quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Mensagem do Papa para a Quaresma




“Hão-de olhar para
Aquele que trespassaram”


Queridos irmãos e irmãs!



«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram» (Jo 19, 37). Este é o tema bíblico que guia este ano a nossa reflexão quaresmal. A Quaresma é tempo propício para aprender a deter-se com Maria e João, o discípulo predilecto, ao lado d’Aquele que, na Cruz, cumpre pela humanidade inteira o sacrifício da sua vida (cf. Jo 19, 25). Portanto, dirijamos o nosso olhar com participação mais viva, neste tempo de penitência e de oração, para Cristo crucificado que, morrendo no Calvário, nos revelou plenamente o amor de Deus. Detive-me sobre o tema do amor na Encíclica Deus caritas est, pondo em realce as suas duas formas fundamentais: o ágape e o eros.

O amor de Deus: ágape e eros

A palavra ágape, muitas vezes presente no Novo Testamento, indica o amor oblativo de quem procura exclusivamente o bem do próximo; a palavra eros denota, ao contrário, o amor de quem deseja possuir o que lhe falta e anseia pela união com o amado. O amor com o qual Deus nos circunda é sem dúvida ágape. De facto, pode o homem dar a Deus algo de bom que Ele já não possua? Tudo o que a criatura humana é e possui é dom divino: é portanto a criatura que tem necessidade de Deus em tudo. Mas o amor de Deus é também eros. No Antigo Testamento o Criador do universo mostra para com o povo que escolheu uma predilecção que transcende qualquer motivação humana. O profeta Oseias expressa esta paixão divina com imagens audazes, como a do amor de um homem por uma mulher adúltera (cf. 3, 1-3); Ezequiel, por seu lado, falando do relacionamento de Deus com o povo de Israel, não receia utilizar uma linguagem fervorosa e apaixonada (cf. 16, 1-22). Estes textos bíblicos indicam que o eros faz parte do próprio coração de Deus: o Omnipotente aguarda o «sim» das suas criaturas como um jovem esposo o da sua esposa. Infelizmente desde as suas origens a humanidade, seduzida pelas mentiras do Maligno, fechou-se ao amor de Deus, na ilusão de uma impossível auto-suficiência (cf. Gn 3, 1-7). Fechando-se em si mesmo, Adão afastou-se daquela fonte de vida que é o próprio Deus, e tornou-se o primeiro daqueles «que, pelo temor da morte, estavam toda a vida sujeitos à escravidão» (Hb 2, 15). Deus, contudo, não se deu por vencido, aliás o «não» do homem foi como que o estímulo decisivo que o levou a manifestar o seu amor em toda a sua força redentora.
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Pode ler toda a mensagem

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Sabia que…

Sé de Aveiro


Há voluntariado missionário?
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Desde 1998, já partiram de Portugal, como voluntários missionários, cerca de 2500 portugueses, para trabalhar em países lusófonos.
No nosso País, há aproximadamente 40 Movimentos ligados a congregações religiosas, paróquias, dioceses, universidades ou outras ONG (Organizações Não Governamentais) ligadas à Igreja Católica, que enviam voluntários, onde são acolhidos por missionários. A Diocese de Aveiro também tem os seus missionários e aceita boas vontades para trabalhar na Missão.
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Fonte: “Sol”

Mensagem quaresmal do Bispo de Aveiro




DEUS É FONTE DE VIDA




1- Na mensagem para a Quaresma deste ano, o Santo Padre Bento XVI escolheu o tema bíblico da Cruz para guiar a nossa reflexão: - “Hão-de olhar para Aquele que trespassaram” (Jo 19, 37). O Santo Padre convida-nos, assim, a determo-nos “com Maria, Mãe de Jesus, e com João, o discípulo predilecto, ao lado d´Aquele que, na Cruz, cumpre pela humanidade inteira o sacrifício da Sua Vida” (cf. Jo 19, 25).
Vincula-nos esta mensagem à essência da vida cristã, ao âmago da história da salvação e ao tema da primeira encíclica de Bento XVI: - “Deus é Amor”. É no mistério da Cruz que se revela plenamente o poder incontável do amor e da misericórdia de Deus pela humanidade.
“Olhemos para Cristo trespassado na Cruz! É Ele a revelação mais perturbadora do amor de Deus” - insiste o Santo Padre. “Mas aceitar o Seu amor, não é suficiente. É preciso corresponder a este amor e comprometer-se depois a transmiti-lo aos outros: Cristo ‘atrai-me para Si’, para que eu aprenda a amar os irmãos com o Seu mesmo Amor” (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de 2007).
“Olhar para Aquele que trespassaram” constitui assim, para a Igreja de Aveiro, a escola insubstituível de uma aprendizagem contínua, consolidada e consequente do amor de Deus e do amor dos irmãos. Só Deus é fonte de vida e de amor. Ninguém estranhe por isso que, quando nos falta essa fonte divina, cesse a vida e estio o amor.

Leia toda a mensagem em Ecclesia

Aborto

SILÊNCIO MEDIÁTICO
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António Marujo, jornalista do PÚBLICO, diz hoje, num artigo de opinião dedicado ao referendo sobre a despenalização do aborto, que dois aspectos merecem reflexão

“a) outra razão que ajudou ao insucesso do ‘não’ foi o silêncio mediático sobre o trabalho feito pelas associações criadas depois do referendo de 1998 e que têm uma acção meritória de apoio a grávidas, a mães adolescentes e a crianças. Muitos católicos estão empenhados nessas associações, várias delas nascidas à sombra de instituições da Igreja, mas isso é pouco divulgado e conhecido; b) em 1984, quando a primeira lei sobre o aborto foi aprovada no Parlamento, o objectivo era o de acabar com o aborto clandestino. Oxalá que o país seja capaz, agora, de resolver o problema. Para que, daqui a mais dez anos, não se esteja a votar num outro referendo.”

Natureza: A força do vento

A natureza tem força. Quem o diz são estas árvores, em pleno Parque das Abadias, na Figueira da Foz. Em obediência à Natureza, elas indicam-nos os ventos dominantes durante o ano.

Citação

“Nas profundezas do Inverno, compreendi que dentro de mim existe um Verão invencível”
Albert Camus, in XIS

Pobreza

PORTUGUESES ENTRE
OS MAIS POBRES DA UE
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Segundo um estudo da Comissão Europeia, Portugal é um dos países da UE onde o risco de pobreza é o mais elevado, sobretudo entre as pessoas que trabalham, revela o PÚBICO de hoje. Diz o estudo que 14 por cento dos que trabalham vivem abaixo do limiar de pobreza, num total de 20 por cento de pobres entre a população portuguesa. Refere ainda que entre os 27 países da UE, apenas a Polónia e a Lituânia estavam em pior situação, com 21 por cento de pobres. A nossa ancestral pobreza, que todos conhecem e que muitos fingem ignorar, ainda não foi motivo de mobilização geral de todos os portugueses, com vista a criar mais justiça social para todos. As bolsas de gente que vive com fome, num país onde há tantos ricos, persistem, não obstante as políticas que prometem um mundo melhor para todos. O PÚBLICO diz que a UE aconselha o Governo português a aplicar a reforma de pensões, melhorar a eficácia do sistema de saúde, entre outras medidas. Será que Sócrates e os seus políticos ouvem estes apelos?

Ao sabor da maré

FOLGUEDOS ANTES DA QUARESMA
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Quem criou o ritmo das festas foi inteligente. E se foi o povo, com a sua indesmentível sabedoria, mais é de louvar. Vem isto a propósito dos folguedos do Carnaval que hoje terminam e que vêm desde domingo, antecedendo a Quaresma. É sabido que as festas em honra dos padroeiros das diversas comunidades cristãs se fazem, por norma, no Verão, tempo mais propício à vivência da alegria e ao encontro das pessoas. E agora, a festa do Carnaval também tem o seu sentido bem compreendido. Antes da Quaresma, período mais dado a contemplações, à renúncia, à conversão, ao silêncio e à reflexão, que nos convidam a interiorizar o sofrimento redentor de Cristo, temos então os folguedos carnavalescos para nos despedirmos do ramerrão do dia-a-dia. Embora eu não me identifique nada com as festas que o Carnaval propõe, talvez por razões temperamentais, não posso deixar de aceitar e até de apreciar quem tem posições contrárias, louvando os que sabem rir, folgar, dançar e cantar, e até criticar e caricaturar com sarcasmo a vida, nos seus principais actores, de âmbito local e nacional. E depois disto, que venha a Quaresma, com tudo o que ela tem de fundamental, para nos conduzir à Páscoa. Fernando Martins

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Um poema de Teixeira de Pascoaes



O sol, sombra de Deus, ressuscitou.
Nos montes, derreteu a neve fria.
E um raio só doirado dissipou
O nevoeiro que tudo escurecia.

Na minha noite lívida passou
Como divina aparição do dia!
Quero cantar a virgem Primavera!
Quero gritar ao mundo: Vive e espera!

Teixeira de Pascoaes,
in “Obras Completas”, VI volume

Inverno


O SOL A SÉRIO NUNCA MAIS VEM
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Quem há por aí que não esteja desejoso de ver o sol a aquecer-nos? Eu estou, porque nunca gostei nada do frio agreste que nos deixa triste a alma... e o corpo.
Bem esperei que o sol surgisse entre a ramagem, mas ele fez-me desesperar e não veio mesmo. Ao longe lá se vislumbravam uns sinais, mas nada de significativo. Pode ser que hoje nos dê a alegria da luz que rejuvenesce.

Tecendo a vida umas coisitas - 11

FORMAÇÃO DA PENÍNSULA
DA GAFANHA

Caríssimo:

Magia e imaginação é o que nos pedem os nossos netos quando nos perguntam tudo sobre o quem e o donde somos. Há dias bom e velho Amigo escreveu que a neta o interpelou: «Avô, porquê...? Avô, era muito difícil...?»
Quando somos confrontados com essas insistentes e inocentes perguntas, é normal sentirmo-nos desarmados e só então a posição de quem acalenta a vida e se deixa desafiar e acalentar pela mesma vida nos permite ir ao encontro da curiosidade infantil e prepará-la para a realidade que a espera ali à esquina.

A “Monografia da Gafanha”, do P. João Vieira Resende, tornou-se um dos meus livros de cabeceira há muitos anos. Venham daí comigo e vamos relembrar algumas coisitas que ele teima em nos repetir desde 1940!
«Denomina-se Gafanha toda a região arenosa dos concelhos de Ílhavo e Vagos com cerca de 25 quilómetros de comprimento por 5 de largura, abraçada do Norte ao Sul (lado poente) pelo rio Mira e do Norte ao Sul (lado nascente) pelo rio Boco, afluentes da Ria de Aveiro, e confinando pelo Sul com uma linha que, saindo dos Cardais de Vagos, vai fechar ao Norte do lugar do Poço da Cruz, freguesia de Mira. Pela identidade da sua origem, topografia, condições de vida, costumes, etc., consideramos como uma continuação da Gafanha a duna situada naqueles dois concelhos, entre o Oceano e a Ria.»

Acompanhemos ainda o P. Resende:
«É bem conhecida a formação recente desta linda e ubérrima região, que em tempos imemoriais foi banhada pelas águas do Atlântico, e que agora oferece, na majestosa amplidão da sua campina, um panorama cheio de luz, emoldurado pelas espelhentas águas do Oceano e da Ria, onde brincam, como mariposas, mil barquinhos de velas pandas, a esvoaçar.»
Isto vem logo na página 1; e, depois de ir expondo a sua opinião e as suas dúvidas, atira-nos com esta pergunta de sonho:
«E não temos nós o caso da tão falada, e lendária vizinha, a submersa Atlântida?» (pág. 5)

Mais à frente, página 8, afirma, como quem estudou bem o assunto:
«Pela aproximação dos documentos de 1088, 1096 e 1296 que o sr. dr. Rocha Madail transcreve do “Livro Preto” da Sé de Coimbra, no “Illiabum”, radica-se em nós a opinião de que foi naquelas épocas que a barra do Boco deixou de funcionar directamente com o mar, e que as suas águas, impotentes da duna que viria a ser a Gafanha, faziam o seu movimento de evasão através dos baixios fronteiros, e bem assim pelo prolongado e actual canal do Boco morto, para a instável barra do Vouga.»

E remata as suas considerações com estas deliciosas palavras (pág. 9):
«Deixemos agora os geólogos e os naturalistas a contas com possível, e, por enquanto, enigmática Gafanha antiga, e tateemos um pouco esta Gafanha que os nossos olhos contemplam à luz deste sol esplendoroso, que se derrama a jorros pelas suas areias, pelas suas searas, pelas suas flores e pelas suas águas.»
[Escreveu só mais 356 páginas!]

De facto, muitos se têm debruçado e estudado esta região e chegaram à conclusão de que os cordões dunares da Ria se desenvolveram entre os séculos X e XVIII. Esperemos que outros estudos mais circunscritos à nossa península nos ajudem a continuar a leitura do P. Resende.

Bons passeios aproveitando as tardes soalheiras que este Fevereiro nos vai oferecendo.

Manuel
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NOTA: Em viagem por uns dias, não quero deixar os meus leitores sem a habitual crónica dominical do colaborador e amigo Manuel. É que em viagem nunca sabemos se temos ou não acesso à Net.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Exposição no Santuário de Fátima

Promessa, do livro "Fátima", de Leopoldo Nunes, 3ª edição, 1928


"FÁTIMA no Coração da História"

Numa organização do Centro Cultural de Lisboa Pedro Hispano (CCLPH), a exposição “Fátima no Coração da História” vai estar patente ao público, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, a partir de 17 de Fevereiro e até 30 de Abril. A cerimónia de abertura está agendada para as 16h00, no Centro Pastoral Paulo VI, e incluirá a apresentação do livro de actas das jornadas “O Santuário, iniciativa Divina em favor dos Homens”.Associada à celebração dos 90 anos das Aparições (2006-2007) e apresentada em Fátima por ocasião da festa litúrgica dos Beatos Francisco e Jacinta Marto (20 de Fevereiro), a exposição propõe, nas palavras dos organizadores, “um olhar sobre os acontecimentos do século XX à luz da Mensagem de Fátima”.
Isabel Maria Alçada Cardoso, presidente do Centro Cultural de Lisboa Pedro Hispano, recorda que a mostra foi “apresentada na última semana de Agosto de 2003, por ocasião da XXIV edição do Meeting para a Amizade entre os Povos, manifestação cultural constituída por conferências, debates, testemunhos, exposições, espectáculos e eventos desportivos, que, todos os anos, ininterruptamente desde 1980, na última semana de Agosto, acontece em Rimini, Itália”.
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Defesa da vida


BISPOS PORTUGUESES
NO NOVO CONTEXTO
DA LUTA PELA VIDA





A Conferência Episcopal Portuguesa pronunciou-se sobre os re-sultados do referendo do último Domingo para afirmar a necessidade de educar para a defesa da vida, a ilegitimidade moral do aborto e apelar à objecção de consciência dos médicos
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A Igreja vai continuar o seu trabalho de apoio à maternidade, como até agora o fez. Mas esta deve ser uma atitude de toda a sociedade civil, não apenas da Igreja, manifestou a Conferência Episcopal Portuguesa num documento publicado após o retiro que, em cada ano, reúne o episcopado português, manifestando-se sobre os resultados do referendo ao aborto.
D. Carlos Azevedo, Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), na apresentação da Nota Pastoral hoje divulgada, referiu que a maioria dos portugueses não se pronunciou no referendo, mas o sim ganhou “sendo este um sinal de mutação cultural”, onde faltam valores humanos éticos fundamentais. É neste contexto que a Igreja é chamada a exercer a sua missão “e vamos fazê-lo”, sublinhou D. Carlos Azevedo, pois só assim “os grandes valores éticos se fazem presentes para a compreensão e exercício da liberdade”.
A CEP considera que o debate no referendo esteve centrado na defesa de um projecto de lei que “ao procurar despenalizar acaba por se legalizar o aborto”. Por isso o combate pela vida humana “carece agora de mais intensidade, de novos meios”, mas com os objectivos de sempre. O ajudar as pessoas, esclarecer as consciências e criar condições para evitar o recurso ao aborto, “legal ou clandestino”, luta que deveria empenhar toda a sociedade portuguesa: “Estado, Igrejas, movimentos e grupos da sociedade civil”.
A CEP considera um sinal muito positivo a “mobilização nas últimas semanas em luta pela vida humana”, mas deve permanecer activa e encontrar “respostas para continuar este debate civilizacional”.
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Leia mais em Ecclesia

Uma boa proposta

http://www.casadaleitura.org/.

“CASA DA LEITURA”
ABRE PORTAS AOS MAIS NOVOS


A Casa da Leitura é um projecto inovador de promoção da leitura destinado a um universo alargado de medi-adores (bibliotecários, professores, pais, jornalistas, etc.), bem como ao mais generalista dos públicos, que podem colocar, de modo criativo e através de um conjunto diversificado de recursos, os livros ao alcance da curiosidade de leitores da mais tenra idade até à adolescência.
Inteiramente apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, con-cebido por António Prole e dinamizado por uma equipa composta por especialistas em literatura infanto-juvenil, leitura e mediação leitora (Ana Margarida Ramos, António Prole, Fernanda Leopoldina Viana, João Paulo Cotrim, Rui Marques Veloso, Sara Reis da Silva, Cristina Taquelim e Susana Silvestre), este portal de promoção da leitura em meio familiar e escolar, é a primeira fase de um projecto mais amplo e em progressiva construção, que, dentro de um ano, dará origem a um outro site com objectivos semelhantes, desta feita especialmente dirigido ao público mais jovem.
Neste momento, a Casa da Leitura disponibiliza recensões de mais de 400 títulos, “uma colecção literária multifacetada e rica para estas idades”, garantiu uma das coordenadoras, Ana Margarida Ramos, na inauguração do portal, no dia 9 de Fevereiro. Nesta montra, encontram-se alguns clássicos ou obras de língua estrangeira, mas sobretudo títulos recentes, que serão actualizados sema-nalmente, “em alguns casos, com desenvolvimento e comentário e acompanhados da respectiva capa e de uma dupla página do miolo do livro, quando este é ilustrado”, explicou outro dos coordenadores, o jornalista João Paulo Cotrim, apresentando o site.
A escolha tem em consideração a qualidade estética e literária das obras, que surgem distribuídas segundo as competências de leitura das crianças: pré-leitores, leitores iniciais, leitores medianos e leitores autónomos. Em imagem iconográfica, o leque de opções vai “desde o pequeno mocho que ainda não saiu do ovo, até àquele que já sabe voar”, mostrou João Paulo Cotrim. Em cada uma destas categorias, pais, educadores ou curiosos encontram práticas criativas, capazes de captar a atenção da criança e de a motivar para leituras futuras, através de recursos diversificados.
Estas sugestões repartem-se pelas duas grandes divisões da Casa: SOL (Serviço de Orientação da Leitura) e ABZ da Leitura. Na primeira secção, é possível “passear” por “Livros da minha infância”, “Vidas e Obras”, “Temas” e “Livros de Outras Casas”. O compartimento ABZ da Leitura destina-se, em particular, a especialistas da área, divulgando bibliografia específica, orientações teóricas e informações sobre projectos ou sobre os laboratórios – com particular destaque para os dois dinamizados pela equipa da Casa nas Bibliotecas de Odivelas e de Beja –, que testam no terreno as práticas propostas. “Não temos um receituário”, sublinhou Ana Margarida Ramos. “Queremos dar testemunho do que está a ser feito e dos resultados obtidos em alguns casos, apontando caminhos. Só avaliando o que fazemos, podemos fazer melhor.”
Isabel Alçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, elogiou o projecto, defendendo que “todas as práticas que se desenvolvam em torno da leitura são úteis”. O importante, acrescentou, “é levar as crianças a ler”.
Aberto o portal, João Paulo Cotrim deixou o convite: “A casa está aberta. Façam favor de entrar.”

Ao sabor da maré - 5

Torre de Belém


Os melhores e os piores
portugueses de sempre

Há programas televisivos curiosos. Curiosos, talvez por nascerem com boas intenções. Perdem, no entanto, a graça quando as boas intenções saem defraudadas por manigâncias em que há tanta gente especialista.
Os melhores e os piores portugueses de sempre aí estão para o provar, dando uma triste imagem da nossa incapacidade de olhar a história com inteligência, independência e honestidade. Por isso, há portugueses que estão nos dois grupos, por artes que ninguém conhece, de verdade.
Tenho visto alguns programas dessas séries televisivas e até ouvido alguns jornalistas e outras pessoas nas rádios e até lido nos jornais, e confesso que não perdi nada com isso, apesar de tudo, porque há sempre algo de bom e útil que se fixa na nossa memória. É o mérito dessas iniciativas. Mérito, porque nos revelam dados históricos que desconhecíamos ou estavam esquecidos. Mas também porque mostram aos mais novos facetas de homens e mulheres que foram de facto grandes, pelos serviços que esses portugueses prestaram ao País e até à humanidade. O demérito está em se falar de gente que nada fez digno de nota.
Claro que há muitos nomeados ou escolhidos que não merecem, na minha óptica, estar nos lugares em que se vai disputar o primeiro lugar. Mas isso só prova que houve gente que foi capaz de se agrupar para impor os seus ídolos, por mais ridículos que eles sejam, aos olhos da história.
E há tantos, heróis, artistas, santos, mártires, guerreiros, sábios, eu sei lá, de que ninguém se lembrou. Por isso, acho que, para além do avivar da nossa memória que o programa da RTP nos ofereceu, os resultados acabam por ser injustos e redutores.

Fernando Martins


Acção de formação

"SAÚDE, BEM-ESTAR E SEGURANÇA"
Com organização do Centro Universitário Fé e Cultura e Movimento Vida Mais, vai realizar-se uma acção de formação – “SAÚDE, BEM-ESTAR E SEGURANÇA” –, aberta a todos os ligados aos PVU (Projectos de Voluntariado Universitário) e a todos os interessados. A acção ocorrerá nas quintas-feiras de Março e Abril, das 20.30 às 22.30 horas, no Anfiteatro do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro.
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Exposição na ex-Capitania

Exposição de Maria Manuel Seiça Neves "Aveiro meu amor" No edifício da Assembleia Municipal de Aveiro (ex-Capitania), está patente ao público, até ao dia 25 de Fevereiro, a exposição intitulada “Aveiro meu amor”, com fotografias da autoria de Maria Manuel Seiça Neves. Ali podem ser apreciadas 70 fotografias, de Aveiro e zona envolvente. A não perder.

Um artigo de D. António Marcelino


PROBLEMA QUE PEDE
MAIS DO QUE A MUDANÇA
DE UMA LEI

Escrevo dois dias antes do referendo e faço-o de propósito para que não seja o resultado dos votos contados a in-fluenciar o meu pensamento. Poderei, assim, antecipar algumas reflexões oportunas, quaisquer que sejam os votantes a fazer a festa.
Quero deixar claro que o resultado final não me é indiferente. Tornei público o sentido do meu voto e as razões da minha opção. Não calei, nas últimas semanas, que estamos num momento muito importante e sério da vida nacional e que os êxitos e preocupações económicas dos governantes não podem deitar para debaixo do tapete o mundo de problemas sociais e humanos graves que temos diante dos olhos e não podemos ignorar. Há situações que põem a claro o respeito ou o desprezo por valores morais e éticos essenciais, que não só dignificam a pessoa, como dão consistência à comunidade que somos e esperança ao futuro que desejamos e necessitamos.
Porque as situações e os problemas são conhecidos, temos possibilidade de tirar, desde já, algumas conclusões que podem e devem perdurar para além das eleições.
Estes meses puseram ainda mais a claro que há, na sociedade portuguesa, fracturas e divisões muito grandes e projectos muito divergentes. Desde há muito, o pluralismo nas opiniões, atitudes e opções dos portugueses se foi constituindo um desafio à convivência pacífica e ao respeito pela diferença. Uma realidade que não dispensa a mútua aceitação, o diálogo aberto, a tolerância activa, a liberdade ao alcance de todos, para que cada um se possa afirmar e exprimir, sem que seja por isso minimizado nos seus direitos de legítima cidadania, ou considerado a mais nesta terra que é também sua.
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Leia mais no CV

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Imagens de Aveiro


Aveiro: Festas do milenário
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Senhoras com trajes regionais que figuraram, em 26 de Julho de 1959, no cortejo distrital das festas do milenário.
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Fonte: "Aveiro Antigo", edição da CMA

Fotografia marítima


Heróis do mar, nobres fotos,
pescadores valentes...

O "mar português" apenas existe se for constantemente imaginado e recriado. Em 1958 um fotógrafo nova-iorquino veio a Portugal para ver e fotografar um mundo suspenso no tempo, feito de rostos tremendamente belos, porque sulcados por vidas de mar.
Dessa viagem ao país dos pescadores, o fotógrafo compôs um álbum de emoções, de figuras e cenas emolduradas sob impecáveis grafismos.
O trabalho de Bill Perlmutter é, seguramente, uma das melhores colecções de "fotografia marítima" que se fizeram e guardaram em Portugal.
Está em exposição na galeria de fotografia do Museu Marítimo de Ílhavo
até 1 de Abril.
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Fonte: Porto de Aveiro

Pobreza

Católicos em luta global
contra a pobreza



Os mais de mil milhões de ca-tólicos do mundo estão convo-cadas para uma mobilização mas-siva: unir forças e pressionar os países ricos para que cumpram as suas promessas de erradicar a pobreza.
Este é o objectivo da campanha mundial “Faça a ajuda funcionar. O mundo não pode esperar” (Make aid work. The world can’t wait), lançada na passada quinta-feira, em Roma, pela rede de Caritas Internacional (CI) e pela aliança CIDSE (Cooperação Internacional pelo Desenvolvimento e a Solidariedade).
Trata-se de solicitar aos líderes do Grupo dos Oito (EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Rússia) que cumpram os acordos alcançados em 2005 na reunião de Gleneagles (Reino Unido): mais ajuda ao desenvolvimento e perdão da dívida. As organizações católicas querem lembrar a estes responsáveis políticos que, entre as suas prioridades, deve estar a luta contra a pobreza nos países em vias de desenvolvimento, a maioria dos quais está na África. Mais informação sobre a campanha em www. make-aid-work.org

Estórias da Ria


A cidade não pode viver sem a Ria,
mas parece que a esqueceu

No último Fórum do Centro Universitário Fé e Cultura, sobressaiu a relação umbilical entre a cidade de Aveiro e a Ria. “Aveiro existe graças à Ria” e “Aveiro e a Ria de braços dados” foram algumas das frases ditas sobre esta relação. Mas também: “A Ria está abandonada” ou “Quem dá um passeio na Ria desanima” (por causa do lixo e degradação que se vêem). Numa “conversa aberta”, moderada pela docente universitária Teresa Fidélis, na noite de 7 de Fevereiro, tiveram a palavra Monsenhor João Gonçalves Gaspar, historiador e vigário-geral da Diocese, e Élio Maia, presidente da Câmara Municipal de Aveiro que sugeriu a criação de uma Fundação para a Ria. O público contribuiu com intervenções apaixonadas.
Entre outras imagens de Aveiro nos séculos passados, Mons. João Gaspar apresentou mapas da evolução do litoral aveirense nos últimos milénios até à fixação da Barra, em 1808. Este último facto “foi de excepcional importância”, pois “veio pôr termo a longas e frequentes tragédias”. “A nossa cidade, por sua parte, nunca mais deixaria de ver subir constantemente o seu índice de progresso e de crescer no ritmo demográfico, aliás, mercê também de outras futuras e poderosas convergências”.
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Leia mais em Correio do Vouga

Aveiro: Carnaval


Carnaval da Glória está de volta

Como manda a tradição, a paróquia da Glória vai animar as ruas da cidade com festejos carnavalescos. Porque, como sempre se disse, a Igreja tem de estar com o povo, nas suas alegrias e tristezas. Sempre foi assim, sem exageros, que esses não serão permitidos,neste carnaval da paróquia da Glória.
Importa dizer que o Carnaval da Glória envolve muita gente, num esforço generoso de criar e organizar carros e grupos que levem para as ruas as alegrias, os ditos jocosos, as críticas oportunas, mais cor e música, tudo para animar crentes e não crentes, num divertimento sadio.
Aveiro e as suas gentes merecem tudo isto, porque tristezas não pagam dívidas e a vida tem de ser vivida com alegria e optimismo, cultivando a fraternidade e a harmonia entre as pessoas, os bairros, as instituições e os lugares típicos da cidade. Mas ainda entre cagaréus e ceboleiros, entre os aveirenses todos e os que vierem.
Bom Carnaval para todos, mesmo em tempos de crise.

Ílhavo: Carnaval


Os Cardadores

Neste mês de Carnaval, dedicamos a rubrica “A Nossa Gente” à personagem mítica dos Cardadores de Vale de Ílhavo. Figuras ímpares no mundo, quer pelo colorido dos seus trajes quer pelas suas exóticas actuações, sempre envoltas em mistério mas respeitadas por quem as observa.
De origens conturbadas e especulativas (alguns referem a sua origem nos Índios) constituem o fascínio e a atracção curiosa de muitas pessoas, com os seus gritos e enormes saltos. Dão corpo a estas figuras que saem às ruas para “cardar”, os homens, geralmente solteiros, que, em contornos de secretismo e corporativismo, fazem as máscaras e vestes tornando-os irreconhecíveis. É dito que no início dos festejos a carda era real, posteriormente os picos foram substituídos por lixa, e hoje em dia a carda é composta unicamente por duas tábuas lisas.
Os cardadores fantasiam-se com máscaras feitas de pele de carneiro, roupa interior feminina, meias até ao joelho e vários chocalhos amarrados à cintura. Nas máscaras, os olhos são desenhados e pintados com cortiça, o formato do nariz é feitos com panos vermelhos e o bigode com pêlo de rabo de boi. Na parte de trás da máscara, prendem-se as fitas de papel coloridas, curtas e estreitas, denominadas de paródias. Nas costas do cardador são cozidas à sua indumentária, fitas largas e compridas do mesmo papel.
O grupo tem um líder, e este é normalmente o solteiro e cardador há mais anos. Distingue-se dos outros elementos do grupo, por ter chocalhos maiores e um apito (símbolo de liderança com a finalidade de reunião de todos os elementos), maior volume das paródias e pelos seus grandes e vistosos penachos.
Vale a pena uma visita ao corso carnavalesco de Vale de Ílhavo para apreciar estas personagens ao vivo. Aqui fica o nosso convite!
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Fonte: "Viver em", da CMI

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Leis de bom senso no aborto


Cavaco Silva
defende "consensos alargados"
sobre a matéria Aborto


O Presidente da República defendeu hoje "soluções de bom senso" na regulamentação da nova lei do aborto, dois dias depois do “sim” ter vencido o referendo à interrupção voluntária da gravidez.
"Sem que isso possa significar uma intromissão nas competências de outros órgãos de soberania, espero que se procurem soluções de bom senso, equilibradas e ponderadas que possam ajudar a unir os portugueses", afirmou Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas.
Para Cavaco Silva, não se deve "rejeitar a possibilidade de estabelecer consensos alargados" numa matéria que "pode ter causado rupturas na sociedade portuguesa" durante a campanha para o referendo."Num momento em que o país enfrenta tão grandes dificuldades, com a necessidade de combater o desemprego, bater-se pelo desenvolvimento, combater a pobreza, unidos conseguiremos melhores resultados do que se tivermos uma sociedade dividida por profundas clivagens", afirmou, insistindo para que os partidos aprovem uma lei “o mais consensual possível”.
O PS prometeu concluir a regulamentação da nova lei – já aprovada na generalidade pelo Parlamento – até ao final da presente sessão legislativa, mas subsistem várias incógnitas sobre as soluções que o partido vai propor para a sua aplicação.
Ontem, o líder parlamentar socialista, Alberto Martins, que chamou a si a questão, garantiu que o diploma não deverá aconselhamento obrigatório da mulher que pretende abortar – uma afirmação que foi contestada pelos movimentos que se bateram pelo “não” no referendo.
Por outro lado, a lei deverá contemplar um período de reflexão de alguns dias, após a consulta médica inicial, de contornos também ainda não definidos.
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Citação

"Bonito na democracia é o respeito pela maioria.
E ainda mais bonito é o respeito pelas minorias"
Joaquim Fidalgo,
PÚBLICO de hoje

Dia dos Namorados




Princípios



Podíamos saber um pouco mais
da morte. Mas não seria isso que nos faria
ter vontade de morrer mais
depressa.

Podíamos saber um pouco mais
da vida. Talvez não precisássemos de viver
tanto, quando só o que é preciso é saber
que temos de viver.

Podíamos saber um pouco mais
do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar
de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor.

Nuno Júdice
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In “366 poemas que falam de amor”,
antologia organizada
por Vasco Graça Moura

Museu de Aveiro


Directora do Museu
quer mais público e mais mecenas

O Museu de Aveiro está em obras, que terminarão entre o Verão e Outubro do próximo ano. Com novas áreas e possibilidade de oferecer um melhor serviço, a expectativa é aumentar o público e cativar mecenas para, entre outros objectivos, suportar a conservação e restauro de peças para apresentar na abertura após as obras

Com as obras a decorrer, que zonas do Museu é possível visitar neste momento? O Museu não fecha durante este período, fomos adaptando o circuito e reduzindo-o de acordo com o avanço da obra. Vamos entrar agora na última fase que é o circuito de visita: composto pela Igreja de Jesus, sala do túmulo da Princesa Santa Joana e acrescido da visita à Igreja das Carmelitas. Estamos a prever este cenário para Março. A entrada no edifício será feito pela Galilé, através da sacristia, a partir da qual poderá depois fazer-se a visita à Igreja de Jesus e à sala do túmulo de Santa Joana. Será também sugerida a visita às Carmelitas. Vamos assegurar a abertura e gerência através de um protocolo com o IPPAR e outras entidades envolvidas, e a paróquia, que acolhem os serviços técnicos, na casa anexa às Carmelitas, e nós proporcionamos a visita à Igreja com o nosso pessoal.
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Leia a entrevista no Diário de Aveiro

Imagens de Ílhavo

Homenagem
aos que morreram na guerra
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No jardim de Ílhavo está um monumento aos que morreram na guerra. Nas várias frentes de guerra, incluindo o mar. Está no centro, para que todos os ilhavenses recordem os seus antepassados que morreram nos conflitos que homens criaram e alimentaram.
Na Gafanha da Nazaré falta um monumento destes. Simples como todo o nosso povo. Mas que nos lembrasse que houve gafanhões que morreram nos conflitos armados. Penso que será fácil descobrir quem foram os nossos familiares e amigos que deram a vida pelo bem de todos.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

UM ARTIGO DE ALEXANDRE CRUZ


Ao menos,
não fechem as urgências!

1. Já não havendo espaço, tempo e lugar, para os ideais mais nobres e dignificantes da vida de cada ser humano, ao menos que não fechem neste país os serviços de urgência. Ou também será sinal de ser moderno e europeu o fechar das maternidades e dos serviços de urgências?! Não propomos nenhum referendo, não venha às tantas a votação, no meio da sua abstenção da indiferença ou da ideologia economicista, decretar que deverão ser encerradas as urgências! Não, o essencial nunca deverá ser referendável, em sociedades humanas e comunidades com valores o essencial nunca dependerá da opinião de uns ou de outros.
Diríamos que este é mesmo o tempo dos “profetas”, em todas as áreas da vida humana e cívica. Será o tempo dos “profetas”, isto é daqueles que numa consciência consciente do ideal, e visando abarcar o “todo”, não baixam os braços, não ficam pela rama dos assuntos, não se diluem nem confundem com os argumentos acessórios; pelo contrário, mobilizam-se com sensibilidade inclusiva na totalidade das suas forças no atrair a realidade social sempre deficitária para o sentido dos ideais mais dignificantes, estes sim que serão o único futuro com (vida e) futuro!
2. Tempo desafiador dos “visionários”, daqueles que às problemáticas apresentem soluções de VIDA e dinamismo criativo em áreas transversais como uma educação que desenvolva os tesouros de formação integral para toda a pessoa humana; uma justiça que saiba resituar-se mais com a realidade da urgência de ser eficaz para ser significante e assim gerar mecanismos atentos anti-corrupção e de justiça social; da saúde que sempre mais viva o seu ideal de ajudar a viver com dignidade cada pessoa na sua complexa situação; da segurança e acessibilidade que hoje nos proporcione mais a garantia da estabilidade social e de “pontes” para todos na vivência de comunidade inclusiva; hoje será mesmo o tempo dos “profetas” das profissões de cada um que, na base da responsabilidade de todos, vejam reconhecida dignamente a sua viagem de vida e não sejam unicamente números de um sistema que anseia cêntimos de obsessão em todos os lados. Há vida(s) para além do cêntimo!
Este será mesmo - na era de todas as formações e informações globais - o Século da solidez do SENTIDO DA VIDA e dos valores das pessoas em que, depois de tudo estudado, decorado ou gerido, brilhará (ou a luz ou a escuridão), como síntese de tudo, a noção dos valores, dos princípios, dos ideais, da ética, da sensibilidade e liberdade com responsabilidade. O tempo presente (convite atraente, como em nenhum outro tempo histórico, às noções de facilidade, cariz prático, gerador de “ausências” e “vazios”) continuamente será um decisivo convite à não diluição dos valores fundamentais, à continuada afirmação dos tesouros que alicerçam os valores culturais, mas sempre com todos os diálogos interculturais que, assim, poderão criar novas sínteses de Humanidade em dignidade.
3. Uma síntese sem ilusões de que a ausência de identidades seja ponte de encontro comum (o nada mais o nada será igual a nada); sim, uma nova síntese com a afirmação partilhada das identidades estimulantes de todos, na busca de plataformas de encontros dignificantes (tanto que a Humanidade precisa desta base e ética mundial). Se formos a cruzar todos os modos de pensar e de viver que chegam até nós ao fim de milénios e de séculos de aberturas e descobertas do pensamento humano, a certa altura, descobrimos que somos das gerações mais pobres de sempre; não pobreza em tecnologia ou ciência que, como nunca, mostra-nos o fascinante mundo novo; mas pobreza de SER, de valores, de essência, de esperança, de partilha, de dignidade humana. É certo que (deste lado do mundo) já não vivemos em guerra; mas é irrefutável que, com todas as conquistas, deveríamos estar bem mais adiante, mas agora – usando mesmo sofismas de argumentação científica –, nas sociedades ocidentais, usamos a nossa liberdade para voltar para trás em termos de dignidade humana…
Iludimo-nos, hoje, com o prático, com o que dá mais jeito; entretemo-nos com todos os acessórios do mundo; …e perdemos o horizonte do ideal e do essencial; não há futuro que resista! Este futuro de menor qualidade está aí, todos os dias, em tantos modelos referenciais de baixa fasquia. Hoje, para quem governa o país a partir dos computadores do Terreiro do Paço parece mais prático (talvez para ir buscar cêntimos para a OTA e o TGV) redefinir o mapa e fechar urgências… Não é possível! A realidade da vida das pessoas ainda será importante para a arte de bem governar?!
4. É certo que pelo andar da carruagem estamos a fechar o país… Mas enquanto existirem habitantes não fechem as urgências. Fechem tudo o resto, mas por favor não fechem as urgências de Portugal! Ainda mora cá gente para quem a distância entre 30 minutos e uma hora e meia na viagem aflitiva para as urgências, numa carrinha dos bombeiros (que tem os apoios que tem e que terá depois…), pode significar a diferença entre a vida e a morte. Isto ainda diz alguma coisa a quem governa? Não propomos as urgências a referendo; fosse qual fosse a votação popular (sim ou não), as urgências – o essencial de saúde pública - deveriam estar abertas na proximidade das pessoas, para o serviço básico ao bem comum das populações.

APOIO ÀS MULHERES E FUTURAS MÃES

INSTITUIÇÕES DE ACONSELHAMENTO
TÊM DE AVANÇAR Li hoje no PÚBLICO que em Estarreja vai avançar, por iniciativa do PS concelhio, um grupo de trabalho para acompanhar e esclarecer qualquer mulher do município que coloque a hipótese de abortar. O grupo é constituído por um médico, uma advogada e uma enfermeira. Ora aqui está um exemplo a seguir, como resposta imediata aos resultados do referendo sobre a despenalização do aborto, que o País viveu no passado domingo. Penso que estes grupos devem mesmo crescer, quer por iniciativa dos Partidos políticos e das instituições existentes, quer das forças vivas locais e das Igrejas, quer do Estado e das próprias pessoas. E tendo em conta que milhares de portugueses se envolveram, com entusiasmo, na campanha para o referendo, na defesa do SIM e do NÃO, estou em crer que não hão-de faltar grupos de pessoas disponíveis para ajudar as mulheres e mães nas decisões que venham a tomar e na procura de alternativas para o aborto. Fernando Martins

UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO



A DIGNIDADE
DA IMPRENSA REGIONAL



Os jornais regionais são uma espécie de reserva ecológica da imprensa. Com o dom da proximidade, contam à comunidade de perto e de longe um pouco da sua vida e dos eventos mais significativos. Têm mesmo um tom familiar de quem sabe o que diz e conhece as pessoas de quem fala. Dir-se-á que têm os defeitos dos pequenos espaços circulares onde as narrativas da aldeia falam mais de pessoas que de ideias. Ou das ideias de apenas algumas pessoas. Mas quem está atento nota que algo mudou. A tecnolo-gia veio acelerar um processo de construção muito mais moderno. As fontes de informação multiplicaram as suas potenciali-dades, a região ganhou uma soberania e afirmação que desconcerta e interroga os que julgavam que apenas na grande imprensa se fabricam as ideias dum país.
É sabido que a Igreja teve um papel decisivo na criação e desenvolvimento da imprensa regional. Respondeu aos apelos da Igreja universal que foi acompanhando o nascimento e evolução dos media. No nosso país surgiu, na linha da Boa Imprensa, um grupo de jornais diários, semanários e mensais que durante muito tempo constituíram o grande veículo de circulação de ideias e informação nas dioceses e nas aldeias mais longínquas.
O poder político olhou muitas vezes com desconfiança para este vaivém de informações para os da terra e para os emigrados das grandes cidades do estrangeiro. Outras compreendeu essa função de unir uma família dispersa e alimentar uma chama pela terra que, por ser pequena, mais querida era. Foi nesse contexto e compreensão que surgiu o apoio à imprensa regional através do Porte Pago, ou seja, da difusão do próprio jornal. A partir de certa altura, porém (as flutuações do poder) iniciou-se a operação estrangulamento, com o intuito de apoiar os mais fortes e deixar cair os mais pequenos. A ideia parecia generosa, mas pretendia, na prática, favorecer a criação de alternativas a uma imprensa cristã já existente por outra que, com mais apoios oficiais, autárquicos e nacionais, que melhor reflectisse a voz dos donos. E os apoios alternativos então legislados que obrigavam os organismos do Estado a enviar 12 por cento da publicidade institucional para os meios de comunicação regional, ainda não chegaram. Isso mesmo o reconheceu o ministro dos Assuntos Parlamentares em Bragança, na celebração do 67º Aniversário do Mensageiro de Bragança. Por isso já valeu a sessão solene. Vejamos o que se segue.

ESCUTISMO PARA O SÉCULO XXI

Baden-Powell nasceu há 150 anos e deixou uma proposta de educação e formação para jovens: o escutismo, que fundou há 100 anos


É POSSÍVEL CONSTRUIR
UM MUNDO MELHOR
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Secretário-Geral do movimento escutista mundial, Eduardo Missoni, assegura que o Escutismo está preparado para dar respostas às crianças e jovens do século XXI. No centenário do movimento educativo fundado em 1907, por Robert Baden-Powell, são muitos os desafios que se levantam aos seus 28 milhões de membros, entre jovens e adultos, em 155 países de todo o mundo.
Convencidos de que é possível "construir um mundo melhor", os escuteiros assentam a sua força nos "valores que não mudam". Missoni considera que esta é uma "proposta alternativa a quem passa o tempo diante da Televisão, do computador ou com os videojogos".
"Para a sociedade de hoje, os jovens são consumidores e a proposta é sempre algo que pode comprar-se, já pronto", lamentou este médico italiano.
Vários dos componentes da proposta escutista são, assim, vendidos hoje em dia em "pacotes" para os jovens: arte, aventura, divertimento, música, natureza e mesmo compromisso social. O escutismo, contudo, quer ser uma proposta alternativa que se afirma pela diferença, "por ser local e global ao mesmo tempo".
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Leia mais em ECCLESIA

IMAGENS DE ÍLHAVO


SALA DE VISITAS DE ÍLHAVO
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O jardim localizado no centro da cidade de Ílhavo é, realmente, a sua sala de visitas. Quem vai à terra maruja não pode deixar de lá passar. E se isso acontecer no Verão ou em dia de calor, então as sombras das suas árvores são fundamentais para se sentir um pouco de frescura.
Há dias estive lá uns bons minutos. Por ali cavaqueavam alguns reformados, como é costume. Uns aqui, outros ali, o jardim estava habitado em horas em que a maioria trabalhava. E tanto quanto sei, as conversas teriam por tema o mar. O mar que deu vida a tantos ilhavenses. Mas também a tantos que para sempre nele ficaram sepultados.
O tempo, hoje, com a chuva que teima em continuar, não permite uma visita ao jardim. Mas quando o sol vier para ficar, aconselho-o a passar por lá.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

UM NOVO PÚBLICO


“PÚBLICO” com nova imagem

O jornal “PÚBLICO” renasceu hoje com nova imagem. Era, desde a primeira hora, um jornal de referência, mas nos últimos tempos apresentava-se muito cinzento. Quem o compra desde o primeiro número, como eu, não deixou de sentir, várias vezes, que ele precisava de rejuvenescer, sem perder a sua característica fundamental, de diário com peso na sociedade pensante e arejada.
Como há muito se esperava, hoje tivemos o prazer de o ler com mais curiosidade e com mais atenção. À procura dos novos traços de um grafismo diferente, de novos colunistas, sem perder aqueles que tanto aprecio, e de uma escrita jornalística mais contida e menos cansativa.
Há afinações a fazer, na cor e não só, mas elas não hão-de tardar, para bem de todos os seus leitores. Sem cedências ao pimba, ao bombástico, às notícias de faca e alguidar. Disso já há muito no panorama da nossa comunicação social.

IMAGENS DE AVEIRO


CANAL CENTRAL
MERECE SER APRECIADO

Em Aveiro, o Canal Central merece ser apreciado. Com este sol brilhante, por enquanto, então ele tem mais encanto. E nem o sismo que assustou muita gente nos priva das imagens agradáveis que a Ria nos oferece.
Veja que em qualquer canto, à volta de Aveiro e não só, é possível banhar o espírito com estas cores, que são marcas indeléveis das nossas terras.

UM LIVRO DO PADRE VAZ PINTO




“A HISTÓRIA DE DEUS COMIGO”

O título do livro do padre António Vaz Pinto – A HISTÓRIA DE DEUS COMIGO –, recentemente editado, é desafiante. Ao olhar para ele, o eventual leitor não deixará de pensar até que ponto Deus tem, de facto, uma história consigo próprio. O mesmo me aconteceu.
É certo que cada um de nós, os crentes, sabe que Deus está connosco e nos acompanha na vida, no respeito absoluto pela nossa liberdade. Mas está, nisso cremos, para nos animar no dia-a-dia das nossas opções e dos desafios que se nos põem, sobretudo nas horas de discernimento.
Quando peguei nesta obra do Padre Vaz Pinto, um conhecido jesuíta pelas inúmeras facetas com que intervém na sociedade, foi com curiosidade que iniciei a leitura. Trata-se de um livro de memórias, rico em referências várias, com projectos do autor e pessoas bem conhecidas com quem se relacionou. Sempre gostei deste tipo de literatura, seja ela de memórias escritas com a emoção de quem as viveu intensamente, seja romance histórico ou outro qualquer género memorialista, onde a vida casa bem com estórias, romanescas ou mesmo reais.
O Padre Vaz Pinto escreve, a meu ver, como fala: fluente, directo, emotivo, culto, verdadeiro. Neste livro, não esquece nada do essencial da sua vida. Os amores que viveu, as lutas que travou para descobrir a sua vocação, os diálogos com Deus e com quem se encontrou ao longo da vida, as amizades que cultivou, os sentimentos que experimentou. Aqui está, especialmente, o amor de Deus, determinante, nas opções que teve de tomar.
Neste livro – A HISTÓRIA DE DEUS COMIGO –, Vaz Pinto mostra-nos como sentiu a aproximação de Deus na sua juventude, que o levou a entrar nos Jesuítas, como o ajudou a decidir-se pela ordenação sacerdotal. Mais ainda: como Deus se revelou em projectos que o autor criou, dinamizou ou dirigiu, nomeadamente “Leigos para o Desenvolvimento”, “Banco Alimentar contra a Fome” e “Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas”, entre muitos outros, de âmbito diverso.
Nesta leitura que fiz, com proveito, acompanhei o Padre Vaz Pinto nos Exercícios Espirituais, nos estudos na Alemanha, onde se cruzou, de perto, com o então teólogo Ratzinger e com o também famoso karl Rahner, vi-o a conviver com gente jovem e menos jovem, a orientar casais e estudantes, e senti a fé com que aceitou a morte de familiares e amigos.
Este livro, no fundo, revela um Padre que passou por inúmeros acontecimentos, encontros e desencontros, fracassos e sucessos, assumindo que a vida tem de ser vivida com intensidade, profundamente humana e marcada indelevelmente por Deus, razão de ser da sua vida. Da nossa vida.
Fernando Martins

domingo, 11 de fevereiro de 2007

REFERENDO

AGORA,
IMPORTA AGIR
NA EDUCAÇÃO
E NA FORMAÇÃO

Com a vitória do “SIM”, fica aberto o caminho para que seja legislada a liberalização do aborto até às dez semanas, a pedido da mulher.
Aos defensores do “NÃO”, resta a alternativa de se prepararem para ajudar as mulheres a optarem pela manutenção da vida do feto, futura pessoa humana.
Essa ajuda pode passar, fundamentalmente:
- Pela cultura da vida, desde o nascimento até à morte natural;
- Pela educação dos futuros pais e mães, no sentido do respeito pela vida em todas as suas fases;
- Pelo apoio a todas as mães que optarem pela vida dos seres em formação que trazem nos seus ventres, para que tenham acesso às condições básicas de subsistência;
- Pela luta, a nível político, para que a maternidade e a paternidade sejam valorizados e a família protegida, em todas as vertentes;
- Pela criação de instituições com vocação para o apoio a mães solteiras, mulheres sós, famílias desestruturadas e com dificuldades económicas;
- Pela adaptação, em instituições já existentes, de espaços de acolhimento e aconselhamento, destinados a apoiar as mães e famílias.
Não vale a pena carpir mágoas nem perder tempo com questiúnculas que não levam a parte nenhuma.
Agora, importa agir nas áreas da educação e da formação, mas também nas áreas sociais e políticas.
F.M.

AO SABOR DA MARÉ - 4

GRUPO ETNOGRÁFICO DA GAFANHA DA NAZARÉ


FERREIRA DA SILVA
VAI CONTINUAR
NA LIDERANÇA

Alfredo Ferreira da Silva, um dos fundadores do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), vai continuar na liderança. Foi reeleito, recentemente, para mais um mandato, agora com vontade de ajudar gente mais jovem a integrar-se na direcção da instituição, que foi criada em 1 de Setembro de 1983, para defender os usos e costumes dos nossos antepassados.
Não sou dos que acreditam que há dirigentes intocáveis, insubstituíveis. Mas tenho de reconhecer que o Alfredo Ferreira da Silva é um homem que vive apaixonadamente a vida, a existência e os projectos do GEGN, em todas as suas vertentes. Ele identifica-se, plenamente, com este Grupo, cujos problemas assume por inteiro e diariamente. No entanto, compreendo e louvo o seu gesto de querer ajudar na integração de gente mais nova na direcção. Ele sabe que não dura sempre.
Ora acontece que eu tenho sido, ao longo de toda a vida do GEGN, um defensor da continuidade do Alfredo na direcção, não só pela sua experiência, mas também pelo seu amor à instituição e pela sua disponibilidade. Por isso, a sua presença futura na direcção, como presidente ou como vogal, ou assessor, é sempre de aceitar, num tempo, como o que vivemos, em que a experiência e a disponibilidade começam a rarear, por força das ocupações profissionais das pessoas.
Seja como for, enquanto o Alfredo Ferreira da Silva puder, nós podemos ficar descansados, porque o GEGN continuará a mostrar a Gafanha da Nazaré e sua região ao País, e não só.

Fernando Martins

METEOROLOGIA



A informação é actualizada de hora a hora,
com a temperatura, precipitação ou nebulosidade
nas 18 capitais de distrito


UNIVERSIDADE DE AVEIRO
CRIA "SITE" DE METEOROLOGIA


A Universidade de Aveiro lançou um site na Internet de previsão meteorológica para as capitais de distrito de Portugal continental, destinada a estudantes e ao público em geral, anunciou. Em http://climetua.fis.ua.pt será também possível verificar, de hora a hora, a temperatura, a precipitação, o vento ou a presença de nevoeiro nos próximos três dias, nas 18 cidades capitais de distrito do continente.
As previsões meteorológicas são obtidas a partir de simulações realizadas por um modelo numérico de previsão de tempo desenvolvido nos Estados Unidos, o Weather Research and Forecasting, considerado "uma referência em termos de modelação numérica da atmosfera", segundo um comunicado da Universidade. Este modelo foi instalado e tornado operacional pelo Grupo de Meteorologia e Climatologia do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, que lançou o site a 30 de Janeiro.
Para Alfredo Rocha, um dos responsáveis do projecto, a informação que a Universidade de Aveiro disponibiliza sobre a previsão do tempo "foi, em parte, adequada às necessidades pedagógicas dos alunos que estudam este tema". Deste modo, acrescentou, para além da utilidade para o público em geral, este projecto é de extrema utilidade para os alunos de algumas licenciaturas ministradas pela Universidade de Aveiro, nomeadamente Meteorologia e Oceanografia, Ciências do Mar e Engenharia do Ambiente.
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REFERENDO

CENÁRIOS PARA DEPOIS DO REFERENDO
A Assembleia da República só terá de cumprir obrigatoriamente o resultado do referendo que hoje se realiza se votarem mais de metade dos eleitores recenseados. Esta determinação constitucional aplica-se tanto para a vitória do "sim" como para a vitória do "não". Se tal não acontecer, a decisão entra no plano exclusivamente político e será tomada pelos partidos com assento no Parlamento.
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Leia o trabalho de Maria José Oliveira no PÚBLICO

DIA MUNDIAL DO DOENTE

EXCERTOS DA MENSAGEM DO PAPA



DOENTES INCURÁVEIS
PRECISAM DE TERNURA




Queridos irmãos e irmãs

No dia 11 de Fevereiro do 2007, quando a Igreja celebra a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, será comemorado em Seul, na Coreia, O XV Dia Mundial do Doente. Numerosos encontros, conferências, reuniões pastorais e celebrações litúrgicas terão lugar com representantes da Igreja que está na Coreia, com o pessoal que trabalha do campo da saúde, com os enfermos e as suas famílias. […]
Eles encontram-se em todos os continentes, particularmente em lugares onde a pobreza e as dificuldades causam misérias e dores imensas. Consciente de tais sofrimentos, estarei espiritualmente presente no Dia Mundial do Doente, unido com aqueles que se hão-de encontrar para debater sobre o flagelo das doenças incuráveis no nosso mundo e encorajar os esforços das comunidades cristãs no seu testemunho da ternura e da misericórdia do Senhor. […]
É necessário promover políticas que criem condições em que os seres humanos possam viver de maneira digna também as doenças incuráveis e a morte. Agora, é preciso ressaltar novamente a necessidade de mais centros de cura paliativa, que ofereçam cuidados integrais, proporcionando assim aos enfermos a assistência humana e o acompanhamento espiritual de que precisam. Trata-se de um direito que pertence a cada ser humano, e todos nós temos o dever de nos comprometermos em defendê-lo. Agora, gostaria de encorajar os esforços enviados por aqueles que trabalham diariamente para assegurar que os enfermos incuráveis e terminais, juntamente com as respectivas famílias, recebam o adequado cuidado amoroso. […]
Tende a certeza de que os vossos sofrimentos, unidos aos de Cristo, hão-de ser úteis para as necessidades da Igreja e do mundo. Peço ao Senhor que fortaleça a vossa fé no seu amor, de forma especial durante estes momentos de prova que vós estais a experimentar. A minha esperança é de que, onde quer que estejais, encontreis sempre o encorajamento e a fortaleza espirituais necessários para alimentar a vossa fé e para vos aproximar mais do Pai da Vida. […]

Bento XVI

UM ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN



GLOBALIZAÇÃO
E EGOÍSMO ESCLARECIDO




Quando se fala em fundamentalismo, é no fundamentalismo religioso que normalmente se pensa. Mas há outras formas. Pense-se concretamente no fundamentalismo económico. Já em 2001, ano em que recebeu o Prémio Nobel da Economia, J. Stiglitz, referindo-se sobretudo ao caso do Fundo Monetário Internacional, falava de "fundamentalismo neoliberal". Agora, no seu último livro - Making Globalization Work -, faz notar que mais vale ser uma vaca na Europa do que uma pessoa pobre num país em vias de desenvolvimento. Enquanto as vacas europeias recebem em média um subsídio diário de dois dólares, grande parte da Humanidade tem de viver com menos do que isso.
A globalização é inevitável. Ela é também ambivalente, isto é, tem ganhadores e perdedores. Ela pode levar ao milagre económico e ao descalabro. Mas, como sublinhou o teólogo Hans Küng, é sobretudo importante perceber que ela é "dirigível".
O facto de poder ser orientada significa que a globalização económica exige uma globalização no domínio ético: impõe-se um consenso ético mínimo quanto a valores, atitudes, critérios, um ethos mundial para uma sociedade e uma economia mundiais. É o próprio mercado global que exige um ethos global.
Há uma responsabilidade social da economia? M. Friedman, também Prémio Nobel da Economia e um dos economistas mais influentes do século XX, recentemente falecido, respondeu de forma provocante em 1970 no título de um artigo no The New York Times Magazine: "The Social Responsability of Business Is to Increase Its Profits". Não será, porém, necessário perguntar se a responsabilidade moral no domínio económico se identifica com o incremento insaciável do lucro?
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Leia mais em DN

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS-10


A CHAVE

Caríssimo:

Se é que alguém vem espreitar por estas bandas, estou mesmo a ver-lhe a cara como quem diz «este nunca mais desce à terra!»...
E tem razão.
Desçamos, pois.

A LENDA DA CHAVE

“ Contam que, há muitos, muitos anos, esta região era um extenso areal onde existia uma humilde capelinha.
Era nesta capelinha que todos os anos se realizava uma festa. Por esta altura vinham de barco muitas famílias que viviam em povoações próximas, junto à costa.
Era costume os pais deixarem s filhos fechados na proa, onde dormiam e guardavam os seus haveres.
E assim foi.
Meteram a chave na algibeira e partiram tranquilos para o arraial. Cantaram e dançaram e no regresso ao barco, um deles deu por falta da chave. Muito aflitos, todos eles começaram a gritar:
- A chave?! A chave!? A chave...
Procuraram, procuraram e, quando iam para desistir, um deles encontrou a chave.
Ficaram muito felizes.
E foi assim que este local ficou a chamar-se Chave.”

Há anos, encontrei esta lenda na internet, no sítio da Escola da Chave. Logo a guardei como coisa muito valiosa para mim. Lendas são lendas e valem o que valem. (Aliás, sobre este mesmo nome 'Chave' encontrei uma outra estória engraçada que ficará para outra ocasião, se for oportuna...)
Bem tenho procurado e lendas sobre e da Gafanha é coisa que não encontro. Será que a nossa Terra, por muito que digamos «há muitos, muitos anos...» não mereceu uma lenda de jeito? Será que as há?
Aqui fica o desafio: ajudai-me a descobri-las!

Manuel

sábado, 10 de fevereiro de 2007

CITAÇÃO

"O mal dos portugueses não está no atraso, na pobreza, na iliteracia ou em qualquer falha remediável e normal. O mal dos portugueses está em que manifestamente não regulam bem da cabeça. E contra isso não há nada a fazer."
Vasco Pulido Valente,
PÚBLICO, 10-2-2007
NOTA: Confesso que às vezes tenho dificuldades em compreender certos colunistas. Vasco Pulido Valente é um deles. Ora se mostra, nos seus escritos, realista, ora deixa transparecer um pessimismo, que é sempre doentio. Hoje deu-lhe para dizer que os portugueses são um caso perdido, porque, segundo ele, “não regulam bem da cabeça”. Se ele dissesse que entre os portugueses há de tudo, ainda era aceitável. Agora afirmar que os portugueses não regulam bem da cabeça, é manifestamente exagerado. Então, como é que se explica que esses portugueses fizeram, ao longo de séculos e séculos, um País, conquistando-o palmo a palmo, e construindo-o a pulso e com determinação? Dando novos mundos ao mundo e garantindo a sua sobrevivência contra tudo e todos?
F.M.

ORDEM DOS CARTUXOS



"O GRANDE SILÊNCIO"




"O Grande Silêncio" é o primeiro filme sobre a vida interior da Grande Chartreuse, casa-mãe da Ordem dos Cartuxos, uma meditação silenciosa sobre a vida monástica. Dezassete anos depois de ter pedido para filmar no mosteiro, é dada autorização para entrar ao realizador, que filmará a vida interior dos monges cartuxos. Sem música à excepção dos cânticos do mosteiro, sem entrevistas, nem comentários, ou artifícios.
Evocam-se unicamente a passagem do tempo, das estações, os elementos repetidos incessantemente durante o dia ou as orações. Um filme sobre a presença do absoluto e a vida de homens que dedicam a sua existência a Deus.
O filme ganhou os Prémios de Melhor Documentário no Festival de Sundance e nos Prémios Europeus do Cinema.
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Fonte: PÚBLICO
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NOTA: Não vi o filme, mas tudo farei para o ver. Acho que ele deve ser uma oportunidade única, ou rara, para meditar sobre os que deixam tudo para estar com Deus, só com Deus e consigo próprios, durante toda a vida. Sem os ruídos do mundo, apenas com o grande silêncio que nos aproxima ou nos oferece o divino, de forma diferente.


F.M.