quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Liga contra o cancro espera generosidade

O Peditório Nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) já está a decorrer, prosseguindo até 3 de novembro. A Liga conta com a colaboração de voluntários que sairão à rua, de norte a sul do país e ilhas, devidamente identificados com o colete da instituição e com os cofres lacrados com o logótipo da LPCC. 
Se há causas justas, esta é uma delas, por razões que se compreendem: Há doentes e seus familiares a necessitarem de ajudas de âmbito social e económico, para além do apoio anímico. 
Os colaboradores credenciados esperam e agradecem a nossa cooperação e os nossos contributos. O que pudermos dar não cai em saco roto nem se perde nos meandros das burocracias. 

Os meus santos

Amanhã,  todo o mundo católico celebra o Dia de Todos os Santos. Não só os que a Igreja Católica considerou dignos das honras dos altares, mas também os oriundos das demais religiões de todas as épocas e civilizações. Quiçá sem qualquer confissão religiosa. São os que, pelos seus méritos, são exemplos a seguir. 
É por isso que no dia a dia me lembro com frequência dos meus santos, aqueles que conviveram comigo e eu com eles, os que me deram exemplos de bondade e me testemunharam a ternura de Deus. 
Não me inclino muito para alguns santos que estão nos altares, porque nunca os senti, concretamente, nos meus caminhos da vida. Mas os meus santos, os que andaram comigo ao colo, que me levaram a descobrir o bem e o belo, me ensinaram a rezar, me apoiaram nos primeiros passos que dei, me ajudaram a levantar quando caí, me ensinaram a ler e a compreender o mundo, me estimularam a partilha da compaixão, me falaram de fraternidade e de justiça, me orientaram para viver o amor, esses é que são para mim os que hoje e sempre recordo com muito carinho. 

F. M.

Cerâmica Artística de Aveiro



«A 14.ª edição da Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro é inaugurada este sábado, dia 2 de novembro, pelas 17h00, no Museu de Aveiro/Santa Joana e conta com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves. 
A inauguração integra o momento da entrega dos prémios aos vencedores do concurso internacional, seguindo-se a visita à exposição principal e aos diferentes locais onde se realizam as outras exposições. 
Recorde-se que esta 14.ª edição da Bienal assinala o seu 30.º aniversário e conta a partir deste ano com o apoio institucional da Academia Internacional de Cerâmica, um reconhecimento que confirma o estatuto de uma das bienais de cerâmica de referência mundial e que decorrerá até 30 de novembro nos Museus de Aveiro.»


Fonte: CMA

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Festa de Todos os Santos

Reflexão de Georgino Rocha - Alegrai-vos e Exultai




«A riqueza do homem é a sua pessoa e não o seu dinheiro. Optar por tudo o que ajude a pessoa a ser livre, a sentir-se sem quaisquer amarras, a estar disponível para partilhar o que tem, a não acumular e reter bens apenas para si, torna-se indispensável à saúde da nossa comum humanidade, ao equilíbrio sustentado da ecologia integral e à qualidade da nossa fé cristã. Quem o faz ou se esforça com seriedade, por o ir fazendo, está em sintonia com Deus, é feliz e beneficia da sua bênção. Choca, inevitavelmente, com uma sociedade baseada na ambição da riqueza, na ânsia do poder e da glória. E vê recaírem sobre si as mais diversas formas de descrédito, de humilhação, de espoliação, de acusação infame, de morte silenciada.»


Chove


Chove copiosamente, como diz a nossa gente. Os pingos, a esta hora, 10h45, assinalam o seu peso na cobertura do meu sótão. Pela janela contemplo um cinzento-escuro nesta manhã sem sol. A chuva é precisa para tudo. Sem ela não há vida. É o bê à bá da lógica. Mas quando chove, aqui d’el rei que nem podemos sair de casa. 
Os campos estão ressequidos, as barragens perdem nível, os rios gritam por falta de água que varra o que nele cai vindo das serras, as pastagens não medram, às árvores falta a seiva que alimenta os frutos. A falta de chuva é sinal de pobreza… e vamos esquecer a chuva torrencial que tudo destrói. O que importa é que ela venha com peso e medida. 

F. M.

Visita Guiada

Casa Mateus - Vila Real

Paula Moura Pinheiro
Gosto de ver o programa televisivo “Visita Guiada”. A autora e cicerone é a jornalista Paula Moura Pinheiro, que se apresenta acompanhada por  um especialista da matéria a versar. São lições vivas sobre o nosso património histórico e/ou artístico que se espalha um pouco por todo o território nacional. Património que nos foi legado por comunidades, instituições e o próprio Estado, algum dele edificado antes da fundação de Portugal. E se é certo que o peso dos séculos regista marcas impostas pela ação do tempo e pela incúria de ignorantes, também é verdade que os telespectadores saem muito enriquecidos com o que podem ver e ouvir. São lições dinâmicas e esclarecedoras.
O programa é produzido pela RTP2 para a televisão e pela Antena1 para a rádio.

Um livro de vez em quando

"AVEIRO2009 – Recordando Efemérides" 

Quando procuro um livro, por vezes encontro outros. Foi o caso, um dia destes. E o livro que me caiu nas mãos é da autoria de João Gonçalves Gaspar e tem por título “AVEIRO2009 – Recordando Efemérides”. 
O conceituado  historiador aveirense selecionou um conjunto de efemérides marcantes da vida da cidade e região, com o pormenor de se debruçar apenas sobre as ligadas a números redondos. Um ano depois, seriam outras. E o que evocou o autor referente a 30 de Outubro de 1959? 

“A Câmara Municipal de Aveiro agraciou com a Medalha de Prata da Cidade os DRS. José Pereira Tavares, Francisco Ferreira Neves e António Gomes da Rocha Madail, pelos seus trabalhos sobre a história de Aveiro.” 

Em 2009, esta homenagem completou 50 anos. Hoje, completaria 60 anos. 
E o que fizeram os premiados? Em 1935 fundaram o prestimoso “Arquivo do Distrito de Aveiro”, que perdurou até 1972, sublinha-se no livro.

Nota: “O Arquivo do Distrito de Aveiro” continua a ser uma fonte preciosa de informação para os que gostam de pesquisar o nosso passado. O que faço de vez em quando, diga-se de passagem.. 

F. M. 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Filarmónica comemora aniversário



Ainda falta quase um mês, mas é bom lembrar que a Filarmónica Gafanhense vai celebrar o 183.º aniversário no próximo dia 24 de Novembro com romagem ao cemitério, missa de ação de graças na igreja matriz, concerto na Fábrica das Ideias e jantar comemorativo num restaurante. 
Sobre esta efeméride, direi mais numa próxima ocasião. Para já, aqui vão os meus votos de que tudo seja celebrado e aplaudido pelo muito que a Filarmónica tem feito em prol da cultura musical, levando longe, também,  a nossa terra e as nossas gentes.

A Igreja move-se


"Para muitos, quiçá para uma maioria, a Igreja Católica, com os seus 1,2 milhões de fiéis, não se move ou quando o faz é com imensa lentidão. Mas a história já demonstrou por várias vezes que tal não é inteiramente verdade, e o Papa Francisco tem feito um esforço de atualização e adequação da Igreja aos tempos que vivemos. O Sínodo da Amazónia, que, entre 6 de outubro e este domingo, reuniu no Vaticano quase três centenas de participantes, é um acontecimento de grande relevância. Convocado por Francisco para debater a ecologia e a depredação que assola a Amazónia, e as dificuldades de evangelização numa das mais vastas áreas do planeta, os olhares da discussão acabaram por se centrar na questão da ordenação de casados. O tema causa divisões dentro da Igreja e a todos os níveis, entre os sectores mais conservadores e os mais progressistas, mas é hoje incontornável e é bom que haja capacidade de o colocar em cima da mesa, mesmo que as conclusões finais possam não vir a agradar aos mais reformistas."

Li no  EXPRESSO

Gafanha da Nazaré - Vila há 50 anos

Para memória futura
Forte da Barra 
Sendo presidente da Junta da Freguesia o comerciante da nossa terra Albino Miranda, a autarquia iniciou o processo do pedido ao Governo da elevação a vila da Gafanha da Nazaré, título a que aspirava há muito. Os documentos a apresentar incluíam a indicação das infraestruturas sociais, culturais, desportivas, religiosas e recreativas, bem como tudo o que dissesse respeito ao desenvolvimento e ao progresso demográfico, económico, social, comercial e industrial. 
Paralelamente a essa vertente oficial, em que colaboraram alguns amigos, nomeadamente o Prior Domingos e eu próprio, fiquei responsável pela divulgação do projecto através da comunicação social. Era também uma forma de difundir o sonho dos habitantes da Gafanha da Nazaré. 
O vespertino “Diário Popular” foi o primeiro jornal, que se saiba, a fazer uma reportagem sobre a pretensão das nossas gentes, feita pelo jornalista Ângelo Granja e publicada em 21-12-1966. No antetítulo sublinhava «Do deserto nasceu um oásis…» e no título «A Gafanha da Nazaré luta pela sua elevação à categoria de vila». Numa caixa, destacava «Aspirações de uma aldeia conquistada às dunas e transformada numa das mais importantes do País». Acompanhei a equipa de reportagens e recebi-a em minha casa. 
Seguiu-se o Comércio do Porto, graças à excelente colaboração do jornalista Daniel Rodrigues, correspondente, em Aveiro, daquele matutino portuense, que aproveitou as suas reportagens, inclusivamente, para se lançar na Gafanha da Nazaré aquele diário, onde apenas tinha um leitor, que a loja de jornais e revistas do ilhavense José Quinteles Pereira, antecessora do actual Quiosque Terramar, lhe vendia diariamente, perto da igreja, em espaço arrendado, que foi dos pais de Dona Maria da Luz Rocha. 
O decreto da elevação a Vila, assinado pelo Presidente da República, Américo Thomaz, em 29 de Outubro de 1969 e publicado no Diário do Governo n.º 254 (1.ª série), na mesma data, especificava, precisamente, as razões que justificavam a categoria de Vila, a saber:

«O crescente incremento industrial da referida freguesia, factor que, aliado à sua situação geográfica, lhe granjeou posição de excepcional relevo no conjunto portuário de Aveiro»; e «O progresso social registado na povoação da Gafanha da Nazaré, o qual se traduz na existência de diversas instituições de interesse público, entre as quais Casa dos Pescadores, Posto Médico da Previdência, Grupo Desportivo, Cinema e Mercado.» 
Na altura, como sempre, não faltaram os “Velhos do Restelo”, que Camões tão bem retratou. Que ganharia a Gafanha da Nazaré com tal promoção? Que condições tinha para ostentar esse título? — questionavam eles. 
A resposta que mais ouviam sublinhava que o título de Vila serviria para, com mais veemência e razão, se reclamar, junto dos poderes constituídos, o que faltava a uma terra que acabara de ser promovida. 
A Gafanha da Nazaré, com tal categoria, encheu de brio os gafanhões, que outros sonhos começaram a alimentar. Depois de Vila há-de vir a Cidade. Como veio. 
Também outros começaram a alimentar o sonho da criação do concelho da Gafanha da Nazaré, havendo os que contestavam tal propósito, a par dos que lutavam sem medir consequências. Falava-se menos da transferência para o concelho de Aveiro e mais da criação de um concelho próprio que, previsivelmente, seria o concelho da Gafanha, numa óptica de incluir todas as Gafanhas ou parte delas. 

Decreto n.º 49332

«Considerando o acentuado desenvolvimento demográfico da freguesia da Gafanha da Nazaré do concelho de Ílhavo, designadamente da povoação sede da mesma freguesia;
Considerando o crescente incremento industrial da referida freguesia, factor que, aliado à sua situação geográfica, lhe granjeou posição de excepcional relevo no conjunto portuário de Aveiro;
Considerando o progresso social registado na povoação da Gafanha da Nazaré, o qual se traduz na existência de diversas instituições de interesse público, entre as quais Casa dos Pescadores, Posto Médico da Previdência, Grupo Desportivo, Cinema e Mercado;
Tendo em vista os pareceres concordantes da Junta Distrital e do Governador Civil do Distrito de Aveiro;
Nos termos do Art.º 12.º do Código Administrativo;
Usando da faculdade conferida pelo n.º3 do Art.º 109.º da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo o seguinte:
Artigo Único – É elevada à categoria de Vila a povoação da Gafanha da Nazaré, sede da freguesia do mesmo nome, do concelho de Ílhavo.

Marcelo Caetano e António Manuel Gonçalves Rapazote
Promulgado em 15 de Outubro de 1969

Presidência da República, 29 de Outubro de 1969
Américo de Deus Rodrigues Thomaz»