domingo, 9 de outubro de 2005

Um poema de Sebastião da Gama

Posted by Picasa Deus sorri Deus sorri…, Deus sorri… É um sorriso triste, às vezes… A uns é um sorriso triste… É um sorriso alegre, a outros, de outras vezes… Feliz o que puder perceber, o sorriso de Deus. Fúteis, violados todos os mistérios, que o sorriso de Deus tudo esclarece. Meus olhos nítidos, olhai: Em que mistérios creis ainda? Que verdades ainda vos escapam? Que nuvem ou que sombra vos empece, se o sorriso de Deus tudo esclarece e até à flor das nuvens e das sombras vai sorrindo? In "Cabo da Boa Esperança"

Uma reflexão do padre João Gonçalves, da Glória

Posted by Picasa Padre João Gonçalves Bons e maus Numa visão linear das pessoas, dá-nos logo vontade de dividir a sociedade, em partes desiguais, em que a parte menor é a dos bons, onde logo nos perfilamos, em lugar de distinção; porque os maus são os outros; estão do lado de lá, onde eu não estou, nem admito que alguém ponha tal hipótese.
Aqui está uma posição tão simples quanto incorreta, ou falsa.Quem são os bons, quem são os maus...
Ninguém nos dá o direito de classificar ninguém, muito menos quando sabemos que os nossos juizos são feitos pela roupagem, pelo que se vê, apenas pela aragem.
Mesmo assim, sabendo que é normal haver pessoas boas e pessoas más, também sabemos que há os que estão a caminho da conversão, os que lutam, os sérios, os que querem, mas ainda não conseguiram.
Afinal, quem pode julgar? E condenar?Uma coisa nos diz a Escritura: o Senhor preparou um banquete para toda a gente; não quer excluir ninguém da festa dos povos. Ele é igualmente o Pai de todos; chama a todos, a todos ama por igual.
A mão do Senhor está por aí, em todos os montes em todos os ombros; Ele quer fazer coincidir os chamados com os escolhidos.
in "Diálogo", 1043 - XXVIII DOMINGO COMUM

POSTAL ILUSTRADO: Costa Nova

Posted by Picasa COSTA NOVA DO PRADO
Em qualquer época do ano, a Costa Nova do Prado, mais conhecida por Costa Nova, simplesmente, oferece ao visitante paisagens dignas de serem apreciadas. O que é preciso é ele vá com calma e com olhos de ver.
Sugiro que hoje, dia eleições, passe por lá, enquanto aguarda os resultados eleitorais. Caminhe tranquilamente junto à Ria e contemple as esculturas que ali estão para serem vistas e admiradas. Verá que vale a pena.
F.M.

SÍNODO DOS BISPOS: Denunciada perseguição aos católicos

Posted by Picasa Vaticano Perseguições aos católicos acontece em países muçulmanos, como a Arábia Saudita o Iémen
O presidente da Conferência Episcopal da Etiópia alertou o Sínodo para a situação preocupante de centenas de milhares de católicos na Eritreia, Etiópia e Somália. Nos países muçulmanos, o domingo é um dia de trabalho e em muitos desses países não há igrejas, não há padres e nem liberdade religiosa. Milhares de cristãos tentam arranjar emprego nos países do Golfo Pérsico, imigram aos milhares, mas só conseguem emprego se substituírem os seus nomes de baptismo por nomes muçulmanos e as mulheres são forçadas a vestirem-se como manda o Islão. De Roma sai um apelo aos Bispos presentes no Sínodo para reforçarem o apoio a todos os cristãos imigrantes e pressionarem os Governos muçulmanos a respeitarem a liberdade religiosa dos cristãos.
Fonte: RR

sábado, 8 de outubro de 2005

DIA MUNDIAL DOS CUIDADOS PALIATIVOS

Posted by Picasa Apenas cinco mil portugueses têm acesso a cuidados paliativos
Há o choque, o tempo que pára, o pânico, a impotência, uma enorme tristeza. Cuidar de alguém da família que está a morrer é assustador, mas também pode ser altamente reconfortante. Manter em casa ou num hospital um doente terminal apoiado por uma equipa de cuidados paliativos é um direito que ainda é negado à esmagadora maioria dos portugueses. Hoje celebra-se pela primeira vez o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos. Mais de 60 mil dos 105 mil portugueses que morrem anualmente precisam de cuidados paliativos porque sofrem de doenças incuráveis, prolongadas e progressivas, das demências como o Alzheimer, passando pelo cancro ou pela sida. "Mas menos de cinco mil pessoas terão tido acesso a estes cuidados, disse ao PÚBLICO a coordenadora nacional do Movimento dos Cidadãos Pró-Cuidados paliativos, Ana Cabral.
No país existem apenas sete unidades com equipas de profissionais especializadas em prestar cuidados clínicos, emocionais e espitituais aos doentes em fim de vida e às suas famílias. São equipas compostas por médicos, enfermeiros assistentes sociais, que também podem incluir voluntários e até assistentes espirituais. "O lema é que, mesmo não havendo cura, há muito que podemos fazer pelos doentes", explica Isabel Galriça Neto, a coordenadora da única equipa de cuidados paliativos a funcionar num centro de saúde, em Odivelas.
"As pessoas têm de saber que os cuidados paliativos são um direito do doente", explica. Uma ideia partilhada por Ana Cabral. "Apesar dos progressos, há ainda muito a fazer em Portugal. Este é um direito de todos e devemos reclamá-lo", conclui a responsável.
(Para ler todo o artigo de Joana Ferreira da Costa, clique PÚBLICO)

ENERGIAS ALTERNATIVAS

Posted by Picasa ENERGIA EÓLICA
Confesso que às vezes fico perplexo com as atitudes de alguns ecologistas radicais. Quando toda a gente fala da necessidade de se descobrirem energias alternativas e não poluentes, porque o petróleo não dura sempre, logo aparecem certos extremistas a protestarem contra as torres eólicas instaladas, obviamente, em cima dos montes, onde o vento abunda. Que desfeiam a natureza, dizem eles, mas na realidade são precisas, porque sem energia eléctrica acabaremos por viver como os homens das cavernas.
Claro que tudo sem de ser estudado e programado, mas urge avançar para que a qualidade de vida não fique diminuída. Ficarmos dependentes só das energias tradicionais é que não me parece correcto.
F.M.

SÍNODO DOS BISPOS: Problemas da Igreja com abordagens divergentes

Bispos estão contra «falsas expectativas» de mudança, sem esconderem a necessidade de debate
Quase uma semana depois da abertura da XI assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, começam a ser claras as diferenças de opinião entre os 256 prelados presentes neste grande evento eclesial.Após oito Congregações Gerais, quatro sessões de intervenções livres e uma sessão de trabalho nos Círculos menores, os padres sinodais continuam a apresentar uma leitura diversificada da situação eclesial – estimulada pelas primeiras intervenções do próprio Papa, que falava na “legítima diversidade” na vivência da fé.
Ao longo destes primeiros dias, os vários intervenientes têm partido do tema genérico, “Eucaristia: fonte e cume da vida da Igreja”, para lançar um olhar sobre o mundo contemporâneo. Nele detectam a perda do sentido do sagrado, a crise de valores, a secularização, a destruição da natureza, as injustiças e desigualdades sociais, que desafiam a Igreja.
A estas questões juntam-se questões internas, de não menor importância, como as falhas na vida litúrgica e na celebração do Domingo, a crise de vocações, a situação dos divorciados, as dificuldades no ecumenismo, a falta de compreensão do mistério eucarístico, a incapacidade de transformar o homem.
Perante a pressão mediática que, apesar dos trabalhos decorrerem à porta fechada não se deixa de fazer sentir, os Bispos já deixaram claro que não passam de “falsas expectativas” as ideias de mudança veiculadas pela comunicação social, sobretudo no que se refere às questões relacionadas com o celibato dos padres.
Essa matéria esteve presente na “Relatio ante Disceptationem” (Relatório antes da discussão) apresentada pelo Cardeal Angelo Scola, Relator Geral do Sínodo. Sobre a possível ordenação de homens casados (viri probati), na ordem do dia por causa da falta de padres, o relatório sublinha que o celibato tem como base “profundos motivos teológicos”, apesar de reconhecer que a crise vocacional assume “proporções extremamente graves” de que são testemunhas numerosos Bispos.O Cardeal Scola defendeu o “valor profético e educativo do celibato” e sustentou que a Igreja não pode resolver esta questão “como uma empresa que se tem de dotar de uma determinada quota de quadros dirigentes”.
Esta intervenção serviu como ponto de partida para muitas outras, com os participantes a pronunciarem-se em diversos sentidos, preocupados com a falta de padres nas comunidades cristãs. Esta manhã, por exemplo, o Cardeal Nasrallah Pierre Sfeir, Patriarca de Antioquia dos Maronitas (Líbano), que admite ao sacerdócio homens casados, diz que essa prática “resolve um problema, mas cria outros graves”, como a impossibilidade de transferir um padre quando a família não pode segui-lo.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

NO Diário de Notícias: Estaria Mao correcto?

MAO
Deverá o enorme retrato do presidente Mao continuar por cima da porta da Praça Tianan-men? Deverá o partido do Governo chinês continuar a chamar-se Comunista?Estas perguntas não são ociosas. A não ser que, e até que, os líderes chineses respondam a ambas as perguntas com um simples "não", continuarão a ter as mãos sujas de sangue e uma legitimidade envenenada.
Muitos chineses não aceitam o Governo comunista precisamente porque o Partido Comunista nega o seu passado, (e continua) sem pedir desculpas pela sua crueldade.Esta é uma das razões por que a China tem um "problema" chamado Taiwan. Os comunistas chineses insistem que ser-se chinês implica a aceitação da realidade política de uma única soberania comunista. Há, sem dúvida, muitos cidadãos de Taiwan que pensam que, se ser-se chinês implica a aceitação de tudo o que está ligado ao nome de Mao Tsé-Tung e ao Partido Comunista Chinês, então preferem negar a sua qualidade de chineses do que assumir alguma dessa vergonha.
De igual forma, enquanto uma sondagem recente descobriu que 70% da população de Hong Kong está orgulhosa de ser de etnia chinesa, uma percentagem similar tem vergonha da conduta do Governo continental. A mensagem que passam para o Governo de Pequim é a seguinte não podem tirar-nos a nossa etnia mas conspurcaram a nossa dignidade com a vossa barbárie.
Para Hong Kong, o símbolo que define o Governo comunista é a despreocupada matança de estudantes de 4 de Junho de 1989.Inseridas na Constituição do partido Comunista Chinês estão as seguintes palavras "Mao Tsé-Tung, o chefe representante do partido, criou o Pensamento de Mao Tsé-Tung, o qual provou, pela prática, estar correcto e baseado no qual o Partido Comunista desenvolveu o sistema básico de socialismo na economia, na política e na cultura depois da fundação da República Popular."
(Para ler todo o artigo, clique aqui)

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

DOMINGO HÁ ELEIÇÕES

O NOSSO VOTO É TÃO IMPORTANTE COMO O DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Toda a gente já sabe que no próximo domingo vamos ter eleições. Vamos escolher, no cumprimento de um dever cívico e de uma obrigação moral, os autarcas para a Câmara Municipal, para a Assembleia Municipal e para a Assembleia de Freguesia. Desta vai sair o presidente da Junta de Freguesia. A democracia tem esta coisa bonita de nos fazer sentir que, neste dia, todos somos cidadãos de primeira. O nosso voto é igual ao do Presidente da República, é igual aos votos de gente pobre e rica, é igual aos votos dos intelectuais, dos letrados e dos iletrados. Todos têm o mesmo valor. E por um voto a mais ou a menos podemos dar a vitória ou a derrota a um candidato qualquer. Por isso, é importante que votemos, para mais tarde, se necessário, termos autoridade moral para denunciar injustiças e desleixos ou ofensas à democracia e ao bem comum. Não podemos, portanto, ficar em casa, dando aos outros a oportunidade de decidirem por nós. Nós temos de ser pessoas comprometidas com a democracia e com o governo das autarquias a que pertencemos. Durante uns tempos, os candidatos foram dizendo o que pensam e o que pretendem fazer. Foram dizendo, por todos os meios, quais são as suas propostas. E foi bom verificar que todos, mas mesmo todos, avançaram com propostas válidas e com ideias com as quais a maioria se identifica. Umas mais elaboradas do que outras, algumas mais viáveis do que outras, mas todas boas, no essencial, para o povo. Sendo assim, e porque somos pessoas responsáveis, vamos então escolher quem há-de ficar à frente dos destinos dos órgãos autárquicos. Votemos, pois, em consciência, escolhendo aqueles que consideramos serem os melhores. Fernando Martins

NOBEL DA PAZ 2005

Nobel da Paz entregue à Agência Internacional de Energia Atómica e a Mohamed ElBaradei
O Prémio Nobel da Paz 2005 foi hoje atribuído à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e ao seu director, Mohamed ElBaradei, "pelos seus esforços na prevenção do uso militar da energia nuclear". O Comité Nobel anunciou que o prémio atribuído à AIEA e ao egípcio ElBaradei justifica-se pelos "esforços na prevenção do uso militar da energia nuclear" e de "controlo para que a energia nuclear com fins pacíficos seja usada da forma mais segura possível".
"Numa época em que a ameaça das armas nucleares cresce cada vez mais, o Comité Nobel quer sublinhar que essa ameaça deverá ser contida através de uma cooperação internacional o mais alargada possível", afirmou o presidente do Comité Nobel, Danbolt Mjoes.
A distinção atribuída ao organismo das Nações Unidas e ao seu director surge numa altura em que a comunidade internacional tenta convencer o Irão e a Coreia do Norte a renunciar às suas aspirações nucleares. Coincide igualmente com o 60º aniversário do lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de Agosto de 1945, que provocaram mais de 200 mil mortos na altura do impacto.
Em 1995, o Comité Nobel tinha atribuído a mesma distinção ao movimento anti-nuclear Pugwash (fundado no Canadá) e ao seu fundador, Joseph Rotblat.Fundada em 1957 e com base em Viena (Áustria), a AIEA teve um papel fundamental nos meses que antecederam a intervenção norte-americana e britânica no Iraque. Apesar dos relatos das agências de segurança dos EUA, a AIEA estimou que o Iraque não possuia armas de destruição maciça, uma avaliação que, mais tarde, se revelou correcta.
Fonte: PÚBLICO on-line
(Para ver lista dos contemplados com o Nobel da Paz, clique PÚBLICO)

BIBLISTA CARREIRA DAS NEVES DÁ ÚLTIMA AULA NA UCP

"Nada se sabe sobre a infância de Jesus Cristo"
Nasceu Jesus num estábulo em Belém da Galileia? Foi adorado por Reis Magos? Foi levado por Maria e José para o Egipto a fim de sobreviver à matança dos inocentes? Estas narrativas constam na Bíblia, e muitos cristãos encaram-nas como factos históricos. Mas, "sobre a infância de Jesus, a começar pelo seu nascimento, modo e circunstâncias, nada sabemos. Os evangelhos da infância não são história factual, mas funcional. A Bíblia não é um absoluto". Estas afirmações foram ontem proferidas por Joaquim Carreira das Neves, na Universidade Católica, em Lisboa, no seu "adeus" à Faculdade de Teologia. O maior especialista português em exegese bíblica, de 71 anos, apresentou a sua lição de jubilação.
Foram 40 anos de docência e investigação bíblica iniciados quando o Concílio Vaticano II (1965) anunciava uma nova relação da fé com a realidade humana. Carreira das Neves sintetizou ontem o seu pensamento, que o distinguiu ao longo dos tempos, segundo o qual o Jesus da fé é imperceptível sem o estudo do Jesus histórico.
Esta ideia trouxe-lhe dissabores. "Levei alguma pancada e continuo a receber. Mas valeu a pena porque a verdade vem sempre ao de cima", disse aos jornalistas.
A história de Jesus, contada pelos evangelistas, apresenta-se sem "concordismo interno". Por isso, algumas narrativas, como as da infância, da concepção virginal, ou mesmo as da ressurreição, "são sempre uma questão de fé e não história factual", afirmou o exegeta durante a sua lição.
Estamos a falar de construções literárias? Sim, "construções mas não invenções". Os evangelhos, na realidade, "aparecerem por necessidade interna das primeiras comunidades cristãs", à medida que morriam as testemunhas oculares do Jesus histórico. Depois, o seu resultado final "corresponde a esse evangelizar contínuo, e a leituras e releituras do Antigo Testamento, já que o desígnio final de Deus tinha que passar pela realização profética e messiânica das Escrituras Hebraicas". Em suma, os evangelhos são uma catequese da Igreja sobre o "Jesus total", o ressuscitado, perceptível apenas com a fé.
Mas, também há muita histórica factual nos Evangelhos. Para Carreira das Neves, é preciso estudar, "sem medo", o Jesus histórico", - "ainda que isso crie algum mal estar" - de modo a que "as pessoas possam fazer opções existenciais e racionais", defendeu.
Texto de Licínio Lima, no Diário de Notícias

Santa Sé pede promoção dos idosos junto da ONU

Posted by Picasa É preciso aproveitar as experiências e os conhecimentos das pessoas mais velhas
O Núncio Apostólico nas Nações Unidas, D. Celestino Migliore, afirmou que é necessário "criar um amplo leque de oportunidades para usar o potencial, experiência e conhecimentos das pessoas mais velhas", ao referir-se ao papel dos idosos na actualidade. Diante de representantes de todo o mundo na sede da ONU, o prelado indicou que "esta perspectiva e atitude permitir-lhes-á continuar ligados à sociedade e fazer a diferença no mundo".
"Há três anos, em Madrid, a Santa Sé descreveu os idosos como ‘os guardiães da memória colectiva, conservadores das relações intergeracionais e transmissores de valores autênticos que definiam a sua existência’", lembrou o observador permanente da Santa Sé junto da ONU.
D. Migliore destacou o importante papel que tem a família na "segurança integral, bem como na saúde, mental, física e espiritual" dos idosos. "Por essa razão, a Santa Sé oferece o seu apoio, através de diversos programas de assistência. Actualmente, as agências e organizações católicas em todos os continentes dão assistência a idosos em mais de 13 mil lugares, incluindo mais de 500 centros na África, 3 mil na América e mil e 400 na Ásia", acrescentou.
O Núncio informou também que, "de acordo com as estatísticas, existem hoje mais de 600 milhões de pessoas acima de 60 anos; estima-se que, para o ano de 2050, haverá mais de 1,8 mil milhões". "Esta tendência mostra duas coisas: primeiro, que qualquer país deve chegar a ser e manter-se –como o documento de Madrid de 2002 afirmava– ‘uma sociedade para todas as idades’; e segundo, devemos ser muito cautelosos quando as políticas fiscais e internacionais se referem ao âmbito da engenharia humana", precisou.
Fonte: Ecclesia

SÍNODO DOS BISPOS: Divorciados recasados em debate

Alterações litúrgicas têm proporcionado amplo debate entre os padres sinodais
A quarta Congregação Geral da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, ficou marcada pela proposta do arcebispo neozelandês de Wellington, que sugeriu que os divorciados recasados pudessem voltar a comungar. «Enriquecíamos as nossas Igrejas se pudéssemos convidar os católicos comprometidos, e actualmente excluídos da Eucaristia, a voltarem à mesa do Senhor. Aqueles cujo primeiro matrimónio terminou de forma triste», mas que «nunca abandonaram a Igreja», explicou D. John Dew.
O prelado disse mesmo que «o Sínodo deve ter um enfoque pastoral» e que, por isso, «há que avaliar as formas de incluir aqueles que têm fome do Pão da Vida. É necessário enfrentar o escândalo daqueles que têm fome do alimento eucarístico, tal como se deve encarar o escândalo da fome física ».
O discurso de D. John Dew surgiu num dia em que o jornal Il Foglio, dedicado exclusivamente ao comentário de notícias e considerado como um dos mais informados de Itália, assinalou que alguns grupos de pressão estão a tentar influenciar as conclusões do Sínodo. Il Foglio refere que o Papa Bento XVI elegeu pessoalmente figuras «conhecidas pelas suas posições mais tradicionalistas, tal como o alemão Joachim Meisner, o australiano George Pell e o canadiano Marc Ouellet».
Segundo o diário romano, «o bispo Donald Trautman – que preside à Comissão de Liturgia do Episcopado norte-americano – atacou duramente o Instrumentum laboris, considerando- o indigno e criticando a sua posição conservadora ». Para Il Foglio, «a ala progressista dos bispos procurará abrir uma brecha na chamada pastoral dos divorciados recasados, para que estes voltem a comungar ». «A pressão parece vir especialmente da França», dado que «esta questão foi mencionada pelos bispos beneditino Robert Le Gall de Mende e Roland Minnerath de Digione», que participam nos trabalhos sinodais.
«Será interessante seguir o desenvolvimento do debate sobre este tema», porque «pela primeira vez na história dos sínodos se reservou um tempo para perguntas e respostas entre os padres sinodais», conclui o diário italiano.
(Para ler mais, clique Ecclesia)

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

ABORTO: Bispos portugueses vão pronunciar-se sobre referendo

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A Conferência Episcopal Portuguesa vai tomar um posição, no dia 11 deste mês, sobre o referendo ao aborto
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O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa e Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, garantiu à Renascença que vai ser divulgada, no dia 11 deste mês, uma declaração do Conselho Permanente, sobre o referendo ao aborto. "Do ponto de vista doutrinal, a posição da Igreja é clara: não achamos que o referendo fosse necessário, mas a haver, será uma ocasião para que as pessoas tomem mais consciência dos seus comportamentos, das suas atitudes, e se responsabilizem de modo social", sublinha D. Carlos Azevedo. Recorde-se que o Presidente da República enviou para o Tribunal Constitucional o projecto de referendo ao aborto, aprovado no Parlamento.
Fonte: Rádio Renascença

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino Pessoa e comunidade, horizonte permanente da igreja
Sempre me fez impressão ao ouvir os avisos da semana, no princípio ou fim das eucaristias dominicais, como tudo se reduz, normalmente, às missas e às muitas reuniões das diversas actividades pastorais. Quem tal ouvir pensará que a Igreja tem apenas preocupação com as coisas do culto e as actividades de cariz religioso.
De facto, não se deveria nunca esquecer que os leigos são cristãos no mundo e é aí que realizam a sua vocação de ser luz e fermento do Evangelho na sua vida familiar, profissional, social e política. A vida de um cristão não se esgota no interior do templo, mas processa-se em mil lugares e ocasiões que significam apelo a uma vivência da fé, de testemunho e de compromisso de acção.
A Igreja será sempre um espaço e um lugar a apontar o horizonte inesgotável da vida concreta. A sua luz vem-lhe do Deus em que acredita, que outra coisa não quer dela senão que seja servidora permanente das pessoas e das comunidades. Isso faz-se de muitas maneiras, também nas actividades do templo pela pregação, pela catequese das diversas idades, pelas próprias celebrações que despertam para a partilha solidária. Porém, torna-se cada vez mais necessário que as paróquias e os movimentos laicais se preocupem em programar actividades que ajudem a responder às questões que hoje se põem às pessoas no mundo complexo em que vivem.
Questões da vida, da família, da educação e da cultura, da justiça no trabalho, dos direitos e deveres que fluem da condição de cidadãos, da necessidade de diálogo com gente que pensa de modo diferente, têm de ser cada vez mais questões do dia-a-dia de uma comunidade cristã.
Actividades que ajudem a ler a vida, a abrir-se aos problemas e a dialogar sobre eles, a colaborar, seja com quem for, para que se encontrem as soluções possíveis para os problemas que, no dia-a-dia, constituem para muita gente um peso difícil de suportar e de levar, devem fazer parte da vida de uma paróquia, viva, atenta e servidora.
Os problemas sociais, dos profissionais aos políticos, requerem a participação, dada de modo diferente, mas que pode ser sempre complementar, quer dos cristãos mais conscientes, quer dos outros cidadãos que não são ou já se não dizem cristãos. Cada um deve formar-se para traduzir a sua opinião e a sua participação, segundo os princípios que enformam a sua vida e procuram o bem de todos. A diversidade justificada e qualificada é sempre uma riqueza.
A doutrina social da Igreja constitui um enriquecimento iluminador da acção dos cristãos na sociedade. Está acessível, de muitos modos, e torna-se urgente encaminhar para onde se ensina ou promover iniciativas no mesmo sentido.
O ano pastoral que começa convida-nos a ser cada vez mais uma Igreja que serve as pessoas e a sociedade, esforçada por compreender a realidade e os problemas, empenhada em encontrar respostas válidas e em promover colaboração. Ser cristão e ser Igreja no mundo não tem um recorte meramente religioso, mas sim humano e social, que o Evangelho ilumina e a que dá sentido de empenhamento iniludível.
Deus não faz história de salvação, nem à margem, nem paralela à história das pessoas e das comunidades. Entra nela, adapta-se ao ritmo dos seus protagonistas, abre-se às situações novas que vão surgindo, alarga o leque dos colaboradores, põe no caminho servidores preparados e incondicionais, não marca prazos, mas também não aceita senão as delongas inevitáveis. A sua pedagogia deve ser a da Igreja, pois a história é a mesma.
“A Igreja no mundo contemporâneo”, que traduz o título “alegria e esperança” de uma constituição conciliar, designa um estilo novo de ser Igreja no mundo, porta sempre aberta à compreensão, à responsabilidade, ao desafio à construção de um mundo mais humano e mais fraterno, porque só esse corresponde ao projecto do Criador.

JOÃO PAULO II: UM PAPA PARA DOIS SÉCULOS

Posted by Picasa Ainda João Paulo II
Com organização de António Marujo, jornalista do Público, “Um Papa entre dois séculos” recolhe depoimentos sobre o pontificado de João Paulo II de D. José Policarpo, Cardeal Patriarca, Adriano Moreira, António Matos Ferreira, Fr. Bento Domingues, Clara Pinto Correia, João Bénard da Costa, José Manuel Pureza, Leonor Xavier, Manuel Braga da Cruz, Pedro Strecht e Teresa Martinho Toldy. A primeira edição do livro saiu em Outubro de 2004, meio ano antes da morte de João Paulo II.
Nas palavras de António Marujo, a obra tem a pretensão de “debater a acção de João Paulo II na pluralidade e multiplicidade dos seus gestos e ideias”. Ou seja, ouvindo opiniões de pessoas altamente empenhadas na Igreja, como o Patriarca, e outras “com participação menos intensa” (mas que noutras épocas foram leigos muito intervenientes, como João Bénard da Costa), exercita-se a opinião pública dentro da Igreja.
“Para muitos baptizados, a consciência da igualdade radical dos filhos de Deus deve traduzir-se na possibilidade da livre expressão e participação na comunidade eclesial. E se o pensamento ou o agir de um Papa diz respeito a todos os fiéis, por todos pode (deve) ser debatido e aprofundado”, escreve A. Marujo na Introdução.
O bispo, o politógolo, a teóloga, a jornalista, o economista, o historiador... proporcionam-nos diferentes avaliações, por vezes contraditórias ou paradoxais, do homem que esteve à frente da Igreja no último quarto de século. No fundo, também, visões da Igreja e do mundo.
"Um papa para dois séculos"
Coordenação de António Marujo
Livros do Brasil
174 páginas
Fonte: Correio do Vouga

PROBLEMAS TÉCNICOS

Alguns problemas técnicos impedem-me de comunicar com os meus leitores, com a regularidade e a eficácia que gostaria de manter. A todo o momento espero regularizar a situação.
F.M.

Um artigo de Maria Santos, no DN

Relançar a campanha 'Pobreza Zero'
Muitos portugueses têm vindo, ultimamente, a ser "tocados" pela campanha "Pobreza Zero", uma acção internacional desencadeada por cerca de 900 organizações não governamentais de de-senvolvimento, oriundas de 70 países. Esta campanha faz apelo a cada um de nós, para uma participação mais activa e solidária na luta contra a pobreza. Foi assim que o recente concerto dos U2 em Lisboa representou, sem dúvida, um importante impulso para as iniciativas da Oikos (Associação de Cooperação e Desenvolvimento, coordenadora da campanha em Portugal, a decorrer desde Julho, e que pode ser acompanha- da através do site www.pobrezazero.org). As pulseiras brancas (símbolo internacional da luta contra a pobreza) também têm sido distribuídas amplamente no nosso país, e um manifesto-apelo da sociedade civil para uma acção global contra a pobreza no mundo - subscrito por milhares de cidadãos - foi entregue, no passado dia 9 de Setembro, no Gabinete do primeiro-ministro.
Participar, actuar, exigir dos governos o cumprimento das promessas estabelecidas na Declaração do Milénio, ou seja, concretizar os oito objectivos específicos para o desenvolvimento mundial, aprovados pelas Nações Unidas, em 2000, é uma tarefa que nos deve mobilizar a todos! Não podemos esquecer que, então, chefes de Estado e de Governo, entre os quais o nosso, declararam solenemente a sua determinação política de, até 2015, reduzirem para metade a fome e a pobreza extrema. É certo que faltam ainda dez anos para se cumprirem as premissas estabelecidas nos Objectivos do Milénio, esse "catálogo" de compromissos que incorpora algumas das recomendações das conferências mundiais realizadas entre 1992 e 1996, com destaque para a Cimeira da Terra (Rio de Janeiro, 1992), a Conferência sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994) ou a Cimeira Mundial sobre Alimentação (Roma, 1996).
(Para ler todo o artigo, clique DN)

Um artigo de Sarsfield Cabral, no DN

CATALINA
Consta que Catalina Pestana abandonará a Casa Pia de Lisboa em Dezembro. Não por vontade própria, mas porque o ministro do Trabalho e da Segurança Social não desejaria mantê-la como provedora. Custa a acreditar que isto seja verdade, por duas razões.
Primeiro, e mais importante, porque Catalina tem sido o grande apoio dos jovens que testemunham pela acusação no julgamento em curso. E de apoio precisam eles. Foram vítimas de crimes horrorosos, o que está fora de dúvida. Têm sido alvo de múltiplas e às vezes ferozes pressões para se calarem. E a lentidão do processo, com todas as chicanas utilizadas (lembram-se das célebres declarações para memória futura, que nunca se concretizaram?), poria os nervos em franja a qualquer um. Não admira que vários desses jovens vivam há anos numa situação psicológica de grave instabilidade, que já levou a tentativas de suicídio. Ninguém pode garantir que tudo o que os rapazes dizem seja verdade - nem pode garantir o contrário, que seja tudo mentira. Mas uma coisa é certa o Estado é responsável pela tragédia destas vidas, que estavam a seu cargo. Tem agora obrigação de, pelo menos, não fragilizar ainda mais os jovens envolvidos no processo, retirando-lhes o seu principal apoio.
Depois, afastar Catalina Pestana em pleno julgamento é uma enorme insensatez política, porque a decisão será vista como uma vingança do PS. Este processo incomodou altas figuras socialistas, tornando Catalina Pestana - que até é de esquerda! - malvista no partido. Pior não faltará quem interprete o afastamento de Catalina como uma maneira de perturbar o julgamento. O Governo diz que estão a ser cumpridas todas as leis quanto à provedora. Mas a actual indefinição não contribui para um julgamento sereno. O problema não é jurídico. É moral e político.

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

A RIA É UM DESAFIO

A RIA DE AVEIRO
É UM DESAFIO CONSTANTE Uma tarde amena é sempre um motivo forte para deixar tudo e correr para a beira-ria. Hoje à tarde foi assim e não faltou gente atraída pela laguna aveirense, ali na Costa Nova.
O fresquinho da maresia foi um regalo para muitos. O feriado foi bem aproveitado por muitos, pois o 5 de Outubro, implantação da República, pouco ou nada diz ao comum das pessoas.

CELEBRAÇÃO DA REPÚBLICA

Discurso do Presidente Jorge Sampaio
Celebramos hoje o dia em que um movimento nacional quis erguer no nosso país um regime dos cidadãos e para os cidadãos, um regime republicano. O dia da República, em que celebramos esse gesto fundador de 1910, é dia de regresso aos valores políticos permanentes em que assenta o nosso regime, para à sua luz reflectirmos, em conjunto, sobre os nossos problemas e a melhor forma de os resolver. É o dia, em suma, de exame de consciência do funcionamento das nossas instituições democráticas. A República foi, é, tem de ser, o único regime em que a sociedade civil se institucionaliza para defender o bem comum, por oposição aos regimes de dominação pessoal e aos regimes oligárquicos, nos quais o poder se organiza para impor os interesses de um déspota ou de uma minoria. Por isso o Estado republicano não é separável da comunidade política, pois o Estado é o conjunto dos cidadãos. Esse princípio deve ser respeitado não só por quem exerce as responsabilidades do poder, e está obrigado, pela ética republicana, a servir apenas o interesse público, mas também por cada cidadão, que detém uma parte do poder político e partilha uma responsabilidade comum na defesa do interesse geral. Os valores republicanos, em que assentam a democracia portuguesa e o conjunto das democracias representativas, permanecem actuais. A liberdade, a igualdade e a fraternidade são os marcos que definem o quadro essencial da nossa acção política. Sem esses valores, ficam prejudicadas as razões profundas que nos levam a querer viver em conjunto e a partilhar os objectivos comuns que nos identificam como Portugueses. A liberdade, a igualdade e a fraternidade afirmam-se hoje de novo no mundo, mas, ao mesmo tempo que se afirmam, são atacadas com violência. Não tenho dúvidas de que há lugar, no espaço público português para uma expressão mais forte desses valores, traduzidos, contemporaneamente, em direitos de cidadania.
(Para ler todo o discurso, clique aqui e vá para actualidade presidencial)

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

Cinema Português em Foco
Em data recente a Fundação Gulbenkian subsidiou a formação de 25 novos realizadores (e realizadoras), suportando o custo de um curso no Reino Unido. Sendo um curso de curta duração irão entrar em breve no mercado de trabalho e, também, no mercado da arte. Virão carregados de esperança e prontos para dar o seu melhor.
Todos sabemos que para se atingir alguma notoriedade no cinema é necessário navegar no campo da longa metragem e conseguir que esta ou estas encontrem sala para estreia comercial, evitando o mergulho directo na televisão ou no vídeo, o que dará uma projecção bem mais limitada. E, em sala, Portugal estreia entre uma dezena e uma dezena e meia de longas metragens em cada ano, mesmo que se tenha em conta o lento crescimento numérico que se tem verificado nos últimos tempos. Teme-se, assim, que não será fácil a absorção de 25 novos cineastas, qualquer que seja a sua preparação e valor.
Entretanto estrearam, nos últimos dois meses, apenas dois filmes portugueses. Foram eles «Um Rio...», que embora mal recebido pela crítica se encontra ainda em exibição em 7 salas, e «Alice», a primeira obra de Marco Martins que se reveste de um interesse muito especial em função do tema.
O argumento de «Alice» revela o esforço de um pai e o sofrimento de uma mãe a quem uma filha de 4 anos desapareceu sem deixar rasto. Todos os meios possíveis são utilizados por um pai desesperado, que instala câmaras fotográficas em prédios de Lisboa para colher imagens dos transeuntes e, eventualmente, encontrar por aí uma pista sobre o paradeiro da filha.
Nuno Lopes, também ele sem experiência no cinema, é um actor que nos transmite bem a dureza da situação em que o protagonista se encontra e nos dá a dimensão de um drama que, infelizmente, atinge muitas famílias pelo país fora. É um filme sombrio, até pela forma como a luz e a cor são utilizados em cada imagem, em cada sequência. É um trabalho com densidade dramática e uma análise cuidada de um problema humano.
Um filme português bem fora do estilo e dos géneros que por cá em geral são adoptados.

"IGREJA AVEIRENSE"

Nova Revista na Diocese de Aveiro “Igreja Aveirense”
A Comissão Diocesana da Cultura propõe-se publicar semestralmente os documentos da Igreja Aveirense que se destaquem pela sua importância histórica e pastoral. Em “Nota Informativa” enviada oportunamente ao Correio do Vouga e ao boletim de Informação Pastoral anunciava este propósito que correspondia a um desejo, expresso várias vezes em instâncias diocesanas, designadamente no Conselho Presbiteral, e a que o nosso Bispo deu plena anuência. Esta publicação vem preencher uma lacuna grave: a de conservar em arquivo documental a vida da Igreja diocesana, na multiplicidade das suas manifestações mais expressivas: Documentos e Textos Episcopais, actos da Cúria, programas de Vigararias, Secretariados e Movimentos, iniciativas de pastoral de conjunto nos arciprestados e nas «unidades pastorais», e noutras formas que se revelem particularmente significativas. Por isso, a Comissão solicitou e continua a solicitar a todos os responsáveis por estas áreas pastorais o envio de «relatos breves» de pessoas e de factos dignos de registo, de projectos em realização, e de sugestões que julguem importantes para que a revista corresponda aos objectivos que se propõe alcançar. Pede igualmente que façam a indispensável divulgação pelos meios que julgarem mais adequados e que colaborem generosamente com a sua oferta para custearmos as despesas, sempre incómodas. Preservando a memória histórica, a Comissão acredita contribuir para a construção de um futuro melhor, mantendo vivo o projecto que no presente se vai fazendo realidade por graça de Deus, a acção da Igreja e o esforço de cada um e de todos. Georgino Rocha

IMIGRANTES: Portugal dificulta reagrupamento familiar

Portugal é um dos 16 países que ainda não aplicaram a directiva europeia sobre o "direito dos imigrantes ao reagrupamento familiar", cujo prazo terminou ontem. A Comissão alertou os países em falta e promete "tomar as medidas processuais apropriadas". A directiva sobre o reagrupamento familiar é mais abrangente do que a legislação portuguesa e aplica-se a todos os imigrantes que residam legalmente num país da UE há pelo menos um ano. Inclui os filhos de casamentos anteriores do imigrante, desde que o progenitor com quem partilhe a guarda da criança dê autorização; e aos solteiros de maior idade, que sejam incapazes de assegurar o seu sustento. Já há muito que as organizações vocacionadas para o apoio aos imigrantes vêm denunciando esta situação, sem que os nossos governantes as oiçam, o que não podemos deixar de lamentar, tanto mais que se prega entre nós, com alguma insistência, o respeito pela família. Por isso, este nosso alerta, numa altura em que urge provocar uma mobilização geral, no sentido de se respeitarem os direitos de quem optou pelo nosso País para encontrar uma vida melhor. Fala-se muito, com alguma razão, é certo, do sentido humanista dos portugueses, mas a verdade é que, por vezes, nos esquecemos de dignificar as pessoas. Os imigrantes, que afinal estão na base do progresso económico e social de Portugal, precisam da nossa solidariedade a todos os níveis, pois é sabido que a família unida está na base do equilíbrio das pessoas, equilíbrio esse que é fundamental ao bem-estar e ao rendimento profissional dos trabalhadores.
Fernando Martins
Fonte: Ecclesia

Um artigo de António Rego

Onde está o aborto?
No excesso de ruído que nos invade está instalada a confusão geral sobre o aborto. Desde as variáveis de nome para atenuar agressividades ou acentuar perspectivas ideológicas, passando por alterações no enfoque da duração do feto, início de vida, até à definição de vida humana, pessoa, licitude e descriminalização. E nada disto é simples nos envolvimentos filosóficos, biológicos, legais e humanos que acarreta, seja qual for a opinião de quem, em última análise, suporta as consequências últimas desta complexa teia: a mulher. Ou melhor, a vida inocente que em nada disto tem a palavra, como não teve na chamada à existência.
Estamos perante uma situação humana que não pode flutuar ao vento dos humores e engenhos políticos circunstanciais que engrenam, com jogos de poder, estratégias de agenda política ou cartazes de comício. A vida humana é, em si, suficientemente sagrada para se preservar de gritarias e falácias, onde se diz mais o que convém dizer, do que aquilo que mais respeita a pessoa.
Andámos, nos últimos tempos, com atabalhoamentos de calendário do Referendo sobre o aborto, sem o povo perceber se o que está em causa é o Presidente da República (este ou o próximo), o Governo, as oposições, o tapete político para exigir pronunciamentos que embaracem as próximas presidenciais (já suficientemente baralhadas), com uma pressa enervada em referendar o que o povo já referendou. (Se o povo tivesse dito sim ao aborto, quem se atreveria a exigir agora outro Referendo? Que aconteceu realmente de novo de então para cá, que vicie e anule a escolha popular que já foi feita?).
Sem nada disto resolvido, uma outra questão (lebre?) se levantou: ”decidir o aborto em duas semanas”, como é titulado a quatro colunas na imprensa. E uma chuva de novas confusões cai sobre a opinião pública. A Ordem dos Médicos acha a medida do Governo “bem intencionada mas impraticável”. Outros ginecologistas e obstetras têm diferente opinião, chegando a dizer-se que “seria um escândalo haver médicos que de manhã são objectores de consciência nos hospitais públicos, e à tarde deixam de o ser nas clínicas privadas”. De que aborto estamos a falar? Já houve referendo e não notámos nada? Já está decidido o que “deve” ser? Já se legisla com presunção de vitória?
De tudo isto, o mais grave é desordem à volta da palavra aborto - como se se tratasse duma ligeira indisposição digestiva após alguma refeição mais lauta.Estamos perante uma questão humana gravíssima – a vida - que se não pode envolver em desarrumações de consciências elásticas, acomodadas a todas as situações.