sábado, 16 de abril de 2005

IV Aniversário da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade

"Trocas à moda antiga"
na Escola Secundária Hoje, até às 16 horas, está a decorrer, na Escola Secundária, uma acção denominada "Trocas à moda antiga", integrada no IV aniversário da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade. Trata-se de uma iniciativa daquela escola, envolvendo professores, alunos, empregados e pais. Na feira, porque se trata mesmo de uma feira, com os participantes vestidos à moda dos nossos avós, vendia-se de tudo um pouco, ao som permanente dos pregões de quem quer impor o seu produto. A animação era geral, o que explica o interesse de uma educação/aprendizagem, baseada numa participação dinâmica e interdisciplinar. Por ali vi de tudo um pouco, em especial produtos agrícolas com fartura, ou não fosse a Gafanha da Nazaré uma terra com solo bastante fértil, embora hoje persista uma agricultura que eu chamaria de entretenimento. Batatas, ovos, criação, hortaliças, fruta, peixe de diversas qualidades, fresco e salgado, com predominância de bacalhau e seus derivados, tudo era oferecido a preços razoáveis. Mas também vi artesanato, nomeadamente cestaria, brinquedos e doces, estes integrados num programa especial, chamado "A Matemática também é doce". Num recanto preparava-se o arroz doce, para servir de complemento à caldeirada de enguias e outros comeres, como sarrabulho, rojões e tudo o mais que faça recordar os tempos dos nossos avós. Para animar a festa, que a feira é sempre uma festa, exibir-se-ão o Coral da Escola e um Rancho Folclórico. Até às 16 horas passe por lá. É sempre bom participar e aprender. Fernando Martins
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Receita vendida na Feira Arroz doce 1 kg de arroz 0,5 kg de açúcar 2 L de água 1 L de leite 100 g de manteiga 12 gemas Casca de meio limão Canela e sal q. b. Preparação: 1º Arroz + água + sal, num tacho ao lume até cozer 2º Leite + açúcar + manteiga + casca de limão, mexendo sempre até engrossar 3º Passar gemas num passador e misturar aos poucos no tacho que se retirou do lume 4º Levar de novo ao lume por 2 minutos 5º Enfeitar com canela (Receita da D. Cristina)

Seca já afecta 32 mil portugueses

:: A seca já afecta abastecimento de água a 32 mil portugueses, garante o Diário de Notícias na edição de hoje, o que já é uma situação preocupante. ::
O número de portugueses com dificuldades no abastecimento de água disparou para 32 mil, segundo o relatório da Comissão da Seca 2005 ontem apresentado. No fim de Março, eram 4300 aqueles que já tinham sido afectados por cortes. Em quinze dias, são oito vezes mais. A situação de seca voltou a agravar-se, empurrando 80 por cento do território nacional para o nível severo e extremo.O último ponto da situação feito pelo Instituto Nacional da Água (Inag), a 31 de Março, revelava que as chuvas naquele mês tinham permitido um desagravamento da situação. Mas, em duas semanas, voltou a alastrar a área afectada. Os 24 por cento do território em seca extrema aumentaram para 56 por cento e os 28 por cento em seca severa passaram para 24 por cento, deixando de fora apenas 20 por cento do País.
(Para ler o artigo, clique Diário de Notícias)

DESPORTO NA GAFANHA

Gafanhoas da década de 40 do século passado
Os primeiros passos Há mais de cem anos, era a Gafanha da Nazaré um deserto com algumas casitas semeadas a esmo e a desafiarem ventos que fustigavam tudo e todos. Águas salgadas lambiam terras e gentes e queimavam sementeiras da borda-d'água que teimavam em furar areias ainda virgens. No meio deste cenário pouco acolhedor, um homem rude mas obstinado sonha com terra de progresso. Era o gafanhão. Não satisfeito com o que a terra solta avaramente lhe oferecia, sonha levar por diante a sua transformação a todo o custo, regando com bátegas de suor areias estéreis. E à força de um trabalho insano, foi plantando hortas e depois jardins, quantas vezes roubando espaço à ria e ao mar, ao mesmo tempo que fazia crescer, um tanto sem nexo, pobres casebres que lhe serviam de habitação. O gafanhão, porém, não estava satisfeito e aspirava a mais. O trabalho e o suor de gentes e animais não bastavam para a transformação de areias até então improdutivas. Era preciso mais. Vê o moliço cair-lhe aos pés atirado pelas vagas remansosas das águas sedutoras da ria. Imagina-o apodrecido a fertilizar campos durante séculos abandonados. E da imaginação à realidade pouco distou. A princípio lá foi rapando o moliço que lhe era oferecido de mão beijada. Depois, sem pressas, foi a aventura do moliceiro e da bateira. E as areias, qual milagre tantas vezes sonhado, cedo começaram a dar frutos que se vissem. Contudo, o gafanhão não era homem de têmpera frágil e logo perdeu o medo do mar. Ei-lo a seguir noutra faina não menos importante. A boroa e as batatas tantas vezes insípidas precisavam de conduto que lhes compensasse o esforço de gerações. E vai ao bacalhau, e pesca na ria, e labuta nas salinas, e aprende artes e ofícios. O gafanhão do século XX é já outro. Aprende a ler e voa mais alto em cursos de toda a ordem. Emigra e descobre o comércio. Bate-se na indústria de igual para igual com outros. Aceita outras gentes de mil e tal freguesias do País, com quem se mistura. Não descura a cultura, as artes preenchem momentos de lazer e não esquece a matriz cristã que desde o berço o embalou com certezas de eternidade. E também pratica desporto, cuja história ainda está por fazer. Fernando Martins (Continua)

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Posted by Hello Figueira da Foz: Marina

sexta-feira, 15 de abril de 2005

Eleição do Papa

:::::: Guia para perceber o Conclave (Pessoas, lugares e palavras da eleição do Papa)
A eleição de um Papa obedece a rituais muito simples e precisos, cheios de uma solenidade muito própria pelo gesto e pelo peso das decisões tomadas pelo Conclave. O próximo inicia-se a 18 de Abril, com os Cardeais a tomarem Deus e os Evangelhos como sua testemunha num juramento de “segredo absoluto” sobre todos os procedimentos que ali irão ter lugar.Apenas dois dos Cardeais Eleitores foram criados por Paulo VI e participaram em anteriores Conclaves: o Cardeal alemão Joseph Ratziner e o Cardeal norte-americano William W. Baum. A inexperiência não servirá como entrave ao processo, previsto até ao mínimo pormenor na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, assinada por João Paulo II em 1996.Os eleitoresEntram em Conclave para eleger o Papa apenas os Cardeais que não tenham já cumprido 80 anos de idade. De qualquer modo, o número máximo de Cardeais eleitores é de 120, fixado por Paulo VI e confirmado por João Paulo II.Actualmente há 117 Cardeais eleitores e apenas dois não participarão no Conclave – o Cardeal filipino Sin e o mexicano Suárez Rivera -, por motivo de doença. A legislação da Igreja promove, de facto, a participação de todos: o Conclave só se pode iniciar pelo menos 15 dias depois da morte do Papa.No Conclave estarão representados os 5 Continentes: Europa – 58 Cardeais eleitores; América Latina – 20; América do Norte – 14; África – 11; Ásia – 10; Oceânia – 2. O país com mais Cardeais eleitores é a Itália (20), seguido dos EUA (11); Alemanha e Espanha (6 cada); França (5); Brasil (4).Se um Cardeal tivesse recusado entrar no Conclave, não poderia ser posteriormente admitido no decorrer nos trabalhos. O mesmo não acontece se um Cardeal adoecer durante o processo da eleição do novo Papa.
(Para ler o texto na íntegra, clique aqui)

Um poema de António Gedeão

PEDRA FILOSOFAL Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul. Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento. Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel, arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante, caravela quinhentista, que é Cabo da Boa Esperança, ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim, passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão, desembarque em foguetão na superfície lunar. Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.

Um artigo de Mário Bettencourt Resendes

.. O poder real daqueles que "andam por aí"
Durante o último congresso do PSD, o dr. Pedro Santana Lopes consagrou uma nova expressão no léxico político doméstico o grupo daqueles que "andam por aí".A importância desse grupo no rumo da vida política teve altos e baixos ao longo dos anos, mas a sua entrada no "dicionário" permite consciencializar a sua existência e elaborar alguma análise histórica. Basicamente, trata-se de homens políticos retirados, em licença sabática ou em travessia do deserto, depois de períodos, mais ou menos prolongados, em que desempenharam funções de relevo em partidos políticos ou em órgãos de soberania.Entre todos os que "andam por aí", Mário Soares, Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa estão na primeira linha de poder real, passado, presente ou futuro, nomeadamente em relação ao desempenho dos seus sucessores.
(Para ler na íntegra, clique DN)

A FEIRA DE MARÇO cumpre um ritual

As farturas são um ex-libris da Feira 


Farturas da Família Armando têm o seu segredo

Como não podia deixar de ser, fui mais uma vez à Feira de Março, que se realiza há mais de meio milénio em Aveiro. Fui para cumprir a tradição, apoiada num hábito com mais de meio século. A Feira continua a atrair-me, como atrai muitos outros, apesar de seguir quase sempre o mesmo figurino. Barracas de quinquilharias, zona de divertimentos para os miúdos, onde alguns menos jovens também gostam de entrar, quanto mais não seja em jeito de quem vai acompanhar os netos, artesanato e pronto-a-vestir, louças e brinquedos, de tudo um pouco se oferece a quem chega. 
Mais modernamente, mas já com bastantes anos, não faltam as mostras industriais, algumas inovações tecnológicas, espaços de instituições e gastronomia um pouco por todo o lado, porque a Feira de Março quer satisfazer apetites e matar a sede a quem a tem. Aos fins-de-semana há música para quem aprecia e para atrair ainda mais gente, que vem de toda a região aveirense, nem que seja apenas uma vez durante o certame. 
Ora acontece que eu vou sempre à Feira de Março, porque assumo isso como um ritual, desce a meninice, quando lá ia de propósito, para comer uma fartura e para comprar uns livros de bolso da Civilização, numa barraca que tinha um vendedor que pouco falava. Às vezes perguntava-lhe uma opinião, mas o homem encolhia os ombros e deixava-me sozinho a decidir. Dê as voltas que der, tenho de cumprir outro ritual, mesmo que as dietas da minha idade mo proíbam. Não passo sem comer duas ou três farturas, sempre da mesma marca. 
Há décadas que entro no espaço das Farturas da Família Armando, que são, para mim e para muitos, as melhores. O seu sabor doce é inconfundível e não resisto. Sei que as Farturas da Família Armando estão na Feira de Março de Aveiro há cerca de 60 anos. Para quem lá vai há tanto tempo, sabe disso muito bem. O que não sabe é o segredo que envolve a feitura das farturas, que são um ex-libris da Feira. 
Bem olhei, vi como as fritam em azeite bem quente, como as polvilham com açúcar e com canela (será só isso?), mas o segredo está, de certeza (penso eu, claro!), na massa, como diz o italiano. E porque são tão saborosas, no próximo ano lá estarei outra vez, se Deus quiser. 

Fernando Martins

Um artigo de D. António Marcelino

.... Depois dos louvores, a serenidade necessária
Enterrado o morto, não falta, logo a seguir, enquanto houver quem ouça, alguém que aponte defeitos, faça críticas, mostre contradições, avance profecias. Muitas vezes trata-se de desabafar ressentimentos ou marcar rumo novo para coisas que não foram tão consideradas como se desejava. Um papa, quando morre, não foge a este clima e, por isso, não é de estranhar que tal aconteça em relação a João Paulo II.Ninguém esteve na praça pública das sete partidas do mundo, como este homem. Os tempos facilitaram a publicidade à sua pessoa, não apenas pelo favor das novas tecnologias, dos transportes à comunicação social, mas, sobretudo, pelo que ele disse, escreveu, lutou e mostrou ao vivo, num mundo ansioso de luz, de verdade, de segurança, de paz, de respeito pelos direitos das pessoas, de amor verdadeiro, de reconhecimento, de uma presença que anime e de bem que toque o coração. Não foi a curiosidade que moveu as multidões que foram ao seu encontro, nem o turismo que levou a Roma milhões de cidadãos do mundo. Há fenómenos sociais que se explicam mais por moções interiores irresistíveis, expressões não caladas de gratidão ou de esperança, dinamismos misteriosos que dão estímulo à decisão de viver, mesmo que outras forças soprem em sentido adverso.
(Para ler o artigo na íntegra, clique CV)

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quinta-feira, 14 de abril de 2005

O grande milagre de João Paulo II

Foto da ECCLESIA ...
A Igreja Católica estabeleceu há muito que, para haver beato, tem de ser comprovado, cientificamente, um milagre físico. Por exemplo, a cura de uma doença sem explicação ou intervenção médica. Para a canonização, precisa, pelo menos, de mais um milagre. Que eu saiba, talvez por serem de difícil comprovação, não contam, grandemente, os milagres espirituais, como a conversão de pessoas ou a influência do "candidato" a santo na mudança radical de vida de homens e mulheres e até de comunidades. Ou ainda, as alterações profundas na sociedade universal. Vem isto a propósito do que está a acontecer com o já saudoso Papa João Paulo II, com tanta gente a pedir, o mais depressa possível, que lhe seja dada a honra dos altares. Alega-se, e bem, que João Paulo II conseguiu, durante a sua vida e até na sua partida para o Pai, o milagre de congregar multidões de todos os quadrantes da Terra, levando ao mais importante milagre de todos, que é o milagre da conversão e da mudança de vida, na linha do seguimento de Jesus Cristo. Se o que aconteceu na fase terminal da vida de João Paulo II e no seu funeral não foi o mais extraordinário milagre dos tempos modernos, e quiçá de todos os tempos, para além, obviamente, da presença física de Jesus no mundo e da sua mensagem de salvação, então já não sei o que é, verdadeiramente, um milagre. Um funeral que conseguiu juntar centenas de Chefes de Estado e de Governo, alguns inimigos figadais, uma multidão incontável, de crentes e não crentes, representantes de todas as religiões do mundo, e um sem-número de órgãos de comunicação social, que projectaram a cerimónia pelo globo, tem de ser um milagre, como nunca se viu. Um funeral que levou toda a gente a debruçar-se sobre a vida e o exemplo de fé de João Paulo II, recordando os milagres que ele fez na sociedade cristã e humana, é, sem margem para dúvida, a maior prova da santidade do Papa que nos deixou fisicamente, mas que continuará connosco. Por isso, é de crer que a Igreja Católica declare santo aquele que o povo já santificou. Fernando Martins

Um soneto de Silva Peixe

Rio Vouga ..... Belezas da nossa terra 


Tão linda a nossa ria, esta laguna; 
É um perfeito lago adormecido! 
Não há, por mais encantos que reúna, 
Melhor que o nosso Vouga apetecido. 

Distingo o casario além na serra... 
Se olhar p'rá Costa Nova é um altar! 
A bênção do Senhor cai sobre a Terra 
Que mais tens, Natureza, p'ra nos dar? 

As águas cristalinas e mansinhas, 
A Gafanha a sorrir, casas branquinhas! 
Que inefável pureza, Santo Deus!

Belezas que se gravam na retina 
Encantos duma hora matutina 
Que eu passo a meditar, olhando os céus! 

In "Aveiro, Princesa do Vouga" (1974) 

Silva Peixe Manuel Silva Peixe nasceu em Ílhavo a 12 de Abril de 1902. Com apenas 5 anos ficou órfão de pai. Com a tenra idade de doze anos, embarcou como moço de bordo. Desde logo manifestou a sua veia poética, tendo, sobre esta primeira viagem, escrito: "Tão novo fui p'ro mar com doze anos E a voz da tempestade conheci! Na grande imensidão dos Oceanos! Deixei a mocidade que perdi!" Pela sua profissão de marinheiro, e pelo seu "passatempo" como poeta, ficou conhecido como poeta-marinheiro. Silva peixe participou em programas da RTP, e esteve, por várias vezes, presente na universidade de Aveiro, onde a sua poesia foi analisada e lida perante catedráticos. Foram cerca de vinte os livros que mandou imprimir, a despesas próprias. Poucos dias antes da sua morte foi ao Museu Marítimo de Ílhavo "depositar" todas as medalhas que lhe ofereceram. Morreu em 1990, contando já com a bela idade de 88 anos. 

In "site" da Câmara Municipal de Ílhavo

Centenário da GAFANHA DA NAZARÉ

Presidente da Junta mostra a Oliveira, que já aceitou a terra gafanhoa ....
Festa rija entre 2006 e 2010 Ainda faltam uns anitos, mas já há quem pense na celebração do centenário da freguesia da Gafanha da Nazaré, que foi criada em 1910. Contas feitas, que são fáceis de fazer, em 2010 haverá festa rija, certamente de homenagem a quem a foi fazendo até hoje: gafanhões e outras gentes que para aqui vieram trabalhar e viver, de vários quadrantes de Portugal e do estrangeiro. Manuel Serra, o presidente da Junta de Freguesia, falou-me dessas comemorações, há dias, e garantiu-me que as celebrações vão estender-se de 2006 a 2010, com a envolvência de toda a gente e de todas as instituições (mais de 20, de diversos âmbitos), porque a terra e os gafanhões bem o merecem. A ideia está na forja e aceitam-se sugestões para preencher os cinco anos que nos separam do ponto mais alto dos festejos, que terá lugar num dia que será especial para todos, em 2010.
Para já, foi transplantada para o jardim da Junta, ao lado da sede e do mercado, uma oliveira tricentenária, oferecida por alguém que adoptou esta terra como sua. A árvore aceitou a terra gafnhoa, pegou, e promete que em 2010 mostrará a sua própria perenidade, associada à perenidade desta terra que os gafanhões construíram com sangue suor e lágrimas, ao longo de mais de 100 anos. Fernando Martins

Um artigo de Acácio Catarino

... "Campos de concentração" (Territorialmente desconcentrado)
1. Quando era Primeiro Ministro o Prof. Cavaco Silva, uma distinta especialista e “alta dirigente” na área da Segurança Social afirmou que muitos lares de idosos e acamados eram, no seu conjunto, um verdadeiro “campo de concentração” que não era reconhecido como tal. Podemos dizer hoje, volvidos mais de dez anos, que o “campo de concentração” (lares de idosos e acamados) se mantém, embora com algumas atenuações. E podemos dizer que abrange muitas outras pessoas, para além das idosas e acamadas. Tais pessoas são vítimas não só da falta de lares e de outros equipamentos sociais adequados, mas também da inexistência ou insuficiência de políticas e de outras actuações, bem como do desconhecimento – quase desprezo – da sua realidade.
(Para ler o artigo na íntegra, clique Correio do Vouga)

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Posted by Hello Sé de Aveiro

quarta-feira, 13 de abril de 2005

Um artigo de Severiano Teixeira

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A diplomacia da fé O Papa? Mas quantas divisões tem o Papa? Perguntava Estaline quando se tratava do Vaticano na política internacional. Divisões, divisões, o Papa não tinha nenhuma. Mas como se viu, não precisou delas para derrotar o comunismo. Aquela simples pergunta encerrava, na sua essência, a definição mais acabada e definitiva desse princípio da política internacional a que chamamos "realismo". Um princípio que faz assentar as Relações Internacionais, exclusivamente, no poder e o poder, exclusivamente, na força. Foi esse o erro de Estaline. Confundir o poder com a força militar. Nesse sentido o Papa não tinha poder. Mas tinha influência. Ou melhor, tinha o poder da influência. Não tinha o poder das armas, mas tinha o poder da Fé. E a diplomacia da fé João Paulo II soube usá-la como nenhum dos seus predecessores. Foi um testemunho vivo de luta contra o princípio realista. E foi a prova provada dos limites do "realismo". Sem uma única espingarda, foi um verdadeiro actor internacional. Apenas com a autoridade espiritual transformou-se, como disse Garton Ash, no primeiro líder mundial.Nas tragédias do século XX, outros Papas antes de si tinham desempenhado um papel internacional. Bento XV, que em 1917 tentou, em vão, uma solução para a Grande Guerra. Pio XII, que em 1939, igualmente em vão, apelou à paz. E o próprio João XXIII, que dedicou a sua última encíclica Pacem in Terris às questões internacionais. Mas nenhum foi tão longe como João Paulo II.
(Para ler o texto na íntegra, clique Diário de Notícias)

Vaticano revela números da homenagem mundial so Papa

Praça de São Pedro ...
O Vaticano revelou os números da verdadeira peregrinação mundial em que se tornou a última homenagem a João Paulo II, falecido a 2 de Abril. Os dados são relativos ao período de 3 a 8 de Abril, dia do funeral. Media
A sala de imprensa da Santa Sé e o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS) passaram mais de seis mil acreditações a jornalistas, fotógrafos e repórteres para a cobertura mediática destes momentos. A sala de imprensa abriu, desde o primeiro dia de Abril, um secretariado para a acreditação e um centro de serviço de imprensa. O CPCS encarregou-se das licenças junto dos operadores audiovisuais e abriu um centro para a distribuição dos passes. É, obviamente, impossível quantificar o número de estações radiofónicas e televisivas que transmitiram em directo o funeral do Papa, até porque a Rádio e o Centro Televisivo do Vaticano deram autorização, indistintamente, a todas as estações que desejavam retransmitir o seu sinal. Apenas à EUR-EBU ligaram-se 80 estações televisivas para transmissão em mundovisão. 137 redes televisivas de 81 países dos cinco continentes informaram o CPCS terem transmitido os funerais. A página Web da Santa Sé recebeu 1 milhão 300 mil visitantes durante as exéquias papais, com um ponto máximo de 54 mil conexões simultâneas, ocupando uma banda de 9 gigabites por segundo. Missa exequial
Concelebraram 157 Cardeais. 700 Arcebispos e Bispos estiveram presentes. Participaram 3 mil prelados e sacerdotes. 300 foram os que distribuíram a Comunhão. Fizeram-se representar 159 delegações estrangeiras: 10 soberanos reinantes; 59 chefes de Estado; 3 príncipes herdeiros; 17 chefes de Governo; 8 vice-chefes de Estado; 6 vice-primeiro-ministros; 4 presidentes de Parlamento; 12 ministros dos negócios estrangeiros; 14 ministros; 24 embaixadores; 10 presidentes, directores gerais, secretários gerais e presidentes de organizações internacionais; Marcaram presença representantes de outras confissões cristãs e religiões do mundo: 23 delegações de Igrejas Ortodoxas e Ortodoxas Orientais; 8 Igrejas e comunhões eclesiásticas do Ocidente; 3 organizações cristãs internacionais; 17 delegações de religiões não cristãs e organizações para o diálogo inter-religioso. Presença de peregrinos
Mais de 3 milhões de peregrinos reuniram-se em Roma. 21 mil pessoas por hora entravam na Basílica de São Pedro, o que corresponde a 350 pessoas por minuto. 13 horas de espera, em média, para entrar na Basílica – com um tempo de espera máximo de 24 horas. A fila chegou a ter um comprimento de 5 quilómetros. No dia do funeral estiveram 500 mil fiéis na Praça São Pedro e na Via da Conciliação, além de 600 mil participantes nas zonas onde se dispuseram ecrãs gigantes e 400 pessoas com deficiência sobre o sagrado da Basílica. Pessoal destacado
8 mil voluntários: 1300 no Tor Vergata; 1500 em São Pedro; 450 nas estações ferroviárias e noutros lugares onde se dispuseram ecrãs gigantes; 2 mil escuteiros; 11 mil e 900 agentes de segurança: 530 nas fronteiras e 8 mil e 963 em Roma. Fonte: Agência ECCLESIA

A cultura do entretenimento

O entretenimento pode ser, segundo Isabel Allegro Magalhães, interpretado como uma colonização, uma ocupação de uma espaço interior vago. Um tempo que temos entre outros tempos já ocupados é colonizado. Esta ocupação da vontade e do espírito por algo que vem do exterior, que entretém, é o oposto do tempo de gestação, de solidão, de pausa, de criação, exigido pela construção de uma personalidade autónoma. O entretenimento não é simples divertimento, prazer, gosto ou elevação estética. É a vivência do espectáculo, da exterioridade, do estar fora de si, da aparência, da alienação. Esta ocupação trava caminhos individuais, igualiza e generaliza. Transforma a pessoa em mais um elemento das massas, com a pretensão de responder a expectativas genuínas e à vontade do público. Deste modo infantiliza, constrói o fácil, o imediato, a imitação da vida em vez da própria vida. Não problematiza nem abre à transcendência. O problema reside na incapacidade de simbolização (e é o símbolo que religa a superfície e o fundo). Deslizando à superfície tornamo-nos incapazes de transcender o visível, o tangível, a pele. A esta ausência sucedem-se outras: a da capacidade critica e a da indignação. Tudo se torna possível e aceitável. Recuamos e cedemos. Alastra na sociedade contemporânea o sentimento de vazio e deserto. A perda ou empobrecimento das tradições religiosas herdadas conduz a procuras por vezes sem norte e a respostas sem verdadeira transcendência. Mas essa experiência de vazio e de busca podem-se tornar numa verdadeira oportunidade para a qual a Igreja deve propor desafios de qualidade contrariando assim a corrente medíocre. As não-certezas e a consequente perda das seguranças, pode ser um novo inicio: é essa a atitude que provoca uma disposição de abertura espiritual. O Naufrágio onde se perde tudo, é a metáfora perfeita da experiência filosófica inicial. Perdido o supérfluo e acessório o desejo de sabedoria essencial.
In Site da Comissão Episcopal da Cultura (Foto e texto)

Na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré

TROCAS À MODA ANTIGA No dia 16 de Abril, entre as 10 e as 16 horas, na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, vai realizar-se uma actividade dirigida aos que gostam de reviver os tempos antigos e a todos os que se interessam pelo conhecimento do passado. Trata-se de uma acção denominada Trocas à Moda Antiga, que integra, ainda, um almoço à gafanhoa e a actuação de um rancho. Esta iniciativa faz parte das comemorações da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade, que têm o seu ponto alto no dia 19 do mesmo mês.

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terça-feira, 12 de abril de 2005

Mensagem de Roma do Cardeal-Patriarca de Lisboa

D. José Policarpo --- Experimentar e sentir a Igreja
Estes dias em Roma têm sido de uma beleza e profundidade envolventes. Não têm sido um discurso; temos sentido e experimentado o mistério da Igreja, na sua profunda humanidade, embrenhada na história humana, mas ao mesmo tempo movida por aquela força do Espírito que a define como peregrina da eternidade. Estamos todos envolvidos numa experiência comovente: quanto mais profundas e misteriosas as coisas são, mais simples se tornam. E essa simplicidade, própria de quem acredita e de quem confia, revela-se como uma espécie de inocência recuperada. Experimentámos e sentimos a Igreja como um povo que caminha, no meio dessa multidão imensa, que é a humanidade: um povo que, quando uma força misteriosa o atrai e o dinamiza, avança, sem nada o fazer parar. João Paulo II teve esse dom e essa força, de pôr a Igreja a caminho. Aquelas multidões que, em filas imensas, vindas de toda a parte, atravessaram a cidade durante dias seguidos, movidas apenas pelo desejo de contemplarem, pela última vez, o rosto daquele Papa que um dia, sabe-se lá quando, tinha tocado o seu coração e mudado as suas vidas, eram um símbolo vivo do destino da Igreja no mundo contemporâneo. A Igreja pode ser essa avalanche imparável de multidões tocadas por Jesus Cristo, que se põem a caminhar, desejosas de contemplar o seu rosto e que atravessam a humanidade, gritando a esperança. Deixou de haver lugar para um cristianismo acomodado e passivo. Quem acredita no Senhor ressuscitado, põe-se a caminho, torna-se multidão, traça sulcos de esperança na humanidade e na história, grita com o testemunho silencioso desse caminhar, que o homem é peregrino da eternidade e que Cristo ressuscitado é o termo do homem e da história. (Para ler toda a Mensagem, clique aqui)

Que ver nas TV?

Há dias dei comigo a pensar sobre o que de importante passa nas televisões portuguesas e constatei que há muito pouco de importante, para além dos programas noticiosos. Sem querer ser pessimista, posso concluir que a maioria das vezes não vale a pena olhar para a janela mágica, tão cheia anda ela de banalidades, com telenovelas e mais telenovelas e futebol e mais futebol a encherem horas e horas que bem podiam ser dedicadas a outros assuntos mais construtivos e educativos. Hoje, por exemplo, o que é que eu poderia sugerir aos meus leitores? Muito pouco. Na RTP, o Centro de Saúde, às 22.30 horas, onde habitualmente são mostradas situações de doença e respectivos tratamentos. Na 2: Entre Nós, às 16.30 horas, com entrevistas; Nacional Geographic - Crónicas de Crocodilos às 16.30 horas, e às 17 horas, Discovery - Mistérios da Ásia; na SIC, não recomendo nada nas horas nobres; e na TVI também nada se aproveita. Claro que isto é a minha opinião. F.M.

João Paulo II preparava Encíclica sobre caridade e globalização

Nos meses prévios à sua morte, João Paulo II estava a preparar uma encíclica sobre a caridade, como resposta ao fenómeno da globalização, revelou à agência ACI o Arcebispo Marcelo Sánchez Sorondo, Chanceler da Academia Pontifica das Ciências.
O Arcebispo argentino disse à ACI que o tema da globalização era um assunto social que preocupava particularmente João Paulo II. “O Santo Padre considerava que a globalização era um facto irreversível e mostrava-se moderadamente optimista sobre os seus alcances”, referiu.
Apesar desse optimismo, D. Sorondo vinca que “João Paulo II estava profundamente preocupado pelas desigualdades que podem gerar-se quando a liberdade humana não é adequadamente usada para corrigir o fosso existente entre ricos e pobres, para alcançar, de modo similar, níveis de desenvolvimento, bem-estar e justiça no mundo”.“O Santo Padre estava convencido de que a Caridade cristã, na sua total expressão, era a resposta aos possíveis vazios deixados pela globalização”, conclui.
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Fonte: ECCLESIA
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