que mais não são do que um desafio ao debate e à reflexão sobre o mundo de que fazemos parte, com a obrigação moral e cívica de nos tornarmos partícipes em tudo o que possa contribuir para a fraternidade universal, despida de preconceitos redutores. Mia Couto brinda-nos com textos que são pedaços de prosa poética que nos acicatam a alma e nos propõem um olhar atento aos comportamentos e pensares das pessoas comuns, mas também dos agentes de mudança, políticos e outros, que procuram moldar os nossos tempos, nem sempre de forma positiva. Em cada frase ou parágrafo há ideias, propostas e desafios, ao jeito de pensamentos, mas ainda marcas históricas que vale a pena recordar com a leitura que Mia Couto fez e faz de acontecimentos que viveu intensamente e que se reflectiram no nosso quotidiano. A riqueza dos textos obriga-me a transcrever, neste meu espaço, de quando em vez, alguns pensamentos deste “PENSATEMPOS”. Fernando Martins

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino
CAMINHOS NOVOS
PARA ÓDIOS VELHOS Quem tem olhos que veja, quem tem ouvidos que ouça, quem tem coração que aprenda e ame: palavras de sabor bíblico que podem servir de caminho para reflectir serenamente e para novas atitudes, tal é a eloquência dos factos que elas iluminam. O DN de 12 de Novembro titulava a notícia assim: “ Menina israelita recebe coração palestiniano”. E, com realce, a tradução da notícia é esta: “Khatib foi morto por tropas de Israel. O coração do menino palestiniano bate agora no peito de uma rapariga israelita.” Traz-se ainda à memória que, há quatro anos, um farmacêutico palestiniano, assassinado por um israelita, tem o seu coração a ajudar a viver um judeu. Igal Cohen, o beneficiado pelo transplante, disse esperar que este viesse a trazer a paz entre as duas nações em guerra e amassadas em ódios. Li, comovi-me, recortei a notícia para poder fazer acerca dela um eco e um ponto de reflexão que possa chegar a quem a não leu ou depressa a esqueceu. Bem tortas as linhas por onde Deus escreve direito, e bem difícil ser lida esta escrita eloquente, quando o coração se fecha à luz esplendorosa e única de um amor sem fronteiras. A verdade é que todos precisamos de todos. A guerra e a luta fratricida, o orgulho e a indiferença ostensiva, o ódio e o preconceito que cega, são sempre uma loucura humana, porque agravam a memória das ofensas mútuas e fazem perder o bom senso que se dobra perante factos de vida. Não se vê caminho mais eloquente para o final de uma guerra com anos a mais, que estes factos que Providência vai suscitando e para os quais não há fronteiras que resistam, a não ser as da frieza pessoal ou nacional que se nega a aceitar que o perdão é a riqueza que mais e melhor traduz a grandeza interior e dá nobreza de alma às pessoas e aos povos. A paz tem sempre um preço que ninguém paga por inteiro se se recusar a passar pelo caminho da humildade, a única atitude de alma capaz de reconhecer culpas e méritos, próprios e alheios. Que pobreza esta que leva à morte irmãos, por palmos de terra, e não é capaz de perceber a riqueza do gestos que dão vida!... Todos somos devedores de amor uns aos outros e há sempre o momento em que a dívida vem ao de cima, tendo a emoldurar, como fundo, a fragilidade de quem precisa e a generosidade de quem faz bem sem olhar a quem. A verdadeira paz não é, nunca nem apenas, fruto dos arranjos diplomáticos ou da intervenção de amigos preocupados. A mediação ajuda a aplanar caminhos de paz, mas só um coração humilde é capaz de a construir com esperança de solidez, porque só ele é capaz de amar.

Um texto de Octávio Carmo, na Ecclesia

Sem espanto
A publicação “pirata” de um documento de um Dicastério da Santa Sé (e não do Papa) gerou hoje uma onda de reacções um pouco por todo o mundo. O texto apresentado pela agência italiana Adista revela uma “Instrução” da Congregação para a Educação Católica (para os Seminários e as Instituições de Estudos) sobre a não admissão ao sacerdócio de candidatos com tendências homossexuais.
Apesar de ser um documento relativamente curto, esta versão agora apresentada (pedida por João Paulo II em 1994) tem quase tanto espaço de texto como de notas, relativas a uma série de citações de documentos papais, conciliares e da Santa Sé sobre esta matéria. Essa é a chave da questão: qualquer que venha a ser a posição definitiva da famosa Instrução, ela mais não faz do que reforçar a tradicional posição de prudência nesta matéria, expressa várias vezes pela hierarquia da Igreja.
Mais: o texto que agora passeia pela Internet e pelas redacções dos Media de todo o mundo permanece da responsabilidade e sob a autoridade da Congregação para a Educação Católica.
Parece pouco provável que alguém tivesse dúvidas, antes de ler este documento, sobre o que a Igreja pensa em relação aos actos homossexuais. Não sendo as suas posições secretas ou desconhecidas, falta perceber onde é que está o espanto...

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

NOVA IPSS EM ESTARREJA

Fundação Cónego Filipe de Figueiredo
Aproxima-se a passos largos o dia 28 de Novembro, em que se celebrará o 2º aniversário da partida do Sr. Cónego Filipe.É publico que o Sr. Cónego Filipe partiu de forma brusca sem avisar ninguém. Acreditamos que ele próprio que estava sempre ao serviço do próximo e sempre vigilante terá sido surpreendido pela sua brusca chamada, pois deixou os sonhos de um lado, os meios para os concretizar do outro e a amizade toda espalhada. Os Órgãos Sociais da Fundação Cónego Filipe de Figueiredo estão a envidar todos os esforços para dar corpo ao sonho do Sr.Cónego Filipe para Estarreja. Estão também a preparar o Programa de celebração do 2º Aniversário da sua partida, onde se inclui a vontade de trazer para Estarreja o espólio da vida, pensamento e obra do Sr. Cónego Filipe que está também ele espalhado por várias Instituições de Évora, de Lisboa, na casa de muitos amigos espalhados pelo país e até pelo mundo, e família. É propósito dos Órgãos Sociais da Fundação Cónego Filipe de Figueiredo que este espólio, composto por instrumentos e vestes religiosos, escritos, livros, etc. esteja centralizado num espaço único, onde a família, os seus muitos amigos e o público em geral tenham acesso, e onde cada um se possa sentir em comunhão com este homem bom, no seu pensamento e na sua obra de solidariedade e amor ao próximo. Para tanto, procura a Fundação, um espaço, público ou privado, tendo para já uma primeira oferta de um belíssimo espaço privado, duma pessoa benemérita e amiga pessoal do Sr. Cónego Filipe mas que carece de obras de adaptação.
Fundação Cónego Filipe de Figueiredo Bombeiros velhos,
Piso 1 R. Dr. Manuel Andrade nº 4 3860- 372 ESTARREJA
(Para saber quem foi o Cónego Filipe de Figueiredo, clique aqui)

Encontro Nacional de Capelães e Assistentes Espirituais Hospitalares

CONCLUSÕES DO ENCONTRO NACIONAL
Mais de meia centena de Capelães e Assistentes Espirituais Hospitalares de todo o país reuniram-se em Fátima, em 21 de Novembro, para reflectir sobre o seu estatuto e a sua missão no contexto do Serviço Nacional de Saúde. O Solidariedade Online divulga o detalhado balanço deste encontro. Presidiu ao Encontro o Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social da Conferência Episcopal Portuguesa. A parte final dos trabalhos e a Sessão de Encerramento do Encontro decorreram sob a presidência do Cardeal Javier Lozano Barragán, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, que se deslocou de Roma, para estar presente neste e no Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que reúne perto de um milhar de participantes no Centro Paulo VI, entre 22 e 25 de Novembro. Foi importante a reflexão orientada pelo Dr. Alexandre Diniz, responsável pela Direcção de Serviço da Prestação de Cuidados de Saúde da Direcção-Geral de Saúde, sobre o tema: “A abordagem da espiritualidade como valor de cuidado de saúde”.
(Para saber mais, clique SOLIDARIEDADE)

JACINTA apresenta novo disco na Aula Magna, em Lisboa

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“Daydream” estará à venda em Janeiro A cantora de jazz Jacinta vai apresentar o seu segundo álbum, “Daydream”, na próxima sexta-feira, 25 de Novembro, em Lisboa, na Aula Magna, num concerto integrado no Festival de Música da Cidade. O novo disco desta artista gafanhoa estará à venda em Janeiro, tendo as gravações decorrido em Nova Iorque, sob a supervisão do saxofonista Greg Osby, segundo informou o caderno “Actual” do semanário “Expresso”. Conforme sublinhou Jacinta, o piano utilizado nas gravações era propriedade do Carnegie Hall e nele tocaram Thelonious Monk, Duke Ellington e Count Basie. A cantora de jazz Jacinta, a primeira artista portuguesa a gravar na conceituada editora Blue Note, espera que o seu novo disco “abra portas na Europa, porque é um disco de jazz puro e duro, ao contrário do anterior”, referiu ao “Actual”. F.M.

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

RACIONAL
O debate sobre os grandes projectos começa, finalmente, a entrar num plano racional. Quanto ao TGV, o Governo atrasa o projecto e reduz as cinco linhas previstas pelo Executivo de Durão Barroso a apenas duas. Assim diminui os riscos de se criar mais um enorme sorvedouro de dinheiros públicos. E o colóquio sobre a Ota ontem realizado na Gare Marítima de Alcântara trouxe elementos úteis. Do ponto de vista do erário público, este projecto não assusta, visto ser atractivo para operadores privados. Mas será que as suas vantagens para o País superam os inconvenientes?
A argumentação do Governo é agora clara. A Portela não tem uma capacidade inesgotável, mesmo com novos investimentos. Em períodos de intenso tráfego, o aeroporto já tem sido forçado a recusar voos - o que não favorece o turismo. Um segundo aeroporto, complementar, implicaria uma anti-económica duplicação de infra-estruturas. Logo, é preciso um novo e grande aeroporto, para funcionar não antes de 1917. Ontem foram apresentados argumentos razoáveis em favor da localização na Ota. Aliás, boa parte dos estudos sobre a construção na Ota de um aeroporto vem de trás. Os governos anteriores conheciam muitos deles.
Acabaram as dúvidas? Não, decerto (por exemplo não será demasiado curta a prevista vida útil daquele aeroporto?). Mas lançaram-se as bases para uma discussão séria. O que não se percebe é o Governo ter deixado passar tantos meses sem vir esclarecer a opinião pública. Assim permitiu posições absurdas, como as dos que atacaram o projecto tendo-o aceite antes, quando estavam no Governo. E fomentou um clima de secretismo, levando a supor que se decidia primeiro e estudava depois. Ora, fazer política também é convencer a opinião pública das razões de tomar uma decisão. Mas mais vale tarde do que nunca.

FÁTIMA: PASTORAL DA SAÚDE EM ENCONTRO NACIONAL

Está a decorrer em Fátima, no Centro Paulo VI, até 25 de Novembro, o XIX Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, com o tema "A saúde integral da pessoa: o desafio espiritual". Numa mensagem para este Encontro, o Bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. José Sanches Alves, Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social, salienta que “só a dimensão espiritual [do ser humano] o diferencia e o coloca acima dos outros seres da criação", podendo abri-lo ao Transcendente, sendo, por isso, considerada "uma dimensão essencial para o compreender e para explicar a sua saúde”. Acrescentou que “cada ser humano é uno, único e indiviso enquanto pessoa e, portanto, goza de saúde plena quando nele a harmonia é plena”, apresentando uma “visão positiva o holística da saúde”.
É nesse sentido também que o P. Vítor Feitor Pinto, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde, propõe como objectivo deste Encontro “olhar a saúde numa perspectiva antropológica, como saúde integral, o que reclama a atenção aos valores da espiritualidade”. Assumindo a responsabilidade do apoio espiritual e religioso, “a Igreja Católica tem uma resposta para os desafios da espiritualidade a que o homem doente tem direito”.
O Encontro destina-se a profissionais da saúde, agentes de pastoral de saúde e pastoral social, pessoas que se dedicam ao voluntariado e estudantes.
Fonte: Voz Portucalense

Uma reflexão do padre João Gonçalves, da Glória

Assembleia definitiva
O Senhor é pastor, isto é, vive, trabalha e cuida; conduz as suas ovelhas aos melhores prados, para que nada lhes falte, sejam robustas e fortes.
As ovelhas somos nós; e quer-nos felizes, com certezas e futuro de tranquilidade.
O Pastor bom não descuida, nem por um momento, cada um de nós, e tem atenções particulares pelos mais débeis e marcados pelo sofrimento ou por alguma limitação.
E o Pastor Jesus Cristo quer passar por pobre, doente, preso, sem abrigo, peregrino, despido e último da sociedade organizada hierarquicamente; não Se importa de ser desconsiderado, porque não sonha tronos de glória e honras; só quer servir; o prémio apenas o espera do Pai, o único justo.
Não é fácil pormos os olhos de ver; e, por causa disso, temos dificuldade em O encontrar nas ruas e avenidas das nossas cidades ou aldeias; não O identificamos quando nos bate à porta ou cambaleia nos passeios das cidades; não percebemos que ele está no hospital ou detido numa casa de reclusão; nem damos conta que é Ele que está desempregado, que saiu agora da cadeia ou que fez caminhos para largar - ou não - as drogas que O vão destruindo. E, na assembleia final, Ele vai perguntar se O identificámos.
Que bom se dissermos que sim!
In "Diálogo", 1049

Um artigo de António Rego

A crise do Pai Natal O mercado vive duma espécie de engodo. Comprar e vender é um acto livre que tem cálculos, contas, necessidades, desejos, ilusões, jogos, riscos, lucros, posse, rejeição. Isso pode acontecer num mercadinho de bairro ou no grande bairro do mundo onde as coisas se compram e vendem porventura com vista larga. Os governos já entenderam que nesta matéria não podem ser demasiado pródigos tanto em estímulos como em repressões ao que se chama consumo. Convidar a poupanças próximas do exíguo, paralisa uma comunidade que vive das suas trocas e circulações que suscitam trabalho e criatividade. Alimentar o vício do supérfluo pode conduzir a uma círculo fechado e estrangulador para uma economia que se julga em movimento. Como um mecanismo de água estagnada que ilusoriamente circula dentro do mesmo poço sem se renovar e enriquecer. Claro que tudo isto vem a propósito do Natal. Dizemos vezes sem conta que a celebração do nascimento de Jesus nem de perto nem de longe se restringe a uma dobadoira de luzes artificiais que nada iluminam. Apenas divertem o olhar. Mas o facto é que alguma economia se reanima nesta quadra, e empresas há que não “sobrevivem” sem o Natal. Por isso, em tempo de escassez, assistimos a algumas iniciativas tíbias, sem saber se navegam no mar tradicional da ilusão ou são um real contributo para a saída da crise que já nos cansa e que queremos exorcizar. É essencial não perder os gestos de solidariedade, festa e partilha de afectos através de símbolos. Talvez se possa reconverter a indústria da qualidade: investir mais no significado e menos no objecto que se compra – por prazer, necessidade, partilha, amizade, ou mesmo - e esse é o ponto mais digno - o que melhor celebra o Nascimento de Jesus. Se, com a crise, desaparecer o Pai Natal e toda a sequela de mitos que arrasta, não se perde grande coisa. Não é grave se ele for para o desemprego desde que se salve o sinal íntimo que pretende traduzir.

terça-feira, 22 de novembro de 2005

HERMAN JOSÉ ARREPIOU CAMINHO

É PRECISO APRENDER A PROTESTAR CONTRA O LIXO TELEVISIVO QUE INVADE AS NOSSAS CASAS
Não é novidade para ninguém se dissermos que Herman José é um dos maiores humoristas de sempre do panorama artístico nacional. Ao longo da sua vida, tem brindado os portugueses com inúmeros programas de real originalidade e de grande capacidade criativa. Acontece, porém, talvez por falta de talento momentâneo ou por pensar que a anedota pornográfica é sempre fonte de sucesso, que Herman José caiu no erro de julgar que os portugueses vão todos os dias na onda do que é rasca. O que não é verdade, porque há muita gente que sabe distinguir o que é bom, e forma, do que é mau, e deforma. Daí que muitos, como eu, tenham posto de lado o seu humor, carregado de mau gosto e de baixeza moral. Para bastantes portugueses, a solução foi desligar a SIC na hora nobre em que ele trabalhava para gente que ri facilmente, optando pela anedota barata que não casa bem com ambientes familiares e de princípios morais. Por isso, o último programa do grande humorista português, marcado com a bolinha vermelha, nem sequer figurou entre os 15 mais vistos da televisão portuguesa. Mas como Herman José é um homem inteligente, resolveu arrepiar caminho e regressar aos moldes dos seus tempos áureos, apostando num programa que sirva todas as famílias, agora sem a bolinha vermelha e, por isso, sem anedotas, piadas e sketches que envergonham os mais sensíveis e os mais equilibrados sob o ponto de vista moral. Esta decisão de Herman José foi ao encontro dos interesses da SIC, que ficou satisfeita pela opção do humorista. Mas uma coisa é certa. É preciso apostar na educação de todos, para na hora da televisão sabermos escolher o que é digno de ser visto. Mas também temos de aprender a protestar, com urgência, contra o lixo televisivo que invade as nossas casas.
Fernando Martins

EM DESCANSO POR UNS DIAS

Em descanso por uns dias e ainda com limitações técnicas, não pude marcar presença neste meu diário "on-line", aberto à comunidade cibernáutica. No entanto, não me esqueci de quantos me lêem com regularidade, como sinal de uma fidelidade cativante.
Aqui continuarei com toda a gente, a caminho de um ano de actividade na aldeia global que merece e precisa do envolvimento sadio de todos, sempre pela positiva.
Fernando Martins

sábado, 19 de novembro de 2005

AVEIRO: MAIS RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS

Posted by Picasa Alameda da UA MAIS "CAMAS" PARA ESTUDANTES DA UA
Tudo indica que em 2008 haverá mais residências universitárias em Aveiro, para dar respostas aos muitos estudantes que as procuram. A primeira fase da construção das novas residências, prevista para o início daquele ano, vai a concurso em breve, segundo informou o responsável pelos Serviços Sociais da UA ao JN. Em 2008, portanto, haverá mais 634 "camas".

Um artigo de Rui Machete, no DN

É PRECISO ACREDITAR QUE HÁ UM FUTURO
Em Portugal, a crise começou a ser encarada a sério pelos governos. O actual Executivo, em particular, tem revelado coragem nas medidas a tomar, porventura ainda insuficientes
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É um truísmo dizer que o modelo de Estado europeu de bem-estar se encontra em crise. Os portugueses vivem em pleno essa crise, apesar de nunca terem usufruído completamente das vantagens do Estado-Providência.
Nesta situação, os comportamentos defensivos dos vários sectores da população activa dinamizam-se fortemente - funcionalismo público, incluindo os juízes e os militares, sindicatos representantes dos trabalhadores com contratos sem prazo, etc.
Até as estruturas administrativas autónomas de base territorial, regiões e autarquias sobretudo, se entrincheiram por detrás dos privilégios orçamentais que conseguiram no passado. Os que não têm poder reivindicativo nas negociações colectivas, porque ainda ou já não participam na produção, ou não são representados pelos sindicatos, resignam-se, ou participam nas manifestações de rua que exprimem o desagrado pelas políticas de contenção.
É um quadro que se observa mais ou menos generalizadamente por toda a Europa ocidental. As dificuldades do Estado social resultam em grande medida da excessiva confiança no desenvolvimento económico continuado dos anos sessenta do século passado, da pesada intervenção do Estado na economia, da concorrência internacional exacerbada pela globalização e da própria evolução das condições técnicas do aparelho produtivo.
Os antídotos mais frequentemente preconizados apontam para o exemplo americano e aconselham a concretização de um neoliberalismo sem contemplações com a justiça distributiva.
As terapêuticas necessárias parecem ser, todavia, bem mais complexas e não poderão circunscrever-se apenas aos aspectos económicos.Mas, como quer que seja, põe-se às democracias uma questão crucial ainda não resolvida como conseguirem os Governos fazer aceitar pelos seus eleitores - compostos justamente pelos destinatários das medidas restritivas - as reformas tão necessárias?
As hesitações, as manobras de diversão e as fugas à realidade por parte dos responsáveis políticos explicam-se em grande parte por esta dificuldade. Grassa em muitos países, na classe política, grande desorientação sobre como ultrapassar o obstáculo da opinião pública contrária.
Em Portugal, a crise começou a ser encarada a sério pelos governos. O actual Executivo, em particular, tem revelado coragem nas medidas a tomar, porventura ainda insuficientes. É desejável sob muitos pontos que possa incidir um pacto de regime que permita unir os esforços dos partidos democráticos no esforço comum, mas há que reconhecer ter faltado até agora, apesar dos esforços do Presidente da República, determinação no combate ao pessimismo e sobretudo uma clara mensagem de esperança.
Portugal precisa de poder acreditar no seu futuro e é importante dar as razões concretas para que a confiança seja recuperada.

Princípios e Orientações sobre os Bens Culturais da Igreja

Posted by Picasa Sé de Aveiro Nota da Conferência Episcopal Portuguesa
I – FINALIDADE E NATUREZA DOS BENS CULTURAIS DA IGREJA
A Igreja de Cristo está no mundo para continuar no tempo a missão de Jesus, Filho de Deus em nossa condição humana. Esta missão é a de facultar aos homens e mulheres, na linguagem de cada tempo e das diversas culturas, a vida divina que os salva do mal. Ela assim o faz, reunindo as pessoas, anunciando-lhes a mensagem evangélica e tornando presentes, em assembleias de oração, aqueles gestos e sinais sagrados que o Salvador mandou repetir em sua memória.Este é o fundamento dos princípios que se seguem.
1. A Igreja Católica, para realizar os seus fins, que recebeu por mandato de Cristo, sempre procurou os meios necessários para os atingir.Esses meios supõem o uso em liberdade de espaços adequados à reunião de assembleias, ao ensino, à vida em grupo, à oração comunitária e individual, à celebração de gestos religiosos.
2. Para que sejam adequados às finalidades transcendentes a que se destinam, a Igreja caracteriza esses espaços com os atributos do sagrado, o que faz pela reserva exclusiva e pela expressão artística.
3. Com fundamento na sua natureza de instituição divina e nos princípios inalienáveis da liberdade de religião, reconhecidos pela legislação do Estado, a Igreja mantém-se fiel à sua tradição milenar de dar afectação pública e permanente para o culto e de conferir carácter sagrado àqueles espaços, edifícios ou lugares que o justifiquem.
4. Para o desempenho cabal da sua missão e continuando a encarnação da acção divina na linguagem humana, a Igreja usa bens móveis, materiais e imateriais, que afecta também ao culto de Deus e ao ensino catequético, tais como imagens, alfaias, símbolos decorativos, vestes, livros, cânticos, costumes tradicionais.
5. A Igreja guarda e estima esses bens móveis, ainda quando, perdendo o seu uso litúrgico ou expressividade catequética, eles sejam apenas mas acentuadamente testemunho da tradição.
(Para ler mais, clique aqui)

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

JACINTA ACTUA EM LUANDA EM 1 E 2 DE DEZEMBRO

A cantora de jazz portuguesa Jacinta vai realizar dois espectáculos em Luanda, nos dias 1 e 2 de Dezembro. A iniciativa é do Instituto Camões e da produtora local JJ Jazz
"A presença em Luanda de uma das mais importantes cantoras de jazz portuguesas traduz a importância que Portugal atribui às relações bilaterais ao nível cultural com Angola", afirmou João Pignatelli, adido cultural da embaixada de Portugal na capital angolana. "A política a seguir nesta área passa pela realização de iniciativas conjuntas entre instituições portuguesas e angolanas, com um forte apoio da iniciativa privada dos dois países", acrescentou Pignatelli, em declarações à agência Lusa. O primeiro espectáulo de Jacinta, que se desloca pela primeira vez a Angola, terá lugar no Hotel Trópico (1 de Dezembro), uma das principais unidades hoteleiras da capital angolana, e o segundo no Espaço Baía (2 de Dezembro), junto à Marginal de Luanda. Jacinta estará acompanhada por uma banda formada por José Pedro Coelho (saxofones), Rodrigo Monteiro (contrabaixo), João Cunha (bateria) e Diogo Conceição (piano).
Fonte: Rádio Renascença

Filme sobre João Paulo II emociona o seu sucessor

Estreia em Portugal em 19 e 20 de Dezembro, em horário nobre
Bento XVI mostrou-se emocionado na ante-estreia mundial do filme “João Paulo II”, uma coprodução das italianas Lux Vide e RAI Fiction e da norte-americana CBS. O filme foi projectado na sala Paulo VI do Vaticano, ontem à tarde, perante cerca de 6 mil pessoas.
“A visionação deste filme renovou em mim, e penso que em todos os que tiveram a graça de conhecer João Paulo II, um sentimento de profunda gratidão a Deus, que deu à Igreja e ao mundo um Papa de tão elevada estatura humana e espiritual”, disse Bento XVI após a projecção.
O actual Papa sublinhou a “comunhão espiritual” que os fiéis ainda mantêm com Karol Wojtyla, visível nas constantes peregrinações ao seu túmulo, nas grutas do Vaticano. “A ligação afectiva e espiritual com João Paulo II, que se tornou estreitíssima nos dias da sua agonia e morte, não se interrompeu, porque é uma ligação entre almas: entre a grande alma do Papa e as dos numerosos crentes; entre o seu coração de pai e os corações dos inumeráveis homens e mulheres de boa vontade, que nele reconheceram o amigo, o defensor do homem, da verdade, da justiça, da liberdade, da paz”, apontou.
O filme, de quatro horas de duração, estreará na televisão italiana nos dias 27 e 28 de Novembro e nos EUA a 2 de Dezembro. Muitos pormenores sobre a vida do Papa Wojtyla foram revelados com a colaboração do director da sala de imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, e do secretário pessoal de João Paulo II, Arcebispo Stanislaw Dziwisz.
A sala irrompeu em aplausos quando o filme mostrava o momento em que João Paulo II pediu ao Cardeal Joseph Ratzinger que aceitasse o cargo de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
No visionamento de ontem estiveram presentes representantes de televisões de todo o mundo, entre os quais o director de Programas da RTP1, Nuno Santos. A estreia em Portugal está prevista para os dias 19 e 20 de Dezembro, em horário nobre.
“João Paulo II” foi filmado em 12 semanas, utilizando 4 mil fatos e gastando milhões de Euros em efeitos especiais – com a reconstituição da Capela Sixtina, do apartamento do Papa e de 4 “papamóveis”.
No elenco, além de John Voigt e Cary Elwes (que representam o papel do Papa), contam-se Ben Gazzarra, Christopher Lee, Vittoria Belvedere, Daniele Pecci, Valeria Cavalli, Gabriele Ferzetti, Flavio Bucci e Giuliano Gemma.Em declarações à Rádio Vaticano, John Voigt confessou que “uma das coisas importantes que descobri foi a forma como esta personagem se tornou tudo aquilo que vemos agora no filme: a sua capacidade de tratar as pessoas, a sua fé fortíssima, as suas posições morais”.
Fonte: Ecclesia

ASSOCIAÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL VIVER EM ALEGRIA

Posted by Picasa Aposentados partilham e socializam com alegria
De um grupo de pessoas aposentadas, que se reuniam para passar o tempo, nasce a Associação de Solidariedade Social “Viver em Alegria” na Figueira da Foz. Isto acontece com toda a naturalidade, porque cedo começam a sentir que não podiam ficar por aí e que era preciso fazer algo de importante em prol da comunidade. A actual presidente da direcção, Natércia Crisanto, licenciada em História, "mostra" ao SOLIDARIEDADE como de um encontro de aposentados pode nascer uma instituição como esta, que aposta em partilhar e socializar com alegria.
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NB: Nas minhas saídas, aproveito, por vezes, a oportunidade de conhecer instituições, que depois divulgo aqui e publico. Para conhecer esta, clique SOLIDARIEDADE

Comunicado final da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa

BISPOS PORTUGUESES REUNIDOS EM FÁTIMA, DE 14 A 17 DE NOVEMBRO
1. De 14 a 17 de Novembro de 2005 reuniu, na Casa de Nossa Senhora das Dores do Santuário de Fátima, a 161ª Assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) com a participação do Presidente e da Vice-presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP). Esteve também presente o Senhor Núncio Apostólico, D. Alfio Rapisarda.
2. O início da primeira sessão foi aberto à comunicação social e constou do discurso de abertura do Presidente da CEP, D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga. D. Jorge começou por sublinhar a importância da transmissão da fé como tema basilar para a reflexão da CEP ao longo do próximo triénio. Apontou, depois, alguns desafios concretos no momento presente da sociedade portuguesa: educar para a corresponsabilidade de todos na preservação da natureza, de modo a prevenir tragédias como a dos incêndios; valorizar o poder local, nomeadamente o autárquico, fundamental para o desenvolvimento harmónico e integral dos habitantes; apelar para uma cultura da vida em todas as suas dimensões e etapas, desde a fecundação até às condições humanizantes para o seu desenvolvimento; entender a educação da sexualidade numa visão integral da dimensão afectiva do ser humano e que implique todos os agentes formativos, particularmente a família. Congratulou-se com a realização do Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE); evocou a memória de D. Alberto Cosme do Amaral, Bispo emérito de Leiria-Fátima, recentemente falecido.
(Para saber mais sobre o que decidiram os bispos portugueses, clique aqui)

Um artigo de António Rego

Visita à Cidade
Não foi apenas Lisboa. Todo o país viu. E, pelos resultados de audiência e atenção dos media, o país entrou na festa, tal como mergulha na dor duma tragédia ou no entusiasmo dum acontecimento festivo. Nas suas proporções, os media por empatia, “congregam a comunidade dispersa” dando-lhe sintonia e unidade - também religiosa. Tornando, assim, irrelevante, qualquer distância física entre o emissor e o receptor.
Aconteceu em Lisboa, integrado no Congresso, o cortejo da Luz. Foi um elemento, entre muitos outros, visita à cidade que esteve no subconsciente de todas as sessões das cinco capitais da Europa que abraçaram o projecto. Por muitas formas se tem tentado expressar a incapacidade dolorosa de comunicar por inteiro para o “outro lado do muro”. E parece, de facto, um muro, esta separação agressiva, apática ou neutral entre a Igreja e o Mundo. Velho problema que ganhou contornos diversos desde que Jesus falou do Mundo (que veio salvar), mas a que os seus discípulos não pertencem. E na exegese, ora conflituosa ora condescendente ou mesmo exaltante desta palavra Mundo, se tem o cristianismo confrontado, explicitando por vezes, de forma mais corajosa, a dualidade constante de bem e mal, pecado e salvação no âmago do mundo. Também se pergunta se a Igreja não está “fora” da cidade por dela ter fugido ou por ela a ter abandonado. Eis uma questão que exige uma procura constante de diálogo e clareza nas marcações de fronteira mas também nas linhas de aproximação. Há, nesta dicotomia, dialécticas falsas e aproximações simplistas. Mas há passos gigantes, ensaiados sob o impulso do Espírito e ensinamentos da história. O maior e mais próximo de nós surge do Concílio Vaticano II que de tão próximo e familiar o damos por adquirido, esquecidos dos obstáculos que a Igreja corajosamente já venceu.
Tudo isto para dizer que o Congresso, como a Pastoral da nova evangelização ensaiam passos de diálogo e aproximação com o nosso mundo sem trair a originalidade da sua mensagem. O cortejo da Luz, que ocorreu naquela inesquecível vigília, foi uma visita à cidade que se sentiu bem, olhada e iluminada pelo olhar da Virgem de Fátima.Com o brilho e a luz nos olhos do Povo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Bento XVI apadrinha estreia mundial de filme sobre João Paulo II

Posted by Picasa Bento XVI ESTREIA DO FILME "JOÃO PAULO II" TERÁ LUGAR HOJE NO VATICANO
A estreia do filme “João Paulo II” terá lugar hoje no Vaticano, com a presença do Papa Bento XVI. A obra foi realizada na Polónia e na Itália pela produtora italiana Lux Vide, a RAI Fiction e a norte-americana CBS. O filme, de quatro horas de duração, estreará na televisão italiana nos dias 27 e 28 de Novembro e nos Estados Unidos a 2 de Dezembro. Conta com a actuação de Jon Voight, para quem a representação do papel do Papa João Paulo II foi uma experiência que "mudou a minha vida".
No visionamento desta tarde estarão presentes representantes de televisões de todo o mundo, entre os quais o director de Programas da RTP1, Nuno Santos. A estreia em Portugal está prevista para os dias 19 e 20 de Dezembro, em horário nobre. "João Paulo II deve ser olhado como alguém que foi mais do que um líder religioso.
A série retrata-o como um homem que mudou o curso da história. Esse é o seu principal legado", disse Nuno Santos, em comunicado enviado pela estação.
“João Paulo II” foi filmado em 12 semanas, utilizando 4 mil fatos e gastando milhões de Euros em efeitos especiais – com a reconstituição da Capela Sixtina, do apartamento do Papa e de 4 “papamóveis”.
No elenco, além de John Voigt e Cary Elwes (que representa o Papa numa idade mais jovem), contam-se Ben Gazzarra, Christopher Lee, Vittoria Belvedere, Daniele Pecci, Valeria Cavalli, Gabriele Ferzetti, Flavio Bucci e Giuliano Gemma.
Fonte: Ecclesia