sábado, 31 de agosto de 2019

Farol da Barra foi inaugurado em 31 de Agosto de 1893

Farol em construção
O Farol da Barra de Aveiro, situado em pleno concelho de Ílhavo, na Gafanha da Nazaré, é um ex-líbris da região aveirense. Imponente, não há por aí quem o não conheça, como um dos mais altos de Portugal e até da Europa. Já centenário, faz parte do imaginário de quem visita a Praia da Barra. Quem chega, não pode deixar de ficar extasiado e com desejos, legítimos, de subir ao varandim do topo, para daí poder desfrutar de paisagens únicas, com mar sem fim, laguna, povoações à volta e ao longe, a dominar os horizontes, os contornos sombrios das serras de perto e mais distantes. 
À noite, o seu foco luminoso, rodopiante e cadenciado, atrai todos os olhares, mesmo os mais distraídos, tal a sua força. Mas são os navegantes, os que podem correr perigos ou desejam chegar à Barra de Aveiro em segurança, os que mais o apreciam, sem dúvida. Ora, esse foco, que começou por ser alimentado a petróleo, passou a beneficiar da energia elétrica em 1936, completando, este ano, 73 anos de existência. 
Bonita idade para tal melhoramento merecer ser assinalado, embora de forma simples, com esta nota. Se tem lógica e algum merecimento a recordação dessa efeméride, não deixa de ser oportuno e justo lembrar que este ano também se podem celebrar os 153 anos da portaria do ministro das Obras Públicas, engenheiro António Maria de Fontes Pereira de Melo, assinado em 28 de Janeiro de 1856 e dirigida ao diretor das obras públicas do Distrito de Aveiro, engenheiro Silvério Pereira da Silva, que dá orientações para se avançar, rumo à futura construção do nosso Farol. Reza assim, na parte que nos diz respeito, como se lê na revista “Arquivo do Distrito de Aveiro”, em artigo assinado por Francisco Ferreira Neves: “Há por bem sua majestade el-rei [D. Pedro V] ordenar que o director das obras públicas do distrito de Aveiro, de combinação com o capitão daquele porto, e com o director-maquinista dos faróis do reino, trate de escolher o local nas proximidades da barra que for mais próprio para a construção de um farol, – devendo o mesmo director, apenas se ache determinado o dito ponto, proceder, de acordo com o referido maquinista, à confecção do projecto e orçamento da respectiva torre com a altura conveniente para que a luz seja vista a dezoito ou vinte milhas de distância.

Comandante Carlos Isabel vai deixar a Capitania do Porto de Aveiro

Comandante Carlos Isabel e Bispo D. António Moiteiro 

Carlos Isabel, comandante da Capitania do Porto de Aveiro, vai deixar o cargo que ocupou durante três anos entre nós. Tivemos o privilégio de conversar com Carlos Isabel algumas vezes e dele guardamos a lembrança de que se trata de uma pessoa muito responsável e determinada, mas também com enorme capacidade de diálogo e compreensão, aliadas aos princípio da justiça, no cumprimento das leis em vigor nas áreas que superintende. 
Durante a visita pastoral do Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, à nossa paróquia, o comandante Carlos Isabel, que o recebeu nas instalações da Capitania, adiantou-nos que considerou a visita do prelado aveirense «muito gratificante, porque somos uma entidade pública», e logo acrescentou que D. António «nos motiva para o nosso trabalho do dia a dia» 
O Capitão do Porto chamou a atenção para o valor do conhecimento, pelo que «é nossa obrigação conhecer e dar a conhecer aos utentes e ao público em geral aquilo que nós fazemos, nomeadamente, «a forma como recebemos o senhor Bispo de Aveiro». 
Carlos Isabel disse que «a Capitania ajuda todos os utentes, marítimos e não marítimos», e que «a Polícia Marítima presta apoio em situações boas e menos boas». 
Aproveitamos este momento da sua partida para o Comando-geral da Polícia Marítima, formulando votos das maiores venturas, pessoais e profissionais, no desempenho de novas funções. 

Fernando Martins

NOTA: Reeditado hoje, 5 de Setembro. 

Este triste mês de Agosto: O sol é um medricas

Esperei o sol para fotografar, mas ele não veio 

Este mês de Agosto é o mais frio dos 80 que já vivi. Será um lugar-comum fazer uma afirmação destas, mas é o que sinto, o que me vai na alma. E tenho razões para o afirmar. Basta dizer que estou a escrever esta nota do meu diário com uma manta de inverno sobre os joelhos, tapando os pés, que se queixaram da falta dela. 
Fui à janela da minha tebaida, no tranquilo sótão da minha residência, para espreitar o frio e vi um tempo sombrio, com o sol perdido nem sei por onde. Queria fotografar o frio, mas não consegui rasto dele que, talvez por cobardia, andará escondido de vergonha. De sol, nada. É um medricas...  Os meus amigos já estão por aí a dizer, com um sorriso malicioso: “É da idade, meu caro, é da idade!” 
Talvez tenham razão. Já vivi 80 Agostos e deles recordo calor em abundância, necessidade de roupas leves e arejadas, sandálias para me emprestarem mais conforto no caminhar, urgência de bebidas frescas, uns geladinhos de vez em quando, a garridice no vestir e no folgar, a aragem da maresia, o à-vontade no estar e no andar… Mas não… Este mês de Agosto tem de ficar longe dos meus registos como tempo de férias agradáveis. Para o ano será melhor. E disso decerto darei conta. 
E como será Setembro? Espero que muito melhor. Resta-me essa esperança. 

Fernando Martins 

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

100 anos de presença Militar em São Jacinto


A Câmara Municipal de Aveiro, na sua Newsletter de ontem, lembra, com sentido de oportunidade, que «a presença militar em São Jacinto remonta ao final da 1.ª Guerra Mundial, em 1917,  quando a Marinha Francesa decidiu ali instalar uma base de hidroaviões antissubmarinos com apoio do Estado Português». E acrescenta que aquela «Base Militar serviu os três ramos das Forças Armadas», nomeadamente, a Marinha, a Força Aérea e, desde 1994, o Exército.
Lembra a nota da autarquia: «Neste contexto e já depois de em abril deste ano, na comemoração do 101.º aniversário da presença militar em Aveiro, o Regimento de Infantaria N.º10 ter oferecido à Cidade o “Monumento ao Parquedista”, foi a vez do Município de Aveiro retribuir a oferenda com a  inauguração de um Monumento comemorativo dos 100 anos da presença Militar em São Jacinto.» E conclui a nota: «Um momento singular e emotivo, parte integrante do programa do Festival, que juntou no final da tarde de sexta-feira, dia 23, familiares, amigos e muitos cidadãos junto à Porta de Armas da Base Militar, para celebrar a Paz.»

Georgino Rocha - Sê humilde, procura a verdade



Jesus encontra-se em casa de um fariseu ilustre para tomar uma refeição em dia de sábado. A circunstância proporciona-lhe uma das melhores oportunidades para observar o comportamento dos convivas presentes que “espiam” as suas atitudes. Em causa está a escala da ocupação dos primeiros lugares à mesa prevista no “ritual” de banquetes. E, consequentemente, o apreço social e religioso atribuído ao ocupante. E havia quem se aproveitava, o que obrigava a uma certa despromoção. E o invés também se dava, intervindo o organizador da festa e fazendo subir para lugar de maior consideração quem o merecia.
Jesus, na leitura de Lucas 14, 1. 7-14, hoje proclamada, faz o relato da situação dando-lhe o estilo de parábola. Eleva a cena a banquete nupcial e atribui o lugar devido a cada convidado. A ordem alterada é reposta, fazendo brilhar a atitude interior da pessoa e o seu apreço social. A verdade manifesta-se sem interferências e põe a claro a (in)coerência disfarçada de uns e a humildade autêntica de outros. A aparência e suas múltiplas manifestações ocorre por todo o lado, mas sobretudo nos espaços mediáticos, no campo desportivo, na “arena” política, nas festas religiosas.
“As leituras de hoje, afirma Manicardi, contêm uma mensagem sobre a humildade: humildade como atitude humana agradável a Deus e que torna amável aquele que a vive (1ª leitura); humildade como atitude que reproduz o modo de escolher e de viver que foi o de Cristo Jesus (Evangelho) ”. Do nascer ao morrer, da vida em Nazaré ao anúncio missionário em aldeias e famílias, da ida à sinagoga ou ao Templo, das festas e convívios, Jesus dá o exemplo da mensagem que anuncia e nos deixa como boa nova para todos os povos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Anselmo Borges em entrevista ao DN - Deus também descansou

“Até Deus, após a criação, descansou 
e quis que houvesse um dia de descanso semanal"



A preguiça é, segundo a doutrina da Igreja Católica, um dos sete pecados capitais e até há um ditado que a classifica como a mãe de todos os vícios. Num tempo em que preguiçar é um luxo a que poucos podem dar-se, perguntámos ao padre Anselmo Borges porque é que a Igreja a olha como uma falta tão grave.

Texto de Catarina Pires | Fotografia Leonel de Castro/Global Imagens

A preguiça era um dos sete pecados capitais. Porquê?
Era e é. Os pecados capitais são sete: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja, preguiça. Sete é um número perfeito. Neste caso, número perfeito dos vícios que estão à cabeça de todo o mal, por isso se chamam capitais (de capitis, cabeça) e de que as pessoas devem libertar-se. Porquê? Os vícios são-no porque estragam a nossa vida ou a vida dos outros, prejudicam-nos, fazem-nos mal. Pergunto: a preguiça não é contra uma vida autêntica? Não dizemos de alguém preguiçoso, que não trabalha nem cuida da família, que é um parasita e que está a prejudicar outros? Até há um ditado que diz que “a preguiça é a mãe de todos os vícios”. 

Mas não é um exagero que o que hoje é quase uma necessidade ou até direito, como escreveu Lafargue, assuma tal gravidade?
No sentido que expliquei, não.


Tudo depende do que se entender por preguiça, 
que é um mal se for a recusa do trabalho 
e o tentar viver à custa dos outros ou encostado ao Estado.

É preciso cultivar o valor do trabalho?
Temos de “ganhar” a vida. A vida é um dom, mas, por causa da “neotenia” (viemos ao mundo por fazer e temos de fazer-nos, realizar-nos), temos de trabalhar. O trabalho é uma das características humanas que nos distinguem dos outros animais. Transformando o mundo pelo trabalho, transformamo-nos a nós e realizamo-nos. Por outro lado, o trabalho implica uma tarefa em comum: pelo trabalho, realizamo-nos coletivamente, uns com os outros. E há o trabalho enquanto esforço duro, mas também há a alegria de ter realizado um trabalho, uma obra (em inglês, trabalhar diz-se to work, que vem do grego érgon, obra). Admiramos quem realizou uma obra. 

Que significado têm os pecados capitais?
São vícios que estão na base de uma existência má para nós e para os outros. Não é verdade que a soberba nos estraga a vida, levando à arrogância e ao desprezo dos outros? Não deve dizer-se o mesmo da avareza, pois acabamos por dar mais importância às coisas do que às pessoas? E da luxúria, que desumaniza a sexualidade? Da ira, que pode levar à violência e a matar? Da gula, que dá cabo até da saúde? Da inveja, que se entristece com o bem dos outros? E da preguiça, como disse.

Segundo a Bíblia, até Deus, após a criação, descansou 
e quis que houvesse um dia de descanso semanal, 
para que o ser humano soubesse que não é uma besta de carga. 
O problema agora é que as pessoas se esgotam a produzir e a consumir.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Programa Revive aposta no Forte da Barra



«O Forte da Barra de Aveiro, também conhecido como Forte Pombalino, Forte Novo ou Castelo da Gafanha, fazia parte do conjunto de fortalezas joaninas edificadas entre 1642 e 1648, cuja disposição visava reforçar as fronteiras do reino.
Foi edificado no século XVII, no período pós-Restauração. Em meados do século XIX, a fortaleza perdeu importância defensiva e estratégica, sendo desativada das suas funções militares. Ainda serviu de local de orientação para entrada de barcos na Barra de Aveiro, perdendo essa função com a construção do Farol da Barra.
É uma obra do tipo abaluartado, restando, atualmente, uma pequena cortina de dois meios baluartes. Depois que deixou de ser necessária a defesa do Rio Vouga, foram edificadas construções sobre a cortina e o meio baluarte norte. No baluarte sul foi erguida uma torre de sinalização, mas, nesse lado, ainda é visível parte da escarpa, cordão e três canhoeiras cortadas no parapeito.
Em pleno Porto de Aveiro, tem uma localização privilegiada sobre a foz do rio Vouga.»

Nota: 

1. Texto e Foto do Programa Revive;
2. Pretende-se dar vida ao Forte da Barra, incluindo a Casa da Direção;
3. Espera-se que não faltem interessados no aproveitamento daqueles espaços, de forma a dignificar um edifício de interesse público. 

A todos os meus amigos, com muita estima

Com a Lita, o suporte de tudo o que faço

Confesso que nunca esperei tantos comentários ao texto despretensioso que escrevi em reação à crónica de Miguel Esteves Cardoso, publicada no PÚBLICO, intitulada “Não aguento mais”. Comentários de muitos amigos que mantenho por estas bandas e por outras, que coincidiram no incitamento a que continue ativo nas redes do ciberespaço, e não só. A amizade e a simpatia têm destas coisas. 
Pretendi, no referido texto, sublinhar, em especial, a capacidade e a inteligência do MEC que disserta sobre tudo e mais alguma coisa, fazendo, inúmeras vezes, do nada, crónicas muito oportunas. Depois, lá veio a questão, em jeito de fecho, sobre os quase 15 anos do meu blogue Pela Positiva e sobre a sua continuidade, quando é certo que muitos outros, mais velhos e mais novos, vão trancando as portas ou desaparecendo, pura e simplesmente, por vários  motivos ou sem eles. 
De qualquer forma, aqui ficam os meus agradecimentos sentidos pelas provas de estima de que tenho sido alvo. É claro que vou continuar, não até que a voz me doa, mas até que ela se cale, naturalmente.  
Muito grato a todos os amigos. 

Fernando Martins

NOTA: Esta mensagem pretende responder a todas as que me foram dirigidas nas redes sociais, por e-mail, pessoalmente  ou por outras vias. 

Roteiro de Férias - Albufeira



Há dez anos, passámos férias em Albufeira, em Abril, na altura da Páscoa. Não faltavam turistas, em especial ingleses, assíduos frequentadores de alguns bares, onde o seu linguajar nos ajudava a identificá-los. As praias registavam boa frequência, e o Museu que visitámos, com exposição arqueológica no exterior, de escavações por ali efetuadas, chamou a minha atenção, mesmo não sendo conhecedor do assunto. 
Sendo notório que o período de férias por excelência é mais no verão, em especial em Agosto, eu prefiro apostar, quando posso, em meses de menor movimento, para me sentir mais livre. Este ano, por exemplo, ainda nem tivemos espaço nas nossas vidas para sair um tempinho longe do quotidiano. 

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Não aguento mais...


“Não aguento mais” é o título da crónica de Miguel Esteves Cardoso no PÚBLICO de hoje. Pensei logo que o conhecido escritor com várias vertentes de intervenção no domínio das letras estaria cansado de escrever. 
— Queres ver que o MEC vai mesmo de férias, saturado que deve estar de tanto  escrever, todos os dias, para ser lido por quem o admira, e não só? 
Saltei logo para o jornal para me informar, mas fiquei tranquilo. A razão, afinal, não era essa. O MEC não se cansa de escrever e de descobrir, sempre e sempre, motivos para as suas crónicas diárias e semanais.  Quem dera a muitos jornalistas e escritores possuírem a sua capacidade de pensar, falar e escrever sobre qualquer tema, seja ele qual for, num tom gostoso e atualíssimo. Se não for assim, o MEC torna-o oportuno. O artista é assim. 
Cá pelas minhas bandas acontece-me ficar, por vezes, aturdido e sem norte para dar vida ao meu blogue Pela Positiva, que está no ciberespaço desde dezembro de 2004, perfazendo 15 anos daqui a uns tempos, com altos e baixos, estes por motivos de doença. 
Não sendo fácil, interrogo-me se vale a pena ou se tem valido a pena. Pelos testemunhos, vou admitindo que ainda se justifica continuar, até porque, com algumas limitações físicas, pouco poderei fazer em prol da comunidade. Por isso, por aqui me vou mantendo, porque ainda vou aguentando, sem sacrifícios de grande vulto. 
Continuação de boas férias para quem as puder gozar. 

Fernando Martins